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ABORDAGEM METODOLÓGICA PARA O DIAGNÓSTICO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR Maria Helena B. Campello NATUREZA DOS DADOS PARA O ESTUDO DE COMPORTAMENTO E PRÁTICAS ALIMENTARES Permitem descrever e compreender o fenômeno alimentar Distribuição continua, indo do mais objetivo ao mais subjetivo. Diversos conceitos metodológicos para coleta de dados: Instrumento de anamnese ou rememoração Descrição espontânea Normas sociais do indivíduo ELEMENTOS PARA O DIAGNÓSTICO DE COMPORTAMENTO E PRÁTICAS ALIMENTARES O estudo da alimentação é interdisciplinar Envolve a participação de várias ciências. Cada uma proporciona dados que norteiam as práticas e comportamentos alimentares individuais. Nutrição Antropologia História Psicologia Sociologia O estudo das práticas alimentares envolvem 3 tipos de problemas metodológicos: Natureza dos dados com os quais trabalha o pesquisador Diversidade dos métodos de coleta de dados Vias de entrada no espaço social alimentar ELEMENTOS PARA O DIAGNÓSTICO DE COMPORTAMENTO E PRÁTICAS ALIMENTARES Para análise de comportamentos e práticas alimentares tornam-se necessários instrumentos e métodos para distinguir os diversos dados. Esses dados podem ser classificados em: Dados observáveis Representações Valores Normas Práticas alimentares ELEMENTOS PARA O DIAGNÓSTICO DE COMPORTAMENTO E PRÁTICAS ALIMENTARES NATUREZA DOS DADOS COM OS QUAIS TRABALHA O PESQUISADOR Norteia que tipos de dado coletar por meio de: Avaliações das ações individuais; Opiniões; Atitudes; Valores relacionados à alimentação (visão generalista ou individualizada) Esses dados são representativos, porém não necessariamente são exatos! 1.Práticas Observadas: Registradas por observação ou com ajuda de técnicas audiovisuais, depois decodificadas e utilizadas por meio de descritores. Organizar quais aspectos a serem avaliados. NATUREZA DOS DADOS COM OS QUAIS TRABALHA O PESQUISADOR Durante todos os dias úteis, compreendidos entre maio e outubro de 2004, foram entrevistados todos os acidentados do trabalho que deram entrada no referido serviço. Foram caracterizados a situação socioeconômica, ocupacional, as práticas alimentares e o estado nutricional (peso, altura e circunferência de cintura), verificando médias e desvio-padrão, por meio de aplicação de questionário. NATUREZA DOS DADOS COM OS QUAIS TRABALHA O PESQUISADOR 2. Práticas reconstruídas Solicita o avaliado a reviver, por meio da memória, suas próprias práticas. São instrumentos metodológicos clássicos na área da nutrição. A memória pode produzir distorções consideráveis, tanto de maneira consciente quanto inconsciente. Pode subestimar ou superestimar. NATUREZA DOS DADOS COM OS QUAIS TRABALHA O PESQUISADOR NATUREZA DOS DADOS COM OS QUAIS TRABALHA O PESQUISADOR 3. Normas Representadas por modelos de condutas seguidos por uma população. 3.1 Normas dietéticas: Conjunto de prescrições sustentadas em conhecimentos científicos nutricionais difundidos por profissionais na área de saúde. Descreve em termos qualitativos e quantitativos o que é uma alimentação saudável. NATUREZA DOS DADOS COM OS QUAIS TRABALHA O PESQUISADOR 3. Normas 3.2 Normas Sociais: Conjunto de convenções relativas a composição estrutural de tomadas alimentares, seja durante ou fora das refeições convencionais. NATUREZA DOS DADOS COM OS QUAIS TRABALHA O PESQUISADOR Símbolos Conjunto de significações estruturadas e organizadas em sistemas de representações. Opiniões Expressão verbal e consciente que emite um posicionamento. Sujeito a modificações Valores Premissas básicas que envolvem questões antropológicas. Não é tão influenciável. Atitudes Conjunto de predisposição individual em relação a um objeto ou a uma prática. NATUREZA DOS DADOS COM OS QUAIS TRABALHA O PESQUISADOR DIVERSIDADE DE MÉTODOS DE COLETA Coletar a informação de cunho alimentar de modo retrospectivo ou atual. A depender da metodologia empregada para análise do comportamento alimentar haverá uma diversidade na análise dos dados. 1. Observação do participante Consiste em se integrar a um grupo social e participar da sua vida, da maneira mais concreta possível, durante um longo período. Pesquisador torna-se um membro da própria pesquisa. Pode ser desenvolvido de duas maneiras: Transparente Grupo detém conhecimento do pesquisador. Opaca pesquisador esconde sua identidade atrás de outro papel social. MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS 2. Questionário Instrumento central nas pesquisas que envolvem pessoas, pois permite a coleta de grandes quantidades de dados que serão objeto de tratamento. Permite trabalhar uma grande gama de dados variáveis. Dados: Representações Opiniões MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS 2.1 Entrevista pessoal: Método mais confiável. Conduzidos por entrevistadores treinados. Utiliza grande número de questões e questionamentos complexos. Cautela com o “papel” do entrevistador MUITAS VEZES OS ENTREVISTADOS SUBSTIMAM AS RESPOSTAS AO SABER A PROFISSÃO DO ENTREVISTADOR MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS Exemplos de questionários 2.2 Entrevista por autoadministração: Entrevistado preenche questionário que lhe é proposto em lugares e em contextos diversos. Não precisa ser preenchido pontualmente. Possui vantagens de evitar interferência do entrevistador em relação ao entrevistado Pode haver dificuldade de preenchimento por parte da população entrevistada. Cautela ao grupo que for aplicar. Ex: Anamnse alimentar ( modelo enviado, rastreamento metabólico), Carnê alimentar MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS 1.1.3 Entrevista Telefônica: Visa uma coleta de dados simples e estruturadas ( VIGITEL) Inapropriada para inquéritos que envolvem fotos ou lista de alimentos Muito útil em institutos de pesquisas Cautela na linguagem ao abordar o entrevistado (respeitar o regionalismo alimentar) 2.3 História de Vida alimentar: Consiste em fazer o indivíduo reconstruir sua história de vida alimentar. Busca emergir as grandes transformações de práticas, gostos, estatuto ponderal, dentro do contexto biográfico. MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS VIAS DE ENTRADA NO ESPAÇO SOCIAL E ALIMENTAR Considera a disponibilidade e acessibilidade aos alimentos Acesso a dados de compras ( avaliação do carrinho) Acesso a dados pelas práticas domésticas (preparação e consumo de alimentos). Acesso a dados pelas práticas alimentares ( UAN ou domicílio). DESCRITORES DE COMPORTAMENTOS E PRÁTICAS ALIMENTARES Alguns autores afirmam que existem 5 dimensões estruturais voltadas para as práticas alimentares: Estrutura das refeições ( nº de tomadas alimentares, tipos de alimentos, tipos de refeições- formais ou informais) Implantação Temporal ( momento das refeições, tempo de duração) Sincronização social ( contexto social que influencia nas escolhas alimentares) Localização Ritualização ( dimensão macro, traduzcomo um conjunto de lógicas funcionais aos quais correspondem formas particulares do aparelho normativo alimentar) CONSIDERAÇÕES FINAIS O espaço social alimentar traz contribuições importantes para análise do fenômeno alimentar. Contribui para o delineamento de estudos e intervenções nutricionais. Não basta diagnosticar para intervir, é necessário aprofundar a análise do problema alimentar para melhorar as estratégias traçadas em prol da reeducação alimentar e nutricional. OBRIGADA E ATÉ A PRÓXIMA AULA!
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