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Carolyn Edwards Lella Gandini e george Forman - As cem linguagens da criança - RESUMO

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RESUMO
As cem linguagens da criança
Carolyn Edwards, Lella Gandini e George Forman
A criança é feita de cem /A criança tem cem mãos/ cem pensamentos/ cem modos de pensar/ de jogar e de falar/ Cem sempre cem/ modos de escutar/as maravilhas de amar/Cem alegrias/ para cantar e compreender/ Cem mundos/ para descobrir/ Cem mundos/ para inventar/ Cem mundos/ para sonhar/ A criança tem/ cem linguagens/ (e depois cem cem cem)/ mas roubaram-lhe noventa e nove/ A escola e a cultura/ lhe separam a cabeça do corpo
(Trecho de As Cem Linguagens da Criança, de Loris Malaguzzi)
Não há nada mais pleno de democracia do que as cem linguagens. Na pesquisa de Malaguzzi, precursor da hoje conhecida e difundida “inspiração Reggio” e defensor da pedagogia da escuta ativa, ele a relacionava ao debate acerca da linguagem oral e escrita, mas também ao estudo do cérebro e às ideias sobre os processos de aprendizagem  (“aprender fazendo” de Dewey). Reggio Emilia é uma pequena província considerada colaborativa, cuja Educação Infantil foi considerada a melhor do mundo em 2013, e difunde largamente a ideia das Cem Linguagens. É possível observar inúmeras influências, inclusive o debate político-cultural sobre, por exemplo, a polêmica referente ao nível de privilégio dessas duas linguagens que dão suporte ao poder, não apenas de certos conhecimentos, mas de classes.
Expressar-se artisticamente também é manifestar-se por meio de suas linguagens
O número cem é provocador, a fim de reivindicar para todas essas linguagens não só a mesma dignidade, mas também o direito de comunicação de umas com as outras. Isso representa um diálogo, uma interconexão e pode auxiliar cada linguagem a se tornar mais ciente de sua própria especificidade e dar suporte à conceituação e à dignidade das outras. Por exemplo, quando se desenha, dá sustentação não apenas à linguagem gráfica, mas à verbal também, porque você aprofunda o conceito. E quando o conceito é aprofundado, as linguagens são enriquecidas – processo permanente. Em verdade, o cem é uma simbologia. Cada criança tem infinitas formas de manifestação própria e, consequentemente, cem linguagens comunicativas.
Loris Malaguzzi
Malaguzzi era um homem que vivia o conceito de interdisciplinaridade, ele tinha familiaridade com disciplinas que desafiavam umas às outras. Ele percebia como a ciência se vincula à arte e como a arte, por sua vez, se vincula à matemática.
As escolas assumem um local de produção de cultura, não só de cultura da infância, mas de cultura produzida pela infância. As cem linguagens não são apenas uma metáfora para dar crédito às crianças e aos adultos pelos mil potenciais criativos e comunicativos. Elas representam uma estratégia para a construção de conceitos e para a consolidação do entendimento. Principalmente, elas são uma afirmação da dignidade e da importância idêntica de todas as linguagens, e não apenas ler, escrever e contar, que se tornaram mais obviamente necessárias.
A linguagem simbólica se faz presente na infância
A criatividade e a poesia existem em todas as linguagens, inclusive naquelas que definimos como científicas, assim como existe também um forte elemento estético (a beleza) que age como vínculo nos conceitos e entre eles. A beleza orienta e atrai. É tarefa do ensino (auxiliado pela documentação) sustentar o encontro das linguagens que se enriquecem pela troca com outras linguagens e descobrir seus limites, silêncios e outras omissões. É a beleza, “a atração de ´fazer parte´”, é a estética do conhecimento. É uma ECOLOGIA DE LINGUAGENS. Uma ecologia em que as linguagens tecnológicas podem ser suportes fundamentais para a criatividade, não só acrescentar, mas multiplicar ideias. Outro exemplo, é o Ateliê, espaço metafórico que apoia o desenvolvimento da comunicação e das cem linguagens, diferente das oficinas, que se localizam fora da escola e do aprendizado escolar
A escola muitas vezes foca-se unicamente na linguagem verbal, na palavra falada e escrita.
Muitas vezes não refletimos sobre a variedade de coisas que sabemos acerca do aprendizado e sobre a relação do aprendizado com seu contexto. Muitas vezes abdicamos da busca por novas formas, novas linguagens que possam nos permitir viver, partilhar, narrar e desempenhar os eventos da aprendizagem.
Essas formas de linguagem, espécie de “contaminação” entre linguagens diferentes, poderiam abrir novos horizontes e criar novos papeis para as crianças e educadores.
Crianças desejam sem ouvidas nas suas múltiplas manifestações históricas
Estes papeis, por exemplo, seriam promovidos da condição de meros praticantes para a posição de autores dos processos e trilhas pedagógicas. Poderiam contribuir para a superação da separação entre teoria e prática, cultura e técnica. E teriam a possibilidade de parar de se ver, e de serem vistos pelos outros, como aqueles que apenas aplicam teorias e decisões de terceiros. Esta ideia de professores como meros “praticantes” é um absurdo que precisa ser superado. É hora de mudar! De refletir como adultos e crianças se desenvolvem e aprendem. Os locais onde se realizam pesquisas sobre o aprendizado precisam ser ampliados. E para isso ocorrer, faz-se necessário DOCUMENTAR!
Temos pouca consciência do valor de nossas linguagens. Às vezes não as reconhecemos, algumas ficam adormecidas. Quanto maiores as experiências, mais linguagens podem ser evidenciadas.
Há muito o que aprender em relação à comunicação visual, que ajuda a modificar a estrutura do pensamento. A estrutura da linguagem influencia de algum modo o conteúdo daquilo que queremos comunicar. Isto é, não se separa a dança do dançarino.
Por exemplo, ao preparar a documentação, faz-se seleções de imagens considerando-se como estruturar a comunicação visual, o que nos permite ter em mente aspectos técnicos e expressivos. O produto-final nos dará ideias que reflitam o que fizemos. Na construção, temos a possibilidade de ler o material feito sob nova ótica, ou seja, assim que enxergamos nossa própria documentação, já a enxergamos de um modo diferente.
A cada experiência atribuímos uma significância, extraímos trechos e outros valores que não tínhamos distinguido antes. Cada linguagem tem potencial e possibilidades que podem ser extraídos e enfocados quando trabalhamos com outras pessoas ou quando nos preparamos para nos comunicar com outros. Cada linguagem traz imagens diferentes e, quando se usa isso com variedade, tem-se mais possibilidades de aprender. Com cada passagem, adquire-se uma imagem mais rica e complexa, o que inevitavelmente influencia nossas linguagens.
A linguagem é uma forma comunicativa do pensamento. É necessário esforço para reconectar e enxergar melhor, fazendo com que prestemos mais atenção em como lemos as experiências de diferentes maneiras.
Criança e sua imagem
A própria importância do ateliê está conectada com a teoria das cem linguagens. Em uma sociedade atual, que tende à padronização da comunicação, as cem linguagens devem ser consideradas um antídoto para a conformidade, dependente direta da escuta do professor.
Saiba mais sobre a Pedagogia da Escuta
Pensamos nas 100 linguagens como o dom do indivíduo, como uma metáfora para a construção do conhecimento, como participação democrática que vai além da voz única, conferindo uma força positiva à diversidade e às diferentes linguagens. E o ateliê não foi introduzido como uma experiência a ser adicionada às outras experiências. Ao contrário, ele foi introduzido para modificar a pedagogia, por meio de um novo modo de enxergar e trabalhar, para modificar o modo de aprender dentro das histórias de vida individuais.

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