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22/03/2019 1 Potência e Regime de Serviço Material baseado em G. K. Dubey Fundamentals of Electrical Drives Acionamento de Máquinas Elétricas A Prof. Adilson Tavares IFSul – Campus Pelotas Curso de Engenharia Elétrica Elevação de Temperatura Perdas (cobre, ferro, atrito) produzem calor Elevação de temperatura Transiente de temperatura: Calor gerado = calor dissipado + calor armazenado Temperatura de estado estacionário: Calor gerado = calor dissipado no meio externo A elevação de temperatura é proporcional à potência de saída Temperatura muito alta: - Ruptura da isolação (curto-circuito) - Deterioração da isolação (redução de vida útil) 1 2 22/03/2019 2 Classes de temperatura do material isolante 3 4 22/03/2019 3 Modelo térmico da máquina elétrica Complexo: variadas geometrias, diferentes materiais Simplificação: corpo homogêneo dtpdtpMcd 21 M = massa (kg) c = calor específico (J/kg/oC) = elevação de temperatura (oC) dtpdtpMcd 21 )(2 Adp A = área de resfriamento (m2) d = coeficiente de dissipação de calor (W/m2/oC) Depende do sistema de ventilação: d = 40 a 600 W/m2/oC )()( 1 Adpdt dMc Dp dt dC 1 1pDdt dC 21 ppdt dMc 5 6 22/03/2019 4 1pDdt dC Equação diferencial Linear de 1ª ordem: Resposta de estado estacionário (steady state, d/dt=0): D p ss 1 “Alta” constante de dissipação ( D ) “Baixa” temperatura final Resposta de estado transiente (transient state, p1=0): 0 tsts Ddt dC t ts Ke D C , “Alta” constante de dissipação ( D ) Variação “rápida” de temperatura “Alta” capacidade térmica ( C ) Variação “lenta” de temperatura C = capacidade térmica D = constante de dissipação 1pDdt dC Equação diferencial: Resposta completa: t ss Ke Condição inicial: 1 0 t ssss KKe 101 tt ss ee 1)1(Resposta completa: 7 8 22/03/2019 5 '' 1pDdt dC ')'1(' ' 2 ' tt ss ee •A carga é desconectada quando = 2 (em t=tL ou t’=0) Onde: tL é o tempo de operação com carga e t’ = t - tL ' ' , ' '' 1 D C D p ss * O motor é desconectado da rede quando = 2 (em t=tL ou t’=0) ' ' 2 t e A constante de dissipação (D) depende do sistema de ventilação. Motor auto-ventilado: ventilador no próprio eixo • D depende da velocidade de operação • D é menor com o motor parado do que com o motor em operação Motor com ventilação forçada: ventilador independente • D é praticamente a mesma em todas as velocidade de operação Motor sem ventilação • D é constante 9 10 22/03/2019 6 Constante de tempo elétrica: 1 ms a 100 ms Constante de tempo mecânica: 10 ms a 10 s Constante de tempo térmica: 5 min a algumas horas 11 12 22/03/2019 7 Conservação de Energia – Eficiência Energética de Equipamentos e Instalações (Tabela 11.6). Eletrobras – Universidade Federal de Itajubá. 3ª Edição. 1 40oC 2 10 ss’ 15oC Exemplo: Ciclo de operação do motor Com carga: 10 min Sem carga: 20 min 30 t (min) Constante de tempo térmica: = ’= 60 min 1 = 40oC e ss’= 15oC (a) 2 = ? 13 14 22/03/2019 8 ')'1(' ' 2 ' tt ss ee Para 10 ≤ t ≤ 30 s (ou 0 ≤ t’ ≤ 20 s): 60 20 2 60 20 )1(1540 ee Para t = 30 s (ou t’ = 20 s): C9,492 (b) Temperatura de estado estacionário se o motor permanecer com carga constante? min 10 para C9,492 t tt ss ee 1)1( 60 10 60 10 40)1(9,49 eess C5,104 ss 15 16 22/03/2019 9 Regime de Serviço - grau de regularidade de carga do motor Regimes Padronizados (ABNT) Regime contínuo (S1) - linha normal de fabricação Regime de tempo limitado (S2) Regime intermitente periódico (S3) Regime intermitente periódico com partidas (S4) Regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5) Regime de funcionamento contínuo periódico com carga intermitente (S6) Regime de funcionamento contínuo periódico com frenagem elétrica (S7) Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na relação carga/velocidade de rotação (S8) Regime com variações não periódicas de carga e de velocidade (S9) Regime com cargas constantes distintas (S10) a) Regime contínuo (S1) O equilíbrio térmico é atingido 17 18 22/03/2019 10 b) Regime de tempo limitado (S2) S2 - tempo de funcionamento com carga constante 19 20 22/03/2019 11 c) Regime intermitente periódico (S3) tN carga constante tR repouso A corrente de partida não afeta de modo significativo a elevação de temperatura %100 tt tFDC RN N Fator de duração do ciclo S3 – fator de duração do ciclo Fator de duração do ciclo = ED (sigla adotada da norma DIN) (Deutsches Institut für Normung, Instituto Alemão para Normatização) 21 22 22/03/2019 12 d) Regime intermitente periódico com partidas (S4) Intervalos curtos, equilíbrio térmico não é atingido %100 ttt ttFDC RND ND e) Regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5) Intervalos curtos, equilíbrio térmico não é atingido %100 tttt tttFDC RFND FND 23 24 22/03/2019 13 f) Regime de funcionamento contínuo periódico com carga intermitente (S6) tN carga constante tV operação em vazio Não há repouso %100 tt tFDC VN N g) Regime de funcionamento contínuo periódico com frenagem elétrica (S7) tD partida tN carga constante tF frenagem Não há repouso 1FDC 25 26 22/03/2019 14 h) Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na relação carga/velocidade de rotação (S8) h) Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na relação carga/velocidade de rotação (S8) %100 tttttt ttFDC1 N3F2N2F1N1D N1D %100 tttttt ttFDC2 N3F2N2F1N1D N2F1 %100 tttttt ttFDC3 N3F2N2F1N1D N3F2 27 28 22/03/2019 15 i) Regime com variações não periódicas de carga e de velocidade (S9) Plena carga j) Regime com cargas constantes distintas (S10) Cada ciclo com tempo suficiente para atingir equilíbrio térmico. Carga mínima durante um ciclo pode ter o valor zero (vazio ou repouso). 29 30 22/03/2019 16 Determinação da potência do motor Divisão geral em 3 casos: Regime contínuo Cargas flutuantes e intermitentes Regimes Intermitente e de tempo limitado Regime Contínuo Exemplos já estudados: bombas centrífugas e ventiladores Verificar velocidade necessária Pm=Tmwm (escolher potência igual ou imediatamente superior) Verificar tempo de aceleração 31 32 22/03/2019 17 Cargas flutuantes e intermitentes (Métodos de corrente, torque e potência equivalentes) Corrente real corrente equivalente (produz mesma perda) pc – perdas no ferro e por atrito (supostas constantes) RI2 – perdas no cobre (variáveis) 2eqc RIp n nnccc ttt tRIptRIptRIp ... )(...)()( 21 2 2 2 21 2 1 n nnnc eqc ttt tItItIRtttpRIp ... )...()...( 21 2 2 2 21 2 1212 33 34 22/03/2019 18 n nnnc eqc ttt tItItIRtttpRIp ... )...()...( 21 2 2 2 21 2 1212 n nn eq ttt tItItII ... ... 21 2 2 2 21 2 12 n nn eq ttt tItItII ... ... 21 2 2 2 21 2 1 Método da corrente equivalente(efetiva, RMS, eficaz) Genericamente: T eq dtiT I0 21 n nn eq ttt tItItII ... ... 21 2 2 2 21 2 1 Método da corrente equivalente(efetiva, RMS, eficaz) Motor Auto-ventilado: Parado ou com baixa velocidade a ventilação fica menos eficiente Ieq fica maior Usar fatores de correção nos intervalos t1, t2,..., tn Motor com ventilação forçada e Motor sem ventilação: A ventilação é sempre igual (parado ou com baixa velocidade) Ieq não é afetada 35 36 22/03/2019 19 n nn eq ttt tItItII ... ... 21 2 2 2 21 2 1 Motor Auto-ventilado Intervalos de aceleração e desaceleração: 0,5 < ki < 0,75 Parado ou em baixa velocidade: ki ≤ 0, 5 Motor com ventilação forçada e Motor sem ventilação: ki = 1,0 Abordagem em Edson Bim (Máquinas Elétricas e Acionamento) ii ii eq tk tII )( 2 Método do torque equivalente Motores que operam com fluxo constante O torque é proporcional à corrente na região de operação n nn eq ttt tTtTtTT ... ... 21 2 2 2 21 2 1 Método do potência equivalente Motores que operam com velocidade aproximadamente constante n nn eq ttt tPtPtPP ... ... 21 2 2 2 21 2 1 37 38 22/03/2019 20 Abordagem em Lobosco e Dias (Seleção e Aplicação de Motores Elétricos) )/( )( 2 vipif ifif eq ktt tP P Índices (i = intervalo, i=1, 2,...,n) : if = funcionando ip = parado Motor Auto-ventilado: kv = 3 Motor com ventilação forçada e Motor sem ventilação: kv = 1 Verificação do motor escolhido (a) Caso de motor CC l = capacidade de sobrecarga de curta duração do motor l = 200% a 250% (2 a 2,5) (nominal) operação) de ciclo (durante max rI Il 39 40 22/03/2019 21 Verificação do motor escolhido (b) Caso de motor CA l’ = relação entre torques, máximo e nominal Motores de indução: l’ = 1,65 a 3 Motores síncronos: l’ = 2 a 2,25 (nominal) carga) pela (exigido ' max rT Tl Se a condição não for atendida outro motor deve ser escolhido Observações Métodos devem ser usados com cuidado quando parâmetros do circuito equivalente são variáveis com a velocidade. Exemplo: motores de barras profundas e de dupla gaiola. Métodos são válidos para ciclo de trabalho curto em relação à constante de tempo térmica do motor. Cargas com fortes pulsos de torque usar volante de inércia 41 42 22/03/2019 22 Abordagem em Lobosco e Dias Fórmula prática para considerar efeito térmico de partidas, frenagens e reversões ac rsacpfr rdisp nt IIntk PP 23600 )/(3600 2 Pdisp = potência disponível para acionar a carga Pr = potência nominal do motor kpfr = coeficiente para partida, frenagem e reversão Partida: kpfr=1 Frenagem: kpfr=3 Reversão: kpfr=4 n = número de partidas, frenagens e reversões por hora tac = tempo de aceleração Is/Ir = relação entre corrente de partida (start) e nominal (rated) ac rsacpfr rdisp nt IIntk PP 23600 )/(3600 2 Exemplo: Pr = 50 cv n = 10 partidas e frenagens por hora tac = 0,5 s Is/Ir = 6,4 Peq = 45 cv (carga) Motor pode ser usado para acionar a carga? 5,01023600 )4,6(5,0103360050 2 térmico. vistade Ponto Ok! eqdisp PP Verificar necessidade de projeto especial: Ancoragem de cabeceiras Fadiga mecânica em pontos do sistema isolante Classe de isolação aumentada (B F H) cv 7,45dispP 43 44 22/03/2019 23 Regime de tempo limitado Qual a máxima potência (Pr’) que pode ser exigida num tempo limitado? permissivel t ss tr Pr (nominal, rated) Pr’=KPr K>1 G. K. Dubey (Fundamentals of Electrical Drives) demonstra que: rt e K 1 1 (FL = full load, plena carga)FLCu c p p , Quando as perdas não são conhecidas separadamente: α = 0. Significa considerar perdas proporcionais ao quadrado do carregamento (ou pc = 0). Limitações para K: Motor CC – corrente máxima Motor CA – torque máximo 45 46 22/03/2019 24 Exemplo 1: Um motor possui Pr = 20 kW (potência nominal de regime contínuo) e = 60 min (constante de tempo de aquecimento). Calcule a potência que o motor pode fornecer por 10 min se ele é seguido por um tempo desligado de duração suficiente para voltar à temperatura ambiente. Perdas não são conhecidas separadamente = 0 rt e K 1 1 55,2 1 1 60 10 e K rr KPP ' kW 51kW 2055,2' rP Exemplo 2: Pr’= 100 kW por tr = 30 min, sendo = 80 min O rendimento máximo ocorre com 70% de plena carga. Pr = ? Por analogia com transformadores (Conversão de Energia): Rendimento máximo pc = pCu FLCu c p p , 2x p p Cu c Cu c p px2 pCu = x2pCu,FL (x= carregamento) c c p px2 2x 49,0)7,0( 2 47 48 22/03/2019 25 Exemplo 2: Pr’= 100 kW por tr = 30 min, sendo = 80 min O rendimento máximo ocorre com 70% de plena carga. Pr = ? 49,0 rt e K 1 1 0676,249,0 1 149,0 80 30 e K rr KPP ' rPk 0676,2100 kW 37,48rP Regime Intermitente Periódico G. K. Dubey (Fundamentals of Electrical Drives) demonstra que: r r s s r r t tt e eK 1 11 Mesmas observações do caso anterior Constantes de tempo: Aquecimento, r Resfriamento, s 49 50 22/03/2019 26 Exemplo 3: Um motor possui Pr = 20 kW (potência nominal de regime contínuo), r = 60 min e s = 90 min (constantes de tempo). Se esse motor opera num ciclo intermitente de 10 min com carga seguido por 10 minutos sem carga, qual é a máxima potência que ele pode fornecer durante o período com carga? Perdas não são conhecidas separadamente = 0 r s s r r t tt e eK 1 11 257,1 1 1 60 10 90 10 60 10 e eK rr KPP ' kW 14,25kW 20257,1' rP Frequência Máxima de Chaveamento para Regime Intermitente Periódico com Partidas e Frenagens Tempos de partida e frenagem comparáveis ao tempo de operação. Qual o número máximo de chaveamentos por hora? G. K. Dubey (Fundamentals of Electrical Drives) demonstra que: )(11 bsrstrbrss ttttpEtpE Es = energia dissipada durante a partida (start) Eb = energia dissipada durante a frenagem (braking) p1s = perda durante a operação com carga (sob potência Ps) tr = tempo de operação com carga (sob potência Ps) p1r = perda com potência nominal (Pr) tst = tempo de partida tb = tempo de frenagem ts = tempo sem operação = relação entre constantes de tempo (=r/s), = 0,3 a 0,7 =(1+ )/2, coeficiente para ponderar partida e frenagem 51 52 22/03/2019 27 )(11 bsrstrbrss ttttpEtpE (normalmente utilizada para o cálculo de ts) Frequência máxima de ciclos (por hora) sbrst tttt f 3600max Obs.: intervalos de tempo em segundos Exemplo 4: Motor CC alimentado por conversor eletrônico Ia,r =500 A (nominal), Ra = 0,01 W, pc =1 kW, = 0,5 Ciclo de trabalho: (i) Aceleração com 2Ir por 10 s; (ii) Operação com plena carga por 10 s; (iii) Desaceleração com 2Ir por 10 s; (iv) Tempo parado. fmax = ? stcststaas tptIRE 2 , 10100010)5002(01,0 2 J 110000 bE J 110000 rcrsaars tptIRtp 2 ,1 1010001050001,0 2 J 35000 craar pIRp 2,1 100050001,0 2 W3500 2 1 75,0 2 5,01 53 54 22/03/2019 28 stcststaas tptIRE 2, 10100010)5002(01,0 2 J 110000 bE J 110000 rcrsaars tptIRtp 2,1 1010001050001,0 2 J 35000 craar pIRp 2 ,1 100050001,0 2 horaporciclos 64,28max f 2 1 75,0 2 5,01 )(11 bsrstrbrss ttttpEtpE s 7,95 st sbrst tttt f 3600max 7,95101010 3600 55
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