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data da conclusão do ato. (art. 179 do CC). • Quanto aos efeitos: • Nulidade: O negócio nulo não produz os efeitos esperados do negócio, embora outros possam ser gerados (Exemplo: Direito aos frutos, no caso de boa-fé). No direito de família, o casamento nulo pode gerar efeitos desde que contraído de boa-fé (casamento putativo). E mesmo que não seja putativo ainda poderá gerar alguns efeitos (Exemplo: Afinidade em linha reta). • Anulabilidade: O negócio anulável produz todos os efeitos esperados do negócio até ser reconhecido. “A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de oficio; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade” (art. 177 do CC). • Quanto à eficácia de sentença: • Nulidade: A sentença que reconhece a nulidade é declaratória e tem efeitos retroativos, ou seja, os efeitos retroagem a data em o negócio foi realizado (efeitos “ex tunc”). • Anulabilidade: A sentença que decreta a anulabilidade é desconstitutiva, assim os efeitos da sentença não retroagem a data em que o negócio for realizado (efeitos “ex nunc”). 4. Nulidade: • Hipótese de nulidade: Será nulo o negócio jurídico quando: • Celebrado por pessoa absolutamente incapaz (art. 166, I do CC): Trata-se de um dos requisitos de validade do negócio jurídico. • For ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto (art. 166, II do CC): Também é um dos requisitos de validade do negócio jurídico. • O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito (art. 166, III do CC). • Não revestir a forma prescrita em lei (art. 166, IV do CC): Também é um dos requisitos de validade do negócio jurídico. • For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade (art. 166, V do CC). • Tiver por objetivo fraudar lei imperativa (art. 166, VI do CC). • A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção (art. 166, VII do CC): Por este artigo podemos concluir que o rol do artigo 166 do Código Civil é exemplificativo, ou seja, que existem nulidades expressas (nulidades textuais) e nulidades implícitas no ordenamento jurídico (nulidades virtuais). No direito de família não existe nulidades virtuais, ou seja, os atos só são nulos ou anuláveis se existir previsão legal. Vale a pena destacar que o negócio jurídico simulado também é nulo. • Conversão do negócio jurídico: Se o negócio nulo puder ser aproveitado em outro negócio e as partes estavam de boa-fé, não haverá nulidade. “Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor o que teriam querido, se houvesse previsto a nulidade” (art. 170 do CC). Exemplos: O juiz pode converter a compra e venda de imóveis por instrumento particular em compromisso de compra e venda e salvar o negócio, pois se as partes soubessem da norma teriam feito por escritura pública; a duplicata que não obedece aos requisitos legais equivale à confissão de dívida. 5. Anulabilidade: • Hipóteses de anulabilidade: Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico. • Por incapacidade relativa do agente (art. 171, I do CC). • Por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores (art. 171, II do CC). • “Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este a der posteriormente” (art. 176 do CC): Se um dos cônjuges alienar bens imóveis sem autorização do outro, em princípio o negócio será anulável. Entretanto, se ocorrer autorização posterior o negócio será validado. • “O menor entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior” (art. 180 do CC). • “Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga” (art. 181 do CC). • “Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal” (art. 184 do CC). 6. Simulação: Com o Código Civil 2002 a simulação deixa de ser defeito do negócio jurídico (causa de anulabilidade) e passa a ser causa de nulidade. Simulação é a declaração enganosa da vontade visando aparentar negócio jurídico diverso da realidade com o fim de lesar terceiro ou fraudar a lei. “Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado” (art. 167, §2º do CC). • Espécies: • Simulação absoluta: Aquela em que os simuladores não realizam nenhum negócio jurídico, apenas fingem a sua realização. – Tal negócio jurídico é nulo. Exemplo: O marido finge realizar negócios com um amigo perante a esposa para depois quando se separar subtrair tal bem da partilha. A esposa poderá ingressar com ação declaratória de nulidade para que os bens retornem e sejam divididos na separação. • Simulação relativa: Aquela em que os simuladores realizam dois negócios jurídicos, um simulado (aparente) e outro dissimulado (verdadeiro, mas oculto). - “É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma” (art. 167 do CC). Exemplo: O adúltero, sabendo que não pode doar um imóvel para sua concubina, vende o imóvel para um amigo e combina com este que doe a sua concubina. Para a esposa só aparece a compra e venda, mas na verdade era uma doação. Exemplo: Alguém vende