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Apostila FITOTERAPIA

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PÓS GRADUAÇÃO
FITOTERAPIA
Unidade Temática 1
APRESENTAÇÕES FARMACÊUTICAS
EM FITOTERAPIA E ASPECTOS
DA BIOFARMACOTÉCNICA
título sumárioPÓS GRADUAÇÃO
título sumáriosumário
Prescrição de fitoterápicos47.
55. Frequência, horários de tomadase ajustes de dose
58. Monoterapia X Formulações compostas58.
58. Principais referências utilizadas60.
19.Apresentações farmacêuticas e aspectosem Biofarmacotécnica em Fitoterapia
4.Introdução
5.Relembrando conceitos
Via de administração de medicamentos 13.
Prescrição e preparo de chás 42.
4.
Introdução
Desde 2006 a Política Nacional de Plantas 
Medicinais e Fitoterápicos, aprovada por 
meio do Decreto Nº 5.813, de 22 de junho 
de 2006, estabelece as diretrizes e as 
linhas prioritárias para garantir o acesso 
seguro e o uso racional de plantas medici-
nais e fitoterápicos (BRASIL, 2006).
A garantia da segurança e uso racional 
desses produtos conta com a participação 
dos diversos eixos que formam o complexo 
produtivo da saúde e, dentre eles, está a 
atuação do profissional prescritor.
Neste sentido, a apostila preparos e técni-
cas de formulação e prescrição traz ao pro-
fissional da saúde uma visão generalizada 
acerca dos tópicos que merecem atenção e 
cuidado no ato da prescrição de fitoterápi-
cos, tanto no eixo farmacológico quanto no 
eixo farmacotécnico, considerando permitir 
seu uso racional e seguro.
Esta apostila, assim como o material com-
plementar e demais fontes, permitem a os 
estudantes o aprofundamento dos tópicos 
aqui abordados visando a solidificação do 
conhecimento no assunto proposto. 
RELEMBRANDO
CONCEITOS
Remédio ou Medicamento?
Os termos remédio e medicamento são 
facilmente confundidos pela sociedade. O 
termo remédio deve ser empregado a tudo 
aquilo que combate o mal, a dor ou uma 
doença. Ou seja, é dado a esse termo um 
sentido amplo, onde se pode enquadrar 
uma dieta balanceada, uma conversa com 
um amigo, um abraço de alguém que se 
goste e, claro, também se insere aqui o me-
dicamento como um dos eixos do remédio. 
O medicamento, por sua vez, é conceituado 
como “produto farmacêutico, tecnicamente 
obtido ou elaborado, com finalidade profilá-
tica, curativa, paliativa ou para fins de diag-
nóstico”, ou seja, são substâncias ou prepa-
rações elaboradas em farmácias (medica-
mentos manipulados) ou indústrias (medi-
camentos industriais), que devem seguir 
determinações legais de segurança, eficá-
cia e qualidade.
No tocante à fitoterapia, os chás são regis-
trados pelo ministério da agricultura (MAPA) 
como alimento, ou seja, pode-se assumir 
que estes assumem o posicionamento de 
remédio. Já os chás medicinais (cuja finali-
dade é medicinal, como o próprio nome 
menciona), é considerado um produto tradi-
cional fitoterápico (PTF), de acordo com a 
RDC n. 26 de maio de 2014.
Tanto os fitoterápicos e produto tradicional 
fitoterápico, além dos próprios chás alimen-
tícios, são obtidos a partir da matéria-prima 
vegetal. As diferenças nas matérias-primas 
vegetais e nas técnicas empregadas 
nesses insumos irão repercutir em mudan-
ças radicais no perfil farmacocinético dos 
fitoquímicos no corpo humano.
6.
Matérias-primas vegetais
As matérias-primas vegetais podem ser en-
contradas de diversas formas, como apre-
senta a Figura 1. A planta medicinal, conhe-
cida por possuir princípios-ativos com pro-
priedades terapêuticas e/ou profiláticas, 
possui aporte genético para produção de 
compostos com benefícios a saúde, en-
tretanto, a depender de seu habitat pode 
apresentar variações críticas quanto a sua 
composição quali-quantitativa (consultar 
GOBBO-NETO & LOPES, 2007). 
7.
Figura 1. Matérias-primas utilizadas em fitoterapia.
Esta planta medicinal (Figura 1a), após 
passar pelos processos de coleta, secagem 
e estabilização, fundamentais para garantia 
da sua qualidade, eficácia e segurança, 
passa então a ser denominada droga vege-
tal (Figura 1b). A droga vegetal pode ser 
apresentada na forma íntegra, rasurada (pe-
quenos pedaços) ou pulverizada (pó). Uma 
vez retirado o aporte de água e outros com-
ponentes voláteis pela secagem, a droga 
vegetal passa então a se apresentar mais 
concentrada do que a planta medicinal, en-
tretanto, sua unidade celular se mantém 
intacta (Figura 1c) e, portanto, indigerível 
pelo trato gastrointestinal humano (baixa 
absorção sistêmica dos fitoquímicos).
8.
Somente após o processo de extração, que 
visa a retirada seletiva dos componentes de 
dentro das células da planta para o líquido 
extrator, é que se obtém uma concentração 
suficientemente alta de moléculas, as quais 
estão livres para serem absorvidas pelo 
corpo. Em geral, a primeira extração gera o 
extrato fluido (Figura 1d), e sua secagem 
gera o extrato seco (Figura 1e). Uma vez 
que a primeira extração é realizada por afi-
nidade química entre o agente extrator em-
pregado e os fitoquímicos, a composição 
química do extrato fluido depende direta-
mente desse líquido extrator utilizado (solu-
ção hidroalcoólica, propilenoglicol e água, 
dentre outros). Assim, a composição do ex-
trato seco também é correlacionada com o 
líquido extrator aplicado na etapa anterior 
de sua obtenção.
A prescrição de chás deve levar em consi-
deração a matéria-prima vegetal emprega-
da (restritamente a planta medicinal fresca 
ou a droga vegetal) e as metodologias de 
preparo (a ser realizada pelo consumidor), 
denominadas de infusão, decocção ou ma-
ceração (Figura 2). Para qualquer um 
desses métodos, se a planta medicinal for 
utilizada, esta deve ser previamente lavada 
com água corrente para retirada das sujida-
des mais grosseiras. Além disso, inde-
pendente da matéria-prima vegetal utili-
zada, é indicado o emprego de recipientes 
de vidro, porcelana, barro ou inox quando 
o aquecimento da água for requerido, uma 
vez que outros materiais podem reagir com 
os diversos componentes do matéria-prima 
vegetal.
Chás
A prescrição de chás medicinais é uma das 
alternativas para o acesso ao tratamento de 
enfermidades de baixa gravidade a partir 
do uso das plantas medicinais. A RDC 
26/2014 da Anvisa conceitua o chá medici-
nal como
Ainda de acordo com esta resolução, para 
que um chá possua apelo terapêutico é ne-
cessário que ele seja registrado perante a 
ANVISA a partir da apresentação de dados 
que atestem seu controle de qualidade 
como um produto com esta finalidade (con-
sultar RDC n. 26/2014). Os chás registrados 
no Ministério da Agricultura seguem as nor-
matizações para registro de produtos 
alimentícios e, portanto, tem a função de 
alimento, sem finalidade terapêutica.
“droga vegetal com fins medicinais a ser pre-
parada por meio de infusão, decocção ou 
maceração em água pelo consumidor”
9.
“produtos obtidos de matéria-prima ativa 
vegetal, exceto substâncias isoladas, com 
finalidade profilática, curativa ou paliativa, 
incluindo medicamento fitoterápico e produ-
to tradicional fitoterápico, podendo ser sim-
ples, quando o ativo é proveniente de uma 
única espécie vegetal medicinal, ou compos-
to, quando o ativo é proveniente de mais de 
uma espécie vegetal”
“Não se considera medicamento fitoterápico 
ou produto tradicional fitoterápico aquele que 
inclua na sua composição substâncias ativas 
isoladas ou altamente purificadas, sejam elas 
sintéticas, semissintéticas ou naturais e nem 
as associações dessas com outros extratos, 
sejam eles vegetais ou de outras fontes, como 
a animal.”
Ainda, em seu parágrafo 4, a mesma RDC 
traz um acréscimo:
Fitoterápico
De acordo com a RDC n. 26 de 2014 da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA), que dispõe sobre o registro ou 
a notificação dos fitoterápicos, estes pro-
dutos são conceituados como10.
Neste sentido, percebe-se que existem em 
vigor duas categorias de produtos com 
apelo medicinal a base de plantas para fins 
de registro perante a ANVISA: a primeira, 
denominada de medicamento fitoterápico 
(MF), que possui sua eficácia e segurança 
comprovadas por meio de estudos clínicos; 
e a segunda, denominada de produto tradi-
cional fitoterápico (PTF), que possui segu-
rança e eficácia respaldadas em seu uso 
tradicional, considerando um período 
mínimo de 30 anos de relatos. Uma vez que 
os medicamentos magistrais não necessi-
tam passar pelo processo de registro, 
estes serão tratados aqui como uma terceira 
forma existente de fitoterápicos.t
Os MF e os PTF são frequentemente forneci-
dos ao paciente em uma “forma farmacêuti-
ca” (FF), também denominada “apresenta-
ção farmacêutica”. As FF são compostas 
por 1) princípio (s) ativo (s), ou seja, a (s) 
substância (s) responsável (eis) pela ação 
farmacológica do medicamento - que, no 
caso dos fitoterápicos, será exclusiva-
mente de origem vegetal (matéria-prima 
ativa vegetal); e 2) os excipientes, que são 
compostos utilizados para conferir proprie-
dades importantes à manufatura do produ-
to, estabilidade e aceitação pelo paciente. 
Desta forma, as FF desempenham um papel 
chave na prescrição de medicamentos.
11.
Clique para ler:
RDC 26/2014
12.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO
DE MEDICAMENTOS
As vias de administração de medicamentos são denominadas como “local ou estrutura 
no organismo onde o fármaco toma contato para iniciar processos seqüenciais”. A ad-
ministração pode ser realizada por via enteral (quando o medicamento entra em conta-
to com qualquer segmento do TGI) ou parenteral (podendo ser injetável ou não) (Qua-
dro 1). A escolha da via de administração é crítica e pode até restritiva a alguns profis-
sionais, como no caso dos nutricionistas, que tem sua prescrição restrita à via oral. 
Cada via de administração apresenta vantagens e desvantagens peculiares que dire-
cionam a definição da melhor opção (Quadro 2).
14.
Quadro 1. Vias de administração de medicamentos.
Via de administração ENTERAL
Intravenosa (IV)Oral Cutânea
Intramuscular (IM)Bucal Respiratória
SubcutâneaSublingual Conjutival
IntradérmicaRetal Genitourinária
Intra-arterial Intracanal
Intra-articular
Peridural
Intratecal
Intracárdica
DIRETAS INDIRETAS
Via de administração PARENTERAL
15.
Quadro 2. Principais aspectos das vias de administração mais convencionais em Fitoterapia.
16.
Via Principais aspectos
Oral
Sublingual
Nesta via o medicamento é colocado debaixo da língua para serem absorvidos diretamente pelos pequenos 
vasos sangüíneos. Esta via de administração evita o efeito de primeira passagem hepático pois a drenagem 
venosa é para a veia cava superior.
Oral
Intestinal
É o método mais comum de prescrição de um fármaco, por ser mais seguro e mais conveniente. Através desta 
via, os fitoquímicos serão encaminhados para o fígado onde podem sofrer metabolização (inativação ou 
ativação de compostos). Além disso, essa via pode ocasionar irritação da mucosa gástrica, sofrer interferência 
do processo digestivo e dificultar a adesão ao tratamento por pacientes com dificuldade de deglutição. 
Parenteral Pode ser dividida em diversas vias de administração, considerando como as mais importantes: Intradérmi-
ca, Subcutânea, Intramuscular, Intravenosa. Vantagens: a disponibilidade é mais rápida e mais previsível. No 
tratamento de emergências. Desvantagens. Pode ocorrer uma injeção intravascular acidental, pode vir 
acompanhada de forte dor e, às vezes, é difícil para um paciente injetar o fármaco em si mesmo se for neces-
sária a automedicação. Alto custo.
Transdérmica Via de aplicação na pele com objetivo de ação sistêmica (absorção do fármaco até a corrente sanguínea). Os 
locais de aplicação mais são aqueles ricos em vascularização. Depende da superfície em que foi aplicada e 
da liossolubilidade do fármaco, uma vez que a epiderme funciona como uma barreira lipofílica. O uso de 
veículos oleosos, fricção do produto na pele, hidratação e oclusão são fatores que aceleram esse processo.
Inalatória Nebulização e Vaporização - Inspirar pelo nariz e expirar através da boca.
Tópica Via tópica ou por administração epidérmica, aplicação de substâncias ativas diretamente na pele, ou em áreas 
de superfície de feridas, com efeito local, tais como, pomadas, cremes, sprays, loções, colutórios, pastilhas 
para a garganta.
Otológica O tratamento local das patologias do ouvido baseia-se na utilização de medicamentos líquidos, as gotas 
óticas, que devem ser aplicadas mediante a utilização de um conta-gotas, no canal auditivo externo.
A via de administração oral de fármacos é a 
rota mais frequentemente empregada 
devido a sua conveniência, segurança, 
grande acessibilidade, maior adesão dos 
pacientes ao tratamento e baixo custo. Em 
se tratando de fitoterápicos no estado 
sólido (cápsulas e comprimidos, por exem-
plo), as moléculas de fármaco necessitam 
ser liberadas da fase sólida e inseridas na 
fase de solução, processo este denominado 
de dissolução, para posteriormente serem 
absorvidas (Figura 2). Esta liberação de-
pende das características de solubilidade 
do fármaco, uma vez que o fluido do TGI é 
aquoso, e a absorção depende da permea-
bilidade do fármaco (caráter lipofílico). 
Devido a sua importância, existe o sistema 
de classificação biofarmacêutico, que en-
quadra os fármacos em Classe 1 (muito so-
lúvel e muito permeável); Classe 2 (pouco 
solúvel e muito permeável); Classe 3 (muito 
solúvel e pouco permeável); e Classe 4 
(pouco solúvel e pouco permeável).
Figura 2. Etapas do processo de descontrução da forma farmacêutica
sólida para liberação do fármaco e posterior absorção. A desintegração
e a dissolução são dependentes do caráter aquoso do fármaco, enquanto
que a permeação e absorção são dependentes do caráter oleoso. 
17.
Comprimido
intacto
Baixa taxa
de dissolução Taxa de dissoluçãomoderada
Dissolução e difusão
Fármaco em forma molecuar
Difusão e absorção
Taxa de dissolução
relativamente rápida
Desintegração Desagregação
Dissolução de dosagem oral sólida
Clique para ler o artigo:
PROVISIONAL BIOPHARMACEUTICAL
CLASSIFICATION OF SOME COMMON
HERBS USED IN WESTERN MEDICINE
Essa classificação é muito importante para seleção de excipientes apropriados para 
determinado fármaco. A comunidade científica começa a agir no contexto da fitotera-
pia, através do lançamento provisório da classificação biofarmacêutica de alguns ex-
tratos vegetais que, de certo, é um avanço brilhante para o alcance de padrões de 
qualidade cada vez maiores.
18.
APRESENTAÇÕES FARMACÊUTICAS E ASPECTOS 
DA BIOFARMACOTÉCNICA EM FITOTERAPIA
20.
As apresentações farmacêuticas, também 
denominadas de formas farmacêuticas (FF), 
como já mencionado acima, são definidas 
como:
As FF utilizadas para obtenção de medica-
mentos em geral também são empregadas 
na Fitoterapia. As mesmas podem ser clas-
sificadas quanto ao seu estado físico em FF 
sólidas (cápsulas, comprimidos, pós, grâ-
nulos, pós efervescentes e pós de reconsti-
tuição, dentre outros); FF semissólidas (cre-
mes, pomadas, géis e pastas, dentre 
outros); e FF líquidas (soluções, suspen-
sões, xaropes , elixires e extratos, dentre 
outros). 
“estado final de apresentação que os princí-
pios ativos farmacêuticos possuem após uma 
ou mais operações farmacêuticas executa-
das com a adição de excipientes apropriados 
ou sem a adição de excipientes, a fim de faci-
litar a sua utilização e obter o efeito terapêuti-
co desejado, com características apropriadas 
a uma determinada via de administração 
(RDC nº 47, 2009).”
A forma farmacêutica é composta do princípio ativo (matéria primavegetal) e dos 
excipientes (substâncias farmacologicamente inertes utilizadas para conferir tama-
nho adequado, fornecer propriedades adequadas de manufatura, melhorar a 
adesão do paciente ao tratamento, conferindo à forma FF cor, sabor e odor agradá-
veis). 
21.Parte 1
22.
Pós e Grânulos
Formas farmacêuticas cujo fármaco, na 
forma pó, é misturado a outros adjuvan-
tes pulvéreos para produzir o produto final. 
A diferença de pó para grânulo é que, este 
ultimo, refere-se a aglomerados contendo 
um ou mais princípios ativos associa-
dos a adjuvantes, sob forma de pequenos 
grãos ou grânulos, de aspecto homogêneo.
Os pós e grânulos são dispensados na 
forma de sachê ou a granel. Apresentam a 
vantagem de abarcar grandes quantida-
des de ativos (2-5 g). Para oferecer esta 
preparação ao paciente, é necessário pres-
crever o extrato na forma seca.
A depender da composição dos excipien-
tes, os pós e grânulos após reconstituídos 
em água podem gerar diversos produtos. 
Na indústria, costumam variar entre pós 
convencionais e pós efervescentes, sendo 
este ultimo empregado para mascara o 
sabor do princípio ativo, como o produto 
Plantaben® (Figura 3). 
Formas Farmacêuticas sólidas
Figura 3. Exemplo de fitoterápico na forma de pó efervescente.
23.
A efervescência é obtida a partir da asso-
ciação de ácido orgânicos (como os ácidos 
cítrico e tartárico) com bases carbonadas 
(como o bicarbonato de sódio) que, quando 
em água, reagem produzindo gás carbôni-
co (CO2):
Apesar das consagradas vantagens da 
efervescência, tais como o mascaramento 
efetivo do sabor fármacos salgados e amar-
gos; a redução da incidência de efeitos co-
laterais gástricos; e a diferenciação da 
apresentação farmacêutica, a ANVISA 
alerta quanto a quantidade de sódio residu-
al absorvido por essa apresentação. Esti-
ma-se que a média de sódio em um sachê 
efervescente seja de 900 mg, valor superior 
à quantidade aproximada de sódio oriundo 
de uma dieta equilibrada durante um dia 
inteiro (750 mg). 
Desse modo, apresentações farmacêuticas 
efervescentes são contra-indicadas para 
pacientes hipertensos (cuja dose diária 
recomendada de sódio varia entre 1000 a 
1500 m). Pacientes gastroplastizados, com 
problemas estomacais ou intolerantes aos 
componentes componentescomponentes 
responsáveis pela efervescência. Nestes 
casos componentes responsáveis pela efer-
vescência também são contra-indicações. 
+H CO + Na CO H O + CO + Na32 32 2 2
24.
A depender da composição dos excipientes os pós também podem adquirir outras 
formas. Ao calibrar a viscosidade do produto final, sabor e acidez, é possível obter as 
apresentações farmacêuticas tanto empregadas na farmácia magistral, como os 
shakes, mousses, sopas, refrescos e iogurtes, dentre outros.
25.
Cápsulas
Forma farmacêutica na qual o princípio 
ativo e/ou os excipientes estão contidos em 
um invólucro solúvel duro ou mole, de for-
matos e tamanhos variados, usualmente 
contendo uma dose única do princípio 
ativo. 
Os invólucros duros são constituídos por 
um corpo e uma tampa (Figura 4). Insere-se 
no corpo o pó vegetal e os excipientes, pre-
viamente misturados. São contituídos de 
gelatina, água e corantes (se houver cor). 
Uma vez que é de origem vegetal, pacien-
tes veganos não aderem ao tratamento. 
Devido a isso, já encontra-se disponível as 
cápsulas derivadas de celulose (hidroxipro-
pilmetilcelulose), cuja origem é vegetal. 
Ambas as cápsulas são deglutidas e desin-
tegradas no estômago, local onde os princí-
pios ativos são liberados. Há também as 
cápsulas gastrorresistentes que apenas se 
desintegram no intestino. Isso faz com que 
a formulação mantenha-se intacta durante o 
percurso no estômago, sendo portando 
muito indicadas para princípios ativos que 
sofrem degradação em pH ácido. Para ofe-
recer esta preparação ao paciente, é ne-
cessário prescrever o extrato na forma 
seca.
Figura 4. Cápsula gelatinosa dura.
Os invólucros moles (Figura 5) são também 
constituídos de gelatina, porém possuem 
composição quali-quantitativa diferente da-
quela usada nas cápsulas duras. As cápsu-
las moles são completamente vedadas e, 
por isso, é possível incorporar aqui líquidos 
oleosos. Os extratos aquosos não podem 
ser requisitados nesta forma farmacêutica, 
pois solubilizam a cápsula e a forma farma-
cêutica se perde.
Figura 5. Cápsula gelatinosa mole.
27.
Entretanto, há situações em que a dose 
supera a capacidade da maior cápsula dis-
ponível, levando ao fracionamento da dose. 
Em outras palavras, a dose prescrita é fra-
cionada em mais de uma cápsula, e a far-
mácia adiciona ao rótulo uma etiqueta men-
cionando a quantidade de cápsulas que 
compõe uma dose prescrita (por exemplo: 
“1 dose = 2 cápsulas”; “1 dose = 4 cápsulas”; 
“1 dose = 8 cápsulas”). Atenção especial 
deve ser dada à essa questão, pois para 
doses maiores torna o tratamento inviável 
devido a não adesão ao paciente. Nesse 
caso, as formas farmacêuticas pó são mais 
indicadas.
Independente da composição do invólucro, 
as cápsulas apresentam-se em vários tama-
nhos (Figura 6). A depender do aporte de 
pó de princípio ativo prescrito, será selecio-
nada aquela cápsula de tamanho suficiente 
para 1 dose prescrita. O tamanho da cápsu-
la é definido de acordo com o volume ocu-
pado pelo pó ativo somado ao excipiente, 
portanto, o valor da densidade é necessá-
rio. A ideia é conferir o menor número de 
cápsulas possível, de modo que a dose 
prescrita esteja contida em uma única cáp-
sula. 
Figura 6. Diferentes tamanhos de cápsula são designadas através de números,
onde o “menor” número (000) representa a maior cápsula, e o “maior” número
representa a menor cápsula. Para humanos, é mais comum o emprego das cápsulas
00 a 4. As cápsulas 000 são mais empregadas na medicina veterinária, enquanto
que as cápsulas 5 são muito pequenas.
28.
Os invólucros gelationos são extremamente 
ávidos por água, e os extratos vegetais 
secos também. Nesse sentido, deve haver 
cuidado especial no armazenamento 
desses produtos. As farmácias de manipu-
lação dispensam as cápsulas com sachê 
de silica interno à embalagem, além de, 
algumas vezes, acrescentar um chumaço 
de algodão. Alguns excipientes estratégi-
cos também são adicionados à fórmula 
para reduzir essa avidez por água. O pa-
ciente deve ser orientado a prezervar o me-
dicamento em locais de umidade controla-
da e manter a embalagem sempre bem 
fechada.
47%
Comprimidos
São preparações sólidas obtidas por aglo-
meração/aglutinação sob pressão de um ou 
vários princípios ativos, na forma de pó, adi-
cionados ou não de excipientes. São apre-
sentações farmacêuticas encontradas mais 
facilmente nos medicamentos industrializa-
dos. Podem ser revestidos por polímero en-
térico, conferindo-lhe proteção gástrica, ou 
ainda outros polímeros que conferem ao 
produto diferentes perfis de liberação (por 
exemplo, liberação controlada e sustenta-
da), não visto ainda em Fitoterapia. O reves-
timento pode estar presente também 
apenas para tornar o produto mais palatável. 
Figura 7. Comprimidos revestidos.
30.
 Pastilhas
Contém um ou mais princípios ativos, usual-
mente em uma base adocicada e com 
sabor agradável. Aqui enquadram-se as 
famosas gomas, chocolates terapêuticos, 
pirulitos e outras formulações também de-
signadas de “contemporâneas”. Uma vez 
que o paciente mastiga primeiro a prepara-
ção para depois deglutir, parte do PA será 
absorvido pela mucosa bucal, parte será 
deglutido e absorvido pela via do TGI. 
Desse modo, gera-se uma variação de res-
posta inter-paciente bem significativa. Algu-
mas dessas formulações, como os pirulitos 
terapêuticos, devem ser utilizados para dis-
solução ou desintegração lenta na boca 
(por exemplo, paraefeito analgésico, anti-
microbiano ou anti-inflamatório local). 
Todas essas preparações podem ser pre-
paradas por moldagem ou por compressão.
Parte 1
Figura 8. Gomas de colágeno.
Figura 9. Chocolate terapêutico.
31.
Clique para ler o artigo:
PRESENÇA DE EXCIPIENTES COM
POTENCIAL PARA INDUÇÃO DE
REAÇÕES ADVERSASEM MEDICAMENTOS
COMERCIALIZADOS NO BRASIL
Outras considerações sobre as
formulações sólidas
A composição dos excipientes também é 
do interesse do prescritor. Por exemplo, a 
lactose, hoje retirada de diversos produtos 
alimentícios devido aos casos de intolerân-
cia à lactose, mantém-se presente nessas 
formulações. Corantes de cápsulas e 
alguns edulcorantes também podem fazer 
parte do conjunto de excipientes que o seu 
paciente não pode ingerir.
32.
Emulsões 
São preparações semi-sólidas, obtidas 
através da mistura de óleo, água e um 
agente emulsificante para favorecer a mis-
tura dos dois compostos imiscíveis. Dessa 
forma, as emulsões são compostas por pe-
quenas gotículas de óleo em água ou de 
água em óleo, gerando assim as emulsões 
do tipo O/A ou A/O, respectivamente. Os 
princípios ativos ficam dissolvidos ou dis-
persos na fase de maior afinidade (aquosa 
ou oleosa) (Figura 10). 
As emulsões do tipo O/A são mais indica-
das para pele jovem e clima tropical, pois 
sendo a fase externa água, confere à pre-
paração leveza e toque mais seco. As emul-
sões A/O conferem sensação oleosa à pre-
paração, sendo assim indicadas para peles 
secas (geralmente as peles maduras) 
(VANZIN; CAMARGO, 2009). 
Formas Farmacêuticas semissólidas
Figura 10. Esquema representativo das gotículas de uma fase
imiscível em outra. A composição azul pode ser oleosa, e a amarela
pode ser aquosa. Neste caso, tem-se uma emulsão O/A. 
No caso contrário, onde a cor azul representa a fase aquosa e
a cor amarela a fase oleosa, tem-se uma emulção do tipo A/O.
Dependendo da carga oleosa da emulsão, pode-se obter diferentes apresentações 
farmacêuticas (Figura 11). Conforme a quantidade de óleo vai aumentando, reduz-se a 
capacidade de espalhabilidade da preparação e aumenta-se o toque oleoso. 
% de cera
33.Parte 1
Figura 11. Apresentações farmacêuticas de acordo com o percentual de cera (fase oleosa). Fonte: VANZIN; CAMARGO, 2009
Leites
Loções cremosas
Cremes
Se a intenção é a aplicação em grandes 
áreas do corpo, deseja-se um produto de 
espalhabilidade melhor. As emulsões são, 
também, a melhor opção se a intenção é a via 
de administração transdérmica, pois, devido 
ao seu caráter misto, existe tanto a afinidade 
pela pele quanto diferença de polaridade 
considerável, facilitando a migração de um 
fármaco muito lipofílico da preparação farma-
cêutica para a pele. Nesses casos, a hidrata-
ção também é crítica, e quanto maior o per-
centual de cera, maior o poder de oclusão da 
pele e menor a perda de água transepider-
mal. O aumento da hidratação da camada 
córnea da pele facilita o processo de difusão 
do ativo para uma penetração mais eficiente. 
Essa oclusão também pode ser alcançada 
por meio de curativos. Dependendo da 
carga oleosa da emulsão, pode-se obter dife-
rentes apresentações farmacêuticas (Figura 
10). Conforme a quantidade de óleo vai 
aumentando, reduz-se a capacidade de 
espalhabilidade da preparação e aumenta-se 
o toque oleoso. 
35.
Géis 
São formas farmacêuticas semissólidas, de 
um ou mais princípios ativos que contém 
um agente gelificante para fornecer firmeza 
a uma solução ou dispersão (Figura 12). 
Assim, trata-se de uma dispersão de sólido 
em água, em que o agente geleificante intu-
mesce e dá a característica semissólida. 
Por ser completamente aquoso, os géis não 
possuem afinidade com a pele. Os géis 
translúscidos possuem princípios ativos so-
lúveis em água e, portanto, porlares, sem 
afinidade com a pele. Nesse caso, os géis 
são indicados se o desejado for uma ação 
local (tópica). A adição de princípios ativos 
oleosos leva a obtenção de um gel opaco, 
denominado de gel-creme, que aumenta a 
afinidade pela pele. Há tamém os géis-cre-
me oriundos da mistura de gel e creme 
(quando o gel está em maior proporção) ou 
creme-géis (quando o creme está em maior 
proporção que o gel).
Figura 12. Fotomicrografia da malha polimérica (agente geleificante)
em água. Os espaços mais escuros representam o local onde a água
se mantém penetrada.
Sérum
Fluido
Gel
Goma
% de agente geleificante
Figura 13. As diferentes proporções de agentes
geleificantes geram diferentes apresentações
farmacêuticas. Fonte: VANZIN; CAMARGO, 2009.
Pastas
Possuem uma elevada porcentagem de só-
lidos insolúveis, de 20 a 60%. São mais 
firmes e espessas que as pomadas, sendo 
menos gordurosas. 
Pomadas
São preparações semissólidas compostas 
de hidrocarbonetos líquidos em uma matriz 
de hidrocarbonetos sólidos, preparadas 
por fusão simultânea dos componentes. 
São extremamente oleosas e conferem um 
aspecto pegajoso à pele. Apesar de oleosa, 
sua composição é tão parecida com a com-
posição da pele que a falta de diferença de 
polaridade dificulta a migração do fármaco 
da forma farmacêutica para a pele. Assim, 
as pomadas conferem uma ação mais local, 
na maioria das vezes. 
37.
Elixir 
Solução hidroalcoólica de sabor agradável 
e adocicado, contendo princípio(s) ativo(s) 
dissolvido(s). Devido à composição alcoóli-
ca, deve ser evitada em crianças e em adul-
tos alcoólatras. Ainda, essas preparações 
necessitam manter-se muito bem vedadas, 
para evitar a evaporação do álcool e o au-
mento da concentração do produto.
As formas farmacêuticas líquidas são pre-
parações destinadas, majoritariamente, à 
administração por via oral. Essas prepara-
ções apresentam as vantagens de terem a 
dose ajustável, pois o paciente irá aferir 
essa dose no momento da administração 
do medicamento. Entretanto, essa aferição 
pode ser incorreta, levando a desvantagem 
da dose inexata. O transporte dessas pre-
parações é também menos favorável do 
que as formas farmacêuticas sólidas: é 
mais fácil carregar consigo um frasco de 
xarope ou um blister? Essa pergunta torna-
-se ainda mais importante quando o medi-
camento deve ser administrado 3 ou mais 
vezes durante o dia, e pode reduzir a 
adesão ao tratamento. Porém, há pacientes 
Formas Farmacêuticas líquidas
que não conseguem administrar cápsulas 
ou comprimidos devido ao incômodo da de-
glutição e, nesse caso, as formas líquidas 
podem ser úteis. 
38.
 Xarope
Forma farmacêutica aquosa caracterizada 
pela alta viscosidade. Essas preparações 
são constituídas por, no mínimo, 45% p/v de 
sacarose, podendo chegar a 85% p/v de 
sacarose. Em geral, as farmácias empre-
gam 65% p/v de sacarose, o que represen-
ta 6,5 g de açúcar para cada 10 mL ingeri-
do. Devido ao sabor doce, tem muita aceita-
ção por crianças, que devem ser orientadas 
a higienizar a boca após a administração e 
evitar a proliferação de cáries.
Em caso da ingestão do açúcar ser contra-
-indicado, existem os xaropes livres de 
açúcar (ou sugar free), que são compostos 
por adoçantes sintéticos ou naturais e 
agentes espessantes. Os xaropes geral-
mente contêm agentes flavorizantes e co-
rantes. Uma conversa com o farmacêutico 
será útil para compreender que adoçante a 
farmácia utiliza, bem como solicitar ausên-
cia de sabor artificial e corante, caso haja 
necessidade. Para os medicamentos indus-
trializados, essas informações constam na 
bula.
39.
Tintura 
São preparações líquidas alcoólicas ou 
hidro-alcoólicas obtidas através da extra-
ção a temperatura ambiente de drogas 
decas e trituradas, apresentando ao final 
uma concentração equivalente a 10 ou 20% 
de droga vegetal. Podem ser preparados 
por maceração ou percolação. Devido à 
composição alcoólica, deve ser evitadaem 
crianças e em adultos alcoólatras. Ainda, 
essas preparações necessitam manter-se 
muito bem vedadas, para evitar a evapora-
ção do álcool e o aumento da concentração 
do produto.
 Suspensões
São preparações líquidas compostas pela 
dispersão do fármaco insolúvel em um veí-
culo aquoso. Essas preparações precisam 
ser agitadas antes da medição da dose, 
para garantir o aporte correto de princípio 
ativo a ser ingerido.
Extratos ordinários
São formas farmacêuticas obtidas por um 
ou mais processos extrativos anteriormente 
mencionados, diferindo da tintura pela con-
centração e pelo método de obtenção (no 
caso dos extratos, é possível o emprego do 
calor), de proporção diferente de 1:1.
40.
 Extrato fluido
São formas farmacêuticas obtidas por um 
ou mais processos extrativos anteriormente 
mencionados, diferindo da tintura pela con-
centração e pelo método de obtenção (no 
caso dos extratos, é possível o emprego do 
calor). Dessa forma, são mais concentrados 
do que as tinturas: para cada 1 mL da pre-
paração, utiliza-se 1 g da droga vegetal 
(100% ou 1:1). Devido à possibilidade de 
conter álcool, deve ser evitada em crianças 
e em adultos alcoólatras. Ainda, essas pre-
parações necessitam manter-se muito bem 
vedadas, para evitar a evaporação do 
álcool e o aumento da concentração do pro-
duto.
41.
Clique para ler a cartilha:
O QUE DEVEMOS SABER
SOBRE MEDICAMENTOS
(ANVISA)
PRESCRIÇÃO E 
PREPARO DE CHÁS
“droga vegetal com fins medicinais a ser pre-
parada por meio de infusão, decocção ou 
maceração em água pelo consumidor”
A prescrição de chás medicinais é uma das 
alternativas para o acesso ao tratamento de 
enfermidades de baixa gravidade a partir 
do uso das plantas medicinais. A RDC 
26/2014 da Anvisa conceitua o chá medici-
nal como
Ainda de acordo com esta resolução, para 
que um chá possua apelo terapêutico é ne-
cessário que ele seja registrado perante a 
ANVISA a partir da apresentação de dados 
que atestem seu controle de qualidade 
como um produto com esta finalidade (con-
sultar RDC n. 26/2014). Os chás registrados 
no Ministério da Agricultura seguem as nor-
matizações para registro de produtos 
alimentícios e, portanto, tem a função de 
alimento, sem finalidade terapêutica.
43.
A prescrição de chás deve levar em consi-
deração a matéria-prima vegetal emprega-
da (restritamente a planta medicinal fresca 
ou a droga vegetal) e as metodologias de 
preparo (a ser realizada pelo consumidor), 
denominadas de infusão, decocção ou ma-
ceração (Figura 14). Para qualquer um 
desses métodos, se a planta medicinal for 
utilizada, esta deve ser previamente lavada 
com água corrente para retirada das sujida-
des mais grosseiras. Além disso, inde-
pendente da matéria-prima vegetal utili-
zada, é indicado o emprego de recipientes 
de vidro, porcelana, barro ou inox quando 
o aquecimento da água for requerido, uma 
vez que outros materiais podem reagir com 
os diversos componentes do matéria-prima 
vegetal. 
Uma vez que o produto é destinado ao consumo, água tratada ou filtrada é requerida 
no preparo dos chás. Estes devem ser consumidos em até 24h após o seu preparo 
visando garantir a integridade dos princípios ativos da planta bem como a não conta-
minação do chá pelos microrganismos presentes no ambiente.
44.Parte 1
Figura 14. Métodos gerais de preparação de chás.
Para prescrição de chás, algumas informações são imprescindíveis para descrição 
correta e inequívoca da prescrição. O artigo 5o da resolução do Conselho Federal de 
Nutrição n. 525 de 2013 lista tais informações, as quais estão ilustradas na Figura 15. 
45.Parte 1
Figura 15. Informações que devem estar contidas na prescrição de chás medicinais.
O quantitativo de erva a ser utilizada pelo paciente deve empregar formas caseiras de 
medida (Ex.: colher, xícara...). O Quadro 2 apresenta algumas conversões importantes.
46.Parte 1
Quadro 3. Conversão de medidas caseiras (colheres) em mililitro e grama.
101 colher de sopa 3 g de folhas e flores secas6 g de raízes, cascas e sementes secas
51 colher de sobremesa 2 g de folhas e flores secas4 g de raízes, cascas e sementes secas
2,51 colher de chá 0,5 g de folhas e flores secas1 g de raízes, cascas e sementes secas
1,51 colher de café 0,4 g de folhas e flores secas0,7 g de raízes, cascas e sementes secas
CAPACIDADE (mL)MEDIDA CAPACIDADE (g)
PRESCRIÇÃO DE 
FITOTERÁPICOS
A Instrução Normativa (IN) n. 2 de 2014 traz em seu anexo a lista de medicamentos fito-
terápicos de registro simplificado. Nela, constam nove plantas de prescrição exclusiva 
médica (Quadro 4).
48.Parte 1
Quadro 4. Plantas medicinais cuja prescrição é exclusivamente realizada pela profissão médica.
Nome popularNome científico
Uva ursiArctostaphylos uva ursi
CimicifugaCimicifuga racemosa
EquináceaEquinacea purpurea
GinkgoGincko biloba
HipéricoHypericum perfuratum
Kava-kavaPiper methysticum
Saw palmettoSerenoa repens
TanacetoTonacetum parthenium
ValerianaValeriana officinalis
49.
Toda prescrição de fitoterápico deve ser ex-
pressa com o nome científico da planta (gê-
nero e espécie), seguida da parte utilizada 
(consultar o trabalho de MIGLIATO e cola-
boradores, 2006), o tipo de derivado de 
droga vegetal (quando aplicável) e a pa-
dronização do extrato (quando aplicá-
vel). Para algumas profissões, como a de 
nutricionista, esta demanda é expressamen-
te exigida nas resoluções do CFN n. 
556/2015.
Entretanto, esta recomendação deve ser es-
tendida a todos os outros profissionais habi-
litados para a prescrição de fitoterápicos, 
pois esta medida permite a unificação da 
comunicação, garantindo assim uma pres-
crição segura.
Uma vez que na prescrição de fitoterápicos há maior variedade tanto das matérias- 
primas vegetais empregadas quanto da forma farmacêutica selecionada, a prescrição 
destes deve ser realizada com mais detalhes (Figura 16 ), sobretudo quanto ao deta-
lhamento da matéria-prima vegetal empregada, incluindo a relação do derivado de 
droga vegetal com a concentração do extrato, já que este dado possui interferência 
direta com a dose real de princípios-ativos a ser administrada.
50.Parte 1
Figura 16. Informações que devem estar contidas na prescrição de fitoterápicos.
A relação entre o derivado de droga vegetal 
e sua concentração pode ser dada de duas 
formas: a primeira, em que se correlaciona a 
quantidade de droga vegetal utilizada para 
se obter determinada quantidade de extra-
to; e a segunda, em que se explicita a quan-
tidade, em percentual, do marcador quími-
co e/ou farmacológico daquele extrato. À 
primeira situação dá-se o nome do extrato 
concentrado e, à segunda situação dá-se o 
nome do extrato padronizado.
52.
Por exemplo:
Bacharis trimera (herba) ES 4:1: aqui é 
demonstrada a relação droga vegetal:ex-
trato seco (ES). A expressão “4:1” indica 
que foi utilizado quatro vezes a quantidade 
de droga vegetal para a obtenção do deri-
vado de droga vegetal. Ou seja, a partir de 
4 g de droga vegetal foi possível obter 1g 
de extrato seco (ES), ou seus múltiplos, por 
exemplo. Pode-se afirmar, portanto, que o 
extrato se encontra quatro vezes mais con-
centrado que a droga vegetal, porém não é 
possível ter precisão quanto a quantidade 
presente de marcador, seja ele farmacoló-
gico ou químico.
Citrus aurantium (fruto) ES 6% sinefrina: 
neste caso tem-se expressa a concentra-
ção do marcador. Significa dizer que a 
cada 100 mL de extrato fluido ou 100 g de 
extrato seco tem-se 6 g de sinefrina. Trata-
-se de uma maneira mais detalhada de ex-
pressar o status quantitativo da matéria 
prima vegetal. Portanto, este tipo de extrato 
é denominado de extrato padronizado.
53.
A expressão correta da padronizaçãodo 
derivado de droga vegetal na receita é de 
fundamental importância para garantir a efi-
cácia e a segurança do tratamento. Isto 
porque algumas plantas não apresentam 
apenas um percentual de marcador dispo-
nível no mercado. Por exemplo, Curcuma 
longa L. (cúrcuma) é disponível no mercado 
com concentração do marcador (curcumi-
nóides totais) de 20 e 95%. Imaginemos, 
então, que o prescritor deseja prescrever 
250 mg do extrato seco de cúrcuma a ser 
manipulado em uma farmácia magistral: 
Situação 1 a farmácia utiliza o extrato pa-
dronizado a 95% de curcuminóides totais. 
Ao calcular-se a “dose efetiva” de marca-
dor administrado nesta situação, tem-se 
250 mg x 95% = 237,5 mg de curcuminói-
des totais.
Situação 2 a farmácia utiliza o extrato pa-
dronizado a 20% de curcuminóides totais. 
Ao calcular-se a “dose efetiva” de marca-
dor administrado nesta situação, tem-se 
250 mg x 20% = 50 mg de curcuminóides 
totais.
A primeira situação, portanto, oferece uma 
“dosagem efetiva” 4,75 vezes maior que a 
segunda situação, e o paciente estaria su-
jeito a superdosagem, na primeira situação, 
ou dosagens não efetivas, na segunda sutu-
ação. É claro que o exemplo trata de uma 
situação hipotética, e em casos como 
este a farmácia entra em contato com o 
prescritor a fim de confirmar o percentual de 
marcador desejado na prescrição. Entretan-
to, o objetivo aqui é demonstrar o quão sig-
nificativo é a descrição correta de todos os 
dados requisitados na receita para garantir 
a segurança e eficácia do tratamento pres-
critor.
FREQUÊNCIA, HORÁRIOS DE
TOMADAS E AJUSTES DE DOSE
A frequência, horários de tomadas e os 
ajustes de dose são realizados a partir da 
observação dos seguintes fatores:
Aspectos da patologia 
Qual é a patologia e com que intensida-
de ela se apresenta? Esta patologia tem 
influência em que parâmetros bioquími-
cos e fisiológicos do paciente?
Aspectos do medicamento
Qual a apresentação farmacêutica, ou 
forma farmacêutica selecionada? Que re-
percussão na adesão ao tratamento a 
seleção da forma farmacêutica poderá 
trazer (em relação a custo e aceitabilidade, 
por exemplo.
Peso do paciente 
A relação entre dose e peso do paciente é 
delicada. É sabido que mudanças conside-
ráveis no peso do paciente traz variações 
fisiológicas capazes de alterar a distribui-
ção e eliminação das drogas, ou seja, pode 
afetar a concentração da droga livre no pa-
ciente. Por exemplo, em se tratando de um 
paciente obeso, este pode demandar uma 
dose maior que os indivíduos de peso regu-
lar. Entretanto, esta relação não é obrigato-
riamente linear (diretamente proporcional), 
pois é baseada nos parâmetros farmaco-
cinéticos do princípio ativo, gerando assim 
uma medida particular. Neste caso, para 
realizar um ajuste de dose responsável e 
seguro, é indicado seguir as recomenda-
ções das bulas dos medicamentos indus-
trializados ou se respaldar em estudos cien-
tíficos sérios sobre a farmacocinética dos 
compostos ativos.
57.
Idade e outras condições especiais 
De acordo com recomendações da 
ANVISA, as plantas medicinais não devem 
ser usadas em crianças menores de 3 anos, 
gestantes e mulheres que estejam amamen-
tando. Para prescrição de chás medicinais, 
crianças de 3 a 7 anos devem ingerir 
25% das doses usuais, enquanto que 
crianças entre 7 e 12 anos e idosos acima 
de 70 anos devem ingerir 50% das doses 
usuais. A prescrição de fitoterápicos para 
crianças e idosos também deve seguir as 
recomendações do fabricante ou seguir 
recomendação divulgada em publicações 
científicas de impacto, pois estas condições 
também alteram a farmacocinética das 
drogas.
MONOTERAPIA X
FORMULAÇÕES COMPOSTAS
De acordo com a ANVISA, em se tratando 
do registro de medicamentos industrializa-
dos, a recomendação é que os produtos 
apresentem apenas uma planta medicinal 
presente no medicamento (denominada de 
principal), podendo este medicamento ter 
ainda em sua composição mais outras duas 
plantas medicinais (denominadas de com-
plementar ou excipiente) desde que o uso 
de cada uma delas seja justificado. Isto se 
dá devido a complexidade de fitocomplex-
tos presentes em cada espécie vegetal, que 
aumenta o risco de interação tanto entre os 
fitocomplexos das plantas utilizadas no pro-
duto, quanto com nutrientes e outros medi-
camentos ou terapias que o paciente já 
possa estar utilizando. Adicionalmente, 
estes produtos precisam possuir os relató-
rios dos estudos de eficácia e segurança, 
seja ele simples ou composto. Isso explica 
porque os medicamentos industrializados 
apresentam, em sua maioria, uma restrição 
na sua composição.
59.
Por outro lado, uma vez que as farmácias 
magistrais não estão sujeitas ao registro do 
medicamento, é a elas que os profissionais 
recorrem quando necessitam prescrever 
formulações compostas não disponíveis 
pela indústria. Estas formulações podem 
trazer benefícios ao paciente pois permitem 
uma prescrição específica e com foco no 
indivíduo. Entretanto, vale salientar aqui que 
este tipo de prescrição deve ser realizada 
com respaldo em estudos científicos impor-
tantes sobre a associação pretendida, 
visando garantir a eficácia e segurança do 
tratamento.
A associação de fitoterápicos deve levar em 
consideração as espécies mais indicadas e 
mais conhecidas, visando agregar o 
máximo de informações possíveis e conferir 
ao prescritor o discernimento necessário 
sobre restrições de associação e demais 
riscos ao paciente.
60.
ANVISA. Instrução Normativa nº 2, de 13 de maio de 2014.
ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 26, de 13 de 
maio de 2014. 
ANVISA. Resolução da diretoria colegiada – RDC CFN n. 
525/2013
ANVISA. Resolução da diretoria colegiada – RDC CFN n. 
556/2015
Boorhem R L, Lage E B.(2009). Drogas e extratos vegetais 
utilizados em fitoterapia.
Revista Fitos, 4(1):37-55.
Principais referências utilizadas
Gobbo-Neto L, Lopes N P. (2007). Plantas medicinais: 
Fatores de influência no conteúdo de metabólitos secundários. 
Química nova, 30(2):374-381.
Leite J P V. Fitoterapia – bases científicas e tecnológicas. 1a ed. 
Editora Atheneu. 2009.
Souza-Moreira T M, Salgado H R N, Pietro R C L R. (2008). O 
Brasil no contexto de controle de qualidade de plantas medi-
cinais. Revista brasileira de farmacognosia, 20(3):435-440.
VAZIN, S. B.; CAMARGO, C. P. Entendendo cosmecêuticos: 
diagnósticos e tratamentos. Editora Santos. 2009.
Michael E. Aulton. Delineamentos de formas farmacêuticas. 2a 
edição. Editora Artmed, 2005.
FITOTERAPIA
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