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TRF ANALISTA JUDICIÁRIO - PROVA DISCURSIVA

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Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
E-BOOK GRATUITO - TRF – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 
 
 
 1 
 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
E-BOOK GRATUITO - TRF – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 
 
 
 2 
AUTORES 
BALTAZAR RODRIGUES 
Procurador do Estado do Rio de Janeiro - PGE/RJ. Sócio do escritório Fontana, Maurell, Gaio e 
Rodrigues Advogados. Mestre em Direito Processual pela Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro - UERJ. Ex-Diretor Jurídico do Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de 
Janeiro (Rioprevidência - 2013/2014). Aprovado nos seguintes concursos: PGE/RJ (15º lugar - 
2010); Advogado do BNDES (65º lugar - 2009). 
RODRIGO DUARTE 
Advogado da União. Ex-Oficial de Justiça e Avaliador Federal no TRF da 2ª Região; Ex-Técnico 
Administrativo do Ministério Público da União (MPU) e Ex-Técnico de Atividade Judiciária no 
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Aprovado e nomeado no concurso de Analista 
Processual do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPE/RJ). 
 
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 3 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
TRF3 - 2014 - FCC – ESTUDO DE CASO - Ricardo, servidor público ocupante de cargo efetivo em 
Tribunal Federal, utilizou veículo pertencente ao Tribunal para fins estranhos ao serviço, 
retirando-o, sem a devida autorização da garagem do edifício no qual funciona o Tribunal, para 
realizar, no final de semana, viagem ao litoral. Carlos, amigo de Ricardo, conduziu o veículo e 
transportou, além de Ricardo, mais quatro passageiros, cobrando dos mesmos R$ 50,00 
(cinquenta reais) pelo traslado. Carlos conhecia a procedência do veículo. Saulo, chefe 
imediato de Ricardo, sabia do ocorrido e não adotou qualquer medida para impedir que 
Ricardo utilizasse o veículo oficial em proveito próprio e tampouco comunicou ao Diretor da 
repartição. Considerando as disposições da Lei no 8.112/90, que trata do regime jurídico dos 
servidores públicos civis da União, bem como a Lei no 8.429/92, que estabelece as sanções 
aplicáveis aos atos de improbidade administrativa, responda, fundamentadamente, às 
seguintes indagações: a.A que penalidade Ricardo está sujeito? Quem é a autoridade 
competente para aplicação da pena e quais são as fases do correspondente processo 
disciplinar? Qual o prazo prescricional da correspondente ação disciplinar? Esse prazo é 
passível de interrupção? Em caso positivo, em que hipótese(s)? b. Ricardo se sujeita, mesmo 
na hipótese de condenação na esfera administrativa, às sanções previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa? Quais seriam essas sanções? Carlos, que não é servidor público, 
também está sujeito às referidas sanções? É determinante, para fins de configuração da(s) 
conduta(s) como ato de improbidade, a comprovação do dano ao patrimônio público? c.Saulo 
também pode responder por ato de improbidade? Admite-se que conduta omissiva seja 
configurada como ato de improbidade? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A Lei nº 8.112/90, conhecida como estatuto dos servidores públicos federais, elenca as 
penalidades que podem ser aplicadas a tais pessoas em caso de descumprimento dos deveres 
institucionais: advertência; suspensão; demissão; cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade; destituição de cargo em comissão; e destituição de função comissionada. 
 Deve ser ressaltado que a exoneração não se constitui em penalidade, ainda que se 
refira a um cargo em comissão. Isso é uma característica do cargo em comissão, ou seja, ele é 
de livre nomeação e livre exoneração. 
 Diante do narrado no enunciado da questão, Ricardo enquadrou-se na previsão legal 
de transgressão às normas proibitivas da Lei nº 8.112/90 (art. 132, XIII; e 117, XVI), 
especificamente na modalidade de utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em 
serviços ou atividades particulares. 
 Assim, Ricardo estará sujeito à pena de demissão e a autoridade competente para 
aplicá-la é o presidente do tribunal ao qual esteja vinculado, com base no art. 141, I, da Lei nº 
8.112/90. 
 O prazo prescricional da ação disciplinar é de cinco anos. Ressalte-se que ele pode ser 
interrompido mediante a abertura de sindicância ou instauração de processo administrativo 
disciplinar. As fases do processo administrativo disciplinar englobam a instauração, inquérito 
administrativo (instrução, defesa e relatório) e julgamento. 
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 4 
 No que tange às sanções de improbidade administrativa, Ricardo está sujeito a elas, 
ante o fato de serem independentes das punições penais, civis e administrativas, conforme art. 
12 da Lei nº 8.429/92. No caso de Ricardo, ele incorreu nos atos de improbidade que importam 
enriquecimento ilícito, pois auferiu vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de 
cargo, mandato, função, emprego ou atividade. 
 Carlos, mesmo não sendo servidor, está sujeito às sanções da Lei de Improbidade 
Administrativa, com base no art. 3º dessa norma. Esse artigo menciona que as disposições da 
Lei nº 8.429/92 são aplicáveis, no que couber, a quem não for agente público, bastando 
concorrer ou induzir para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiar. 
 Em relação à ocorrência de dano, a sanção independe da efetiva ocorrência de dano, 
salvo no tocante à pena de ressarcimento. 
 Acerca de Saulo, importante frisar que a omissão também pode configurar ato de 
improbidade, com base no art. 10 da Lei nº 8.429/92. 
- GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
 A Prova Estudo de Caso destinar-se-á a avaliar o domínio de conteúdo dos temas abordados, a 
experiência prévia do candidato e sua adequabilidade quanto às atribuições do cargo e 
especialidade. A Prova Estudo de Caso terá caráter eliminatório e classificatório. Cada uma das 
questões será avaliada na escala de 0 (zero) a 100 (cem) pontos, considerando-se habilitado o 
candidato que tiver obtido, no conjunto das duas questões, média igual ou superior a 60 
(sessenta). a.De acordo com o artigo 132, XIII c/c artigo 117, XVI, a pena é de demissão. A 
autoridade competente para a aplicação da pena é o Presidente do Tribunal (art. 141, I) e as 
fases do processo disciplinar são: instauração, com a publicação do ato que instituir a 
comissão; inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; e 
julgamento (art. 151). O prazo prescricional é de 05 (cinco) anos, podendo ser interrompido 
com a abertura de sindicância ou instauração de processo disciplinar, até a decisão final 
proferida por autoridade competente (art. 142, I e § 3º). b.Sim, pois as sanções são 
independentes, conforme artigo 12. As sanções passíveis de serem aplicadas a Ricardo são 
aquelas previstas no artigo 12, I, da Lei no 8.429/92, quais sejam, perda de bens ou valores 
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda 
da função pública, suspensão dos direitos políticos de 8 (oito) a 10 (dez) anos, pagamento de 
multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o 
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo 
prazo de 05 (cinco) anos. Sim, pois, de acordo com o disposto no art. 3º, as disposições da 
referida Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, 
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer 
forma direta ou indireta. Não, pois, conforme disposto no artigo 21, I, a aplicação das sanções 
previstas na referida Lei independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo 
quanto à pena de ressarcimento.c. Sim, a conduta praticada por Saulo encontra-se prevista no 
artigo 10, II, da Lei de Improbidade Administrativa e admite-se conduta omissiva, pois de 
acordo com o aludido dispositivo legal, constitui ato de improbidade qualquer ação ou 
omissão que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação 
dos bens ou haveres da Administração. 
 
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TRF4 - 2014 - FCC - ESTUDO DE CASO - Considere a seguinte situação hipotética: o Tribunal 
Regional Federal da 4ª Região instituiu uma comissão incumbida de apontar as alternativas 
juridicamente viáveis para o oferecimento de programas de capacitação a seus servidores, 
além de atividades continuas de aperfeiçoamento profissional e acadêmico. As alternativas 
aventadas foram: 1-Instituição de uma Fundação federal custeada com recursos 
orçamentários; 2-Criação de um centro de estudos, como órgão público integrante da 
estrutura do próprio Tribunal; ou 3-Contratação de uma instituição privada, com ou sem fins 
lucrativos, para a prestação dos serviços pretendidos. Considere o disposto na Constituição 
Federal e na legislação aplicável à espécie, responda, fundamentalmente, às seguintes 
indagações: a. As alternativas I e II dependem de lei específica ou prévia autorização legislativa 
ou podem ser implementadas, exclusivamente, por ato do Poder Judiciário ou do Poder 
Executivo? b.Qual o regime jurídico e o procedimento para admissão dos servidores 
contratados para a execução das atividades pretendidas nos modelos previstos nas 
alternativas I e II? Na hipótese de criação de Fundação, os servidores que venham a atuar, 
simultaneamente, nesta e no Tribunal, assumindo-se que exista compatibilidade de horários, 
poderão receber ambas as renumerações? Na hipótese de criação de um órgão do próprio 
Tribunal, em quais situações é possível atribuir gratificação ou adicional aos servidores que 
desempenham as atividades mencionadas no enunciado e como referidas parcelas são 
tratadas para fins de incorporação aos vencimentos e proventos? c. Caso a alternativa seja a 
contratação de instituição privada para prestação de serviços técnicos especializados de 
capacitação e aperfeiçoamento, qual(is) a(s) modalidade(s) licitatórias(s) prevista(s) para a 
seleção da referida instituição? Admite-se qie tal instituição subcontrate parcela do objeto do 
contrato? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A disciplina de criação de entidades da Administração Pública Indireta encontra 
guarida constitucional, isto é, o corpo da CRFB dispõe sobre os critérios mínimos para instituí-
las. 
 Conforme o art. 37, XIX, da CRFB, somente por lei específica poderá ser criada 
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de 
fundação, cabendo à lei complementar, no caso das fundações, definir as áreas de atuação. No 
caso de órgão público, sua criação e sua extinção dependem de lei. 
 Em relação ao regime jurídico dos servidores contratados, por conta de disposição 
exarada pelo STF, aplica-se o regime estatutário previsto na Lei nº 8.112/90. No que tange à 
admissão, a regra constitucional é a de que o ingresso na Administração Pública ocorrerá 
mediante o instituto do concurso público de provas ou de provas e títulos. A exceção ocorre nos 
casos de cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, que podem abranger 
servidores públicos ou não. 
 No tocante à acumulação de cargos, a CRFB também possui disposição sobre isso. 
Inicialmente, por uma questão lógica, é preciso haver compatibilidade de horários. A 
acumulação só é lícita se forem de dois cargos de professor, um cargo de professor e outro 
técnico (segundo o STJ, cargo técnico é aquele que demanda uma formação específica) ou dois 
cargos de profissional da saúde com profissões regulamentadas. 
Ressalte-se que a regra é a vedação de acumulação, que se estende para empregos e 
funções em autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista (e suas 
subsidiárias), e também sociedades controladas direta ou indiretamente pelo poder público. 
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Depreende-se, portanto, que a acumulação só será válida se houver enquadramento em uma 
das hipóteses acima elencadas. 
 Sobre o tema de gratificação ou adicional aos servidores que desempenhem as 
atividades aduzidas no enunciado da questão, com base na Lei nº 8.112/90, especificamente 
no seu art. 61, VIII, é plenamente possível atribuí-las. Frise-se que a incorporação aos 
vencimentos e proventos ocorrerá nas hipóteses e condições previstas em lei. As verbas 
indenizatórias, ante o seu caráter de reparo por conta de um dano ocasionado ao servidor, não 
se incorporam. 
 Em relação à modalidade licitatória dos serviços técnicos especializados de capacitação 
e aperfeiçoamento, primeiramente temos que buscar o seu conceito. O art. 13 da Lei nº 
8.666/93 elenca um rol de atividades que podem ser caracterizadas como serviços técnicos. 
Dentro desse rol há a previsão de treinamento e aperfeiçoamento de pessoal. 
 Portanto, os serviços elencados nesse artigo devem ter natureza singular e ser 
prestados por profissional notoriamente especializado. Com base nisso, nem sempre será 
possível estatuir uma competitividade, razão pela qual a própria Lei nº 8.666/93 prevê que será 
caso de inexigibilidade, como regra. Mas, dependendo da situação, recomenda-se a 
contratação mediante concurso. 
 Porém, havendo possibilidade de competitividade, deverá haver licitação e, ante a 
ausência de valores estipulados no enunciado da questão, poderá ocorrer o convite, a tomada 
de preços ou a concorrência. Ressalte-se que a concorrência sempre será possível, ainda que o 
valor contratual esteja enquadrado dentro do parâmetro do convite ou da tomada de preços. 
 No que tange à subcontratação, com base no art. 78, VI, da Lei nº 8.666/93, a 
subcontratação total ou parcial do objeto contratual sem permissão editalícia é causa que 
autoriza a rescisão. Logo, para que ela seja lícita, o edital deve possuir previsão nesse sentido. 
- GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
a. Para a criação de fundação é exigida prévia autorização legislativa, conforme dispõe o inciso 
XIX do artigo 37 da Constituição Federal. Também para a criação de órgão público, exige-se lei, 
conforme artigo 48, inciso XI, da Constituição Federal. B. Em ambos os casos exige-se que a 
admissão seja precedida de concurso público, conforme artigo 37, inciso II, da Constituição 
Federal, salvo em se tratando de cargo em comissão. O regime jurídico dos servidores do 
Tribunal e o daqueles admitidos na Fundação é o mesmo, conforme artigo 39 da Constituição 
Federal, e está consolidado na Lei nº 8.112/90, conforme expressamente previsto em seu art. 
1º e 243. A acumulação renumerada de cargos, funções ou empregos pressupõe a 
compatibilidade de horários, mas somente é admitida nas hipóteses previstas no inciso XVI do 
artigo 37 da Constituição Federal: dois cargos de professor; um cargo de professor e um 
técnico ou científico e dois cargos de profissional da saúde. Ou seja, na situação em exame, a 
acumulação será permitida se o servidor se enquadrar na segunda situação. É possível atribuir 
adicional em função da natureza e local do trabalho, conforme artigo 61, VIII. As gratificações e 
adicionais incorporam-se aos vencimentos e proventos nas hipóteses e condições previstas em 
lei, o mesmo não ocorrendo com parcelas indenizatórias, conforme art. 49. c. A modalidade 
licitatória depende do valor estimado para a contratação: até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) a 
modalidade é o convite; até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais) a modalidade é a 
tomada de preços e acima deste valor éobrigatória a adoção da modalidade concorrência, 
conforme artigo 23, inciso II, da Lei nº 8.666/93, admitindo-se sempre a modalidade 
concorrência, conforme § 3º do mesmo artigo. A subcontratação parcial é admitida se prevista 
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 7 
no edital e contrato. Caso contrário, enseja a rescisão contratual, conforme artigo 78, VI, da lei 
nº 8.666/93. 
 
TRF2 – 2017 – CONSULPLAN - “O Presidente de determinada autarquia federal editou a 
Instrução Normativa XW-20, na qual foi instituída gratificação de produtividade, devida aos 
servidores públicos cuja frequência ao trabalho superasse o quantitativo mínimo de horas 
estabelecido em lei e que tivessem produtividade superior a 30% da média dos servidores do 
respectivo setor. Poucos meses após a edição da Instrução Normativa XW-20, o presidente da 
autarquia foi sucedido por outro, que resolveu revogar o referido ato normativo. Isidro, 
servidor da autarquia, preencheu os requisitos exigidos antes da revogação, mas somente 
requereu o pagamento da gratificação em momento posterior. O requerimento, no entanto, 
foi indeferido pelo atual presidente da autarquia.” À luz das informações fornecidas, analise 
todos os aspectos jurídicos relevantes e responda se Isidro tem direito subjetivo à gratificação 
requerida. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A Instrução Normativa XW-20 era manifestamente inconstitucional, já que a 
gratificação de produtividade somente poderia ser criada por lei, não por ato normativo 
infralegal. 
A exigência de lei decorre do disposto no Art. 37, caput ou no Art. 37, inciso X ou no Art. 
61, § 1º, II, a), todos da CRFB/88. Como o ato normativo era manifestamente inconstitucional, 
dele não se originou qualquer direito. 
Portanto, apesar de Isidro ter preenchido os requisitos exigidos antes de sua 
revogação, o disposto no Art. 5º, XXXVI, da CRFB/88, que consagra a garantia do direito 
adquirido, não se aplica à hipótese, pois, como se disse, o ato era manifestamente 
inconstitucional. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
TRF3 - 2016 - FCC - ESTUDO DE CASO - Considere a seguinte situação hipotética: Mauro, 
empregado da empresa X, inconformado com a situação política atual do país, através das 
redes sociais e dos sindicatos de diversas categorias profissionais, marcou reunião de apoio ao 
impeachment da Presidente da República, na cidade de São Paulo, na calçada da Av. Paulista, 
em frente à Estação do Metrô Trianon-MASP. A reunião foi previamente comunicada às 
autoridades responsáveis respeitando todas as formalidades exigidas, não sendo requerida 
nenhuma autorização expressa. Diana, também empregada da empresa Z, tendo retornado ao 
trabalho há 15 dias de uma licença de maternidade de cento e vinte dias, ao tomar 
conhecimento da reunião de Mauro, sendo defensoria do atual governo, marcou, também 
pelas redes sociais, reunião de apoio ao Presidente da República para o mesmo dia, no mesmo 
horário, e no mesmo local, não comunicando e nem solicitando autorização previamente a 
qualquer autoridade. No referido dia, um caos se instalou no local, uma vez que as pessoas dos 
dois grupos passaram a se enfrentar fisicamente, causando, inclusive, danos à estrutura da 
fachada da empresa X localizada nas proximidades. Diante dos fatos, a referida empresa 
rescindiu o contrato de trabalho com Mauro e Diana por justa causa alegando incontinência de 
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 8 
conduta de Mauro e ato de indisciplina de Diana. Neste caso, considerando que ambas as 
reuniões forram marcadas após o horário de trabalho de Mauro e Diana, bem como que os 
empregados não se utilizaram da estrutura da sua empregadora para marcar as referidas 
reuniões, responda, fundamentadamente: A. Mauro e Diana respeitaram a Constituição 
Federal no tocante ao exercício do direito de reunião? B. A empresa X rescindiu corretamente 
os contratos de trabalhos de seus empregados? (30 LINHAS) 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A Constituição Federal garante que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas 
em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem 
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso 
à autoridade competente, tratando-se, pois, de direito individual coligar-se com outras 
pessoas, para fim licito. 
No caso em tela, Mauro agiu corretamente porque comunicou previamente às 
autoridades competentes, não sendo necessária autorização expressa. Porém, deve-se 
observar que o direito de reunião deve ocorrer de forma pacífica, sem armas, não tendo o 
grupo agido corretamente ao confrontar-se com o outro grupo. 
No tocante a Diana, ocorreu desrespeito ao alicerce do direito de reunião, ou seja, a 
não frustração de outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local, bem como não 
avisou previamente à autoridade competente e ainda confrotaram com o outro grupo. Diana 
não respeitou a Constituição Federal. 
 A empresa X rescindiu incorretamente os contratos de trabalhos de seus empregados 
tendo em vista que os mesmos não praticaram conduta tipificadora de justa causa na rescisão 
contratual, tratando-se de condutas não relacionadas ao desempenho de suas atividades 
laborais. As condutas tipificadoras da rescisão do contrato de trabalho com justa causa estão 
taxativamente previstas no art. 482 da CLT. 
O ato de incontinência de conduta está relacionado ao desregramento do empregado 
no tocante à vida sexual e o ato de indisciplina diz respeito ao descumprimento de ordens 
gerais de serviço. 
Com relação a estabilidade gestacional de Diana, esta não seria um obstáculo à 
rescisão contratual por justa causa, tendo em vista que não há garantia de emprego ante a 
falta grave. No caso em tela, as condutas não tipificaram falta grave, permanecendo a 
estabilidade gestacional. 
- GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
A. Segundo Alexandre de Moraes “a Constituição Federal garante que todos podem reunir-se 
pacificamente, sem armas em locais abertos ao público, independentemente de autorização, 
desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo 
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente, tratando-se, pois, de direito individual o 
coligar-se com outras pessoas, para fim licito”. (Direito Constitucional, 28º ed., p. 82). No caso 
em tela, Mauro agiu corretamente porque comunicou previamente às autoridades 
competentes, não sendo necessária autorização expressa. Porém, deve-se observar que o 
direito de reunião deve ocorrer de forma pacífica, sem armas, não tendo o grupo agido 
corretamente ao confrontar-se com o outro grupo. No tocante a Diana, ocorreu desrespeito ao 
alicerce do direito de reunião, ou seja, a não frustração de outra reunião convocada 
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anteriormente para o mesmo local, bem como não avisou previamente à autoridade 
competente e ainda confrotaram com o outro grupo. Diana não respeitou a Constituição 
Federal. B. A empresa X rescindiu incorretamente os contratos de trabalhos de seus 
empregados tendo em vista que os mesmos não praticaram conduta tipificadora de justa 
causa na rescisão contratual, tratando-se de condutas não relacionadas ao desempenho de 
suas atividades laborais. As condutas tipificadoras da rescisão do contrato de trabalho com 
justa causa estão taxativamente previstas no art. 482 da CLT. O ato de incontinência de 
conduta está relacionado ao desregramento do empregado no tocante à vida sexual e o ato de 
indisciplina diz respeito ao descumprimento de ordens gerais de serviço” (Sergio Pinto 
Martins, Comentários a CLT, p. 506 e513). Com relação a estabilidade gestacional de Diana, 
esta não seria um obstáculo à rescisão contratual por justa causa, tendo em vista que não há 
garantia de emprego ante a falta grave. No caso em tela, as condutas não tipificaram falta 
grave, permanecendo a estabilidade gestacional. 
 
TRF2 – 2017 – CONSULPLAN - Após amplos debates, o Presidente da República, há poucos 
meses, assinou tratado internacional que limitava as hipóteses de prisão preventiva, 
decretada, como se sabe, antes que se tenha certeza a respeito da autoria do crime, e 
estabelecia diretrizes para o sistema prisional. Alguns desses comandos colidiam com normas 
extraídas do Art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, ampliando o alcance da 
proteção ali prevista, de modo a trazer grande benefício aos usuários dos serviços judiciários. 
O tratado foi aprovado, em dois turnos de votação, pela unanimidade dos membros de ambas 
as Casas do Congresso Nacional, sendo promulgado na ordem jurídica interna.A aplicação de 
um dos comandos do tratado foi invocada em processo que se encontrava perante uma Turma 
do Tribunal Regional Federal competente, que demonstraria a ilicitude de ato que contara com 
o concurso de oficial de justiça no exercício da função. Na ocasião, a União, que figurava no 
polo passivo, arguiu a inconstitucionalidade do referido comando. A turma, ao se pronunciar, 
decidiu simplesmente não aplicar o comando do tratado ao caso concreto, entendendo que os 
efeitos decorrentes de sua aplicação não seriam razoáveis. À luz das informações fornecidas e 
dos aspectos jurídicos relevantes, responda e justifique se o comando do referido tratado 
internacional, em razão de sua natureza jurídica, poderia ser objeto de controle difuso de 
constitucionalidade pelos tribunais, bem como se a Turma do Tribunal Regional Federal agiu 
corretamente. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O referido tratado internacional tem por objeto a proteção dos direitos humanos, 
tendo sido aprovado com observância do procedimento estabelecido no Art. 5º, § 3º, da 
CRFB/88, o que indica que possui a natureza jurídica de emenda constitucional. 
Todos os tribunais podem realizar o controle difuso de constitucionalidade, o que decorre da 
supremacia normativa da Constituição, sendo que, nos termos do Art. 97 da CRFB/88 (0,50), 
somente pela maioria absoluta dos seus membros ou do respectivo órgão especial, podem 
declarar a inconstitucionalidade de ato normativo do poder público, epígrafe sob a qual se 
enquadra a emenda constitucional. 
Por fim, ressalte-se que a Turma agiu incorretamente, pois a não aplicação do ato 
normativo ao caso concreto deveria ter observado o disposto no Art. 97 da CRFB/1988, 
conforme determinado na Súmula Vinculante nº 10, do Supremo Tribunal Federal. 
 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
TRF4 - 2014 - FCC - ESTUDO DE CASO - Laurinda é aposentada por tempo de contribuição pelo 
Regime Geral da Previdência Social. Após a concessão de sua aposentadoria pelo INSS, 
Laurinda continuou a trabalhar e recolher salários de contribuição. Laurinda pretende 
desaposentar e obter nova aposentadoria por tempo de contribuição maior, considerando os 
salários de contribuição posteriores à sua aposentadoria. Neste caso, responda 
fundamentalmente: a- Nos termos das Leis nos 8.212 e 8.213/1991 é possível Laurinda obter 
nova aposentadoria, mesmo já sendo aposentada? b- Atualmente, qual o posicionamento 
jurisprudencial dominante no Superior Tribunal de Justiça e respeito da segunda 
aposentadoria? c- O Supremo Tribunal federal já se manifestou sobre o tema? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Segundo o § 3º do artigo 11 da Lei n° 8.213/91 “o aposentado pelo Regime Geral de 
Previdência Social – RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida 
por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às 
contribuições de que trata a Lei nº 8.212 de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da 
Seguridade Social”. 
Dessa forma, aquele que se aposentar e voltar a exercer atividade abrangida pelo 
Regime Geral da Previdência Social é considerado segurado obrigatório e nesta qualidade 
deverá, necessariamente, proceder aos recolhimentos previdenciários relativos à nova 
atividade exercida. 
Por outro lado o § 2º do art. 18 da Lei nº 8.213/91, que afirma que “o aposentado pelo 
Regime Geral de Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao 
salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado” a princípio não permitiria o 
recebimento de nova aposentadoria. 
De acordo com jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça – STJ, com base 
nos artigos supramencionados os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais 
disponíveis para computar período contributivo utilizado, conjuntamente com os salários de 
contribuição da atividade em que permaneceu trabalhando, para concessão de posterior e 
nova aposentadoria, afirmando que inexiste fundamento jurídico para o indeferimento da 
renúncia quando ela constituir uma liberalidade do aposentado. 
E, ainda de acordo com a jurisprudência, dominante do STJ o ato de renunciar ao 
benefício tem efeitos ex tunc e não implica a obrigação de devolução das parcelas recebidas, 
pois, enquanto esteve aposentado, o segurado fez jus aos seus proventos. Inexistindo a aludida 
inativação onerosa aos cofres públicos. 
O Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral da matéria. 
Anteriormente, porém, foi proferido voto favorável à possibilidade de nova aposentadoria, 
baseada na constitucionalidade do § 3º do art. 11 da Lei nº 8.213/91, bem como do § 2º do 
art. 18 da Lei nº 8.213/91, afastando a duplicidade de benefício, mas não o novo cálculo d 
parcela previdenciária. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
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TRF3 - 2014 - FCC - ESTUDO DE CASO - ESTUDO DE CASO - Em cumprimento de um mandado 
expedido pelo juiz competente da Justiça Federal, de São Paulo, em execução fiscal federal 
baseada em certidão de dívida ativa, decorrente do não pagamento do imposto de renda por 
pessoa física, proposta em 23 de abril de 2013, o oficial de justiça compareceu ao domicílio do 
executado e não o encontrou, tendo certificado que “a pessoa que ali se encontrava e que o 
atendeu informou que o executado, em agosto de 2013, mudou-se para o Estado do Rio 
Grande do Sul”. Analise o caso exposto, respondendo, fundamentadamente: a. em que 
consiste a citação e qual a sua finalidade e importância no processo. b. se a certidão do oficial 
de justiça está correta para a situação de fato com a qual se deparou. c. se a competência para 
processar e julgar a execução fiscal se desloca para a Vara competente do Estado do Rio 
Grande do Sul. d. como se procederá à citação do executado. (QUESTÃO ADAPTADA DE 
ACORDO COM O NOVO CPC) 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 Em relação ao item “a”, citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou 
o interessado para integrar a relação processual (art. 238 do CPC). Além desta convocação a 
juízo, serve também para cientificar-lhe do teor da demanda formulada, concretizando o 
contraditório mínimo na vertente da informação necessária (art. 5º, LV, da CRFB). 
 Registre-se que foi suprimida a expressão de que o demandado seria citado “a fim de 
se defender” (art. 213 do CPC/1973), diante da cultura da pacificação preconizada pela nova lei 
processual, que prevê uma audiência inaugural de conciliação ou de mediação (art. 334 do 
CPC), antes mesmo da apresentação da defesa pelo réu. 
 Em relação ao item “b”, a certidão do oficial de justiça está incompleta, já que não 
indica a qualificação de quemlhe forneceu a informação, bem como nem indica se foram 
perquiridos eventuais elementos sobre o paradeiro do citando na cidade em que ora se 
encontra (art. 154, I, do CPC). O atuar deste auxiliar de justiça (art. 149 do CPC), na hipótese, 
demonstra-se não colaborativo aos fins do processo (art. 6º do CPC), pois prejudica o 
sequenciamento do feito pelo demandante. 
 No tocante ao item “c”, não haverá deslocamento da competência em razão do 
princípio da perpetuação da jurisdição, ou perpetuatio jurisdictionis (art. 43 do CPC). Cuida-se 
de regra de estabilidade da competência, de modo que se denotam irrelevantes as 
modificações do estado de fato ou de direitos ocorridas posteriormente ao registro ou 
distribuição da demanda. No caso concreto, aplica-se diretamente o verbete sumular nº 58 do 
STJ. 
 Por fim, acerca do item “d”, sendo conhecido o endereço do demandado em diversa 
localidade, a citação poderá se dar pelo correio, mediante aviso de recebimento (arts. 247 e 
248 do CPC), ou mesmo através de expedição de carta precatória (art. 237, III, do CPC). Ao 
contrário, se desconhecido o lugar onde se encontra o citando, viabilizar-se-á a citação por 
edital (art. 256, II, do CPC). 
- GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
Abordagem Esperada - A Prova Estudo de Caso destinar-se-á a avaliar o domínio de conteúdo 
dos temas abordados, a experiência prévia do candidato e sua adequabilidade quanto às 
atribuições do cargo e especialidade. A Prova Estudo de Caso terá caráter eliminatório e 
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classificatório. Cada uma das questões será avaliada na escala de 0 (zero) a 100 (cem) pontos, 
considerando-se habilitado o candidato que tiver obtido, no conjunto das duas questões, 
média igual ou superior a 60 (sessenta). 1-a. A citação é o ato de chamamento do réu a juízo e 
que o vincula ao processo e seus efeitos. Como observa VICENTE GRECCO FILHO, “a citação é a 
primeira e fundamental garantia de um processo livre e democrático, porque por seu 
intermédio se leva ao réu o conhecimento da demanda e o que pretende o autor” (Direito 
Processual Civil Brasileiro, Ed. Saraiva, 2º vol., p. 29), assegurando o contraditório e a ampla 
defesa. Sem a citação não se completa a relação jurídica processual, não produzindo o 
processo nenhum efeito, sendo, no dizer de LIEBMAN, “um ato jurídico inexistente”. 2-b.A 
certidão do oficial de justiça tem fé pública e deve ser clara, completa e inequívoca, 
descrevendo minuciosamente o que ocorrer durante a diligência, bem como indicando os 
elementos que possibilitem às partes e ao juiz a adoção das providências pertinentes. No caso 
concreto, a certidão está incompleta, pois o oficial de justiça não forneceu a qualificação da 
pessoa que o atendeu, não informando, dentre outros dados, se é parente, sucessor, locatário, 
ocupante, novo proprietário do imóvel em que o réu era domiciliado; outrossim, dela não 
constou ter indagado para qual cidade do Estado do Rio Grande do Sul o executado havia se 
mudado, nem a respeito do endereço deste naquela localidade. 3- A competência não se 
desloca para o Estado do Rio Grande do Sul, porque a mudança de domicílio do executado 
ocorreu depois da propositura da ação. A legislação brasileira adota o princípio da 
perpetuação da competência, sendo que, no que concerne à execução fiscal, há até Súmula do 
Superior Tribunal de Justiça a respeito: “Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de 
domicílio do executado não desloca a competência já fixada” (STJ, Súmula 58). 4-No caso em 
exame, não consta o endereço atual do executado, nem sequer a cidade onde se encontra. 
Nesse caso, se, através de diligências posteriores, for descoberto o local em que o executado 
está domiciliado no Estado do Rio Grande do Sul, a sua citação será feita pelo correio ou por 
carta precatória; caso contrário, por edital. 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
TRF3 - 2014 - FCC - ESTUDO DE CASO - No cumprimento de um mandado judicial, em diligência 
externa, o oficial de justiça é gravemente aviltado por particular tecnicamente primário, 
estando aquele no exercício de suas funções. Fundamentadamente, esclareça se, em relação 
ao particular: a. Cabe prisão em flagrante? Quais as providências que deverão ser adotadas 
pela Autoridade Policial? b. Cabe, em tese, prisão preventiva se já tiver sofrido condenação 
criminal recorrível? Por quê? c. Sob quais pressupostos e forma pode ser algemado? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Ao proceder à análise do problema exposto, verifica-se que ao ser aviltado por 
particular no exercício de suas funções, o oficial se justiça foi vítima do crime de desacato 
praticado pelo particular, previsto no art. 331 do CP. Por não possuir pena privativa de 
liberdade máxima superior a dois anos, é considerada infração de menor potencial ofensivo, 
conforme determina o art. 61 da Lei nº 9.099/95. 
 Deste modo, ao ser detido e conduzido, a juízo do delegado de polícia, deverá ser 
lavrado termo circunstanciado de ocorrência, encaminhando-o imediatamente ao Juizado, com 
o autor do fato e a vítima. Caso não seja possível a apresentação imediata, deverá o autor 
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assumir o compromisso de comparecer ao Juizado quando for convocado, sob pena de ser 
preso em flagrante caso não o assuma (art. 69 e parágrafo único da Lei nº 9.099/95). 
 Na hipótese de ter sofrido condenação recorrível, não será admitida a decretação de 
eventual prisão preventiva em virtude de não ser crime punido com pena máxima superior a 
quatro anos (art. 313, I, do CPP), bem como estar ausente o requisito de condenação 
transitada em julgado previsto no art. 313, II, CPP, haja vista o princípio da presunção de 
inocência (art. 5º, LVII, da CRFB). 
 A Súmula Vinculante nº 11, editada em 2008, aduz que só é lícito o uso de algemas em 
casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física, própria ou 
alheia, por parte do preso ou de terceiros. Essa excepcionalidade deve ser justificada por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de 
nulidade da prisão ou do ato processual, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
 O Decreto nº 8.858/16 limita o uso de algemas a situações de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, causado pelo preso ou por 
terceiros. A norma determina que toda medida excepcional deve ser justificada por escrito, de 
forma semelhante ao que já diz a Súmula Vinculante nº 11. 
 O emprego de algemas terá as seguintes diretrizes: a dignidade da pessoa humana 
(art. 1º, III, da CRFB); a proibição de que qualquer pessoa seja submetida a tortura, tratamento 
desumano ou degradante (art. 5º, III, da CRFB); a Resolução nº 2010/16, de 22 de julho de 
2010, das Nações Unidas sobre o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de 
liberdade para mulheres infratoras (Regras de Bangkok); e o Pacto de San José da Costa Rica, 
que determina o tratamento humanitário dos presos e, em especial, das mulheres em condição 
de vulnerabilidade. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
Súmula Vinculante n° 11 do STF: - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de 
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso 
ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade 
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato 
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado 
Sumula n° 444 do STJ - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em 
curso para agravar a pena-base. 
- GABARITODA BANCA EXAMINADORA: 
Abordagem Esperada - A Prova Estudo de Caso destinar-se-á a avaliar o domínio de conteúdo 
dos temas abordados, a experiência prévia do candidato e sua adequabilidade quanto às 
atribuições do cargo e especialidade. A Prova Estudo de Caso terá caráter eliminatório e 
classificatório. Cada uma das questões será avaliada na escala de 0 (zero) a 100 (cem) pontos, 
considerando-se habilitado o candidato que tiver obtido, no conjunto das duas questões, 
média igual ou superior a 60 (sessenta). A-Trata-se de crime de menor potencial ofensivo (Cód. 
Penal, art. 331), com pena máxima não superior a 2 anos de detenção, diante do que o autor 
do fato é de ser conduzido preso à presença da Autoridade Policial que lavrará termo 
circunstanciado e, à vista do compromisso de comparecimento ou apresentação imediata a 
Juízo, não lhe imporá prisão em flagrante e sequer lhe exigirá fiança (Lei no 9.099/95, art. 69, 
parágrafo único). B-Não, posto que não se trata de crime punido com pena máxima superior a 
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4 anos (Cód. de Processo Penal, art. 313, I) e o autor do fato, aliás de menor potencial 
ofensivo, não foi ainda definitivamente condenado por outro crime (Cód. de Processo Penal, 
art. 313, II), militando em seu favor, ademais, a presunção constitucional de inocência 
(Constituição Federal, art. 5º, LVII c/c o sentido normativo da Súmula 444 do STJ). c. Nos 
termos da Súmula Vinculante 11 do Supremo Tribunal Federal, somente é possível a aplicação 
de algemas quando houver resistência, ou fundado receio de fuga ou perigo à integridade 
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade, em 
qualquer caso, por escrito. 
 
TRF2 - 2017 - CONSULPLAN - “Fulano de Tal, brasileiro, casado, servidor público, nascido em 
10/01/1992, praticou, no dia 22/03/2011, o crime de peculato mediante erro de outrem (pena 
prevista no tipo de um a quatro anos de reclusão e multa). A denúncia foi recebida em 
03/04/2012. O processo teve todo o seu trâmite regular, tendo sido proferida sentença 
condenatória no dia 04/07/2014, com a fixação de pena privativa de liberdade de um ano, 
substituída por restritivas de direitos. Devidamente intimadas defesa, réu e acusação, a 
sentença transitou em julgado em 29/08/2014.” Com base nos dados apresentados, pergunta-
se: há prescrição da pretensão punitiva? Se positiva a resposta, em que modalidade? Explique. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 A prescrição penal é a perda do direito de punir do Estado pelo seu não exercício em 
determinado lapso de tempo, conforme previsto no art. 107 do CP. 
 Muito se discute a respeito da natureza jurídica da prescrição penal, isto é, se é um 
instituto de natureza material (penal), processual (processual penal) ou mista. A doutrina 
tradicional entende que a natureza jurídica da prescrição penal é instituto de direito material, e 
não processual, sendo regulado pelo Código Penal e em consonância com o art. 10 do mesmo 
diploma legal. Uma consequência deste posicionamento é que os prazos prescricionais são 
contados com a inclusão do dia de início. 
 A prescrição pode ser dividida em duas espécies: a prescrição da pretensão punitiva e a 
prescrição da pretensão executória. A primeira ocorre antes do trânsito em julgado da 
sentença criminal e tem como principal consequência a eliminação de todos os efeitos do 
crime, como se ele não tivesse existido. A prescrição da pretensão punitiva subdivide-se em: 
abstrata, superveniente ou intercorrente e retroativa. 
 Já a segunda espécie, prescrição da pretensão executória, ocorre após o trânsito em 
julgado, sendo que a sua ocorrência gera a perda do direito de o Estado de executar a pena 
imposta ao condenado, diante do transcorrer do prazo prescricional estipulado. Ainda que o 
condenado fique livre do cumprimento da pena, a prescrição da pretensão executória não 
afasta os efeitos secundários da sentença condenatória, como, por exemplo, a reincidência. 
No caso apresentado, há prescrição da pretensão punitiva na modalidade retroativa. 
Conforme estabelece o Código Penal, quando a pena é de 1 ano, a prescrição ocorre em 4 anos 
(art. 109, V, do CP). No entanto, referido prazo é reduzido da metade quando o criminoso for, 
ao tempo do fato, menor de 21 anos (art. 115 do CP), situação do enunciado. 
A prescrição é retroativa porque a pena levada em consideração para o cálculo não é a 
prevista abstratamente no tipo penal, mas a fixada na sentença condenatória. Entre a data do 
recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória decorreu prazo superior a 2 
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anos. Destaque-se que não houve prescrição da pretensão punitiva propriamente dita, pois, 
para esta, considera-se a pena máxima cominada em abstrato (4 anos), o que elevaria o prazo 
prescricional para 8 anos (caindo para 4, por conta da idade do autor). Entre a data do fato e o 
recebimento da denúncia, ou entre esta e a publicação da sentença, não decorreu prazo 
superior a 4 anos. 
 
TRF4 - 2014 - FCC - ESTUDO DE CASO - Cumprindo o mandado judicial, regularmente expedido 
pela Vara Federal das Execuções Criminais, nos autos de determinado processo de execução 
penal, o Oficial de Justiça dirigiu-se à residência do sentenciado para proceder à avaliação de 
um bem móvel, antes penhorado na execução da pena de multa, única sanção remanescente, 
eis que já cumprida a pena de reclusão de três anos aplicada, concomitantemente, por esse 
único crime em execução. Ali chegando, o Oficial de Justiça encontra o Advogado do 
sentenciado pedindo-lhes que suspenda o cumprimento do mandado. O causídico alega 
oralmente que, com seus argumentos antes rejeitados em sede de agravo em execução pelo 
Tribunal Regional Federal respectivo, acaba, porém, de obter decisão final favorável em 
habeas corpus impetrado perante o Superior Tribunal de Justiça, para o fim exclusivo de ser 
determinada a incompetência do Juízo da execução criminal para executar aquela pena de 
multa, em favor da competência do Juízo da Execução Fiscal, devendo o processo de execução 
penal aguardar suspenso a solução do débito perante este último. Estritamente, à luz da 
jurisprudência hoje consolidada do Superior Tribunal de Justiça, comente a verossimilhança, os 
fundamentos e a adequação técnica de cada uma das alegações apresentadas pelo Advogado 
para, afinal, justificadamente, dispor sua decisão final, na condição de Oficial de Justiça, sobre 
o pedido formulado pelo causídico. Não acresça novos dados factuais não contemplados na 
questão. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A alegação do advogado fundamenta-se no entendimento das turmas criminais do STJ 
no sentido de que a execução forçada da pena de multa, em infrações comuns, cabe ao Juízo 
competente para a execução fiscal, sendo da Fazenda Pública, e não do Ministério Público, a 
legitimidade ativa para tal intento. Referida visão encontra guarida na Súmula nº 521 do STJ. 
 Contudo, o STJ vem se mostrando refratário à admissão do habeas corpus em 
substituição ao recurso processual próprio. No caso, inversamente ao recurso especial, alega o 
advogado ter sido bem sucedido em habeas corpus diretamente, o que, à vista do 
entendimento reiterado STJ, colide com o que a referida Corte vem ordinariamente 
sedimentando. Aduza-se que o STF trilha o mesmo entendimento. 
 Consoante a Súmula nº 693 do STF e o entendimento do STJ, a jurisprudência ressalta o 
não cabimento de habeas corpus para o debate exclusivo da multa penal, já que nele não se 
expõe a liberdade de locomoção do paciente em perigo. 
 Por fim, o STJ pacificou o entendimento de que, com a remessa da execução da multa 
ao juízo fiscal,e não havendo outra pena a ser executada, tem-se a extinção imediata do 
processo de execução penal, independentemente da extinção da multa. Logo, não estaria 
alinhada a esse entendimento a concessão da ordem para que o processo de execução penal, 
no caso, aguardasse suspenso a solução do débito. 
 Ademais, além da inverossimilhança da alegação do advogado, a mera avaliação 
sequer acresce qualquer gravame ao sentenciado, sendo que a decisão final do oficial de 
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justiça deve ser a de dar cumprimento à diligência de avaliação constante do mandado judicial 
que tem em mãos. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
HABEAS CORPUS – JULGAMENTO POR TRIBUNAL SUPERIOR – IMPUGNAÇÃO. A teor do 
disposto no artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal, contra decisão, proferida 
em processo revelador de habeas corpus, a implicar a não concessão da ordem, cabível é o 
recurso ordinário. Evolução quanto à admissibilidade do substitutivo do habeas corpus. 
PROCESSO-CRIME – DILIGÊNCIAS – INADEQUAÇÃO. Uma vez inexistente base para o 
implemento de diligências, cumpre ao Juízo, na condução do processo, indeferi-las. (STF - HC: 
109956 PR, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 07/08/2012, Primeira Turma, 
Data de Publicação: DJe-178 DIVULG 10-09-2012 PUBLIC 11-09-2012) 
Súmula 693 do STF - Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou 
relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única 
cominada. 
Súmula 521 do STJ - A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento 
imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. 
Execução penal. Agravo regimental no habeas corpus. Crimes financeiros –arts. 4º e 22 da Lei 
n. 7.492/86. Pena privativa de liberdade cumulada com pena de multa. Indulto da primeira e 
inscrição da segunda na dívida ativa da União. Juízo da execução penal incompetente para 
analisar o pedido de indulto da multa. Competência da autoridade Fiscal. Impetração de HHCC 
no TJ/SP e no STJ. Não conhecimento. Ausência de ameaça ao direito de locomoção. Objeto 
único da tutela em HC (CF, art. 5º, inc. LXVIII). Impossibilidade da reconversão da multa em 
pena privativa de liberdade. Fundamento não atacado. Insistência nos temas de fundo 
(competência do Juízo da Execução Penal e prescrição da pena de multa). Art. 51 do Código 
Penal: Pena multa convertida em dívida de valor. Regência pela legislação atinente à Fazenda 
Pública. Dupla supressão de instância. Inviabilidade do writ. 1. O habeas corpus é cabível 
“sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder” (CF, art. 5º, inc. LXIX), por isso 
não tem cabimento quando não estiver em jogo o objeto específico de sua tutela. 2. In casu, o 
paciente foi condenado à pena privativa de liberdade, cumulada com pena de multa, pela 
prática dos crimes descritos nos arts. 4º e 22, da Lei n. 7.492/86, e, após o trânsito em julgado 
da sentença, foi iniciada a execução da pena privativa de liberdade, sendo a pena de multa 
convertida em dívida de valor e encaminhada à Fazenda Pública para execução, ex vi do art. 51 
do Código Penal. Posteriormente beneficiado com o indulto da pena privativa de liberdade, o 
paciente requereu o indulto da pena de multa, tendo o Juízo da Execução Penal se declarado 
incompetente para julgar o feito em face da conversão daquela em dívida de valor, ante o 
deslocamento da competência para a autoridade fiscal. 2.1. Daí a impetração sucessiva de 
habeas corpus no TJ/SP e STJ sustentando a competência do Juízo da Execução Penal, fundada 
em que a conversão da pena de multa em dívida de valor não lhe retira a natureza penal; 
inovando, ademais, com a ocorrência da prescrição. 2.2. Ambos os Tribunais não conheceram 
das impetrações, sob o fundamento da inexistência de ameaça atual ou iminente ao status 
libertatis em decorrência de abuso de poder ou ilegalidade, sendo certo que o 
inadimplemento da pena de multa convertida em dívida ativa não resultará em cerceio da 
liberdade; aliás, em consonância com o entendimento firmado pelo Pleno desta Corte no HC 
(AgR) n. 82.880/SP, Pleno, DJ de 16/05/2003, verbis: “CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. 
HABEAS CORPUS: CABIMENTO. C.F., art. 5º, LXVIII. I. - O habeas corpus visa a proteger a 
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liberdade de locomoção – liberdade de ir, vir e ficar – por ilegalidade ou abuso de poder, não 
podendo ser utilizado para proteção de direitos outros. C.F., art. 5º LXVIII. II. - H.C. Indeferido, 
liminarmente. Agravo não provido”, valendo conferir ainda o recente julgado da 2ª Turma 
desta Corte no HC n. 105.903, Rel. Min. Rosa Weber, no qual, em situação que se assemelha à 
do caso sub examine, assentou que “Tratando-se de condenação criminal somente à pena de 
multa e não sendo ela passível de conversão em prisão, não se encontra em risco a liberdade 
de locomoção do paciente, não sendo, por este motivo e conforme consubstanciado na 
Súmula 693 deste Supremo Tribunal Federal, cabível o habeas corpus, instrumento destinado à 
garantia da liberdade de locomoção”. 3. A insistência no conhecimento de questões sobre as 
quais as instâncias antecedentes não se manifestaram encontra resistência na pacífica 
jurisprudência desta Corte, no sentido de repudiar o conhecimento, per saltum, de habeas 
corpus, sendo certo que, in casu, há dupla supressão de instância. 4. Não obstante a higidez do 
fundamento do ato impugnado, e apenas ad argumentandum tantum, é consensual que a 
pena de multa pode ser alcançada pela prescrição da pretensão punitiva, nos termos do art. 
114, I e II, do Código Penal, tanto a pena cominada in abstracto quanto a concretamente fixada 
na sentença ainda não transitada em julgado, ao passo que a prescrição da pretensão 
executória da pena de multa, vale dizer, da pena resultante de sentença transitada em julgado, 
há de ser questionada junto à autoridade fiscal à luz do Código Tributário Nacional, por 
expressa disposição do art. 51 do Código Penal. 5. Ainda a título argumentativo, não há falar 
em competência do Juízo da Execução Penal para decidir a respeito da pena de multa 
convertida em dívida de valor. Destarte, independentemente da origem penal da sanção, a 
multa restou convolada em obrigação de natureza fiscal e, por essa razão, a competência para 
passou a ser da autoridade fiscal, por força da Lei n. 9.268/96, que deu nova redação ao art. 51 
do Código Penal. 6. Agravo regimental desprovido.(STF - HC: 115405 SP, Relator: Min. LUIZ 
FUX, Data de Julgamento: 13/11/2012,Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-246 DIVULG 
14-12-2012 PUBLIC 17-12-2012) 
 - GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
 a.Substancialmente, a postulação do Advogado agasalha-se no entender há muito uníssono 
das duas Turmas criminais do Superior Tribunal de Justiça – STJ, para as quais a execução 
forçada da pena de multa, em infrações comuns, toca ao Juízo competente para a execução 
fiscal, sendo da Fazenda Pública, e não do Ministério Público, sua legitimidade ativa. b. No 
entanto, sabidamente o STJ tem se mostrado refratária à admissão do habeas corpus em 
substituição ao recurso processual próprio, cuja lógica cognitiva mais ampla tem buscado 
louvar. No caso, inversamente ao recurso especial, alega o Advogado ter sido bem sucedido 
em habeas corpus, diretamente, o que, à vista do entendimento reiterado daquela Corte 
superior, em linha de princípio confronta o que a Corte vem ordinariamente buscando 
assentar. c.Também reiteradamente, no âmbito do STJ e na esteira mesmo da Súmula 693 do 
Supremo Tribunal Federal, tem-se entendido imprestávelo habeas corpus para debate 
exclusivo da multa penal, eis que nele sequer em tese se expõe a liberdade de locomoção do 
paciente. Também por tal vertente, portanto, a alegação do Advogado não se funda em 
jurisprudência consolidada das Cortes superiores. d. O STJ, depois de alguma divergência entre 
suas duas Turmas criminais, afinal pacificou que, com a remessa da execução da multa ao 
Juízo fiscal, e não havendo outra pena a ser executada, tem-se a extinção imediata do 
processo de execução penal, independentemente da extinção da multa. Logo, não estaria 
alinhada a esse entendimento a concessão da ordem para que o processo de execução penal, 
no caso, aguardasse suspenso a solução do débito. e.Seja porque em parte inverossímeis as 
alegações do Advogado, (aliás desacompanhadas de contramandado judicial ou mesmo de 
qualquer documento diverso hábil), seja porque a mera avaliação sequer acresce qualquer 
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gravame ao sentenciado, a decisão final do Oficial de Justiça deve ser aquela de dar 
cumprimento à diligência de avaliação constante do mandado judicial que tem em mãos. 
 
TRF2 - 2017 - CONSULPLAN - “Fulano de Tal, brasileiro, casado, servidor público, é denunciado 
pelo crime de corrupção que fora praticado por ele um ano antes. A denúncia é recebida. 
Devidamente citado por edital, Fulano não comparece nem constitui advogado.” Considerando 
o caso hipotético, comente quais são as consequências processuais e penais e, explique, 
abordando, inclusive a questão dos prazos: isso se aplicaria a qualquer outro crime da justiça 
comum? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
De acordo com o art. 366 do CPP, quando o réu, citado por edital, não comparece e 
nem constitui advogado, ficam suspensos o processo e o prazo prescricional. 
Sobre a duração da prescrição há três correntes: a) a suspensão deve durar por prazo 
indeterminado; b) a suspensão do prazo prescricional não pode ser indefinida, de modo que 
deve durar o tempo máximo de prescrição admitido pelo Código Penal, findo o qual voltará a 
fluir; e c) a suspensão não pode ser indefinida, de modo que deve durar prazo idêntico ao da 
prescrição da pretensão punitiva propriamente dita, pelo máximo da pena cominada em 
abstrato (Súmula 415 do STJ), findo o qual voltará a fluir. 
Além disso, o juiz poderá decretar a prisão preventiva, se presentes os pressupostos, 
fundamentos e condições de admissibilidade, e determinar a produção de provas consideradas 
urgentes, levando em consideração em tal caso que a decisão deve ser concretamente 
fundamentada, não a justificando o mero decurso do tempo (Súmula 455 do STJ). 
Por fim, aa regra de suspensão do processo e do prazo prescricional aplica-se aos 
outros crimes de justiça comum, exceto os crimes previstos na lei de lavagem de dinheiro por 
expressa determinação legal (art. 2º, §2º, da Lei nº 9.613/98). 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
TRF3 - 2014 - FCC - ESTUDO DE CASO - Empresa contribuinte ingressou com Ação Declaratória 
de Inexistência de Obrigação Tributária cumulada com Ação para Repetição do Indébito em 
em síntese, que não incide 
contribuição social sobre as verbas salariais de natureza indenizatória, tais como adicional 
noturno, insalubridade, hora-extra, salário-maternidade, terço constitucional de férias e férias 
indenizadas, adicional de periculosidade, salário família, aviso prévio, salário educação, auxílio-
doença e auxílio-creche. Requer, em sede de tutela antecipada, a imediata suspensão de 
recolhimento de contribuição social sobre estas verbas e, após a declaração de inexistência de 
obrigação tributária de pagar contribuição social sobre verbas indenizatórias, que lhe sejam 
restituídos os valores pagos a este título nos últimos dez anos. Considerando que a 
Constituição Federal dispõe no art. 195, inciso I, que a contribuição social do empregador, da 
empresa e da entidade a ela equiparada, incide sobre a folha de salários e demais rendimentos 
do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, 
mesmo sem vínculo empregatício, analise, fundamentadamente, a constitucionalidade da 
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incidência deste tributo sobre as verbas indenizatórias, bem assim a pretensão da empresa 
quanto à restituição de valores já recolhidos. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
a. As verbas indenizatórias não têm natureza salarial, não podendo ser enquadradas como 
salário/remuneração. 
b. As verbas indenizatórias não constituem fato gerador da contribuição previdenciária 
patronal calculada sobre a folha de salários, razão pela qual não há se falar na obrigação 
tributária das empresas recolherem o aludido tributo sobre estas parcelas. 
c. Tem direito a empresa à restituição de valores pagos indevidamente a título de contribuição 
social incidente sobre a folha de salários relativamente aos valores pagados a título de verba 
indenizatória, sobre o período de 5 anos a contar do pagamento indevido. 
 
DIREITO DO TRABALHO 
 
TRF2 – 2017 – CONSULPLAN - “Érica era empregada da empresa Flores do Campo Ltda., 
auferindo 1 salário mínimo mensal. A empregada em questão ficou doente por mais de 15 dias 
e foi encaminhada ao INSS, permanecendo em benefício previdenciário de auxílio-doença 
comum (B-31) por 4 meses. Com a alta médica já programada, Érica retornou ao emprego no 
término do benefício, mas 45 dias depois voltou a ter o mesmo problema que a levou ao 
afastamento original, visto que o empregador a encaminhou novamente ao órgão 
previdenciário. Periciada pelo INSS, e constatada a incapacidade, Érica voltou a receber o 
auxílio-doença comum por 6 meses, vindo a falecer em seguida. Érica tinha pais vivos e uma 
companheira homoafetiva, com quem vivia há 10 anos.” Diante da situação retratada, atenda 
e justifique quem será responsável pelo pagamento dos primeiros 15 dias de ambos os 
afastamentos de Érica; o percentual do benefício de auxílio-doença, bem como o valor a ser 
pago à Érica; se existe algum benefício a ser pago em decorrência do falecimento de Érica. Em 
caso positivo, quem será o beneficiário do mesmo e, ainda, em existindo algum benefício a ser 
pago em decorrência do falecimento de Érica, informe a partir de quando ele será pago: 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
No 1º afastamento o empregador pagará os primeiros 15 dias (metade do valor do 
item 1); no 2º afastamento, que ocorreu em período inferior a 60 dias da alta médica, o INSS 
arcará com os primeiros 15 dias, conforme Artigo 75, § 3º, do Decreto 3.048/99 (metade do 
valor do item 1). 
O auxílio-doença é pago na ordem de 91% do salário de benefício (metade do valor do 
item 2). Érica receberá o valor de um salário mínimo porque a aplicação do percentual 
redundaria em valor inferior ao salário mínimo, e como qualquer benefício que substitua o 
rendimento do trabalho não pode ser inferior a 1 salário mínimo (CF/88, Artigo 201, § 2º), é 
esse o valor que a segurada receberá (metade do valor do item 2). Há direito ao benefício de 
pensão por morte (metade do valor do item 3). 
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Somente a companheira homoafetiva receberá, pois é considerada dependente classe 
I, conforme Artigo 16, I, da Lei nº 8.213/91, ao passo que os pais são dependentes classe II 
(metade do valor do item 3). 
Se for requerida em até 90 dias da data do óbito, será pago retroativamente à data do 
evento, conforme Artigo 74, I, da Lei 8.213/91 (metade do valor do item 4); se requerida após 
90 dias, contado da data do requerimento (metade do valor do item 4). 
 
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