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SISTEMA GENITAL MASCULINO - HISTOLOGIA VETERINÁRIA

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SISTEMA GENITAL MASCULINO
MEDICINA VETERINÁRIA
HISTOLOGIA VETERINÁRIA
ANDERSON SILVA FRAGA
INTRODUÇÃO
O sistema genital masculino é composto por testículos, ductos genitais, glândulas acessórias e pênis. A função dupla do testículo é produzir hormônios sexuais masculinos e espermatozoides. A Testosterona – o principal hormônio produzido nos testículos – e seu metabólito, a di-hidrotestosterona, são muito importantes para a fisiologia do homem. A Testosterona tem um papel essencial para a espermatogênese, para a diferenciação sexual durante o desenvolvimento embrionário e fetal e para o controle da secreção de gonadotropinas. A di-hidrotestosterona age em muitos órgãos e tecidos do corpo (p. Ex., músculos, padrão da distribuição dos pelos e crescimento de cabelo) durante a puberdade e a vida adulta. 
INTRODUÇÃO
Os ductos genitais e as glândulas acessórias produzem secreções que, impulsionadas por contração de músculo liso, transportam os espermatozoides para o exterior. Essas secreções também fornecem nutrientes para os espermatozoides enquanto eles permanecem no sistema genital masculino. Os espermatozoides e as secreções dos ductos genitais e glândulas acessórias compõem o Sêmen, que é introduzido no sistema genital feminino pelo pênis.
COMPONENTES DO SISTEMA GENITAL MASCULINO
TESTÍCULOS
Cada testículo é envolvido por uma grossa cápsula de tecido conjuntivo denso, a Túnica Albugínea. Ela é espessada na superfície dorsal dos testículos para formar o Mediastino do testículo, do qual partem septos fibrosos. Esses septos penetram o testículo, dividindo-o em aproximadamente 250 compartimentos piramidais chamados Lóbulos Testiculares. Esses septos são incompletos, e frequentemente há intercomunicação entre os Lóbulos. Cada lóbulo é ocupado por um a quatro Túbulos Semimíferos, que se alojam como novelos envolvidos por um tecido conjuntivo frouxo rico em vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e células Intersticiais (células de Leydig). Os túbulos Semimíferos produzem as células reprodutoras masculinas, os espermatozoides, enquanto as células Intersticiais secretam andrógeno gesticular.
TESTÍCULOS
Os testículos se desenvolvem em posição retroperitoneal, na parede dorsal da cavidade abdominal. Durante o desenvolvimento fetal, eles migram e se alojam na bolsa escrotal e ficam suspensos na extremidade do cordão espermático. Por causa da migração, cada testículo arrasta consigo um folheto do peritônio, a Túnica Vaginal. Esta túnica consiste em uma camada parietal exterior e uma camada visceral interna, que recobrem a túnica Albugínea nas porções laterais e anterior do testículo. A bolsa escrotal tem um importante papel na manutenção dos testículos a uma temperatura abaixo da intra-abdominal. 
TÚBULOS SEMINÍFEROS
Os espermatozoides são produzidos nos túbulos Seminiferos, que são túbulos enovelados. Cada testículo tem 250 a 1000 túbulos Seminíferos que medem 150 a 250 micrômetros de diâmetro e 30 a 70 cm de comprimento cada um, sendo o comprimento combinado dos túbulos de um testículo de aproximadamente 250 metros. Os túbulos estão dispostos em alças, e suas extremidades se continuam com curtos tubos conhecidos por Túbulos Retos.
TÚBULOS SEMINÍFEROS
Os túbulos retos conectam os túbulos seminíferos a um labirinto de canais anastomosados em forma de rede, revestidos por um epitélio simples pavimentoso ou cúbico, constituindo a Rede Testicular no mediastino do testículo. Em continuação, aproximadamente 10 a 20 ductos eferentes conectam a rede testicular ao início da porção seguinte do sistema de ductos – o ducto epididimário ou ducto do epidídimo.
TÚBULOS SEMINÍFEROS
A parede dos túbulos Seminíferos é formada por várias camadas de células denominadas epitélio germinativo ou epitélio seminífero, o qual é envolvido por uma lâmina basal e por uma bainha de tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo, por sua vez, é formado por fibroblastos, e sua camada mais interna, aderida à lâmina basal, é formada por células mioides achatadas e contráteis e que têm características de células musculares lisas. As células Intersticiais de Leydig se situam nesse tecido conjuntivo e ocupam a maior parte do espaço entre os túbulos Seminíferos.
TÚBULOS SEMINÍFEROS
O epitélio seminífero é formado por duas populações distintas de células: as células de Sertoli e as células que constituem a linhagem espermatogênica. Essas duas populações têm morfologia, origem embriológica e funções bastante distintas.
TÚBULOS SEMINÍFEROS
As células da linhagem espermatogênica se dispõem em 4 a 8 camadas, e sua função é produzir espermatozoides. Elas se originaram do saco vitelino do embrião. Por volta do 5° mês de vida fetal, um pequeno grupo de células, denominadas células germinativas primordiais, migra do saco vitelino para a gônada que está em desenvolvimento. Neste local as células proliferam e colonizam a gônada, originando células denominadas Espermatogônias. 
TÚBULOS SEMINÍFEROS
A produção de espermatozoides é chamada Espermatogênese, um processo que inclui divisão celular por mitose e meios e é seguida pela diferenciação final das células em espermatozoides, chamada espermiogênese.
TÚBULOS SEMINÍFEROS
Túbulos seminíferos do testículo. Em alguns túbulos estão assinalados o epitélio germinativo (EG) e o lúmen dos túbulos (L). No espaço entre os túbulos existe o tecido intersticial (setas). (Fotomicrografia. Hematoxilina-eosina [HE]. Pequeno aumento.)
ESPERMATOGÊNESE
O processo começa com as Espermatogônias, células relativamente pequenas, que medem aproximadamente 12 micrômetros de diâmetro, situadas próximo à lâmina basal do epitélio germinativo. Na puberdade, as espermatogônias iniciam um processo contínuo de divisões mitóticas e produzem sucessivas gerações de células.
ESPERMATOGÊNESE
As células-filhas podem seguir dois caminhos: continuar se dividindo, mantendo-se como células-tronco de outras espermatogônias (chamadas espermatogônias de tipo A), ou diferenciarem-se durante sucessivos ciclos de divisão mitótica para se tornar espermatogônias de tipo B. Nas preparações histológicas comuns, não é possível distinguir os dois tipos de espermatogônias. 
ESPERMATOGÊNESE
As Espermatogônias de tipo B passam por alguns ciclos mitóticos em que as células-filhas não se separam completamente e, ao final dessas divisões, originam espermatócitos primários. Estes e seus descendentes continuam unidos por pontes citoplasmáticas até o final da espermatogênese. Os espermatócitos primários são as maiores células da linhagem espermatogênica e podem ser distinguidos por: (1) achados de cromossomos nos seus núcleos, pois a prófase I da meiose é muito longa; (2) sua localização próxima à lâmina basal.
ESPERMATOGÊNESE
Os espermatócitos primários duplicam seu DNA e, portanto, têm 46 cromossomos e o dobro da quantidade de DNA de uma célula diploide (a célula somática habitual do organismo). Durante a anáfase da primeira divisão da meiose, os cromossomos homólogos se separam. Resultam dessa divisão duas células menores chamadas espermatócitos secundários, que têm 23 cromossomos, porém a quantidade habitual (diploide) de DNA, uma vez que cada um de seus cromossomos é constituído por duas cromátides. Os dois espermatócitos secundários entram na segunda divisão da meiose, originando duas células, as espermátides, cada uma com 23 cromossomos e metade da quantidade regular de DNA (são células haploides). Dessa maneira, pela meiose, tornam-se células com metade do número e da quantidade de DNA das células somáticas do organismo.
ESPERMATOGÊNESE
Como a prófase dos espermatócitos primários dura cerca de 22 dias, a maioria dos espermatócitos encontrada nos cortes de testículo é vista nessa fase. É difícil observar espermatócitos secundários porque essas células permanecem por um período muito curto em interfase e logo após serem formadas, entram na segunda divisão da meiose, originando as espermátides.
ESPERMIOGÊNESE
 É o nome da fase final de produção de espermatozoides. Durante esse processo, as espermátides se transformam em espermatozoides,células altamente especializadas para transferir o DNA masculino ao ovócito. Nenhuma divisão celular ocorre durante essa transformação. 
As espermátides podem ser distinguidas por: (1) seu pequeno tamanho (7 a 8 micrômetros de diâmetro); (2) núcleos com quantidades crescentes de cromática condensada e formas variadas, inicialmente redondas e depois cada vez mais alongadas; (3) posição perto do lúmen dos túbulos Seminíferos.
ESPERMIOGÊNESE
 A espermiogênese é um processo complexo, que inclui: (1) formação de uma estrutura chamada acrossomo; (2) condensação e alongamento do núcleo; (3) desenvolvimento do flagelo; (4) perda da maior parte do citoplasma. O resultado final é o espermatozoide maduro, que é liberado no lúmen do túbulo seminífero. A espermiogênese pode ser dividida em três etapas – do Complexo de Golgi, do acrossomo e de maturação – descritas a seguir.
ETAPA DO COMPLEXO DE GOLGI
 O citoplasma das espermátides contém um complexo de Golgi bastante desenvolvido. Pequenos grânulos PAS-positivos, chamados grânulos proacrossômicos, acumulam-se no complexo de Golgi. Depois, fundem-se para formar um único grânulo acrossômico no interior de uma vesícula limitada por membrana, chamada vesícula acrossômica. Os centríolos migram para perto da superfície da célula, em posição oposta à vesícula acrossômica, e iniciam a formação do axonema (o conjunto de microtúbulos que formam o eixo central de um flagelo).
ETAPA DO ACROSSOMO
A vesícula e o grânulo acrossômico se estendem sobre a metade anterior do núcleo como um capuz e passam a ser chamados inicialmente de capuz acrossômico e finalmente de acrossomo.
O acrossomo contém várias enzimas hidrolíticas, como hialuronidase, neuraminidase, fosfatase ácida e uma protease que tem atividade semelhante a tripsina. O acrossomo, portanto, assemelha-se a um lisssomo. As enzimas são capazes de dissociar as células da corana radiata e de digerir a zona pelúcida, estruturas que envolvem os ovócitos.
ETAPA DO ACROSSOMO
Quando os espermatozoides encontram um ovócito, vários pontos da membrana externa do acrossomo se fundem com a membrana citoplasmática do espermatozoide, liberando as enzimas acrossômica no espaço extracelular. Esse processo, chamado reação acrossômica, é um dos primeiros passos da fertilização.
O flagelo cresce a partir de um dos centríolos, enquanto mitocôndrias se acumulam ao redor da porção proximal do flagelo, chamada de peça intermediária. A disposição das mitocôndrias é outro exemplo da concentração dessas organelas em locais relacionados com movimento celular e alto consumo de energia. O movimento flagelar é resultado da interação de microtúbulos trifosfato de adenosina (ATP) e dineína, uma proteína com atividade de ATPase.
ETAPA DO ACROSSOMO
Durante essa etapa final da espermiogênese, o núcleo das espermátides se torna mais alongado e condensado. O núcleo volta-se para a base do Túbulo seminífero e o flagelo se projeta em seu lúmen. Como os grupos de espermátides ficam alojados em reentrâncias da células de Sertoli, frequentemente se observam tufos de espermátides com seus flagelos voltados para o lúmen do túbulo. 
ETAPA DE MATURAÇÃO 
Uma grande parte do citoplasma das espermátides é desprendida, formando os chamados Corpos Resíduais, que são fagocitados pelas células de Sertoli, e os espermatozoides são liberados no lúmen do túbulo. 
Os Espermatozoides liberados no lúmen dos túbulos são transportados ao epidídimo em um meio apropriado, o Fluido Testicular, produzido pelas células de Sertoli e pelas células da rede Testicular. Esse fluido contém esteroides, proteínas, íons e uma proteína ligante de andrógeno que transporta testosterona.
CÉLULAS DE SERTOLI 
 São elementos essenciais para a produção de espermatozoides. Elas são piramidais, sendo que a sua superfície basal adere à lâmina basal dos túbulos, e suas extremidades apicais estão no lúmen dos túbulos. 
Ao microscópio de luz, as células de Sertoli são reconhecidas principalmente pelos seus núcleos, que se situam na base dos túbulos seminíferos. Esses núcleos são vesiculares, claros, frequentemente argilosos ou triangulares e comumente contêm um nucléolo evidente. O citoplasma das células de Sertoli não é visto com facilidade, e, por isso, os limites dessas células são mal definidos. Uma das causas dessa dificuldade são os numerosos recessos formados na superfície das células. 
CÉLULAS DE SERTOLI 
 Esses recessos têm grande importância, pois as células da linhagem espermatogênica se alojam neles e passam pelo processo de meiose e pela maturação final que termina com a formação dos espermatozoides. 
Células de Sertoli adjacentes são unidas por junções ocludentes encontradas nas suas paredes basolaterais, formando uma barreira chamada Barreira hematotesticular. As espermatogônias permanecem no compartimento basal situado abaixo da barreira. Esse compartimento é contínuo com o tecido conjuntivo e, portanto comunica-se com o resto do organismo.
CÉLULAS DE SERTOLI 
 Algumas das células que resultam da divisão de espermatogônias atravessam essas junções e ocupam o compartimento adluminal, situado sobre a barreira, e iniciam a espermatogênese. Espermatócitos e espermátides, portanto, ocupam o compartimento adluminal. Essas células se localizam em recessos das paredes laterais das células de Sertoli, enquanto os flagelos das espermátides formam tufos que se estendem para o lúmen dos túbulos. Os espermatozoides são provavelmente libertados dos recessos por movimentos do ápice das células de Sertoli, com a participação de microtúbulos e microfilamentos.
CÉLULAS DE SERTOLI 
 As células de Sertoli em mamíferos não se dividem durante a vida sexual madura. Elas são extremamente resistentes a condições adversas como infecções, desnutrição e radiações e têm uma taxa muito melhor de sobrevivência depois dessas agressões do que as células da linhagem espermatogênica.
FUNÇÕES DAS CÉLULAS DE SERTOLI 
 Suporte, proteção e suprimento nutricional dos espermatozoides em desenvolvimento: 
Conforme já mencionado, as células da série espermatogênica são interconectadas por pontes citoplasmáticas. Essa rede de células é apoiada fisicamente por reentrâncias do citoplasma das células de Sertoli. Como os espermatócitos, as espermátides e os espermatozoides são isolados do contato direto do plasma pela barreira hematotesticular, essas células dependem das células de Sertoli para a troca de nutrientes e metabólitos. A barreira formada pelas células de Sertoli também protege os espermatozoides de ataque imunológico.
FUNÇÕES DAS CÉLULAS DE SERTOLI 
 Fagocitose: Durante a espermiogênese, o excesso de citoplasma das espermátides é liberado sob a forma de corpos residuais. Esses fragmentos de citoplasma são fagocitados e digeridos pelas células de Sertoli. 
Secreção: As células de Sertoli secretam continuamente nos túbulos seminíferos um fluido que é transportado na direção dos ductos genitais e é usado para transporte de espermatozoides. A secreção de uma proteína ligante de andrógeno pelas células de Sertoli é controlada por hormônio foliculoestimulante (FSH) e por testosterona, servindo para concentrar testosterona nos túbulos seminíferos, onde ela é necessária para estimular a espermatogênese.
FUNÇÕES DAS CÉLULAS DE SERTOLI 
 Produção de hormônio antimülleriano: É uma glicoproteína que age durante o desenvolvimento embrionário para promover a regressão dos ductos de Müller (ductos paramesonéfricos) em fetos do sexo masculino e induzir o desenvolvimento de estruturas derivadas dos ductos de Wolff (ductos mesonéfricos). 
FUNÇÕES DAS CÉLULAS DE SERTOLI 
 Barreira hematotesticular: Os capilares sanguíneos dos testículos são do tipo fenestrado e possibilitam a passagem de moléculas grandes. No entanto, a existência de uma barreira entre o sangue e o interior dos túbulos seminíferos explica porque são achadas poucas substâncias do sague no fluido Testicular. As espermatogônias têm livre acesso a substâncias encontradas no sangue. As junções ocludentes entre as células de Sertoli, entretanto,formam uma barreira à passagem de moléculas grandes pelo espaço entre elas. Assim, as células de etapas mais avançadas da espermatogênese são protegidas de substâncias do sangue, de agentes nocivos e provavelmente de reconhecimento imunológico por linfócitos.
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESPERMATOGÊNESE
 Hormônios: São os fatores mais importantes no controle da espermatogênese, a qual depende da ação do FSH e do hormônio luteinizante (LH) da hipófise sobre as células do testículo. FSH age nas células de Sertoli, promovendo a síntese e a secreção de proteína ligante de andrógeno-ABP. LH age nas células Intersticiais, estimulando a produção de testosterona. Testosterona se difunde das células intersticiais para o interior do túbulo seminífero, condição muito importante para estimular a espermatogênese.
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESPERMATOGÊNESE
 Temperatura: É muito importante para o controle da espermatogênese, que só acontece a temperaturas abaixo da corporal, de 37°C. A temperatura dos Testículos é de aproximadamente 35°C e é controlada por meio da vários mecanismos. Um rico plexo nervoso (o plexo panpiniforme) envolve as artérias dos testículos e forma um sistema contracorrente de troca de calor, que é importante para manter a temperatura testicular. Outros fatores são a evaporação de suor da pele da bolsa escrotal, que contribui para a perda de calor, e a contração de músculos cremastéricos do cordão espermático, que tracionam os testículos em direção aos canais inguinais, nos quais a sua temperatura pode ser aumentada.
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESPERMATOGÊNESE
 Outros fatores: Desnutrição, alcoolismo e várias substâncias levam a alterações nas Espermatogônias, causando diminuição da produção de espermatozoides. Irradiações (p. Ex., raios X) e sais de cádmio são bastante tóxicos para as células da linhagem espermatogênica, causando a morte dessas células e esterilidade nos indivíduos acometidos. O fármaco bussulfano age nas células germinais; quando é administrado a ratas prenhes, promove a morte das células germinais de seus fetos, os quais são estéreis, e seus túbulos Seminíferos contêm apenas células de Sertoli.
TECIDO INTERSTICIAL
 O tecido intersticial do testículo é importante para a nutrição das células dos túbulos seminíferos, transporte de hormônios e produção de andrógeno. Os espaços entre os túbulos seminíferos do testículo são preenchidos com tecido conjuntivo, nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. Os capilares sanguíneos do testículo são fenestrados e possibilitam a passagem livre de macromoléculas, como as proteínas do sangue. O tecido conjuntivo tem vários tipos de células, que incluem fibroblastos, células conjunturas indiferenciados, mastócitos e macrófagos.
TECIDO INTERSTICIAL
Durante a puberdade, torna-se mais evidente um tipo adicional de célula, arredondada ou poligonal, e que tem um núcleo central e um citoplasma eosinófilo rico em pequenas gotículas de lipídios: São as células intersticiais do testículo ou células de Leydig, que têm características de células produtoras de esteróides. Essas células produzem a testosterona, hormônio masculino responsável pelo desenvolvimento das características sexuais masculinas secundárias. 
A Testosterona é sintetizada por enzimas encontradas em mitocôndrias e no retículo endoplasmático liso, um exemplo de cooperação entre organelas. 
TECIDO INTERSTICIAL
 A atividade e o número das células intersticiais dependem de estímulo hormonal. No adulto, essas células são estimuladas pelo hormônio luteinizante da hipófise. Durante a gravidez humana, o hormônio gonadotrópico da placenta passa do sangue materno para o fetal, estimulando as abundantes células intersticiais dos testículos fetais a produzir andrógenos. A existência desses hormônios na gestação é necessária para a diferenciação embrionária da genitália masculina.
TECIDO INTERSTICIAL
 As células intersticiais embrionárias permanecem diferenciadas por até 4 meses de gestação e então regridem, havendo diminuição das taxas de testosterona circulante no feto. As células permanecem inativas ao longo do restante da gestação e até o período pré-púbere, quando retomam a síntese de testosterona, estimuladas pelo hormônio luteinizante da hipófise. Tumores de células insterticiais, produtores de andrógeno, podem provocar puberdade precoce quando ocorre em crianças. 
DUCTOS INTRATESTICULARES
 Os ductos genitais intratesticulares se seguem aos túbulos seminíferos e conduzem espermatozoides e fluidos. Eles são os seguintes: 
Túbulos Retos;
Rede Testicular e; 
Ductos eferentes. 
DUCTOS INTRATESTICULARES
 A maioria dos túbulos seminíferos tem forma de alça, cujas extremidades continuam nos túbulos retos. Nesses túbulos, faltam as células da linhagem espermatogênica e há um segmento inicial formado somente por células de Sertoli seguido por um segmento principal revestido por um epitélio de células cuboides apoiado em uma envoltura de tecido conjuntivo denso. Os túbulos retos se continuam na rede testicular, situada no mediastino do testículo e composta por uma rede altamente anastomosada de canais revestidos por um epitélio de células cuboides.
DUCTOS INTRATESTICULARES
 Da rede testicular saem 10 a 20 ductos eferentes, formados por grupos de células epiteliais cuboides não ciliadas que se alternam com grupos de células cujos cílios batem em direção do epidídimo, conferindo a esse epitélio um característico aspecto com saliências e reentrâncias. As células não ciliadas absorvem fluido secretado pelos túbulos seminíferos, o que, juntamente com a atividade de células ciliadas, cria um fluxo que conduz os espermatozoides para o epidídimo. Uma delgada camada de células musculares lisas orientadas circularmente existe em volta da lâmina basal do epitélio. Os ductos eferentes gradualmente se fundem para formar o ducto do epidídimo.
DUCTOS GENITAIS EXTRATESTICULARES
Os ductos genitais extratesticulares, que transportam os espermatozoides do testículo para o meato do pênis, são o ducto epididimário, o ducto deferente e a uretra.
O ducto do epidídimo ou ducto epididimário é um tubo único altamente enrolado, que mede de 4 a 6 m de comprimento. Juntamente com o tecido conjuntivo circunvizinho e os vasos sanguíneos, esse ducto forma o corpo e a cauda do epidídimo, uma estrutura anatômica com cápsula própria. Por ser muito enovelado, um corte do ducto do epidídimo mostra grande número de secções do tubo, dando a falsa impressão de que são muitos ductos.
DUCTOS GENITAIS EXTRATESTICULARES
A extremidade do ducto do epidídimo origina o ducto deferente, que termina na uretra prostática, onde esvazia seu conteúdo. O ducto deferente é caracterizado por um lúmen estreito e uma espessa camada de músculo liso. Sua mucosa forma dobras longitudinais e, ao longo da maior parte de seu trajeto, é coberta de um epitélio colunar pseudoestratificado com estereocílios. A lâmina própria da mucosa é uma camada de tecido conjuntivo rico em fibras elásticas, e a camada muscular consiste em camadas internas e externas longitudinais separadas por uma camada circular. O músculo liso sofre fortes contrações peristálticas que participam da expulsão do sêmen durante a ejaculação.
DUCTOS GENITAIS EXTRATESTICULARES
DUCTOS GENITAIS EXTRATESTICULARES
O ducto deferente faz parte do cordão espermático, um conjunto de estruturas que inclui ainda a artéria testicular, o plexo pampiniforme (formado por inúmeras pequenas veias) e nervos. Antes de entrar na próstata, o ducto deferente se dilata, formando uma região chamada ampola, na qual o epitélio é mais espesso e muito pregueado. Na porção final da ampola, desembocam as vesículas seminais. Em seguida, o ducto deferente penetra a próstata e se abre na uretra prostática. O segmento que entra na próstata é chamado ducto ejaculatório, cuja mucosa é semelhante à do deferente, porém não é envolvida por músculo liso.
DUCTOS GENITAIS EXTRATESTICULARES
Secção transversal de um ducto deferente. A mucosa contém um epitélio pseudoestratificado colunar com estereocílios e umalâmina própria. Observe espessas camadas de músculo liso. (Fotomicrografia. HE. Pequeno aumento.)
	GLÂNDULAS ACESSÓRIAS
As glândulas genitais acessórias são as vesículas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais, produtoras de secreções essenciais para a função reprodutiva do homem.
As vesículas seminais consistem em dois tubos muito tortuosos que, quando estendidos, medem aproximadamente 5 a 10 cm. Quando o órgão é seccionado, o mesmo tubo é observado em diversas orientações. A sua mucosa é pregueada e forrada com epitélio cuboide ou pseudoestratificado colunar. As células epiteliais são ricas em grânulos de secreção, semelhantes aos encontrados em células que sintetizam proteínas. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e é envolvida por uma espessa camada de músculo liso.
	GLÂNDULAS ACESSÓRIAS
As vesículas seminais não são reservatórios para espermatozoides. Elas são glândulas que produzem uma secreção amarelada que contém substâncias importantes para os espermatozoides, como frutose, citrato, inositol, prostaglandinas e várias proteínas. Carboidratos produzidos pelas glândulas acessórias do sistema genital masculino e secretados no líquido seminal constituem fonte energética para a motilidade dos espermatozoides. O monossacarídio frutose é o mais abundante desses carboidratos. Setenta por cento do volume de ejaculado humano se origina nas vesículas seminais. A altura das células epiteliais das vesículas seminais e o grau da atividade secretora da glândula dependem dos níveis circulantes de testosterona.
	GLÂNDULAS ACESSÓRIAS
Vesícula seminal. A. A imagem é de um trecho da vesícula seminal, um túbulo tortuoso que tem muitas pregas da mucosa. B. Detalhe do epitélio da vesícula seminal, o qual, em alguns locais, é simples cúbico e, em outros, simples colunar, chegando a pseudoestratificado. (Fotomicrografias. HE. A. Pequeno aumento. B. Médio aumento.)
	GLÂNDULAS ACESSÓRIAS
A próstata é um conjunto de 30 a 50 glândulas tubuloalveolares ramificadas que envolvem uma porção da uretra chamada uretra prostática. A próstata tem três zonas distintas:
 a zona central (cerca de 25% do volume da glândula), 
a zona de transição e 
a zona periférica (cerca de 70% da glândula); 
seus ductos desembocam na uretra prostática. 
	GLÂNDULAS ACESSÓRIAS
As glândulas tubuloalveolares da próstata são formadas por um epitélio cuboide alto ou pseudoestratificado colunar. Um estroma fibromuscular cerca as glândulas. A próstata é envolvida por uma cápsula fibroelástica rica em músculo liso. Septos dessa cápsula penetram a glândula e a dividem em lóbulos, que não são facilmente percebidos em um adulto.
	GLÂNDULAS ACESSÓRIAS
Este esquema de uma próstata mostra a distribuição de suas glândulas em três zonas. Os ductos glandulares se abrem na uretra.
	GLÂNDULAS ACESSÓRIAS
As glândulas produzem secreção e a armazenam para expulsá-la durante a ejaculação. Da mesma maneira como a vesícula seminal, a estrutura e a função da próstata são reguladas por testosterona.
Pequenos corpos esféricos formados por glicoproteínas, medindo 0,2 a 2 mm de diâmetro e frequentemente calcificados, são frequentemente observados no lúmen de glândulas da próstata de adultos. Eles são chamados concreções prostáticas ou corpora amylacea. Sua quantidade aumenta com a idade, porém seu significado não é conhecido.
	GLÂNDULAS ACESSÓRIAS
As glândulas bulbouretrais (as glândulas de Cowper), que medem de 3 a 5 mm de diâmetro, situam-se na porção membranosa da uretra, na qual lançam sua secreção. Elas são glândulas tubuloalveolares, revestidas por um epitélio cúbico simples secretor de muco. Células musculares esqueléticas e lisas são encontradas nos septos que dividem a glândula em lóbulos. O muco secretado é claro e age como lubrificante.
PÊNIS
Os componentes principais do pênis são a uretra e três corpos cilíndricos de tecido erétil, sendo este conjunto envolvido por pele. Dois desses cilindros – os corpos cavernosos do pênis – estão localizados na parte dorsal do pênis. O terceiro, localizado ventralmente, é chamado corpo cavernoso da uretra ou corpo esponjoso e envolve a uretra. Na sua extremidade distal ele se dilata, formando a glande do pênis. A maior parte da uretra peniana é revestida por epitélio pseudoestratificado colunar, que na glande se transforma em estratificado pavimentoso. Glândulas secretoras de muco (glândulas de Littré) são encontradas ao longo da uretra peniana.
PÊNIS
O prepúcio é uma dobra retrátil de pele que contém tecido conjuntivo com músculo liso em seu interior. Glândulas sebáceas são encontradas na dobra interna e na pele que cobre a glande.
Os corpos cavernosos são envolvidos por uma camada resistente de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea. O tecido erétil que compõe os corpos cavernosos do pênis e da uretra tem uma grande quantidade de espaços venosos separados por trabéculas de fibras de tecido conjuntivo e células musculares lisas. A ereção do pênis é um processo hemodinâmico controlado por impulsos nervosos sobre o músculo liso das artérias do pênis e sobre o músculo liso das trabéculas que cercam os espaços vasculares dos corpos cavernosos. 
PÊNIS
No estado flácido, o fluxo de sangue no pênis é pequeno, mantido pelo tônus intrínseco da musculatura lisa e por impulsos contínuos de inervação simpática. A ereção ocorre quando impulsos vasodilatadores do parassimpático causam o relaxamento da musculatura dos vasos penianos e do músculo liso dos corpos cavernosos. A vasodilatação também se associa à concomitante inibição de impulsos vasoconstritores do simpático. A abertura das artérias penianas e dos espaços cavernosos aumenta o fluxo de sangue, que preenche os espaços cavernosos, produzindo a rigidez do pênis. A contração e o relaxamento dos corpos cavernosos dependem da taxa de cálcio intracelular, que, por sua vez, é modulada por monofosfato de guanosina (GMP). Após a ejaculação e o orgasmo, a atividade parassimpática é reduzida, e o pênis volta a seu estado flácido.
PÊNIS
Esquema de um corte transversal de pênis.
REFERÊNCIA
HISTOLOGIA BÁSICA – JUNQUEIRA E CARNEIRO 2017 13ª EDIÇÃO.

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