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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA CURSO DE FONOAUDIOLOGIA KELLEN. A. MARQUES DA ROSA PRESBIACUSIA Canoas 2019 O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações em diversos aspectos do organismo humano, o que também ocorre com a audição, onde há a diminuição da capacidade auditiva (presbiacusia). A Presbiacusia é definida como a diminuição auditiva decorrente do envelhecimento, que ocorre por alterações degenerativas. Devido ao avanço da idade, algumas células vão perdendo a sua capacidade de mitose, há acumulo de pigmentos intracelulares (lipofucsina) e alterações químicas no fluído intracelular. Ocorrem também alterações que comprometem o osso temporal, as vias auditivas e o córtex cerebral. O envelhecimento do labirinto posterior também é afetado. A Presbiacusia é classificada em quatro tipos: sensorial, neural, metabólica e mecânica. A sensorial é o tipo mais comum de presbiacusia. É uma perda neurosensorial, simétrica e bilateral que inicia na meia idade que progride lentamente e determina a queda auditiva nas frequências agudas. Histologicamente é possível observar atrofia no Órgão Corti e no nervo auditivo, que inicia na região basilar e progride ao longo do ducto coclear. Há perda de células sensoriais ciliadas externas e de células de sustentação. É comum que os pacientes apresentem queixa de zumbido, mas não há comprometimento da fala. A Neural é considerada uma perda auditiva rápida e progressiva com comprometimento de fala. Ocorre perda moderada da audição nos tons puros, praticamente em todas as frequências e com discriminação comprometida. Observa- se a perda dos neurônios cocleares, que normalmente se encontra mais acentuada na espira basal, com a perda de neurônios das vias auditivas centrais, o que afeta a integração da transmissão de estímulos acústicos. Nesta perda, o órgão Córti encontra-se normal, porém a perda dos neurônios superiores (núcleos, vias auditivas e córtex temporal) são responsáveis pela diminuição da inteligibilidade da fala. Essa diminuição é denominada de regressão fonêmica, onde o nível de discriminação da fala encontra-se reduzido. Estes pacientes geralmente apresentam perda generalizada de neurônios e sua perda auditiva está relacionada, na maioria dos casos, com a fraqueza, debilitada coordenação motora, problemas de memoria e déficit de cognição. A Presbiacusia do tipo metabólica é uma perda do tipo sensorioneural, apresenta curva plana e discriminação de fala normal. Quando os limiares auditivo ultrapassam 50 dB, a discriminação começa a diminuir. Histologicamente é possível observar a atrofia da estria vascular (responsável pela produção da endolinfa e sitio de origem do potencial endococlear), necessário para que a transdução coclear seja eficiente. Já a Presbiacusia mecânica é um distúrbio na motilidade mecânica (como seu nome sugere), coclear devido ao enrijecimento da membrana basilear e altera~~]oes nas características de ressonância do ducto cocelar. Curva descendente, bilateral e simétrica. Excelente discriminação de fala. O diagnóstico de Presbiacusia é realizado através de Audiometria tonal e vocal. Audiometria tonal revela perda auditiva neurossensorial bilateral, geralmente simétrica, geralmente nos agudos. A progressão ocorre a partir dos 55 anos, de forma lenta e progressiva, em média de 5 a 6 dB por década. A audiometria vocal permite quantificar melhor o valor social da audição. A discriminação vocal pode estar diminuída, discordando dos limiares auditivos tonais, pelo processo de regressão fonêmica. Por este motivo deve ser realizada em campo livre, com ruído competitivo para melhor avaliação da perda. Sinais de recrutamento durante a pesquisa do reflexo do estapédio que confirmariam alteração coclear, podem não estar presentes. Reflexos normais ou com limiares elevados, indicando comprometimento do tronco cerebral, são encontrados com certa freqüência e reforçam a idéia de que todas as regiões do sistema auditivo podem contribuir para a geração da perda auditiva no idoso. Não há tratamento para a perda auditiva, mas há a possibilidade da utilização dos Aparelhos de Amplificação Sonora. REFERÊNCIAS CRUZ, NA, Breuel MLF, Campilongo M. Presbiacusia. In:Campos, CAH et al. Tratado de Otorrinolaringologia, 2002, vol. 2, 186-92. VERAS RP, Mattos LC. Audiologia do envelhecimento: revisão da literatura e perspectivas atuais. Rev Bras Otorrinolaringol 2007; 73(1):128-1234. REDONDO MC, Lopes Filho O. Avaliação auditiva básica: acumetria e audiometria. In: Lopes Filho O. Tratado de fonoaudiologia. 3a ed. Barueri: Editora Manole; 2013. p.53-69.
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