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Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 2 www.eduhot.com.br SUMÁRIO O ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA NO CONTEXTO DO SUS ............................................................... 4 A EMERGÊNCIA EM PEDIATRIA E AS ESPECIFICIDADES DESSE ATENDIMENTO .......................... 6 GERÊNCIA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM NA PERSPECTIVA DA INTEGRALIDADE NA EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA ............................................................................................................................. 8 DEFININDO AS SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS .......................................................... 12 EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ENFERMAGEM ....................................................................................... 13 MELHORES PRÁTICAS DE ATUAÇÃO NO TRABALHO ........................................................................... 14 REFERÊNCIAS................................................................................................................................................... 35 Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 3 www.eduhot.com.br INTRODUÇÃO As unidades de emergências pediátricas recebem crianças com condições graves de saúde, em risco iminente de morte, sofrimento intenso, com problemas agudos e que necessitam de atendimento e tratamento imediato. Nestes locais, são ofertados serviços de alta complexidade e com diversidade para atender à demanda e garantir todas as manobras de sustentação à vida, propiciando condições de continuidade à assistência no local ou em outro nível de atendimento, dentro da rede em saúde. A especificidade dos pacientes atendidos em pediatria, expressa pela maior dificuldade em verbalizar suas angústias e sofrimentos durante sua internação, requer do profissional de Enfermagem que ali atua que compreenda e acolha não apenas a criança doente bem como sua subjetividade em se expressar. Em 2014, no Brasil, problemas no sistema respiratório foram a principal causa de busca aos serviços hospitalares de emergência pediátrica, seguidos de doenças infecciosas e parasitárias e problemas no sistema digestivo, em crianças na faixa etária de 1 a 4 anos. Já na faixa etária de 5 a 9 anos, também prevaleceram às doenças respiratórias, seguidas das infecciosas e das lesões por envenenamento e causas externas. Os serviços de urgência do Sistema Único de Saúde (SUS) destinados às crianças gravemente enfermas são também frequentados por crianças com doenças Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 4 www.eduhot.com.br mais simples e não emergenciais. As famílias os utilizam como porta de entrada no sistema, provocando, assim, elevada demanda pelos serviços e interferindo no atendimento aos pacientes agudos, que são obrigados a enfrentar as filas que se formam nas emergências superlotadas. Tal situação parece justificar a inadequação da demanda por assistência hospitalar, culminando com a superlotação dos serviços de urgências/emergências pediátricas e, consequentemente, com a baixa qualidade da atenção prestada àqueles que realmente necessitam de atendimento de urgência, comprometendo assim a integralidade da atenção. Em situações de emergência, exige-se que a equipe trabalhe com rapidez e eficácia para minimizar as situações de risco de vida. Isso implica diretamente na qualidade da assistência, pois se o profissional não tiver habilidade técnica e conhecimentos necessários diante a conduta a ser tomada, poderá implicar em agravo ao quadro do paciente. Está previsto no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem nas responsabilidades e deveres nas relações com a pessoa, família e coletividade, “Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem. Art. 14 - Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão”. O atendimento de emergência no contexto do SUS O objetivo das políticas públicas, enquanto ação é minimizar as desigualdades sociais sejam elas raciais, culturais, econômicas, sociais e outras, oferecendo a todos um tratamento específico conforme as suas necessidades. Em se tratando de políticas públicas, para atender as necessidades das crianças, a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, trouxe condições favoráveis para criação de programas públicos visando à saúde da criança. Em seu artigo 11 é assegurado o atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do SUS, garantindo o acesso universal e igualitário às ações e Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 5 www.eduhot.com.br serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. Nas últimas décadas, um dos marcos mais importante e marcante nas transformações pelas quais vem passando o sistema de saúde brasileiro ocorreu em 1988, com a promulgação da Constituição Federal, na qual foi determinado que a saúde é direito de todos e dever do Estado e cria o SUS. Este só foi regulamentado, no entanto, pelas Leis Orgânicas da Saúde nº 8080, de 19 de setembro de 1990 e nº 8142, de 28 de dezembro de 1997. A partir daí a saúde no Brasil passa por um processo contínuo de mudanças na tentativa de consolidar este sistema e criar propostas que atendam a população de maneira humanizada e ética. A Norma Operacional da Assistência à Saúde/SUS 01/2002 dispõe sobre a formação de níveis de complexidade, as responsabilidades financeiras dos setores com cada nível e como deve se dar a articulação entre os níveis devidamente hierarquizados. Estrutura-se, então, uma rede descentralizada e hierárquica em três níveis de atenção: nível primário (postos e centros de saúde), considerada a porta de entrada dos usuários da rede de saúde; nível secundário (unidades mistas, ambulatórios geral, hospitais locais e regionais); e nível terciário (ambulatórios especialistas, hospitais especializados e hospitais de especialidades). Visando garantir aos pacientes a integralidade e acesso aos serviços, é importante que haja um sistema de comunicação e inter-relação entre os diferentes níveis. O sistema de referência e contrarreferência é um mecanismo administrativo, em que os serviços estão organizados de forma a possibilitar o acesso a todos os serviços existentes no SUS pelas pessoas que procuram as unidades básicas de saúde. Essas unidades são, portanto, a porta de entrada para o serviço de maior complexidade, caso haja necessidade do usuário. Asssim, as unidades de maior complexidade são chamadas de unidades de referência. O usuário atendido na unidade básica, quando necessário, é referenciado (encaminhado) para unidade de maior complexidade a fim de receber o atendimento de que necessita; quando finalizado o atendimento dessa necessidade especializada, ele deve ser contrarreferenciado, ou seja, o profissional deve encaminhar o usuário para a unidade de origem para que a continuidade do atendimento seja feita. A Política Nacional de Atenção às Urgências preconiza a integração entre a rede básica de saúde local, permitindo que o usuário tenha acesso aos serviços de saúde nos diversos níveis de complexidade. Deixa claro que as equipes de atenção às urgências vinculadas ao SUS devem estar em constante aperfeiçoamentopara Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 6 www.eduhot.com.br atender os usuários de acordo com os princípios da integralidade e humanização. Assim sendo, serviços de emergência devem estar organizados para atender às crianças e suas famílias, independentemente da situação de saúde, e encaminhá-los após o atendimento para os serviços de saúde de acordo com as suas necessidades. A Portaria nº 3.390, de 27 de dezembro de 2013, que institui a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do SUS, estabeleceu as diretrizes para organização do componente hospitalar da Rede da Atenção à Saúde (RAS), cuja finalidade é promover o aprimoramento dos processos assistenciais e gerenciais na atenção hospitalar, mediante planejamento cooperativo e solidário entre as esferas governamentais, com vistas à qualificação e resolutividade da atenção. Em seu Capitulo I, Artigo 4º, a PNHOSP define que os hospitais que prestam ações e serviços no âmbito do SUS constituem-se como um ponto ou conjunto de pontos de atenção, cuja missão e perfil assistencial devem ser definidos conforme o perfil demográfico e epidemiológico da população e de acordo com o desenho da RAS locorregional, vinculados a uma população de referência com base territorial definida, com acesso regulado e atendimento por demanda referenciada e ou espontânea. No parágrafo 2º, por sua vez, fica definido que os hospitais se constituem, além da assistência, em espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa e avaliação de tecnologias em saúde para a RAS. . A emergência em pediatria e as especificidades desse atendimento Fonte: http://hospitalsaomatheus.com.br/category/pediatria/ Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 7 www.eduhot.com.br Com a grande demanda de pacientes na qual o serviço de emergência tem se deparado, o papel do profissional de enfermagem, junto com a sua equipe, é o de prestar uma assistência rápida e resolutiva para minimizar as situações de risco de vida. A especificidade dos pacientes pediátricos encontra-se, principalmente, na maior dificuldade em verbalizar suas angústias e sofrimentos durante sua internação, requerendo que o profissional de enfermagem compreenda e acolha não apenas a criança doente como também sua subjetividade em se expressar. A criança e sua família, quando procuram pelo serviço de emergência, necessitam de uma atenção especial em razão das suas características psicobiológicas próprias desse grupo populacional que, em muitos casos, estão sujeitos aos agravos decorrentes das doenças que se manifestam na infância. Esse tipo de atendimento exige recursos materiais e humanos especializados e preparados para que a situação de saúde da criança não se agrave. Muitos são os fatores que colocam a criança em risco. Entre as causas que necessitam da assistência nas unidades de atendimento de EP estão as doenças respiratórias, as intoxicações, os estados convulsivos e os acidentes e traumas, que provocam, muitas vezes, a parada cardiorrespiratória, que é a emergência de maior importância na pediatria. O atendimento por livre demanda ainda é muito frequente, principalmente nos serviços vinculados ao SUS, onde são também frequentados por crianças com doenças mais simples, e as famílias os utilizam como porta de entrada do sistema, provocando elevada procura pelo serviço e interferindo no atendimento aos pacientes agudos. Na assistência pediátrica, que envolve média e alta complexidade, como também a cronicidade e gravidade dos casos, os profissionais devem considerar a incorporação constante de novos conhecimentos sobre doenças raras, sobre limitações do desenvolvimento e maturação dos pacientes, e o uso de tecnologias de ponta. Além disso, é importante a valorização do saber do paciente pediátrico sobre o seu processo de adoecimento, sobre as relações vivenciadas durante a sua internação e sobre o seu direito de expressão, fornecendo subsídios para que o profissional de saúde possa refletir e repensar acerca de suas práticas com vistas a uma assistência integral e acolhedora. Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 8 www.eduhot.com.br Neste movimento de reflexão, cabe destacar que nas emergências pediátricas, o foco da atenção é prioritariamente, mas não exclusivamente, a criança, pois esta tem direito a um acompanhante, que também deve ser alvo da assistência. Assim, o processo de trabalho da equipe de enfermagem deve estar centrado na prática assistencial, educativa e na administração do serviço de saúde, bem como na necessidade de cuidar das crianças em situação de emergência e seus acompanhantes. Neste contexto, o processo de trabalho em saúde se dá no momento do encontro profissional-usuário sendo, portanto, um trabalho vivo em ato. Isto é, trata- se do encontro entre os acompanhantes e as crianças atendidas na EP com os profissionais de saúde. Além disso, o processo de trabalho em saúde envolve a configuração de uma complexa rede com os elementos relativos aos sujeitos (necessidades, desejos, interesses), às redes sociais (modo de produção, mecanismos de modelação ideológica) e à própria gestão dos serviços de saúde (políticas públicas, financiamentos, estratégias de gestão). Portanto, destaca-se que as ações de enfermagem não estão restritas a procedimentos técnicos, há grande valorização do cuidado humanizado prestado à criança hospitalizada e ao seu familiar cuidador. Neste momento, podemos inferir que o enfermeiro como líder da equipe defronta-se com vários desafios para o gerenciamento do cuidado no serviço de emergência; portanto, além de conhecimento técnico e cientifico, deve ter habilidade para organizar o trabalho, adequando-o às condições de atendimento disponíveis à quantidade e gravidade do quadro clinico dos pacientes que procuram este serviço. Gerência do cuidado de enfermagem na perspectiva da integralidade na emergência pediátrica O hospital moderno é uma organização complexa que incorpora o avanço constante de conhecimentos e tecnologia, no qual diferentes profissionais ligados à área de saúde exercem suas atividades. Entre eles, o enfermeiro é um dos responsáveis pela assistência prestada ao cliente e desempenha funções administrativas e assistenciais com vistas à realização do cuidado. Para a realização destas funções, o enfermeiro adapta constantemente o seu processo de trabalho, ao Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 9 www.eduhot.com.br mesmo tempo em que tem o usuário como eixo central de suas ações. A tomada de decisão permeia o processo de trabalho do enfermeiro cotidianamente e é considerada a função que caracteriza o desempenho da gerência. Gerência é a arte de pensar, de decidir e de agir. É a arte de fazer acontecer, de obter resultados que podem ser definidos, previstos, analisados e avaliados, mas que tem que ser alcançados pelas pessoas em uma interação humana constante. A gerência constitui um importante instrumento para a efetivação de políticas, incorporando um caráter articulador e integrativo, ou seja, a ação gerencial é determinada e determinante do processo de organização de saúde e fundamental na efetivação de políticas sociais e, em específico, as da saúde. Consideramos, então, que a gerência é a maneira de utilizar diversos recursos organizacionais, quais sejam: humano, materiais, financeiros, de informação e tecnologia, para alcançar objetivos e atingir elevado desempenho. É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneiraeficiente e eficaz. O planejamento é a primeira função administrativa, porque sem planejamento não se pratica gerência. O planejamento se inicia à medida que se determinam objetivos a serem alcançados, se definem estratégias e políticas de ação e se detalham planos para conseguir alcançar os objetivos. Desta forma, é estabelecida uma sequência de decisões que incluem a revisão dos objetivos propostos, alimentando um novo ciclo de planificação. Logo, o princípio básico para uma boa gestão é o planejamento, já que é a partir dele que se norteia todo o processo gerencial e dá suporte para a tomada de decisão para implementar atividades. Quando o planejamento é bem feito, o trabalho é realizado com qualidade, com o melhor uso dos recursos humanos e materiais e há, também, um melhor controle de custos. Outra função gerencial é a organização, que significa “estabelecer a estrutura para executar os planos, determinando o tratamento mais adequado a ser dado ao paciente e agrupar as atividades para atingir as metas da unidade. Incluem, também, o trabalho dentro da estrutura da organização, a compreensão e utilização do poder e da autoridade. A direção, enquanto uma das funções gerenciais, implica em várias atividades relacionadas com o recurso humano e por isso é através dela que são tomadas decisões, emitidas as ordens, orientações e supervisão do esforço dos subordinados, no sentido de alcançar os objetivos definidos no planejamento . Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 10 www.eduhot.com.br O controle é a função administrativa, que tem a ver com o planejado e o realizado, ou seja, com o desejado e o obtido, com o orçado e o efetivado. Dessa forma, o controle fecha o ciclo aberto pelo planejamento. A essência do controle reside na verificação se a atividade controlada está ou não alcançando os resultados desejados. Parte-se do princípio de que estes resultados foram previstos e precisam ser controlados. Assim, o controle pressupõe a existência de objetivos e de planos, pois não se pode controlar sem planos que definam o que deve ser feito. O enfermeiro no seu dia a dia realiza junto a sua equipe funções de planejamento, organização, direção e controle. A execução de cada uma dessas funções ocorre em maior ou menor frequência, mas todas estão presentes. A gerência em enfermagem é uma atividade que facilita a integração entre a equipe de saúde a fim de tornar possível o processo de cuidar, seja ele individual ou coletivo. Para o exercício da gerência requerido por este estudo, buscou-se base teórica dentro da ciência da administração e usou-se as funções administrativas para o processo de trabalho da gerência em enfermagem. Nessa perspectiva, o planejamento como um instrumento do processo de trabalho gerencial pode ser definido como a arte de fazer escolhas e de elaborar planos para favorecer um processo de mudança. Compreende, assim, um conjunto de conhecimentos práticos e teóricos ordenados de modo a possibilitar a interação com a realidade, programar as estratégias e as ações necessárias para alcançar os objetivos e metas desejadas e pré-estabelecidas. As transformações ocorridas nos setores político, econômico, social e cultural da sociedade, bem como o surgimento de novas tecnologias, têm levado as organizações hospitalares a buscarem novas concepções gerenciais, a fim de se tornarem mais eficientes e eficazes no atendimento das doenças e seus clientes. O gerenciamento em enfermagem pode ser historicamente contextualizado a partir da segunda metade do século XX. Desde este período, o trabalho da enfermagem é organizado de modo que o saber administrativo e a prática propriamente dita são dissociados, ou seja, separe-se a organização e a execução do cuidado. A partir deste ponto é possível distinguir o processo de cuidar do processo de gerenciar: o primeiro expressa a execução dos cuidados de enfermagem para a obtenção do atendimento integral com vistas às necessidades de saúde da população, o segundo tem como objetivo a organização do trabalho e os recursos Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 11 www.eduhot.com.br humanos necessários à efetivação de tal cuidado. Analisando o cuidado como cerne do processo do trabalho de enfermagem, compreende-se que o gerenciamento pressupõe a qualidade do mesmo, e que, portanto, a cisão entre as dimensões assistencial e gerencial compromete o alcance do cuidado, acarretando conflitos no trabalho deste profissional com sua prática, na relação com a equipe de enfermagem e com a equipe multiprofissional. Conceitualmente, a gerência do cuidado envolve uma relação dialética entre o saber fazer gerenciar e o saber fazer cuidar, o que possibilita, assim, uma interface entre eles na prática profissional. Caracteriza-se por ações expressivas e instrumentais de cuidado direto e indireto, além de articulação e interface dos aspectos técnicos, políticos, social, comunitário, de desenvolvimento da cidadania e organizacionais, que envolvem a práxis do enfermeiro em cenário hospitalar, nos diferentes níveis hierárquicos e em quaisquer instituições de saúde. As ações da gerência do cuidado de enfermagem estão relacionadas às ações do cuidado direto e àquelas do cuidado indireto, de caráter instrumental, caracterizadas por ações que requerem habilidades técnicas e gerenciais. Elas têm o intuito de planejar o ambiente terapêutico, inclusive equipamentos e materiais necessários, possuindo caráter expressivo, que englobam aspectos subjetivos, além de influenciar e serem influenciadas pelos aspectos objetivos que envolvem a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e a organização do trabalho da equipe de enfermagem. Ambas são ações realizadas pelo enfermeiro, de forma integrada e articulada, com o objetivo de oferecer um cuidado sistematizado de qualidade aos usuários do serviço em saúde. As várias funções desempenhadas pelo enfermeiro – cuidar, educar, coordenar, colaborar e supervisionar – devem ser desenvolvidas de maneira integrada e, portanto, indissolúvel uma das outras. Tendo em vista um atendimento integral a coordenação do cuidado, é um dos papeis mais importantes em um ambiente hospitalar, visto que, entre suas atribuições, o enfermeiro possibilita a integração entre os serviços e outros profissionais da equipe multiprofissional. As atividades gerenciais do enfermeiro devem ter como finalidade o alcance de um cuidado de qualidade, visto ser este o traço principal do processo de trabalho da enfermagem. Dessa forma, na medida em que o gerenciamento de enfermagem está articulado com a prática do cuidado, ambos voltados para o atendimento das Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 12 www.eduhot.com.br necessidades de saúde, ele pode contribuir com o cuidado integral e com o alcance da integralidade da atenção. Neste movimento de reflexão, o trabalho gerencial do enfermeiro tem potencial para redefinir o modelo de atenção, pois permite a produção do cuidado, por meio de ações que visam à intervenção em saúde, incidindo exatamente no momento operacional. Para tanto, o enfermeiro deve amparar o seu processo de trabalho utilizando tecnologias gerenciais, a fim de tornar-se um agente de mudança da realidade dos serviços de enfermagem das instituições de saúde, de forma que o cuidado gerenciado nas instituições seja capaz de extrapolar o tecnicismo, incorporando conhecimentos e atitudes de maneira racional e sensível. Definindo as situações de emergências pediátricas Fonte: https://www.secad.com.br/blog/medicina/novo-programa-de-atualizacao-aborda-a-emergencia- pediatrica/ Concordandocom Santos et al “[...] a situação de emergência é geralmente assustadora, ela necessita das mais rápidas e melhores formas de pensar e agir, pois a palavra emergência são eventos inesperados e que pedem atendimento imediato no qual devemos enfrentá-los e fazer a coisa certa com rapidez e eficiência”. As situações de emergência na infância são traumáticas, tanto para a criança quanto para os pais e familiares, pelo risco iminente de morte e devido à necessidade de intervenção imediata pela equipe de saúde, onde por vezes estão Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 13 www.eduhot.com.br focados no atendimento deixando os familiares de lado e sem notícias do quadro do paciente até a estabilização do mesmo. Para conseguir atender com seriedade, comprometimento, ética e habilidade é importante que os profissionais possuam conhecimento atualizado acerca das condutas a serem tomadas no momento da emergência para assegurar uma assistência livre de danos, bem como negligencia, imprudência ou imperícia. Educação permanente na enfermagem Fonte: https://www.enfermagemnovidade.com.br/2017/05/educacao-permanente-nos-servicos-de-saude.html De acordo com Ministério da Saúde “A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho. Propõe que os processos de educação dos trabalhadores da saúde se façam a partir da problematização do processo de trabalho, e considera que as necessidades de formação e desenvolvimento dos trabalhadores sejam pautadas pelas necessidades de saúde das pessoas e populações. Os processos de educação permanente em saúde têm como objetivos a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho”. A enfermagem pela sua essência e formação está vinculada a educação. De alguma maneira sempre está orientando um paciente quanto aos cuidados ao utilizar suas medicações, bem como aos familiares a cuidarem em casa de dispositivos instalados no o que constata que educação e a enfermagem são indissociáveis. A educação permanente pode direcionar para a melhoria da assistência de enfermagem, promovendo a satisfação profissional e melhorando as condições no Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 14 www.eduhot.com.br trabalho. Melhores práticas de atuação no trabalho Fonte: https://www.secad.com.br/blog/enfermagem/o-papel-do-enfermeiro-na-promocao-da-saude-infantil/ Cada profissional é responsável pelo trabalho que desenvolve de acordo com os recursos materiais e/ou humanos oferecidos pela instituição onde atua. Nesta ótica, pressupõe que para que o profissional, preste uma assistência dentro dos preceitos éticos da profissão e com qualidade, necessita ser treinado/qualificado/aprimorado melhorando assim suas práticas de atuação. “Todo investimento em treinamento e qualificação de pessoal, quando bem planejado e desenvolvido, é capaz de produzir mudanças positivas no desempenho das pessoas”. Para alcançar as melhores práticas se faz necessário “considerar o trabalhador de saúde um ser cognoscente, corresponsável pelo suprimento de suas necessidades e pelo estabelecimento relações entre os membros da equipe, fortalece a noção de que este sujeito lida com o conhecimento, aprende, troca, elabora, reelabora, transforma o conhecimento explícito em tácito e o tácito em explícito. Como membro de uma organização, é capaz de articular conhecimento e, nesse vai e vem das relações, melhorar as práticas de saúde e de cuidado.” O trabalho da enfermagem em emergência pediatrica na perspectiva dos acompanhantes Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 15 www.eduhot.com.br Nas ultimas décadas, as emergências hospitalares públicas pediátricas viveram períodos de superlotação, pois a demanda era maior que a oferta de serviço. Isso aconteceu, pois nestes locais eram atendidas situações que não configuram emergência em saúde e poderiam ter sido resolvidas em locais de menor complexidade, como a atenção básica. A elevada proporção de crianças com problemas de saúde passíveis de serem solucionados no nível primário de atenção e que enchem os hospitais trazem repercussões ao processo de trabalho da equipe de enfermagem. Nas emergências pediátricas, o foco da atenção é prioritariamente, mas não exclusivamente a criança, pois esta tem direito a um acompanhante, que também deve ser alvo da assistência. Nestes locais, o processo de trabalho da equipe de enfermagem deve estar centrado na prática assistencial, educativa e na administração do serviço de saúde, bem como, na necessidade de cuidar das crianças em situação de emergência e seus acompanhantes. Neste sentido, o processo de trabalho em saúde se dá no momento do encontro profissional-usuário sendo, portanto, um trabalho vivo em ato. Isto é, trata- se do encontro entre os acompanhantes e as crianças atendidas na emergência pediátrica hospitalar com os profissionais de saúde. Além disso, o processo de trabalho em saúde envolve a configuração de uma complexa rede com os elementos relativos aos sujeitos (necessidades, desejos, interesses), às redes sociais (modo de produção, mecanismos de modelação ideológica) e à própria gestão dos serviços de saúde (políticas públicas, financiamento, estratégias de gestão). Cuidar da clientela pediátrica requer do profissional, o cuidado técnico e o cuidado subjetivo que envolve a singularidade, a individualidade e a forma como a criança expressa seus sentimentos e emoções. Assim, quando a mesma se encontra em situação de risco de morte, em uma unidade de emergência, é necessário um plano de cuidado de enfermagem, que contemple os cuidados necessários e indispensáveis para manutenção da vida, bem como promover atenção ao seu acompanhante. A ausência de relação humanizada entre profissionais assistencialistas, especificamente o enfermeiro, no tocante à criança e o acompanhante pode alterar o processo de trabalho da equipe de enfermagem de maneira a trazer repercussões Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 16 www.eduhot.com.br negativas na recuperação clínica da criança, prolongando o período de permanência no hospital, acentuando as suas fragilidades e comprometendo a assistência prestada. Na tentativa de melhorar a resolutividade nos serviços de emergências hospitalares, o governo federal criou no ano de 2011, a Rede de Atenção as Urgências e Emergências (RUE) no âmbito do SUS, que encontrou reforço para sua implementação com o Programa SOS Emergência, em 2012. A criação e a efetivação de novas politicas públicas na reorganização dos serviços de urgência e emergência, na lógica do atendimento em rede, refletem diretamente na prática assistencial, no processo de trabalho e no cuidado de enfermagem. A área de conhecimento do gerenciamento de enfermagem, onde localiza-se o processo de trabalho da equipe de enfermagem, vem sendo estudada pela perspectiva do enfermeiro, focado na preocupação no processo ensino aprendizado, na capacitação dos profissionais de enfermagem através da educação em saúde, na qualidade da assistência, com foco no processo e produto8. Outros estudos abordaram primordialmente o gerenciamento dos serviços hospitalares de assistência a adultos, e não conferiram visibilidade ao processo de trabalho de enfermagem no setor de emergência pediátrica através do acompanhante da criança, que também é um usuário do serviço. No âmbito internacional, os estudos demonstraram que o foco estava na família e nos profissionais de saúde, com maior preocupação no atendimento deemergência na atenção primária e com cuidados domiciliares as crianças, a fim de evitar atendimentos de emergência desnecessários. Mediante a invisibilidade do processo de trabalho de enfermagem no setor de emergência pediátrica, frente a perspectiva do acompanhante, ainda, no contexto das novas políticas públicas de reorganização das redes de atenção às emergências, justifica-se a realização deste estudo. A questão que norteou este estudo foi: Quais são as percepções dos acompanhantes sobre o trabalho da equipe de enfermagem no atendimento a criança em situação de emergência? Sendo assim, objetivou-se: analisar o processo de trabalho da equipe de enfermagem no cuidado de crianças em situação de emergência na perspectiva do acompanhante. Pediátrica estes devem ser realizados em sala e local próprios e separados do Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 17 www.eduhot.com.br atendimento de adultos, sendo respeitada a dimensão de 8,5m por leito. O ambiente de trabalho também deve ser um lugar seguro para que os profissionais de saúde possam prestar assistência de modo rápido e eficaz. Nas emergências pediátricas a iluminação natural e a artificial são de extrema importância, pois ambas bem projetadas podem originar estímulos tranquilizadores e acolhedores nas crianças e acompanhantes, atendendo parte da necessidade de bem estar biológico e psicológico. Um setor de trabalho saudável para a equipe de enfermagem deve ser bem iluminado, visto que o cuidado desenvolvido por esses profissionais é por vezes cansativo e envolve esforço físico, evitando a fadiga e o esforço visual desnecessário. É importante ter em mente que quando os usuários escolhem os serviços de saúde onde desejam ser atendidos, o fazem com base na área geográfica, na resolutividade, na qualidade, na agilidade, no acesso, no acolhimento prestado e pelas informações disponíveis em sua rede. Deste modo, a rede assume papel importante, na manifestação das necessidades, desejos e interesses, bem como, no modo de produção e mecanismos de modelação ideológica dos indivíduos que a compõe. Os indivíduos inseridos na rede social dos acompanhantes de crianças atendidas na emergência pediátrica também podem ser corresponsáveis por romper com o modelo ideológico de responsabilização da assistência, apenas por parte dos profissionais e gestores. Os usuários do SUS devem ser ativos e atuantes na construção de um sistema de saúde melhor, através do controle social e atividades de fiscalização. Os acompanhantes das crianças, na qualidade de usuários, devem ter voz ativa e representativa no Conselho Nacional de Saúde, na ouvidoria hospitalar, e no encontro como os profissionais de saúde, fortalecendo assim a rede. Assim, profissionais gestores e usuários buscam um modelo de produção de saúde que seja revertido em resolutividade na assistência. A gestão dos serviços de saúde: recursos materiais e estrutura física No contexto da emergência pediátrica, os profissionais de enfermagem são fundamentais na gestão e no processo de trabalho. Assim, o enfermeiro, como responsável pela equipe de enfermagem e detentor de conhecimento clínico, deve Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 18 www.eduhot.com.br ser o responsável pelo fluxo de atendimento dos usuários de acordo com acolhimento e classificação de risco. A reorganização no atendimento da emergência pediátrica, seguindo os protocolos estabelecidos e priorizando o atendimento dos casos graves, pode contribuir para a diminuição do risco de morte e para o aumento da expectativa de vida. Em nosso país, não existe a obrigatoriedade dos enfermeiros que trabalham nos setores de emergência serem especialistas ou capacitados na área. Entretanto, ele deve prestar uma assistência dentro dos preceitos éticos da profissão, com qualidade e comprometido em melhorar cada vez mais o cuidado prestado à criança e em atender aos interesses do usuário. No processo de trabalho, o enfermeiro e sua equipe devem ser competentes, treinados, qualificados, melhorando assim sua prática de atuação. Pois, o trabalho em situação de risco eminente de morte exige um cuidado rápido, interativo, complementar e multiprofissional. Diferente da realidade brasileira, nos Estados Unidos, é obrigatório que o enfermeiro faça o curso de dois anos de capacitação antes de desenvolver sua prática assistencial em unidades de emergência pediátricas para só então poder trabalhar neste setor. Neste país, ainda existem várias equipes de enfermeiros que trabalham na emergência pediátrica, dividindo a assistência em áreas, como por exemplo: equipe de ressuscitação cardio pulmonar, de acessos venosos e entre outras. A equipe de enfermagem é permanente e constante nos serviços de emergência pediátrica. Esses profissionais são os responsáveis por manter o padrão no atendimento, gerenciar riscos e garantir a qualidade16. Com base nas falas dos acompanhantes de criança atendidas em situação de emergência, identificou-se que a ideologia do processo de trabalho está centrada na rapidez do atendimento, na atenção e na capacidade dos enfermeiros em prestar o cuidado humanizado, o que não requer, necessariamente, dedicar mais tempo à criança, ou ter condições de trabalho ideais. Basta, portanto, saber dirigir palavras de conforto e segurança, dar real atenção à pessoa, conversar com ela, e deixar que se manifeste. A humanização no processo de trabalho de enfermagem também manifesta- se através de uma comunicação efetiva, que é adequada quando ocorre de modo individualizado, sempre que os profissionais relacionam-se com os acompanhantes de um modo carinhoso, amoroso, respeitoso e desenvolvendo escuta sensível. Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 19 www.eduhot.com.br Assim, se estabelece uma relação de ajuda, confiança e cria-se um vínculo entre os profissionais, crianças e acompanhantes, o que facilita o processo do cuidado. Deste modo, a comunicação é um meio de tornar o atendimento de emergência menos traumático. Assim, tem-se que o modelo de cuidado e gestão em saúde predominante ainda é o curativo, não devendo, neste sentido, excluir a oportunidade de trabalhar os aspectos relativos à prevenção. Existe uma maior valorização da doença, com a necessidade da busca pelo atendimento de emergência, que por muitas décadas superlotou os hospitais. Foi necessário o investimento em políticas públicas específicas, como Humaniza SUS, Rede de Urgência e Emergência e o SOS Emergência para garantir o acesso aos hospitais nos casos realmente de emergência. Apesar de avanços e investimentos também na Atenção Primária em Saúde, o modelo preventivo ainda é emergente em nosso país. A gestão dos serviços de saúde é inerente ao processo de trabalho da equipe de enfermagem. Aspectos como a infraestrutura hospitalar e o mobiliário interferem na assistência prestada. A manutenção dos bens duráveis, bem como a adequação para o perfil da clientela atendida é de responsabilidade dos gestores em saúde e dos enfermeiros. Cabe a este profissional gerir as unidades de emergências e identificar deficiências no acesso, eficiência e qualidade nos atendimentos, bem como discutir, negociar e decidir acerca da alocação dos recursos financeiros do hospital Ainda, no que se refere à estrutura e os recursos físicos no setor de emergência pediátrica, estes devem proporcionar um ambiente seguro para a criança, seu acompanhante e profissional de saúde. Deste modo, almeja-se uma assistência livre de riscos e sem agravos a situação de vulnerabilidade a qual a criança já está exposta. A manutenção da segurança da criança aumentaquando a equipe de enfermagem recebe treinamento constante. Assim, é capaz de prever as possíveis ameaças advindas dos riscos relacionados à segurança do paciente, como: erros de medicação, uso inadequado e/ou falta de equipamentos, recursos humanos, no que se refere à falta de habilidade técnica, bem como, na comunicação ineficiente entre os diferentes profissionais de saúde e acompanhantes. Na tentativa de minimizar os riscos na segurança do paciente, a equipe de enfermagem deve receber treinamento por meio de simulações do cuidado ao usuário. Esta modalidade apresenta como Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 20 www.eduhot.com.br vantagem identificar ameaças latentes na segurança do paciente, identificar lacunas no conhecimento dos profissionais, e reforçar comportamentos de trabalho positivos em equipe. Para os acompanhantes deste estudo, a segurança da criança é garantida com o uso de mobiliário como cama e berços com grades que funcionem e evitem o risco de queda. Além disso, a disponibilidade, funcionalidade e número adequado de monitores e aparelhos para assistência em saúde, também foram apontados como inerentes ao processo de trabalho da equipe de enfermagem no cuidado de crianças em situação de emergência. As camas e berços, bem como os monitores devem ser estar em número e tamanho adequados, em perfeita condição para uso, garantindo conforto, privacidade e recuperação em segurança. A disposição deste mobiliário e material deve ser uma ferramenta facilitadora do processo de trabalho, das relações interpessoais entre usuário e equipe de modo acolhedor, resolutivo e humano20. Os recursos tecnológicos, como os monitores auxiliam no atendimento da criança e devem estar funcionando em quantitativo adequado ao número de leitos. A imprevisibilidade dos recursos materiais e equipamentos para o cuidado de enfermagem, além de dificultar o planejamento das ações, por vezes, expõem o usuário ao improviso, riscos e o trabalhador às situações constrangedoras. A legislação brasileira que regulamenta o funcionamento dos hospitais determina nos artigos 50 a 55 que as unidades de emergência devem dispor de materiais e equipamentos adequados a complexidade do serviço, necessários ao atendimento de sua demanda, devendo estar devidamente regularizados junto a esse órgão. Na unidade devem constar instruções escritas referentes à utilização de equipamentos e materiais, manutenções preventivas e corretivas nos equipamentos e uma reserva operacional, segundo fabricante ou serviço de engenharia da instituição. A estrutura hospitalar também deve garantir privacidade e conforto ao usuário, além de ser um local limpo, livre de fontes de contaminação. Em hospitais com atendimento de emergência CORPOS ESTRANHOS NAS VIAS AÉREAS SUPERIORES Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 21 www.eduhot.com.br 1. Os corpos estranhos das vias aéreas superiores são os que produzem, geralmente, quadro mais alarmantes. 2. Pode suceder nos casos de corpos estranhos múltiplos. 3. Somente a administração rápida de oxigênio, seguida de broncoscopia, poderá salvar estas crianças. OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS 1. Perguntar à vítima consciente: Você está engasgado? 2. Se a vítima acenar positivamente com a cabeça 3. Abrir vias aéreas 4. Inspecionar a boca e remover objetos se houver 5. Não elevar a língua e mandíbula 6. Não realizar varredura digital às cegas 7. Se vítima consciente: manobra de Heimlich 8. Se vítima inconsciente: RCP sem compressões abdominais. Manobra de desobstrução das VAS Figura: manobra de Heimlich Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/366698/ 1. O médico deve recorrer, sempre que possa ao auxílio dos Raios X. 2. Se confirmado, a conduta será sempre manter a criança em repouso, se possível em jejum ou com alimentação líquida, até que o broncoscopista possa Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 22 www.eduhot.com.br selecionar o material adequado e retirar o corpo estranho por via endoscópica. 3. Na grande maioria das vezes, os corpos estranhos podem ser retirados das vias aéreas por meio da laringoscopia e broncoscopia. APRESENTAÇÃO CLÍNICA E DIAGNÓSTICO 1. Auriculares 2. Nasais 1. Esofágicos 2. Laríngeos e traqueais 3. Brônquicos CONDUTA NA EMERGÊNCIA ✓ Remoção no canal auditivo externo: é de fácil execução, utilizando-se aspiração, alça de arame, cureta ou pinça. Pode-se usar irrigação para objetos que não sejam vegetais. Afogue um inseto vivo com óleo mineral ou álcool a 95% antes de retirá-lo. ✓ Antes de tentar remover um corpo estranho nasal, contenha a criança com a cabeça imobilizada, anestesie a mucosa nasal com spray de lidocaína a 4%, reduza o edema com gotas nasais de fenilefrina a 0,5% e proceda à sucção das secreções para aumentar a visualização do objeto. O uso de uma cureta ou pequena pinça “jacaré” em geral é bem-sucedido. ✓ O tratamento de um corpo estranho esofágico é remoção durante esofagoscopia. ✓ O tratamento dos corpos estranhos na laringe ou traqueia é controverso. Se o paciente tem algum grau de dificuldade respiratória, convoque um anestesista e um otorrinolaringologista e experimente um golpe abdominal. INDICAÇÕES PARA INTERNAÇÃO 1. Corpo estranho esofágico, traqueal ou brônquico. 2. Corpo estranho no canal auditivo externo, nariz ou laringe que não foi removido durante o atendimento de emergências. Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 23 www.eduhot.com.br SUPORTE DE VIDA EM PEDIATRIA 1. Manobras de RCP 2. A – Abertura das vias aéreas (Airway) 3. B – Respiração (Breathing) 4. C – Circulação (Circulation) Sequência do ABC Figura: Sistema ABC Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/366698/ RCP em crianças (1-8 anos) Guidelines 2005 1. RCP em crianças desta idade é similar aos adultos, a compressão e ventilação são também 30:2. Há, no entanto 3 diferenças. 2. Se você estiver sozinho deve executar RCP durante dois minutos antes de ligar 192. 3. Use uma só mão para efetuar as compressões torácicas. 4. Pressione o esterno e faça-o baixar 2 a 3 centímetros (1/3 do seu diâmetro). Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 24 www.eduhot.com.br Se o lactente (0-12 meses) ou a criança maior de (1-8 anos) não responde e você está sozinho, comece a RCP imediatamente. Continue por um minuto e então chame por socorro. ✓ Avaliando a consciência ✓ Abertura de vias aéreas ✓ Abertura de vias aéreas ✓ Ver-ouvir-sentir ✓ Respiração boca/nariz/boca em lactentes ✓ Compressão torácica em lactentes COMPRESSÃO TORÁCICA EM MAIORES DE 8 ANOS E EM ADULTOS TRAUMA 1. É uma das principais causas de morte nos pacientes pediátricos. 2. Mais comuns: 3. Crânio-encefálico 4. Tórax 5. Abdômen ABERTURA DE VIAS AÉREAS NO TRAUMA FONTES DO TRAUMA 1. Infante (1-12 meses): queimaduras, uso indevido de equipamentos, quedas do berço. 2. 1ª infância (1-3 anos): queda de altura, acidentes em brinquedos, envenenamentos (ingestão de substâncias tóxicas). 3. Pré-escolar e escolar (4-12 anos): atropelamentos, acidentes com bicicletas, acidentes na prática de esportes. 4. Adolescentes (13-18 anos): acidentes em veículos motorizados, em bicicletas, em práticas esportivas, ferimentos por armas. TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 25 www.eduhot.com.br Fonte:https://v2.afilio.com.br/tracker.php?banid=4409684&campid=30969;2113&siteid=36550&aff_xtra=5bae35474cbe3f3f9e45294f 1. Resultante, quase sempre, de quedas, acidentes automobilísticos ou agressões físicas. 2. São frequentes as hemorragias intracranianas, provocadas por ruptura de vasos. 3. Alguns ferimentos, como fraturas com “afundamento”, fraturas abertas, hemorragias epidurais e subnutrais, indicam sempre intervenção cirúrgica. 4. A avaliação neurológica da criança pode ser feita através da escala de Coma de Glasgow modificada. TRAUMATISMO TORÁCICO Mais frequente na pré-infância e idade escolar, com o aparecimento de contusões pulmonares, rupturas de brônquios, fraturas de costelas e lesões de esôfago (mais ocasionalmente). CHOQUE HIPOVOLÊMICO Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 26 www.eduhot.com.br Fonte: http://www.minutoenfermagem.com.br/postagens/2016/06/22/choque-hipovolemico/ O volume sanguíneo normal, em uma criança, é cerca de 8 a 9% do seu peso total, ou 80 a 90 ml/Kg. O choque hipovolêmico ocorre quando há uma perda de 40% ou mais desse volume. Com perdas menores, de 25 a 40% aparecem sinais e sintomas do choque. Uma criança em choque hipovolêmico apresenta-se hipotensa, bradicardia, comatosa, pálida e com a pele fria, com acentuada queda do volume urinário. Valores normais de SSVV: Infante: ✓ FC: 140 a 160 bpm ✓ FR: 40 ipm ✓ Pressão sistólica: 80 mmHg Criança maior: ✓ FC: 140 bpm ✓ FR: 30 ipm ✓ Pressão sistólica: 90 mmHg PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA Raramente é um evento primário em crianças; geralmente é secundária á hipóxia causada pela parada respiratória. ✓ Ventilação/respiração Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 27 www.eduhot.com.br ✓ Circulação ✓ Desfibrilação SALA DE ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA Fonte: http://www.saocristovao.com.br/site/ps-infantil 1. Recebimento da criança, com a imediata acomodação na mesa de exames e retirada de toda a roupa e outros objetos pessoais. Avaliação concomitante das condições neurológicas: alerta, respondendo ou não a estímulos verbais e dolorosos, inconsciente. 2. Ventilação com máscara e ambu: aspirações de secreções orais. 3. Massagem cardíaca externa se for o caso. 4. Infantes: 100 compressões/minuto. 5. Crianças maiores: 80-100 compressões/minutos. 6. Monitorização cardíaca e estabelecimento de uma via de acesso venosa, com coleta de sangue para exames laboratoriais. 7. Oferta de material para a intubação endotraqueal e fixação do tubo. 8. Passagem de sonda nasogástrica. 9. Administração de drogas e soluções. 10. Controle de pulsos carotídeos, femorais e braquiais. 11. Apresentação de material para procedimentos médicos invasivos: dissecção de veia, drenagem de tórax, cateter em subclávia etc. 12. Estabilização de fraturas e proteção a ferimentos. 13. Cateterismo vesical de demora. Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 28 www.eduhot.com.br 14. Controle da temperatura. 15. Apresentação de material para a desfibrilação, se necessário (ajuste da carga elétrica). 16. Registro de traçados eletrocardiográficos. 17. Apresentação e instalação, com o médico, do aparelho para a ventilação mecânica. 18. Anotações de enfermagem. Preparo da criança para a transferência: UTI ou Sala de repouso e Observação. PONTOS IMPORTANTES NA ASSISTÊNCIA 1. Vigilância constante; 2. Ventilação; 3. Fixação do tubo endotraqueal; 4. Preparo da pele para a punção intraóssea; 5. Combate à hipotermia; 6. Posição no leito; 7. Restrições no leito; 8. Acompanhante; 9. Administração de drogas e soluções; 10. Transporte. ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NA PEDIATRIA Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 29 www.eduhot.com.br Fonte: https://www.unimed.coop.br/web/vitoria/noticias/ps-pediatrico-adota-acolhimento-com-classificacao- de-risco Na classificação de risco o atendimento deve ser priorizado de acordo com a gravidade clínica do paciente, e não com a ordem de chegada ao serviço (SOUZA, et al, 2011). O enfermeiro tem sido o profissional indicado para avaliar e classificar o risco dos pacientes que procuram os serviços de urgência, devendo ser orientado por um protocolo direcionador. O Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) em pediatria consiste em uma avaliação dos pacientes de forma dinâmica, ágil e humanizada embasado em um protocolo, possibilitando identificação de sinais de alerta, apresentação de doenças ou agravos conferindo uma atenção centrada no nível de complexidade e não na ordem de chegada. Ou seja, podendo melhorar o atendimento nas portas de entrada das unidades de urgência e emergência pediátricas (MAGALHAES et al., 2011). De acordo com Tacsi e Vendruscolo (2004), os serviços hospitalares de emergência pediátrica, recebem uma demanda elevada de pacientes, e concomitante a isso, devem demonstrar rapidez e eficácia. O fato de se trabalhar com a criança em estado grave traz uma diversidade de respostas subjetivas que resultam de uma relação intensa que se estabelece com a criança e sua família, característica dos seres humanos e dos profissionais que atuam no serviço. No entanto, é na classificação de risco que se nota um potencial crescimento de vagas no mercado de trabalho para enfermeiros. Em se tratando de pediatria é de suma importância um conhecimento prévio sobre criança, bem como é valida a experiência de trabalhar com criança em situação de risco (MAURER, 2010). Considera-se que a assistência de enfermagem a criança na triagem de um serviço de emergência deve ser um atendimento amplo, abrangendo os dados trazidos pela família, tentando extrair rapidamente suas necessidades principais. Porém, é muitas vezes nesse momento que o enfermeiro peca, a avaliação da criança focada na ectoscopia e no exame físico dirigido nas queixas sinalizadas pelos pais, cuidadores ou responsáveis. Tal processo configura-se como imprescindível, uma vez que o paciente e/ou responsável é incapaz de identificar casos de emergência ou usa de má fé para se beneficiar da facilidade que esse serviço oferece, refletindo no tempo de espera e na superlotação das emergências. Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 30 www.eduhot.com.br (GATTI, 2004). A avaliação da criança como um todo é fundamental para realizar uma boa avaliação primaria. Perguntas sobre comportamento da criança incluindo apetite, eliminações e variabilidade das respostas das crianças são valiosas (MAURER, 2010). Concomitante às técnicas utilizadas para verificar os pacientes em risco, busca-se no enfermeiro responsável pelo acolhimento com classificação de risco na emergência pediátrica uma subjetividade impar, capaz de extrair das informações captadas na anamnese e abordagem inicial, procurando detectar e alertar a equipe para casos de vulnerabilidade e os mais variados tipos de abuso aos menores (RICCETTO et al., 2011). Segundo Maurer (2010) para que o enfermeiro possa apresentar respostas positivas quanto ao seu trabalho no seu serviço de acolhimento faz-se necessário que a equipe assistencial e administrativa do serviço esteja esclarecida quanto ao objetivo dessa atividade, para que todos utilizem a mesma linguagem, para que sigam o mesmo protocolo e assim possam passar informações claras e uniformes de como funciona o serviço ao usuário. E também para que as condutas tomadas pelo enfermeiro possam encontrar suporte e respaldo nos níveis mais elevados de hierarquia da instituição De acordo com Rodrigues, Pedroso e Oliveira (2008), as orientações para classificaçãode risco de crianças com ate 11 anos, 11 meses e 29 dias, segue o mesmo princípio da classificação do adulto ou seja, categoriza em quatro níveis identificando com quatro cores. Porém apresenta algumas especificidades importantes em pediatria. Segue abaixo os grupos de Sinais e Sintomas categorizados por cada cor: Nível – Vermelho • Parada cardíaca e/ou parada respiratória; • Traumas graves (fratura exposta, TCE, atropelamentos, etc); • Queimaduras extensas e profundas; • Inconsciência /desmaios; • Lesão por frio intenso (hipotermia); • Sinais vitais ausentes ou instáveis; Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 31 www.eduhot.com.br • Insuficiência respiratória (incapacidade de falar, cianose, confusão); • Hemorragia intensa e ativa; • Crise convulsiva; • Intoxicação exógena (ingestão de produtos químicos, drogas, etc); • Ferimentos com hemorragia ativa e intensa (FCC, mordeduras, etc). Nível 2 – Amarelo • Temperatura axilar igual ou maior que 37,8 °C; • Diarréia e vômito associado com desidratação; • Ingestão de corpo estranho; • Corpo estranho nariz e/ou ouvido; • Varicela; • Traumas moderados (Queda, TCE, mordeduras, etc); • Queimaduras moderadas; • Dispnéia / taquipnéia, com uso de musculatura acessória; • Broncoaspiração; • Glicemia capilar maior que 200mg/dl ou menor que 60mg/dl; • Sinais Vitais instáveis; • FCC sem hemorragia intensa; • Episódio de desmaio nas últimas 6 horas; • Agressão física / violência doméstica • Crianças com até 6 meses de idade; Nível 3 – Verde • Irritação ou hiperemia ocular; • Prurido ou hiperemia cutânea; • Dor de ouvido; • Sintomas das vias aéreas superiores: congestão de vias aéreas, tosse, febre, garganta inflamada, gripe, etc; • Escabiose; • Constipação; • Torção; • Queixas relacionadas ao sistema urinário; • Dor de cabeça; Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 32 www.eduhot.com.br • Hipoatividade sem alterações de sinais vitais; • Retornos de exames laboratoriais. Nível 4 – Azul • Encaminhamentos / referência para UBS; • Assadura; • Problemas / queixas crônicas há mais de 30 dias; • Intervenções de enfermagem (limpeza, imunização, curativo, orientações, etc); • Solicitação de exames; • Troca de receitas; • Mordedura leve e arranhaduras; • Pediculose; • Inapetência; CONSIDERAÇÕES FINAIS Podendo ser aplicado com todos os profissionais de saúde dos estabelecimentos de saúde devido à temática ser relevante não somente aos técnicos de enfermagem. A adesão as melhores práticas de atuação profissional pode ser a alternativa para aprimorar a qualidade dos serviços de saúde, em especial da Enfermagem. A importância de manter atualizar os conhecimentos O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema em constante estruturação e consolidação que não se reduz apenas ao tratamento da doença como foco do modelo, a prevenção de doenças e a promoção de saúde, bem como a reabilitação. Isto implica em muitos desafios pela defesa da vida e garantia da saúde a todos os usuários. Neste contexto de construção do SUS observam-se grandes e várias questões, mas também necessitam de mudanças e aperfeiçoamentos (NASCIMENTO et al, 2011). A pediatria é a área da saúde dedicada à assistência a criança, adolescentes e pré-adolescentes, até 11 anos, 11 meses e 29 dias. Triagem é o primeiro contato dos profissionais com o paciente, é onde se inicia o acolhimento mostrando disponibilidade e passando confiança. A triagem pediátrica para Fernandes (2010) é o contato inicial com a criança e com os pais, é importante explicar para eles que a Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 33 www.eduhot.com.br prioridade do atendimento é por gravidade e não por ordem de chegada, e que a cor atribuída não significa necessariamente ter de ficar o tempo de espera máximo referente a essa cor, que são: vermelha, amarela, verde e azul, determinadas pelo Protocolo de Manchester. Em 2004 com início do Programa Nacional de Humanização (PNH) o HUMANIZA-SUS, trouxe em suas diretrizes uma estratégia de modificação do processo de trabalho em saúde utilizando as ferramentas do acolhimento e da avaliação com classificação de risco (BRASIL, 2004). O acolhimento é uma ação tecno-assistencial que prevê a mudança na relação entre os profissionais e os usuários, através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade. Acolher é buscar, atender de forma holística a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários (MERHY, 2008). A classificação de risco é um instrumento que, além de organizar a fila de espera e proporcionar uma ordem de atendimento que não a ordem de chegada, tem também outros objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores condições de trabalho para os profissionais pela discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes internas e externas de atendimento. (NASCIMENTO et al, 2011). O processo de trabalho de enfermagem no setor de emergência pediátrica tem como base ideológica a premissa de salvar vidas; a humanização através da conversa, e do explicar o procedimento a criança e ao acompanhante. O enfermeiro tem papel primordial na assistência a saúde da criança, devendo reconhecer os sinais e sintomas, apresentados, ou seja, aferir sinais vitais e anotar o que o usuário refere. Todo o processo de acolhimento com classificação de risco deve ser registrado, possibilitando a avaliação da resolutividade, da qualidade do serviço e da caracterização da demanda. A equipe de enfermagem deve exercer algumas habilidades importantes, para realizar um bom acolhimento Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 34 www.eduhot.com.br com classificação de risco, como: comunicação, boa interação com os profissionais da unidade, com os usuários e família, paciência, compreensão, habilidade organizacional, agilidade, julgamento crítico, ética e solidariedade. O processo de cuidar em pediatria, pela sua especificidade, determina que o enfermeiro desenvolva as suas capacidades para responder com competência à singularidade do ato de cuidar a criança em parceria com os pais. Podemos dizer que na parceria é enfatizada a importância dos pais para o desenvolvimento integral da criança, mas para o desenvolvimento do próprio cuidado também. É valorizada a parentalidade no processo de cuidar. Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas 35 www.eduhot.com.br REFERÊNCIAS Melo EMC, Assunção AA, Ferreira RA. O trabalho dos pediatras em um serviço público de urgências. Cad. Saúde Pública. 2007 Dez; 23(12):3000-10. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN Nº 311, de 08 de Fevereiro de 2007. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. [Acesso 2012 Mar 11]. Disponível em: http://www.coren-sc.org.br/ Santos LRFS, Souza MG. Enfermagem na unidade de emergência pediátrica. In: Wiggers E, organizador. Assistência de Enfermagem. São José: Editograf; 2008.p.74-89.Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Brasília: MS; 2009. 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