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UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso Disciplina: Anatomia patológica veterinária Docente: Nadia A. Bobbi Antoniassi Discente: Bruna Vivian Miguel SISTEMA LOCOMOTOR As portas de entrada de patologias para o sistema locomotor são diversas, entre elas estão fraturas, esmagamentos, feridas penetrantes, hematógena, etc... Fatores nutricionais e tóxicos também podem acarretar patologias. Sumário ALTERAÇÕES DE TAMANHO NA MIOFIBRA ...................................................................... 1 MIOPATIAS CONGENITAS E HEREDITÁRIAS ..................................................................... 1 ISQUEMIA ................................................................................................................................... 2 MIOPATIAS NUTRICIONAIS – ................................................................................................. 2 MIOPATIAS DE ESFORÇO: ....................................................................................................... 3 NEOPLASIAS .............................................................................................................................. 4 MIOSITES INFECCIOSAS .......................................................................................................... 4 DOENÇAS OSSEAS .................................................................................................................... 7 Raquitismo ou osteomalácia.......................................................................................................... 7 Osteoporose: .................................................................................................................................. 7 Osteodistrofia fibrosa: ................................................................................................................... 7 ALTERAÇÕES DE TAMANHO NA MIOFIBRA Atrofia: Diminuição da musculatura por desuso, deficiência nutricional ou alterações endócrinas. Hipertrofia: Aumento do tamanho da musculatura devido ao aumento de trabalho do musculo ou compensação de trabalho de alguma deficiência. MIOPATIAS CONGENITAS E HEREDITÁRIAS Miastenia gravis: Doença congênita em que há produção de anticorpos contra receptores de acetilcolina, consequentemente, não há ligação de acetilcolina com seu receptor, resultando numa paralisia flácida. Na maioria das vezes o animal nasce com a doença em outras pode ser adquirida. Splay leg: Também conhecida como “Síndrome dos membros abertos” é comum em suínos, é uma falha na formação dos nervos dos membros posteriores, se estimulado, o animal pode começar andar. UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso Disciplina: Anatomia patológica veterinária Docente: Nadia A. Bobbi Antoniassi Discente: Bruna Vivian Miguel ISQUEMIA Tromboembolismo em gatos: A IC leva a formação de tromboembolismos, principalmente na artéria ilíaca, causando a isquemia da musculatura dos membros posteriores e necrose. É mais frequente ocorrer em gatos. Decúbito prolongado: O animal que fica por muito tempo em decúbito comprime os vasos da musculatura em que está se apoiando, fazendo com que haja isquemia e posterior necrose. Danos a vasos intramusculares: Vasculite leva a formação de trombos, isquemia do vaso e, devido a falta de O2, necrose. É o que acontece com erisipela em suínos, língua azul em ovinos, púrpura hemorrágica e exotoxinas clostridiais. MIOPATIAS DEGENERATIVAS MIOPATIAS NUTRICIONAIS – Dentre elas temos miopatias nutricionais por deficiência de Selênio e Vit E, intoxicação por ionóforos e intoxicação por Senna ocidentallis e Senna obtusifolia. • Deficiencia de vitamina E e selênio são compostos antioxidantes essenciais para a membrana plasmática da célula, na deficiência nutricional a membrana plasmática fica frágil, podendo ocorrer facilmente o rompimento celular, é comum em animais jovens e de crescimento rápido que são mal suplementados, ocorre UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso Disciplina: Anatomia patológica veterinária Docente: Nadia A. Bobbi Antoniassi Discente: Bruna Vivian Miguel necrose muscular esquelética e cardíaca, mais comum as lesões acometem músculos da coxa, dorso e pescoço, em aves pode acarretar em edema e ascite. É comum ocorrer em animais de produção: aves, bovinos e suínos. É UMA DOENÇA CRÔNICA, POR ISSO HÁ OCORRENCIA DE ÁREAS DE MINERALIZAÇÃO. • Intoxicação por ionóforos: Os antimicrobianos ionóforos são utilizados com o intuito de promover melhor crescimento e como coccidiostáticos. A intoxicação ocorre quando o animal ingere uma quantidade superior a indicada, pode ocorrer quando o animal se alimenta da ração de outra espécie. Equinos são mais sensíveis e aves são mais resistentes. É uma doença que ocorre mais de forma aguda, por isso não há áreas de mineralização • Intoxicação por Senna ocidentalis e Senna obtusifolia (Fedegoso): Ocorre com a ingestão do Fedegoso, só ocorre se o animal tiver muita fome, pois não é uma planta palatável. Ocasiona lesões na musculatura esquelética e cardíaca, sem áreas de mineralização. • A diferença entre a intoxicação por ionóforos e por fedegoso é a maior frequência com que os ionóforos atingem a musculatura cardíaca. MIOPATIAS DE ESFORÇO: Rabdomióse equina: É conhecida também como doença da segunda-feira, é comum ocorrer em equinos desacostumados ao trabalho intenso. O grande esforço causa lesão muscular com ruptura das miofibras e liberação da mioglobina, que é eliminada na urina (mioglobinúria) e pode causar lesão renal. Miopatia dos transportes: Ocorre em animais que são transportados a longa distância e têm que ficar muito tempo em estação. Miopatia de captura: Comum em animais silvestres, no momento da captura do animal. Com o aumento do estresse durante a captura há o aumento do metabolismo celular, aumento da glicogenóllise e aumento do tônus vascular. Há produção de ácidolático no UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso Disciplina: Anatomia patológica veterinária Docente: Nadia A. Bobbi Antoniassi Discente: Bruna Vivian Miguel tecido e hipóxia, resultando na morte celular e extravasamento da mioglobina e potássio. A mioglobina pode causar insuficiência renal aguda e o potássio alterações cardíacas, como por exemplo a fibrilação e posterior insuficiência cardíaca aguda, o animal pode morrer logo após a captura por ICA ou por IRA em alguns dias. Na necropsia observa-se áreas musculares pálidas, rim enegrecido e urina enegrecida. NEOPLASIAS Rabdomiomas: Neoplasia benigna do musculo. Rabdomiossarcoma: Neoplasia maligna muscular MIOSITES INFECCIOSAS Virais: São raras. A língua azul causa vasculite, que leva a necrose isquêmica e a febre aftosa causa necrose muscular cardíaca, principalmente em animais jovens. Bacterianas – Clostridiais – mionecrose hemorrágica o Carbúnculo sintomático: Causado pelo Clostridium chauvoei, ocorre quando o animal ingere esporos que se instalam e permanecem na musculatura, com a ocorrência de um trauma, que leva a uma hipóxia, o local fica propício para a proliferação da bactéria. No início dos sinais clínicos o animal apresenta claudicação, ao apalpar a região sente-se uma crepitação, para diferenciar a crepitação de clostridium por crepitação causada por necrose resultante de hipóxia basta fazer um corte no local, se houver hemorragia é sinal de que a crepitação foi causada por Clostridium. O Clostridium chauvoei pode afetar o coração inicialmente também, caso isso ocorra não haverá claudicação e na necropsia vê-se um coração esponjoso, enquanto que na histopatologia vê-se necrose celularextensa e presença de gás no tecido. Na imagem abaixo vemos edema muscular e necrose. UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso Disciplina: Anatomia patológica veterinária Docente: Nadia A. Bobbi Antoniassi Discente: Bruna Vivian Miguel AS MIOSITES CLOSTRIDIAIS NÃO SÃO UM DIAGNÓSTICO É A MESMA COISA DE VIROSE, NÃO ESPECIFICA O QUE CAUSOU A MORTE DO ANIMAL. AS CLOSTRIDIOSES SÃO CAUSADAS PELO CLOSTRIDIUM, QUE SÃO BACTÉRIAS ANAERÓBIAS E EXISTEM VÁRIOS DELES, COM VÁRIAS MANIFESTAÇÕES DIFERENTES DESSAS DOENÇAS, E POR ISSO NÃO SE PODE SIMPLESMENTE FALAR QUE O ANIMAL MORREU DE CLOSTRIDIOSE. o Gangrena gasosa: O Clostridium é injetado no local através de injeções ou objetos perfurantes contaminados. Diferentes agentes podem contaminar, mas o principal é o Clostridium septicum. A lesão é semelhante ao carbúnculo sintomático, com a diferença da maneira como o animal se contaminou. o Botulismo: Se dá pela ingestão da toxina da bactéria ClostridiumBotulinum presente no bebedouro ou alimento, outra maneira de contaminação ocorre devido ao habito que alguns animais têm em roer ossos (por deficiência de fósforo) que podem estar com culturas dessa bactéria. A toxina bloqueia a acetilcolina e impede a transmissão de impulsos nervosos. Inicialmente o animal apresenta paralisia flácida de membros. O animal pode morrer quando a paralisia chega ao diafragma, não há sinais anatomopatológicos, por isso o histórico clínico se faz necessário, pode-se coletar sangue e inocular em camundongos que apresentarão os sinais da doença. Suínos são infectados frequentemente através da ingestão de restos de alimentos mal armazenados. Aves são mais sensíveis a toxina. Bovinos intoxicados podem apresentar a posição de auto-auscutação com a cabeça. É comum haver esse tipo de intoxicação em zoológicos também. SINAIS CLÍNICOS: Depende da quantidade de toxina ingerida, podendo morrer em algumas horas ou ficar debilitado por dias, O animal contaminado deve ser retirado do pasto imediatamente pois a carcaça deste no pasto serve como fonte de contaminação para outros animais. Uma característica importante é a flacidez da língua, se puxar ela para fora o animal não a recolhe, podendo confundir com raiva, mas para o diagnóstico definitivo deve-se analisar a ausência de sinais anatomopatológicos, histórico e pode-se injetar o soro do sangue em animais de laboratório. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL= raiva. UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso Disciplina: Anatomia patológica veterinária Docente: Nadia A. Bobbi Antoniassi Discente: Bruna Vivian Miguel o Tétano: O agente causal é o Clostridium tetani, que penetra na musculatura através de materiais perfurantes contaminados. Essa bactéria produz uma toxina , a TETANOSPASMINA, que influencia diretamente na transmissão nervosa muscular. A HISTÓRIA DA FENDA SINÁPTICA Na membrana pré-sinaptica há o acúmulo de acetilcolita, enquanto na pós- sinaptica há receptores para a acetilcolina e na fenda sináptica é o local onde há liberação da acetilcolina para que ela se ligue ao receptor. A partir do momento em que há liberação da acetilcolina e a ligação da mesma com o receptor há a contração muscular. Após esse evento há liberação de outro neurotransmissor que inibe a acetilcolina e “limpa” a fenda sináptica para a próxima ligação. A tetanospasmina bloqueia a liberação dos neurotransmissores inibitórios, fazendo com que haja uma contração tônica e uma paralisia espástica, ou seja, a acetilcolina continua ligada ao receptor deixando o animal com uma contração muscular contínua e por isso o animal fica enrijecido. Os sinais clínicos são: andar rígido, tremores musculares, triismo (mandíbula rígida), prolapso de terceira pálpebra, rigidez na cauda, orelhas eretas e posição de cavalete. Na necropsia não há sinais macroscópicos nem histológicos. Os sinais clínicos são evidentes, não há doença que deixe o animal desta forma, se fizer inoculação no abdômen de camundongo o pequeno animal morrerá com insuficiência respiratória. O diagnóstico diferencial para esta doença é Botulismo. QUAL A DIFERENÇA ENTRE BOTULISMO, TÉTANO E RAIVA? Botulismo pode acometer mais de um animal na propriedade que tenha acesso ao local contaminado, enquanto tétano é necessária a inoculação da bactéria. Botulismo causa uma paralisia flácida enquanto O TÉTANO causa uma paralisia rígida. O histórico clínico detalhado é importante, assim como a investigação da causa. Na raiva o animal não sobrevive e há sinais histopatológicos. Bactérias não-clostridiais: UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso Disciplina: Anatomia patológica veterinária Docente: Nadia A. Bobbi Antoniassi Discente: Bruna Vivian Miguel o Corynebacterium pseudotuberculosis : Acomete equinos por feridas ou ingeções normalmente. o Arcanobacterium pyogenes: Acomete bovinos, ovinos e suínos. Pode infectar de maneira hematógena, feridas ou injeções, causa miosite supurativa com formação de abcessos. o Tuberculose: Acomete bovinos e suínos o Pasteurella multocida: Acomete gatos. Miosites parasitárias: São causadas por parasitas, dentre eles estão Taenia, quem em suínos se instala na musculatura e no coração, e cisticerco. São fáceis de identificar devido a identificação de estruturas císticas, frequentes em frigoríficos, raramente levam o animal a morte. Evitar que a carne seja consumida caso seja encontrada essa patologia. DOENÇAS OSSEAS Raquitismo ou osteomalácia Ocorre em indivíduos com deficiências nutricionais, especialmente a deficiência de vitamina D e fósforo, que são essenciais à deposição de tecido ósseo. O animal fica com má formações ósseas, pernas e coluna espinal torta. Osteoporose: Mais comum em fêmeas, nesse caso os ossos já estão formados. Nesse caso há uma alteração na conformação do trabeculado ósseo, a cortical fica reduzida e o interior mais poroso. O osso fica susceptível a quebraduras. Pode estar associada a má nutrição, pobre em cálcio ou ao uso de glicocorticoides. Osteodistrofia fibrosa: É uma reabsorção óssea associada a deposição de tecido fibroso, podendo resultar no que chamamos de “mandíbula de borracha”. UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso Disciplina: Anatomia patológica veterinária Docente: Nadia A. Bobbi Antoniassi Discente: Bruna Vivian Miguel Pode ser motivada por causas primárias ou secundárias. As causas primárias são menos frequentes e estão relacionadas a uma produção desequilibrada de hormônios da paratireoide (adenoma, carcinoma, hiperparatireoidismo, hiperplasia...). As causas secundárias são mais frequentes e estão relacionadas a deficiências nutricionais ou IRC (Insuficiência Renal Crônica): • Deficiência nutricional: Deficiência de Fósforo, Cálcio e vitamina E. É necessário que esteja em equilíbrio a quantidade de Cálcio e Fósforo no organismo, pois animais que ingerem pouco cálcio ou muito fósforo terão má formação óssea. Ex. : Suínos que recebem ração com baixa quantidade de cálcio, cães e gatos com dieta exclusiva de carne (excesso de fósforo) , equinos que ingerem farelo de soja não suplementado ou plantas com grande quantidade de oxalato. Pastagens ricas em oxalato de cálcio não disponibilizam o calcio ao animal, acarretando numa deficiência e a cara do cavalo fica inchada. QUAIS PLANTAS SÃO RICAS EM OXALATO? Brachiara humidicula O QUE FAZER? Suplementar, • IRC: O rim não mantém suas funções normais, ocasionando hipocalcemia( por haver muita liberação de Ca na urina) e hiperfosfatemia, com isso a paratireoide será estimulada, produzirá paratormonio que estimulará a reabsorçãoóssea e causa o hiperparatireoidismo. No rim ocorre a ativação de vitamina D, que está relacionada a absorção de cálcio pelo intestino. Achados anatomopatológicos: ossos substituídos por tecido fibroso, dentes moles. SINAIS CLÍNICOS: Aumento do volume da face a tal ponto que o animal não consegue fechar a boca e fragilidade óssea,
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