Neuroma Traumático e Neuroma de Morton - Histopatologia

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1 Neuroma Traumático e de Morton - Histopatologia P5 | Carolina Canales 
Neuropatias Traumaticas 
Lesões de nervo periférico podem ser: 
1. Lacerações: resultam de lesões cortantes 
2. Avulsões: ocorrem quando aplica-se uma tensão em um nervo periférico, 
geralmente como resultado de uma força empregada em um dos membros. 
 
Neuroma Traumático 
Considerações 
• Também conhecido como pseudoneuroma ou neuroma de amputação; 
• É um processo reativo de proliferação de axônios em resposta a trauma ou 
cirurgia. Esse crescimento independe do alinhamento correto dos segmentos, 
resultando em uma massa de emaranhados axonais. 
• É uma regeneração hiperplásica; 
Patogenia 
• Em um nervo rompido ou lesionado, o crescimento ordenado de axônios do 
coto proximal ao distal durante a fase de cura restabelece a 
continuidade. Este processo não pode ocorrer se os cotos proximal e distal não 
forem aproximados ou se não houver coto distal. Nesta situação, a 
proliferação aleatória de células de Schwann no coto proximal origina um 
neuroma. 
Etiologia 
• Podem se desenvolver após cirurgia (amputações, colecistectomia), trauma e 
alguns casos estão associados a aneurisma arteriovenoso, mordida 
humana e queimaduras profundas. 
Incidência e localização 
• Qualquer nervo que tenha sido cirurgicamente ou auto-amputado, 
especialmente os de membros e dedos. 
Macroscopia e Apresentação Clínica 
• Nódulo firme, branco-acinzentado. Geralmente ovais, do tamanho de uma 
ervilha. Localizados no subcutâneo ou tecidos moles mais profundos. 
• Pode ser doloroso. 
Histologia 
 Consistem em proliferação desorganizada de fascículos nervosos, células 
de Schwann e fibroblastos embutidos no tecido cicatricial adjacente às 
extremidades cortadas do nervo. 
 Pode haver condensações concêntricas de tecido fibroso ao redor de 
fascículos individuais, dando a aparência de múltiplos nervos separados 
 É visto infiltrado inflamatório crônico, macrófagos e colágeno. 
Observe um fascículo intacto cercado por uma proliferação de novas fibras nervosas, 
algumas organizadas como microfascículas (setas) (A). Partes de tais neuromas sem 
microfasciculas óbvias podem assemelhar-se superficialmente ao neurofibroma (B). Com o 
tempo as microfascicles bem formadas vêm para se encontrar em um estroma 
colagenoso(C) 
A , O neuroma traumático é um agregado relativamente desorganizado de nervos normais e 
degenerados aprisionados em tecido cicatricial fibroso denso. B , fibras nervosas individuais 
muitas vezes falta uma bainha de mielina identificável. 
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Neuroma traumático composto por fascículos nervosos separados por septos finos 
de tecido fibroso. Aparência de múltiplos nervos. 
 
Neuroma traumático mostrando uma proliferação aleatória de ramos nervosos 
circundados por fibrose. 
Neuroma 
traumático. (a) 
nervo periférico 
normal em corte 
transversal 
demonstrando 
epineuro, 
perineuro e 
endoneuro em 
torno dos axônios 
nervosos 
individuais. (b) 
Transições 
nervosas 
periféricas 
normais 
(esquerda) em 
direção a um 
neuroma 
traumático (à 
direita), 
constituído por 
um feixe de fibras 
nervosas dispostas 
aleatoriamente 
em um fundo 
colagenoso 
denso. (c) 
neuroma 
traumático. Obser
ve a extensa 
interrupção e 
aprisionamento 
dos fascículos 
nervosos pelo 
tecido fibroso. 
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Na área menos afetada há preservação da arquitetura fascicular, notando-se grandes 
fascículos individualizados e envolvidos por perinêurio. A principal alteração é a diminuição 
da população de axônios mielínicos de grande calibre, restando pequenos axônios e axônios 
amielínicos. Na área mais afetada, além das alterações axonais, prevalece perda da 
arquitetura fascicular, com muitos pequenos fascículos não envolvidos por perineuro e 
orientados em várias direções, em meio a denso tecido fibroso cicatricial. 
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Degeneração 
Wallerina: termo 
empregado 
para degeneração 
de axônios e suas 
baínhas de mielina 
após secção do 
nervo, geralmente 
traumática. O 
material resultante 
da degeneração da 
mielina e dos axônios 
tende a formar 
enovelados de 
membranas 
conhecidas 
como figuras de 
mielina. Estas são 
encontradas tanto 
no citoplasma das 
células de Schwann 
como em 
macrófagos que 
afluem ao local para 
auxiliar na remoção 
dos debris. 
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 Neuroma de Morton 
Considerações 
• Conhecido também como neurite digital plantar ou metatarsalgia de morton; 
• Espessamento (fibrose perineural) e degeneração do nervo interdigital do pé, 
geralmente entre o terceiro e o quarto metatarso; 
• Representa uma neuropatia compressiva 
Patogenia 
• Dados recentes indicam que o neuroma de morton é uma síndrome de 
aprisionamento de nervos, causada por pinçamento do nervo pelo ligamento 
intermetatarsal transverso profundo. 
Etiologia 
• Ocorre comumente em adultos do sexo feminino e provavelmente está 
relacionada a posição do pé em sapatos de salto alto ou devido a isquemia 
(pressão crônica no pé) ou trauma repetitivo por sapatos inapropriados. 
Apresentação Clínica 
• Paciente queixa-se de dor intensa na sola do pé, na região das cabeças dos 
metatarsos ou das articulações metatarsofalângicas = METATARSALGIA. 
• Sinal de mulder positivo. 
Macroscopia 
• Há espessamento ou edema fusiforme do nervo digital plantar em sua 
bifurcação, com espessamento dos tecidos tendossinoviais adjacentes. 
• Há fibrose perineural do nervo digital plantar. O nervo é geralmente 
afetado no nível da cabeça metatarsal e é comum entre o terceiro e o quarto 
metatarsos e depois entre o segundo e o terceiro. 
 
 
Histologia 
 Espessamento, fibrose, hialinização e trombose dos vasos sanguíneos 
 Fibrose extensa, tanto ao redor como dentro do nervo, 
causando desmielinização e um acentuado esgotamento dos axônios dentro 
do nervo digital; 
 Proliferação de células de Schwann e fibroblastos 
 Também perda de fibras nervosas mielinizadas 
 espessamento endarterial da artéria digital , frequentemente com trombose e 
oclusão da luz; 
 Não há infiltrado inflamatório. 
 
 
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O neuroma de Morton composto por fascículos nervosos parece hipertrófico e circundado 
por bandas fibrosas com vasos sangüíneos hialinizados intermediários 
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Referências: 
1. Robbins e contran 
2. Anatomia Patológica Unicamp < http://anatpat.unicamp.br/nervwalleriana.html> 
3. 
4. Pathology Outlines - Doença não neoplásica Neuroma de 
Morton 
5. https://www.sciencedirect.com/topics/neuroscience/traumatic-neuroma 
6. http://www.histopathology-india.net/mortonneuroma.htm 
7. Adams, WR (2010). Neuroma de Morton. Clínicas em Medicina e Cirurgia Podiátrica, 
27 (4) 
8. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Morton_neuroma_--_low_mag.jpg