Buscar

Resumo displasia coxofemoral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC/CAV - MEDICINA VETERINÁRIA 
Disciplina: Genética Médica Veterinária 
Alunos: Andressa Machado, Blenda Fernandes, David Pereira, Lorenzo Vincensi 
DISPLASIA COXOFEMORAL EM CÃES 
 
DEFINIÇÃO​: 
Doença multifatorial que acomete desenvolvimento ou crescimento da articulação coxofemoral. É caracterizado 
pelo desenvolvimento ou crescimento anormal da articulação coxofemoral, ocorre em decorrência da disparidade 
do crescimento entre os tecidos moles e a estrutura óssea da articulação, que ocasiona, inicialmente, instabilidade 
ou frouxidão articular, com eventual subluxação ou completa luxação da cabeça femoral em cães mais jovens. 
Ocorre geralmente de forma bilateral e, com a progressão, desenvolve-se a doença articular degenerativa, 
característica dos animais mais velhos. 
 
ETIOLOGIA​: 
Fatores hereditários são os determinantes primários, porém a alimentação em excesso pode maximizar a expressão 
dos caracteres em indivíduos geneticamente susceptíveis. 
Por se tratar de uma doença poligênica, não tem um apenas um gene estabelecido, mas há alguns genes candidatos, 
como o COL2A1, que está associado a osteoartrite, pois que providencia instruções para a produção da cadeia 
pro-alfa1(II) de ​colágeno tipo II​ (este qual adiciona estrutura e força aos ​tecidos conjuntivos​, é encontrado 
primariamente na ​cartilagem​). 
 
EPIDEMIOLOGIA​: 
Epidemiologicamente pode acometer qualquer raça de cão pode ser afetada, é mais comum em porte grande e 
crescimento rápido, acomete ambos os sexos. Ocorre com altíssima frequência em bulldogs (mais de 70%). 
Segundo um estudo na UNESP - Botucatu (SOUZA et al., 2011), num período de 7 anos foram avaliados um total 
de 889 cães avaliados em virtude de afecções ortopédicas dos membros pélvicos e, dentre estes, 15,1% 
apresentavam displasia coxofemoral, sendo esta a segunda afecção mais recorrente, apenas atrás de fraturas . 
 
PATOGENIA​: 
Se resume a uma junção entre fatores físicos do animal e ambientais associados à predisposição genética do animal 
resultado na displasia coxofemoral. Então animais com sobrepeso, vivência sobre superfícies muito lisas, animais 
com crescimento muito rápido, estes terão uma susceptibilidade muito maior. Além de que animais com esta 
enfermidade em sua linhagem terão uma chance muito maior de ter displasia, mesmo que nao sofra estas 
influências ambientais e físicas. No momento que o animal tem essa soma de fatores ele irá ter uma força de 
abdução involuntária, gerando sobrecargas sobre a articulação e ligamentos da articulação coxofemoral 
consequentemente levando a lesão esta que gera dor, induzindo o animal a a movimentos e posições antálgicas, as 
quais buscam aliviar a dor de algum foco movimentando forças e peso para outro ponto, como o deslocamento do 
peso para os membros torácicos, aliviando as dores da articulação coxofemoral 
 
SINAIS CLÍNICOS​: 
Nos cães jovens, a subluxação estira a cápsula articular fibrosa, promovendo dor e claudicação, que podem ser 
exacerbas com a ocorrência de fraturas do osso esponjoso acetabular. Os sinais clínicos mais frequentes são 
redução da atividade, dificuldade de se levantar após o descanso e claudicação intermitente ou contínuA. Os 
músculos da área pélvica e da coxa, em geral, estão pouco desenvolvidos. A locomoção ao correr assemelha-se a 
um coelho saltando e, à palpação, observa-se a presença de sinal de Ortolani, onde deve-se abduzir ao máximo o 
fêmur. A cabeça do fêmur então retornará a sua cavidade acetabular, emitindo um som audível (estalos).. 
 
 
 
DIAGNÓSTICO​: 
Radiograficamente: posição radiográfica ventrodorsal padrão com o animal anestesiado. O membros posteriores 
devem estar bem estendidos e rotacionados internamente de modo que a patela fique sobreposta medianamente em 
relação ao plano sagital do fêmur, já os fêmures devem ficar paralelos entre si e em relação à coluna vertebral e a 
pélvis em simetria.Nos achados radiográficos podemos encontrar cabeças femorais com conformação anormal e 
algum grau de luxação. 
Método radiográfico PennHip​:​ ​Técnica que indica a susceptibilidade do seu cão desenvolver a displasia 
coxofemoral a partir de 16 semanas de idade. Esta técnica baseia-se na mensuração da lassitude articular e cálculo 
do Índice de Distração (ID), obtido através de um posicionamento radiográfico diferente do padronizado 
mundialmente para diagnóstico da doença. Os animais precisam ser sedados ou anestesiados para que a 
musculatura dos membros pélvicos não exerça força contrária ao posicionamento radiográfico. Uma das grandes 
vantagens esta técnica é a possibilidade de selecionar reprodutores com menores índices de distração, diminuindo o 
número de animais displásicos nas gerações futuras. 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL​: 
São apontados como diagnóstico diferencial da DCF em animais jovens, a osteodistrofia hipertrófica, a panosteíte, 
as osteocondrites, as fraturas, a ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCCr), cujo principal sinal clínico de 
animais com RLCC é a claudicação com a incapacidade súbita de suportar o peso no membro lesionado e 
mantêm-no em um ângulo de maior flexão apoiando somente os dígitos no chão durante o movimento, devido à 
dor, e as luxações traumáticas da articulação coxofemoral. Em animais adultos e idosos o diagnóstico diferencial 
resume-se à estenose lombosacral degenerativa, discoespondilite, doença do disco intervertebral, mielopatia 
degenerativa, RLCCr, luxação coxofemoral, poliartrite, neoplasias ósseas, síndrome da cauda eqüina e outras 
afecções neurológicas. As doenças associadas também possuem como sinais clínicos dor nos membros pélvicos, 
que ocasiona em fraqueza e incapacidade de sustentação. 
 
TRATAMENTO​: 
O tratamento divide-se em duas formas, sendo estas o tratamento conservador e o tratatamento cirúrgico. A 
recomendação do tratamento coreto depende da idade do paciente, da severidade dos sinais clínicos, dos achados 
radiográficos, da presença de outras afecções e da expectativa e finanças do proprietário. A meta dos tratamentos 
consiste em aliviar os sinais clínicos de dor, melhorar a função locomotora, otimizando a qualidade de vida do 
paciente. Esse tratamento não cirúrgico inclui terapia medicamentosa antiinflamatória, repouso, nutrição e controle 
do peso. 
 
Tratamento conservador​: utiliza-se analgésicos, antiinflamatórios não esteroidais e até mesmo os esteroidais 
(capazes de amenizar a dor do animal, possibilitando uma melhor movimentação), pode ser feito também o 
controle de peso do animal, fisioterapia (natação, caminhadas), evitar que o animal deambule em piso liso e a 
utilização da acupuntura, trazendo bons resultados. 
 
Tratamento cirúrgico:​ No tratamento cirúrgico, para os casos considerados de maior gravidade, a técnica mais 
utilizada é de implantar uma prótese total do quadril, este procedimento é praticado apenas em cães com mais de 
dois anos, uma vez que os ossos necessitam de estar bem formados para suportarem os implantes. Não só com o 
objetivo de minimizar a dor, mas também de devolver a funcionalidade à anca e corrigir os erros genéticos. 
 
Tratamento recomendado​: ACT é uma das técnicas mais efetivas de correção da instabilidade articular 
coxofemoral, apresentando–se como a alternativa mais adequada para o tratamento da DCF canina. Trata-se da 
substituição da articulação coxofemoral por componentes protéticos acetabular e femoral, restabelecendo os 
mecanismos articulares e a função normal do membro livre de dor. No entanto, no Brasil a ACT é pouco 
empregada principalmente por ser necessário um treinamento técnico especializado, além da importação dos 
componentes protéticos, limitando a utilização da técnica devido ao seu alto custo. 
 
PREVENÇÃO 
Como forma de prevenção da doença, é recomendado evitar cruzamento de animaiscom descendentes afetados, 
além de manter um controle de obesidade em animais com maior susceptibilidade e evitar exercícios físicos 
intensos. 
 
PROGNÓSTICO 
Aproximadamente 75% dos pacientes jovens tratados com a terapia conservadora retornam a uma função clínica 
aceitável com a maturidade, o restante necessitam de algum tipo de tratamento cirúrgico em algum momento de 
suas vidas (FOSSUM, 2005). Na cirurgia, a maioria dos pacientes não necessitam de outras intervenções além de 
um tratamento cirúrgico. 
Estudos internacionais comprovam a eficiência do ACT em 90% a 95%, com a utilização de componentes 
protéticos cimentados de cabeça fixa. Os índices de complicações da ACT são relativamente baixos, porém, 
quando essas ocorrem são de difícil resolução (OLMSTEAD et al., 1983; PRESTON et al., 1999). Consistem em : 
luxações, infecções, fraturas de fêmur, soltura asséptica dos componentes protéticos e neuropraxia isquiática.

Outros materiais