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ANATOMIA DO ESÔFAGO E ESTÔMAGO Prof. Evandro – 15 de fevereiro de 2018 Esôfago ● É um órgão puramente muscular, não tem função digestória (não tem secreção de enzimas). ● Função de comunicar as vias digestórias altas com estômago dentro da cavidade abdominal. ● Começa no pescoço onde termina a faringe, passa pelo tórax, perfura o diafragma, entra no abdome e termina no estômago (junção esofagogástrica). ● Dividido em 3 partes: esôfago cervical, esôfago torácico e esôfago abdominal. ● Principais relações anatômicas: - Posterior à esquerda: aorta Constrição: estreitamento fisiológico da luz. Compressão: estreitamento da luz provocado por alguma coisa. - Lateralmente: pulmões (torácica) e vasos carotídeos e veias jugulares. - Anteriormente: coração, traquéia e brônquios ● O esôfago possui constrições e compressões. - Constrições: Esfíncter esofagiano superior (no inicio do esôfago), no nível da crosta da aorta e na junção esofagogástrica (esfíncter esofagiano inferior). Esfíncter: há uma musculatura que abre e fecha. Regulam a passagem do alimento do esôfago para o estomago e impede que ele volte. - Compressões: Ocorrem nas regiões da crosta da aorta, do brônquio fonte esquerdo e do átrio esquerdo. A importância de conhecer essas compressões esta na realização de endoscopia. - Hiato esofagiano: no diafragma onde passa o esôfago. ● Aneurisma de aorta pode crescer e comprimir o esôfago, causa erosão a parede do esôfago causando hemorragia digestiva. - Tumores de esôfago podem fistulizar (comunicação anormal entre duas vísceras) com o brônquio. Quando pessoa se alimenta tem tosse, desenvolve pneumonia de repetição. ● Constituição do Esôfago Em todo o trato digestório, até o intestino grosso, vamos ter duas camadas musculares além da mucosa e submucosa, teremos uma camada muscular. Uma longitudinal (externa) e circular (interna). Essa camada muscular será responsável pelo peristaltismo. (Será assim em todo trato digestório) - No início do esôfago: o esôfago é como se fosse uma continuação da musculatura da faringe. Na porção inicial há uma porção circular que é o esfíncter esofagiano superior. Nessa área há uma zona de fraqueza que é onde começa a musculatura longitudinal. Vamos ter uma área losangular com três triângulos: Triângulo de Killian, Área de Killian-jamieson e Triângulo de Laimier. Essa zona é uma zona de fraqueza dessa região. Com uma incoordenação motora nessa área surge, eventualmente, o prolapso de uma mucosa formando o divertículo de Zenker (faríngeo-esofágico). Geralmente esse divertículo surge no triângulo de Killian. Esse divertículo pode crescer e começar a comprimir o esôfago levando a uma disfagia. Tratamento: retirar o divertículo. ● Junção Esofagogástrica - Linha Z: linha presente na mucosa que marca o término da mucosa esofagiana e o inicio da mucosa gástrica. - Esôfago: mucosa lisa / Estômago: mucosa tortuosa (própria para resistir ao ácido). - Aqui na junção esofagogástrica o esfíncter esofagiano inferior não possui um músculo responsável pela função de válvula, é um esfíncter fisiológico. Apenas o esfíncter esofagiano superior possui um músculo específico para realizar a função de válvula. A disfunção dessa ação esfincteriana causa refluxo (azia, esofagite, etc). - Hérnia de hiato: quando a junção esofagogástrica e estômago sobem para o tórax. Tratamento: Fundoplicatura a Nissen, reduz a hérnia, fecha o hiato esofagiano, passa o fundo gástrico por trás da junção esofagogástrica e sutura na parte anterior (nova válvula que impede o refluxo). ● Vascularização Nós temos três origens. - Artérias: Cervical As artérias esofagianas vem do troco tirocervical; Parte Torácica As artérias esofagianas são ramos diretos da Aorta; Junção Esofagogástrica O esôfago abdominal é irrigado pela artéria gástrica esquerda, ramo do tronco celíaco. - Veias: Cervical Veia triocervical indo para subclávia; Tórax A drenagem é feita pelo sistema Ázigos; Junção Esofagogástrica A drenagem venosa é feita pela v. gástrica esquerda e pelo sistema Ázigos (Comunicação entre a veia porta com a veia cava. Na submucosa, há um plexo venoso com veias bem finas que faz a comunicação entre a veia gástrica esquerda (que vai para o sistema Porta) e o Sistema Ázigos (que vai para a veia cava superior). Melena: é a eliminação de sangue digerido juntamente com as fezes, que então ficam pastosas, de cor escura (tipo borra de café) e de odor fétido. É sinal de hemorragia digestiva alta.Supondo que você tenha uma cirrose com fluxo portal comprometido gerando um quadro de hipertensão portal, as tributárias da veia porta se dilatam, ficam tortuosas, incluindo a v. gástrica esquerda. Isso reflete no plexo venoso na junção esofagogástrica, as veias fininhas não suportam a pressão e se dilatam e ficam tortuosas formando as Varizes Esofagianas. Essas podem romper causando hemorragias digestivas importantes (diagnóstico por endoscopia). Tratamento não cirúrgico: durante a endoscopia, ejeta um líquido esclerosante no interior das varizes, lesando parede do vaso e ele colaba. ● Drenagem linfática: acompanha as artérias. No abdômen drena para os linfonodos do tronco celíaco, no tórax para os linfonodos traqueobrônquicos, na cervical drena para os cervicais profundos. Essa drenagem encontra-se interligada, por isso, os japoneses defendem que em casos de tumor de esôfago em terço médio você deve tirar dos linfonodos celíacos até os cervicais. ● Inervação: É aplicada em toda as vísceras abdominais. - Passimpático: Contrai a musculatura. Origem é Nervo Vago. - Simpático: Relaxa a musculatura lisa do trato digestório. Nervos esplâncnicos maiores e menores oriundos da cadeia simpática paravertebral. - Na musculatura lisa do trato digestório encontra-se o Plexo de Meissner e Auerbach: Eles mantêm o peristaltismo caso o nervo vago seja lesado. O megaesôfago e o megacólon ocorrem quando esse plexo é lesado (chagas) e os órgãos perdem a capacidade de contratilidade. Estômago ● É uma bolsa em forma de J ● Possui uma Pequena Curvatura e uma Grande Curvatura - Na pequena curvatura há uma dobra fisiológica chamada de Incisura Angular. ● O estômago é dividido em regiões por planos imaginários. Cada região tem um predomínio de um tipo de célula. - Cárdia localizado junção esofagogástrica, onde o esôfago chega - Ângulo de Hiss também localizado na junção esofagogástrica. É um ângulo entre o esôfago e a grande curvatura - Fundo ou Fórnix sai do vértice do ângulo de hiss em direção a grande curvatura - Corpo do estômago parte da incisura angular em direção a grande curvatura - Antro-Pilórica ou Pilórica marcado por uma estrutura muscular com função esfincteriana - piloro ● Relações anatômicas - Posterior: Pâncreas - Esquerda: Baço - Direita: Fígado - Inferior: Colón Transverso ● A Mucosa é tortuosa, diferentemente da mucosa do esôfago. A mucosa tortuosa suporta bem o ácido. ● A camada muscular é a mesma. Músculos longitudinal por fora e circular por dentro. ● Piloro: músculo com função esfincteriana que regula a passagem do conteúdo gástrico para o duodeno. ● Vascularização - O estômago é altamente vascularizado. - Origem de toda vascularização é o tronco celíaco. O tronco celíaco origina a artéria gástrica esquerda, a artéria esplênica e a artéria hepática comum. - A Artéria gástrica esquerda, que surge direto do tronco celíaco vasculariza a parte proximal da pequena curvatura. - Originando da Artéria gastroduodenal ou Artéria hepática própria ou Artéria hepática comum você tem a Artéria gástrica direita que vasculariza a parte distal da pequena curvatura. - A artéria gástrica esquerda se anastomosa com a Artéria gástrica direita formando um arco arterial na pequena curvatura . - Na grandecurvatura o arco arterial é formado pelas Artérias Gastromental (ou gastroepiploica) Direita e esquerda. A parte distal da grande curvatura é vascularizada pela gastromental (ou gastroepiploica) direita, oriunda da gastroduodenal. A parte proximal da grande curvatura é vascularizada pela Artéria Gastromental Esquerda, oriunda da artéria esplênica. - Saindo do baço em direção ao fundo temos os vasos curtos, ou vasos breves, ou artérias curtas. - Tronco celíaco Artéria hepática comum ou Artéria hepática própria Artérias Gastroduodenal Artérias Gastromental Direita (vasculariza a parte distal da grande curvatura) - Tronco celíaco Artérias Esplênica Artérias Gastromental Esquerda (vasculariza a parte proximal da grande curvatura) - As artérias que irrigam o estômago se anastomosam na mucosa e na submucosa formando uma rede arterial grande por todo estômago. - As veias têm o mesmo nome das artérias e drenam pra veia porta. ● Drenagem Linfática - Semelhante ao esôfago, toda essa drenagem linfática se comunica via intramucosa. - Vasos linfáticos que acompanham as artérias: gastromentais direito e esquerdo, gástrico esquerdo e direito, todos convergem para o tronco celíaco. Os asiáticos definiram 16 pontos possíveis de disseminação de um tumor via linfonodos e lá eles realizam essa cirurgia de retirada dos linfonodos. ● Inervação É semelhante a do esôfago. Parassimpático dado pelo nervo vago e Simpático dado pelos nervos esplâncnicos. - O nervo vago, além de fazer a contratilidade da musculatura, estimula a secreção de ácido. Antigamente acreditava-se que a úlcera era causada por hipersecreção ácida. O tratamento era cortar o nego vago e abrir o piloro para esvaziar o estômago. Atualmente não existe mais cirurgia para úlcera, uma vez que sabe-se que a úlcera gastroduodenal é causada pela bactéria helicobacter pilórica. O tratamento é feito por antibiótico.
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