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3 - O Programa Bolsa Família como instrumento de inserção social e econômica dos refugiados e de portadores de visto humanitário

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1 1 
DIREITO
INTERNACIONAL
DOS
REFUGIADOS
E O BRASIL
DANIELLE ANNONI (Coord.) 
CRÉDITOS 
Capa: Bernadette Saori Borges 
Fotos: Isabella Patrizzi Merolli 
Revisora e diagramadora da obra: Bernadette Saori Borges 
Tradutora e pesquisadora do Projeto: Elisa Moretti Pavanello 
Fontes históricas: Ana Carolina Contin Kosiak 
D598 DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS E O BRASIL 
/ Coordenação Danielle Annoni – Curitiba: Gedai/UFPR, 2018. 
759p. 
1. Refugiados. 2. Direito Trabalhista. 3. Direito Previdenciário. 3. Acesso à
Justiça. I. Annoni, Danielle (coord.). II. Título.
ISBN – 978-85-67141-24-4 [bruchura] 
ISBN – 978-85-67141-23-7 [recurso eletrônico] 
CDD 325.21 
CDU 3442.7 
430 
O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA COMO INSTRUMENTO 
DE INSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DOS 
REFUGIADOS E DE PORTADORES DE VISTO 
HUMANITÁRIO277 
Camila Arraes de Alencar Pimenta278 
Rui Carlo Dissenha279 
1 INTRODUÇÃO 
 definição de refugiado, convencionada em Genebra no ano de 
1951, continua atual. Segundo essa norma, no seu artigo 1º, inciso 
“2”, considera-se refugiada aquela pessoa que: 
em consequência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de 
janeiro de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, 
religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se 
encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em 
virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou 
que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual 
tinha sua residência habitual em consequência de tais 
acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer 
voltar a ele. (ACNUR, 19?). 
277 Artigo produzido no âmbito do projeto de pesquisa “Direito Internacional dos Refugiados 
e o Brasil: Um Estudo dos Direitos Reconhecidos pelo Brasil aos Refugiados e como se dá 
o Acesso à Justiça em caso de Violação” aprovado pelo CNPq - MCTI/CNPq/Universal
14/2014.
278 Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Coimbra; Especialista em Direito
Processual: Grandes Transformações pela Universidade do Sul de Santa Catarina
(UNISUL); Assistente Administrativo da Universidade Federal do Ceará (UFC);
Professora da Faculdade Ateneu-Pecém (FATE-PECÉM); Advogada.
279 Doutor em Direitos Humanos pela Universidade de São Paulo; Mestre em Direito das
Relações Sociais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); LLM in Public International
Law with International Criminal Law Specialization pela Leiden University; Diplôme Supérieur de
l’Université em Direito Penal pela Université Paris II; Professor de Direito Penal e Direito Penal
Internacional na graduação e na pós-graduação stricto sensu da Universidade Federal do Paraná
e do Centro Universitário Internacional (UNINTER). Professor de Direito Penal na
Universidade Positivo e UFPR. Advogado.
A 
431 
Em 1967 foi firmado um Protocolo adicional que retirou as limitações 
temporais e territoriais constantes do conceito original. O Brasil ratificou a 
referida convenção, assumindo o compromisso de amparo aos refugiados em 
seu território. 
Devido a esse empenho, em 1980 foi criado o Estatuto do Estrangeiro 
(Lei n.º 6.815/80) e em 1997, o Estatuto do Refugiado (Lei n.º 9.474/97), sendo 
esta última uma das leis mais avançadas do mundo sobre o tema. Além do mais, 
a nova Lei das Migrações (Lei n.º 13445/17) foi recentemente sancionada pelo 
Presidente da República, Michel Temer, e já entrou em vigor. Como ponto de 
importância para o presente estudo, cabe mencionar que em todo esse corpo 
normativo, e especialmente na legislação de regência mais nova, existem 
várias previsões de extensão de diversos direitos sociais reconhecidos 
constitucionalmente aos migrantes. 
O Programa Bolsa Família (PBF), por sua vez, surgiu em 2004 em 
substituição ao Programa Fome Zero iniciado em 2003, unificando vários 
outros programas assistenciais do Governo Federal existentes anteriormente280. 
Com a proposta de garantir um mínimo absoluto a todos os sujeitos sob o teto 
normativo do Estado democrático brasileiro, a previsão desse benefício tem o 
condão de oferecer aos cidadãos algum auxílio financeiro que lhes permita 
cobrir gastos mínimos destinados ao respeito da dignidade. Nesse contexto, e 
na medida em que o texto constitucional garante a todos um mínimo 
existencial, refugiados e portadores de visto humanitário não podem ser 
excluídos dessa plataforma caso cumpram os requisitos necessários para a 
concessão do benefício. 
Esta possibilidade segue, assim, uma das recomendações da Declaração 
de San José que propõe a reinserção social do refugiado e o fomento de 
s e u s direitos econômicos e sociais. Esse dispositivo é decorrência evidente e 
inafastável dos ideais apregoados na Declaração Universal de Direitos 
Humanos que asseguram a procura de asilo em caso de perseguição, bem como 
o direito à segurança social, com a satisfação dos direitos econômicos, sociais
e culturais indispensáveis. A garantia de acesso dessa parcela da população ao
PBF, nessa toada, materializa o princípio da cooperação internacional e a
280 Segundo o parágrafo único do artigo 2º da Lei n.o 10.386 de 9 de janeiro de 2004, o novo 
benefício unificava outros benefícios de transferência de renda do Governo Federal, quais 
sejam: o Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação - Bolsa Escola (Lei n.º 
10.219, de 11 de abril de 2001), o Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA (Lei 
n.o 10.689, de 13 de junho de 2003), oo Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à 
Saúde - Bolsa Alimentação (Medida Provisória n. 2.206-1, de 6 de setembro de 2001), o 
Programa Auxílio-Gás (Decreto n.º 4.102, de 24 de janeiro de 2002) e o Cadastramento 
Único do Governo Federal (Decreto n.º 3.877, de 24 de julho de 2001) 
DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS E O BRASIL
432 
garantia dos direitos humanos, especialmente dando conta do direito a um 
nível de vida suficiente para assegurar a toda pessoa e à sua família a saúde e 
o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao
alojamento, à assistência médica e aos serviços sociais necessários.
O presente trabalho pretendeu realizar uma pesquisa bibliográfica e 
documental sobre a possibilidade de concessão do PBF aos refugiados e 
portadores de visto humanitário para que se ampliasse o conhecimento científico 
sobre essa temática e se produzisse um alargamento das fontes de dados 
existentes sobre a questão, facilitando pesquisas futuras e problematizando o 
tema. A abordagem realizada foi qualitativa e o objetivo da pesquisa foi 
descritivo e exploratório. À luz dos princípios constitucionais e internacionais, 
bem como da legislação vigente, levantaram-se as principais informações e 
documentos existentes sobre o tema em questão, com o intuito de verificar a 
efetividade na concessão deste benefício aos refugiados e portadores de visto 
humanitário, bem como aos estrangeiros de um modo geral. 
2 DOS REFUGIADOS E PORTADORES DE VISTO 
HUMANITÁRIO COMO DETENTORES DE DIREITOS 
SOCIAIS NO BRASIL 
A busca por refúgio e pela concessão de visto humanitário no Brasil é 
um fenômeno crescente. De acordo com o CONARE, em abril de 2016, o 
Brasil possuía 8.863 refugiados reconhecidos, de 79 nacionalidades distintas, e 
existiam 12.688 pedidos em processo de julgamento. O maior número de 
solicitações é do Haiti, que acumula 1.529 pedidos de refúgio. Segundo 
informações constantes no site do ACNUR, o número total de solicitações de 
refúgio ao Brasil aumentou mais de 2.868% entre 2010 (966 solicitações) e 
2015 (28.670 solicitações). No âmbito mundial, o ACNUR contabilizou em 
2016 o número de 65,3 milhões de refugiados. 
Nesse contexto, e vinculado ao “espírito de Cartagena”, o Brasil tem 
cumprido as suas diretrizes na proteção do refugiado, especialmente dando 
tanta amplitude quanto possível a esse conceito. Nesse sentido, portanto, em2012 foi instituído o programa humanitário para os haitianos que procuravam 
abrigo no país e em 2015 houve a concessão de tal acolhida aos Venezuelanos. 
Segundo o Estatuto do Refugiado, os critérios de concessão do visto 
humanitário atendem à lógica de proteção por razões humanitárias, ao levar em 
consideração as dificuldades específicas vividas em zonas de conflito, 
DANIELLE ANNONI ( COORD).
433 
mantendo-se os procedimentos de análise de situações vedadas para concessão 
de refúgio. 
O Brasil foi o primeiro país da América Latina a ter uma lei específica 
sobre refugiados. A Lei n.º 9.474/97 instituiu o Conselho Nacional para os 
Refugiados (CONARE) que funciona como um modelo de proteção entre 
Estado, Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e 
sociedade civil. (BOGUS, 2011). Cabe a esse Conselho analisar o pedido de 
refúgio e declarar o reconhecimento dessa condição. Ao fazer o pedido de 
refúgio ou visto humanitário, o solicitante recebe um documento de identidade 
e uma carteira de trabalho provisórios. 
Embora o status de refugiado, bem como a concessão de visto 
humanitário, tenham caráter temporário e, por isso, demandem tratamento de 
urgência, a demora na realização das entrevistas e na tramitação do processo 
tem levado os feitos a uma demora superior à prevista, pondo em risco o 
próprio sentido da provisoriedade. Além disso, essa dificuldade é 
potencializada na medida em que o solicitante de refúgio ou visto humanitário 
enfrenta diversos problemas burocráticos, assim como dificuldades com o 
idioma, a falta de emprego, serviços de saúde, moradia, dentre outros. 
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 6º, traz a previsão dos 
direitos sociais, dentre eles a assistência aos desamparados. Mais adiante, em 
seu art. 203, salienta que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e elenca vários 
objetivos a serem seguidos e que reforçam o caráter universalista de assistência 
do texto da Carta Magna. Além disso, no caput do art. 5º constitucional 
encontra-se expressa a igualdade perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza entre brasileiros e estrangeiros residentes no País, sendo assegurado a 
estes a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade. É, nesse contexto, a assunção da garantia constitucional a uma 
espécie de cidadania universal que garante o “direito a ter direitos” a todos os 
seres humanos, independentemente de onde se encontrem (ARENDT, 1989, 
p. 330).
Os direitos sociais estão inseridos no Título dos Direitos e Garantias 
Fundamentais, sendo necessário que essas garantias sejam fornecidas como 
forma de assegurar a aplicação do princípio da dignidade humana, fundamento 
da República Brasileira. Além do que, para que se assegure uma dignidade de 
vida básica aos cidadãos e aos estrangeiros residentes no país, é necessário que 
haja a aplicação princípio do mínimo existencial com relação a esses direitos. 
A pessoa com status de refugiado sai de seu país e solicita refúgio em outra 
nação por ser vítima de violação de seus direitos fundamentais. Subtende-se 
DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS E O BRASIL
434 
que procurará um país em que os princípios vitais e sociais mínimos lhe sejam 
proporcionados. Dessa forma, como materialização de um princípio de 
confiança na cidadania universal e em Estado democráticos, é fundamental que 
o Estado que recebe o solicitante de refúgio, portanto, lhe conceda um mínimo
de garantias assistenciais a fazer valer seus direitos sociais e econômicos.
Além do mais, a assistência social possui como princípios a 
universalidade de cobertura e a solidariedade. A universalidade de cobertura 
considera que o benefício estará disponível para todo aquele que dele necessite. 
O princípio da solidariedade foi assegurado pelo art. 195 da CF/88 ao 
expressar que a seguridade social (previdência, saúde e assistência social) será 
financiada por toda a sociedade direta ou indiretamente e constitui em um dos 
fundamentos da República Brasileira. 
No Brasil, recentemente, entrou em vigor a nova Lei das Migrações (Lei 
n.º 13.445/17). Esta norma trouxe como princípios e diretrizes a igualdade de
tratamento e de oportunidades do migrante e de seus familiares, a inclusão
social, laboral e produtiva do migrante por meio de políticas públicas e seu
acesso igualitário e livre aos serviços, programas e benefícios sociais, dentre
outros. De forma expressa, o art. 4º da supracitada norma garante ao migrante
o direito a liberdades civis, sociais, culturais e econômicas, o acesso a serviços
públicos de saúde e de assistência social e à previdência social, nos termos da
lei, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória. A
nova lei foi expressa e específica em todos os direitos que devem ser concedidos
aos migrantes, não deixando margem a dúvidas sobre o tema.
3 O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA COMO MEIO DE 
INSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA 
A Lei n.º 10.836, de 09 de janeiro de 2004, criou o Programa Bolsa 
Família com o objetivo de reduzir a desigualdade de renda brasileira. O foco 
principal desta plataforma consiste na população carente: famílias em situação 
de pobreza e extrema pobreza, sendo consideradas em extrema pobreza as 
famílias com renda per capita de R$85,00 (oitenta e cinco reais) mensais e 
reputando-se em estado de pobreza as famílias com renda per capita entre 
R$85,01(oitenta e cinco reais e um centavo) e R$170,00 (cento e setenta reais) 
mensais, desde que tenham crianças ou adolescentes de 0 a 17 anos no seu 
meio. Esses perfis abrangem grande parte da população brasileira. O valor atual 
do benefício básico é de R$85,00 (oitenta e cinco reais) pagos somente para 
famílias em extrema pobreza e que se encontrem em estado de necessidade. Para 
DANIELLE ANNONI ( COORD).
435 
famílias em situação de pobreza, e que estejam na mesma condição, são pagos 
benefícios variáveis, que flutuam de acordo com a idade dos membros da 
família e a renda mensal de cada membro281. 
Para que o beneficiário possa participar do programa, ele tem que 
cumprir certas condições, cujo descumprimento após a implantação do 
benefício pode levar ao seu cancelamento. O solicitante deve realizar um 
registro no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal 
(CadÚnico), mantido sob responsabilidade municipal, sendo que a seleção é 
feita por meio de sistema informatizado de forma a garantir e facilitar o controle 
e a gestão dos beneficiados. As características do próprio programa o fazem ter 
alta rotatividade o que também é determinado por conta do valor do orçamento 
federal que é destinado para cada município. 
É importante destacar que apesar de seu caráter assistencial, não existe 
previsão do PBF no rol dos benefícios da Lei Orgânica da Assistência Social 
(LOAS), Lei n.º 8.742/93, diferentemente do que ocorre com o Benefício de 
Prestação Continuada (BPC) que encontra previsão na norma supracitada e está 
expressamente consignado na Constituição Federal como o principal benefício 
assistencial brasileiro. 
O Relatório-Índice de Gestão Descentralizada do Ministério do 
Desenvolvimento Social (MDS) indica que, no mês de fevereiro de 2017, 
existiam 26.771.992 famílias inscritas no Cadastro Único para Programas 
Sociais, o que corresponde a 78.514.926 pessoas cadastradas. O Programa 
Bolsa Família (PBF) beneficiou no mês de maio de 2017, 13.313.779 famílias, 
que receberam benefícios com valor médio de R$ 180,49. O valor total 
transferido pelo governo federal em benefícios às famílias atendidas alcançou 
R$2.402.987.404,00 (dois bilhões, quatrocentos e dois milhões, novecentos e 
oitenta e sete mil e quatrocentos e quatro reais). O total destinado pelo Governo 
Federal em âmbito nacional no ano de 2017 para o programa é de 
R$7.308.624.766,00(sete bilhões, trezentos e oito milhões, seiscentos e vinte e 
quatro mil e setecentos e sessenta e seis reais). A título de exemplo, o total 
281 Benefício Variável (até cinco por família): R$ 39,00 (trinta e nove reais) no caso de 
famílias com renda mensal de até R$ 170,00 (cento e setenta reais) por pessoa e com recém-
nascido (0 a 6 meses), criança, adolescente ou gestante em sua composição. Benefício 
Variável (até dois por família) de R$ 46,00 (quarenta e seis reais): no caso de famílias com 
renda mensal de até R$ 170,00 (cento e setenta reais) por pessoa e que tenham adolescentes 
entre 16 e 17 anos em sua composição. Benefício para Superação da Extrema Pobreza (valor 
calculado individualmente para cada família de forma que ultrapasse a renda per capita de 
R$85,00): no caso de famílias que continuem com renda mensal por pessoa inferior a R$ 
85,00 (oitenta e cinco reais), mesmo após receberem os outros tipos de benefícios do 
Programa. 
DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS E O BRASIL
436 
destinado aos favorecidos no Estado do Ceará será de R$548.075.767,00 
(quinhentos e quarenta e oito milhões, setenta e cinco mil e setecentos e 
sessenta e sete reais) e para o município de Fortaleza, o valor será de 
R$90.762.122,00 (noventa milhões, setecentos e sessenta e dois mil e cento e 
vinte e dois reais), segundo informações constantes no Portal da Transparência 
do Governo Federal. 
A gestão do Programa é compartilhada entre as três esferas do poder 
(federal, estadual e municipal). Como já citado, os municípios são os principais 
gestores do programa junto às famílias, sendo de sua responsabilidade 
identificar e cadastrar as famílias que compõem o público-alvo do Cadastro 
Único, selecionar as famílias beneficiárias a partir da cota de benefícios que 
possuem e manter os dados de acompanhamento e cumprimento das condições 
atualizados. De um modo geral, o programa possui muitos pontos positivos, a 
sua principal falha consistindo, ainda, na falta de fiscalização do cumprimento 
das condições. 
4 DA INSERÇÃO DOS REFUGIADOS E PORTADORES DE 
VISTO HUMANITÁRIO NO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA 
Na presente discussão, o que se pretende é verificar a possibilidade e 
as condições de concessão do benefício aos refugiados e portadores de visto 
humanitário. Inicialmente, impera notar que parece haver uma evidente falta de 
informação dos servidores públicos envolvidos e, o que é sintomático, a 
consequente falta de divulgação para os solicitantes de visto ou refúgio 
humanitário da possibilidade de sua participação no programa. 
Para Andréa Pacifico (2010, p. 391): 
A solução é, além da modificação do sistema jurídico, o reforço das 
políticas públicas que auxiliem na formação e na produção de 
capital social. Os recursos devem ser postos à disposição dos 
refugiados, de acordo com suas diversidades culturais e o acesso às 
redes sociais devem ser facilitados. Entretanto, tudo isso somente 
pode ser concretizado com políticas públicas (re)distributivas, que 
evitem a segregação e fortaleçam a autoestima. Somente assim os 
refugiados estarão aptos a quebrar o ciclo negativo de vida em que 
se encontram, a se aceitarem e a aceitarem o outro, o novo, o 
estranho, que não será mais estranho, pois será seu novo lar e ele se 
sentirá, sendo assim considerado, parte desse todo, que o acolhe e 
que também deverá aprender a lidar com estes refugiados. 
DANIELLE ANNONI ( COORD).
437 
Como é notório na experiência brasileira, existe um sem-número de 
refugiados e portadores de visto humanitário que podem ser considerados 
hipossuficientes e que preenchem os requisitos de necessidade, bem como aos 
demais itens demandados para a participação no PBF. Na medida em que o 
texto constitucional não faz diferenciação entre nacionais e estrangeiros no que 
tange à proteção da dignidade humana, os estrangeiros em território brasileiro 
possuem assegurados os direitos fundamentais constantes no Título II da 
norma suprema que engloba o direito de assistência aos desamparados. A l ém 
d i s so , o art. 95 da Lei n.o 6.815/90 expressava que o estrangeiro residente 
no Brasil goza de todos os direitos reconhecidos aos brasileiros, nos termos 
da Constituição e das leis, tudo sendo reiterado, recentemente, na vigente Lei 
de Migração, especialmente nos princípios elencados no seu artigo 3º. Por 
consequência, não pode haver diferenciação na participação de brasileiros ou 
estrangeiros na plataforma do benefício. 
De fato, é importante destacar que além de um instrumento de inserção 
econômica, o PBF constitui forma de inserção social do beneficiário. Esta 
plataforma deve ser um meio inicial de ajuda financeira ao indivíduo para que 
ele possa se capacitar e assim ter condições de lutar pelo seu próprio sustento. 
Funciona, assim, como um meio de criação de oportunidades e capacitação, 
bastando, ao beneficiário estrangeiro, para que tenha direito ao benefício, 
apresentar o CPF ou o título de eleitor (os demais membros da família precisam 
apresentar, pelo menos, a certidão de nascimento). Ao indicar a documentação, 
deve realizar o registro no CadÚnico assim como os demais solicitantes. 
Entretanto, apesar dessas previsões e da disponibilidade de informações 
constantes em sites oficiais do governo, como o do MDS, ocorrem inúmeras 
dificuldades de acesso dos refugiados e portadores de visto humanitário ao 
programa. 
A Polícia Federal é, em teoria, o primeiro contato dos estrangeiros com 
instituições brasileiras na sua chegada ao país. Na medida em que tal órgão 
repassa todas as informações sobre a solicitação de refúgio, poderia, 
certamente, conceder informações a respeito da possibilidade de participação 
de estrangeiros na plataforma em questão. Como bem expressa André Ramos 
(2008, p.107-108), ainda que se referindo especialmente ao direito de refúgio: 
O agente policial deve seguir o que prevê a lei, ou seja, ao receber 
um estrangeiro que expressa a vontade de obter refúgio no Brasil, 
deve esclarecê-lo sobre seu direito, bem como deve orienta-lo sobre 
o procedimento adequado para decisão posterior do CONARE.
O presente estudo realizou pesquisa junto aos órgãos competentes para 
saber o número de refugiados ou estrangeiros beneficiários do PBF. Em um 
primeiro contato, indagou-se à Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento 
DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS E O BRASIL
438 
Social do Estado do Ceará sobre a existência de dados relativos a migrantes 
beneficiários do programa. As respostas oferecidas pelos servidores apontaram 
no sentido da absoluta inexistência de tais dados, sendo que alguns 
funcionários, inclusive, nem sabiam que estrangeiros faziam jus ao benefício. 
Importa esclarecer que, de fato, quando da pesquisa, não existem de 
dados específicos quanto ao número de refugiados e estrangeiros que recebiam 
o benefício. Entretanto, a Secretaria Nacional de Renda de Cidadania
(SENARC), vinculada ao MDS e responsável pela gestão e operacionalização
do Programa Bolsa Família (atuando na identificação do público envolvido
na ação e gerando a lista dos beneficiários e atualizando-a periodicamente),
possuía nas suas listas de dados uma ampla gama de informações sobre outros
grupos sociais. A pesquisa identificou que em seu cadastro consta a existência
de uma série grupos tradicionais e específicos, tais como indígenas,
quilombolas, pessoas em situação e resgatadas de trabalho escravo, ciganos,
extrativistas, pescadores artesanais, pertencentes à comunidade de terreiro,
ribeirinhos, agricultores familiares, assentados da reforma agrária, beneficiários
do programa nacional de crédito fundiário, acampados, atingidos por
empreendimentos de infraestrutura, presos do sistema carcerário, catadores de
material reciclável, etc. Mas não há qualquer referência a refugiados ou
portadores de visto humanitário. Tratando-se, como se viu, de um grupo de
beneficiáriosque cresce substancialmente, causa espécie que não haja referência
expressa a esse grupo, afinal, dados particulares nesse sentido poderiam
oferecer informações importantes para a elaboração de políticas específicas para
tais grupos de estrangeiros, especialmente o treinamento particularizado de
funcionários públicos.
Note-se que, segundo notícia veiculada no site do MDS, publicada no 
dia 27 de abril de 2017, durante o período de 25 a 28 de abril de 2017, foi 
realizada uma oficina para qualificar gestores do Cadastro Único no 
atendimento a povos tradicionais (ciganos, indígenas e quilombolas). 
Curiosamente, há uma deficiência nessas iniciativas no que toca ao atendimento 
e levantamento de dados de estrangeiros em um modo geral. 
Quando instigado a se manifestar sobre a quantidade de refugiados, 
portadores de visto humanitário e estrangeiros participantes do programa, a 
SENARC informou expressamente que o Ministério não tinha dados referentes 
a esses grupos. A única informação registrada constava em uma nota de 
esclarecimento feita em resposta a uma matéria publicada pela BBC (SENARC, 
2015) sobre estrangeiros beneficiários do PBF em outubro de 2015 e consiste 
no número de famílias beneficiárias com pelo menos uma pessoa estrangeira 
em seu meio: 
DANIELLE ANNONI ( COORD).
439 
Tabela 4.1 - Número de famílias beneficiárias com pelo menos uma pessoa 
estrangeira em seu meio 
Fonte: SENARC/MDS, 2015. 
A SENARC inclusive possui uma coordenação de capacitação que busca 
contribuir para o aprimoramento da gestão do Cadastro Único e do Programa 
Bolsa Família, por meio da capacitação de gestores e técnicos dos estados, do 
Distrito Federal e dos municípios, além de representantes do controle social do 
Cadastro Único e do Programa Bolsa Família. 
Da mesma forma, tampouco o CONARE, também procurado com o 
intuito de se buscarem tais informações, foi capaz de oferecer números 
adequados, esclarecendo que tais dados não eram compilados pelo Comitê. 
Desse modo, diante do aumento de solicitações de refúgio e vistos 
humanitários, causa espécie a inexistência de dados mais precisos ou de 
treinamentos dirigidos aos funcionários públicos envolvidos no sentido de que 
se amplie a concessão do benefício aos estrangeiros. De fato, parece necessária 
uma ampliação contundente da cooperação entre os entes federados e uma 
formação de seus servidores de modo a garantir a efetividade do Programa 
Bolsa Família, assim como de outros programas a que fazem jus os refugiados, 
portadores de visto humanitário e suas famílias. 
Se o acesso a esse programa ainda é restrito no que toca o grupo dos 
estrangeiros que adentram as terras brasileiras, isso parece se dar certamente 
devido ao desconhecimento do benefício. Faz-se premente a atuação conjunta 
da SENARC, sobretudo na capacitação de profissionais, principalmente a nível 
municipal e estadual, do CONARE, do Ministério do Trabalho e da Polícia 
Federal de modo que a informação sobre a possibilidade de participação na 
plataforma alcance todos os refugiados e portadores de visto humanitário que 
preencham os requisitos necessários. 
Data 
Total de famílias 
beneficiárias do Bolsa 
Famílias 
Famílias beneficiárias com pelo 
menos 1 pessoa estrangeira 
Setembro/2015 13.880.362 15.707 famílias 
Dezembro/2014 14.003.441 12.205 famílias 
Dezembro/2013 14.086.199 8.458 famílias 
DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS E O BRASIL
440 
Como bem expressa André Ramos (2008, p.128-129), é natural que as 
dificuldades de assistência a estrangeiros em situação de necessidade sejam 
substanciais, especialmente quando é difícil assegurar a justiça social aos 
próprios nacionais. Entretanto, na medida em que o texto constitucional não 
admite segregação de direitos entre nacionais e estrangeiros no que tange à 
garantia da dignidade humana, políticas públicas de orientação não podem 
setorizar ou privilegiar grupos específicos em detrimentos de outros. Note-se 
que o Programa Bolsa Família não foi criado com o intuito de ser definitivo, 
mas sim como meio de permitir condições básicas de subsistência para que o 
beneficiário possa ir atrás de seu próprio sustento, não acarretando, portanto, 
uma sobrecarga perene aos cofres públicos brasileiros. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A concepção de refugiado não é nova, porém, seus números atuais vêm 
aumentando e chegam a ser alarmantes. O que se nota, entretanto, é que o 
Brasil, apesar de ter uma legislação avançada se comparada aos demais países, 
não possui uma formação adequada dos seus servidores sobre a proteção 
concedida a essas pessoas ou aos portadores de visto humanitário, bem como, 
por consequência, não há repasse de informação sobre as benesses a que têm 
direito. 
Note-se que, embora os valores concedidos pelo programa não sejam 
particularmente altos, é certo que esse mínimo financeiro tende a favorecer 
pessoas em dificuldade – como são tradicionalmente aquelas pessoas que 
compõem os grupos de refugiados e portadores de visto humanitário que 
chegam ao Brasil – a se adaptarem e inserirem socialmente. Além disso, o 
benefício pode se converter em um instrumento importante no que tange à 
prevenção da exploração do trabalho escravo das pessoas nessa condição. 
Entretanto, a inexistência de dados oficiais específicos sobre essa questão 
também é preocupante. Espera-se que com a vigência da nova Lei das 
Migrações ocorra uma maior integração dos refugiados, portadores de visto 
humanitário e migrantes, e que estes passem a constar em pesquisas realizadas 
sobre o PBF como grupos tradicionais ou específicos a fim de verificar a sua 
aplicabilidade prática e sua eficácia para esse grupo. 
Convém mencionar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal (STF) já 
declarou recentemente, no Recurso Extraordinário nº 587970, no ano de 2017, 
que é possível a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ao 
DANIELLE ANNONI ( COORD).
441 
estrangeiro hipossuficiente com mais de 65 anos, que viva no Brasil 
regularmente. A existência de uma demanda dessa espécie e a sua tardia solução 
– ainda que positiva – pelo STF comprova que por mais que haja a previsão
expressa na Constituição, no revogado Estatuto do Estrangeiro e na atual Lei
de Migração, de igualdade entre estrangeiros residentes no Brasil e brasileiros,
na prática ainda existe uma barreira por parte dos órgãos públicos que precisa
ser ultrapassada, a fim de que ocorra a efetiva e constitucional integração social.
Com a possibilidade de participação dos estrangeiros neste programa, 
aplica-se assim o princípio da solidariedade associado com o princípio da 
humanidade, cumprindo, dessa forma, os objetivos fundamentais da República 
de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, promovida com o bem 
de todos, independentemente de raça, sexo, cor e idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
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