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Cálculos Trabalhistas Tema 01 – Cálculos de Folha de Pagamento Bloco 1 Fernanda Vassoler Gonçalves Rosa Guedes da Silva W B A 0 2 0 5 _ V 2 .0 Introdução ao tema • Obrigação do empregador. • Permite que o empregado tenha ciência da discriminação de todas as verbas envolvidas no salário. • Vedação de pagamento de salário complessivo. Súmula nº 91 do TST SALÁRIO COMPLESSIVO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador. FOLHA DE PAGAMENTO A elaboração poderá ser feita de forma manuscrita por meios mecânicos ou eletrônicos e conterá todos os proventos e descontos dos englobados na remuneração do empregado. PROVENTOS X DESCONTOS PROVENTOS DESCONTOS Salário Contribuição Previdenciária Horas Extras Imposto de renda Férias Contribuição Sindical Adicional de Insalubridade Vale Transporte Adicional de Periculosidade Adiantamentos salariais Adicional Noturno Faltas e Atrasos Décimo terceiro salário Plano de saúde Outros proventos previstos em lei Outros descontos previstos em lei • Art. 7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condição social: X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa. Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. § 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada, ou na ocorrência de dolo do empregado. DESCONTOS OBRIGATÓRIOS NA FOLHA DE PAGAMENTO a) Contribuição Previdenciária - INSS Todos aqueles que exercem atividades laborativas com vínculo registrado na Carteira de Trabalho devem contribuir para a Previdência Social. Duas obrigações: 1) Pagamento da contribuição patronal. 2) Desconto da contribuição relativa ao empregado e respectivo recolhimento. Obrigação acessória: transmissão das informações para a Previdência Social e FGTS- Caixa Econômica através do Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (SEFIP). • TABE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO DE INSS (%) Até R$ 1.659,38 8% de 1.659,39 até 2.765,66 9% de 2.765,67 até 5.531,31 11% TABELA VIGENTE DESDE 13 DE JANEIRO DE 2017. Exemplo 01: Empregado admitido sobre o salário fixo mensal de R$ 1000,00. Não realiza horas extras e não percebe qualquer adicional. O desconto referente ao INSS será de 8% sobre este valor, ou seja, R$ 80,00. Exemplo 02: Empregado com salário de R$ 4.500,00 que percebe adicional de insalubridade no valor de R$ 1.500,00. O salário do empregado será de R$ 6000,00. Contudo, deverá ser considerado o limite máximo estabelecido na tabela acima. Portanto, o desconto será de 11% sobre o limite máximo de R$ 5.531,31, ou seja, R$ 608,44. O recolhimento será feito através da Guia da Previdência Social – GPS e deverá ocorrer até o dia 20 do mês seguinte ao que se refere à contribuição, e o do 13º salário até o dia 20 de dezembro. b) Contribuição Fiscal – Imposto de Renda • Imposto de renda devido pelo trabalhador será retido na fonte pagadora, descontado pelo empregador na folha de pagamento e incidirá sobre os rendimentos tributáveis do obreiro, obedecidos os valores estabelecidos nas tabelas progressivas divulgadas pela Receita Federal do Brasil. Regras específicas de tributação exclusiva na fonte: I – 13º salário deverá ser tributado em separado, na sua integralidade, na época de quitação da última parcela; II – os rendimentos relativos às férias acrescidas do terço constitucional, ainda quanto o pagamento for em dobro; III – importância percebida a título de PLR – Lei 10.101/2000. BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IRPF (R$) Até 1.903,98 - - De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 Constituirá obrigação do empregador informar à Secretaria da Receita Federal do Brasil a Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – DIRF. Exemplo: Empregado contratado com salário mensal de R$ 3.000,00 que recebe adicional de insalubridade no valor de R$ 900,00, portanto seu salário de contribuição para o INSS será de R$ 3.900,00. O valor a ser deduzido será de 11%, ou seja, R$ 429,00. Assim, tem-se como base de cálculo para o IRRF a base de cálculo de R$ 3.471,00. Considerando a tabela, o valor se enquadra na faixa da alíquota de 15%, ou seja, R$ 520,65. Deduzido o valor de R$ 354,80 o valor do imposto descontado será de R$ 165,85. Algumas hipóteses de dedução • Importâncias pagas a título de pensão alimentícia quando em cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais; • Determinada quantia por dependente; • Outras hipóteses previstas em lei. Cálculos Trabalhistas Tema 01 – Cálculos de Folha de Pagamento Bloco 2 Fernanda Vassoler Gonçalves Rosa Guedes da Silva Recapitulando... No bloco anterior vimos: • FOLHA DE PAGAMENTO E DESCONTOS OBRIGATÓRIOS (INSS e Imposto de Renda). Contribuição Sindical dos Empregados • Antes da Lei 13.467/2017: Devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional ou uma profissão liberal em favor do sindicato representativo da profissão ou categoria ou, caso inexista, à federação correspondente. Depois da Lei 13.467/2017: Artigo 579 da CLT: “O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação.” Artigo 545 da CLT: “Os empregados ficam obrigados a descontar da folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados” (grifo nosso). • Recolhido pelo empregador no mês de abril de cada ano. • Mês de fevereiro relativo aos agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais liberais. • GRCSU – Guia de Recolhimento de Contribuição Sindical Urbana. • Valor – Um dia de remuneração do empregado. Considera-se como um dia de trabalho, para determinação da importância devida (artigo 582 da CLT): • uma jornada normal de trabalho, se o pagamento do empregado for feito por unidade de tempo; • 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, se a remuneração for paga por tarefa, empreitada ou comissão. Exemplo 01: Empregado que exerce jornada de 06 horas diárias, com salário no valor de R$ 10,00 por hora. Para este empregado a contribuição sindical será equivalente a uma jornada de trabalho, portanto, 06hs x R$10,00. Ou seja, a contribuição sindical será no valor de R$ 60,00. Exemplo 02: Empregado admitido com salário base de R$ 1.000,00, que recebe adicional de insalubridade no valor de R$ 300,00, terá como base de cálculo para a contribuição sindical a remuneração de R$ 1.300,00. O valor da contribuição sindical será auferido dividindo-se o valor de R$ 1.300,00 por 30 dias de trabalho, o que resultará no valor de R$ 43,33.ABONO PIS-PASEP Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e... (continua) ABONO PIS-PASEP ... para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo. § 3º Aos empregados que recebam de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social, ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas individuais no caso daqueles que já participavam dos referidos programas até a data da promulgação desta Constituição. Lei 7.998/90 Art. 9o É assegurado o recebimento de abono salarial anual, no valor máximo de 1 (um) salário-mínimo vigente na data do respectivo pagamento, aos empregados que: I - tenham percebido, de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) até 2 (dois) salários mínimos médios de remuneração mensal no período trabalhado e que tenham exercido atividade remunerada pelo menos durante 30 (trinta) dias no ano-base; II - estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no Fundo de Participação PIS-Pasep ou no Cadastro Nacional do Trabalhador. Valor – 1/12 do salário mínimo vigente na data do pagamento, multiplicado pelo número de meses trabalhados no ano. Pagamento – Crédito em conta corrente ou saque Data do pagamento – Calendário estabelecido de acordo com o mês de nascimento. MESES TRABALHADOS (DIAS) VALOR ABONO 1 (30 a 44) R$ 79,00 2 (45 a 74) R$ 157,00 3 (75 a 104) R$ 235,00 4 (105 a 134) R$ 313,00 5 (135 a 164) R$ 391,00 6 (165 a 194) R$ 469,00 7 (195 a 224) R$ 547,00 8 (225 a 254) R$ 625,00 9 (255 a 284) R$ 703,00 10 (285 a 314) R$ 781,00 11 (315 a 344) R$ 859,00 12 (345 a 365) R$ 937,00 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR • LEI 6.321/76. • Auxílio do trabalhador de baixa renda. • Benefícios de natureza tributária ao empregador. • Não possui natureza salarial para nenhum fim. 133. AJUDA ALIMENTAÇÃO. PAT. LEI Nº 6.321/76. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO (inserida em 27.11.1998) A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de alimentação ao trabalhador, instituída pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito legal. VALE TRANSPORTE • Instituído pela Lei 7.418/85 e regulamentado pelo Decreto 95.247/87. • Objetivo: facilitar o deslocamento do trabalhador ao emprego. • Antecipação ao empregado do benefício do vale transporte para utilização efetiva com despesas de deslocamento entre a residência e o trabalho através de sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com características semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente, excluídos os serviços seletivos e os especiais (artigo 1º Lei 7.418/85). Valor - rateado entre empregado e empregador, sendo que o primeiro arcará com o valor máximo de 6% do seu salário base e o que exceder esse valor. Exemplo: Trabalhador recebe o valor de R$ 1.000,00 como salário base e seu vale transporte custará o equivalente a R$ 300,00 por mês, ele arcará com somente R$ 60,00 e o empregador com os outros R$ 240,00. Importante lembrar que os valores relativos ao vale transporte não integram os ganhos do trabalhador e, por isso, não servem de base de cálculo para INSS, FGTS e IRPF. Carteira de Trabalho (CTPS) • Documento obrigatório do Trabalhador que possui vínculo de emprego. • Apresentada na admissão mediante recibo. • Prazo de 48 horas para fazer as anotações referentes à data de admissão, remuneração e condições especiais (se houver).
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