Buscar

O Problema da Segurança Pública

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O DISCURSO DA SEGURANÇA PÚBLICA
A criminalidade não é tratada como deveria ser, ou seja, os poderesos não dão a importância na medida exata a este problema. Seus discursos são superficiais, ficam à margem do problema e, além disso, por vezes os governantes e políticos tomam medidas provisórias e não definitivas no combate à violência. 
Cada vez mais se mata a reboque vem o discurso da impunidade. Não é refletido com seriedade pelos governantes/políticos sobre as reais razões que levam ao descontrole social e a criminalidade. A estes somente interessa o seus desejos e suas necessidades particulares. O Estado penal, por exemplo, serve de depósito de parte da massa que não recebe assistência do Estado.
Em virtude de rápidas evoluções da sociedade com suas transformações econômicas, sociais e tecnológicas, novas exigências com relação a proteção são solicitadas pela sociedade ao Governo. Porém, o Governo assim como a evolução da sociedade, também deve evoluir no seu modo de agir penalmente. Hoje, não dá mais para agir com penas cruéis e severas como as de “olho por olho, dente por dente” ou, ainda “a pena de morte mediante a forca”. A sociedade muda e, com ela, muda o comportamento do homem e as regras que o circunda. Assim, acompanhado a esse comportamento, deve-se mudar o sistema punitivo.
Atualmente, com o grande debate sobre os direitos humanos, uma enorme parcela da sociedade clama por uma justiça mais “branda e aceitável”, de forma manter uma sociedade moderna, em segurança. 
Várias são as estatísticas que comprovam que a aplicação de leis mais severas não impede a vontade do homem em cometer um crime, seja apenas por um estado de necessidade, por tentativa de enriquecimento imediato, ou atém mesmo, por pura maldade. Penas restritivas de liberdade, por exemplo, só servem para aumentar a experiência criminal no currículo do detento. 
Em presídios, por exemplo, o detento não tem algo prático para fazer e/ou aprender. Todo o seu tempo, ou seja, as 24 horas do dia, ficam a mercê de uma interação grupal de planos maléficos para a sociedade. Em verdade, não vemos o ESTADO agindo dentro dos presídios, onde este é apenas um local de depositário humano e uma nova escola de crimes. Além disso, ainda há o estado de má condição higiênica e má alimentação. A subsistência humana lá dentro depende de negociações e troca de interesses. E ainda assim, nos deparamos com tamanhas artimanhas dos presos para continuar a delegar ordens aos seus subordinados. Enfim, o que vemos nos presídios é uma verdadeira organização empresarial do crime. Então, pergunta-se: para que aplicar medidas severas de restrição da liberdade de um condenado se o Estado não dá conta e muito menos atenção? Isso é um problema emergêncial, ainda não enfrentado pelo Estado.
Por esses motivos, há alguns recentes anos, vem se discutindo o Direito Penal Mínimo. Por isso, defendo a política de intervenção mínima com aplicação das penas alternativas ao invés das privativas de liberdade como forma de medida sócio-educativa, pois acredito que o sistema penal deveria ser aplicado somente quando os outros ramos do direito (e.i. política criminal, Direito Administrativo, etc) ao lado da Sociologia, Antropologia, Psicologia, etc não puderem combater a criminalidade, ou seja, quando for impossível obter a paz social através de medidas menos gravosas. Deve-se deixar que outros ramos do Direito juntamente com a sociedade civil tentem resolver de forma mais branda os conflitos sociais, possibilitando a defesa dos direitos humanos paralelo a aplicação de sanções de convivência menos danosa para a vida do condenado.
Hoje, vivemos em um “mar de leis” em que a todo momento são revogadas ou criadas para dar conta da crescente violência que circunda esse mundo globalizado. Trata-se de uma reação de pânico da sociedade aclamando proteção ao Estado. Ao lado dessa violência, a sociedade passa por um momento evolução eletrizante, numa constante de risco, onde há necessidade de um regime de normas mais eficazes, de uma estrutura mais preparada para lidar com as mudanças. 
A mídia também responde a essa problemática da segurança, trabalhando conjuntamente com a sociedade apavorada. Seu desempenho é excelente, pois esta ajuda a polícia com a habilidade de investigação e, por outro lado, ajuda também as demandas de segurança da sociedade. 
Aqui, no Brasil, a excessiva extensão da legislação penal não serve para intimidar ou ressocializar o indivíduo, pois, resumidamente, falta o investimento em programas educacionais-econômicos-sociais possibilitando aos moradores a terem um contato com o que é certo e justo, e paralelamente, afastando-os da criminalidade; falta um incentivo à cultura; falta presídios mais humanizados, pois presídios lotados são sinônimos de escola para o crime; investimento em uma polícia melhor treinada que conheça a realidade da comunidade e por último dentre várias outras necessidades, é emergencial a reformulação das leis do Código Penal, para que pequenos delitos não sejam tratados de forma igualitária aos grandes, ou seja, para que uma pessoa não vá para a prisão por ter furtado um objeto de valor insignificante para o patrimônio do bem. 
É necessário que o Direito Alternativo tenha sua força e atuação real beneficiando os condenados de forma a mostrar-lhe criminalidade não é a solução eficaz para o problema emediato. Com uma pena alternativa, colocando o condenado, varrendo uma rua, limpando os trilhos do trem, carrendo alimentos em armazéns, trabalhando em escolas, cheches, no próprio presídio, etc é que vamos poder dar a ele uma nova visão de vida. É desta forma que podemos influenciá-lo para o bem. A exemplo disso, estão os menores de rua que quando residem na Casa de Custódia, aprendem um ofício, aprendem a criar violinos. Essa medida, a princípio é muito pequena quando comparada ao grande números de infratores, porém já é um grande início.
O Estado não pode agir impondo penas que ferem de forma absurda a dignidade humana, por exemplo. A pena, sendo a sanção mais drástica e ameaçadora dos direitos fundamentais, deve ser usada apenas em última análise.
É necessário acabar com o “inchaço” do sistema jurídico penal. O Direito Penal trabalhando sozinho não consegue impedir a prática de infrações. 
O Direito Penal, serve hoje como uma medida punitiva, agressora, severa e impiedosa, quando deveria servir como medida, na sua essência, preventiva contra condutas imorais e ilícitas na tentativa de garantir uma defesa social para que um indivíduo não volte a delinqüir. Não devemos pensar que novos tipos penais mais severos são a melhor meio de lidar com a criminalidade.
�PAGE �
�PAGE �1�

Outros materiais