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RESUMO – MORTE CELULAR, NECROSE E APOPTOSE PATOLOGIA GERAL | ATLAS VIRTUAL DE PATOLOGIA FAMERP – FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 1 Todos os direitos reservados. É proibida a utilização total ou parcial deste resumo sem prévia autorização. Autores: Natália Mitiyo Uchiyama e Pedro Bueno da Silveira Agrelli Disponível em www.disciplinas.famerp.br/patologia INTRODUÇÃO Quando uma célula é exposta a um estresse muito grande, pode-se desenvolver nela algum tipo de lesão irreversível. Essas lesões, por não serem reparáveis pelos mecanismos celulares acarretam em isquemia, infecções, reações imunes e outras situações que levam, por fim, a morte celular, que é um processo que pode ser gerado tanto por agentes lesivos externos como agentes naturais internos (ex. embriogênese). Existem 2 tipos de morte celular, a necrose e a apoptose, que são diferentes entre si em diversos aspectos. NECROSE A necrose é um processo invariavelmente patológico e está ligada a uma perda da integridade das membranas celulares, levando a um extravasamento de enzimas intracelulares derivadas dos lisossomos. Elas dissolvem as células lesadas e causam o escapamento de conteúdos celulares que iniciam o processo de inflamação com o objetivo de eliminar as células mortas e reparar o tecido danificado. A necrose exibe algumas características específicas que facilitam sua identificação como aumento do volume celular e da eosinofilia citoplasmática, ruptura da membrana plasmática, frequente presença de inflamação, processo de degradação do núcleo por picnose (retração nuclear), cariorrexe (fragmentação nuclear) e cariólise (ruptura da carioteca). O processo termina com a calcificação das células mortas. Existem também, alguns diferentes padrões morfológicos da necrose tecidual. Entre eles se encontram: a) Necrose de Coagulação Preservação da arquitetura tecidual (lesão desnatura também enzimas – bloqueia proteólise das células mortas). Tecidos com textura firme. Característica de áreas de necrose por isquêmia (exceto no cérebro). b) Necrose Liquefativa Observada em infecções bacterianas ou fúngicas. Micróbios estimulam acúmulo de células inflamatórias na região. Enzimas e leucócitos “liquefazem” o tecido. Tecido lesionado vira uma massa viscosa líquida. Tecido morto é digerido por fagocitose. c) Necrose Gangrenosa Termo aplicado a perda de suprimento sanguíneo de um membro que levou a sua necrose de coagulação. Afeta diferentes camadas de tecido. d) Necrose Caseosa Encontrada mais comumente em focos de infecção tuberculosa. Termo “caseosa” remeta a cor branco-amarelada da área de necrose. Destruição da arquitetura tecidual. Necrose caseosa encontra envolvida por uma área de inflamação nítida, o granuloma. e) Necrosa Gordurosa Área de destruição gordurosa Típica consequência da liberação de lipases pancreáticas no peritônio. Lipases digerem membrana dos adipócitos e liberam ácidos graxos. Ácidos graxos reagem com cálcio e formam áreas brancas (saponificação da gordura) no tecido facilmente identificáveis. RESUMO – MORTE CELULAR, NECROSE E APOPTOSE PATOLOGIA GERAL | ATLAS VIRTUAL DE PATOLOGIA FAMERP – FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2 Todos os direitos reservados. É proibida a utilização total ou parcial deste resumo sem prévia autorização. Autores: Natália Mitiyo Uchiyama e Pedro Bueno da Silveira Agrelli Disponível em www.disciplinas.famerp.br/patologia f) Necrose Fibrinosa Forma especial de necrose. Observada em reações imunes Deposição de complexos antígeno-anticorpo na parede de artérias. Imunocomplexos se combinam com a fibrina e formam o fibrinoide (aparência amorfa e rósea). Visível somente a microscopia. APOPTOSE A apoptose é um suicídio celular altamente regulado, com manutenção das membranas plasmáticas e participação de enzimas intracelulares que degradam o próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. Os fragmentos dessa degradação são expostos na membrana plasmática, o que atrai fagócitos que removem células mortas rapidamente, sem haver extravasamento de conteúdo citoplasmático para fora da célula e, portanto, sem gerar uma resposta inflamatória. A apoptose aparece em eventos fisiológicos quando é necessário eliminar células que não são mais necessárias, como nos processos de destruição programada de células durante a embriogênese, na involução de tecidos hormônio-dependentes quando há privação de hormônios, perda celular em tecidos proliferativos para manter número celular, morte de células que já desenvolveram são papel entre outras situações. Além disso, a apoptose também pode aparecer em processos patológicos, eliminando células geneticamente alteradas sem desencadear uma reação inflamatória, controlando a lesão tecidual. Mecanismo da apoptose: a) Via Mitocondrial (intrínseca) Mitocôndrias possuem proteínas indutoras de apoptose (ex: citocromo C). Sensores intracelulares detectam a lesão do DNA e ativam membros pró- apoptóticos. Esses membros se inserem dentro da membrana mitocondrial e permitem que o citocromo C e outras proteínas extravasem para o citoplasma. Citocromo C e outros fatores ativam caspase 9, que ativa cascata de caspases executoras. Resultado: ativação de nucleases, degradação de nucleoprotéinas e DNA e fragmentação celular. b) Via Receptor de Morte da Apoptose (extrínseca) Muitas células possuem receptores que disparam a apoptose Esses receptores são do tipo TNF e Fas Ligante TNF: medeia interações com outras proteínas envolvidas na morte celular Ligante Fas: permite que células T reconheçam seus alvos, levando a expressão de proteínas que recrutam e ativam a caspase 8, levando a cascata de caspases executoras e apoptose Remoção das células Apoptóticas Durante a apoptose, o fosfolipídio de membrana fosfatidilserina que normalmente está na face interna da membrana plasmática se desloca para a face externa. Esse fosfolipídio é reconhecido por macrófagos que fagocitam as células apoptóticas. Além disso, essas células apoptóticas secretam outros fatores que atraem macrófagos o mais rápido possível para evitar que haja liberação do conteúdo celular e que ocorra processo inflamatório.
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