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Epidemiologia Etimologia: Epi: Sobre, a respeito de Demos: População, povo Logos: Estudo, palavra Inicialmente considerada como o estudo das doenças transmissíveis, posteriormente, tornou-se o estudo de todos os eventos relacionados com a saúde as populações. Doença: Estado patológico, alteração do estado geral de saúde do indivíduo. Epidemiologia Diversas definições Estudo da população. Trata com a população de indivíduos, não o indivíduo isoladamente. Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde. “Ciência que estuda o processo saúde doença em coletividades , analisando a distribuição e os fatores determinantes das doenças, agravos à saúde e outros eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação dos eventos e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, gerenciamento e avaliação das ações de saúde”. Dentro da epidemiologia, existem conceitos como: distribuição, fatores determinantes, agravos à saúde coletiva, medidas de prevenção, controle e erradicação. Agravos à saúde: Dano à saúde, como por exemplo, violência, ataque de animais peçonhentos. Histórico da epidemiologia: John Snow recebeu o título de “pai da epidemiologia de campo” pela metodologia adotada na coleta planejada de dados para suas investigações sobre o agente etiológico de doenças transmitidas pela água contaminada (epidemia de cólera). O estudo de campo lhe permitiu identificar o consumo de água poluída como responsável pelos episódios da doença e traçar os princípios de prevenção e controle de novos surtos de cólera que permanecem válidos na atualidade. Antigamente, estudavam-se as doenças transmissíveis, com o passar do tempo e o desenvolvimento das doenças, passou a se preocupar também com outras doenças como as mentais, degenerativas, genéticas, crônicas. Com a vida mais longa (transição demográfica), foram observadas diferentes doenças. Então, a epidemiologia passa a tratar também as doenças não transmissíveis, como as doenças crônico-degenerativas, as doenças de causas externas e as doenças emergentes e reemergentes (AIDS, SARS, cólera), tendo como objeto atual o conjunto das doenças e agravos. Importância e Aplicações da Epidemiologia: Descrever a distribuição e magnitude dos problemas de saúde; Estudar a distribuição da morbidade e letalidade, traça o perfil de saúde-doença; Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças (profilaxia); Identificar a etiologia das enfermidades; Fornece pistas para diagnóstico de doenças; Verificar a consistência de hipóteses de causalidade; Realizar testes de eficácia e inocuidade de vacinas; Desenvolver a vigilância epidemiológica; Analisar fatores ambientais e sócio-econômicos que possam influenciar nas condições de saúde. Duas grandes áreas da epidemiologia: Epidemiologia Descritiva e Epidemiologia Analítica. Epidemiologia descritiva Antecede necessariamente a epidemiologia analítica. Para empreender um estudo epidemiológico analítico, deve-se primeiro saber onde observar e o que controlar, para que sejam formuladas hipóteses compatíveis com as evidências existentes. Descreve os eventos que ocorrem em uma população, segundo as variáveis Quem, quando e onde. -Quem: Espécie animal, raça, grupo etário, ocupação (ou aptidão), sexo, etc. -Quando: Ano calendário, estações do ano, meses, dias, etc. -Onde: Um país, um estado, município, bairro, estabelecimento comercial, zoológico, propriedade rural, etc. Epidemiologia analítica ou aplicada Busca compreender os fatores determinantes do processo saúde doença (Porque) utilizando a metodologia epidemiológica (estudos epidemiológicos). Os estudos analíticos permitem testar as hipóteses levantadas e estabelecer a veracidade ou não delas, apontando para associação entre um determinado fator de risco e a doença, buscando determinar qual causa é responsável pela doença em questão (teste epidemiológico), para posteriormente estabelecer as medidas de prevenção, controle e erradicação total eliminação naquela região. Exemplos de estudos epidemiológicos: Desenvolver vigilância epidemiológica; Analisar fatores ambientais e sócio-econômicos que possam influenciar nas condições de saúde. Nos estudos experimentais, são criadas situações artificiais para testar causa e efeito, exemplos: Testar eficácia de vacina, testar uso de medicamentos e testar dose infectiva de uma bactéria. Estrutura epidemiológica (tríade epidemiológica) Elementos que compõem a cadeia epidemiológica de determinada doença ou agravo e as interações destes elementos entre si. O tripé é formado pelos três elementos que constituem os elos da cadeia epidemiológica de determinada doença => Estabelecem um nº infindável de interações entre si. S Agente etiológico Ambiente Agente Etiológico:“Toda substância, elemento ou fator animado ou inanimado cuja presença ou ausência possa causar prejuízos ao organismo de indivíduos susceptíveis”. Pode ser classificado em: 1-Origem Biológica 2-Origem Física 3-Origem Genética 4-Origem Emocional (ou psíquica) 5-Origem Desconhecida (idiopática) Ambiente: Sob a ótica epidemiológica deve ser entendido como sendo o conjunto de todos os fatores que interagem com o agente etiológico e o susceptível, ou seja, ambiente é tudo aquilo que não seja o agente etiológico (da doença em questão) nem o susceptível. Inclui: 1-Ambiente Físico 2-Ambiente Químico 3-Ambiente Biológico 4-Ambiente Social (ou Psicossocial) Suscetível: É a espécie que pode sofrer a ação do agente etiológico. A suscetibilidade sofre influência da Resistência. Doenças têm origem multicausal. Mesmo as doenças infecciosas e parasitárias, para ocorrerem, dependem de uma conjunção de diferentes fatores. Apesar de essencial a participação do agente etiológico para que uma determinada doença ocorra, sua simples presença não é suficiente para produzir a doença. Causa necessária Causa suficiente Ag. Etiológico É a combinação do ag. etiológico com fatores do ambiente e do susceptível, tornando inevitável a doença. Os diferentes fatores que, juntamente com a presença do agente etiológico vão compor a causa suficiente isoladamente, ou seja, sem a participação do agente não são capazes de determinar a doença. Exemplo da aplicação dos conceitos de causa necessária e suficiente: Leishmaniose Visceral Americana Causa Necessária: Presença da Leishmania chagasi Causa Suficiente: Presença da Leishmania chagasi, vetor (Lutzomyia longipalpis), exposição dos susceptíveis à picada do vetor, condições ambientais adequadas à sobrevivência e reprodução do vetor (UR = 70%, áreas de vale e ribeirinhas, húmus orgânico, etc...), precárias condições de vida dos suscetíveis, idade e comprometimento imunológico.
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