Processos construtivos_MIOLO

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PROCESSOS 
CONSTRUTIVOS
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Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ; 
 [revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto
 Alegre : SAGAH, 2017.
 271 p. : il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-224-9
 1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos. 
CDU 624
Revisão técnica:
Shanna Trichês Lucchesi
Mestre em Engenharia de Produção 
Professora do curso de Engenharia Civil
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André Luís Abitante
Engenheiro Civil
Mestre em Engenharia e Ciência dos Materiais 
com ênfase em Controle de Processos
Bianca Funk Weimer
Engenheira Civil 
Diego da Luz Adorna
Engenheiro civil 
Mestre em Engenharia Civil 
Roberta Centofante 
Engenheira Civil 
Mestre em Engenharia Civil 
PROCESSOS 
CONSTRUTIVOS
20172017
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© SAGAH EDUCAÇÃO S.A., 2017
Gerente editorial: Arysinha Affonso
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Coordenadora editorial: Verônica de Abreu Amaral
Assistente editorial: Fernanda Anflor
Preparação de originais: Renata Ramisch e Frank Holbach
Capa sobre arte original: Cíntia Garcia
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PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, 
e, com isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para 
a nação. Há alguns anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, 
assim, a educação também passa por tais transformações.
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vidade e a produtividade fizeram com que o Ensino Superior ganhasse 
força e fosse tratado como prioridade para o Brasil. 
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam 
ampliar as competências básicas da educação de seus estudantes, 
além de oferecer-lhes uma sólida formação, sempre pensando nas 
ações dos alunos no contexto da sociedade.
Janguiê Diniz
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internet modificaram tanto as relações na sociedade quanto as noções 
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Ao iniciar um capítulo, você, leitor, será apresentado aos objetivos 
de aprendizagem e às habilidades a serem desenvolvidas no capítulo, 
seguidos da introdução e dos conceitos básicos para que você possa 
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-lo no processo de compreensão do tema. Esses hipertextos estão 
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dizagem dinâmico e produtivo, conectando alunos e professores no 
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8 Apresentação
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SUMÁRIO
Unidade 1
Sistemas construtivos .....................................................................................13
Sistemas construtivos e os principais subsistemas ......................................................................... 13
Escolha do sistema construtivo ................................................................................................................... 16
Sustentabilidade na construção civil ....................................................................................................... 19
Sistemas construtivos convencionais .......................................................26
Sistemas construtivos convencionais ......................................................................................................26
Estruturas de concreto armado e de alvenaria estrutural ..........................................................29
Compatibilidade entre os sistemas prediais e os sistemas construtivos 
convencionais ....................................................................................................................................................32
Sistemas construtivos não convencionais ...............................................39
Sistemas construtivos não convencionais ............................................................................................39
Drywall e sistemas frame ..................................................................................................................................42
Compatibilidade entre os sistemas prediais e os sistemas construtivos não 
convencionais ....................................................................................................................................................43
Classificação dos materiais de construção ..............................................53
Classificação dos materiais: origem, natureza e função ..............................................................53
Critérios de escolha dos materiaisde construção civil .................................................................55
Propriedades dos principais materiais de construção civil ........................................................ 59
Produtos exclusivamente industrializados ............................................ 65
Características da construção civil e a industrialização do setor ...........................................65
Produtos exclusivamente industrializados de aço ..........................................................................68
Produtos exclusivamente industrializados de madeira e de concreto ..............................73
Unidade 2
Aplicação de materiais transformados .................................................... 83
Aplicação de materiais transformados ...................................................................................................84
Produtos pré-industrializados .................................................................. 101
Construção de paredes de drywall .........................................................................................................101
Construções em estruturas leves de madeira ................................................................................. 105
Construções em estruturas leves de aço ........................................................................................... 108
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Sistemas de pré-fabricação ........................................................................116
Introdução à pré-fabricação: história e conceito ...........................................................................116
Sistemas pré-fabricados .................................................................................................................................118
Diretrizes para projetos ...................................................................................................................................123
Confecção de peças pré-fabricadas .......................................................................................................125
Tipos de ligações entre peças pré-moldadas ..................................................................................128
Sistemas tecnológicos ................................................................................. 137
Motivação dos sistemas tecnológicos ..................................................................................................137
Sistemas em painéis de concreto.............................................................................................................138
Sistemas em painéis de alvenaria ............................................................................................................ 146
Sistema Camus ............................................................................................... 152
Sistema Camus .....................................................................................................................................................152
Instalações ...............................................................................................................................................................156
Vantagens e desvantagens ..........................................................................................................................158
Sistema Bossert .............................................................................................. 161
Sistema Bossert ....................................................................................................................................................161
Sistemas de paredes no contorno (sistema “envelope”) .......................................................... 163
Vantagens e desvantagens ......................................................................................................................... 166
Unidade 3
Processos construtivos: gerenciamento ............................................... 169
A importância de um gerenciamento ................................................................................................. 169
Gestão da construção ......................................................................................................................................171
Dificuldades para implantação de sistemas de gerenciamento e gestão .................. 189
Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas 
construtivas ..................................................................................................... 194
Perdas construtivas e conceitos de construção da curva ABC ............................................. 194
Critérios de cálculo e funcionamento da curva ABC .................................................................. 198
Cálculo da curva ABC relacionado às perdas construtivas ..................................................... 201
Padronização de custos .............................................................................. 207
Processos de redução e padronização de custos ......................................................................... 207
Formas, processos e métodos de padronização de custos ....................................................210
Técnicas da padronização de custos na construção civil .........................................................213
Unidade 4
Medição da produção na construção civil 
(análises de processos construtivos) ..................................................... 219
Medição de produção e análise de processos construtivos .................................................. 220
Sistemas de indicadores de desempenho nos processos construtivos ........................223
Indicadores de produtividade de serviços na construção civil ........................................... 226
Sumário10
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Cálculos de perdas construtivas .............................................................. 232
Perdas construtivas........................................................................................................................................... 232
Classificação das perdas construtivas...................................................................................................234
Cálculo das perdas construtivas .............................................................................................................. 237
Curva “S” (curvas de agregação de recursos) ...................................... 243
Curvas de agregação de recursos e o gerenciamento de projetos .................................. 244
Aplicação das curvas de agregação de recursos como técnica de planejamento e de 
controle ............................................................................................................................................................... 246
As curvas de agregação de recursos na gestão de custos ..................................................... 250
Construção enxuta (lean construction) .................................................. 255
Definições e conceitos básicos da construção enxuta (lean construction) ...................256
Construção enxuta: princípios para a gestão de processos .................................................. 260
Planejamento e controle da produção: princípios e ferramentas ...................................... 263
Gabaritos ......................................................................... 271
11Sumário
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Sistemas construtivos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  De� nir sistemas construtivos e enumerar os principais subsistemas.
  Analisar os critériosde escolha dos sistemas construtivos.
  Aplicar o conceito de sustentabilidade no cotidiano da construção civil.
Introdução
As edificações são compostas por sistemas construtivos que atuam em 
conjunto, garantindo segurança e funcionalidade para seus ocupantes. 
O projetista deve ser capaz de escolher o sistema construtivo adequado, 
de acordo com inúmeros aspectos, considerando sempre a questão da 
sustentabilidade no cotidiano da construção civil.
Neste capítulo, você aprenderá o conceito de sistema construtivo 
e quais suas principais subdivisões. Além disso, você estudará os crité-
rios que devem ser considerados no momento da escolha do sistema 
construtivo e qual a importância da sustentabilidade na construção civil.
Sistemas construtivos e os principais 
subsistemas
As obras de engenharia civil podem ser idealizadas nas mais diversas con-
cepções e executadas com diferentes tipos de materiais e técnicas. O produto 
fi nal da construção civil, ou seja, a edifi cação, é considerado um sistema 
construtivo.
Para entender melhor o conceito de sistema construtivo, é necessário co-
nhecer previamente a definição de técnica, método e processo construtivo, 
conforme Sabbatini (1989 apud SOUZA; BARROS; MELHADO, 1995).
U N I D A D E 1 
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Técnica construtiva consiste no conjunto de práticas, ferramentas e equi-
pamentos utilizados ao longo da execução de um serviço de construção civil. 
Como exemplo, podemos citar o tipo de desempenadeira necessária para 
fazer um serviço de acabamento ou o tipo de fôrma utilizada na execução de 
estruturas de concreto.
Método construtivo, por sua vez, consiste num conjunto de técnicas 
construtivas necessárias para a execução de determinado serviço. Para exe-
cutar uma parede de alvenaria, por exemplo, é necessário aplicar técnicas 
construtivas como marcação da parede, forma de aplicação da argamassa, 
forma de assentamento do tijolo, alinhamento e prumo. Portanto, o método 
construtivo constitui-se de uma metodologia necessária para a execução de 
um serviço. Essas metodologias são apresentadas, por exemplo, em forma de 
normas técnicas da ABNT.
O processo construtivo se difere do método construtivo pela complexidade 
e extensão dos problemas enfrentados (SABBATINI, 1989 apud SOUZA; 
BARROS; MELHADO, 1995). O processo construtivo pode ser considerado 
como o conjunto de métodos construtivos necessários para a execução de um 
edifício ou parte dele. A execução de uma alvenaria estrutural, por exemplo, 
demanda a aplicação de diferentes métodos construtivos para a execução de 
um conjunto de paredes, para que estas se encontrem associadas entre si.
Por fim, o sistema construtivo pode ser definido como o conjunto dos 
processos construtivos necessários para a execução da edificação como um 
todo. Um edifício de alvenaria estrutural é formado pela estrutura, pelas 
instalações prediais, pela cobertura, pelas fundações e pelo revestimento. 
Cada um desses itens demanda um conjunto de processos construtivos para 
ser executado. O produto final — ou seja, a edificação de alvenaria estrutural 
— consiste no sistema construtivo. 
Para saber mais sobre a conceituação de sistemas construtivos, leia a tese “Desenvol-
vimento de métodos, processo e sistemas construtivos: formulação e aplicação de 
uma metodologia” (SABBATINI, 1989).
A edificação, portanto, é considerada como o sistema construtivo principal, 
o qual é dividido em vários subsistemas, de acordo com as características 
Sistemas construtivos14
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da obra. Na Figura 1, são representados, esquematicamente, os subsistemas 
construtivos presentes em obras de construção civil.
Figura 1. Subsistemas construtivos.
Fonte: Adaptada de Weidle (1995, p. 21).
Os subsistemas destacados exigem a aplicação de diferentes processos 
construtivos, de acordo com a conveniência e a necessidade da obra. Entre esses 
subsistemas, quatro deles se destacam em função da relevância que exercem 
sobre o sistema construtivo principal, conforme apresentado a seguir: 
a) Subsistema estrutural: O subsistema estrutural pode ser considerado 
o mais importante, pois a sua determinação condiciona a escolha dos 
demais subsistemas. O subsistema estrutural de um edifício pode ser 
subdivido em duas partes: a superestrutura e a infraestrutura. A 
primeira se refere à parte superior da estrutura do edifício, responsável 
por suportar e transmitir as cargas dos pavimentos para as fundações. 
A segunda se refere à parte inferior da estrutura, ou seja, às fundações, 
sendo responsável por transmitir ao terreno as cargas provenientes do 
edifício.
15Sistemas construtivos
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b) Subsistema de cobertura: a cobertura é a estrutura responsável por 
proteger a edificação das ações ambientais, contribuindo também para o 
seu aspecto arquitetônico e conforto térmico. Assim como o subsistema 
estrutural, a cobertura condiciona a escolha dos demais subsistemas.
c) Subsistema de vedações e divisórias: O subsistema de vedação é res-
ponsável pela proteção da edificação frente à ação dos agentes externos. 
Além disso, as divisórias permitem a flexibilidade e a delimitação do 
espaço interno da edificação. Esse subsistema deve ser compatível com 
o sistema estrutural e o de cobertura.
d) Subsistema de instalações: O subsistema de instalações é responsável 
pela complexidade característica da construção e pelo funcionamento 
adequado da edificação. As principais instalações presentes em uma 
edificação são o sistema de abastecimento de água, o sistema de coleta 
de esgoto, o sistema de abastecimento de gás, os sistemas de proteção e 
combate a incêndio e as instalações elétricas e de telefonia. O subsistema 
de instalações deve ser compatível com o subsistema estrutural, o de 
cobertura e o de vedações e divisórias.
Escolha do sistema construtivo
O sistema construtivo principal está, de modo geral, condicionado ao subsis-
tema estrutural. Na Figura 2, são apresentados alguns critérios utilizados na 
escolha do subsistema estrutural adequado para a edifi cação.
Sistemas construtivos16
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Figura 2. Critérios de escolha do subsistema estrutural.
Fonte: Adaptada de Fortes (2009, p. 59-60).
Analise individualmente cada um dos critérios apresentados:
  Capacidade de suporte do solo: o solo deve ser capaz de suportar o car-
regamento que a estrutura transmitirá. Estruturas de concreto armado, 
por exemplo, são mais pesadas e, por isso, precisam ser construídas 
em terrenos com capacidade de suporte adequada. A capacidade de 
suporte do solo condicionará também o tipo de fundação que deverá 
ser utilizado.
  Disponibilidade de materiais e mão de obra: o subsistema estrutural 
utilizado deverá ser compatível com o tipo de materiais disponíveis na 
região, evitando assim gastos excessivos com transporte e possíveis 
atrasos na execução da obra. A mão de obra disponível também deve 
ser compatível com o tipo de serviço exigido.
  Tipo de ocupação: o tipo de ocupação condiciona o carregamento e 
a funcionalidade para os quais a ocupação deverá ser projetada. Além 
disso, as dimensões e a altura da edificação podem influenciar o tipo de 
subsistema estrutural escolhido — o sistema steel frame, por exemplo, 
permite construções com mais de seis pavimentos.
17Sistemas construtivos
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  Recursos do construtor e custo da obra: o tipo de subsistema estru-
tural escolhido deve ser compatível com os recursos disponíveis para a 
sua execução, como equipamentos e mão de obra. Além disso, o custo 
desse subsistema deve ser compatível com o valor que o cliente poderá 
pagar pela obra. Possibilidade de ampliações e adaptações: deve ser prevista, em 
projeto, a possibilidade de ampliações e adaptações da obra executada, 
escolhendo-se um subsistema estrutural que permita essas alterações.
  Compatibilidade com os subsistemas complementares: o subsistema 
estrutural deve ser compatível com os demais subsistemas aplicados na 
construção, como instalações elétricas e hidráulicas.
  Manutenção e reparos: a o escolher um determinado subsistema es-
trutural, o projetista deverá estimar a frequência e os custos referentes 
aos procedimentos de manutenção.
  Segurança para o trabalhador: o subsistema estrutural deve ser esco-
lhido de maneira que seja garantida a segurança do trabalhador durante 
a execução do serviço, com o fornecimento dos EPIs (equipamentos 
de proteção individual) e EPCs (equipamentos de proteção coletiva) 
adequados.
  Impacto ambiental: o subsistema estrutural deve considerar os impac-
tos ambientais referentes aos procedimentos de produção dos materiais, 
construção, uso e manutenção da estrutura. O projetista deve conside-
rar o conceito de sustentabilidade no momento da escolha do sistema 
construtivo. Além disso, esse profissional deve considerar também o 
impacto que a construção e o uso da edificação exercerão na vizinhança.
  Qualidade, desempenho e durabilidade: o subsistema estrutural 
escolhido deverá garantir qualidade e desempenho adequados para 
a edificação construída. Além disso, esse subsistema deverá garantir 
durabilidade, ou seja, a estrutura deverá resistir às agressões para as 
quais foi projetada, durante o tempo de vida útil estimado em projeto, 
sem necessitar de intervenções severas. 
A observância desses critérios pelo projetista diminui a possibilidade de 
gastos não previstos, valoriza a edificação e reduz os impactos que ela causará 
ao ambiente e à sociedade.
Sistemas construtivos18
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Sustentabilidade na construção civil
A interação entre a construção civil e o ambiente é um dos principais parâmetros 
a ser considerado no momento da escolha do sistema construtivo. A construção 
civil está associada ao consumo de grandes quantidades de recursos terrestres e de 
energia, além de ser responsável pela geração considerável de poluição ambiental.
A Figura 3 demonstra quanto a construção e a operação de edifícios re-
presenta sobre o consumo total de energia, recursos naturais e geração de 
poluentes nos Estados Unidos.
Figura 3. Impacto da construção e da operação de edificações nos Estados Unidos.
Fonte: Adaptada de Allen e Iano (2013, p. 4).
A construção e a operação de edificações também são responsáveis pela 
emissão significativa de materiais particulados e de outros poluentes aéreos.
No Brasil, o material mais utilizado na construção civil é o concreto, que 
demanda a produção em larga escala de cimento. De acordo com o Sindicato 
da Indústria de Cimento (SNIC), a produção de cimento Portland no Brasil, 
em 2014, superou os 71,2 milhões de toneladas (SINDICATO NACIONAL DA 
INDÚSTRIA DO CIMENTO, 2014). O processo de produção do cimento é 
responsável pela emissão de, em média, 800 kg de CO2 para cada tonelada de 
clínquer produzida. Além disso, a produção do cimento demanda o consumo 
de grandes quantidades de energia e recursos naturais.
19Sistemas construtivos
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Para saber mais sobre o processo de produção do cimento, leia o Capítulo 2 do livro 
“Tecnologia do concreto” (NEVILLE; BROOKS, 2013).
A escolha do sistema construtivo deve levar em conta, portanto, os impactos 
ambientais que a edificação causará ao ambiente durante a sua construção, o 
seu uso e a sua demolição. Desse modo, a sustentabilidade deve ser considerada 
durante a execução dos projetos de engenharia civil.
O conceito de sustentabilidade foi incorporado à construção civil com 
o objetivo de reduzir os impactos causados ao meio ambiente. De acordo 
com Allen e Iano (2013, p. 5), sustentabilidade consiste em “[...] suprir as 
necessidades da presente geração sem comprometer a habilidade das futuras 
gerações em suprir as suas [...]”.
Para que o conceito de sustentabilidade seja inserido no cotidiano da cons-
trução civil, Bertolini (2010, p. 26) afirma que os seguintes procedimentos 
são indispensáveis:
  promover o desenvolvimento de materiais com menor consumo ener-
gético e de matérias-primas naturais;
  promover tecnologias de reciclagem dos materiais descartados, re-
duzindo assim a quantidade de resíduos dispostos no ambiente e a 
quantidade de matérias-primas naturais consumidas;
  privilegiar os materiais e as tecnologias de construção que possibilitem 
o aumento da vida útil das estruturas, reduzindo a frequência com que 
as obras são reconstruídas.
A vida útil das edificações pode ser analisada de acordo com o diagrama 
apresentado na Figura 4. 
Sistemas construtivos20
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Figura 4. Análise da vida útil da edificação do ponto de vista da sustentabilidade.
Fonte: Adaptada de Allen e Iano (2013, p. 5).
As perguntas apresentadas no diagrama anterior são apenas um exemplo dos 
questionamentos que o projetista deve fazer, caso queira incorporar adequa-
damente o conceito de sustentabilidade aos seus projetos de construção civil.
Aprenda mais sobre a sustentabilidade na construção civil lendo o artigo “Aplicação da 
produção mais limpa na construção civil: uma proposta de minimização de resíduos 
na fonte” (MATTOSINHO; PIONÓRIO, 2009).
21Sistemas construtivos
Processos construtivos_U1_C01.indd 21 06/10/2017 13:29:47
1. Considerando a definição de 
sistema, processo, método e 
técnicas construtivas, assinale 
a alternativa que apresenta 
a afirmação correta. 
a) Sistema construtivo consiste 
no conjunto de práticas 
utilizadas na execução de um 
determinado serviço, como, 
por exemplo, a utilização de 
fôrmas de madeira na execução 
de uma viga de concreto.
b) A aplicação de tintas por meio 
de rolo lã de carneiro é um 
exemplo de técnica construtiva, 
pois consiste em uma ferramenta 
utilizada para a execução de 
um determinado serviço. 
c) O método construtivo, que se 
difere do sistema construtivo em 
função de sua complexidade, 
é composto por um conjunto 
de técnicas construtivas 
utilizadas para a execução de 
um determinado serviço.
d) As normas técnicas da ABNT 
são um exemplo de técnicas 
construtivas, pois apresentam 
uma metodologia necessária 
para a execução de um 
determinado serviço.
e) O sistema construtivo consiste 
no conjunto de processos 
construtivos necessários para 
a execução da estrutura de 
uma edificação, podendo 
ser denominado, também, 
de sistema estrutural.
2. O sistema construtivo pode ser 
dividido em diversos subsistemas. 
Analise as afirmativas abaixo, 
referentes aos subsistemas 
construtivos, e assinale a 
alternativa verdadeira. 
a) A compatibilidade entre o 
subsistema de instalações e 
o subsistema de estruturas é 
um importante fator, devendo 
ser idealizado paralelamente a 
execução da obra. 
b) O subsistema estrutural é o 
mais importante dentre todos 
os subsistemas. Pode ser 
dividido em superestrutura, 
que se refere às fundações da 
edificação, e infraestrutura, 
que consiste no “esqueleto” 
formado por vigas e pilares.
c) O subsistema de vedações e 
divisórias é responsável pela 
proteção externa da edificação 
frente aos agentes externos e 
pela delimitação dos espaços 
internos da edificação.
d) O subsistema de cobertura 
possui a função de proteger 
a edificação frente as ações 
ambientais, sem, contudo, 
contribuir para o conforto 
ambiental da mesma.
e) O subsistema de instalações, 
formado exclusivamente pelas 
instalações hidrossanitárias 
e elétricas, é responsávelpelo funcionamento 
adequado da edificação. 
3. A utilização de um sistema 
construtivo está condicionada, 
geralmente, à escolha do 
sistema estrutural. Analise as 
afirmativas abaixo, referentes 
aos critérios de escolha do 
Sistemas construtivos22
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subsistema estrutural, e assinale a 
alternativa verdadeira: 
a) A compatibilidade com os 
demais subsistemas não pode 
ser considerado um critério 
de escolha do subsistema 
estrutural, visto que é este 
que governa a escolha dos 
demais subsistemas. 
b) A manutenção e reparos, 
bem como a possibilidade de 
ampliações e adaptações, são 
critérios opcionais para a escolha 
de um subsistema estrutural, 
visto que devem ser consideradas 
apenas no momento em que 
se fizerem necessárias.
c) Na escolha do subsistema 
estrutural, o engenheiro 
deve considerar, além do 
impacto ambiental, o impacto 
que a construção e o uso 
da edificação exercerão nas 
edificações vizinhas.
d) A capacidade de suporte do 
solo condiciona o tipo de 
fundação que será utilizada 
em uma determinada obra, 
não exercendo influência 
direta sobre o tipo de estrutura 
que deverá ser aplicada.
e) Apesar de serem importantes no 
processo de construção de uma 
edificação, a disponibilidade de 
equipamentos e o custo final 
da obra não são considerados 
critérios de escolha do 
subsistema estrutural.
4. Analise as afirmativas abaixo, 
referentes aos impactos ambientais 
causados pelas obras de construção 
civil, e assinale a alternativa correta.
a) Os impactos ambientais 
causados pelas obras de 
construção civil são decorrentes, 
exclusivamente, dos processos 
de extração de matéria-prima 
e fabricação de produtos 
de construção. 
b) A sustentabilidade na construção 
civil pode ser explicada, de 
maneira simplificada, como 
os procedimentos aplicados 
para reduzir o consumo de 
recursos naturais e emissão 
de gases poluentes, durante 
a execução da edificação.
c) O uso e operação de 
edificações causam impactos 
ao meio ambiente, deste 
modo, o aumento da vida 
útil das estruturas não pode 
ser considerado como uma 
alternativa sustentável.
d) Um dos grandes impactos 
ambientais causados pela 
construção civil é o consumo 
elevado de energia, que 
consiste, exclusivamente, na 
energia utilizada na produção 
de materiais e na execução e 
demolição da edificação.
e) O reaproveitamento e a 
reciclagem de materiais 
descartados é uma alternativa 
sustentável, pois reduz a 
quantidade de recursos 
naturais consumidos e 
o volume de resíduos 
descartados no ambiente.
5. A vida útil da edificação é um 
fator importante na obtenção da 
sustentabilidade dentro da construção 
civil. Analise as afirmativas abaixo, 
referentes à vida útil da edificação, 
e assinale a alternativa verdadeira:
a) Os contaminantes resultantes da 
demolição da edificação devem 
23Sistemas construtivos
Processos construtivos_U1_C01.indd 23 06/10/2017 13:29:47
ser considerados na análise da 
vida útil das edificações, bem 
como a disposição final dos 
resíduos gerados. 
b) A análise da quantidade de 
energia e de água consumidos 
durante a produção dos materiais 
de construção civil não é um 
critério a ser analisado no estudo 
da vida útil da edificação.
c) O transporte de materiais até 
a obra consiste em um critério 
estritamente econômico, 
não sendo importante na 
análise da sustentabilidade 
e vida útil da edificação.
d) Independentemente dos 
materiais e tecnologias aplicados, 
o consumo de energia e água 
ao longo da vida útil de uma 
edificação não é influenciado.
e) A manutenção da edificação 
deve ser realizada apenas 
quando necessário, não 
precisando ser considerada 
durante a análise da vida útil.
Sistemas construtivos24
Processos construtivos_U1_C01.indd 24 06/10/2017 13:29:48
ALLEN, E.; IANO, J. Fundamentos da engenharia de edificações: materiais e métodos. 5. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
BERTOLINI, L. Materiais de construção: patologia, reabilitação, prevenção. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2010.
FORTES, B. A. C. Estudo do planejamento para a implementação de construção indus-
trializada em aço. 2009. Dissertação (Mestrado em Ciências da Engenharia Civil) 
–Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2009.
MATTOSINHO, C.; PIONÓRIO, P. Aplicação da produção mais limpa na construção civil: 
uma proposta de minimização de resíduos na fonte. In: INTERNATIONAL WORKSHOP 
ADVANCES IN CLEANER PRODUCTION, 2., 2009, São Paulo. Anais… São Paulo: [s.n.], 
2009.
NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J. Tecnologia do concreto. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
SABBATINI, F. H. Desenvolvimento de métodos, processos e sistemas construtivos: formu-
lação e aplicação de uma metodologia. 1989. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) 
– Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989.
SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DO CIMENTO. Produção nacional do cimento 
por regiões e estados 2014. [S.l.]: SNIC, 2014. Disponível em: <http://www.snic.org.br/
numeros/numeros.asp?path=ProducaoRegional2014.gif>. Acesso em: 14 ago. 2017.
SOUZA, A. L. R; BARROS, M. M. S. B; MELHADO, S. B. Projeto e inovação tecnológica na 
construção de edifícios: implantação no processo tradicional e em processos inova-
dores. São Paulo: EPUSP, 1995. (Boletim Técnico: Escola Politécnica da Universidade 
de São Paulo).
WEIDLE, E. P. S. Sistemas construtivos na programação arquitetônica de edifícios de saúde. 
Brasília: [s.n.], 1995. (Série: Saúde & Tecnologia).
Leitura recomendada
MELLO, C. W. Avaliação de sistemas construtivos para habitações de interesse social. 
2004. 172 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Programa de Pós-Graduação 
em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.
25Sistemas construtivos
Processos construtivos_U1_C01.indd 25 06/10/2017 13:29:48
Sistemas construtivos 
convencionais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar os sistemas construtivos convencionais e enumerar os 
principais tipos.
  Apontar as diferenças entre as estruturas de concreto armado e a 
alvenaria estrutural.
  Analisar a compatibilidade entre os sistemas prediais e os sistemas 
construtivos convencionais.
Introdução
A construção civil é uma das atividades mais antigas do homem. Ao longo 
do tempo, práticas construtivas foram sendo difundidas e aprimoradas 
até se tornarem o que conhecemos hoje como sistemas construtivos 
convencionais. Os principais sistemas utilizados na construção civil atual 
são as estruturas de concreto e a alvenaria estrutural. O projetista deve 
ser capaz de analisar suas principais características, para saber quando 
utilizá-los e para compatibilizá-los com as instalações elétricas e hidráulicas 
da edificação.
Neste capítulo, você aprenderá quais são os principais sistemas cons-
trutivos convencionais e será capaz de enumerar suas características. 
Além disso, você aprenderá os procedimentos de compatibilidade mais 
importantes entre os sistemas estruturais e as instalações elétricas e 
hidráulicas.
Sistemas construtivos convencionais
A construção civil é uma atividade intimamente ligada ao desenvolvimento 
humano. A “forma de construir” em determinada região varia de acordo com 
Processos construtivos_U1_C02.indd 26 06/10/2017 13:29:53
as condições ambientais, a disponibilidade de matéria-prima, as questões histó-
ricas e culturais dos povos que ali habitam. As diferenças entre essas “formas 
de construir” podem ser observadas na Figura 1, que apresenta construções 
localizadas no Iêmen, utilizando apenas terra batida, e na Alemanha, onde a 
madeira é muito utilizada como material estrutural. 
Figura 1. Casas-torre, noIêmen (à esquerda), construídas apenas com terra batida, e casas 
enxaimel, na Alemanha (à direita), construídas com estrutura de madeira.
Fonte: Fontenelle (2016).
Os sistemas construtivos presentes ao redor do mundo são, portanto, o 
resultado da aceitação de determinada “forma de construir” pela sociedade. 
Dessa maneira, alguns sistemas construtivos se tornam preferenciais em certas 
regiões, sendo utilizados em larga escala e recebendo, assim, a denominação 
de convencionais ou tradicionais.
Os sistemas construtivos convencionais não se mantêm imutáveis ao longo 
do tempo: são aperfeiçoados por meio do desenvolvimento de novos mate-
riais, da especialização da mão de obra e da mecanização total ou parcial dos 
processos construtivos.
Logo, no sistema convencional, todas as etapas e produtos envolvidos no 
processo construtivo são bem conhecidos por todos os participantes — técnicos, 
empreiteiros ou consumidores (MELLO, 2004, p. 48).
No Brasil, os sistemas construtivos convencionais aplicados são estrutura 
de concreto armado com vedação de alvenaria (Figura 2) e alvenaria 
estrutural (Figura 3).
27Sistemas construtivos convencionais
Processos construtivos_U1_C02.indd 27 06/10/2017 13:29:54
Figura 2. Construção com estrutura de concreto armado e alvenaria de vedação.
Fonte: Roman et al. (2002, p. 13).
Figura 3. Alvenaria estrutural.
Fonte: Roman (2002, p. 143).
No Brasil, especialmente na Região Nordeste, é comum encontrar construções com 
terra, como o tijolo adobe. Para conhecer mais a respeito desse tipo de construção, 
leia o texto “A terra na construção civil: edificações de adobe no município de Pedro 
II, Piauí” (ALEXANDRIA; LOPES, 2008).
Sistemas construtivos convencionais28
Processos construtivos_U1_C02.indd 28 06/10/2017 13:29:54
Estruturas de concreto armado e de alvenaria 
estrutural
Estruturas de concreto armado 
O concreto é o material de construção mais empregado no mundo, em função 
de sua versatilidade e durabilidade, e da facilidade de obtenção das suas 
matérias-primas. O concreto apresenta elevada resistência à compressão; 
contudo, pouco resiste à tração. Como os esforços de tração estão quase sempre 
presentes nas estruturas usuais de edifi cações, são incorporadas barras de 
aço ao concreto, posicionadas nas regiões tracionadas, resultando no material 
denominado concreto armado. O concreto armado, portanto, apresenta ele-
vada resistência à compressão, em função do concreto, e elevada resistência 
à tração, em função do aço. 
As estruturas de concreto armado são o sistema construtivo mais empregado 
no Brasil. Elas são compostas por um conjunto de elementos como vigas, 
lajes e pilares, conforme a Figura 4, cada qual submetido a diferentes tipos 
de solicitações. Os vãos entre os elementos construtivos são preenchidos com 
algum material de vedação, sendo a alvenaria o mais comum deles.
Figura 4. Esquema de estrutura de concreto armado.
Fonte: Carvalho Júnior (2016a, p. 270).
Veja algumas vantagens das estruturas de concreto armado:
29Sistemas construtivos convencionais
Processos construtivos_U1_C02.indd 29 06/10/2017 13:29:54
  Boa resistência frente à maioria das solicitações.
  Boa trabalhabilidade, podendo ser moldado em diversas concepções.
  Obtenção de estruturas monolíticas, garantindo a transmissão de 
esforços.
  Técnicas de execução razoavelmente dominadas em todo o país.
  Durabilidade, desde que bem executado, e resistência ao fogo superior 
à da madeira e do aço.
  Possibilidade de utilização de pré-moldagem.
  Boa resistência a choques, vibrações, efeitos térmicos e atmosféricos.
No entanto, o concreto armado também apresenta algumas desvantagens, 
veja a seguir:
  Resulta em elementos de grandes dimensões e com peso específico 
elevado.
  Pode ser difícil de executar reformas e adaptações.
  É um bom condutor de calor e som, necessitando, em certos casos, de 
isolantes termoacústicos.
  Demanda o uso de um sistema de fôrmas e escoramentos, que precisam 
permanecer instalados até o material atingir a resistência adequada 
(em torno de 28 dias).
Aprenda sobre os sistemas construtivos em concreto pré-moldado lendo o artigo 
“Estruturas pré-fabricadas exigem alto grau de detalhamento. Modulação, repetição 
de elementos construtivos e racionalização devem ser adotados desde a fase de 
concepção” (SAYEGH, 2011).
Alvenaria estrutural
A alvenaria estrutural consiste em um sistema construtivo em que as paredes 
são utilizadas, simultaneamente, como elementos de vedação e como elementos 
resistentes aos carregamentos verticais, provenientes do peso próprio e de 
ocupação, e aos carregamentos horizontais, provenientes da ação do vento e 
do desaprumo (ROMAN et al., 2002, 13).
Sistemas construtivos convencionais30
Processos construtivos_U1_C02.indd 30 06/10/2017 13:29:54
Além de resistir aos carregamentos, as paredes de alvenaria estrutural são 
responsáveis pelo isolamento termoacústico do ambiente, pela estanqueidade 
à água da chuva e ao ar e pela resistência à ação do fogo. Elas podem ser 
construídas com blocos cerâmicos ou de concreto (Figura 5), produzidos 
especialmente para esse fim.
Figura 5. Esquema de construção com alvenaria estrutural.
Fonte: Carvalho Júnior (2016a, p. 270).
As principais vantagens desse sistema construtivo estão apresentadas a 
seguir:
  Redução de custos, quando comparado a construções com estrutura 
de concreto armado.
  Redução do uso de madeira e mão de obra para a execução de fôrmas,
  Redução do consumo de concreto e ferragens, bem como de mão de 
obra para a preparação desses materiais.
  Facilidade de qualificação da mão de obra.
  Maior velocidade de construção, comparada a estruturas de concreto 
armado.
  Boa resistência ao fogo.
31Sistemas construtivos convencionais
Processos construtivos_U1_C02.indd 31 06/10/2017 13:29:54
  Bom isolamento termoacústico.
  Grande flexibilidade arquitetônica.
  Racionalização de material, por meio da modulação das peças.
Como desvantagens, destacam-se a restrição que esse sistema oferece a 
reformas e adaptações não planejadas, a limitação de grandes vãos e balanços 
e a limitação de altura, comparada a estruturas de concreto armado. Ainda, é 
necessária a modulação prévia dos dispositivos, a fim de estabelecer os locais 
exatos para passagens das tubulações hidrossanitárias e elétricas. 
Compatibilidade entre os sistemas prediais e os 
sistemas construtivos convencionais
Estruturas de concreto armado
A compatibilização entre os sistemas prediais (instalações elétricas e hidráu-
licas) e o sistema construtivo em estruturas de concreto armado vem sendo 
alvo de diversas discussões. Durante muito tempo, as tubulações (elétricas 
e hidráulicas) eram instaladas após a execução da estrutura e da parede de 
alvenaria de vedação, por meio de furos e rasgos na estrutura terminada. 
Associados a essa técnica construtiva, estão problemas como o desperdício de 
material, a perda de desempenho da estrutura e a geração de resíduos (entulhos).
Com o objetivo de aumentar a racionalização de recursos e diminuir os 
impactos ambientais causados pela construção civil, o projeto das estruturas 
de concreto deve prever a execução de rebaixos, furos e shafts, que permitam 
a passagem das tubulações sem a necessidade de executar rasgos na estrutura 
ou na alvenaria de vedação. Além disso, os elementos estruturais devem ser 
dispostos de modo que não interfiram nos componentes dos sistemas prediais.
Para conhecer mais sobre a compatibilização de projetos, leia o texto “Compatibilização 
de projetos ou engenharia simultânea: qual é a melhor solução?” (MIKALDO JÚNIOR; 
SCHEER, 2008).
Sistemas construtivos convencionais32
Processos construtivos_U1_C02.indd 32 06/10/2017 13:29:55
Alvenaria estrutural
A alvenariaestrutural é um sistema construtivo em que as paredes suportam as 
cargas provenientes do peso próprio, da ocupação e das solicitações externas. 
A instalação dos sistemas prediais (elétrico e hidráulico) deve ser realizada 
da seguinte forma:
  As tubulações devem ser executadas de maneira totalmente indepen-
dente da alvenaria estrutural.
  As tubulações não devem passar pelo interior das paredes de alvenaria 
estrutural, exceto se não for necessária a realização de cortes na parede.
  As tubulações devem ser instaladas de forma que facilitem o acesso 
para a execução de possíveis serviços de reparos.
As principais alternativas para a instalação de tubulações verticais (elétricas 
e hidráulicas) em alvenaria estrutural são a parede hidráulica e o shaft.
A parede hidráulica consiste em uma parede de alvenaria sem fins es-
truturais, ou seja, que exerce apenas a função de vedação, podendo receber 
furos e cortes que permitam a instalação dos pontos de alimentação. As 
paredes hidráulicas podem ser executadas com blocos hidráulicos, conforme 
apresentado na Figura 6, os quais possuem ranhuras verticais que facilitam 
o seu seccionamento. Além disso, esses blocos possuem uma cavidade que 
permite a passagem de tubulações horizontais.
Figura 6. Bloco hidráulico.
Fonte: Carvalho Júnior (2016b, p. 340).
Os shafts consistem em galerias verticais que permitem a passagem de 
tubulações de grande dimensão, como as sanitárias, conforme observado 
33Sistemas construtivos convencionais
Processos construtivos_U1_C02.indd 33 06/10/2017 13:29:55
na Figura 7. Além disso, facilitam a realização de inspeções e reparos nas 
tubulações.
Figura 7. Detalhamento do shaft em planta baixa.
Fonte: Carvalho Júnior (2016b, p. 340).
Os shafts podem ser construídos no plano das paredes, como na Figura 8(a), 
ou fora desse plano, conforme a Figura 8(b). Seu fechamento pode ser realizado 
com placas de gesso acartonado, chapas metálicas, entre outros materiais.
Sistemas construtivos convencionais34
Processos construtivos_U1_C02.indd 34 06/10/2017 13:29:55
Figura 8. Shaft (a) no mesmo plano da parede e (b) fora do plano da parede.
Fonte: Carvalho Júnior (2016b, p. 341).
As tubulações (elétricas e hidráulicas) horizontais podem ser encaminhadas 
sob o forro, sendo ocultadas por meio da instalação de um forro suspenso, 
como PVC, gesso acartonado ou madeira.
1. Analise as afirmativas abaixo, 
referentes aos sistemas construtivos 
convencionais, e assinale a 
alternativa correta. 
a) Os sistemas construtivos 
convencionais são aqueles que 
se mantêm inalteráveis ao longo 
do tempo, ou seja, os processos, 
métodos e técnicas construtivas 
são sempre os mesmos.
b) As etapas de construção 
dos sistemas convencionais, 
normalmente, são pouco 
conhecidas pelos participantes 
envolvidos no projeto (técnicos, 
empreiteiros e consumidores), 
fato este que prejudica a 
qualidade final do produto.
c) A disponibilidade de 
matéria-prima é um dos fatores 
que justificam a utilização 
de determinado sistema 
construtivo, bem como as 
questões culturais dos povos que 
habitam determinada região.
d) Os sistemas construtivos 
convencionais de cada região 
variam de acordo com as 
condições ambientais de 
cada região, não sendo 
influenciados por questões 
históricas ou culturais dos 
povos que ali habitam.
e) Os sistemas convencionais não 
variam entre regiões, sendo 
a construção com estruturas 
de concreto armado e a 
alvenaria estrutural os sistemas 
mais aplicados no mundo.
2. A construção com estruturas de 
concreto armado é o sistema 
construtivo mais empregado no 
Brasil. Analise as afirmativas abaixo, 
referentes às construções com 
concreto armado, e assinale a 
alternativa correta. 
a) As barras de aço são 
incorporadas ao concreto com o 
objetivo de resistir aos esforços 
de tração, aos quais o concreto 
35Sistemas construtivos convencionais
Processos construtivos_U1_C02.indd 35 06/10/2017 13:29:55
apresenta baixa resistência. 
Além disso, as barras de aço 
conferem forma ao material 
final, em função da pouca 
versatilidade do concreto.
b) As barras de aço são 
incorporadas ao concreto 
com o objetivo de resistir aos 
esforços de compressão, aos 
quais o concreto apresenta baixa 
resistência. As armaduras de 
aço também conferem forma às 
peças estruturais, em função da 
baixa versatilidade do concreto.
c) As estruturas de concreto 
armado são compostas por 
um conjunto de elementos 
estruturais (vigas, pilares e lajes), 
preenchidos com material 
de vedação (alvenaria).
d) As estruturas de concreto 
armado apresentam 
vantagens, como a boa 
resistência frente à maioria 
das solicitações, a obtenção 
de estruturas monolíticas e 
facilidade na execução de 
reformas e adaptações.
e) As estruturas de concreto 
armado apresentam como 
vantagens a boa durabilidade 
e boa resistência ao fogo, 
além de demandarem o uso 
de um sistema de fôrmas e 
escoramentos, o qual acelera 
o processo construtivo.
3. Analise as afirmativas abaixo, 
referentes à construção com 
alvenaria estrutural, e assinale a 
alternativa verdadeira. 
a) Na construção em alvenaria 
estrutural, as paredes possuem 
função resistente, suportando 
os carregamentos verticais e 
horizontais, aos quais a estrutura 
está submetida. Além disso, 
as paredes exercem função 
de vedação e de divisórias.
b) Na construção em alvenaria 
estrutural, as paredes promovem 
a vedação da edificação, 
frente aos agentes externos, 
e permitem a divisão do 
ambiente interno em diversos 
compartimentos, não resistindo 
a aplicação de carregamentos.
c) Na construção em alvenaria 
estrutural, as paredes são 
responsáveis por promover a 
estanqueidade à água da chuva 
e do ar, contudo, não contribuem 
para a resistência ao fogo.
d) A construção em alvenaria 
estrutural é mais econômica, 
quando comparada à construção 
em estrutura de concreto 
armado, contudo, a velocidade 
de construção é menor.
e) A alvenaria estrutural facilita 
a execução de reformas e 
adaptações não planejadas, 
contudo, possui limitação de 
altura, quando comparada 
a construções em estrutura 
de concreto armado.
4. A compatibilização das instalações 
prediais com o sistema construtivo 
é fundamental para garantir a 
funcionalidade da edificação. Analise 
as afirmativas abaixo, referentes 
a compatibilização em estruturas 
de concreto armado, e assinale a 
alternativa correta. 
a) A compatibilização das 
instalações prediais com o 
subsistema estrutural é realizada 
por meio da execução de 
rebaixos e shafts, previstos 
Sistemas construtivos convencionais36
Processos construtivos_U1_C02.indd 36 06/10/2017 13:29:55
em projeto. Os furos podem 
ser realizados em locais não 
previstos, desde que não 
atravessam as armaduras de aço. 
b) A execução de shafts resulta 
na perda de desempenho da 
estrutura, quando comparada 
a execução de rasgos aos 
longos da parede.
c) A execução de furos e rasgos não 
é indicada para a estrutura de 
concreto armado, contudo, pode 
ser realizada sem problemas 
na alvenaria de vedação.
d) A compatibilização das 
instalações prediais com 
o subsistema estrutural é 
realizada por meio da execução 
de rebaixos, furos e shafts, 
previstos em projeto.
e) A execução de furos e rasgos 
na estrutura construída é 
uma técnica antieconômica, 
contudo, não influencia no 
desempenho da estrutura.
5. A compatibilização entre as 
instalações prediais e as paredes 
de alvenaria estrutural deve ser 
observada pelo projetista. Analise 
as afirmativas abaixo, referentes à 
compatibilização destes sistemas, 
e assinale a alternativa correta.
a) Os shafts consistem em galerias 
verticais que permitem a 
passagem das tubulações, 
além de facilitar os serviços 
de manutenção ereparo.
b) Para garantir a compatibilização, 
as instalações prediais devem 
ser executadas de maneira 
totalmente dependente da 
alvenaria estrutural, passando, 
preferencialmente, pelo 
interior das paredes.
c) As instalações prediais 
devem ser realizadas por 
meio de paredes hidráulicas, 
que consistem em paredes 
estruturais que permitem a 
realização de furos e cortes, 
que facilitam a instalação dos 
pontos de alimentação.
d) Os shafts são paredes sem 
fins estruturais, que permitem 
a passagem de tubulações 
de pequena dimensão, as 
quais passam pelo interior 
dos blocos de alvenaria.
e) As paredes de alvenaria 
estrutural permitem a realização 
de furos e rasgos para execução 
das instalações prediais, assim 
como a alvenaria de vedação das 
estruturas de concreto armado.
37Sistemas construtivos convencionais
Processos construtivos_U1_C02.indd 37 06/10/2017 13:29:56
ALEXANDRIA, S. S. S; LOPES, W. G. R. A terra na construção civil: edificações de adobe no 
município de Pedro II, Piauí. 2008. XII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente 
Construído – ENTAC. Fortaleza, 2008.
CARVALHO JÚNIOR, R. Instalações elétricas e o projeto de arquitetura. 7 ed. São Paulo: 
Blucher, 2016a.
CARVALHO JÚNIOR, R. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 10 ed. São 
Paulo: Blucher, 2016b.
FONTENELLE, G. Os 16 tipos de casas mais diferentes do mundo. 28 de setembro de 2016. 
Disponível em: http://viagemeturismo.abril.com.br/materias/fotos-os-16-tipos-de-
-casas-mais-diferentes-do-mundo/. Acesso em: 13 de agosto de 2017.
MELLO, C. W. Avaliação de sistemas construtivos para habitações de interesse social. 2004. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul, Porto Alegre, 2004.
MIKALDO JÚNIOR, J; SCHEER, S. Compatibilização de projetos ou engenharia simultânea: 
qual é a melhor solução? Gestão & tecnologia de projetos, vol. 3, nº 1, maio de 2008.
ROMAN, H. R. et al. Manual de análise de alvenaria estrutural da Caixa Econômica Federal. 
NPC (Núcleo de Pesquisa em Construção) – Universidade Federal de Santa Catarina; GDA 
(Grupo de Desenvolvimento de Sistemas de Alvenaria) – Universidade Federal de Santa 
Catarina; FEESC (Fundação de Ensino de Engenharia em Santa Catarina), Florianópolis, 2002.
SAYEGH, S. Estruturas pré-fabricadas exigem alto grau de detalhamento. Modulação, 
repetição de elementos construtivos e racionalização devem ser adotados desde a fase de 
concepção. Agosto de 2011. Disponível em: http://www.au.pini.com.br/arquitetura-
-urbanismo/209/prontas-para-obra-226532-1.aspx. Acesso em: 16 de agosto de 2017.
Leituras recomendadas
ALLEN, E; IANO, J. Fundamentos da engenharia de edificações: materiais e métodos. 5. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CARVALHO, R. C.; FIGUEIREDO FILHO, J. R. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais 
de concreto armado: segundo a NBR 6118:2003. 3. ed. São Carlos: EdUFSCar, 2009.
KATO, R. B. Comparação entre o sistema construtivo convencional e o sistema construtivo em 
alvenaria estrutural segundo a teoria da construção enxuta. 2002. Dissertação (Mestrado 
em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
VALLE, G. A. P. T. R. Comparativo de custos de sistemas construtivos, alvenaria estrutural e 
estrutura de concreto armado no caso do empreendimento Piazza Maggiore. 2011. Mono-
grafia (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011.
Sistemas construtivos convencionais38
Processos construtivos_U1_C02.indd 38 06/10/2017 13:29:56
Sistemas construtivos 
não convencionais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar os sistemas construtivos não convencionais e enumerar 
os principais tipos.
  Apontar as diferenças entre os sistemas drywall e frame.
  Analisar a compatibilidade entre os sistemas prediais e os sistemas 
construtivos não convencionais.
Introdução
Com o desenvolvimento tecnológico e a busca pela racionalização e 
sustentabilidade na construção civil, novos sistemas construtivos foram 
desenvolvidos. Esses sistemas — que ainda não dominam o setor da 
construção civil no Brasil devido aos custos elevados — também ajudam 
na otimização do uso dos recursos disponíveis na obra. Então, como nos 
sistemas convencionais, o projetista deve estar atento às características 
dos sistemas construtivos que pretende utilizar e a sua compatibilidade 
com as instalações elétricas e hidráulicas.
Neste capítulo, você vai conhecer as características dos principais 
sistemas construtivos não convencionais utilizados na construção civil, 
além de estudar a compatibilidade entre esses sistemas construtivos e 
as instalações elétricas e hidráulicas.
Sistemas construtivos não convencionais
A construção civil é uma atividade em constante evolução. Essa evolução 
está relacionada com o desenvolvimento tecnológico de novos materiais, 
com a mecanização dos processos construtivos e com o surgimento de novas 
exigências de desempenho e de preservação ambiental.
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O desenvolvimento de sistemas construtivos não convencionais é, portanto, 
uma consequência da industrialização na construção civil. Métodos indus-
triais são empregados na produção de componentes, promovendo melhorias 
nos subsistemas construtivos, especialmente no subsistema estrutural, no de 
vedação e no de divisórias da edificação.
Essa industrialização tem o objetivo de melhorar a qualidade dos mate-
riais aplicados, bem como aumentar a velocidade de execução dos serviços, 
promovendo economia de custos referentes à mão de obra e aumentando o 
seu grau de especialização.
Além de suprir demandas produtivas e financeiras, a industrialização 
busca um melhor desempenho das edificações frente ao consumo energético 
e ao conforto ambiental. Ela agrega ainda vantagens ecológicas, reduzindo a 
produção de entulho e o impacto ambiental da construção.
Como exemplos de sistemas construtivos não convencionais aplicados no 
Brasil, podemos destacar o drywall e os sistemas frame.
O drywall é um sistema construtivo composto por placas de gesso acartonado, 
conforme apresentado na Figura 1, cujo uso já vem sendo bastante difundido no 
Brasil. Já o sistema frame consiste em um sistema construtivo industrializado, 
estruturado em perfis de madeira (Wood Frame), mostrados na Figura 2, ou 
em perfis de aço (Steel Frame), que você vê na Figura 3. Embora os sistemas 
frame sejam muito aplicados nos Estados Unidos e no Canadá, ainda encontram 
mercado reduzido no Brasil, muito em função do pouco conhecimento das 
construtoras e dos projetistas sobre esses sistemas construtivos.
Os itens abaixo apresentam com mais detalhes as características dos dois 
sistemas.
Figura 1. Construção com gesso acartonado.
Fonte: PINI (2009).
Sistemas construtivos não convencionais40
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Figura 2. Construção em Wood Frame.
Fonte: Allen e Iano (2013, p. 186).
Figura 3. Construção em Steel Frame.
Fonte: Allen e Iano (2013, p. 503).
41Sistemas construtivos não convencionais
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Para saber mais sobre a relação entre os sistemas construtivos e a habitação, leia o texto 
“Sistemas construtivos alternativos para habitações populares” (CAMPOS; LARA, 2012).
Drywall e sistemas frame
Sistema drywall
O drywall é um sistema construtivo composto por placas de gesso acartonado 
fi xadas sobre uma estrutura metálica, utilizado na construção de paredes, forros 
e divisórias. O sistema drywall é caracterizado por sua leveza, facilidade de 
instalação, resistência ao fogo e capacidade de isolamento térmico e acústico.
O sistema drywall apresenta algumas vantagensem relação aos sistemas 
convencionais de alvenaria, como destaca Carvalho Júnior (2016, p. 334):
  Baixo peso.
  Ganho de área útil, em função da menor espessura.
  Instalação rápida, sem geração de entulho.
  Superfície de parede mais lisa e precisa.
  Montagem dos sistemas elétricos e hidráulicos em seu interior, durante 
a construção.
As placas de gesso acartonado podem ser facilmente retiradas para a rea-
lização de reparos e substituições. O drywall pode ser utilizado em estruturas 
de concreto, aço ou madeira.
Sistemas frame
Os sistemas frame podem ser subdivididos em Steel Frame e Wood Frame. 
O primeiro consiste em um sistema construtivo estruturado em perfi s de aço 
galvanizado formados a frio, enquanto o segundo é um sistema construtivo 
estruturado em perfi s leves de madeira.
A estrutura (de aço ou de madeira) é projetada de modo a suportar as cargas 
provenientes do peso próprio e do uso da edificação, bem como as solicitações 
externas, como vento e vibrações.
Sistemas construtivos não convencionais42
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Os sistemas frame se caracterizam pela rapidez de construção e pela boa 
qualidade que conferem à habitação durante o uso; contudo, estão sujeitos a 
limitações referentes à altura da edificação. Carvalho Júnior (2016b, p. 344) 
destaca que, no Brasil, não se pode construir edifícios de Steel Frame com 
mais de seis pavimentos.
As estruturas frame podem receber diferentes tipos de revestimentos, como 
aço, madeira, PVC, gesso acartonado ou placas cimentícias, que garantem um 
acabamento semelhante ao oferecido pela alvenaria revestida.
Os sistemas frame apresentam algumas vantagens em relação aos sistemas 
construtivos convencionais, conforme apresentado a seguir:
  Versatilidade e flexibilidade.
  Instalação com ferramentas simples e de baixo custo.
  Disponibilidade de camadas de ar internas, garantindo isolamento 
térmico.
  Associação de isolantes térmicos e acústicos no interior das paredes.
  Ganho de área útil, em função da espessura reduzida.
  Compatibilidade com os sistemas de instalações elétricas e hidráulicas.
  Leveza dos elementos construtivos.
No Brasil, os sistemas frame são pouco utilizados em função do conheci-
mento limitado da população sobre eles e da dificuldade de obtenção de mão 
de obra qualificada para esse serviço.
Para conhecer melhor os sistemas frame, leia o texto “Comparativo de sistemas constru-
tivos, convencional e Wood Frame em residências unifamiliares” (VASQUES; PIZZO, 2014).
Compatibilidade entre os sistemas prediais e os 
sistemas construtivos não convencionais
Sistema drywall
O sistema drywall é composto por uma estrutura metálica fechada em um ou 
em ambos os lados com placas de gesso acartonado. O interior dessa estrutura 
43Sistemas construtivos não convencionais
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permite, portanto, que as instalações elétricas e hidráulicas sejam posicionadas 
da maneira mais convenientes possível, minimizando a realização de cortes 
e a geração de entulho.
Os eletrodutos e as tubulações hidráulicas são posicionados antes da 
instalação das placas de gesso acartonado. Essas placas podem receber as 
aberturas para interruptores, tomadas e torneiras antes de sua fixação na 
estrutura metálica.
Em ambientes expostos à ação da água, devem ser utilizadas placas especiais 
(com baixa absorção de água), associadas a técnicas de impermeabilização e 
proteção superficial. Em boxes de banheiros, azulejos podem ser assentados 
nas placas de gesso acartonado para garantir a proteção delas frente à ação 
da água.
Na Figura 4, são apresentadas diferentes concepções de instalação de uma 
bacia sanitária em uma parede construída em drywall.
Figura 4. Concepções de instalação de uma bacia sanitária em drywall: (a) concepção 
convencional; (b) balcão técnico e (c) bacia com saída horizontal e caixa acoplada.
Fonte: Adaptado de Carvalho Júnior (2016b, p. 335-336).
Na primeira concepção, a caixa de descarga fica inserida no interior da 
parede, entre as placas de gesso acartonado. A bacia sanitária possui saída 
convencional, ou seja, saída vertical. Na segunda concepção, a caixa de descarga 
é posicionada em uma saliência da parede de drywall, denominada balcão 
técnico. A saída da bacia sanitária é instalada na horizontal. Por fim, na terceira 
concepção, a saída da bacia sanitária é instalada na horizontal. Porém, não 
é realizada a execução do balcão técnico, a caixa de descarga é acoplada na 
parede. Nessa situação, a distância entre as placas de gesso acartonado deve 
ser maior, para a instalação da tubulação de saída da bacia sanitária.
Sistemas construtivos não convencionais44
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Sistema Steel Frame
As instalações elétricas e hidráulicas utilizadas no sistema Steel Frame são as 
mesmas utilizadas nos demais sistemas construtivos, não apresentando perda 
de desempenho ou qualidade.
No sistema Steel Frame, todas as paredes e lajes funcionam como shafts 
visitáveis, facilitando a passagem dos eletrodutos e da tubulação hidráulica, 
bem como favorecendo os serviços de manutenção e reparos. Além disso, o 
sistema Steel Frame permite que as instalações elétricas e hidráulicas sejam 
distribuídas de modo que não se sobreponham, diminuindo o risco de acidentes.
A passagem de tubulações elétricas e hidráulicas pelos montantes e vigas 
de piso deve ser realizada por meio de furos, definidos de acordo com a 
NBR 15252 (ABNT, 2014), conforme a Figura 5. Além disso, a instalação de 
eletrodutos e tubulações hidráulicas na vertical deve ser realizada junto à alma 
do montante, pelo lado externo, ou livre no vão entre os montantes, conforme 
a Figura 6. As tubulações nunca devem ser dispostas dentro dos montantes, 
em função do risco de perfuração por parafusos durante a fixação das placas 
de fechamento das paredes.
Figura 5. Passagem de eletrodutos pelas vigas da laje.
Fonte: Carvalho Júnior (2016a, p. 277).
45Sistemas construtivos não convencionais
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Figura 6. Instalação de tubulação hidráulica na vertical.
Fonte: Carvalho Júnior (2016b, p. 345).
As caixas de luz e os registros podem ser fixados diretamente nos mon-
tantes, conforme apresentado nas Figuras 7 e 8, fazendo ou não uso de placas 
auxiliares para a fixação.
Figura 7. Caixa de luz fixada diretamente no montante.
Fonte: Carvalho Júnior (2016a, p. 277).
Sistemas construtivos não convencionais46
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Figura 8. Registro fixado no montante, por meio de uma peça auxiliar.
Fonte: Carvalho Júnior (2016b, p. 345).
As tubulações sanitárias, em função de seu diâmetro superior, devem 
ser posicionadas horizontalmente sob as lajes, sendo ocultadas pelo forro. 
Recomenda-se que essas tubulações sejam construídas com o menor com-
primento possível.
Para saber mais detalhes sobre o sistema Steel Frame, leia a NBR 15253: “Perfis de aço 
formados a frio, para painéis reticulados em edificações – Requisitos gerais” (ABNT, 2014).
Sistema Wood Frame
As instalações elétricas e hidráulicas são as mesmas utilizadas nas construções 
convencionais. Assim como no sistema Steel Frame, as paredes funcionam 
como shafts visitáveis, facilitando a instalação dos eletrodutos e das tubulações, 
bem como os processos de manutenção e reparos.
47Sistemas construtivos não convencionais
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Os eletrodutos e as tubulações hidráulicas são fixados entre os montantes 
das paredes e do forro, conforme apresentado nas Figuras 9, 10 e 11. Caso seja 
necessária a execução de furos nos montantes, estes não devem ter diâmetro 
superior a 1/3 da espessura do montante.Figura 9. Instalações elétrica e hidráulica no forro em sistema Wood Frame.
Fonte: Carvalho Júnior (2016a, p. 281).
Figura 10. Fiação elétrica no interior da parede em sistema Wood Frame.
Fonte: Carvalho Júnior (2016a, p. 281).
Sistemas construtivos não convencionais48
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Figura 11. Tubulações de água e esgoto em sistema Wood Frame.
Fonte: Carvalho Júnior (2016b, p. 348).
Vazamentos em instalações de água e esgoto devem ser reparados o mais 
rápido possível, para que não ocorra a deterioração da madeira e o aparecimento 
de fungos. Os mesmos cuidados devem ser tomados com o sistema de captação 
de água da chuva, evitando a incidência de água sobre a madeira da estrutura, 
sobre os elementos metálicos de ligação e sobre as chapas de revestimento.
49Sistemas construtivos não convencionais
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1. Os sistemas construtivos não 
convencionais são consequência 
da industrialização na construção 
civil. Assinale a alternativa que 
apresenta características obtidas 
por meio da industrialização dos 
sistemas construtivos. 
a) Melhoria da qualidade 
dos materiais aplicados e 
redução da velocidade de 
construção das edificações.
b) Economia de custos 
referentes à mão de obra 
e aumento do consumo 
energético da edificação.
c) Melhoria do conforto ambiental 
das edificações, redução da 
produção de entulho e do grau 
de especialização da mão de obra.
d) Aumento do impacto 
ambiental das construções 
e aumento da velocidade 
de execução dos serviços.
e) Melhoria do desempenho 
energético da edificação, 
com redução dos 
impactos ambientais.
2. Analise as afirmativas abaixo, 
referentes ao sistema Drywall, e 
assinale a alternativa correta. 
a) O sistema Drywall é formado 
por um conjunto de placas 
cimentícias fixadas sobre 
uma estrutura metálica.
b) As paredes do sistema Drywall 
apresentam pequena espessura, 
quando comparadas à paredes 
de alvenaria, resultando 
no ganho de área útil. 
c) O Drywall é um sistema 
construtivo leve e de fácil 
instalação, contudo, apresenta 
baixa resistência ao fogo.
d) O sistema Drywall possui boa 
capacidade de isolamento 
térmico, contudo, sua utilização 
prejudica o desempenho 
acústico do ambiente.
e) Em função do peso elevado, 
as placas do sistema Drywall 
não podem ser substituídas 
com facilidade.
3. O sistema Frame é subdividido em 
Steel Frame e Wood Frame, de acordo 
com o tipo de material utilizado na 
construção dos perfis estruturais 
do sistema. Analise as afirmativas 
abaixo, referentes ao sistema Frame, 
e assinale a alternativa correta.
a) O sistema Frame consiste em 
uma estrutura montada a partir 
de perfis, de aço ou de madeira, 
que suporta o carregamento 
da edificação. Esta estrutura é 
fechada por meio de chapas, de 
diferentes materiais. 
b) O sistema Frame apresenta 
vantagens, como a rapidez de 
construção e a possibilidade 
de construções acima 
de 10 pavimentos.
c) As paredes construídas com o 
sistema Frame se caracterizam 
pela leveza e pequena espessura, 
contudo, não garantem 
bom isolamento térmico 
para o ambiente interno.
d) Em função da pequena 
espessura das paredes, o sistema 
Frame se caracteriza pela 
dificuldade de compatibilização 
com as instalações prediais.
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e) Apesar da facilidade de 
instalação, o sistema Frame 
apresenta como desvantagem 
a necessidade instalação com 
ferramentas de alto custo.
4. Assinale a alternativa correta, no 
que se refere à compatibilização 
entre o sistema Drywall e as 
instalações prediais. 
a) As tubulações hidráulicas 
e os eletrodutos devem ser 
posicionados imediatamente 
após a instalação das placas 
de gesso acartonado, as quais 
devem receber as aberturas 
antes da sua fixação na 
estrutura metálica. 
b) Em ambientes expostos à 
umidade e ao derramamento 
de água, devem ser utilizadas 
placas especiais, que possuem 
alta absorção de água.
c) A construção com paredes 
Drywall exige que, em 
banheiros, a saída da 
bacia sanitária seja sempre 
posicionada na horizontal.
d) Em ambientes úmidos, as placas 
de gesso acartonado devem 
estar sempre associadas a um 
sistema de impermeabilização 
e proteção superficial. Em 
boxes de banheiros, as placas 
de gesso acartonado podem 
ser revestidas com azulejos.
e) As placas de gesso acartonado 
aplicadas em banheiro devem 
sempre estar associadas à 
alguma técnica de proteção, 
contudo, nunca devem receber 
o revestimento de azulejos.
5. Analise as afirmativas abaixo, 
referentes à compatibilização 
entre o sistema Frame e as 
instalações prediais, e assinale 
a alternativa correta.
a) Nos sistemas Frame, devem 
ser executadas instalações 
elétricas e hidráulicas especiais, 
diferentes daquelas utilizadas nos 
demais sistemas. 
b) Nos sistemas Frame, podem 
ser executadas as mesmas 
instalações elétricas e 
hidráulicas utilizadas nos demais 
sistemas, contudo, as referidas 
instalações estarão sujeitas 
à perda de desempenho.
c) Nos sistemas Frame, as 
paredes funcionam como 
shafts visitáveis, permitindo 
a instalação de tubulações e 
eletrodutos no seu interior, 
contudo, a forma de fixação 
das placas de revestimento 
dificulta a execução dos serviços 
de manutenção e reparos.
d) As tubulações sanitárias, em 
função de seu diâmetro reduzido, 
devem ser posicionadas 
de maneira convencional, 
atravessando o interior das 
paredes do sistema Frame.
e) Os vazamentos em tubulações 
hidráulicas devem ser corrigidos 
o mais breve possível, evitando 
que a água danifique a 
estrutura do sistema Frame. 
51Sistemas construtivos não convencionais
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ALLEN, E; IANO, J. Fundamentos da engenharia de edificações: materiais e métodos. 5. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CAMPOS, P. F; LARA, A. H. Sistemas construtivos alternativos para habitações populares. 
2012. IX Seminário Internacional NUTAU – BRICS e a habitação coletiva sustentável. 
São Paulo, 2012.
CARVALHO JÚNIOR, R. Instalações elétricas e o projeto de arquitetura. 7 ed. São Paulo: 
Blucher, 2016a.
CARVALHO JÚNIOR, R. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 10 ed. São 
Paulo: Blucher, 2016b.
PINI. Construção passo-a-passo. Volume 1. São Paulo: Editora PINI, 2009.
VASQUES, C. C. P. C. F; PIZZO, L. M. B. F. Comparativo de sistemas construtivos, convencional 
e Wood Frame em residências unifamiliares. 2014. Revista Cognitio – Unilins. Nº 1. 2014.
Leituras recomendadas
FERREIRA, R. M. A. Análise da envoltória de um edifício residencial construído em sistema 
não-convencional no contexto brasileiro. 2012. Monografia (Especialista em Construções 
Sustentáveis) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2012.
MELLO, C. W. Avaliação de sistemas construtivos para habitações de interesse social. 2004. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul, Porto Alegre, 2004.
Sistemas construtivos não convencionais52
Processos construtivos_U1_C03.indd 52 06/10/2017 13:30:26
Classificação dos 
materiais de construção
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Classi� car os materiais quanto à sua origem, natureza e função.
  Identi� car os critérios de escolha de materiais de construção civil.
  Especi� car as propriedades dos principais materiais de construção civil.
Introdução
Os materiais de construção civil variam de acordo com sua origem, na-
tureza e função na edificação. Assim, para a execução de uma obra de 
construção civil, é fundamental que o profissional responsável