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1. Quais são as três influências históricas que servem de base para o movimento das relações humanas? A Escola das Relações Humanas, como mais comumente é conhecido o movimento, foi construída com base na Teoria Clássica. O movimento das relações humanas foi um esforço combinado entre teóricos e práticos para fazer os gerentes mais sensíveis às necessidades dos empregados. Tal movimento pode ser comparado ao topo de uma pirâmide, cuja base é composta por três influencias históricas, sendo elas: enfraquecimento do sindicalismo, filosofia do humanismo industrial, e, estudos de Hawthorne. 2. A psicologia industrial e os fundamentos da psicologia do trabalho, quais são seus fundamentos? A psicologia industrial foi desenvolvida por Hugo Münsterberg, que cedo foi atraído para os Estados Unidos por William James, o grande psicólogo de Harvard, e logo se tornou a base do movimento de psicologia industrial. A psicologia de Münsterberg e a eficiência industrial estavam diretamente relacionadas às propostas de Taylor e resumiam-se em três pontos principais: 1. O melhor homem possível: refere-se ao estudo de demanda de trabalho sobre as pessoas e a necessidade de identificação daquelas cujas qualidades mentais as fizeram mais adequadas para o trabalho que elas tinham de fazer. 2. O melhor trabalho possível: procurava determinar as condições psicológicas sob as quais os melhores e mais satisfatórios resultados poderiam ser obtidos de cada pessoa. 3. O melhor resultado possível: examinou a necessidade de produção de influências sobre as necessidades humanas, que eram desejáveis aos interesses da organização. A psicologia do trabalho da época apoiava-se em dois aspectos fundamentais: - Análise e adaptação do trabalhador ao trabalho, em que os estudos predominantes eram sobre processo de seleção do pessoal, métodos de aprendizagem do trabalho e fadiga/acidentes no trabalho. - Análise e adaptação do trabalho ao trabalhador, em que os temas predominantes eram sobre o estudo da motivação da liderança e os relacionamentos interpessoais nas empresas. Em contraste com a perspectiva “do tipo” Münsterberg, uma “moderna casta” de cientistas comportamentais focou sua atenção na procura de respostas para questões como: “As organizações poderiam ou deveriam permitir e encorajar seu pessoal a crescer e se desenvolver?”. Essa perspectiva assumia que a criatividade, a flexibilidade e a prosperidade da organização fluíam naturalmente do crescimento e do desenvolvimento dos empregados. 3. Quem foi Elton Mayo (1880-1949)? Elton Mayo (1880-1949) nascido em Adelaide, na Australia, um psicólogo que trabalhou a maior parte de sua vida em Harvard Business School, foi o mais importante incentivador e protagonista da Escola das Relações Humanas. Ele foi o responsável pela coordenação e realização da experiência de Hawthorne, que desencadeou uma série de descobertas sobre o comportamento humano no trabalho. Realizou quatro estudos importantes com relação ao comportamento e aos resultados da produtividade do trabalho, entre 1923 e 1924. O livro Problemas humanos de uma civilização industrial, de Elton Mayo, é considerado a bíblia do movimento das relações humanas e foi publicado em 1933. 4. Quais são os dois aspectos fundamentais que servem de base para o desenvolvimento da psicologia industrial? Os dois aspectos fundamentais que servem de base para o desenvolvimento da psicologia industrial, são: - Análise e adaptação do trabalhador ao trabalho, em que os estudos predominantes eram sobre processo de seleção do pessoal, métodos de aprendizagem do trabalho e fadiga/acidentes no trabalho. - Análise e adaptação do trabalho ao trabalhador, em que os temas predominantes eram sobre o estudo da motivação da liderança e os relacionamentos interpessoais nas empresas. 5. Descreva as quatro fases da experiência de Hawthorne? Nenhum estudo na história da administração foi tão analisado, interpretado e criticado, como os experimentos conduzidos na fábrica da Western Electric Co., no bairro de Hawthorne, em Chicago, Illinois. Os experimentos em Hawthorne são de extrema importância na teoria das organizações por diversas razões. Primeiro, porque durante esses estudos, os teóricos começaram a aprender como o trabalho de grupos, as atitudes e as necessidades dos empregados afetavam sua motivação e seu comportamento. Segundo, porque o programa pesquisou e mostrou a enorme complexidade do problema da produção em relação a eficiência. Primeira fase: os estudos da iluminação De novembro de 1924 a abril de 1927, foram realizados estudos para verificar a relação entre o nível de iluminação e a produtividade no trabalho. As teorias organizacionais da época consideravam racionalmente a parte econômica dos trabalhadores e assumiam que eles eram motivados somente por fatores externos, assim esperavam que a produtividade crescesse com o aumento dos níveis de iluminação. Houve então três experimentos: - Primeiro experimento: trabalhadores de três departamentos foram expostos a diferentes níveis de iluminação, descobrindo-se assim que a produtividade crescia com o aumento da iluminação, porém, a eficiência de produção nem sempre caía com uma diminuição da iluminação. - Segundo experimento: dois grupos de trabalhadores foram colocados em ambientes diferentes, um grupo sob iluminação constante e outro sob iluminação variável. Nada se pôde afirmar sobre o efeito da iluminação na eficiência do trabalho dos operários. - Terceiro experimento: um grupo de trabalhadores sob constante nível de iluminação, observou-se que a produtividade de ambos os grupos cresceu com o aumento da iluminação, até se tornar ambos constantes. Porém a produtividade do grupo de teste continuava a crescer mesmo com a diminuição da iluminação, até ter ficado fraca demais impossibilitando a visibilidade. Segunda fase: sala de montagem de relés A partir das descobertas dos estudos de iluminação, decidiu-se isolar um pequeno grupo de trabalhadores em uma sala especial, de modo que seu comportamento pudesse ser sistemática e cuidadosamente estudado. O grupo de estudos de montagem de relés foi constituído da seguinte forma: duas operadoras de produção, experiente e que eram conhecidas pelo relacionamento amigável, foram solicitadas a participar de um teste, juntamente com outras quatro mulheres, sendo uma delas colocada na função de operadora de layout. Esse arranjo era idêntico ao do departamento regular de montagem de relés, com exceção de que a operadora de layout servia outras seis ou sete montadoras, em lugar das cinco de sua sala de teste. Além disso, havia um observador da sala de teste cuja função era manter precisos os registros de tudo o que ocorria, e criar e manter um clima amigável na sala. O objetivo dos estudos da sala de montagem de relés era verificar, sob condições cuidadosas e controladas, quais os efeitos das pausas para descanso e da fadiga sobre a produtividade do empregado. O estudo foi organizado em treze períodos (fases). Os períodos de um a três foram a fase de preparação do experimento; os períodos de quatro a sete se referiram inteiramente a como os períodos de descanso foram levados a efeito; nos de oito a treze foram estudados os efeitos do encurtamento dos dias e semanas de trabalho sobre a produtividade. Esse grupo de teste, na relação harmoniosa, chegou a compensar, em termos de produção, ou seja, com a ausência de uma operária houve o mesmo rendimento dos outros dias. Os pesquisadores desenvolveram cinco hipóteses para explicar essa tendência: - A melhoria nas condições e métodos de trabalho na sala de teste: poderia fazer com queos resultados fossem mais expressivos. - A redução da fadiga: as pausas para descanso ajudariam a explicar o aumento da produção. - As pausas mais eficazes na redução da monotonia do trabalho do que na redução da fadiga: pouco capaz de obter conclusões por se tratar de um estudo mental. - O novo plano de salários poderia influenciar a melhoria da produção: sozinho não obtêm resultados. - A mudança no método de supervisão: ponto considerado para justificar o aumento na produção. Os valores sociais foram importantes como meios de os operadores adquirirem confiança e estabelecerem relações eficazes de trabalho com o supervisor. Tornou-se óbvio para os pesquisadores que existia um grande número de diferenças significativas entre as condições sociais na sala de testes e na fábrica. Terceira fase: o programa de entrevistas Com base nos resultados dos testes da sala de montagem de relés, ficou visível que o comportamento do supervisor era um ponto importante para o moral dos empregados e para a produtividade. Os pesquisadores decidiram então entrevistar um grupo de empregados, objetivando aprender mais sobre suas opiniões com respeito ao trabalho, às condições de trabalho e à supervisão. Os pesquisadores começaram a enfocar as situações pessoais dos entrevistados como fontes de suas reclamações, e várias conclusões importantes foram tiradas: o conhecimento anterior e as condições sociais prévias de um empregado ajudavam a determinar se ele estaria satisfeito ou insatisfeito, em uma condição particular de trabalho. Os resultados obtidos foram tão animadores que se decidiu ampliar o programa, e em fevereiro de 1929 foram estabelecidas as suas funções: - Entrevistar anualmente todos os empregados para conhecer suas opiniões sobre o trabalho. - Estudar os comentários favoráveis e desfavoráveis dos empregados para providências relativas. - Promover conferências sobre treinamento de supervisão usando como base as entrevistas com os empregados. - Promover pesquisas referentes a relações com empregados, fadiga e eficiência. Em 1931 o programa sofreu uma mudança, adotando-se a técnica de entrevista não diretiva, por meio da qual se permitia que os empregados falassem livremente, sem que o assunto fosse dirigido pelo entrevistador. O programa de entrevistas revelou a existência de comportamento que indicavam que os empregados começavam a se agrupar informalmente. Esse comportamento se manifestou pelos seguintes aspectos: - Produção controlada: padrões que os operários achavam que deveriam constituir a produção normal. - Práticas não formalizadas de punição: o grupo aplicava punições aos funcionários que excediam os padrões de produção estabelecidos. - Expressões de insatisfação com relação ao pagamento de incentivos por produção em grupo: os resultados não eram os esperados pelos operários. - Liderança informal de indivíduos que se dedicavam a manter os grupos de operários reunidos: para que os grupos obedecessem às regras de conduta. - Preocupações fúteis relacionadas a promoções. - Contentamentos e descontentamentos exagerados: com relação aos superiores imediatos, em consequência de atitudes assumidas por eles sobre o comportamento dos operários. Os pesquisadores perceberam que muitas vezes os operários pretendias ser leais a empresa, o trazia conflito, tensão e descontentamento entre o operário e o grupo. William Lloyd Warner (1898-1970), afirmava que as informações colhidas não deviam e não podiam ser consideradas rações de seres humanos olhados como indivíduos, mas como o resultado da interação de pessoas provenientes de grupos sociais organizados. Quarta fase: sala de montagem de terminais. A tarefa dos operários nessa sala consistia em enrolar bobinas para terminais de centrais telefônicas. Foram escolhidos nove bobinadores, três soldadores e dois inspetores para o experimento. O princípio fundamental do grupo era que ninguém devia trabalhar de mais ou de menos; ninguém podia dizer qualquer coisa ao seu superior que prejudicasse seu companheiro, e todos tinham que aceitar as ordens do grupo informal a que pertenciam. O sistema de pagamento era baseado na produção do grupo, havendo salário-hora com base em diversos fatores e um salário mínimo-hora para o caso de interrupções na produção. Os salários só podiam ser elevados se a produção toda aumentasse. O experimento foi suspenso em 1932, por motivos não vinculados ao seu desenvolvimento, mas por causa da recessão dos Estados Unidos. 6. Quais são as conclusões importantes da experiência de Hawthorne? A experiência de Hawthorne, permitiu chegar as seguintes conclusões: - Os empregados não eram motivados apenas de fatores externos, mas também de fatores psicológicos e fisiológicos. - Pausas no trabalho demonstraram bons resultados na produtividade dos operários, mas não poderia ser analisada isoladamente. - O relacionamento social entre as operarias e a supervisão provocava condições de trabalho que favoreciam o aumento da produtividade das funcionárias. - Havia tendência de liderança em grupos mais sociáveis, demonstrando maior cooperação para passar dificuldades. - A satisfação ou insatisfação com as tarefas afetava fortemente a produção. - Os grupos informais afetavam mais os resultados de produção. - O comportamento do indivíduo era fortemente afetado pelas diretrizes estabelecidas pelo grupo. - O volume de produção gerada por um operário dependia da restrição do grupo ao qual pertencia. - Inovações e melhorias introduzidas pela administração não eram bem vistas pelos operários, que continuavam recebendo o mesmo salário. 7. O que é o efeito Hawthorne? Os estudiosos e pesquisadores concluíram que os acréscimos na produtividade não eram causados por eventos físicos, mas por uma complexa reação de cadeia emocional. A possibilidade de os indivíduos destacados pelos experimentos simplesmente tenha melhorado seu desempenho mais pela atenção recebida dos pesquisadores do que por causa de alguns fatores específicos observados, foi denominado de efeito Hawthorne. Em outras palavras o efeito Hawthorne pode ser descrito como: ao se sentir valorizado pela chefia ou pela direção da empresa um grupo mudava seu comportamento passando a trabalhar com mais eficiência do que antes. 8. Quais são os tipos de sociedade de acordo com a abordagem de Durkheim? Émile Durkheim dividiu a sociedade em dois tipos básicos: - Sociedades mecanicistas: dominadas por uma consciência coletiva, mantidas pela amizade, vizinhança e parentesco; entretanto, a falta de solidariedade nesses tipos de sociedade leva ao estado de confusão, insegurança e sem padrões. - Sociedades orgânicas: caracterizadas por especializações e divisão do trabalho, e interdependência societária, em que as pessoas devem cooperar, amar umas ás outras e se basear no equilíbrio para trocas. 9. Segundo os pesquisadores dos estudos de Hawthorne, qual é a relação entre iluminação e produtividade? No primeiro momento os pesquisadores descobriram que a produtividade crescia com o aumento da iluminação, porém, ao diminui-la não diminuía a produtividade. Após, percebeu- se que a diferença de produção, de um grupo com grande iluminação e um com baixa iluminação, foi mínima. Já no terceiro experimento, quando aumentava a iluminação, o grupo passava a produzir mais; entretanto, outro grupo enquanto diminuía a produção passou a produzir mais, até ficar impossível ver o que estava fazendo. Pode-se concluir então, que a variação de luminosidade, independente se iluminasse mais ou menos, afetava a produção para mais, ou seja, os trabalhadores produziam mais.10. Diferenças fundamentais entre as escolas clássicas e das relações humanas. As diferenças fundamentais entre as Escolas Clássica e das Relações Humanas, são: Escola Clássica: foi a primeira escola da área, criada com o princípio de legitimar a personalidade racional-legal em oposição à personalidade tradicional dentro das empresas. - Estrutura: mecanicista, impessoal; - Comportamento na Organização: produto de regras e regulamentos; - Foco: no trabalho e nas necessidades econômicas dos trabalhadores; - Ênfase: pessoas tentam maximizar recompensas, ênfase na ordem e na racionalidade; - Resultados: alienação no trabalho, insatisfação. Escola das relações humanas: são compreendidos os aspectos entre a efetividade humana e o controle burocrático exercido pelas organizações como forma de regulamentação social da mesma. - Estrutura: a organização é um sistema social; - Comportamento na organização: produto de sentimentos e atitudes; - Foco: nos pequenos grupos e nas qualidades humanas e emocionais dos empregados; - Ênfase: ênfase na segurança pessoal e nas necessidades sociais dos trabalhadores para alcance das metas organizacionais; Resultados: empregados felizes tentando produzir mais. 11. Relate as principais críticas à Teoria das Relações Humanas. Algumas das críticas vastamente discutidas são: - Validade científica: muitas das conclusões são baseadas em uma compreensão clínica mais do que em experimentos controlados. - Miopia dos enfoques: falta de foco adequado no trabalho, negligencia da dimensão da satisfação do trabalho, e, pesquisas das relações humanas concernentes a operários. - Superpreocupação com a felicidade: essa relação entre felicidade e satisfação no trabalho é infeliz porque representa uma visão simplista da natureza do homem. - Mal-entendido do sentido de participação: alguns estudiosos viam a participação como um lubrificante que reduziria a resistência à autoridade formal e levaria os trabalhadores ao alcance de metas organizacionais. - Visão da decisão de grupo: o indivíduo não quer perder sua identidade ou não quer ser identificado pelo grupo. - Geração de conflitos: a teoria falhou em reconhecer o conflito como uma força criativa na sociedade, os estudiosos acreditavam que o conflito era ruim e devia ser minimizado. - Anti-individualismo: a disciplina do chefe é simplesmente substituída pela disciplina do grupo, forçando o indivíduo a se adequar aos padrões grupais. Conclusão A Teoria das Relações Humanas é uma teoria de gestão, fundada por Elton Mayo; onde destaca-se o estudo realizado numa fabrica da Western Electric Company em Hawthorne, localidade que veio a dar o nome ao estudo: Experiências de Hawthorne. O objetivo inicial desta experiência era o de determinar como as mudanças nas condições de remuneração e de trabalho (iluminação, temperatura, períodos de descanso, etc.) influenciam as pessoas e a sua produtividade no trabalho. Para isso é efetuada a subdivisão de uma oficina de rebobinagem em duas partes: numa são efetuadas alterações no nível de luminosidade, enquanto a outra é mantida como grupo de controle. Tal como o esperado, as suposições de que a produtividade aumentava com a melhoria das condições de trabalho confirmaram-se nestas experiencias. A grande surpresa ocorreu quando os investigadores observaram que a produtividade também aumentava quando as condições de trabalho eram deterioradas. Chegou-se assim à conclusão de que as relações humanas e o ambiente de trabalho que daí resulta, e a criação de laços entre os operários que se sentiam observados por uma administração preocupada com o seu bem-estar são muito mais importantes para o aumento da produtividade do que as simples condições físicas e materiais de trabalho. Dava-se assim o fim do pressuposto do “homem econômico” em que se baseava a Escola Clássica, dando lugar ao pressuposto do “homem social”. O princípio base da Teoria das Relações Humanas de que o homem tem necessidades sociais, deseja relacionamentos mais recompenso no local de trabalho e responde mais às pressões de grupo do que à autoridade dos superiores e ao controle administrativo, constituí a sua principal contribuição para a gestão. É a partir daqui que nasce um novo tipo de gestão mais preocupada em conhecer as necessidades individuais e de grupo dos operários, e a procurar a eficiência e a produtividade através da liderança, motivação e comunicação. Referências SILVA, Reinaldo O. Teorias da administração. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
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