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CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ADULTOS Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências da Saúde Departamento de Nutrição NTR 5604 - Avaliação Nutricional Profa. Elisabeth Wazlawik ESTADO NUTRICIONAL ● Interação entre: - ingestão alimentar - estado geral de saúde - ambiente físico WHO, 2001 ● Expressa o grau em que necessidades fisiológicas são alcançadas através do balanço entre ingestão alimentar e necessidade de nutrientes (ACUÑA; CRUZ, 2004) Estado Nutricional Equilíbrio, ingestão e demanda de nutrientes são dependentes de vários fatores. Manutenção adequada da composição e funções do organismo (Martins, 2008) DIMENSÃO SOCIAL DO ESTADO NUTRICIONAL Consumo de Alimentos Indicadores Antropométricos e Bioquímicos ESTADO NUTRICIONAL Características da produção e consumo familiar, acesso à saúde, educação, moradia, trabalho, saneamento, estratos sócio-econômicos Adaptado de Vasconcelos ,1993 Avaliação Nutricional Alimentar Nutricional Indicadores Sócio-Econômicos - Classe social - Escolaridade - Condições moradia e saneamento - Acesso à serviços de saúde - Renda Familiar - Trabalho - Acesso à alimentação Variáveis sociais Adaptado de Vasconcelos ,1993 Avaliação Nutricional de Adultos VASCONCELOS, 1993; BRASIL, 2006; KAC, GIGANTE, SICHIERI, 2007; TADDEI et al, 2011 O que é Avaliação Nutricional? Por que avaliar? Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Métodos, indicadores e parâmetros Avaliação Nutricional de Indivíduos e Coletividades Avaliação Nutricional Medir ou definir o estado nutricional individual e coletivo segundo a relação entre o consumo de alimentos, as necessidades nutricionais e a manifestação biológica do organismo. Identificar os distúrbios nutricionais e as causas que os originaram/originam . Estabelecer condutas de intervenção adequadas. VASCONCELOS, 1993 Avaliação Nutricional Transição avaliação individual – coletiva Preocupação em avaliar a situação alimentar e nutricional no país Reconhecer a realidade programas e estratégias de intervenção VASCONCELOS , 1993; KAC, GIGANTE, SICHIERI , 2007; TADDEI et al , 2011 EPIDEMIOLOGIA NUTRICIONAL Os mesmos parâmetros (adultos) Após classificação individual, verifica-se a distribuição da população de acordo com a avaliação nutricional e seus fatores associados Avaliação Nutricional Individual e de Coletividades SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - SISVAN- Sistema de informações Informação contínua sobre as condições nutricionais da população e os fatores que a influenciam Subsidiar decisões sobre políticas e programas, planejamento e gerenciamento de programas As informações obtidas fornecerão dados relacionados à melhoria dos padrões de consumo alimentar e estado nutricional. Ministério da Saúde, 2004 SISVAN - Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional FORMULÁRIOS 1) CADASTRO – Avaliação Antropométrica 2) CONSUMO ALIMENTAR – Marcadores de consumo para menores de 5 anos e Marcadores de consumo para maiores de 5 anos. FORMULÁRIOS IMPRESSOS E SISVAN WEB Métodos de Avaliação Nutricional CONSUMO DE ALIMENTOS - História alimentar - Recordatório 24 horas - Diário de Consumo - Questionário de Freqüência - Orçamentos Familiares Despesas com alimentação Adaptado de Vasconcelos, 1993 Avaliação do consumo alimentar, Burke (1947) Coleta de informações sobre hábitos de saúde Padrão alimentar usual Verificação do padrão alimentar Obtenção de 3 recordatórios alimentares: recordatório de 24 horas registro alimentar de 3 dias check list de alimentos consumidos no último mês História Alimentar Entrevista extensa com o propósito de gerar informações FISBERG; MARCHIONI; COLUCCI, 2009; HAMMOND, 2010 História Alimentar Vantagens: Pode eliminar variações do dia a dia (Questionário de Frequencia Alimentar –QFA - registro de 3 dias e check list em conjunto, indicar variações do consumo alimentar de um dia atípico); Pode refletir a variação sazonal; Descrição da ingestão habitual em relação aos aspectos qualitativos e quantitativos. Limitações: Nutricionistas treinados; Dificuldade de padronização/variabilidade; Depende da memória do entrevistado; Tempo de administração longo (1-2h). FISBERG; MARCHIONI; COLUCCI, 2009 Atenção! Todos os métodos de registro do consumo alimentar possuem vantagens e desvantagens avaliar o melhor para a situação e objetivos. Possibilidade de sub ou super estimativa de ingestão de nutrientes Condições sócio-econômicas Condições de moradia, número de habitantes, saneamento Produção de alimentos consumidos Ingestão hídrica, quantidade, tipos de bebidas Atividade profissional ou ocupação Conhecimento sobre alimentos e nutrição Uso de suplementos, medicamentos Hábitos intestinais e urinários Hábitos relacionados ao sono, descanso, trabalhos Atividade física Abuso de substâncias como álcool e cafeína Fumo Outras informações adicionais relevantes. Histórico Nutricional MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Antropométricos Bioquímicos Rastreamentos Composição corporal Funcionais ACUÑA e CRUZ, 2004; KUBRAK e JENSEN, 2007. Indicadores objetivos e subjetivos na avaliação do estado nutricional Antropométricos: IMC, perda de peso, circunferências, pregas cutâneas, músculo adutor do polegar Bioquímicos: albumina, pré-albumina, transferrina, proteína ligadora de retinol, balanço nitrogenado, índice creatinina-altura, proteína C reativa Composição corporal: análise por impedância bioelétrica, absorcimetria de dupla energia (DEXA) Testes funcionais: força do aperto da mão, ângulo de fase Subjetivos: Avaliação subjetiva global (ASG), ASG gerada pelo paciente, rastreamento de risco nutricional (Nutritional Risk Screening –NRS2002), Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição (Malnutrition Universal screenig Tool - MUST), Mini Avaliação Nutricional (Mini Nutritional Assessment – MAN) Adaptado de BARBOSA-SILVA, 2008. Eutrofia Alterações metabólicas Alterações funcionais Alterações na composição corporal membrana celular mitocôndria imunidade função muscular cicatrização evolução clínica desfavorável Graus e evolução da desnutrição ingestão requerimentos Adaptado de BARBOSA-SILVA, 2008. Recuperação da desnutrição após a intervenção nutricional Melhora clínica? Qualidade de vida? Desnutrição Correção metabólica Correção funcional Recuperação da composição corporal Eutrofia Intervenção nutricional Adaptado de BARBOSA-SILVA, 2008. PESO ● Atual - mensurado ●Peso usual / habitual - referido Referencia na avaliação das mudanças recentes de peso • Geralmente é o peso que se mantém por maior período de tempo ●Peso teórico - definido de acordo com parâmetros Medidas antropométricas ESTIMATIVAS DE PESO E ESTATURA Impossibilidade de aferição demaneira convencional FÓRMULAS ESTIMATIVA DE PESO Chumlea (1988): Homens= [0,98xCP(cm)]+[1,16xAJ(cm)]+[1,73xCB(cm)]+[0,37xPCSE(mm)] – 81,69 Mulheres= [1,27xCP(cm)]+[0,87xAJ(cm)]+[0,98xCB(cm)]+[0,4xPCSE(mm)]–62,35 CP – circunferência da Panturrilha; AJ – altura do joelho; CB – circunferência do braço; PCSE – prega cutânea subescapular Chumlea, 1988 ESTIMATIVA DE ALTURA A partir da altura do joelho: Chumlea (1985): Homens = 64,19 – [0,04 x Idade (anos] + [2,02 x AJ (cm)] Mulheres = 84,88 – [0,24 x Idade (anos)] + [1,83 x AJ (cm)] AJ – altura do joelho ●O indivíduo deve estar deitado e curvar o joelho a um ângulo de 900. ● Faz-se a medida do calcanhar à superfície anterior da coxa, próximo à patela, utilizando-se uma régua com escalas. Martins, 2008 ESTIMATIVA DE ALTURA Extensão dos braços: ● Aferir a distância entre a ponta do dedo médio de uma mão à outra, passando pela clavícula. A distância da extensão dos braços corresponde à estatura do avaliado. Martins, 2008 Extensão de um único braço: ● Medir a extensão do braço até o meio (esterno) e multiplicar por 2. Altura Recumbente ● Utilizar uma maca reta para a avaliação. Marcar as extremidades e medir com fita antropométrica ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) É a medida de peso relativo à altura IMC=Peso(kg)/Altura²(m) Determinação do peso médio a partir do IMC: Peso = Altura²(m) x IMC médio IMC médio homens: 22kg/m² IMC médio mulhers: 21kg/m² WHO, 1995 Classificação: IMC WHO 2008 Estado nutricional IMC (kg/m2) Abaixo do peso <18.50 Magreza grave <16.00 Magreza moderada 16.00-16.99 Magreza leve 17.00-18.49 Eutrofia 18.50-24.99 Sobrepeso ≥25.00 Pré-obesidade 25.00-29.99 Obesidade ≥ 30 Obesidade grau I 30.00-34.99 Obesidade grau II 35.00-39.99 Obesidade grau III ≥ 40 Estado nutricional IMC Baixo Peso < 18,5 kg/m2 Peso adequado (Eutrofia) 18,5 – 24,9 kg/m2 Sobrepeso 25,0 – 29,9 kg/m2 Obesidade ≥ 30,0 kg/m2 Índice de Massa Corporal Brasil, 2006 Percentual de Perda de Peso Tempo Perda moderada Perda intensa 1 semana 1 mês 3 meses 6 meses 1 – 2 % 5 % 7,5 % 10 % > 2 % > 5 % > 7,5 % > 10 % % perda peso = peso usual (kg) – peso atual (kg) x 100 peso usual (kg) Adaptado de Blackburn e Bristian, 1977 ● Preditor de risco nutricional Percentual de Adequação de Peso % adequação de peso = peso atual (kg) x 100 peso ideal (teórico) (kg) Blackburn e Thorton, 1979 Adequação do peso (%) Estado Nutricional ≤ 70 Desnutrição Grave 70,1 – 80 Desnutrição Moderada 80,1 – 90 Desnutrição Leve 90,1 – 110 Eutrofia 110,1 – 120 Sobrepeso > 120 Obesidade CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA e RISCO AUMENTADO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES (DCV) Mulheres > 80,0 cm Homens: > 94,0 cm Relação com risco de morbimortalidade WHO, 2000 Prognóstico Circunferência de Cintura Risco aumentado para DCV em mulheres ≥ 80,0cm Risco muito aumentado para DCV em mulheres ≥ 88 cm Risco aumentado para DCV em homens ≥ 94,0cm Risco muito aumentado para DCV em homens ≥ 102 cm BRASIL, 2006 Classificação e risco de complicações metabólicas associadas à circunferência abdominal SEM risco MODERADO risco ALTO risco Homem < 94 cm 94 a 102 cm > 102 cm Mulher < 80 cm 80 a 88 cm > 88 cm WHO, 1998 Relação cintura/quadril Risco para doenças cardiovasculares RCQ > 1 Homens RCQ > 0,85 Mulheres Relação cintura/quadril (RCQ) RCQ = Circunferência da Cintura Circunferência do Quadril WHO, 1998 BRASIL, 2004 Brasil, 2006 Estado nutricional IMC Baixo Peso < 18,5 kg/m2 Peso adequado (Eutrofia) 18,5 – 24,9 kg/m2 Sobrepeso 25,0 – 29,9 kg/m2 Obesidade ≥ 30,0 kg/m2 Prognóstico Circunferência de Cintura Risco aumentado para DCV em mulheres ≥ 80,0cm Risco muito aumentado para DCV em mulheres ≥ 88 cm Risco aumentado para DCV em homens ≥ 94,0cm Risco muito aumentado para DCV em homens ≥ 102 cm Parâmetros para vigilância nutricional de ADULTOS, Ministério da Saúde: ● Bicipital + tricipital + subescapular + supra-ilíaca Utilização de tabela com valores equivalentes de gordura em porcentagem, de acordo com faixa etária e gênero Valores de referência ideal de até 25% para homens e até 30% para mulheres % Gordura Corporal Soma das 4 pregas cutâneas DURNIN; WOMERSLEY, 1974 Adequação CB (%) = CB obtida (cm) X 100 CB percentil 50 Adequação de Circunferência do braço (CB) Estado nutricional Adequação CB (%) Desnutrição grave < 70 Desnutrição moderada 70 – 80 Desnutrição leve 80 – 90 Eutrofia 90 – 110 Sobrepeso 110 – 120 Obesidade > 120 Blackburn et al, 1979 CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB) • CMB = CB - x PCT ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO (AMB) • AMB = (CB - x PCT)2 4 CB = circunferência do braço PCT = prega cutânea tricipital = 3,14 Os resultados obtitos através as fórmulas serão comparados com valores de referência específicos. COPPINI et al, 1998; KYLE, 2004 Corrente elétrica flui através do corpo IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA Método de avaliação corporal Estima a composição corporal através de equações matemáticas Bons condutores: tecidos magros, água e eletrólitos baixa resistência elétrica Maus condutores: massa gordurosa e óssea elevada resistência elétrica ABSORMETRIA RADIOLÓGICA DE DUPLA ENERGIA (DEXA) Avalia a composição corporal por radiação Determina: - massa óssea - massa magra sem osso - massa gorda Método de referência FORÇA DO APERTO DA MÃO Dinamômetro Desenvolvido em 1954 por Bechtol Força exercida no instrumento ↓ Reflete a força muscular Indicador: - Estado nutricional - Força muscular - Capacidade funcional AVALIAÇÃO FUNCIONAL • Avalia-se a espessura com um paquímetro, exercendo uma pressão para pinçar o músculo adutor no vértice de um ângulo imaginário formado pela extensão do polegar e o dedo indicador. • AVALIAÇÃO FUNCIONAL MÚSCULO ADUTOR DO POLEGAR Lameu et al.Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care 2004, 7:293–301 Referências Bibliográficas BARBOSA-SILVA, M. C. G. Subjective and objective nutritional assessment methods: what do they really assess?. Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care, v. 11, p. 248- 254, 2008. BRASIL. Vigilância Alimentar e Nutricional – Perguntas e Respostas. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília, 2003. Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/perguntas_respostas_van.pdf BRASIL. Vigilância Alimentar e Nutricional. SISVAN: orientações básicas para a coleta, processamento, análise de dados e informação em serviços de saúde. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Deartamento de Atenção Básica. Brasília, 2004. Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_basicas_sisvan.pdf BRASIL. Indicadores de Vigilância Alimentar e Nutricional – Brasil 2006. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília, 2009. Disponível em: http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/indicadores_vigilancia_alimentar_nutricional.pdfBARROS, D. C. SISVAN: instrumento para o combate aos distúrbios nutricionais na atenção à saúde: a antropometria. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, 2005. p. 74-75. Referências Bibliográficas CHUMLEA, W. C.; GUO, S. S.; STEINBAUGH, M. L. Prediction of stature from knee height for black and white adults and children with application to mobility-impaired or handicapped persons. Journal of the Amercian Dietetic Association. V. 94, p. 1385-1391, 1994. KAC, G.; SICHIERI, R.; GIGANTE, D. P. (orgs). Epidemiologia Nutricional. Ed. FIOCRUZ/Atheneu. Rio de Janeiro, 2007. 580 p. MARTINS, C. Avaliação do estado nutricional e diagnóstico. Curitiba: Nutroclínica, 2008. p. 205. TADDEI, J. A. et al (orgs). Nutrição em Saúde Pública. Ed. RUBIO. Rio de Janeiro, 2011. 639 p. VASCONCELOS, F. de A. G. Avaliação Nutricional de Coletividades: textos de apoio didático. Ed. da UFSC. Florianópolis, 1993. 154 p. VASCONCELOS, F. de A. G. Tendências históricas dos estudos dietéticos no Brasil. Hist. cienc. saude- Manguinhos. vol.14, n.1. Rio de Janeiro: Jan./Mar. 2007. Obrigada!
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