Buscar

Resumo Expandido- Multiparentalidade - identificado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ANÁLISE DO RECONHECIMENTO DA MULTIPARENTALIDADE E SEUS EFEITOS JURÍDICOS QUANTO À ORDEM SUCESSÓRIA
Ana Luisa de Mello Paziani [2: Bacharelanda do 4° Período Matutino do Curso de Direito. UEMG- Universidade do Estado de Minas Gerais- Unidade Frutal. E-mail: aluisapazi@hotmail.com]
Thaís Alves de Oliveira[3: Bacharelanda do 8° Período Matutino do Curso de Direito. UEMG-Universidade do Estado de Minas Gerais-Unidade Frutal. E-mail: thais.aoliveira@hotmail.com]
Andréia Garcia Martin[4: Doutora em Direito pela PUC/SP. Mestre em Direito pela ITE -Bauru/SP. Professora do Curso de Direito do Instituto Municipal de Educação Superior de Catanduva/SP – IMES/FAFICA e da Universidade do Estado de Minas Gerais-Unidade Frutal. Líder do Grupo de Pesquisa, certificado pelo CNPQ, “IRIS” – Igualdade, Reconhecimento e Inclusão Social.]
INTRODUÇÃO
A partir do momento que o homem passou a viver em sociedade, a célula-mater na qual esta se sustentava tinha por base a família. Assim, desde tempo imemoriais, os indivíduos identificam-se na sociedade através da família. Na atualidade, a relevância da família é tamanha que o constituinte de 1988 outorgou a ela condição especial, qual seja, de garantia institucional. Ademais, em razão das modificações insurgentes no seio social, que passou a abranger a diversidade como próprio resultado da condição humana e de sua dignidade ínsita. Portanto, da mesma forma que o homem evoluiu, deixando de ter apenas um (a) companheiro (a) ao longo de toda sua vida, o Direito deve sempre acompanhar os fatos concretos que ocorrem na sociedade, visto que,ante ao fato desta serdinâmicaé que permeiaas constantes alterações no decorrer do tempo. A presente pesquisa busca realizar análises do fenômeno da multiparentalidade, fator que torna factível se questionar e tecer aprofundamentos sobre a possibilidadede sua tutela, bem como de seus efeitos jurídicos. 
Dentre tantos entendimentos, a multiparentalidade pode ser conceituada, genericamente, como a possibilidade de um indivíduo possuir, no registro, mais de um pai, mãe ou ambos. Dessa forma, ao tutelar mais essa espécie de família, estar-se-iam sendo observados os princípios da dignidade da pessoa humana e da afetividade ao considerar válido não somente a definição de paternidade no liame biológico, mas também no vínculo afetivo. Nesse diapasão, evidenciam-se a mudança da estrutura familiar e a quebra de paradigmas.
Em setembro de 2016, o Supremo Tribunal Federal admitiu a multiparentalidade, pois a partir do momento em que a nova concepção de Direito de Família se desvincula do objetivo de proteção ao patrimônio e volta-se à proteção das pessoas, inicia-se o reconhecimento das relações interpessoais que são existentes na sociedade.
Na atualidade o que discerne a família não é o casamento e nem mesmo a diferença de sexo, mas sim, a presença de uma relação de afeto que une as pessoas, em busca de um comprometimento mútuo, estabilidade e o intuito de firmar um núcleo familiar.
Juridicamente mostra-se que a esta circunstância encontra albergue em nossa Constituição, por meio dos princípios da Dignidade da Pessoa Humana e da Afetividade por exemplo. É através deste núcleo familiar, que o indivíduo vai constituir o seu caráter e integridade perfazendo necessidade de um aparato jurídico que o tutele. 
PROBLEMAS DA PESQUISA
Por ser uma matéria recente, muitas vezes surgem questionamentos acerca do assunto que necessitam ser pacificados, como por exemplo direitos sucessórios (herança), obrigação alimentar e registro do nome.
Anteriormente com a popularização do exame de DNA, a verdade biológica era a única que deveria prevalecer nesses casos, entretanto, com o passar do tempo, o vínculo socioafetivo tornou-se tão significativo quanto ao caráter consanguíneo. A formação de uma pessoa, as decisões que toma, suas relações interpessoais não se definem com verdades científicas, mas se constroem com base preponderantemente nas verdades emocionais.
Visto que a Constituição Federal assegura igualdade filial, sejam eles biológicos e/ou adotivos, do mesmo modo é garantida a isonomia entre pais biológicos e socioafetivos. Por essa razão, pressupõe-se um espectro bastante plural de possibilidades e efeitos jurídicos decorrentes da máxima supracitada.
Nessa perspectiva, questiona-se acerca da ordem sucessória,no que tange a herança, nos casos em que ocorrem o fenômeno da multiparenalidade, dado que há a prevalência da equidade parental (entre biológicos e socioafetivos).
OBJETIVOS
Considerando-se as distintas maneiras de constituição familiar, o direito possui a necessidade de albergar e tutelar a maior quantidade de fatos concretos existentes. Nessa perspectiva, é imprescindível, pois, o esclarecimento a respeito de determinadas pontuações que possam surgir, pontuações essas do tipo: ordem sucessória, obrigação alimentar, nome, dentre vários outros aspectos a serem observados. 
Haja vista expressiva relevância acerca da multiparentalidade, faz-se extremamente necessária a devida compreensão de seu conteúdo e, mais que isso, doseventuais efeitos jurídicos que dela decorrem. Dessa forma, o objetivo majoritário do presente trabalho, em suma, concentra-se em afunilar a temática, que mostra-se bastante vasta, ao dirigir a discussão para a análise da linha sucessória concernente à herançanas hipóteses que compreender o registro de mais de um pai, de mais de uma mãe ou ambos, bem como aos fundamentos que sustentam o fenômeno da multiparentalidade. 
Indagações referentes aos princípios encontrados no foro constitucional que amparam essa tese tornam-se cada vez mais frequentes, logo, analisadas. Destarte, vale salientar o importante papel que a interpretação mais humanizada da Constituição Federal Brasileira desempenhou para se chegar a tal pacificação nos tribunais atualmente.
METODOLOGIA
Para a execução dos objetivos propostos, deve-se proceder uma análise bibliográfica a respeito do tema, em especial no Direito Constitucional, Direito Civil, Direito de Família, Direito Processual Civil e Ética, buscando conceitos de apoio para o desenvolvimento da pesquisa.
A fim de sua realização será feita uma análise de textos, artigos, legislação e demais materiais bibliográficos levantados, utilizando-se o método de raciocínio dedutivo-lógico, no intuito de verificar a aplicação dos conceitos e dispositivos legais à realidade fática das relações multiparentais.
A partir do método indutivo, serão analisados, no sentido de se buscar conceitos, teorizações a respeito do posicionamento dos principais intérpretes sobre a questão.
A pesquisa se fundamentará na abordagem qualitativa, onde serão obtidos dados referentes a julgados acerca do assunto e com relação a multiparentalidade no registro civil.
RESULTADOS ALCANÇADOS
Diante do extenso acervo de organização dos núcleos familiares, o reconhecimento da multiparentalidade surge como o protetor dessas pluralidades. Explicito é, pois, a grande diversidade de composição das famílias brasileiras em particular, tanto que o assunto, felizmente, já se encontra pacificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde setembro de 2016, o qual admitiu o referente fenômeno sob a relatoria do ministro Luiz Fux.
 A respeito de tal reconhecimento, considera-se um significativo progresso no Direito de Família brasileiro ao efetivar diversos princípios constitucionais, tácita ou explicitamente, quais sejam: da dignidade da pessoa humana, da afetividade, do melhor interesse da criança, bem como o da proibição do retrocesso social. Ademais, a interpretação mais humanizada e de caráter social que os doutrinadores vêm realizando tem sido de suma importância para a concretização desse feito, ao passo que a família biológica e baseada no casamento não pode ser considerada a única estruturada e moralmente correta.
Dessa forma, o critério da socioafetividade equiparou-se ao liame biológico e, em certas circunstâncias, até se sobrepõe. Destarte, profusos efeitos jurídicos foram originados, reiterando a legitimidadeda multiparentalidade, a qual é caracterizada como uma forma justa de estabelecimento do vínculo de filiação, assim como o vínculo fundado por meio da consanguinidade.
 Portanto, o pai/mãe socioafetivo(a) exercerá sua “função” conjuntamente aos pais biológicos através do registro de nascimento, havendo, inclusive, a possibilidade de acrescer o sobrenome de todos os pais. Além disso, o filho passará a manter relações de parentesco com a família dos pais biológicos, assim como com os parentes do pai/mãe socioafetivo(a).
 Tocante à ordem sucessória, todos os pais são herdeiros do filho, da mesma maneira que o filho é herdeiro de todos os pais, prolongando essa relação também aos ascendentes e descendentes, bem como aos parentes colaterais de quarto grau. Contudo, vale ressaltar que as sucessões dos pais não se comunicam entre si, salvo àqueles que são cônjuges ou companheiros.
Por essa razão, o reconhecimento da multiparentalidade foi fundamental para a modificação de paradigmas, valorizando-se os laços de afetividade e não somente os sanguíneos, devendo haver a devida isonomia, tanto filial quanto parental, entre pais e filhos socioafetivos e biológicos.
REFERÊNCIAS
ABREU, Karina Azevedo Simões de. “Multiparentalidade: conceito e consequências jurídicas de seu reconhecimento”. Disponível em <https://karinasabreu.jusbrasil.com.br/artigos/151288139/multiparentalidade-conceito-e-consequencias-juridicas-de-seu-reconhecimento >. Acesso em: 29 ago. 2018.
BARROS, Sérgio Resende de. Direitos humanos da família: dos fundamentais aos operacionais.São Paulo: Saraiva. 2003.
CASSETTARI, Christiano: multiparentalidadesócio-afetiva, efeitos jurídicos. Sao Paulo: Atlas, 2015.
CARVALHO, Dimas Messias de. Direito de família: Direito civil. 2ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2009.
GUASSÚ, Rivadavio; COVA, Jéssica. “Multiparentalidade – Dupla Paternidade/Maternidade”. Disponível em:   <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI217945,11049-Multiparentalidade+Dupla+PaternidadeMaternidade>. Acesso em: 29 ago. 2018.
LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 4. ed. São Paulo, Saraiva, 2011. p. 273.
MIOLA, Ana Luisa Imoleni; ROSA, Karine Azevedo Egypto. “Multiparentalidade: prevalência de interesses meramente patrimoniais?”. Disponível em www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=19310&revista_caderno=14#_ftn1. Acesso em 8 de set. 2018.
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Princípios fundamentais norteadores para o Direito de Família. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
PÓVOAS, Maurício Cavallazi. Multiparentalidade – a possibilidade de múltipla filiação registral e seus efeitos. Editora Conceito, 2012.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Disponível em: www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=325781. Acesso em: 08 de set de 2018.
TARTUCE, Flávio, “Breves e iniciais reflexões sobre o julgamento do STF sobre a parentalidadesocioafetiva”. Disponível em: <https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/noticias/387075289/breves-e-iniciais-reflexoes-sobre-o-julgamento-do-stf-sobre-parentalidade-socioafetiva>. Acesso em: 29 ago. 2018.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Direito de Família. São Paulo: 2003, 8ªed., vol. VI.

Outros materiais