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A LOGÍSTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Alisson M Laurindo e Alex V Teixeira

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EDITORA 
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intersaberes 
conselho editorial • 
Av. Vicente Machado, 317 .14º andar 
Centro • CEP 80420-010 • Curitiba • PR • Brasil 
Fone: (41) 2103-7306 
www.edicorainccrsaberes.com.br 
edicora@cdicorainccrsabcres.com.br 
Dr. Ivo José Both (presidente) 
Dr~ E lena Godoy 
Dr.Nelson Lt1ís Dias 
Dr. Ulf Gregor Baranow 
editor--chefe • Lindsay Azan1buja 
editor--assistente • Ariadne Nunes Wenger 
capa • Mayra Yoshizawa 
fotografias e projeto gráfico • Raphael Bernadelli 
diagratnaçáo • Cond11ta Produções Editoriais 
Dado internacionais de Catalogação na Publicação (C IP) 
( Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 
+ + + 
Laurinda, Alisson M. 
A logística na administração pública: conceitos e 
métodos (livro eletrônico]/ Alisson M. Laurinda, Alex 
V. Teixeira. Curitiba: lnterSaberes, 2014. (Série Gestão 
Pública). 
2 Mb; PDF 
Bibliografia. 
ISBN 978-85-443-0025-l 
1. Administração pública 2. Armazenagem 3. Logística 
empresarial 4. Transportes I. Teixeira, Alex V. 
II. Título. III. Série. 
14-04892 C DD-351.0075 
+ + + 
Índice para catálogo sistemático 
1. Logística: Administração pública: Controle 351.0075 
1ª edição, 2014. 
Foi feiro o dep6sico legal. 
Informamos que é de inteira 
responsabilidade dos aurores 
a emissão de conceitos. 
1'1cnh uma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia autorização 
da Editora ln ter Saberes. 
A violação dos direitos aurorais é crime 
estabelecido na Lei n. 9 .610 / 1998 e punido 
pelo are . 184 do C6digo Penal. 
+ + + 
, . 
Prefácio, x 
Apresentação, xiv 
Como aproveitar ao máximo este livro, xviii 
capítulo um Logística: fundamentos e conceitos, 24 
1.1 Contextualização e fundamentos, 26 
1.2 A visão sistêmica, 28 
1.3 Sistemas administrativos, 30 
1.4 Sistemas de suprimentos, 33 
capítulo dois Logística de entrada, 42 
2.1 Administração do patrimônio: 
conceito de bens patrimoniais, 44 
2.2 Evolução da administração de recursos 
materiais e patrimoniais, 45 
2.3 O patrimônio na Administração Pública, 54 
2.4 Bens patrimoniais, 55 
2.5 A gestão do patrimônio na Administração Pública, 58 
capítulo três Cadeia de suprimentos, 66 
3.1 As dimensões da cadeia de suprimentos, 68 
3.2 Configuração da cadeia de suprimentos, 69 
3.3 A gestão da distribuição logística, 72 
capítulo quatro Logística pública de apoio, 80 
4.1 Sistemas de suprimentos na estrutura 
das organizações - administração de compras, 82 
4.2 As funções de compra e operação do sistema de compras, 83 
4.3 As novas formas de comprar, 86 
4.4 As novas formas de comprar na Administração Pública, 88 
4.5 A licitação como método de compra 
na Administração Pública: a Lei n. 8.666/1993, 88 
capítulo cinco Função logística na organização pública, 96 
5.1 Administração de estoques e do almoxarifado, 98 
5.2 Sistemas de controle de estoques, 117 
5.3 Custos dos estoques, 121 
capítulo seis Logística, tecnologias e ferramentas, 134 
6.1 Gerenciamento de fluxos de informação, 136 
6.2 Métodos e ferramentas na logística, 139 
Para concluir ... , 162 
Referências, 166 
Respostas, 171 
Sobre os autores, 173 
+ + + 
, . 
No século XXI, impõe-se como desafio 
da Administração Pública superar a crise 
do Estado gerencial e do paradigma do 
neoliberalismo, que apresentou os principais 
sinais de esgotamento no crash de 2008*. 
+ + + 
* O crash de 2008 foi t1ma crise finan--
ceira q t1e teve como pivô a pirân1ide 
dos títulos de hipoteca an1ericana, o 
que levou o crédito ao colapso con1 un1 
volun1e das perdas para as institt1ições 
financeiras de cifras astronôn1icas. 
XII 
Enquanto os governos federal e estaduais gerenciam os problemas 
decorrentes da gestão pública, os governos municipais, a partir de 2013, 
inauguraram uma forma de administração em que o controle sob a ação 
local é exercido pela sociedade por meio das redes sociais, para além 
das instituições que já o realizam ordinariamente. Se, por um lado, o 
esvaziamento da política se percebe nas participações tradicionais, por 
outro, os movimentos espontâneos surgem como resposta ao descola~ 
mento dos referidos governos das demandas genuinamente sociais e 
populares. 
Medidas como a prestação de serviços com base em uma visão 
matriciada e intersetorial, a análise de demandas regionalizada e vol~ 
tada para o desenvolvimento metropolitano, bem como o resgate da 
autoestima dos servidores públicos são estruturantes para os novos 
desafios do Poder Público, em especial o municipal, em meio aos sinais 
de esgotamento do paradigma democrático decorrente das manifesta~ 
ções de julho de 2013, induzidas pelas redes sociais e expressadas no 
novo modelo de participação política em que o campo virtual ganha 
• protagonismo. 
A obra A logística na Administração Pública: conceitos e métodos dimen~ 
siona conteúdos que servem à reflexão do novo papel do Estado, ente 
público que surge com a modernidade e ainda se apresenta necessário 
à indução da economia, para que proteja direitos sociais fundamentais. 
O convite à leitura de uma obra que reflete os processos e meca~ 
nismos de gestão na Administração Pública pode contribuir para a 
construção de novas formas de organização, gestão e procedimentos 
que sirvam à efetividade da prestação de serviço público que visa ao 
atendimento do cidadão. 
Boa leitura! 
DR. PAULO RICARDO ÜPUSZKA 
Mestre e doutor pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), 
superintendente do Instituto Municipal de 
Administração Pública do Município de Curitiba, 
professor do Programa de Mestrado em Direito Empresarial e 
Cidadania do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba). 
+ + + 
Em tempos de grandes mudanças na 
especialização do mercado de trabalho, no 
qual os desafios são constantes e a velocidade 
dos temas atinge proporções imensas, o 
estudo direcionado à logística pública passa 
a ser um diferencial competitivo para o 
servidor público. 
XVI 
Nesta primeira edição da obra, é possível compreender os funda~ 
mentas e os conceitos da logística com uma visão ampliada, caracteri~ 
zada por exemplos aplicáveis ao dia a dia do servidor público. O obje~ 
tivo fundamental deste livro é atender o público interessado no tema, 
a fim de que possa administrar áreas, setores, secretarias e prefeituras, 
entre outras casas públicas, por meio de processos internos de gestão 
integrada que envolvam toda a cadeia de suprimentos. 
No início de cada capítulo será possível conhecer o conteúdo a ser 
estudado e, no final, visando fixar os conceitos abordados, são propostos 
exercícios que contribuem para a reflexão sobre o tema. 
Todo o livro foi pensado reconhecendo a importância de uma boa 
gestão da logística pública, ótica que norteia esse tema mediante con~ 
ceitos e métodos. No primeiro capítulo, apresentamos uma visão his~ 
tórica da função logística, por meio da qual é possível entender o papel 
estratégico da logística como tema de estudo, passando pelos diferentes 
sistemas de gestão e entendendo como se forma a cadeia de suprimentos. 
No segundo capítulo, focamos a logística de entrada, trabalhando 
o tema patrimônio e seus sistemas de controle. No terceiro capítulo, 
versamos mais fortemente sobre o tema cadeia de suprimentos, traçando 
suas dimensões. Já no quarto capítulo tratamos da logística pública de 
apoio, enfatizando a operação de compras e suas regras em relação
à 
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993 (Brasil, 1993). 
Na sequência, no quinto capítulo, abordamos a função logística 
na organização pública, enfatizando a finalidade do almoxarifado e a 
importância de um bom estoque. Por fim, no sexto e último capítulo, 
procuramos focar nos temas mais pertinentes da logística quanto a 
ferramentas e tecnologias, o que implica um apanhado sobre just in 
time QIT), MRP II e Kanban. 
Devido à estruturação de temas que norteiam esta obra, pensada 
com o objetivo de transformar conhecimento em estratégia de negócio, 
recomendamos a leitura a todos aqueles que desejem se aprofundar no 
tema logística pública - sejam servidores, gestores ou colaboradores da 
iniciativa privada -, e busquem o conhecimento necessário para uma 
formação acadêmica superior. 
+ + + 
Conteúdos do capítulo 
• Conceitos e fundamentos. 
• A visão sistêmica. 
• Sistemas admin istrarivos. 
• Sistema de suprimentos. 
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 
1. reconhecer a função histórica da logística; 
2. entender o papel estratégico da logística; 
, . reconhecer os diferentes sistemas de gestão logística; 
4. entender como se formam as cadeias de suprimcnros; 
s. compreender os mecanismos e as técnicas de gestão de 
. 
suprimentos. 
necessidade se dá a fim de evitar ações de improbidade administrativa 
cm decorrência de práticas lesivas ao bem incorporado. 
Todo aquele que, por ação ou omissão, provoca lesão ao patrimô-
nio público, ou ainda, de forma ilícita, apropria-se dele, está sajeiro a 
responder pelo crime de improbidade administrativa, prcvisro na Lei 
n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que acarreta pena de ressarcimento 
inr<.-gral do dano (Brasil, 1992). Cabe ao gestor logístico público a obri-
gação de sinalizar apropriação ilícita de patrimônio público, para que 
assim possa ocorrer a punição por meio de: 
• SUSPENSÃO dos direitos políticos de cinco a oiro anos; 
• PERDA do bem apropriado de forma ilícita; 
• PAGAMENTO de multa; 
• PROIBIÇÃO de contratar com o Poder Público pelo prazo de cinco 
anos. 
Síntese 
A logística de entrada compreende ações pertinentes aos processos 
de entrada de produtos e materiais. Na Administração Pública, remos 
o sistema de controle parrimonial com suas ações de bens incorporados, 
termos de responsabilidade e inventários de bens, que determina o 
aglomerado de bens patrimoniais a ser administrado com clareza, per 
meio de medidas de preservação, estendendo ou não a responsabilidade 
aos demais agentes públicos. 
É necessário zelar pelo bem público para que novos investimentos 
retomem à sociedade. Utilizar bem o patrimônio é, portanto, dever de 
todos, pois ele pertence à população. Os inventários periódicos mantêm 
atualizados os responsáveis pela conservação dos bens, evitando, assim, 
a apropriação indevida e os desvios ilícitos. 
Ressaltamos que o controle patrimonial permite os acompanha-
mentos 6sico e financeiro de rodos os bens patrimoniais incorporados 
à Administração Pública, independentemente do porre. 
uestões ara revisão 
1. Hi un,:i confusão concziru:iJ entre cad.r1a d.r 5upr111X"11tos e logü-
r1m. Após o esrud.o d.este opítu lo. identifique e prttnch:i con, 
\ I (verd.:ideiro ) ou F (falso) ;is :ifirn,:içõcs :i seguir :icero clcss;is 
di1trenç;is. 
( ) A logí stici rr :ira excl11siv:1n1enre d.o cscoo1nenro de produtos. 
( ) C:ideu de supri nicnros cons isre e n, um:i I ista de fur nece-
dores com os 1ndhores p reços. 
( ) Logístic.1 pode se r cl:issific:id.:i como 11111 subconjunto <U 
5up pÍJ d,a1u. que pl.ancj:i e ronr rob o e1ttivo Auxo de esro-
ogcm dc bens, serviços e inforn,:içõcs corrcbr;is desde o 
p<>nto de o rigc1n :iré o ponrodeconsun,o. 
( } A c.1deia de supr i1nenros englob:i rodos os proced.in,enros 
ncccss.irios p:ir:i o dcsenvolvinicnro de unu :içio logístic.1. 
2. Após su:i leiru r:i sobre os furores d.e in,p:icro, n:i visiosisrên,ici, 
<U gcscio pública, avalie e p rttnclu con, \f (ver<bdeiro} ou F 
(f:iJso} ;is :ifirn,:içõcs :i seguir: 
( ) 1· :irorcs tecnológicos - o d.cscnvolv inicnro tecnológico e/ou 
:i d.isp<>nibi li<bd.ed.e:icesso is inovações. 
( ) t=:irores socioculturais - o nível C<Íucicion.al e cultu r:iJ <U 
socic<bde, reAerind.o n:i exigência de u1n n,.aior g rau d.e 
qu:i lid.:ide e sofisrioçio d.e bens e .serviços coloc.1d.os no 
lllCrc:ido. 
( ) 1·:itores ecológicos - :i prcocupaçio ro1n :i prcscrv:içio do 
meio ambiente p or p:irrc dos órgios oficiais e :i ncccssi -
<bde de desenvolver p roccssos de serviços. ecologicamente 
, . 
resp<>ns:iVelS. 
( ) 1·:itorcs climáticos - oclim:i rc:gion:iJ pode :iJrer:ir :i gcstio 
dos se1viços públicos. 
• • • 
Questão para re exão 
·1odo ripo de dcs:ipropriaçio de terra é :icon,panh:i<b pcb 
AGü~ Fun<Unicnre sua reflcxio :iv:iJ iand.o siru:içõcs que envol-
v:i1n os p:itrimônios ltd.eral. estadual e n,unicip:i l. 
• • • 
Süte,nas de co,Jtrole do p'1tri,nô,1io 
A :1d1ninistr:1çio d.e bens parri 1110ni:iis públicos se a r:icrer i~-1 por 
ser un,:i aper:içio ro1nplcx.1. A ex isrênci:i de i nú nicros itens. ta is con,o :i 
v.1 riaçiodev:1 lores, a n1ovin1entaçiodos bens de u1n loc:iJ pa r:ioutroe 
:iréoempréstimo de bens cnrrcos ó rg.ios públicos, pockgcr:ir v:i ri.iveis 
que dificultan, o controle. 
C:id.:i ó rgão público é livre p:i r:i optar p<>r uni sisten,:i de contro le 
do p:itri niónio, p<>is :itu:i1n,enre nio hi u1n:1 nornutiz:içio que uni fi. 
quccss:i :irivid:ide. ·1 :iis sisrenusdevcn,, obr ig:irorianicnre, pcrn,iri r os 
contro les físico e fin:incei ro de rodos os bens p:ttrimoni:iis dos ó rgios 
públicos. ind.cpcnd.enremenre do porre. 
B;isicinicntr, os sisrcni;is de contro le patr inion i:iJ p recisam od;is-
rr:i r os materiais, os for necedores cos requisitantes, ger ir o rc:gisrrode 
bens incorp<>r:idos, :i loraçio e ;i loc.,J iz:içio desses bens, as valo res deles, 
os resp<>nsáveis p<>r eles co hisróricodo parrirnónio, :ilén, de ran,bén1 
gerenciar ter n,os de tr:1ns1trência e de corrcsp<>ns:ibilid:ide, gui;is de 
remcss:i e invenr i rios :i nua is . 
.Be,u incorpor,1clos 
A i ncor p<>r:içio de bens no pa trin,ónio pú biiro é e nrend. id:i con,o 
o registro de bens méweis ou iméwcis :10 paa·iniónio d.o ó rgio. Estes 
somente .sio rona·eri:::idos posrer iornicn tr :io recebinicnro físico deles 
e/ou i obsc1v:1çio e v:iJid:içio <U docunlCnt:içiocorrc..'q)Ond.enrc. 
Pergunta & resposta 
As cadeias de supri1nenros ncccssic:11n de .:icomp.:inlun,enro 
penn.:inente par.a que seus p roccssos r r.:inscorr.:i 111 con)O plane-
jado. Con)O no serviço público nio é di~renre. qLL:LI deve ser o 
foco do servidor par.a que os referidos processos cr.:in.smrr.:in, 
perf ei umenre nesse conrcx e~ 
A fo1al1áadr prmcrpoaI dr qualquer .s1.srr,11a logi.srrco ê a .sarr.s.J1ç10 do 
a>ti.s1H1udor, r a.s organizaçõt-.s púMica.s drL~m rraírz,ar .sua.s arrvrdade.s 
ad111111r.srrar1va.s dr forma rmrgrada dr.sdr o .forr1rcrdor arr o .sru u.suárro 
fo1aL r.srabdra11do un>a "r11grr11agrm logr'.srrm }'lt',firra" com o nx-11or 
cu.sro Fra o.s cofrr.s púbLcm. 
, 
• 
• 
+ 
+ 
Conteúdos do capítulo 
• Conceitos e fundamentos. 
• A visão sistêmica. 
• Sistemas administrativos. 
• Sistema de suprimentos. 
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 
1. reconhecer a função histórica da logística; 
2. entender o papel estratégico da logística; 
3. reconhecer os diferentes sistemas de gestão logística; 
4. entender como se formam as cadeias de suprimentos; 
5. compreender os mecanismos e as técnicas de gestão 
de suprimentos. 
I.I Contextualização e undamentos 
Procedimentos estruturados com finalidade logística não consti~ 
tuem uma ideia nova. Historicamente, a humanidade sempre desem~ 
penhou ações e procedimentos estruturados, seja por meio do B.uxo 
eficiente de materiais,
seja por meio da informação. 
Ao longo do tempo, muitas guerras foram vencidas recorrendo~ 
~se à utilização adequada do processo logístico, que, quando não se 
configurou adequadamente, provocou derrotas. O termo logística, 
2 6 do francês logistique, foi amplamente utilizado pelas forças armadas. 
O ambiente militar na arte da guerra sempre tratou como prioritárias 
as questões que envolviam: 
a. MATERIAIS: insumos administrativos e operativos; 
b. MÃO DE OBRA: do recrutamento ao desligamento; 
c. INSTALAÇÕES: aquisição, construção, manutenção e operação 
das instalações; 
d. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: contratos de terceiros. 
No ambiente público não é diferente. A complexidade da teia 
de relação demanda dos participantes procedimentos ordenados, na 
medida em que se evidencia uma abordagem diferenciada nas orga~ 
nizações, com o intuito de direcionar seus esforços para negócios que 
terceirizem eventuais atividades não características da organização 
( em outras palavras, que não façam parte de seu DNA) para outras 
empresas. Como exemplo, podemos citar a indústria automotiva que, 
por meio de uma cadeia produtiva complexa, relaciona~se com diferen~ 
tes empresas prestadoras de serviços. 
A eficiência no setor público deve ser traduzida em melhorias no 
atendimento à população. Os modelos gerenciais, portanto, necessitam 
ser repensados para que se insira a temática da agregação de valor aos 
serviços ofertados aos cidadãos (Silva, 2008). 
O ente público, a exemplo da iniciativa privada, também se 
relaciona com outros setores e até mesmo terceiriza serviços, tais 
como segurança, manutenção e limpeza, realizados por empresas pri~ 
vadas devidamente contratadas, mas que, até pouco tempo atrás, eram 
executados por servidores. Todavia, os processos administrativos de 
terceirização de serviços são regulamentados pela SECRETARIA DE 
LOGÍSTICA E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (SLTI) DO MINISTÉRIO 
DO PLANEJAMENTO, ÜRÇAMENTO E GESTÃO (MPOG), e sua prática 
administrativa na organização pública deve obedecer à orientação jurí~ 
dica, segundo a Instrução Normativa n. 2, de 30 de abril de 2008, que 
regulamenta os procedimentos para a contratação de serviços de toda 
natureza, continuados ou não (Brasil, 2008), a saber: 
Art. 6° Os serviços continuados que podem ser contratados por 
terceiros pela Administração são aqueles que apoiam a realização 
das atividades essenciais ao cumpri menta da missão institucional 
do órgão ou entidade. 
No contexto da gestão pública, o processo logístico se mantém firme, 
assim como seus conceitos, dentre os quais podemos citar o proposto 
por Christopher (2009, p. 3): 
Logística é o processo de gerenciamento estratégico da com, 
pra, do transporte e da armazenagem de matérias,primas, 
partes de produtos acabados ( além dos fluxos de informação 
relacionados) por parte da organização e de seus canais de 
marketing, de tal modo que a lucratividade atual e futura 
seja maximizada mediante a entrega de encomendas com 
o menor custo associado. 
Segundo Ballou (2003) e Monteiro (2011c), conceitualmente a 
logística apresenta aspectos bastante amplos e complexos e seus pro~ 
cessos de planejamento e de controle dos fluxos mostram~se eficazes 
desde o ponto de origem/início até o seu destino/fim, sempre com o 
intuito de melhor atender. 
27 
28 
Ainda segundo Monteiro (2011c), para o ente público, a missão 
consiste em estabelecer o nível de atividades logísticas necessário para 
, 
ATENDER AO PUBLICO--ALVO ORGANIZACIONAL NO TEMPO CERTO, NO 
LOCAL CORRETO E NAS CONDIÇÕES DESEJADAS, DE FORMA EFICIENTE 
, 
E COM O CORRETO USO DOS RECURSOS PUBLICOS. 
Diante da globalização dos mercados, fortemente ligados à engenha~ 
ria da informação e às suas novas tecnologias, os serviços públicos tam~ 
bém respondem e se moldam para acompanhar o novo ambiente inf or~ 
macional, que, por sua vez, propicia uma organização mais sistêmica. 
1.2 A visão sistêmica 
A teoria geral dos sistemas preconiza "que uma organização deve ser 
tratada como um sistema onde as partes [ ... ] devem interagir como um 
todo organizado" (Monteiro, 2010). Assim sendo, a logística aplicada 
nas atividades administrativas da gestão pública implica a compreensão 
das inter--relações, como nos orienta Monteiro (2010): 
• Sistema é conjunto de partes coordenadas para realizar um 
conjunto de finalidades; 
• [ ... ] Sistema Coordenado é um conjunto de muitas partes 
que atuam de forma coordenada e integrada para atender 
a várias finalidades; 
• [ ... ] Sistema Total estabelece que os problemas logísticos 
devam ser tratados em termos bem abrangentes, levando 
em consideração todo o ambiente no qual a organização 
está inserida. 
Ainda segundo Monteiro (2010), a organização pública está inse~ 
rida no ambiente em que se originam os recursos utilizados para o 
desenvolvimento da sua atividade de prestação de serviços, o mesmo 
para o qual se destinam os resultados do trabalho desenvolvido. Nesse 
contexto, os aspectos e fatores a serem analisados devem também con~ 
siderar outros elementos de impacto, entre eles: 
LEGAIS: A atuação do Estado, sancionando e estabelecendo leis, 
decretos e normas que definem prioridades e regulam o fun~ 
cionamento dos agentes econômicos que atuam no ambiente 
empresarial. 
• EcoNÔMicos: A situação da economia e do sistema financeiro 
da área e a influência dos órgãos governamentais, além da parti~ 
cipação do Estado na gestão de empresas que operam em setores 
considerados estratégicos. 
• TECNOLÓGICOS: O desenvolvimento tecnológico e/ou a dispo~ 
nibilidade de acesso às inovações. 
• Soc1ocuLTURA1s: Os níveis educacional e cultural da sociedade, 
que influenciam tanto a obtenção da mão de obra qualificada, 
técnica e de nível superior quanto o comportamento do con~ 
sumidor, o que gera reflexos na exigência de um maior grau de 
qualidade e sofisticação de bens e serviços colocados no mercado. 
• EcoLÓGicos: A preocupação com a preservação do meio 
ambiente por parte dos órgãos oficiais e a necessidade de desen~ 
volver processos de serviços ecologicamente responsáveis, em 
aliança com as políticas públicas. 
A visão sistêmica na Administração Pública brasileira está inse--
rida em normativas, facilmente encontradas na Lei n. 10.180, de 6 de 29 
fevereiro de 2001, em seu art. 1 º: "Serão organizadas sob a forma de 
sistemas as atividades de planejamento e de orçamento federal, de 
administração financeira federal, de contabilidade federal e de controle 
interno do Poder Executivo Federal'' (Brasil, 2001a). 
Em um contexto de oferta de serviços e seus respectivos proces~ 
sos, a gestão pública, por meio de sua rede e ramificação em diferen~ 
tes áreas, estrutura~se de maneira diferenciada, pois se encontra inti~ 
mamente ligada às normativas regimentais que atendem a diferentes 
especificidades, tornando o processo complexo. Isso colabora para o 
30 
desenvolvimento de uma logística de grande robustez, que, por sua vez, 
demanda sistemas administrativos de mesma ordem de complexidade. 
1.3 Sistemas administrativos 
Administrar grandes organizações exige do gestor responsabilidade 
e atenção extremas em relação a todos os fatores que regem o desen-
volvimento estratégico do negócio. A gestão pública também requer o 
mesmo de seus servidores em relação aos seus sistemas administrativos. 
Nesse contexto, o governo federal oferece uma estrutura, ou "arqui-
tetura", que propõe um conjunto de regras, políticas e especificações 
técnicas regulamentadoras da utilização da Tecnologia de Informação 
e Comunicação (TIC). Estabelece, assim, condições de interação com 
os demais poderes do Estado e também com a sociedade civil, o que 
permite um fluxo contínuo de informação. 
Os padrões de interoperabilidade de governo eletrônico (e-PING*) 
convergem para sistemas estruturadores
de governo ( Sieg). Tais sis-
temas estão dispostos transversalmente na estrutura orgânica de 
governo e atendem às necessidades finalísticas de mais de um órgão, 
compondo uma ARQUIT ET URA REFERENCIAL DE INT EGRAÇÃO, con-
forme a Figura 1.1. 
Os usuários dos órgãos públicos acessam, via interface web, o sis-
tema pertinente para gerar/inserir informações, orquestradas com 
diferentes bancos de dados que preenchem os registros nessas apli-
cações. Gera-se, assim, uma integração única. Por fim, como saída, é 
realizado o processo de inteligência das informações, analisando-se o 
que for pertinente para a tomada de decisão. 
+ + + 
* A e--PING estabelece um conjt1nto de polí ticas, p ren1is--
sas e especificações técnicas que servem para orientação 
e padronização en1 TIC nos sisten1as in forn1at izados de 
Governo (Brasil, 20146). 
Figura 1.1 - Arquitetura referencial de integração 
Integração Inteligência I tif or1naç iío 
Sisten1:i A 
\\'S 
(ic renci.:i 1 
---------------~ SisrenuA 
1:.sq uen1:i A 
Órgio NlP 47000 
SIEG \VS 
Esquen1:i SI EG 
Órgio 1vlP 20113 
Sisrem:i B \VS 
Esquen~ 
1 nvoc.1 
Doeu n1e nr.1 
G rav.1 
D1spon1 btl 1=.1 
Decodifica 
Con1_pôc 
Gerenci.:i 
Fonte : Adaptado de Departan,ento de 1 n tegração de S;stetnas, t;tado por BrasU, 2013a. 
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ODS 
De/ P.1r .1 
lnfur n1.1ç.io 
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H.1bilt r.1 cliente 
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13Gov Gerenci.:il Sigpl.1n Ó rg.io, p rogr.1n1.1S, 
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ln rcgr.1 ç.io 
Exrr.1 to 
Dentre os sistemas administrativos federais, destacam--se: 
• Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (Siasg); 
Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi); 
• Sistema Integrado de Administração Patrimonial (Siapa); 
Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape); 31 
Sistema Integrado de Dados Orçamentários (Sidor); 
• Sistema de Informações das Estatais (Siest); 
• Sistema de Informações Gerenciais de Planejamento (Sigplan); 
Sistema de Informações Organizacionais (Siorg); 
• Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da 
Informação ( Sisp). 
32 
Cada sistema integrado incorpora especificidades e estrutura dife~ 
renciada para melhor atender às necessidades administrativas do serviço 
público, entre eles o Siasg. O art. 1 ° do Decreto n. 1.094, de 23 de março 
de 1994, organiza as atividades de administração de edifícios públicos 
e imóveis residenciais, material, transporte, comunicações administra~ 
tivas e documentação, sob a forma de sistema, com a designação de 
sistema de serviços gerais ( Sisg); e em seu art. 7°, institui o Siasg, des~ 
tinado à informatização e à operacionalização do Sisg (Brasil, 1994). 
O Siasg é regulado pela Instrução Normativa n. 2/11 (SLTI/MPOG), 
sendo constituído pelos seguintes módulos e subsistemas: 
Catálogo de materiais; 
• Catálogo de compras; 
+ Subsistema de Divulgação de Compras (Sidec); 
Subsistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores ( Sicaf); 
• Subsistema de Preços Praticados ( Sispp); 
+ Subsistema de Minuta de Empenho (Sisme), entre outros. 
A estruturação e a arquitetura dos sistemas apresentados nos reme~ 
tem ao entendimento de que, quanto maiores as organizações, mais 
complexa será a natureza dos problemas advindos do volume de dados 
e informações utilizados por seus atores no desenvolvimento de suas 
atividades ( Greef; Freitas; Barreto, 2012). 
Para saber mais 
Cada sistema integrado possui características próprias. Para 
conhecer melhor cada um deles e ter acesso às últimas 
inovações, consulte: 
BRASIL. Controladoria-Geral da União. Transparência 
pública: origem dos dados. Disponível em: <http://www3. 
transpare ncia .gov. br /Transparencia Pu b I ica /orig em/i ndex. 
html>. Acesso em: 20 dez. 2013. 
1.4 Sistemas de suprimentos 
Segundo Buller (2012, p. 54), 
Existe uma confusão conceituai entre cadeia de suprimentos 
e logística que, por vezes, dificulta o correto entendimento 
das dimensões e atividades de uma cadeia de suprimentos, 
como também as responsabilidades dos departamentos e 
das organizações nos processos relacionados ao tema. 
O melhor entendimento acerca do quão importante é uma cadeia 
de suprimentos ( ou abastecimento) se dá por meio da geração de van~ 
tagens competitivas para as organizações que desenvolvem um papel 
estratégico. A administração da cadeia de abastecimento exige a com~ 
preensão dos impactos causados nas organizações, em seus processos 
e na sociedade (Bertaglia, 2009). 
O termo suprimento ( ou abastecimento) pode ser definido como o 
provimento de insumos necessários à transf armação, à distribuição e 
ao transporte do produto organizacional, sejam bens ou serviços. Trata 
da relação existente entre o fornecedor e a organização ( comprador) nas 
atividades necessárias ao processo de transformação ( conversão/produ~ 
ção) da corporação, de forma a resultar no menor custo para a empresa, 
por meio de um alinhamento da cadeia, conforme mostra a Figura 1.2. 
Figura 1.2 - Alinhamento da cadeia de suprimentos 
Mercado--alvo 
Fonte: Buller, 2012, p. 53. 
33 
34 
Na Figura 1.2 é possível compreender o trabalho integrado de mão 
dupla (fluxo de matérias em sentido horário e logística reversa em sen~ 
tido anti~horário) para a satisfação do cliente - ou seja, o seu mercado~ 
~alvo. Na medida em que os processos necessários para se obterem 
materiais vão se concretizando ( o fornecedor repassa para a fábrica 
que fornece para o distribuidor etc.), novos potenciais de integração 
aparecem para agregar valor à cadeia produtiva de forma a objetivar o 
melhor atendimento ao mercado~alvo - pela redução dos custos ou até 
pela agregação de maior valor aos bens produzidos. 
O conceito de logística, por sua vez, também tem sido confundido 
com o de supply chain management, ou gerenciamento da cadeia de supri~ 
mentos, levando o Council of Logistics Management a se manifestar 
e esclarecer que os termos não são sinônimos, como nos orienta Pires 
(2004, p. 61): 
Cabe modificar o conceito de Logística para indicar que se 
trata de um subconjunto da Supply Chain. Logística é a parte 
dos processos da Supply Chain que planeja e controla o efetivo 
fluxo de estocagem de bens, serviços e inf armações correlatas 
desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o 
objetivo de atender as necessidades dos clientes. 
Como já observamos, o alinhamento da cadeia de suprimentos, ou 
melhor dizendo, o supply chain management compreende uma sequência 
de três ou mais macroprocessos articulados sistemicamente para aten~ 
der o consumidor final. Esse atendimento pode ser caracterizado pela 
presença do produto ou da prestação de serviço, abrangendo o conceito 
de interconexão e a dependência desde a concepção ( origem) do bem ou 
serviço até o consumo/utilização pelo mercado. 
Nas palavras de Monteiro (2011c), 
as atividades logísticas agregam valor de lugar, de tempo, de 
qualidade e de informação ao consumidor final, procurando 
eliminar do processo tudo que não tenha valor para o cliente. 
Tudo que acarrete custos e perda de tempo. 
No caso do setor público, as atividades de suprimento são reguladas 
por normas específicas e realizadas pelo sistema de compras e contrata~ 
ção, sendo supervisionadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). 
Este orienta os gestores por meio da elaboração regular de uma cartilha 
em que constam as diretrizes para os gestores públicos. 
A publicação do TCU diz que a Lei n. 8.666 (Lei de Licitações e 
Contratos Administrativos), de 21 de junho de 1993 (Brasit 1993), 
com alterações posteriores, e a Lei n. 10.520 (Lei do Pregão), de 17 
de
julho de 2002 (Brasit 20026), constituem a legislação básica sobre 
licitações e contratos para a Administração Pública. Ou seja, regulam 
todo o processo de obtenção de suprimento no setor público. 
Síntese 
Neste capítulo, você pôde aprofundar seu entendimento sobre os 
conceitos logísticos e os sistemas que compõem esse complexo geren~ 
ciamento. Nesse contexto, identificamos os diferentes mecanismos 
disponibilizados pela Administração Pública, com o intuito de tornar 
a gestão dos procedimentos mais ágil e transparente, em especial o 
sistema de suprimentos, com a diferenciação conceituai entre logística 
e supply chain management. 
35 
36 
uestões para revis ão 
1. Há uma confusão conceitual entre cadeia de suprimentos e logís~ 
tica. Após o estudo deste capítulo, identifique e preencha com 
V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir acerca dessas 
diferenças. 
( ) A logística trata exclusivamente do escoamento de produtos. 
( ) Cadeia de suprimentos consiste em uma lista de fornece~ 
dores com os melhores preços. 
( ) Logística pode ser classificada como um subconjunto da 
supply chain, que planeja e controla o efetivo fluxo de esto~ 
cagem de bens, serviços e informações correlatas desde o 
ponto de origem até o ponto de consumo. 
( ) A cadeia de suprimentos engloba todos os procedimentos 
necessários para o desenvolvimento de uma ação logística. 
2. Após sua leitura sobre os fatores de impacto, na visão sistêmica, 
da gestão pública, avalie e preencha com V (verdadeiro) ou F 
(falso) as afirmações a seguir: 
( ) Fatores tecnológicos - o desenvolvimento tecnológico e/ ou 
a disponibilidade de acesso às inovações. 
( ) Fatores socioculturais - o nível educacional e cultural da 
sociedade, refletindo na exigência de um maior grau de 
qualidade e sofisticação de bens e serviços colocados no 
mercado. 
( ) Fatores ecológicos - a preocupação com a preservação do 
meio ambiente por parte dos órgãos oficiais e a necessi~ 
dade de desenvolver processos de serviços, ecologicamente 
, . 
responsave1s. 
( ) Fatores climáticos - o clima regional pode alterar a gestão 
dos serviços públicos. 
3. Sobre o tema arquitetura referencial de integração no sistema públi, 
co, avalie e preencha com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirma, 
,., . çoes a seguir: 
( )Trata,se de medidas que propõem um conjunto de regras 
e especificações técnicas da Tecnologia de Informação e 
Comunicação (TIC) para o gerenciamento, exclusivamente, 
dos municípios brasileiros. 
( )Trata,se de uma estrutura ou "arquitetura" que propõe um 
conjunto de regras, políticas e especificações técnicas que 
regulamentam a utilização da Tecnologia de Informação 
e Comunicação (TIC). Estabelece condições de interação 
com os demais poderes do Estado e também com a socie, 
da de civil, permitindo um fluxo contínuo de informação. 
Tais sistemas estão dispostos transversalmente na estrutura 
orgânica de governo, que atendem às necessidades finalís, 
ticas de mais de um órgão, compondo uma arquitetura 
referencial de integração. 
( ) T rata,se de uma "arquitetura" que propõe um conjunto 
de regras e políticas que regulamentam a utilização 
da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC). 
Estabelece condições de interação com os demais poderes 
do Estado e também com a sociedade civil. 
( )Trata,se de uma estrutura ou "arquitetura" que propõe um 37 
conjunto de regras, políticas e especificações técnicas que 
regulamentam a utilização da logística. Estabelece con, 
dições de interação com os demais poderes do Estado e 
também com a sociedade civil. 
4. Cada sistema integrado possui especificidades e estrutura di, 
f erenciada para melhor atender às necessidades administrati, 
vas do serviço público. Identifique e assinale a seguir a opção 
correta sobre os sistemas federais estudados: 
a. Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais 
(Siasg). 
b. Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). 
c. Apenas a opção (a) está correta. 
d. Apenas a opção (b) está correta. 
e. As opções (a) e (b) estão corretas. 
5. Com relação as sistemas integrados, faça a relação entre os sis~ 
temas e as siglas: 
a. Siorg ( ) Sistema Integrado de Administração de Pessoal 
b. Siasg ( ) Sistema Integrado de Dados Orçamentários 
c. Siape 
d. Sidor 
( 
( 
) Sistema de Informações Organizacionais 
) Sistema Integrado de Administração de 
Serviços Gerais 
Pergunta & resposta 
O eixo principal da arquitetura dos sistemas eletrônicos é a in~ 
formação. Nesse contexto, qual é a relevância da qualificação 
dos dados utilizados para o melhor desempenho dos sistemas 
integrados de gestão? 
A qualificação de um dado e/ ou sua contextualização gera uma inf or~ 
mação. A arquitetura dos sistemas integrados também utiliza bases de 
dados; todavia, estes são dotados de relevância e propósito, tornando~se 
informação estratégica. Todo o sistema logístico apresentado está pauta~ 
do na informação e exige consenso em relação ao significado, bem como, 
necessariamente, a mediação humana, gerando, dessa forma, vantagem 
/ . 
ao usuarto. 
Para saber mais 
As contribuições apresentadas são importantes para os futu-
ros gestores de logística pública que buscam uma visão sis-
têmica do assunto. Conheça todos os sistemas do governo 
federal acessando o link: 
BRASIL. Ministério da Fazenda. SERPRO - Serviço Federal 
de Processamento de Dados. Administração Federal. 
Disponível em: <https://www.serpro.gov. br/conteudo 
solucoes/produtos/administracao-federal>. Acesso em: 28 
abr. 2014. 
Vale a pena conhecer também o portal de compras do 
governo federal. 
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 
Comprasnet. Disponível em: <http://www.comprasnet. 
gov>. Acesso em: 28 abr. 2014. 
O livro a seguir permitirá ao leitor aprofundar-se nos assun-
tos neste capítulo abordados: 
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Supply Chain Management: 
Strategy, Planning, and Operation. 5. ed. Michigan: 
Prentice Hall, 2012. 
39 
, • 
Conteúdos do capítulo 
• Administração do patrimônio. 
• Sistema de controle patrimonial. 
• Bens. 
• O patrimônio na Administração Pública. 
• A gestão do patrimônio na Administração Pública. 
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 
1. entender o que é patrimônio e apreender seus conceitos básicos; 
2. identificar meios de controle patrimonial; 
3. criar um termo de responsabilidade patrimonial; 
4. conhecer como se comporta o patrimônio na gestão pública. 
2.I Administração do patrimônio: conceito de bens 
patrimoniais 
Para uma organização, cada bem de capital ( ou seja, um ativo) per~ 
tence ao patrimônio. A atividade da gestão patrimonial se dá pelo pla~ 
nejamento, pela execução e pelo controle, de forma eficiente e eficaz, 
de todo o fluxo de material (bens) que faz parte desse ciclo. 
Os recursos patrimoniais controlam desde bens simples, como 
matéria~prima e material de consumo, até mão de obra e instalações. 
44 Assim, é necessário, com o passar do tempo, realizar o acompanha~ 
mento desses recursos, visando, desse modo, realizar a manutenção 
do capital empregado no patrimônio. Em relação a essas realizações 
da gestão patrimonial, podemos perceber, então, que os recursos patri~ 
moniais envolvem complexo entendimento, pois podem ser adquiridos, 
vendidos e trocados. 
Reforçando o conceito de patrimônio em relação à questão contábil, 
ele se apresenta como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma 
entidade com poder jurídico que movimenta recursos financeiros. 
Esse conceito patrimonial contábil pode ser mais bem compreen~ 
dido quando consideramos sete assertivas, expostas a seguir: 
1. O PATRIMÔNIO não é voltado à venda direta, ou seja, ele não 
objetiva o comércio, e sim a incorporação. 
2. É utilizado na gestão dos processos
essenciais da organização, 
. , . 
ou seJa, em seu negocio. 
3. É um bem adquirido, na maioria das vezes, de forma esporádica. 
4. É depreciável, ou seja, passa por um processo de obsolescência 
e desgaste físico e contábil. 
5. Pode necessitar de manutenção preventiva. 
,,, 
6. E permanente quanto à sua natureza. 
7. É utilizado e necessita de gestão para um controle eficiente. 
Passemos, agora, a uma visão mais abrangente da administração 
desses recursos. 
2.2 Evolução da administração de recursos materiais e 
patrimoniais 
Franceschini e Gurgel (2002) apresentam um ciclo histórico evolu, 
tivo na relação entre a gestão dos bens patrimoniais e a administração 
de materiais. Esse ciclo se inicia com a atividade de aquisição realizada 
pelo proprietário da empresa/ organização - a compra era, portanto, 
o cerne do negócio. 
Logo após, houve a fase da atividade de compras ligada diretamente, 
como apoio, às atividades produtivas. Isso se deu pelo fato de a evolução 
industrial ter criado grandes organizações, havendo assim a necessidade 
de integração entre as áreas do negócio e da produção. 
O patrimônio, em um momento histórico mais recente, passou a 
participar das atividades ligadas à logística, servindo de suporte às áreas 
financeiras, contábeis, de marketing, de produção, entre outras. Nessa 
fase atual, a gestão dos recursos patrimoniais é vista como estratégica, 
sendo inserida nas ações voltadas à gestão financeira, à gestão de ativos 
e às estratégias para melhorar o fluxo de bens entre consumidores e 
produtores, rentabilizando as ações das organizações. 
Vale ressaltar que, em se tratando de patrimônio público da União, 
atualmente a Coordenação de Patrimônio Público da Advocacia Geral 
da União (AGU) é responsável por todo o acompanhamento de ações 
voltadas ao patrimônio imobiliário da União. Tendo em vista o que 
vimos anteriormente, observando a relação entre conceito e prática, 
percebemos a evolução da gestão patrimonial como um ativo estratégico. 
Um exemplo relevante são as desapropriações de terra que ocor, 
rem pelo Brasil. É de responsabilidade também da AGU as situações 
de usucapião, uso de bem público, ações dominiais e de locação. Os 
advogados da União oficiantes da Coordenação de Patrimônio Público 
devem fazer parte não só do grupo de execuções fiscais e execuções 
promovidas pela União, como também das ações envolvendo títulos da 
dívida pública e aquelas relacionadas à responsabilidade civil do Estado. 
45 
+ + + 
~ uestão para re exão 
Todo tipo de desapropriação de terra é acompanhada pela 
AGU? Fundamente sua reflexão avaliando situações que envol~ 
vam os patrimônios federal, estadual e municipal. 
+ + + 
Sistemas de controle do patrimônio 
A administração de bens patrimoniais públicos se caracteriza por 
ser uma operação complexa. A existência de inúmeros itens, tais como a 
variação de valores, a movimentação dos bens de um local para outro e 
até o empréstimo de bens entre os órgãos públicos, pode gerar variáveis 
que dificultam o controle. 
Cada órgão público é livre para optar por um sistema de controle 
do patrimônio, pois atualmente não há uma normatização que unifi~ 
que essa atividade. Tais sistemas devem, obrigatoriamente, permitir os 
controles físico e financeiro de todos os bens patrimoniais dos órgãos 
públicos, independentemente do porte. 
Basicamente, os sistemas de controle patrimonial precisam cadas~ 
trar os materiais, os fornecedores e os requisitantes, gerir o registro de 
bens incorporados, a lotação e a localização desses bens, os valores deles, 
os responsáveis por eles e o histórico do patrimônio, além de também 
gerenciar termos de transferência e de corresponsabilidade, guias de 
. , . . 
remessa e 1nventar1os anuais. 
Bens incorporados 
A incorporação de bens no patrimônio público é entendida como 
o registro de bens móveis ou imóveis ao patrimônio do órgão. Estes 
somente são concretizados posteriormente ao recebimento físico deles 
e/ ou à observação e validação da documentação correspondente. 
Para o controle de bens incorporados, utiliza~se uma ficha de cadas~ 
tro do bem patrimonial, na qual são registradas informações relativas a 
cada bem. Nessas informações são detalhados basicamente a natureza, 
o número do registro patrimonial, o valor da aquisição, com quem ficará 
o bem, qual a sua localização, entre outras. 
Na Figura 2.1, você pode observar um template (modelo de doeu~ 
mento) de cadastro de bem patrimonial realizado de forma manual. 
Figura 2.1 - Ficha cadastral de bem patrimonial 
F ICHA CADASTRAL DE B EM PATR I MONI AL Registro 11º 
Descrição Valor unitário 
Fornecedor Nota fiscal ( docun1ento) nº Data 
Novo 
Estado de co11servação do ben1 Bon1 
Recuperá\rel 
Natureza da aquisição Co111pra Doação Cessão T ransferência 
Cla..<;se co11tábil Código 
T I PO DE A QUISI ÇÃO E D ocuMENTos DE R EGISTRO Do B EM 
MovI MENTAÇÃO l NTERNA 
Data Docun1ento Localização Obser,,ações 
Baixa 
Respo11Sá \'el 
Non1e/ Cargo 
Ter1110 11º Moti\,o Assi11.atura 
No entanto, o cadastro patrimonial manual está em desuso devido 
às tecnologias (novos sistemas de controle) existentes. Porém, nele 
podemos observar os campos necessários para o controle patrimonial. 
O template também pode ser utilizado como saída de um cadastro infor~ 
matizado, sendo, nesse caso, uma sugestão de impressão do documento 
para coleta de assinatura. 
47 
As Figuras 2.2 e 2.3, por sua vez, evidenciam documentos em que 
o cadastro é informatizado, conforme consta a seguir. 
Figura 2.2 - Sistema de cadastro de bem patrimonial 
Descrição 
Aplicação 
lv1arca 
Código 
Estoque 
Descrição 
Barras 
Status 
_______ Tipo 
Classe 
Refe rê11cias 
P reços 
Ref. / C ódigo 
Marca 
Local Descrição Subite111 Estoque físico T ab. Descrição Preço+ IPI 
T otal 
Figura 2.3 - Sistema de bens patrimoniais e especificações 
Be11s Parr i111011iais 
Produto 
Classificação 
Subclassif. 
Código 
Descrição 
Data aquisição 
Tipo aquisição 
For11ecedor 
Apólice seguro 
Data registro 
Nún1ero de série 
Lotação 
Nota fiscal 
Valor i11icial 
Data baixa 
Taxa deprec. a11ual 
Ültin1a depreciação 
Ciara11tia 
Código de barras 
Data co11tabilizado 
Prefixo 
I11ício depreciação 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
Qua11tidade ~------~ 
Valor baixa 
T x. deprec. 111e11sal 
Valor atualizado 
Ve11c. 
Confirmar 
Fechar 
Fl -Ajuda 
Depreciações 
Movimentações 
Ficha bem 
É importante ressaltar que todo bem adquirido por órgão público 
deve ser rotulado por plaqueta de identificação ou similar, para facili~ 
tar o controle.Normalmente, as plaquetas são metálicas, com número 
sequencial e código de barras, posicionadas em local determinado para 49 
o reconhecimento do bem. A plaqueta, depois de fixada, não pode ser 
retirada ou alterada e deverá permanecer no bem até o final de sua 
depreciação. 
Por fim, devido à tecnologia, muitos sistemas não utilizam plaque~ 
tas, e sim identificação por radiofrequência ( em inglês, Radio~F requency 
Identijication - RFID), ou outras marcações que não danificam a estru~ 
tura do bem. 
50 
Termo de responsabilidade 
O termo de responsabilidade é o aceite da guarda e conservação 
do material permanente pelo funcionário/ servidor. Este, então, passa 
a responder pelo bem em sua totalidade, sendo conferida a ele a assi-
natura do documento. 
No caso de haver a transposição ou movimentação do bem para 
outro funcionário/servidor, deve--se assinar um termo de transferência 
de responsabilidade mediante levantamento patrimonial e elaboração 
de outro termo para a assinatura do novo responsável pelo bem. 
Podemos perceber, na Figura 2.4, um modelo de termo de respon-
sabilidade
patrimonial. 
Figura 2.4 - Termo de responsabilidade patrimonial 
Termo de Responsabilidade n. 
UGP: 
Unidade responsável: 
Tipo documento: Termo de referência 
Guia de movimentação: 
Fornecedor: 
En dereço: 
Nota fiscal: D ata: 
Confira o material no ato do recebimento, pois não aceitamos reclamações posteriores. 
Bens 
Itens N. registro Grupo mat. Denominação 
1 2008050254 
Especif icação: 
Observação: 
Qtd. 
1.0 
Garantia Valor unitário Total 
Total de bens tombados: 1.0 Valor total : 
Observações das notas f iscais associadas ao termo 
Número Observação 
Observações 
Usuário responsável pelo cadastro: N orne do usuário 
Data de cadastro: 
Observação: 
Declaração de responsabilidade 
Declaro ter recebido o(s) bem(ns) patrirnonial(ais) relacionado(s) no presente Termo, no valor de R$ __ , assumindo total responsabilidade 
pela guarda e zelo do(s) mesrno(s), comprometendo-me a informar o Setor de Patrimônio sobre todas as ocorrências relativas ao(aos) referido(s) 
bem(ns) e ainda ressarcir o ó rgao por perdas e danos caso comprovada a omis~o da responsabilidade de minha parte. 
Devemos sempre lembrar que todo funcionário/servidor público 
poderá ser chamado à responsabilidade pelo material que lhe foi 
confiado para guarda, uso ou conservação mediante a lavratura de 
termo de responsabilidade, atribuindo-lhe certo valor. A avaliação dos 
componentes patrimoniais das entidades públicas é disciplinada pelo 
art. 106 da Lei Federal n. 4.320, de 17 de março de 1964 (Brasil, 1964). 
Inventário 
De acordo com Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p. 50), "Inventário 
é definido como o estoque de itens e recursos utilizados numa deter, 
minada empresa ou cadeia de suprimento, tais como: matérias,primas, 
partes e componentes, suprimentos, produtos em processo e produtos 
acabados''. Por meio dele se realiza o levantamento e a identificação 
de instalações e bens, com descrições sistemáticas, bem como seus 
valores, para compor o patrimônio em um momento estabelecido. O 
resultado deve ser registrado no balanço patrimonial da contabilidade 
da organização pública. 
O inventário visa levantar o real valor dos bens do patrimônio. 
Diante da Administração Pública, a apuração do inventário é fisca, 
lizar seus bens patrimoniais e delegar a responsabilidade dos bens e 
materiais aos funcionários. 
A Lei n. 4.320/1964, em seu art. 96, nos diz que o levantamento 
geral dos bens móveis (materiais de consumo e materiais permanen, 
tes) e imóveis ( conceito a ser explorado mais à frente) terá por base o 
inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos 
da escrituração sintética na contabilidade, enquanto o art. 97 reforça 
essa ideia dizendo que, para fins orçamentários e determinação dos 51 
devedores, será feito o registro contábil das receitas patrimoniais, como 
fiscalização de sua efetivação. 
Assim, podemos concluir que o inventário deve abranger os bens 
móveis e imóveis, sendo fator determinante para um bom processo 
logístico de materiais na Administração Pública. 
Inventário dos bens 
Quanto à Administração Pública, o gestor logístico que trabalha 
com patrimônio deverá estar sempre atento ao inventário anual, que 
abrange bens móveis e imóveis (art. 96 da Lei n. 4.320/1964). 
52 
O administrador logístico público tem o dever de realizar a gestão 
dos inventários de forma distinta. Desse modo, materiais permanen, 
tes devem ser inventariados separadamente de materiais de consumo. 
A diferença entre esses materiais liga,se ao que cita a Portaria 
n. 448/2002, da Secretaria do Tesouro Nacional, segundo a qual 
material de consumo é aquele que, em razão de seu uso corrente e da 
definição da Lei n. 4.320/1964, perde normalmente sua identidade 
física e/ ou tem sua utilização limitada a dois anos (Brasil, 2002d). Os 
bens tidos como materiais de consumo são de pouca durabilidade e/ou 
rápida utilização, conforme os exemplos a seguir: 
MATERIAIS DE EXPEDIENTE: Agendas, carimbos, canetas, lápis, 
apontadores, grampos, réguas, tesouras etc. 
• MATERIAIS DE PROCESSAMENTO DE DADOS: Cartuchos de tinta, 
CDs, mousepads etc. 
• MATERIAIS DE COPA E COZINHA: Garfos, facas, colheres, garrafas 
térmicas, copos de café etc. 
• MATERIAIS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO: Cestos de lixo, papel 
higiênico, desinfetantes etc. 
• MATERIAIS PARA HOSPITAIS, POSTOS DE SAÚDE E LABORATÓ--
RIOS: Algodão, bastões, esparadrapos, luvas, pinças, vidrarias etc. 
• FERRAMENTAS DIVERSAS: Martelos, enxadas, pás, picaretas etc. 
Material permanente é aquele que, mesmo em decorrência de uso 
rotineiro, não apresenta modificação na sua identidade física e/ou man, 
tém uma duração superior a dois anos, conforme os exemplos que 
seguem: 
• EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÃO: Telefones, centrais telefô--
nicas, PABX, fax etc. 
• UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS: Escadas, cafeteiras, micro--ondas, 
geladeiras, umidificadores de ar, ventiladores etc. 
• MATERIAIS BIBLIOGRÁFICOS: Livros, jornais, mapas, repertórios 
legislativos etc. 
• MoBILIÁRIO: Armários, cadeiras, estantes de aço, banquetas, 
escrivaninhas, relógios de parede, sofás etc. 
• EQUIPAMENTOS TECNOLÓGICOS: Computadores, impressoras, 
máquinas fotográficas, canetas ópticas, filmadoras etc. 
A criação do inventário de bens móveis pode ser organizada pelo 
gestor público obedecendo a algumas etapas que garantirão a legitimi-
dade do processo. Sendo assim, busca-se: 
NOMEAR A COMISSÃO QUE REALIZARÁ o INVENTÁRIO: Este 
deverá ocorrer em um prazo determinado, não podendo ocorrer 
nenhuma movimentação patrimonial ou de material nesse 
período. 
+ REALIZAR O LEVANTAMENTO E A AVALIAÇÃO DE TODO O REGIS--
TRO PATRIMONIAL EXISTENTE: Deve--se, neste momento, loca--
lizar todos os bens, identificá--los e ordená--los de acordo com 
suas características, para com isso proceder toda a mensuração 
patrimonial e sua real contagem. É importante lembrar não só 
que se faz necessário realizar uma descrição detalhada dos bens 
para garantir a individualização, mas também que é preciso reva-
lidar a identificação com plaquetas metálicas, adesivos, sistemas 
de RFID, entre outras formas de atuação. 
GERAR O RELATÓRIO DO INVENTÁRIO APÓS O NOVO LEVAN--
TAMENTO NOS TERMOS DO DISPOSTO DA LEI N. 4.320/1964: 
o conteúdo do relatório deve compreender os itens a seguir 53 
apresentados: 
• Número do tombamento. 
• Descrição do bem. 
• Documento da aquisição (nota fiscal), com o respectivo valor 
da aquisição. 
• Localização do bem e seu estado de conservação. 
• Conciliação dos dados do inventário com o balanço patrimo-
nial seguindo as diretrizes apresentadas na Lei n. 4.320/1964 
(isso ocorre para justificar à sociedade os bens pertencentes 
54 
ao órgão público, sendo eles bens passivos de controle e 
fiscalização). 
O inventário se tornou um instrumento de fiscalização e de con--
trole do administrador logístico público, pois contribui para a verda~ 
deira apropriação do bem, evitando má conservação ou desvio dele. 
Utilizando o processo de contagem física, o administrador público 
acompanha todo o aumento do patrimônio do órgão governamental. 
Isso lhe permite informar, de forma rápida e precisa, a localização do 
bem, quem é o responsável por ele, o seu estado de conservação e a sua 
utilização. 
2.3 O patrimônio na Administração Pública 
A Lei n. 4.717, de 5 de julho de 1965, em seu art. 1°, parágrafo 1°, 
define patrimônio na gestão pública como um "conjunto de bens e direitos, 
mensurável em dinheiro, que pertence à União, a um Estado, a um 
Município, a uma autarquia ou empresa pública" (Brasil, 1965). 
Já o Manual de contabilidade aplicada ao setor público (MCASP), em 
sua segunda parte - que se refere aos procedimentos contábeis patri~ 
• • 
mon1a1s -, expressa que: 
Patrimônio público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou 
intangíveis, onerados
ou não, adquiridos, formados, produzi-
dos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor 
público, que seja portador e represente um fluxo de benefícios, 
presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à 
exploração econômica por entidades do setor público e suas obri-
gações. (Brasil, 2012a) 
Portanto, o patrimônio público compõe uma carteira de ativos e 
passivos que resultam no saldo patrimonial. 
Sendo balizado pelo MCASP, novamente podemos perceber que o 
ativo na Administração Pública é composto dos "recursos controlados 
pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera 
que resultem para a entidade benefícios econômicos futuros ou poten~ 
cial de serviços"; já o passivo é compreendido pelas "obrigações presentes 
da entidade, derivadas de eventos passados, cujos pagamentos se espe~ 
ram que resultem para a entidade saídas de recursos capazes de gerar 
benefícios econômicos ou potencial de serviços." (Brasil, 2012a, p. 13) 
Por fim, temos o patrimônio líquido, saldo patrimonial ou situação 
líquida patrimonial, que nada mais é do que o valor final do ativo da 
organização pública após a dedução de todos os passivos. 
Não podemos esquecer que a classificação do ativo e do passivo sem~ 
pre leva em consideração a segregação em "circulante" e "não circulante", 
o que é feito com base nos atributos de conversibilidade e exigibilidade, 
conforme apresentado na Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, 
e suas atualizações (Brasil, 1976). 
2.4 Bens patrimoniais 
Conhecendo o conceito de patrimônio público, agora passaremos a 
conhecer o que os bens patrimoniais representam. Esses bens podem 
ser diferenciados em MÓVEIS e IMÓVEIS, para fins de classificação e 
registro contábil. 
Todo BEM MÓVEL se refere ao mobiliário em geral, e móvel também é 
visto como algo que se adquire ou se incorpora à Administração Pública, 
de característica palpável e com a possibilidade de ser transportado ou 
movimentado. Em resumo, podemos afirmar que o bem patrimonial 
móvel, depois de removido do seu local de origem, continua sem sofrer 
alteração na sua existência. São exemplos de bens patrimoniais móveis: 
... 
... 
... 
, . 
maquinas; 
aparelhos; 
• 
equipamentos; 
ferramentas; 
veículos; 
55 
mobiliário e utensílios; 
aeronaves; 
• derivados de tecnologia ( computadores, impressoras etc.); 
• materiais culturais; 
materiais educacionais; 
. . . ,.., 
+ mater1a1s para comun1caçao, entre outros. 
+ + + 
uestão para re exão 
Pesquise como deve ser a depreciação dos bens patrimoniais 
, . 
moveis. 
+ + + 
Já os BENS IMÓVEIS são aqueles que não podem ser deslocados sem 
sofrer destruição ou danos, como ocorre com terrenos e construções. 
São exemplos de bens patrimoniais imóveis, entre outros: 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
residências; 
pontos de atendimento; 
edifícios; 
sede do poder executivo; 
aeroportos; 
pontes e viadutos; 
obras em andamento; 
escolas; 
hospitais, entre outros. 
Todo bem imóvel é classificado em cinco formas distintas, apresen~ 
tadas e explicadas a seguir: 
+ bens de uso especial; 
• bens dominiais; 
+ bens de uso comum do povo; 
• bens imóveis em andamento; 
• demais bens imóveis. 
Os BENS DE uso ESPECIAL são terrenos ou edifícios utilizados a 
serviço da Administração Pública federal, estadual ou municipal. Nesse 
tipo de bem patrimonial, inserem,se as autarquias e as fundações públi, 
cas, como terrenos, glebas, aquartelamentos, fazendas, museus, aero, 
portos, escolas etc. Bens dessa espécie podem ser também referenciados 
como patrimônio administrativo indisponível. 
Já os BENS PATRIMONIAIS DOMINIAIS, de acordo com o art. 99, 
inciso III, do Código Civil (CC) - Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 -, são aqueles que "constituem o patrimônio das pessoas jurídicas 
de direito público, como objeto de direito pessoal ou real de cada uma 
dessas entidades" (Brasil, 20026). Esses bens, portanto, fazem parte 
do patrimônio público, mas são desprovidos de qualquer destinação 
no momento a fim de se obter utilidade ou vantagem com eles. São 
exemplos: prédios públicos desativados, terras devolutas, armazéns 
desocupados e bens imóveis a alienar. Tais bens podem ser também 
denominados patrimônio disponível. 
Os BENS DE uso COMUM DO Povo são considerados de domínio 
público, construídos ou não por pessoa jurídica de direito público e 
voltados à coletividade e à utilização geral de todos. Como exemplos, 
podem ser citadas as ruas e as estradas de todo o território nacional. 
+ + + 
_ uestão para re exão 
Que outro bem de uso comum do povo pode ser citado como 
exemplo? 
+ + + 
Os BENS IMÓVEIS EM ANDAMENTO envolvem todos os patrimônios 
públicos que estão sendo construídos e ainda não foram concluídos - ou 
seja, todo tipo de obra iniciada e não finalizada. São exemplos os ser, 
viços de topografia e benfeitoria em propriedade de terceiros. 
Há também os DEMAIS BENS IMÓVEIS, os não classificados anterior--
mente - ou seja, aqueles que não se enquadram nos itens já mencionados, 
tais como os bens imóveis locados para terceiros. 
57 
58 
2.s A gestão do patrimônio na Administração Pública 
A contabilidade no setor público permeia a área patrimonial, repre~ 
sentada por doutrinas e teorias relativas a essa ciência. Para contex~ 
tualizar a gestão patrimonial na Administração Pública, é necessário 
que se entenda o princípio da entidade. 
Art. 4° O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como 
objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a 
necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no uni-
verso dos patrimônios existentes, independentemente de perten-
cer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou 
instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins 
lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se 
confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso 
de sociedade ou instituição. 
Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a 
recíproca não é verdadeira. A soma ou a agregação contábil de 
patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas 
numa unidade de natureza econômico-contábil. (CFC, 1993) 
O patrimônio público é administrado pelo órgão público (União, 
estado, município) e, portanto, deve~se adotar medidas de preservação, 
estendendo ou não a responsabilidade aos demais agentes públicos -
secretários, diretores ou encarregados logísticos do setor de patrimônio 
nomeados para a função. Vale lembrar, no entanto, que a responsa~ 
bilidade indireta pertence à sociedade e que cabe a todos zelar pelo 
patrimônio, preservando~o e def endendo~o, inclusive judicialmente, 
por meio de ação popular (art. 1°, Lei n. 4.717/1965). 
Em relação ao patrimônio público, a fiscalização e o controle são 
necessários, não só para evitar práticas de desvio ou o desperdício 
dos recursos públicos, acarretando prejuízo à sociedade, mas tam~ 
bém para garantir novos investimentos de forma assertiva. Além disso, 
a necessidade se dá a fim de evitar ações de improbidade administrativa 
em decorrência de práticas lesivas ao bem incorporado. 
Todo aquele que, por ação ou omissão, provoca lesão ao patrimô-
nio público, ou ainda, de forma ilícita, apropria-se dele, está sujeito a 
responder pelo crime de improbidade administrativa, previsto na Lei 
n. 8.429, de 2 de junho de 1992, que acarreta pena de ressarcimento 
integral do dano (Brasil, 1992). Cabe ao gestor logístico público a obri-
gação de sinalizar apropriação ilícita de patrimônio público, para que 
assim possa ocorrer a punição por meio de: 
• SUSPENSÃO dos direitos políticos de cinco a oito anos; 
PERDA do bem apropriado de forma ilícita; 
+ PAGAMENTO de multa; 
• PROIBIÇÃO de contratar com o Poder Público pelo prazo de cinco 
anos.
Síntese 
A logística de entrada compreende ações pertinentes aos processos 
de entrada de produtos e materiais. Na Administração Pública, temos 
o sistema de controle patrimonial com suas ações de bens incorporados, 
termos de responsabilidade e inventários de bens, que determina o 
aglomerado de bens patrimoniais a ser administrado com clareza, por 
meio de medidas de preservação, estendendo ou não a responsabilidade 59 
aos demais agentes públicos. 
É necessário zelar pelo bem público para que novos investimentos 
retornem à sociedade. Utilizar bem o patrimônio é, portanto, dever de 
todos, pois ele pertence à população. Os inventários periódicos mantêm 
atualizados os responsáveis pela conservação dos bens, evitando, assim, 
a apropriação indevida e os desvios ilícitos. 
Ressaltamos que o controle patrimonial permite os acompanha-
mentos físico e financeiro de todos os bens patrimoniais incorporados 
à Administração Pública, independentemente do porte. 
60 
Os bens incorporados podem ser controlados de forma básica, por 
meio de plaquetas de metal ou alumínio que identificam o número 
sequencial do patrimônio e o seu código de barras, ou até por meio de 
processos com maior impacto tecnológico, os quais trabalham com sis~ 
temas de radiofrequência. O inventário serve ao administrador público 
como ferramenta para manter o controle dos bens, classificados em 
materiais permanentes e materiais de consumo. 
Por fim, vimos que é possível conhecer requisitos mínimos para 
uma perfeita gestão do patrimônio público recorrendo a sistemas de 
controle que integram as necessidades física, contábil, fiscal e de custos. 
___ uestões para revis ão 
1. Sobre o tema inventário, assinale a afirmativa correta: 
a. É a classificação de bens e patrimônios que visa à comprovação 
da existência física destes e suas quantidades. 
b. É utilizado para o levantamento das quantidades de um 
estoque. 
c. É a classificação de bens e serviços que visa à comprovação da 
existência física destes. 
d. É a identificação de bens e patrimônios que visa à contagem 
destes. 
2. Avalie e preencha com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações 
a seguir acerca do tema termo de responsabilidade: 
( ) Serve para a organização conhecer o respectivo responsável 
pelo bem patrimonial. 
( ) Formaliza o aceite da guarda e conservação do material 
permanente pelo funcionário, no qual este responde pelo 
bem em sua totalidade. 
( ) Independe, muitas vezes, da assinatura, e vale ressaltar que 
é obrigação de todos os funcionários públicos zelar pelo 
patrimônio e conservá~lo. 
( ) Serve somente para identificar o responsável pelo trans~ 
porte e manuseio de bens patrimoniais. 
3. Assinale a resposta correta sobre como se pode entender o con~ 
ceito de bens patrimoniais imóveis: 
a. Todo bem adquirido que se incorpora à Administração Pública, 
sendo este palpável e podendo ser transposto e movimentado 
sem sofrer alteração na sua existência. 
b. Todo bem que se incorpora à Administração Pública, sendo 
este palpável e podendo ser transposto e movimentado sem 
sofrer alteração na sua existência. 
c. Todo bem adquirido que se incorpora à Administração Pública, 
sendo este palpável e podendo ser transposto e movimentado, 
ainda que sofra alteração na sua existência. 
d. Todo bem adquirido que se incorpora à Administração 
Pública, devidamente registrado e capaz de sofrer alteração 
• A • 
na sua ex1stenc1a. 
4. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as opções a seguir, 
considerando as classificações dos bens patrimoniais imóveis: 
( ) Bens de uso especial. 
( 
( 
( 
) Bens dominiais. 
) Bens de uso comum do povo. 
) Bens imóveis em andamento. 
5. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as opções a seguir 
acerca dos passos da incorporação de um bem à gestão pública: 
( ) Realizar o recebimento físico do bem, sua observação e 
validação quanto à documentação de solicitação. 
61 
( ) Cadastrar o bem detalhando sua natureza, seu valor e sua 
localização. 
( ) Atribuir um número de patrimônio e inserir identificação 
(tombamento). 
( ) Disponibilizar para uso. 
Perguntas & respostas 
62 1. Entende~se que a Administração Pública trabalha fortemente 
em três eixos - pessoal, material e financeiro - e também que o 
gestor logístico público deve utilizar em seus processos diários 
o eixo material. A partir disso, apresente uma contextualização 
sobre o que são recursos patrimoniais. 
Primeiramente, devemos entender que os recursos patrimoniais são to~ 
dos e quaisquer elementos que fazem com que uma organização pos~ 
sa operar, produzir bens ou serviços que atendam ao mercado. Os re~ 
cursos patrimoniais, no contexto deste livro, controlam desde simples 
bens, como matéria~prima e material de consumo, até mão de obra e 
instalações. Percebe~se, então, que os recursos patrimoniais são de com~ 
plexo entendimento, pois, em determinados momentos, são adquiridos, 
em outros, são vendidos e, por fim, também pode ocorrer a sua troca. 
2. De quem é a responsabilidade no que se refere ao patrimônio 
individual na organização? 
A responsabilidade será sempre de quem tiver dado o aceite no termo de 
responsabilidade. Esse termo identifica o bem e responsabiliza o servidor 
quanto a danos ou avarias, caso eles ocorram, pois o servidor passa a res~ 
ponder pelo bem em sua totalidade a partir da assinatura do documento. 
Para saber mais 
Assista à videoaula do professor Ovídio Batista Júnior. 
BATISTA JÚNIOR, O. Patrimônio público, materiais e 
logística. Disponível em: <http://www.youtube.com/ 
watch?v=pZT9TMmRxl0>. Acesso em: 5 maio 2014. 
O livro a seguir permitirá que você possa se aprofundar nos 
assuntos abordados neste capítulo: 
KUMMER, M. J. Patrimônio público, materiais e logís-
tica. Cuiabá: Ed. da UFMT; Curitiba: Ed. da UFPR, 2009. 
77 p. 
• 
• 
Conteúdos do capítulo 
• Conceitos de cadeia de suprimentos e diferenciações. 
• Gestão da cadeia de suprimentos. 
• Logísticas de distribuição. 
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 
1. identificar, mapear e relacionar os diferentes aspectos da cadeia 
de suprimentos na esfera pública e seus impactos estratégicos. 
3.1 As dimensões da cadeia de suprimentos 
O cidadão, em seu pleno direito de exercício da cidadania, busca 
uma sociedade organizada, visando controlar e exigir transparência nas 
ações governamentais, além de criar uma crescente demanda por servi~ 
ços públicos de qualidade. Isso evidencia a necessidade de um aumento 
da eficácia e da eficiência daqueles que prestam o serviço público sem 
que isso pese na utilização dos recursos públicos. 
Os modelos tradicionais de gestão, normalmente centralizados e 
68 hierarquizados, que privilegiam o meio ao fim, dão lugar ao sistema 
organizacional com foco no cliente - no caso da instituição pública, 
o cidadão--cliente, como nos orienta Monteiro (2011a). 
O serviço público passa, então, por modificações, sendo fortemente 
direcionado aos resultados horizontal e flexível, estruturados em rede. 
Estabelece como base de seus processos de mudança: a valorização das 
pessoas; a prioridade para a liderança focada na condução da estratégia, 
em detrimento da gerência tradicional orientada para a eficiência ope~ 
racional; a substituição do controle burocrático por um comprometi~ 
mento baseado nos princípios do empowerment e de grupos autogeridos. 
As organizações estatais também estão sujeitas a essa mesma dinâ~ 
mica, na medida em que, com o advento da sociedade do conhecimento, 
a oferta e a demanda de produtos públicos tornam~se mais competitivas 
e diferenciadas. 
A concepção logística e a de modelo de gestão de cadeia de supri~ 
mento, agrupando conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de 
produtos e serviços para administrá~las de forma coletiva, representam
uma evolução natural do pensamento administrativo. 
No cenário econômico atual, com a globalização e a integração de 
mercados, avulta a importância da logística, pois cada região detém 
uma vantagem sobre as demais no que diz respeito a alguma espe~ 
cialidade produtiva. Um sistema logístico eficiente permite às regiões 
explorarem suas vantagens inerentes, por meio da especialização de 
esforços produtivos naqueles produtos em que são fortes bem como 
pela exportação destes a outras regiões. 
A finalidade principal de qualquer sistema logístico é a satisfação 
do consumidor. Portanto, é fundamental que as organizações públicas 
realizem suas atividades administrativas de forma integrada desde o 
fornecedor do produto (bem ou serviço) até o seu recebimento ( ou 
prestação) pelo usuário final, estabelecendo uma "engrenagem logística". 
A legislação vigente para a Administração Pública contém dispositivos 
que permitem e determinam que sejam realizadas ações administrativas 
integradas, de modo que o público-alvo organizacional tenha o bem e/ 
ou serviço no momento certo, na quantidade certa, com a qualidade 
certa e com o menor custo para os cofres públicos. 
Empowerment, por fim, refere-se ao conceito de uma administração 
de empresas descentralizada, ou seja, sugere uma participação signi-
ficativa dos trabalhadores nas atividades da organização, com maior 
autonomia de decisão e responsabilidades (Cardoso Junior, 2003). 
3.2 Con guração da cadeia de suprimentos 
A estrutura da cadeia de suprimentos consiste de organizações com 
processos de negócios interligados, ou seja, aqueles que produzem valor 
para o cidadão-cliente. Os componentes gerenciais da cadeia são admi-
nistrados de maneira integrada entre as organizações que participam 
da estrutura da cadeia. 
Nos estudos de Buller (2012), os principais processos de negócios-
-chave para a gestão da cadeia de suprimentos que devem ser tratados 
em conjunto pelos membros da cadeia são, entre outros: 
• gestão do relacionamento com clientes; 
gestão do serviço ao cliente; 
• gestão da demanda; 
• gestão do processamento de pedidos; 
69 
gestão do fluxo de produção e de operações; 
gestão dos fornecedores; 
• projeto e desenvolvimento de produtos e processos. 
Nesse contexto, uma questão de grande relevância é a definição 
de quais são os membros~chave de uma cadeia, uma vez que a análise 
da sua configuração permite identificar potenciais oportunidades de 
melhorias na gestão e nos processos decisórios dos membros, visando 
à manutenção da competitividade. 
Um tópico importante é abordado por Laurinda e Teixeira (2012), 
7o ao argumentarem que a gestão de relacionamento com os clientes se faz 
necessária para identificar eventos que determinem possíveis mudanças 
nas necessidades da clientela. Dessa forma, a organização pode parti~ 
cipar mais da vida de cada um dos clientes, atendendo a seus objetivos, 
sejam eles internos, sejam externos à organização. 
A princípio, toda organização participa de uma cadeia de supri~ 
mentos, mas a gestão das cadeias depende de vários fatores, como o 
segmento de mercado, a disponibilidade de fornecedores e de materiais, 
o tamanho do mercado e o número potencial de clientes. 
A identificação de membros da cadeia é complexa, porém determi~ 
nante para o seu sucesso. A inclusão de todos os fornecedores e clientes, 
diretos e indiretos, na gestão da cadeia pode levar a uma extensão muito 
complicada para se administrar, que se apresentaria como não produ~ 
tiva na integração de ações e resultados. Integrar e gerenciar todos os 
processos de negócios de todos os fornecedores e clientes pode ser até 
mesmo impossível. 
Segundo Buller ( 2012, p. 54), "A solução é identificar os membros~ 
~chave críticos para o sucesso da cadeia". Veja, a seguir, alguns possíveis 
critérios para a identificação desses membros~chave: 
valor adicionado aos processos de negócios; 
impactos do produto na composição de custos da cadeia; 
+ impacto do produto nos custos do cliente final; 
+ porte, posicionamento no mercado e poder de barganha; 
impactos ambientais ou subprodutos que possam ocasionar cus~ 
tos adicionais para o processamento. 
Em linhas gerais, a cadeia de suprimentos é composta por aquilo 
que se denomina cadeia interna, cadeia imediata e cadeia total, englobando 
em sua estrutura os fornecedores e os clientes de primeira e de segunda 
camadas, como representado na figura a seguir: 
Figura 3.1 - Sistemas de cadeias 
Fornecedores 
segunda camada 
Fornecedores 
primeira camada 
Fonte: Adaptado de Buller, 2012, p. 55. 
Cadeia total 
Cadeia imediata 
Cadeia 
Como observado na Figura 3.1, a: 
+ 
Clientes 
primeira camada 
+ 
Clientes 
segunda camada 
• CADEIA INTERNA está ligada aos fluxos de materiais e informa~ 
ções internas de uma organização; 
CADEIA IMEDIATA é composta por fornecedores e clientes diretos 
ou de primeira camada dessa organização e seus fluxos integra~ 
dos de materiais e informações; 
• CADEIA TOTAL é constituída por todos os fornecedores e clientes 
e suas cadeias imediatas, com seus respectivos fluxos. 
71 
72 
Para que um país queira competir em um mercado globalizado, deve 
atender a pré,requisitos em sua infraestrutura, melhorando o fluxo 
de operações. Percebido isso, sem uma eficiência logística adequada 
é impossível apresentar complexas operações logísticas, pois quanto 
mais complexas elas forem, maior deve ser sua eficiência (Laurindo; 
Teixeira, 2012). 
3.3 A gestão da distribuição logística 
Absorvendo grande parte dos custos de logística, a distribuição 
física, segundo Bailou (1993), ocupa lugar de destaque entre as ativi, 
dades da empresa no que tange a custos. Trata,se de uma divisão da 
logística que aborda a movimentação, a estocagem e o processamento 
de pedidos dos produtos finais da firma. 
Bailou (1993) também ressalta que a preocupação da distribuição 
física é garantir que os produtos acabados ou semiacabados da empresa 
sejam entregues aos clientes na medida em que eles desejem a um custo 
razoável. Para o autor há basicamente dois tipos de mercados para os 
quais se devem traçar alternativas de distribuição. 
o primeiro é definido por ele como o MERCADO DE USUÁRIOS FINAIS, 
aqueles que usam o produto tanto para satisfazer suas necessidades 
como para criar novos produtos, como é o caso dos consumidores indus, 
triais. O segundo é chamado de INTERMEDIÁRIO - aquele não é con, 
sumidor das mercadorias, mas as revende para outros intermediários 
ou consumidores finais. 
De acordo com Monteiro (20116 ), para a maioria das organizações, 
o transporte é uma atividade logística muito importante, pois pode 
absorver de um a dois terços dos custos logísticos, em média. Torna,se, 
assim, uma atividade fundamental, já que nenhuma organização é capaz 
de desenvolver suas atividades sem movimentar seu produto - nesse 
caso, bens ou serviços -, o que implicará a utilização dos diferentes 
tipos de transporte ou modais. Essa movimentação é realizada por 
diferentes meiosJ dentre eles o rodoviário) o aeroviário) o ferroviário e 
o hidroviário, podendo ocorrer em mais de uma modalidade, ou seja, 
a intermodalidade e a multimodalidade. 
Na área governamental, a complexidade no planejamento e na ges~ 
tão da infraestrutura de transportes levou o governo federal a reestru~ 
turar o setor por meio da Lei n. 10.233, de 5 de junho de 2001 (Brasil, 
20016) e da Medida Provisória n. 2.217--3J de 4 de setembro de 2001 
(BrasilJ 2001c). Desse modoJ foram criados) no âmbito do Ministério 
dos Transportes (MT), o CoNSELHO NACIONAL DE INTEGRAÇÃO DE 
PoLíTICAS DE TRANSPORTE (CoNIT) e o DEPARTAMENTO NACIONAL 
DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (DNIT)J bem como a AGÊNCIA 
NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (ANTAQ), a AGÊNCIA 
NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL (ANAc) e a

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