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Resumo- Exame e Anamnese Neurológica Introdução As sessões principais do exame neurológico compreende a avaliação do: Estado mental, dos nervos cranianos, Avaliação motora, sensorial, dos reflexos, da função cerebelar, coordenação, marcha e postura e outros sinais. Somente um exame breve pode ser possível em pessoas instáveis ou gravemente doentes até que sua condição se estabilize. Um exame neurológico rápido de triagem ou mínimo pode ser inicialmente adequado em pessoas com sintomas de menor gravidade ou intermitentes. Os achados desse exame de triagem determinam a ênfase de um exame subseqüente mais abrangente. Há várias maneiras de se realizar um exame de triagem. Há duas maneiras básicas de se realizar um exame neurológico tradicional — regional e sistêmica. Uma abordagem sistêmica avalia o sistema motor, depois o sistema sensorial e assim por diante. Uma abordagem regional avalia todos os sistemas numa determinada região, como as extremidades superiores, depois as extremidades inferiores. O exame começa pela coleta da história médica, que serve como um barômetro razoável do estado mental. Pacientes que consigam relatar uma narrativa lógica, coerente, pertinente e sensível de seu problema raramente exibem anormalidades em um teste mais formal do estado mental junto ao leito do paciente. Por outro lado, uma história vaga, desconjuntada e incompleta pode ser uma indicação da presença de algum distúrbio cognitivo, ainda que não haja uma queixa direta de problemas de pensamento ou de memória por parte do paciente ou de seus familiares. Assim também, uma doença psiquiátrica é por vezes revelada pela atitude e pelo estilo de fornecer a história do paciente. Se houver alguma sugestão de anormalidade mediante interação com o paciente durante a fase de coleta da história do encontro, deve-se proceder então a um exame mais detalhado do estado mental. 1. Início da abordagem ao paciente neurológico A História e exame físico são essenciais para o diagnóstico neurológico completo e tratamento. A observação simples é freqüentemente útil. A marcha do paciente, sua voz, maneirismos, capacidade de se vestir e se despir e até mesmo o aperto de mão (miotonia da pegada) podem sugerir o diagnóstico. Componentes de um Exame Neurológico Inicial de Triagem (Anormalidades ou Sintomas Específicos que Devem Levar a Avaliações Mais Completas) 1. Atividade Mental e comunicação durante a conversa com o examinador 2. II, III, IV, VI nervos cranianos : acuidade visual, campos macroscópicos, fundoscópico, reações pupilares, movimentos extra-oculares 3. VII, VIII, IX, X, XI nervos cranianos: musculatura e expressão facial, audição macroscópica, voz, inspeção da língua. 4. Tônus, força e volume musculares proximal e distalmente em todas as extremidades, movimentos anormais. 5. Sensorial: dor ou temperatura medial e lateralmente em todas as extremidades, vibração nos tornozelos 6. Coordenação: movimentos alternados rápidos das mãos, teste dedo-nariz, marcha, postura 7. Reflexos: bíceps, tríceps, braquiorradial, quadríceps, aquiliano, plantares, clono. Anamnese e Exame Físico e Ponto-chaves e de alerta de gravidade na história Anamnese- Não difere de outros pacientes. História: Idade: dica importante. Epilepsia, esclerose múltipla e doença de Huntington início na media-idade; Doença de alzeheimer, Doença de Parkinson, Tumores cerebrais e Acidente Vascular Cerebral predomínio em idosos. Queixa principal: definido o mais claramente possível, pois guiará a avaliação subsequente em direção ao diagnóstico correto. Queixas neurológicas comuns incluem confusão, tontura, fraqueza, alterações do movimento, dormência, visão turva e crises. Cada um desses termos tem um significado diferente para cada pessoa. Confusão: A confusão relatada pelo paciente ou por seus familiares pode incluir distúrbio de memória, perder-se facilmente, dificuldade de compreender ou produzir linguagem escrita ou falada, problemas com números, julgamento inadequado, alteração de personalidade ou suas combinações. Tontura: pode ser uma vertigem (a ilusão de movimento do próprio corpo ou do ambiente), um desequilíbrio (instabilidade decorrente de déficits extrapiramidais, vestibulares, cerebelares ou sensoriais), ou uma pré-síncope (obnubilação resultante de hipoperfusão cerebral). Fraqueza : é o termo que os neurologistas usam para a perda de força decorrente de distúrbios que afetam as vias motoras no sistema nervoso central ou periférico, ou o músculo esquelético. No entanto, os pacientes, às vezes, usam esse termo para descrever fadiga generalizada, letargia ou mesmo distúrbios sensoriais. Alterações do movimento podem representar movimentos anormais, como tremor, coreia, atetose, mioclonia ou fasciculação. Necessário pedir que o paciente realize a demonstração. Dormência: pode se referir a qualquer distúrbio sensorial, incluindo hipoestesia (redução da sensibilidade), hiperestesia (aumento da sensibilidade) ou parestesia (sensação de picadas ou agulhadas). Os pacientes, ocasionalmente, também usam esse termo quando querem se referir à fraqueza. Visão turva: Visão turva ou borrada pode representar uma diplopia (visão dupla), oscilações oculares, redução da acuidade visual, ou perdas de campo visual. Crises: sintomas episódicos e com frequência recorrentes, como pode ser observado com epilepsia ou síncope (desmaio). História da Doença Atual: deve fornecer descrição detalhada da queixa principal que inclui: Qualidade dos sintomas: Característica da dor auxilia no diagnóstico. Dor neuropática – que resulta de lesão direta dos nervos – pode ser descrita como especialmente desagradável (disestésica) e ser acompanhada de um aumento da sensibilidade à dor (hiperalgesia) ou ao toque (hiperestesia), ou pela percepção de um estímulo normalmente inócuo tornando-se doloroso (alodinia) na área afetada. A qualidade dos sintomas inclui sua gravidade. Localização dos sintomas: é crítica para o diagnóstico neurológico, e os pacientes devem ser encorajados a localizar seus sintomas do modo mais preciso possível. A distribuição espacial da fraqueza, da redução da sensibilidade ou da dor ajuda a atribuir o processo patológico de base a um local específico no sistema nervoso. Isso fornece um diagnóstico anatômico que, então, é refinado para a identificação da causa. Evolução temporal: É importante determinar em que momento o problema começou, se teve início de modo abrupto ou insidioso, e se a evolução subsequente se caracterizou como melhora, piora ou exacerbação e remissão. Fatores precipitantes, exacerbantes e de alívio: Alguns sintomas podem parecer espontâneos, mas há casos em que é possível identificar fatores precipitantes específicos. Sintomas associados: Os sintomas associados podem ajudar no diagnóstico anatômico ou etiológico. Por exemplo, a dor cervical acompanhada de fraqueza nas pernas sugere uma mielopatia cervical (distúrbio da medula espinal), e a febre associada à cefaleia leva à suspeita de meningite. História médica pregressa: Doenças: hipertensão, diabetes, doença cardíaca, câncer e doença por vírus da imunodeficiência humana (HIV). Cirurgias: Cirurgias cardíacas a céu aberto podem ser complicadas por um acidente vascular cerebral ou um estado confusional. Neuropatias por aprisionamento de nervos (distúrbios dos nervos periféricos decorrentes da compressão local) afetando a extremidade superior ou inferior podem complicar a evolução perioperatória. História obstétrica Uma gestação pode piorar a epilepsia, pelo menos em parte, em decorrência da alteração do metabolismo dos fármacos anticonvulsivantes. A frequência das crises de enxaqueca