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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP SÃO PAULO - 2016 DA DIGNIDADE À PESSOA HUMANA UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP LETICIA RODRIGUES VASCONCELOS C679216 DIOGO VINICIUS DE CARVALHO OLIVEIRA C694GI2 JOYCE CRISTINA DE LIMA C59CDJ5 SÃO PAULO - 2016 À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Trabalho apresentado ao curso de Direito, à UNIP como requisito parcial para obtenção de nota do 3º semestre. Orientador(a): Vânia Franzin. DEDICATORIA Dedicamos este para nossos orientadores que ao longo deste curso veem nos orientando e nos ensinando. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus que nos protege e nos guia. Em segundo ao nossos pais e familiares, que nos apoiou nos ajudaram, nos criaram e nos mostram o caminho. Enfim, à todos que acreditam em nosso talento e perseverança para alcançar nossos objetivos. “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espirito e fraternidade “ - Art. 1, declaração universal dos direitos humanos Sumário INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6 1. PREÂMBULO ...................................................................................................................... 7 1.1. Da utilidade do Preâmbulo ............................................................................................ 7 1.1.1. Da utilidade Prática ou Teórica ............................................................................. 7 1.2. Do uso para interpretação .............................................................................................. 7 2. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ............................................................................... 7 2.1. O que é a Dignidade da pessoa humana ........................................................................ 8 2.2. Qual a finalidade da Dignidade da pessoa humana ....................................................... 8 2.2.1. Do Direito à Vida .................................................................................................. 8 2.2.2. Do Direito à liberdade ........................................................................................... 9 2.2.3. Do Direito à Igualdade .......................................................................................... 9 2.2.4. Do Direito à Segurança ......................................................................................... 9 2.3. Estado Democrático .................................................................................................... 10 2.4. TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA: RO 1801707 01557-2005-047- 03-00-8 .................................................................................................................................... 10 2.4.1. Da utilização da Dignidade da pessoa humana ................................................... 10 CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 12 REFERENCIAS .......................................................................................................................... 13 ANEXOS..................................................................................................................................... 14 6 INTRODUÇÃO Muito se discute a respeito da relevância jurídica do preambulo de uma Constituição, especialmente quanto à eficácia jurídica e à possibilidade de uma lei ser declarada inconstitucional por contrariar seu texto. O preâmbulo não se situa no âmbito de Direito, mas no domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte. A dignidade da pessoa humana como fundamento da República Federativa do Brasil consagra, desde o logo, nosso Estado como uma organização centrada no ser humana, e não em qualquer outro referencial. 7 1. PREÂMBULO “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.” 1.1. Da utilidade do Preâmbulo Tem como principal finalidade a retratação dos principais objetivos do Texto Constitucional, faz a enunciação dos princípios constitucionais valiosos e também as ideias que levaram ao processo de criação da Constituição. 1.1.1. Da utilidade Prática ou Teórica O Preâmbulo não possui utilidades práticas, pois não possui força normativa, não é norma de observância obrigatória pelo estados membros, Distrito Federal e municípios e não se situa no âmbito do Direito Constitucional. Este é uma espécie de prefacio, onde se explica a essência dos pontos do Texto principal. Sendo assim sua utilidades é somente Teórica. 1.2. Do uso para interpretação Não possui funções interpretativas especificas, o Preâmbulo não tem função de explicação, nem de interpretação de um artigo. A doutrina pátria reconhece o preambulo, como a função diretriz interpretativa do texto constitucional, por auxiliar n identificação dos princípios e valores primordiais que orientam o constituinte originário na sua elaboração. 2. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 8 III - a dignidade da pessoa humana; - Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. 2.1. O que é a Dignidade da pessoa humana A dignidade da pessoa humana assenta- se no reconhecimento de duas posições jurídicas ao indivíduo. De um lado apresenta-se como um direito de proteção individual, não só em relação ao Estado, mas, também, frente aos demais indivíduos. De outro, constituir dever fundamental de tratamento igualitário dos próprios semelhantes. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; - Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. 2.2. Qual a finalidade da Dignidade da pessoa humana É vetor pra a identificação material dos direitos fundamentais. Construído pela história, consagra um valor que visa proteger o ser humana contra tudo que lhe possa levar ao menosprezo. É um atributo que todo ser humano possui independentemente de qualquer requisito ou condição, seja ele de nacionalidade, sexo, religião, posiçãosocial etc. São vários os valores constitucionais que decorrem diretamente da ideia de dignidade humana, tais como, dentre outros, o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 2.2.1. Do Direito à Vida Expresso no caput do art. 5.º da Constituição, o direito à vida é o mais elementar dos direitos fundamentais; sem vida, nenhum outro direito poder ser fruído, ou se quer cogitado 9 2.2.2. Do Direito à liberdade O direito à liberdade, de forme ampla e genérica, é afirmado no caput do art. 5.º da Constituição. Trata-se da essência dos direitos fundamentais, compreende não só a liberdade física, mas também a liberdade de crença, de convicção, de expressão de pensamento, de reunião, de associação ect. 2.2.3. Do Direito à Igualdade A igualdade é a base fundamental do princípio republicano e da democracia. Determina que seja dado tratamento igual aos que se encontram m situação equivalente e que sejam tratados de maneira desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades. O princípio constitucional da igualdade não veda que a lei estabeleça tratamento diferenciado entre pessoas que guardem distinções. 2.2.4. Do Direito à Segurança 2.2.4.1. A segurança do domicílio (art. 5º, XI) Consagra o direito do indivíduo ao conchego do lar com sua família ou só, ao definir a casa como o “asilo inviolável do indivíduo”. O recesso do lar é o ambiente que resguarda a privacidade, a intimidade e a vida privada. 2.2.4.2. A segurança das comunicações pessoais (art. 5º, XII) Visa tornar seguro o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas e telefônicas, formas de manifestação do pensamento de pessoa a pessoa, que entram no conceito mais amplo de liberdade de pensamento em geral (art. 5º, IV), garantindo e protegendo a esfera íntima do indivíduo. 2.2.5. Do Direito à Propriedade O direito à propriedade, está assegurado no caput do art. 5.º da constituição. O âmbito de proteção do direito de propriedade abrange várias espécies como o direito autoral, o direito de herança, propriedade de marcas, inventos e patentes. 10 2.3. Estado Democrático Estado Democrático, baseia-se no princípio da soberania popular, pelo qual o povo é titular do poder constituinte, é o ente que legitima todo o poder político. Configura-se, assim, a exigência que todas e cada uma das pessoas participem de forma ativa na vida política do país. 2.4. TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA: RO 1801707 01557-2005- 047-03-00-8 AÇÃO CIVIL PÚBLICA - DANO MORAL COLETIVO POR AFRONTA À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA A doutrina define dano moral coletivo como "a injusta lesão a interesses metaindividuais socialmente relevantes para a coletividade (maior ou menor), e assim tutelados juridicamente, cuja ofensa atinge a esfera moral de determinado grupo, classe ou comunidade de pessoas ou até mesmo de toda a sociedade, causando-lhes sentimento de repúdio, desagrado, insatisfação, vergonha, angústia ou outro sofrimento psico- físico" (João Carlos Teixeira, in "Dano Moral Coletivo". São Paulo, LTr, 2004, f. 140/141). Configura-se, pois, lesão ao patrimônio moral da coletividade, passível de indenização, quando flagrante o descaso do empregador para com a dignidade da pessoa humana, submetendo os trabalhadores a condições degradantes, para o alcance do objetivo empresarial, como instalar os laboristas no campo em habitação precária, forrada com lonas e placas de metal, sem piso ou qualquer instalação adequada nos termos das normas regulamentares, como banheiro e chuveiros, com instalações elétricas sem a adequada proteção, nem mesmo sendo oferecida água potável, dormindo os trabalhadores em estrados e, ainda, despendendo jornada suplementar. Nítida hipótese de descaso para com a vida e a dignidade do trabalhador, pela inobservância de elementares normas de segurança e higiene, com a exposição dos laboristas a risco de morte e contaminação. 2.4.1. Da utilização da Dignidade da pessoa humana O caso descrito afronta a dignidade da pessoa humana da seguinte forma: Submissão a condição degradantes; Art.5.º - III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; Habitação precária; Art.5.º - XXII – é garantido o direito de propriedade; Descaso para com a vida; 11 Art.5.º - caput - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida[...]; Inobservância de elementares normas de segurança e higiene; Art.5.º - X – são iviolaveis a intimidade,[...], a honra e a imagem das pessoas[...]; Exposição com risco de morte e contaminação; Art.5.º. – XLI – a lei punira qualquer discriminação atentoria dos direitos[...]; Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; Para proteger a pessoa, dar-se-á os princípios anteriormente citados. Garantindo-lhes seus devidos direitos perante a lei. 12 CONCLUSÃO Podemos concluir então, que o preambulo da Constituição Federal de 1988: não se situa no âmbito do Direito Constitucional; não tem força normativa; não é norma de observância obrigatória pelos estados-membros, Distrito Federal e municípios; não serve de parâmetro para a declaração da inconstitucionalidade das leis; não constitui limitação à atuação do poder constituinte derivado, ao modificar o texto constitucional. Concluímos também que a dignidade da pessoa humana assenta- se no reconhecimento de duas posições jurídicas ao indivíduo. 13 REFERENCIAS http://gabrielmarques.jusbrasil.com.br/artigos/220538973/o-que-e-o-preambulo-da- constituicao Vicente Paulo, Marcelo alexandrino – 12ª edição, Método, pag. 35 http://www.coladaweb.com/direito/a-dignidade-da-pessoa-humana-e-os-direitos- fundamentais Vicente Paulo, Marcelo alexandrino – 12ª edição, Método, pag. 94 http://www.latimedireito.adv.br/art97.htm Vicente Paulo, Marcelo alexandrino – 12ª edição, Método, pag. 122;151 http://lucascalaca71.jusbrasil.com.br/artigos/189932692/o-estado-democratico-de- direito-a-luz-da-constituicao-federal http://trt-3.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/129540487/recurso-ordinario-trabalhista-ro- 1801707-01557-2005-047-03-00-8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm Vade Mecum – 19ª edição,Saraiva, pags.5, 6, 7, 8 e 10. 14 ANEXOS TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA : RO 1801707 01557-2005-047-03- 00-8 00710-2004-087-03-00-8-RO.doc RECORRENTES: (1) CONSÓRCIO CAPIM BRANCO ENERGIA (2) MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO RECORRIDOS: OS MESMOS EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA – DANO MORAL COLETIVO POR AFRONTA À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – A doutrina define dano moral coletivo como "a injusta lesão a interesses metaindividuais socialmente relevantes para a coletividade (maior ou menor), e assim tutelados juridicamente, cuja ofensa atingea esfera moral de determinado grupo, classe ou comunidade de pessoas ou até mesmo de toda a sociedade, causando-lhes sentimento de repúdio, desagrado, insatisfação, vergonha, angústia ou outro sofrimento psico-físico" (João Carlos Teixeira, in “Dano Moral Coletivo”. São Paulo, LTr, 2004, f. 140/141). Configura-se, pois, lesão ao patrimônio moral da coletividade, passível de indenização, quando flagrante o descaso do empregador para com a dignidade da pessoa humana, submetendo os trabalhadores a condições degradantes, para o alcance do objetivo empresarial, como instalar os laboristas no campo em habitação precária, forrada com lonas e placas de metal, sem piso ou qualquer instalação adequada nos termos das normas regulamentares, como banheiro e chuveiros, com instalações elétricas sem a adequada proteção, nem mesmo sendo oferecida água potável, dormindo os trabalhadores em estrados e, ainda, despendendo jornada suplementar. Nítida hipótese de descaso para com a vida e a dignidade do trabalhador, pela inobservância de elementares normas de segurança e higiene, com a exposição dos laboristas a risco de morte e contaminação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recursos ordinários, oriundos da Vara do Trabalho de Araguari/MG, em que figuram, como recorrentes, (1) CONSÓRCIO CAMPIM BRANCO ENERGIA e (2) MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, e, como recorridos, OS MESMOS. RELATÓRIO 15 Ao relatório de f. 908, que adoto e a este incorporo, acrescento que a Exma. Juíza Flávia Cristina Rossi Dutra, em exercício na Vara do Trabalho de Araguari/MG, pela sentença de f. 908/916, extinguiu, sem resolução do mérito, os pedidos de f. 31/32, letras a a p, e julgou procedentes, em parte, os pedidos formulados pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, em desfavor do CONSÓRCIO CAMPIM BRANCO ENERGIA, condenando-o ao pagamento de indenização por dano moral coletivo, no valor de R$61.000,00. O Ministério Público do Trabalho interpôs recurso ordinário, às f. 920/927, pretendendo que fosse afastada a extinção do processo declarada em relação às obrigações de fazer e não fazer pleiteadas, com a determinação de retorno dos autos à origem, para julgamento das matérias, e, ainda, pugnando pelo acréscimo de condenação quanto aos danos morais coletivos. O réu também recorreu, de forma adesiva (via fac-símile, às f. 946/952, e original, às f. 971/977), requerendo a absolvição da condenação imposta quanto ao pagamento de indenização por danos morais coletivos ou, sucessivamente, para que fosse minorado o valor fixado. Efetuado o depósito recursal e recolhidas as custas (f. 978/979). Contra-razões recíprocas, às f. 957/966 e 981/986. Às f. 990/997, esta eg. Turma, sem divergência, deu“provimento ao apelo do Ministério Público do Trabalho, para afastar a extinção do processo, sem resolução do mérito, e determinar o retorno dos autos à origem, a fim de que outra sentença seja proferida, com o exame do mérito dos pedidos formulados, como se entender de direito”, pelo que restou prejudicado o exame das demais questões suscitadas no apelo, bem como da integralidade do recurso do requerido. Embargos de declaração opostos pelo CONSÓRCIO CAMPIM BRANCO ENERGIA, às f. 1.000/1.003, os quais foram parcialmente providos (f. 1.006/1.007). A Exma. Juíza Zaida José dos Santos, em exercício na Vara do Trabalho de Arguari/MG, por meio da nova decisão de f. 1023/1025, julgou “PROCEDENTES, em parte, os pedidos formulados pelo Ministério Público do Trabalho, para condenar Consórcio Capim Branco Energia a cumprir, em quaisquer de suas obras, 16 atuais e futuras, as obrigações de fazer e não-fazer descritas nos pedidos de ‘a’ a ‘p’ da exordial, sob pena de multa diária neles também prevista, e a pagar a quantia de R$61.000,00 ... a título de dano moral coletivo, a ser revertido ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), cujos fundamentos encontram-se na decisão de fls. 908/916.” Embargos de declaração opostos pelo réu (f. 1.031/1.032), os quais foram julgados procedentes, “para esclarecer que a sentença possui alcance em todo o território nacional, devendo o acima exposto integrar à fundamentação da decisão de fls. 1023/1025.” (f. 1.035). Inconformado, o requerido interpõe recurso ordinário, às f. 1.037/1.057. Tece comentários a respeito do afastamento da preliminar de carência de ação, por ausência de interesse de agir, e informa que, “a teor do que dispõe a Súmula 214 do TST, “irá se insurgir contra” tal decisão, “na fase processual oportuna”. Pugna pela limitação dos efeitos da decisão ao âmbito local e à competência do d. Juízo prolator. Rebela-se contra o deferimento da reparação por danos morais coletivos e a imposição de multa diária por descumprimento das obrigações de fazer e de não-fazer que lhe foram imputadas. Efetuada a complementação do depósito recursal (f. 1.058). Contra-razões do Ministério Público do Trabalho, às f. 1.065/1.076, pelo desprovimento do apelo. O MPT também recorre ordinariamente, às f. 1.077/1.082. Impugna o valor arbitrado a título de indenização por danos morais. Contra-razões do réu, às f. 1.085/1.090, pelo desprovimento do apelo. É o relatório. VOTO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE Satisfeitos os pressupostos objetivos e subjetivos de admissibilidade, conheço dos recursos, sendo adesivo o do Ministério Público do Trabalho. 17 Por medida de economia processual, examino as matérias discutidas nos recursos, na seguinte ordem: 1) o apelo do requerido, quanto aos limites da eficácia da sentença e à aplicação das multas diárias, em face do descumprimento das obrigações de fazer e de não-fazer e 2) em conjunto, os dois recursos, no que diz respeito à indenização por danos morais coletivos. A adoção de tal procedimento não resulta em qualquer prejuízo para as partes. VOTO JUÍZO DE MÉRITO RECURSO ORDINÁRIO DO REQUERIDO LIMITES DA EFICÁCIA DA SENTENÇA O réu insurge-se contra a extensão dos efeitos da decisão a todo território nacional. Alega que a determinação sentencial em comento extrapola os limites do pedido. Assevera que “A leitura atenta à peça de ingresso permite concluir com clareza que os danos alegados tiveram origem e restringiram-se às atividades de desmatamento, realizadas durante a construção da Usina Hidrelétrica de Capim Branco, situada no município de Araguari/MG.”. Aduz“que o dano em discussão era de natureza eminentemente LOCAL, significando dizer que os alegados danos trabalhistas que nesta ação se objetivava coibir limitavam-se à área onde foram constatadas as irregularidades.”Invoca a aplicabilidade da orientação jurisprudencial nº 130 da SBDI- 1/TST e do artigo 16, da Lei 7.347/85. Cita jurisprudência. Ressalva “que o próprio interessado (MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO), em momento algum suplicou que (sic) a extensão da tutela jurisdicional perseguida (sic) a todo o território nacional; (sic) já que os danos informados tinha natureza eminentemente local.”. Acrescenta “que o julgamento proferido extrapola os termos da própria litiscontestatio, em repudiável julgamento ultra petita, em total desarmonia com o disposto nos artigos 128 e 460 do CPC”. A ação civil pública direciona-se contra ilícitos praticados, mas que, no entanto, originam fundados receios de sua continuação e repetição. Assim, a tutela requerida, via ação inibitória coletiva, reveste-se de natureza preventiva, com o fim jurisdicional precípuo de impedir a propagação e a reincidência do procedimento contrário ao ordenamento jurídico pátrio. 18 No presente caso, o item 26 da inicial (f. 17) consigna a seguinte causa de pedir: “Oque se pretende com a promoção da presente Ação Civil Pública é, em suma, fazer com que a requerida cumpra seu papel social, constitucionalmente consagrado, e passe a garantir o direito dos trabalhadores ao mínimo de dignidade com o qual qualquer ser humano merece ser tratado. Isso manifesta-se no respeito a normas básicas de medicina, segurança, conforto e higiene do trabalho; bem como no cumprimento das obrigações mais elementares do contrato de trabalho, sistematicamente e reiteradamente desrespeitadas pelo empregador em questão.”. Ao exame da inicial (f. 03/33), constata-se que, não obstante o pleito de indenização por dano moral coletivo, o ponto nuclear da postulação exordial não se fulcra em reparação de dano passado, mas, sim, em imposição de obrigações de fazer e de não fazer em relação ao futuro, atribuindo-se à demanda efeito cominatório, com abrangência em todo território nacional. Logo, não vingam as argumentações do recorrente de que a extensão dos efeitos da sentença a toda base geográfica nacional extrapola os limites do pedido e configura julgamento “ultra petita”, em nítida violação aos artigos 128 e460, ambos do CPC. Ressalte-se que o processo do trabalho é informado pelo princípio da simplificação procedimental, que se ramifica em todo o sistema, do que, por certo, não escapa a peça exordial, a teor do artigo 840, parágrafo 1º, da CLT. Em face de tal característica, dispensa-se o rigor técnico, na confecção das peças processuais trabalhistas, que devem ser interpretadas no todo, alcançando especial destaque o brocardo “da mihi factum, dabo tibi ius”. Em se tratando, como no caso, de discussão de natureza social, relativa à tutela de toda a coletividade da classe trabalhadora, e figurando, no pólo passivo da demanda, consórcio com estabelecimento em diversas localidades do território, não há impedimento legal de que o efeito da decisão proferida seja estendido a toda base geográfica nacional em que prestam serviços os empregados do réu e das prestadoras de serviços por ele contratadas. No aspecto, vale destacar a declaração do preposto do requerido de “que a obra Capim Branco I está em fase de finalização restando tão somente o funcionamento de uma máquina a Usina (sic); que a obra Capim II está iniciando a construção de outra Usina ...” (depoimento pessoal, f. 907. Grifos acrescidos ao original). 19 Desse modo, entendimento contrário resultaria, inclusive, em transgressão aos princípios da celeridade e economia processuais, pois seria ilógico pretender que a parte interessada ajuizasse ação distinta, em cada jurisdição em que porventura fosse constatada a violação do direito coletivo vindicado. “In casu”, o ingresso de idênticas ações (mesmas partes, causa de pedir e objeto do pedido) e a possibilidade das mais variadas decisões daí advindas, por certo caracteriza situação capaz de comprometer a ordem jurídica. O entendimento acima explicitado encontra amparo legal nas disposições contidas no artigo 21 da Lei 7.347/85 c/c artigos93 e 103 do CDC, no sentido de afastar a limitação territorial dos efeitos “erga omnes” e “ultra pars” da decisão, que transitou em julgado. Nesse sentido é a interpretação de Raimundo Simão de Melo, a saber: “... No tocante aos efeitos territoriais da coisa julgada nas sentenças proferidas nas ações de prevenção e reparação de danos, ainda existe certa divergência a partir da inclusão, no art. 16 da Lei n. 7.347/85, da expressão ‘nos limites da competência territorial do órgão julgador’, levando a crer,prima facie, que a partir dessa alteração os efeitos da prevenção e reparação dos danos provocados aos interesses difusos e coletivos ficariam limitados ao âmbito de atuação do juízo prolator da respectiva sentença. Esse entendimento, no entanto, não pode prevalecer, porquanto, como cristalinamente estabelece o CDC (art. 81 e incisos I e II), os interesses difusos e coletivos são caracterizados pela indivisibilidade quanto à sua existência e, conseqüentemente, no tocante à reparação das ofensas que lhes venham a ser provocadas. (...) Ora, não se pode imaginar na transposição de regras ortodoxas do processo individual para a resolução de lides de natureza coletiva, diante da impossibilidade de se ‘dividir’ tais interesses. E se os direitos e interesses difusos e coletivos são indivisíveis, à evidência, a sentença coletiva proferida pelo Juiz da base territorial em que se originou o dano lançará seus efeitos por todas as localidades onde os reflexos do mesmo se fizerem sentir, numa espécie de ampliação da jurisdição. É o que determinam o art. 103 e incisos I, II e III do CDC. ... (...) ... Com isso evita-se que outras ações coletivas sejam ajuizadas com o mesmo objeto, com a mesma causa de pedir e contra o mesmo réu, eliminando-se ainda o risco de decisões contraditórias sobre a mesma questão. A decisão proferida, dessa forma, poderá ser executada em qualquer comarca onde 20 ocorrente o dano, independentemente da propositura de novas ações. ...” (In, “Ação Civil Pública na Justiça do Trabalho”. Ed. LTr, SP, 2004, p. 193/194). Feitos os registros supra, cumpre pontuar, ainda, que a orientação jurisprudencial nº 130 da SBDI-2/TST estabelece o local do dano como foro competente para apreciar e julgar a ação civil pública, situação jurídica que não tem a conotação pretendida pelo recorrente de restringir a eficácia da sentença à competência territorial do órgão prolator de decisão. Na espécie, a obra retro citada consigna a transcrição de fragmento do texto de Hugo Nigro Mazzielli, que bem elucida a questão em comento. Confira-se, no aspecto: “... ‘não há como confundir a competência do juiz que julga a causa com os efeitos que uma sentença pode produzir fora da comarca em que foi proferida, e que poderão tornar- se imutáveis com seu trânsito em julgado (imutabilidade do decisum entre as partes). Assim, p.ex., uma sentença que proíba a fabricação de um produto nocivo que vinha sendo produzido e vendido em todo o país, ou uma sentença que proíba o lançamento de dejetos tóxicos num rio que banhe vários Estados – essas sentenças produzem efeitos em todo o país ou em mais de uma região do país, mas isso não se confunde com a competência para proferi-las, que deverá ser de um único juiz, e não de cada um dos milhares de juízes brasileiros, cada qual ‘dentro dos limites de sua competência territorial’. Admitir solução diversa levaria a milhares de sentenças contraditórias, exatamente contra os fundamentos e finalidades da defesa coletiva de interesses [...].” (p. 195). À luz dos fundamentos expostos, nego provimento ao apelo, quanto a essa matéria. DA MULTA PECUNIÁRIA Pugna o recorrente pela reforma da decisão, no que tange à fixação das multas diárias pelo descumprimento das obrigações de fazer e de não fazer que lhe foram impostas. Impugna os valores arbitrados a tal título. A penalidade em comento encontra amparo no artigo 461,parágrafo 5º do CPC, e decorre da hipótese de descumprimento da determinação judicial relativa às obrigações de fazer e de não fazer, imputadas ao réu, não guardando direta relação, pois, com multa administrativa que porventura lhe tenha sido aplicada, pelo que não prospera a tese recursal no aspecto, inclusive, no que tange à alegação de que “a imposição de novas 21 penalidades constituirá repudiável bis in idem, além de ter efeito confiscatório, que atropela a garantia ao direito de propriedade do Recorrente, insculpido no artigo 5º, XXII, e art. 170, II, ambos daCR/88.”. Conforme já realçado no acórdão de f. 990/997, “a atuação do Ministério do Trabalho, na cominaçãode sanções administrativas, tem em vista a ocorrência concreta do descumprimento da norma, ao passo que na ação em exame colima-se a imposição de multa para que o descumprimento não ocorra.” (f. 993). Quanto ao valor da multa diária, entendo compatível, por ora, com a condição econômico/financeira do recorrente, mesmo porque, não há óbice à sua redução, na fase de execução, caso passe a ser excessiva, conforme parágrafo 6º, do art. 461 doCPC. Registre-se que a multa tem por objetivo compelir a parte ré ao cumprimento da obrigação na forma específica e, portanto, o seu estabelecimento não tem por escopo que o devedor arque com a apenação. Logo, para que se possa alcançar tal desiderato impõe-se o seu arbitramento em valor expressivo. Do contrário, a estipulação perderia eficácia, pois o devedor não teria motivos consistentes para cumprir a obrigação principal. Nego provimento. MATÉRIA COMUM AOS RECURSOS DANOS MORAIS COLETIVOS O requerido insurge-se contra o deferimento da indenização por danos morais coletivos. Alega “que a pretensão do recebimento de valores a título de danos morais haveria de ser analisada e deferida, se fosse o caso, mediante pretensão formulada pelos trabalhadores diretamente envolvidos nos fatos narrados na peça de ingresso, a quem cabe a defesa de seus direitos personalíssimos.”. Assevera que “a matéria discutida cinge-se a um determinado grupo de pessoas,perfeitamente identificáveis, e não à coletividade, afastando ainda mais a possibilidade de caracterização do dano moral coletivo.” Por eventualidade, pugna pela redução do valor arbitrado a título da referida indenização. Por sua vez, o MPT pugna pela majoração do valor da indenização. Aduz que “seja pela natureza das normas violadas, bem como da continuidade da lesão ao longo do tempo, número de lesados, o porte econômico da ré, a sua culpa gravíssima 22 (negligência – culpa in vigilando) e, em especial, a finalidade punitiva da indenização afim (sic) de coibir a prática destas condutas para o futuro, impõe-se a reforma da decisão para condenar a ré ao pagamento da quantia mínima de R$1.000.000,00 ... por danos coletivos, tal como formulado na inicial ...”. No nosso direito positivo, o dano decorre de um ato ilícito, que provoca contra quem o praticou, a obrigação de repará-lo, nos termos dos artigos 186 e 927 do atual Código Civil. A reparação do dano moral encontra previsão legal específica na Ordem Constitucional vigente, artigo 5º, inciso X e também nos aludidos artigos 186 e 927, do Código Civil/2002. Segundo a doutrina, “a idéia e o reconhecimento do dano moral coletivo (lato sensu), bem como a necessidade de sua reparação, constituem mais uma evolução nos contínuos desdobramentos do sistema da responsabilidade civil, significando a ampliação do dano extrapatrimonial para um conceito não restrito ao mero sofrimento ou à dor pessoal, porém extensivo a toda modificação desvaliosa do espírito coletivo, ou seja, a qualquer ofensa aos valores fundamentais compartilhados pela coletividade, e que refletem o alcance da dignidade dos seus membros.”(Medeiros Neto, Xisto Tiago de. In, “Dano Moral Coletivo”, LTr, 2004, p. 136). Da obra citada, extrai-se a definição de João Carlos Teixeira ao dano moral coletivo como “a injusta lesão a interesses metaindividuais socialmente relevantes para a coletividade (maior ou menor), e assim tutelados juridicamente, cuja ofensa atinge a esfera moral de determinado grupo, classe ou comunidade de pessoas ou até mesmo de toda a sociedade, causando-lhes sentimento de repúdio, desagrado, insatisfação, vergonha, angústia ou outro sofrimento psico-físico” (p. 140/141). Nessa linha de pensamento, a doutrina não tem resistido ao reconhecimento do dano moral coletivo, consolidando-se a idéia da possibilidade de violação ao patrimônio moral da sociedade que, do mesmo modo que o do indivíduo, deve ser respeitado. Porém, para a aferição respectiva, devem ser examinadas as particularidades de cada caso. E, constada a existência de dano de natureza coletiva, a indenização correspondente reverterá em favor do FAT, a teor da disposição contida no artigo 13 da Lei 7.347/85. 23 Acrescente-se que o fato de ser viável, também, a postulação individual da compensação pecuniária pelo dano moral sofrido (o que poderia suceder em reclamatórias) não afasta a atuação coletiva de entes legitimados para tanto e há previsão legal de reparação de cunho coletivo, consoante se extrai da leitura do art 13 da Lei 7.347/85: “Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.” De se atentar para o fato de que reparação pelo dano moral é expressamente estabelecida no art. 1º da referida Lei, inclusive quando se tem em vista a ofensa ao meio ambiente (aí incluído o do trabalho) e a interesses e direitos coletivos e difusos; eis o teor do dispositivo: “Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: “I - ao meio-ambiente; “in omissis...” “V - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.” De fato, lesões em massa exigem instrumentais jurídicos adequados e, pois, se houve ofensa a uma coletividade, é possível, em tese, buscar o restabelecimento da ordem jurídica sob o prisma dessa coletividade e, portanto, tem-se em mira um ser coletivo. No seio social há, normalmente, demandas reprimidas, de maneira que nem todas as pessoas que tiveram direitos lesados acorrem ao Judiciário, na busca de reparação do dano sofrido, o que, em grande medida, incentiva o descumprimento da legislação, sob uma racionalidade econômica que coloca na balança as vantagens e desvantagens de cumprir ou não a lei. 24 Esse cenário, também, justifica uma linha de atuação coletiva para enfrentar lesões de igual natureza e, para tanto, são ofertados instrumentos processuais coletivos, como exemplifica a ação civil pública, e, sob a ótica do direito material, a compensação pecuniária pelos danos morais coletivos resguarda o sistema jurídico e colima reconstituir (ou reparar de alguma forma) os bens lesados. À guisa de conclusão, pontua-se que o sistema jurídico prevê o dano moral coletivo e a sua compensação pecuniária é fundamental para a preservação da ordem juslaboral. Destarte, os fatos demonstrados nos autos justificam a condenação imposta, no valor de R$61.000,00, por danos morais coletivos. As fotos de f. 11/16 juntamente com o relatório de fiscalização e autos de infração lavrados pela Subdelegacia do Trabalho em Uberlândia (f. 71/97) demonstram que a figura do trabalhador foi rebaixada, malferida, atingindo toda uma coletividade, porque, “data venia”, espezinhada a pessoa humana, enquanto trabalhador. Não se trata, “in casu”, do trabalhador A, B ou C, mas do trabalhador enquanto figura abstrata, de pessoa que retira o sustento de seu labor e que, como tal, deve ser respeitado, porque protegido por todo um plexo de direitos, ligados à própria dignidade da pessoa humana. Os aludidos elementos de convicção demonstram que os trabalhadores que verteram sua força de trabalho para o Consórcio Capim Branco Energia (a despeito de ser, apenas, o tomador de serviços) foram submetidos a condições degradantes, porque tiveram de dormir em catres (f. 11 e 92), em habitação precária, forrada com lonas e placas de metal, sem pisoou qualquer instalação adequados, como banheiro e chuveiros, nem mesmo com o oferecimento de água potável e, ainda, despendendo jornada suplementar (v. f. 77). Está-se diante de uma situação de descaso para com a vida e a dignidade do trabalhador, pela inobservância de elementares normas de segurança e higiene. De se observar que havia, até mesmo, risco de morte e de contaminação, porquanto as instalações elétricas não se encontravam adequadamente protegidas nem era fornecida água potável (v. f. 79 e 87). Assim, verifica-se que o trabalhador era levado para o campo, para ativar-se no desmatamento da área que seria inundada (destinada ao reservatório da usina), sem a 25 estruturação de condições para que o trabalho se desenvolvesse com dignidade, sendo certo que, após a jornada não teria habitação devidamente adequada para descansar. Insta, ainda, consignar que o Consórcio recorrente, em última análise, é o responsável pelo correto desenvolvimento das atividades ligadas ao empreendimento maior que é a construção da usina, não se eximindo, “data venia”, de bem escolher as empresas prestadoras de serviços, especialmente de fiscalizar o cumprimento de normas elementares de saúde e higiene do trabalho. Destarte, deve remanescer a condenação imposta, afigurando-se razoável o valor fixado (R$61.000,00), tendo em vista a dimensão da lesão, a capacidade econômica da empresa e seu grau de culpa. Termos em que nego provimento ao apelo dos recorrentes. CONCLUSÃO Conheço dos recursos; no mérito, nego-lhes provimento. FUNDAMENTOS PELOS QUAIS, ACORDAM os Juízes do Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região, pela sua Oitava Turma, em, preliminarmente, à unanimidade, conhecer dos recursos; no mérito, sem divergência, negar-lhes provimento. Belo Horizonte, 10 de outubro de 2007. DENISE ALVES HORTA Desembargadora Relatora
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