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7 princípios da Desoclusão - 1a Edição - ClubD

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www.desoclusao.com.br
da Desoclusão 
Os 7 Princípios
Christian Toledo 
Marcos Laboissiere Jr.
Para revolucionar a sua prática clínica
 www.desoclusao.com.br
da Desoclusão
O manual da 
1ª Edição - Agosto de 2017.
 www.desoclusao.com.br
3
Marcos Laboissiere Jr.
Desde que começamos a trabalhar com o projeto do ClubD, 
tivemos resultados com números incríveis. Nosso aplicativo 
teve downloads nas cinco regiões do país e em 6 países 
diferentes. Fizemos Study Groups, com a participação de 
mais de 120 pessoas. 
 Com esta experiência pude masterizar as principais 
questões, dúvidas e embasamentos científicos sobre a 
importância do diagnóstico precoce do Desequilíbrio da 
Desoclusão. 
 Depois de receber diversos pedidos, resolvi ensinar 
tudo o que aprendi neste processo no e-book do ClubD 
Class com o tema os 7 princípios da desoclusão que 
vão revolucionar sua prática clínica. 
Bem-vindo!
 www.desoclusao.com.br
Princípio 0
Preparação Para Sua Jornada Princípio 1
Guie Seu Tratamento Com a Desoclusão
Princípio 2
Anterior Protege Posterior, 
Posterior Protege Anterior Princípio 3Por Trás de Toda "Lente De Contato" de Sucesso, 
Existe Uma Face Palatina Equilibrada
Princípio 4
Saiba Interpretar os Pontos
Princípio 5
Veja De Longe As Interferências Na Desoclusão
Princípio 6
O Que Acontece Quando Há 
Desequilíbrio Desoclusal?
Princípio 7
Desmistificando Dor & Desoclusão
Índice
Veja o que você encontra nesse e-book
Pg. 7
Pg. 13
Pg. 18
Pg. 20
Pg. 23
Pg. 30
Pg. 35
Pg. 39
 www.desoclusao.com.br
5
Sobre o E-book
O nosso e-book foi elaborado com o objetivo de descomplicar o estudo da desoclusão. 
Aqui iremos unir a teoria com a prática, para que ao final da sua leitura, todos os 
conceitos apresentados estejam claros e aplicáveis para revolucionar a sua prática 
diária. A ordem dos capítulos foi planejada em um crescente no raciocínio lógico, de 
modo que você tenha um entendimento pleno na importância da desoclusão nas mais 
diversas áreas da odontologia.
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6
Sobre o E-book
Para facilitar ainda mais a sua leitura, dividimos o 
nosso e-book em duas partes: a primeira, chamada 
“Na Prática”, apresentará um resumo com a 
linguagem mais simples e direcionada `a 
aplicabilidade clínica. 
A segunda parte, apresentará um “Saiba Mais”, com 
conteúdo mais denso, conceitos, embasamentos e 
referências cientificas, servindo como um guia para 
você, que quer estudar mais sobre o assunto.
Saiba MaisNa Prática
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70 Princípio 0Preparação para sua jornadaAntes de iniciarmos o estudo da desoclusão, devemos conhecer as estruturas do sistema estomatognático e como elas se relacionam. Este capítulo 0 foi construído com informações básicas de anatomia e fisiologia do sistema estomatognático que julgamos importantes e fundamentais para o resto da nossa jornada. 
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8
Dentes
Músculos
Princípio 0
Preparação para sua jornada
O aparelho estomatognático é formado 
por:
Ossos
ATM
Periodonto
Glândulas Salivares
Vasos Sanguíneos 
 e Linfáticos
Nervos
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9Princípio 0
Preparação para sua jornada
Neste capítulo, vamos nos atentar apenas aos 
músculos, dentes, nervos, ossos e ATM. 
Estruturas fundamentais para o entendimento 
da desoclusão
Separamos para estudo os músculos da 
mastigação, divididos em três grupos 
musculares mais relevantes para o diagnóstico 
da desoclusão: masseteres, temporais e 
pterigóideos. 
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10Princípio 0
Preparação para sua jornada
O masseter é um músculo esquelético fasciado com origem e 
inserção quase do mesmo tamanho, formando uma área 
retangular, quase quadrado, com fibras curtas, porém fortes. Sua 
principal função é gerar força na hora de fechar a mandíbula.
O temporal possui características totalmente diferentes do 
masseter. Sua origem é fasciada lembrando um leque, onde 
todas as fibras se reúnem em um ponto só, o processo coronóide 
da mandíbula. São fibras mais longas, mais delgadas, e mais 
especificas. Essas características dão a esse músculo uma função 
de equilíbrio da mandíbula.
Os pterigóideos mediais e laterais geram os movimentos de 
desoclusão, diferente do masseter e do temporal que geram 
movimentos de oclusão. São músculos pequenos, delgados e de 
certa forma frágeis, pois não conseguem gerar força. Possuem 
menos quantidade de fibras.
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11Princípio 0
Preparação para sua jornada
A face possui 14 ossos, sendo 13 fixos e 1 móvel (mandíbula)
A mandíbula é um osso que tem duas articulações dependentes 
uma da outra, a articulação temporomandibular (ATM)
A ATM é uma articulação sinovial ginglimoidal e artroidal que 
realiza movimentos de rotação e translação
O sistema nervoso central comanda e controla os movimentos 
mandibulares 
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12Princípio 0
Preparação para sua jornada
É bem fundamentado na odontologia que a função principal dos incisivos e caninos é cortar e rasgar o 
alimento, porém hoje em dia, sabe-se que a principal função é servir de guia de desoclusão dos dentes.
O incisivo central superior possui cristas palatinas que criam um corredor para os incisivos inferiores 
deslizarem com fluidez. Suas raízes longas e inclinadas respondem bem `as forças horizontais 
Os caninos são dentes localizados no canto do arco dental, largos, com a face palatina pronunciada, 
raízes cônicas e largas. Essas características permitem que eles resistam bem `as forças laterais. 
Os dentes posteriores possuem a anatomia perfeita para receberem as forças longitudinais: uma mesa 
oclusal larga, com maior número de raízes, cúspides e fossas pronunciadas. Saiba maisPg 43
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131 Princípio 1Guie seu tratamento com a desoclusãoAgora que já entendemos a anatomia básica aplicada a desoclusão, chegou a hora de entender os conceitos de oclusão e desoclusão. A palavra oclusão no dicionário significa fechar, então se estamos falando de movimentos, nós devemos “desfechar”, desocluir. A desoclusão é a dinâmica da oclusão. Tudo que acontece de malefícios e benefícios no aparelho estomatognático está muito relacionado aos movimentos da desoclusão. Esses movimentos são abertura, protrusão, retrusão e lateralidade. 
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14Princípio 1
Guie seu Tratamento com a Desoclusão
Quando você faz um movimento de lateralidade e ele 
acontece em um ponto mais anterior, longe do fulcro 
da ATM, você tem uma atividade muscular específica , 
ou seja, o movimento de lateralidade deve ocorrer 
através do toque entre os caninos. 
Global
Qual seria
a relevância
desses movimentos
no dia a dia?
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15Princípio 1
Guie seu Tratamento com a Desoclusão
Quando existe uma falha nesse contato, ou quando 
ele ocorre envolvendo mais dentes, mais força vai ser 
necessária para realizar o movimento. 
Como o pterigóideo lateral é um músculo pequeno e 
de pouca força, outros músculos são recrutados para se 
encarregarem de ajudar no movimento. 
Essa dinâmica além de gerar maior área de contato, 
gera mais força muscular e mais forças oblíquas 
incidindo sobre os dentes posteriores envolvidos no 
movimento desequilibrado. 
Global
Qual seria
desses movimentos
no dia a dia?
a relevância
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16Princípio 1
Guie seu Tratamento com a Desoclusão
Durante o movimento de protrusão através do 
toque entre os incisivos, os dentes posteriores 
devem desocluir.
Quando há um toque posterior interferindo no 
movimento, outros músculos além do 
pterigóideo medial são acionados, como 
temporal e masseter. Esses achados são 
confirmados por estudos de eletromiografia. 
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17Princípio 1
Guie seu Tratamentocom a Desoclusão
Para manter o equilíbrio busque sempre estabelecer a 
guia anterior com toque somente em incisivos e a guia 
lateral com toque somente em caninos. Isso irá garantir 
movimentos de protrusão e lateralidade mais fluidos. 
Saiba maisPg 59
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182 Princípio 2Anterior protege posterior, posterior protege anteriorJá sabemos que os dentes anteriores possuem a sua anatomia desenhada para receberem forças horizontais e os dentes posteriores foram desenhados para receberem forças axiais. Com essas informações é possível pensar que devemos proteger os dentes anteriores de forças axiais e os dentes posteriores de forças horizontais ou oblíquas, pois são cenários deletérios. O conceito de anterior protege posterior e o posterior protege o anterior é o que explica o termo oclusão mutuamente protegida. 
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19Princípio 2
Anterior protege posterior, posterior protege anterior
A erupção dos incisivos, caninos e molares permanentes estabelecem as guias 
anteriores e a dimensão vertical de oclusão.
O movimento de protrusão deve ocorrer por meio da face palatina dos incisivos 
centrais superiores e borda incisal dos incisivos inferiores, distribuindo bem através 
da sua estrutura as forças do movimento.
O movimento de lateralidade deve ocorrer por meio da face palatina do canino 
superior e da ponta da cúspide do canino inferior.
Uma força no sentido axial em um dente anterior pode acarretar trincas, fraturas de 
esmalte e perda de estrutura mineral. 
Durante os movimentos mandibulares deve ocorrer desoclusão dos dentes 
posteriores. Caso ocorra algum toque posterior, esses dentes estão sujeitos a lesões 
cervicais, hipersensibilidade e outras complicações. 
Saiba maisPg 66
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203 Princípio 3Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma face palatina equilibradaQuando pensamos em reabilitar devemos sempre iniciar pelos dentes anteriores. Os dentes anteriores que darão estabilidade a longo prazo ao tratamento realizado. Mais do que nos preocuparmos entre a escolha do material, entre resina ou os diversos tipos de cerâmicas, nós devemos nos atentar em devolver as guias de desoclusão do paciente. 
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21Princípio 3
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma 
face palatina equilibrada
Na prática, se tivermos um overjet de 2 ou 3 milímetros, até 
que o incisivo inferior toque na palatina do superior, algum 
outro dente que não foi desenhado para tal função vai estar 
fazendo esse movimento e recebendo as forças do movimento 
protrusivo. 
A face palatina sem preenchimento para realizar a guia 
anterior resultará em desequilíbrio da desoclusão e danos ao 
aparelho estomatognático. 
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22Princípio 3
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma 
face palatina equilibrada
Quando formos planejar qualquer caso de reabilitação, sejam 
lentes de contatos, facetas, coroas totais, protocolos, enfim, 
devemos sempre avaliar a relação da face palatina do incisivo 
superior com a incisal do incisivo inferior. 
O objetivo de qualquer tratamento reabilitador, mais do que 
devolver a estética ao paciente, é devolver a função, que vem 
sempre acompanhada da forma. Uma desoclusão em 
funcionamento adequado reflete em um tratamento com 
maior estabilidade e previsibilidade de sucesso. 
Saiba maisPg 74
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234 Princípio 4Saiba interpretar os pontosOs dentes posteriores superiores e inferiores se relacionam durante a oclusão através dos contatos de intercuspidação. Esses contatos permitem estabilidade da mandíbula e dos músculos mastigatórios e distribuição de forças axiais incidentes, além de promoverem o efeito mastigatório e determinar a dimensão vertical de oclusão. Como identificamos os toques entre os dentes durante a oclusão e a desoclusão? 
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24Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Através do uso de tiras de registro oclusal para o 
controle visual dos pontos de contato. 
Para uma representação precisa dos contatos, 
recomenda-se uma progressão na espessura das tiras 
registro, progredindo de 40 µm até 12 ou 8 µm. 
Em azul os contatos marcados com uma tira de 40 µm e em vermelho os 
contatos marcados com uma tira de 12 µm 
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25Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Outra maneira eficiente de registrar os pontos de 
contato é através do sistema digital T-Scan. 
Tanto estáticos quanto dinâmicos. De forma 
extremamente eficiente e preciso. Mostrando a 
intensidade e o timming dos movimentos. 
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26Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Os contatos oclusais podem ser do tipo:
Estabilizadores- Esse tipo de contato evita 
deslocamento da mandibula. Quanto o paciente 
relata que trabalho realizado está “alto”. 
Desestabilizadores- Esse tipo de contato promove 
deslocamento da mandibula. Quanto o paciente 
relata que “escorrega". 
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27Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Os contatos oclusais podem ser do tipo:
Cúspide x Fóssula - Esse tipo de oclusão direciona 
as forças para o longo eixo do dente. Devemos 
buscar restabelecer esse tipo de contato. 
Cúspide x Crista Marginal: Tendem a desgastar e 
impactar alimentos no espaço interproximal. Mais 
comum na dentição natural.
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28Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Na prática, se o paciente sente alto devemos desgastar o 
ponto marcado, pois é onde o dente toca antes dos 
outros. Desgastamos até que todos os dentes entrem em 
contato simultâneo. 
Contatos arrastados nos dentes posteriores significam 
forças oblíquas incidindo sobre o dente e devem ser 
removidas 
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29Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Interferência 
oclusal
Dificultam ou impedem os 
movimentos mandibulares 
excursivos, causando desvios da 
mandíbula. 
Ocorre quando há contato entre os 
dentes posteriores antagonistas durante 
os movimentos de desoclusão
Contatos 
prematuros
Contatos 
deflectivos
Impede o fechamento completo da 
mandíbula sem causar desvios no 
seu posicionamento. 
 
Saiba maisPg 80
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305 Princípio 5Veja de longe as interferências na desoclusãoApós estudarmos o funcionamento fisiológico ideal do sistema estomatognático, as relações dentárias em oclusão e desoclusão, iremos apresentar nesse capítulo algumas ferramentas essenciais para a identificação das interferências, o estudo e diagnóstico da desoclusão. 
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31Princípio 5
Veja de longe as interferências na desoclusão
O articulador semi-ajustável (ASA) é uma ferramenta de 
diagnóstico que representa a ATM, a maxila e mandíbula. 
Ele registra e duplica alguns movimentos mandibulares. 
É utilizado para diagnóstico, planejamento e tratamento 
reabilitador. Permite uma melhor visualização nas relações 
estáticas e dinâmicas dos dentes, fácil reprodutibilidade 
dos movimentos e percepção de interferências não 
observadas clinicamente, além de ser uma ferramenta que 
permite a explicação para o paciente do que está 
acontecendo com a sua mordida. 
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32Princípio 5
Veja de longe as interferências na desoclusão
O arco facial trabalha em conjunto com o articulador. Sua 
função é registrar a distância das articulações aos dentes 
superiores, a distância entre os côndilos, bem como a relação 
do plano horizontal de Frankfurt e o plano oclusal da arcada. 
E como é feito o registro da mordida? 
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33Princípio 5
Veja de longe as interferências na desoclusão
Se registrarmos em MIH vamos ter o contato oclusivo na 
posição habitual, logo devemos buscar a posição fisiológica 
da mandíbula (PFM), um ponto onde a musculatura earticulação estão em posição de conforto. A PFM é obtida 
através do uso do JIG e PUA de Lucia. 
Com o JIG e PUA em posição o paciente realiza movimentos 
protrusivos e laterais. A tendência é a musculatura e o côndilo serem 
induzida para posição mais fisiológica e confortável. 
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34Princípio 5
Veja de longe as interferências na desoclusão
Os exames tomográficos são necessários para uma análise 
mais criteriosa das relações ósseas e dentárias, alterações no 
côndilo e desvios no posicionamento. 
As ressonâncias magnéticas são 
necessárias para a avaliação do 
disco articular, tecidos moles e 
patologias articulares. 
Saiba maisPg 87
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356 Princípio 6O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?Até o momento nós vimos o funcionamento ideal do sistema estomatognático com a oclusão e desoclusão balanceadas. Agora nós vamos entender o que acontece quando há um desequilíbrio desse sistema. Quando acontece o desequilíbrio da desoclusão, quais são as principais consequências no aparelho estomatognático? 
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36Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
Hipersensibilidade dentinária - É considerada o primeiro sinal das 
lesões cervicais. Caracteriza-se por uma dor curta e acentuada frente 
a estímulos físicos e/ou químicos que não podem ser atribuídos a 
outra doença. 
Lesões cervicais não cariogênicas - A incidência de forças oblíquas 
sobre o dente resulta em compressão na região de fulcro em um 
lado do dente e tração no lado oposto, resultando em perda de 
estrutura dental mineralizada, caracterizadas pelo formato de cunha 
predominantemente na face vestibular. 
Lesões oclusais não cariogênicas – Ocorrem devido à ausência de 
guias de desoclusão ou interferências oclusais deflectivas que 
desviam a mandíbula da sua trajetória normal, criando forças de 
atrição mais intensas. Esse desgaste é comum com o avançar da 
idade, porém se torna patológico quando ocorre precocemente e 
rapidamente. 
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37Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
Lesões periodontais – O periodonto reage às forças excessivas, oblíquas ou 
anormais de acordo com o seu fenótipo. Um periodonto mais delgado tende 
a apresentar retração gengival e perda de inserção, enquanto um 
periodonto mais espesso apresenta perdas ósseas verticais e 
aprofundamento das lesões cervicais. 
Alguns pacientes podem necessitar de tratamento endodôntico devido ao 
trauma cíclico e contínuo dos movimentos oblíquos que podem gerar 
trincamentos, pólipos intracanais e lesões periapicais. 
Pode gerar falhas nas reabilitações como fratura de cerâmicas mesmo em 
materiais mais rígidos. A dureza do material não é garantia de longevidade, 
esse aspecto está mais relacionado em como o material se relaciona com os 
outros elementos oclusais. 
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38Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
Fatores como distância e número de dentes movimentados, oclusão e 
desoclusão, idade avançada, velocidade do tratamento, altura das cúspides, 
integridade dos tecidos de suporte, relação dos planos inclinados, tamanho 
e harmonia dos arcos, pressão muscular, língua e fonação, contatos 
interproximais e discrepância entre a PFM e a MIH estão relacionados com a 
instabilidade após a finalização do tratamento ortodôntico. 
Saiba maisPg 91
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397 Princípio 7 Desmistificando dor & desoclusãoO termo “dor orofacial” é utilizado como um termo amplo que engloba condições dolorosas provenientes da pele, vasos sanguíneos, nervos, ossos, dentes, músculos ou glândulas localizadas em região da cabeça e pescoço. As principais dores orofaciais tratadas pelos dentistas podem ser agrupadas em quatro grupos: 
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40Princípio 7 
Desmistificando dor & desoclusão
1 2 3 4
Dores 
Odontogênicas 
Dores 
Não Odontogênicas 
Dores de tecidos 
moles da cavidade 
oral 
Dores persistentes 
pós-cirurgicas 
O desequilíbrio da desoclusão está relacionada diretamente com várias dores de origem 
odontogênica e uma influência menor nas dores miogênicas, como explicamos no 
capítulo 6 as suas consequências. 
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41Princípio 7 
Desmistificando dor & desoclusão
Por muito tempo “dor orofacial” foi sinônimo de DTM, hoje em 
dia há uma dissociação dos termos. Atualmente é aceito que a 
causa das DTMs é multifatorial, envolvendo fatores iniciadores 
e fatores perpetuantes, que podem ser totalmente distintos. 
Eventos de origem local, sistêmica ou psicológica podem 
influenciar no funcionamento normal do sistema 
estomatognático. Faltam evidências que suportem a influência 
de uma desoclusão desequilibrada, interferências oclusais e 
parafunções como causas principais das DTMs, bem como o 
ajuste oclusal como tratamento efetivo. 
O importante é realizar um bom diagnóstico para um 
tratamento adequado para cada caso de dor, e EQUILIBRAR a 
Desoclusão pode contribuir para se evitar episódios futuros. 
Saiba maisPg 104
42
Saiba Mais 
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43Princípio 0
Preparação para sua jornada0O APARELHO ESTOMATOGNÁTICO O aparelho estomatognático é uma unidade fisiológica complexa e funcional do organismo, envolve estruturas da face, cabeça e pescoço que atuam harmoniosamente na realização de tarefas funcionais como a deglutição, fala e mastigação. Outras funções associadas ao sistema estomatognático são a respiração, estética, comunicação de sentimentos através das expressões faciais e registro de sensações. 
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44Princípio 0
Preparação para sua jornada
Dentes
Músculos
O aparelho estomatognático é formado 
por:
Ossos
ATM
Periodonto
Glândulas Salivares
Vasos Sanguíneos 
 e Linfáticos
Nervos
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45Princípio 0
Preparação para sua jornada
Ossos 
A face possui 14 ossos, sendo 13 fixos (2 maxilares, 2 palatinos, 
2 zigomáticos, 2 lacrimais, 2 nasais, 2 conchas nasais inferiores 
e vômer) e 1 móvel (mandíbula), e o crânio possui mais 8 
ossos, sendo 4 pares (parietais e temporais) e 4 ímpares 
(occipital, esfenóide, etmóide e frontal). 
MAXILA 
• Formada por dois ossos maxilares unidos pela sutura 
palatina 
• Estrutura que suporta os dentes superiores 
• Forma parte da cavidade nasal, palato e órbita 
• Importante centro de crescimento da face
MANDÍBULA 
• Osso ímpar que contem a arcada dentária inferior 
• Articulada com a base do crânio pela articulação 
temporomandibular (ATM), sendo o único osso móvel da 
face 
• Importante na manutenção da desoclusão dentária.
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46Princípio 0
Preparação para sua jornada
Músculos 
Os músculos do aparelho estomatognático podem ser 
divididos em músculos da expressão facial, músculos 
supra-hióideos, músculos da língua, músculos do palato 
e músculos da mastigação (elevadores e abaixadores da 
mandíbula). 
Os músculos da mastigação são 5 pares, importantes no 
entendimento da desoclusão. 
Masseter
Tem
pora
l
Pterigóideo 
 lateral
Pterigóideo 
medial
Digástrico
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47Princípio 0
Preparação para sua jornada
MASSETER: 
•Origem: arco zigomático 
•Inserção: ramo e ângulo da mandíbula 
•Função: elevação/fechamento da mandíbula, é um músculo 
de força. Estabiliza o côndilo em protrusão. 
Porção superficial: fibras direcionadas para 
baixo e para trás, auxilia na protrusão.
Porção profunda: fibras predominantemente 
verticais. Auxilia na estabilidade condilar, 
elevação e força mastigatória.
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48Princípio 0
Preparação para sua jornada
TEMPORAL: 
•Origem: osso temporal 
•Inserção: processo coronóide da mandíbula. 
•Função: fechamento e retrusão da mandíbula 
Porção anterior: elevaçãovertical 
Porção média: elevação e retrusão 
Porção posterior: elevação e suave 
retrusão 
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49Princípio 0
Preparação para sua jornada
PTERIGOIDE LATERAL: 
•Origem: cabeça superior na face interproximal da asa maior 
do esfenóide e cabeça inferior na face lateral da lâmina lateral 
do processo pterigóide. 
•Inserção: cabeça superior na parte anterior da cápsula e disco 
da ATM e cabeça inferior na fóvea pterigóidea do côndilo da 
mandíbula 
•Função: Protrusão e lateralidade da mandíbula quando em 
contração unilateral, ajuda na estabilização da ATM
PTERIGOIDE MEDIAL: 
•Origem: face medial da lâmina lateral do processo pterigóide 
e fossa pterigóide 
•Inserção: porção profunda da fossa pterigóide e face medial 
do ângulo da mandíbula 
•Função: fechamento da mandíbula e lateralidade quando em 
contração unilateral. 
DIGÁSTRICO: 
• Atua de maneira simplificada na abertura e fechamento da 
mandíbula 
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50Princípio 0
Preparação para sua jornada
Inervação 
O sistema nervoso tem como funções básicas a manutenção da 
homeostase, percepção do estímulo sensorial, reação motora e 
integração do sistema nervoso periférico (SNP) com o sistema 
nervoso central (SNC). 
Nervo Facial – VII par craniano 
Nervo Glossofaríngeo – IX par craniano
Nervo Hipoglosso – XII par craniano
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51Princípio 0
Preparação para sua jornada
Nervo Trigêmeo – V par craniano: função motora e sensitiva 
controla principalmente a musculatura da mastigação e 
sensibilidade facial
Nervo oftálmico 
(V1) 
Nervo mandibular 
(V3) 
Nervo maxilar (V2) 
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52Princípio 0
Preparação para sua jornada
Reação nervosa simplificada
2
3
4
5
1
E x e c u ç ã o d o 
e s t í m u l o
P r o d u ç ã o d e 
e s t í m u l o p e l o 
S N P 
6
C a p t a ç ã o p o r 
u m r e c e p t o r 
e s p e c í f i c o 
I d e n t i f i c a ç ã o 
d o e s t í m u l o 
p e l o S N C 
V i a 
a s c e n d e n t e
I m p u l s o 
m o t o r 
V i a 
d e s c e n d e n t e 
7
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53Princípio 0
Preparação para sua jornada
A dentição permanente é composta por 32 dentes distribuídos 
em pares. No segmento anterior encontramos os incisivos 
centrais e incisivos laterais, e no segmento posterior os 
primeiros e segundos pré-molares, e primeiros, segundos e 
terceiros molares. Na região de transição anterior-posterior 
estão os caninos. A dentição decídua é composta por 20 dentes 
distribuídos em pares, semelhantes com a dentição 
permanente, com exceção dos pré-molares e terceiros molares. 
A anatomia dos dentes acompanha a sua função. Os incisivos 
possuem função de cortar, os caninos de prender e rasgar, 
enquanto que os pré-molares e molares possuem função de 
prender e triturar. É na zona radicular que se exerce as forças 
mastigatórias, quanto maior a força sobre um grupo de dentes, 
maior será a curvatura das raízes. As áreas radiculares dos 
dentes anteriores são mais preparadas para receberem forças 
laterais, enquanto que as raízes dos posteriores são mais 
eficazes diante de forças verticais. As raízes superiores são mais 
longas que as inferiores, pois a maxila recebe o embate das 
forças mastigatórias produzidas pela mandíbula. 
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54Princípio 0
Preparação para sua jornada
POSICIONAMENTO DENTÁRIO 
O alinhamento dos dentes nos arcos ocorre como resultado de forças multidirecionais atuantes nos dentes após a erupção. O 
alinhamento permite uma relação caixa-tampa entre o arco superior com o inferior, onde as cúspides de contenção cêntrica (vestibulares 
dos inferiores e palatina dos superiores) se relacionam com as fossas e sulcos dos antagonistas e trituram os alimentos. As cúspides não 
funcionais (lingual dos inferiores e vestibular dos superiores) possuem funções de minimizar o impacto nos tecidos, manter o alimento 
na mesa oclusal e servir como guia de desoclusão. Esse alinhamento permite uma melhor funcionalidade do aparelho estomatognático. 
Curva de Wilson: Alteração na inclinação dos dentes. Curvatura para lingual dos inferiores e curvatura para vestibular dos superiores 
Curva de Spee: Curvatura anteroposterior da arcada para melhor encaixe. Arcada ascendente para distal. 
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55Princípio 0
Preparação para sua jornada
RELAÇÃO OCLUSAL DOS DENTES POSTERIORES 
Cada dente oclui com dois dentes da arcada oposta, com 
exceção dos incisivos centrais inferiores e terceiros molares. Os 
dentes posteriores mantêm a dimensão vertical 
•Relação classe I de Angle: considerada uma relação fisiológica 
normal 
• A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar inferior oclui 
entre o segundo pré-molar e o primeiro molar inferior. 
• A cúspide mésio-lingual do primeiro molar superior oclui na 
fóssula central do primeiro molar inferior. 
• A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior alinha-
se sobre o sulco vestibular do primeiro molar inferior.
•Relação classe II de Angle: arcada superior maior ou mais 
projetada para anterior, ou arcada inferior pequena ou 
projetada para trás. O molar inferior esta posicionado para 
distal do superior. 
• A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar inferior oclui na 
fóssula central do primeiro molar superior. 
• A cúspide disto-lingual do primeiro molar superior oclui na 
fóssula central do primeiro molar inferior. 
• Relação classe III de Angle: crescimento maior da 
mandíbula ou retração da maxila 
• A cúspide disto-vestibular do primeiro molar inferior 
oclui entre o segundo pré-molar e o primeiro molar 
superior. 
• A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior 
oclui entre o primeiro e o segundo molar inferior. 
• A cúspide mésio-lingual do primeiro molar superior 
oclui na fossa medial do segundo molar inferior 
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56Princípio 0
Preparação para sua jornada
RELAÇÃO DE CONTATO DOS DENTES ANTERIORES 
Assim como os dentes posteriores, os dentes anteriores 
também são projetados para a vestibular, com inclinação 
aproximada de 12 a 28 graus. Uma das finalidades dos 
dentes anteriores é guiar a mandíbula nos movimentos 
desoclusivos. 
•Overjet: sobreposição horizontal. A distância entre a 
borda vestibular dos incisivos inferiores e a superfície 
palatina dos incisivos superiores em oclusão cêntrica. 
•Overbite: sobreposição vertical. Distância entre as 
bordas incisais dos dentes anteriores superiores e 
inferiores. 
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57Princípio 0
Preparação para sua jornada
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM) 
Na porção escamosa do osso temporal há uma depressão 
onde o côndilo da mandíbula se encaixa interposto por um 
disco articular, formando a articulação temporomandibular. 
A ATM é uma articulação sinovial ginglimoidal (proporciona 
movimento de dobradiça em um plano) e artroidal 
(proporciona movimento de deslizamento). A rotação e a 
translação são os principais movimentos da ATM. 
DISCO ARTICULAR 
Possui formato de meia lua e é composto por tecido 
conjuntivo denso fibroso, poucos vasos e fibras nervosas, o 
que o torna flexível e adaptado à demanda funcional. O 
disco é dividido em 3 regiões distintas (plano sagital): área 
reticular, área central e área posterior. 
TECIDO RETRODISCAL 
Insere-se posteriormente ao disco, possui rica inervação e 
irrigação sanguínea, e é a única estrutura capaz de retirar o 
disco posteriormente no côndilo. 
LÍQUIDO SINOVIAL 
O líquido sinovial é produzido pelas células que revestem 
as cavidades articulares e a borda anterior do tecido 
retrodiscal; ele lubrifica as superfícies articulares e supre as 
necessidades metabólicas dos tecidos 
z
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58Princípio 0
Preparação para sua jornada
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM)Os ligamentos são formados de tecido conjuntivo 
colagenoso e não se esticam, mas podem ser alongados. 
Possuem função de proteção das estruturas, limitando os 
movimentos. 
• Ligamentos colaterais (discais): prendem a 
borda medial e lateral do disco ao côndilo, fazem o 
disco mover passivamente com o côndilo quando ele 
desliza para frente e para trás. Permitem o movimento 
de dobradiça. 
• Ligamento capsular: envolve toda ATM, tem 
inserção na eminência articular e na cabeça do 
côndilo. Formam a cápsula articular. A cápsula é 
composta de fibras colágenas inseridas em tecido 
conjuntivo frouxo, vascularizado e inervado. Protege a 
ATM de forças que tendem a separar a superfície 
articular total da ATM, confinando o líquido sinovial. 
Possui propriocepção da posição e movimentos da 
ATM
• Ligamento temporomandibular: ligamento composto de duas 
partes 
- Externa oblíqua: Limita a extensão da abertura da boca. 
Influencia no movimento de abertura normal da mandíbula 
- Interna horizontal: Limita o deslocamento do côndilo para 
a região posterior da fossa mandibular. Evita o estiramento 
do músculo pterigóideo lateral e compressão do tecido 
retrodiscal 
• Ligamentos esfenomandibular e estilomandibular: ligamentos 
acessórios da ATM. 
z
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59Princípio 1
Guie seu tratamento com a desoclusão1Devemos ter em mente alguns conceitos que são facilmente confundidos pelos profissionais devido a sua terminologia semelhante. Para melhor esclarecimento, a oclusão dentária é definida como uma posição estática, cêntrica ou excêntrica em que as superfícies oclusais dos dentes superiores e inferiores estão em contato. A desoclusão, por outro lado, refere-se aos contatos oclusais entre dentes superiores e inferiores durante a função. Na oclusão, os dentes posteriores protegem os anteriores de forças axiais. Na desoclusão são os dentes anteriores e caninos que protegem os posteriores de forças laterais, caracterizando assim uma oclusão mutuamente protegida. A relação dinâmica e harmônica entre os componentes que constituem o sistema estomatognático produzem um equilíbrio neural, muscular e oclusal. 
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60Princípio 1
Guie seu tratamento com a desoclusão
A mandíbula é o único osso móvel do crânio, seus movimentos são 
resultado da interação entre a ATM, músculos, sistema nervoso 
central e periférico e dentes. Durante a posição de repouso, pelo 
menos 5% das fibras musculares estão contraindo para manter 
otônus muscular em resposta a ação da gravidade para manter a 
postura. O repouso é isotônico, já o trabalho por haver resistência 
existe contração isométrica. 
Maxila e mandíbula podem interagir através de relações estáticas ou 
relações dinâmicas. 
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61Princípio 1
Guie seu tratamento com a desoclusão
RELAÇÕES ESTÁTICAS • Relação Cêntrica (RC): posição músculo-esquelética na qual 
os côndilos estão em uma posição superior e anterior na 
fossa articular, contra a vertente posterior da eminência 
articular com o disco devidamente interposto. É uma 
posição independente dos contatos dentários, reproduzível 
e confiável, pois é ortopedicamente estável e confortável.
• Máxima Intercuspidação Habitual (MIH): posição maxilo-
mandibular onde existe o maior número possível de 
contatos entre os dentes superiores e inferiores em 
oclusão, independente da posição condilar. Posição dente 
dependente, pode ser facilmente alterada, pois é guiada 
pela percepção neurológica do ligamento periodontal. Não 
é uma referência confiável, pois pode ser alterada por 
problemas oclusais, musculares e posturais. Podemos obter 
a dimensão vertical de oclusão (DVO).
• Posição Fisiológica da Mandíbula (PFM): posição guiada 
pela própria musculatura. A musculatura direciona a 
mandíbula para a posição mais confortável e isotônica 
possível onde ocorre contato dentário apenas anterior. 
Variável entre os indivíduos. 
• A maioria dos indivíduos apresenta a RC diferente da MIH 
devido a contatos prematuros ou interferências oclusais, 
geralmente na região posterior. Quando a RC coincide com 
a MIH temos o que chamamos de oclusão em relação 
cêntrica, desejável em reabilitações de prótese total.
• Posição Postural: posição que não existe contato dos 
dentes, existe um relaxamento da musculatura que 
mantém a mandíbula em posição apenas com a tonicidade 
muscular. A mandíbula geralmente se encontra de 2 a 4 
milímetros abaixo da MIH. A partir dessa posição obtemos a 
dimensão vertical de repouso (DVR) e o espaço funcional 
livre. 
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62Princípio 1
Guie seu tratamento com a desoclusão
RELAÇÕES DINÂMICAS
• Abertura: trajetória condilar para frente e para baixo, inicialmente ocorre muita rotação e pouca translação e na etapa 
final da abertura ocorre muita translação e pouca rotação. Durante a abertura máxima os côndilos atingem sua 
posição anterior e inferior. Envolve a contração dos músculos pterigóideos laterais e músculos supra-hióides. A 
abertura funcional é de cerca de 15 milímetros, ideal para mastigação, enquanto a abertura máxima é em torno de 
40 a 55 milímetros. 
Rotação: o disco só se mexe 
dentro da fossa articular
Translação: o côndilo desliza para 
frente e vai até a eminência articular. 
• Fechamento: o movimento se dá por conta dos músculos elevadores da mandíbula, 
principalmente o temporal que traciona o ramo ascendente da mandíbula para 
cima e para trás, levando o conjunto côndilo/discos em direção a porção profunda 
de a fossa articular. Ocorre translação e depois rotação, o contrário da abertura.
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63Princípio 1
Guie seu tratamento com a desoclusão
RELAÇÕES DINÂMICAS
• Protrusão: movimento da mandíbula para frente onde os dentes inferiores anteriores deslizam sobre a palatina dos 
superiores através da guia incisiva até a posição topo a topo. Promove a desoclusão dos dentes posteriores. Ambos os 
côndilos seguem para frente devido à ação dos músculos pterigóideos laterais e para baixo, seguindo o ângulo da 
vertente anterior da fossa articular e o padrão de deslocamento de disco. Muita translação e pouca rotação. 
• Retrusão: é o movimento de retorno da mandíbula para trás. Os dentes posteriores se aproximam e os dentes 
anteriores se afastam. 
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64Princípio 1
Guie seu tratamento com a desoclusão
RELAÇÕES DINÂMICAS
• Lateralidade: um dos côndilos sofre rotação, chamado de “Movimento de Bennett” 
(lado de trabalho), enquanto que o outro sai da fossa mandibular, dirigindo-se 
para baixo, para frente e para dentro (lado de balanceio). O ângulo formado no 
lado de balanceio, em relação ao plano horizontal é denominado de “ângulo de 
Bennett”. Geralmente é guiado pelo canino, mas pode ocorrer em função de grupo 
parcial ou total. 
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65Princípio 1
Guie seu tratamento com a desoclusão
A harmonia dos movimentos deve ocorrer quando os côndilos saírem e retornarem 
juntos à sua posição de repouso, sempre acompanhados pelos seus discos. 
Os movimentos de protrusão, retrusão e lateralidade são chamados de 
movimentos bordejantes ou excêntricos, ou seja, são movimentos de máxima 
amplitude. Na mastigação, fala e deglutição os movimentos são usados em menor 
abrangência, chamados movimentos intra bordejantes 
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66Princípio 2
Anterior protege posterior, posterior protege anterior2 A relação forma/função se adapta ao longo da vida. As principais funções do sistema estomatognático são a mastigação, deglutição, fonação e oclusão. São um conjunto de ações que quando executadas de acordo com a fisiologia não desequilibram e não prejudicam o sistema. Com o avanço da idade, as adaptações se tornam menos significantes, ocorre um desgaste dental proporcional à idade e ocorre relaxamento muscular e articular. 
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67Princípio2
Anterior protege posterior, posterior protege anterior
• A ATM possui forma compatível coma idade do indivíduo, 
o seu desenvolvimento está relacionado com a erupção 
dentária além de outros fatores. Quando o bebê é 
desdentado a forma da eminência articular é plana, 
facilitando o movimento ântero-posterior de sucção. 
• A erupção dos incisivos marca a conformação do tripé 
oclusal (incisivos e 2 ATMs) e determina pela primeira vez 
a dimensão vertical anterior, levando a importantes 
mudanças anatômicas, como o desenvolvimento do 
tubérculo zigomático graças à modificação dos padrões 
de movimentos mandibulares, de movimentos ântero-
posteriores para movimentos laterais, verticais e 
protrusivos. O contato incisal leva a indução para posição 
fisiológica do côndilo. 
• A progressão das forças oclusais molda a cavidade 
articular 
• A dentição decídua completa recém erupcionada 
apresenta desoclusão pelo canino, porém devido à 
menor dureza desse esmalte ocorre rápido desgaste 
levando a uma desoclusão em função de grupo posterior 
(lateralidade tocam-se os dentes posteriores), e por fim a 
dentição decídua se estabiliza em uma oclusão 
balanceada bilateral, onde há contato simultâneo das 
superfícies oclusais em todo movimento excêntrico, 
predominando os ciclos mastigatórios horizontais. 
DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO
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68Princípio 2
Anterior protege posterior, posterior protege anterior
• As raízes finas, compridas e abertas dos dentes decíduos 
p e r m i t e m a e s t i m u l a ç ã o d o c re s c i m e n t o e 
desenvolvimento dos maxilares durante os movimentos 
excursivos laterais. O crescimento maxilar ocorre no 
sentido para frente e para baixo.
• O sistema neuromuscular não acompanha o 
desenvolvimento da oclusão, pois a criança está vivendo 
um período onde múltiplas interferências oclusais 
ocorrem, o que acaba protegendo contra a propriocepção 
dessas interferências.
DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO
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69Princípio 2
Anterior protege posterior, posterior protege anterior
DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO
Oclusão decídua
Em função as guias são 
proprioceptivas 
Em parafunção as guias são 
mecânicas 
Dentição Mista
Requis i tos mast igatór ios 
compatíveis com o estímulo de 
crescimento ósseo 
Desgaste e var iação no 
posicionamento dentário 
Erupção dos primeiros 
molares permanentes
Dimensão vertical definida 
Decíduos desgastados sem 
função 
Rizogênese incompleta 
B a l a n ç o b i l a t e r a l 
compensatório (ausência de 
caninos na desoclusão) 
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70Princípio 2
Anterior protege posterior, posterior protege anterior
• Marcada a erupção dos segundos molares, estes terão 
pouco tempo para se facetarem com seus pares antes 
que o canino comece a controlar os movimentos 
desoclusivos, devido ao período de erupção próximo um 
do outro.
• A função canina só ocorre após a apicificação, 2 ou 3 anos 
após a erupção. Ocorre a mudança de uma oclusão 
balanceada unilateral posterior para uma desoclusão 
anterior mutuamente protegida. A ATM já se adaptou às 
características adultas e o plano oclusal adotou uma 
posição inclinada e inferior. Agora a desoclusão pelo 
canino protege a ATM. 
DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO
• Aos 13 e 14 anos apesar da criança ter as curvaturas de 
um adulto, a oclusão de canino não está 100% 
estabelecida e os pré-molares e molares estão em função 
de grupo em uma ação protetora à ATM.
• Formação das curvas de Spee e Wilson devido à 
inclinação dentária em resposta a atividade dos 
diferentes grupos musculares. 
• Os dentes posteriores permanentes, diferente dos 
posteriores decíduos, absorvem as forças axiais ao invés 
de forças laterais. 
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71Princípio 2
Anterior protege posterior, posterior protege anterior
DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO
E r u p ç ã o
E s f o l i a ç ã o
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72Princípio 2
Anterior protege posterior, posterior protege anterior
DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO
E r u p ç ã o d o s p e r m a n e n t e s
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73Princípio 2
Anterior protege posterior, posterior protege anterior
DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO
• Alguns fatores podem interferir na sequência de esfoliação e erupção dos dentes e consequentemente interferindo no 
desenvolvimento da oclusão. 
Alguns fatores mais marcantes são: 
Fatores Genéticos
Fatores ambientais como hábitos de sucção, 
respiração bucal, e deglutição atípica
Incompetência labial , macroglossia , 
anquiloglossia e outras desfuncionalidades 
de tecidos moles. 
Anomalias do desenvolvimento dentário (agenesias, 
odontomas, amelogênese e dentinogênese imperfeitas) 
Lesões de cárie 
Restaurações inadequadas
Perda precoce dos dentes
Raízes residuais
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74Princípio 3
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma 
face palatina equilibrada3 Em qualquer procedimento reabilitador, não somente as lentes de contato, a face palatina deve receber uma atenção redobrada para que exista sucesso do tratamento. A face palatina é intimamente relacionada com o desenvolvimento da guia anterior e o movimento de protrusão. A guia anterior é fundamental para a relação harmoniosa entre as estruturas do sistema estomatognático, elas podem ser de três tipos, classificadas de acordo com o seu movimento: Guia incisiva Guia canina Função de grupo – parcial ou total. 
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75Princípio 3
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma 
face palatina equilibrada
A guia incisiva promove a desoclusão dos dentes posteriores nos movimentos de protrusão mandibular através da borda 
incisal dos incisivos inferiores que percorre a face palatina dos incisivos superiores. Uma boa função da guia incisiva 
protege além dos dentes posteriores, a ATM, músculos, ossos e nervos da face. A guia incisiva tem equivalência com a guia 
condilar. A guia condilar refere-se ao trajeto que os eixos de rotação transcranianos dos côndilos percorrem durante a 
abertura da mandíbula pela eminência articula 
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76Princípio 3
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma 
face palatina equilibrada
Princípio da proteção mútua: os dentes anteriores protegem os posteriores 
durante a desoclusão e os dentes posteriores protegem os anteriores durante 
a oclusão. 
A anatomia oclusal mais ampla e o maior número de raízes dos dentes 
posteriores garantem melhor fixação e distribuição das forças oclusais para os 
tecidos periodontais. Os dentes anteriores por estarem mais afastados da 
ATM e dos músculos mastigatórios possuem uma menor incidência de forças 
atuando sobre eles. !
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77Princípio 3
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma 
face palatina equilibrada
Relação Classe I – A face 
incisal dos dentes 
inferiores localiza-se na 
f a c e p a l a t i n a d o s 
incisivos superiores. 
Apresenta boa guia 
anterior
RELAÇÃO DOS DENTES ANTERIORES
Relação Classe I I 
Divisão 1 - A face 
incisal dos dentes 
inferiores localiza-se 
no terço cervical dos 
incisivos superiores 
Relação Classe II Divisão 
2 – A face incisal e alguns 
casos até a face vestibular 
dos dentes inferiores 
formam uma área de 
contato com a face 
palatina dos incisivos 
superiores 
Relação Classe III – Pode ser do 
tipo topo a topo quando não 
ocorre trespasse, a face incisal dos 
inferiores oclui na face incisal dos 
superiores. Pode ser do tipo 
mordida aberta quando a 
mandíbula ultrapassa a maxila.
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78Princípio 3
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma 
face palatina equilibrada
A guia canina promove desoclusão de todos os dentes nosmovimentos protrusivos e laterais da mandíbula através do 
deslizamento da ponta de cúspide dos caninos inferiores com a face palatina dos caninos superiores. As vantagens da guia 
canina estão na proporção coroa/raiz mais favorável às forças incidentes, osso cortical mais forte, localização longe do fulcro da 
mandíbula e menor atividade eletromiografia quando comparada com a função em grupo. 
O lado onde mastigamos ou realizamos o movimento de desoclusão é chamado de lado de trabalho, enquanto o outro lado é 
chamado de lado de balanceio. Não deve haver nenhum toque do lado de balanceio durante os movimentos pela guia canina. 
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79
Princípio 3
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma face 
palatina equilibrada
A função de grupo é uma guia que ocorre quando outros dentes além do canino estão envolvidos nos movimentos de desoclusão 
lateral. Na função de grupo parcial alguns dentes do lado de trabalho não tocam durante os movimentos laterais. Já na função de 
grupo total todos os dentes posteriores do lado de trabalho participam do movimento de desoclusão. A função de grupo mais 
desejável envolve os caninos e os dois pré-molares, podendo incluir a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar. Contatos mais 
posteriores estão mais próximos da ATM, o fulcro de força da mandíbula, podendo ser lesivos pelo aumento da atividade muscular. 
(A)Função de grupo total (B) função de grupo parcial
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80Princípio 4
Saiba interpretar os pontos4 Os dentes posteriores superiores e inferiores se relacionam durante a oclusão através dos contatos de intercuspidação. Esses contatos permitem estabilidade da mandíbula e dos músculos mastigatórios e distribuição de forças axiais incidentes, além de promoverem o efeito mastigatório e determinar a dimensão vertical de oclusão. Durante a desoclusão, os dentes posteriores antagonistas não devem se tocar devido a presença das guias anteriores. 
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81Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Para entender como os dentes posteriores se relacionam em oclusão 
precisamos relembrar algumas estruturas anatômicas importantes: 
• Cúspides: saliências de esmalte das faces oclusais que se estendem e 
formam o terço oclusal das faces vestibular e lingual. Possuem 
vertentes lisas (externas a superfície oclusal) e triturantes (interna a 
superfície oclusal). 
• Cúspides funcionais ou de trabalho: são as cúspides que atuam 
fortemente na mastigação, nos dentes superiores são as palatinas e 
nos inferiores são as vestibulares. 
• Cúspides de balanceio ou de proteção: atuam na proteção e equilíbrio 
da oclusão. Nos superiores são as vestibulares e nos inferiores as 
linguais. 
• Arestas longitudinais e transversais: determinam o perímetro oclusal 
• Sulcos principais separam as cúspides e os sulcos secundários são 
depressões nas vertentes internas das cúspides. 
• Fóssulas: encontro entre duas ou mais vertentes triturantes. 
• Cristas marginais: saliência de esmalte que une as cúspides 
vestibulares às linguais. 
 Wax by Daiana Pauli
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82Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
01
02
03
Contato de uma vertente triturante superior com uma 
vertente lisa inferior 
Contato de uma vertente triturante superior com a uma 
vertente triturante inferior. 
Contato de uma vertente lisa superior com uma vertente 
triturante inferior
As vertentes podem se relacionar de três maneiras:
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83Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Os contatos oclusais podem ser do tipo: 
Cúspide x Fóssula: quando as cúspides funcionais 
inferiores ocluem nas fóssulas dos superiores e as 
cúspides funcionais superiores ocluem nas fóssulas 
inferiores. Esse tipo de oclusão direciona as forças 
para o longo eixo do dente. 
Cúspide x Crista Marginal: ao contrário da oclusão 
cúspide x fóssula, estável pelo tripoidismo, na 
oclusão cúspide x crista marginal as cúspides de 
proteção e as cristas marginais tendem a se 
desgastar e impactar alimentos no espaço 
interproximal. Mais comum na dentição natural. 
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84Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Tripoidismo: uma cúspide funcional 
toca em três pontos de contato em 
estruturas diferentes durante a 
oclusão do tipo cúspide-fóssula. Esse 
relacionamento garante maior 
estabilidade com o mínimo de 
contato, o que evita a abrasão da 
cúspide funcional. 
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85Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Interferência Oclusal: ocorre quando há contato entre os dentes 
posteriores antagonistas durante os movimentos de desoclusão. 
As interferências oclusais geram forças laterais e oblíquas sobre o 
dente e o periodonto, sendo destrutivas para essas estruturas. A 
interferência oclusal é reconhecida pela propriocepção aferente do 
periodonto, que transmite a mensagem ao SNC que por sua vez 
envia uma resposta aos músculos mastigatórios, desviando a 
mandíbula da sua trajetória fisiológica, causando parafunção. 
Em azul os contatos marcados com uma tira de 40 µm e em 
vermelho os contatos marcados com uma tira de 12 µm 
Utilizamos as tiras de registro oclusal para o controle visual dos 
pontos de contato. Para uma representação precisa dos contatos 
recomenda-se uma progressão na espessura das tiras registro, 
progredindo de 40 µm até 12 ou 8 µm. O ponto de interesse será 
registrado tanto com uma espessura fina ou espessa, entretanto as 
tiras mais finas garantem um registro mais preciso e pontual, 
indicando onde ocorre exatamente o ponto de contato mais forte. 
O uso de tiras mais espessa, geralmente acima de 40 µm, pode 
gerar uma confusão na compreensão dos pontos de contato, pois 
forças mais intensas podem causar um sobre registro, marcando 
uma área de contato, correndo risco de realizar um ajuste 
desnecessário 
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86Princípio 4
Saiba interpretar os pontos
Outra maneira eficiente de registrar os pontos de contato é através 
do sistema digital T-Scan, um sensor de 100 µm com o formato da 
arcada que permite determinar o primeiro e último contato, o 
equilíbrio dos contatos oclusais presentes em qualquer momento 
e a capacidade de visualizar varreduras múltiplas para comparar as 
mordidas do paciente armazenadas em um banco de dados. 
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875 Após estudarmos o funcionamento fisiológico ideal do sistema estomatognático, as relações dentárias em oclusão e desoclusão, iremos apresentar nesse capítulo algumas ferramentas essenciais para a identificação das interferências, o estudo e diagnóstico da desoclusão. Princípio 5Veja de longe as interferências na desoclusão
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88Princípio 5
Veja de longe as interferências na desoclusão
O articulador semi-ajustável (ASA) é um instrumento 
mecânico que permite a montagem de modelos de estudo e 
representa a ATM, a maxila e mandíbula. Ele registra e 
duplica alguns movimentos mandibulares, permitindo o 
ajuste da inclinação da guia condilar, geralmente 30 graus, 
do ângulo de Bennett, geralmente 15 graus, e da distância 
intercondilar determinada no uso do arco facial. É utilizado 
para diagnóstico, planejamento e tratamento reabilitador. 
Entre as vantagens do seu uso estão a melhor visualização 
nas relações estáticas e dinâmicas dos dentes, observação 
lingual e oclusal do paciente com clareza, fácil 
reprodutibilidade dos movimentos excêntricos e percepção 
de interferências não observadas clinicamente, além de ser 
uma ferramenta que permite a explicação para o paciente 
do que está acontecendo com a sua mordida 
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89
O arco facial é um dispositivo que trabalha em conjunto com 
o articulador. Sua função é registrar a distância das 
articulações aos dentes superiores, a distância entre os 
côndilos, bem como a relação doplano horizontal de 
Frankfurt (linha do tragus a asa do nariz) e o plano oclusal da 
arcada. Chamamos de arco facial o conjunto do arco, relator 
nasal e garfo de registro. 
O registro do arco é muito importante e preciso, pois, ele irá 
nos dar o posicionamento correto da maxila e a distância 
dos incisivos até as ATMs, representadas pelas olivas do arco 
que se inserem no canal auditivo. O modelo de gesso deve 
se assentar sem báscula sobre o ponto anterior e os dois 
pontos posteriores registrados no garfo de registro. 
Princípio 5
Veja de longe as interferências na desoclusão
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90
•A posição da mandíbula pode ser registrada através de várias 
técnicas, sendo a mais utilizada o JIG de Lucia. 
JIG de Lucia: É um dispositivo confeccionado com resina 
acrílica sobre os incisivos superiores com a finalidade de 
desocluir os dentes e desprogramar o padrão de atividade 
neuromuscular, evitando as interferências oclusais, 
possibilitando assim a manipulação da mandíbula para 
registro da RC ou PFM. O paciente é orientado a realizar os 
movimentos de protrusão e lateralidade sobre a plataforma 
inclinada do JIG para registros dos movimentos 
mandibulares com auxilio de um papel carbono
Princípio 5
Veja de longe as interferências na desoclusão
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91
Dispositivo Anterior Funcional (DAF): Dispositivo desenvolvido por 
Emílio Zanatta para registro gráfico dos movimentos mandibulares 
no plano horizontal, tornando possível a análise oclusal nas 
posições de RC, lateralidade e protrusão. É composto de duas 
partes pré-fabricadas em tamanho único em polipropileno que são 
reembasadas internamente para adaptar-se a cada paciente. A 
parte A se adapta sobre os incisivos inferiores e contém um pino 
que irá gravar na plataforma da parte B, adaptada sobre os 
incisivos superiores, os padrões de movimento desejados. 
Princípio 5
Veja de longe as interferências na desoclusão
O registro interoclusal deve ser realizado com o JIG ou DAF em 
posição, fazendo a marcação em uma lamina de cera 7, 9 ou 
elastômeros. 
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92
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
A tomografia computadorizada é um exame de imagem que permite a observação das estruturas em cortes axiais, coronais e 
sagitais. Por meio da tomografia é possível observar a relação entre os côndilos e fossa articular, assimetrias, patologias, relações 
dentárias. É possível reconstruir imagens 3D do crânio e analisar as estruturas em conjunto 
Princípio 5
Veja de longe as interferências na desoclusão
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
A ressonância magnética é um exame de imagem que utiliza as noções de campo magnético para produzir imagens de alta 
definição dos órgãos em qualquer plano. Não utiliza radiação. Por meio da ressonância magnética é possível observar o 
posicionamento do disco articular e as relações das estruturas do sistema estomatognático. As patologias de disco podem ser 
observadas como deslocamento de disco sem redução quando há incapacidade de reduzir ou recaptar o disco durante o 
movimento de fechamento da mandíbula devido à mudança do formato do disco de bicôncavo para biconvexo. Ocorre perda de 
tensão do ligamento posterior. O deslocamento de disco com redução refere-se ao estágio no qual o disco esta deslocado em uma 
posição anterior ou anterior medialmente com a boca fechada e retorna à posição normal a cabeça da mandíbula na abertura. 
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936 Até o momento nós vimos o funcionamento ideal do sistema estomatognático com a oclusão e desoclusão balanceadas. Agora nós vamos entender o que acontece quando há um desequilíbrio desse sistema.Princípio 6O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?Em um sistema equilibrado os movimentos excêntricos ocorrem pelas guias anterior e canina, permitindo a desoclusão dos dentes posteriores, e durante a oclusão os dentes posteriores inferiores devem assentar-se nas fossas centrais dos dentes superiores, com as cúspides linguais dos dentes posteriores acomodando-se nas fossas centrais dos dentes inferiores. Esse funcionamento permite que os dentes anteriores recebam forças horizontais e os dentes posteriores as forças axiais, o que chamamos de oclusão mutuamente protegida. 
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94Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
O desequilíbrio da desoclusão ocorre quando temos 
interferências oclusais, por exemplo, contatos prematuros, 
geralmente um dente que toca antes dos outros e impede o 
fechamento completo da mandíbula sem causar desvios no 
seu posicionamento, porém causando instabilidade 
mandibular e condilar. Podemos também ter contatos 
deflectivos que são contatos não fisiológicos que ocorrem 
entre as superfícies oclusais antagonistas, dificultando ou 
impedindo os movimentos mandibulares excursivos, 
causando desvios da mandíbula devido aos reflexos 
neuromusculares
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95Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
As consequências do desequilíbrio da desoclusão para o sistema estomatognático podem 
manifestar-se como:
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA CERVICAL 
É considerada o primeiro sinal das lesões cervicais causadas por desequilíbrio desoclusal. 
Caracteriza-se por uma dor curta e acentuada frente a estímulos físicos e/ou químicos que não 
podem ser atribuídos a outra doença. Geralmente está associada a área onde os túbulos 
dentinários estão expostos devido a perda de estrutura mineral do dente ou recessão gengival. 
Existe uma forte relação entre HDC e LCNC, pois ambas resultam de forças de cargas oblíquas sobre 
os dentes, em especial a região cervical, que são percebidas pela polpa como um estímulo 
doloroso. 
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96Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOGÊNICAS 
As lesões cervicais não cariogênicas são patologias que se manifestam como a perda de estrutura dental mineralizada, caracterizadas 
pelo formato de cunha e sua localização predominante na face vestibular, podendo em alguns casos ocorrer na superfície lingual. 
No passado sua origem era controversa, mas hoje em dia diversos grupos suportam que as ausências de guias e interferências nos 
movimentos desoclusivos são a principais causas dessas lesões. A incidência de forças oblíquas sobre o dente resulta em 
compressão na região de fulcro em um lado do dente e tração no lado oposto. O esmalte é resistente à compressão, porém frágil à 
tração, e nessas áreas de tração que surgem as LCNC. Como demonstrado em estudos de elementos finitos a região cervical é a 
região mais susceptível a essas lesões devido a sua proximidade com o fulcro do dente, orientação dos prismas de esmalte e menor 
espessura de esmalte. As forças oblíquas seriam o fator etiológico primário no desenvolvimento das lesões cervicais, e outros fatores 
como a ação dos ácidos, abrasivos e atrição atuariam como fatores secundários no desenvolvimento dessas lesões 
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97Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
LESÕES OCLUSAIS NÃO CARIOGÊNICAS 
As superfícies oclusais também podem ser afetadas por perda de 
estrutura mineralizada devido à ausência de guias de desoclusão 
ou interferências oclusais deflectivas que desviam a mandíbula 
da sua trajetória normal, criando forças de atrição mais intensas. 
Normalmente os dentes posteriores sofrem com o desgaste 
natural com o avançar da idade, arredondando as pontas de 
cúspides, porém esse desgaste se torna patológico quando ocorre 
precocemente e rapidamente. Os desgastes oclusais podem ser 
planos quando há envolvimento do contato dente a dente, ou 
côncavos, semelhante a lesões de cárie quando há combinação 
de forças excessivas com ácidos intrínsecos ou extrínsecos e 
abrasivos. 
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98Princípio 6O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
LESÕES PERIODONTAIS 
As forças excessivas, oblíquas ou anormais que incidem sobre o periodonto formam áreas de tração e áreas de pressão. Nas 
áreas de pressão os osteoclastos entram em atividade e reabsorve o osso progressivamente e nas áreas de tração as fibras do 
ligamento se distendem e se rompem, consequentemente o dente começa a apresentar mobilidade, dor e desgaste. Quando o 
paciente apresenta os tecidos de sustentação comprometidos por inflamação, a associação com as forças oblíquas pode 
acelerar a perda de estrutura e consequente perda do dente, pois o exsudato inflamatório ganha o caminho do espaço do 
ligamento periodontal para se difundir. A largura do tecido ósseo é importante de se observar, pois em casos onde o osso for 
delgado, as células mesenquimais indiferenciadas não estarão acessíveis para serem transformadas em novas células 
(fibroblastos, cementoblastos, osteoblastos) naquele local. Assim o osso será reabsorvido e acontece a recessão gengival. 
(A) Recessões gengivais em canino e molares (B) Recessões com LCNC
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99Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
DESORDENS MIOFASCIAIS 
Os contatos oclusais não funcionais e os contatos 
desoclusivos prematuros além de serem a principal causa 
das lesões cervicais não cariosas, também são responsáveis 
por dores e desordens miofasciais. Os estudos de 
eletromiografia demonstram que quando ocorre uma 
interferência oclusal no lado de balanceio, a atividade do 
temporal é alterada para um padrão bilateral e tende a criar 
uma inclinação da mandíbula com distração do côndilo no 
lado de suporte e elevação do côndilo no lado não-
sustentador, resultando em uma carga articular 
desordenada sobre o lado de trabalho, alargamento do 
espaço intercondilar e tensão da cápsula no lado oposto. 
Essa alteração na atividade muscular pode refletir em 
mialgias, co-contração protetora, e mioespasmos. 
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100Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (DTM) 
Historicamente, os fatores da desoclusão como 
interferências nos movimentos excêntricos e discrepâncias 
entre MIH e RC foram considerados fatores primários na 
etiologia da DTM. Porém, atualmente existe uma discussão 
sobre o real papel da desoclusão na etiologia da DTM. Na 
presença de uma desoclusão desequilibrada, os pacientes 
suscetíveis à DTM podem apresentar problemas clínicos que 
envolvem a musculatura mastigatória, ATMs e/ou estruturas 
associadas. 
Os sinais e sintomas de DTM são: 
• Dor nas ATMs, cabeça, auricular, facial (músculos 
mastigatórios), e/ou pescoço. 
• Alteração dos mecanismos mandibulares. 
• Limitação e descoordenação dos movimentos 
mandibulares. 
• Ruídos articulares (estalos, crepitação) 
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101Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
LESÕES ENDODÔNTICAS 
Os contatos prematuros e as interferências durante os movimentos 
excêntricos podem causar um quadro de periodontite apical aguda. 
É um quadro reversível onde o paciente tem sensação de dor e dente 
crescido. Histologicamente é observado hiperemia e acúmulo de 
células inflamatórias no periápice. A remoção da causa geralmente 
resolve o problema. Se não tratado pode derivar para supuração, 
cronificação e necrose pulpar, requerendo tratamento endodôntico. 
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102Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
FALHAS REABILITADORAS 
As reabilitações orais, tanto fixas como as removíveis devem ser planejadas antes de sua execução para respeitarem os 
princípios de desoclusão estabelecidos, removendo as interferências desoclusais existentes nos movimentos excêntricos e 
planejando na posição fisiológica da mandíbula. Onde o paciente apresenta contatos prematuros naturais podem ser 
realizados ajustes por desgaste seletivo, e onde ocorre falta de contatos posteriores estáveis ou ausências das guias de 
desoclusão podem ser realizados ajustes por acréscimo. Caso esse cuidado não seja tomado, as forças oblíquas e de 
cisalhamento sobre os dentes podem resultar em desalojamento, falhas e fraturas das restaurações e/ou dentina e esmalte, 
falhas na osseointegração e afrouxamento dos parafusos dos implantes 
As forças da função em grupo total (A) levaram a fratura do elemento 26 (B)
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103Princípio 6
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
INSTABILIDADE ORTODÔNTICA 
Fatores como distância e número de dentes movimentados, 
oclusão e desoclusão, idade, velocidade do tratamento, altura das 
cúspides, integridade dos tecidos de suporte, relação dos planos 
inclinados, tamanho e harmonia dos arcos, pressão muscular, 
língua e fonação, contatos interproximais e pelo metabolismo 
celular estão relacionados com a instabilidade após a finalização 
do tratamento ortodôntico. Os dentes movimentados 
ortodonticamente tendem a voltar a suas posições naturais, logo 
os dentes antagonistas devem oferecer forças em direções 
contrárias a essa tendência. Quando a PFM coincide com a MIH o 
resultado tende a ser uma relação mais estável. A normalização 
da oclusão dentária está na dependência de forças mastigatórias, 
que, quando não incidem no longo eixo do dente, podem alterar 
sua posição e até provocar desvios do arco dentário. A finalização 
de um tratamento ortodôntico deve devolver o equilíbrio 
dentário, muscular, esquelético e articular ao sistema 
estomatognático de acordo com a individualidade de cada 
paciente 
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1047 A dor é definida como “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada à lesão tecidual ou potencial lesão” (International Association for the Study of Pain – IASP), sendo uma das principais razões pela procura da assistência médica/odontológica. O termo “dor orofacial” é utilizado na literatura como um termo amplo que engloba condições dolorosas provenientes da pele, vasos sanguíneos, nervos, ossos, dentes, músculos ou glândulas localizadas em região da cabeça e pescoço. As dores agudas representam uma resposta fisiológica de nosso organismo diante de um agente agressor, importante no processo de defesa. Espera-se que se resolva depois de finalizado o período de reparação orgânica. A dor crônica é uma condição patológica sem valor biológico que persiste além do tempo esperado para reparação tecidual, causando sofrimento ao indivíduo. Princípio 7O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
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105
TIPOS DE DOR
Nociceptiva: geralmente aguda causada por uma lesão 
tecidual ou potencial devido à ativação de neurônios 
nociceptivos periféricos. 
Neuropática: dor de consequência direta de 
uma lesão ou doença que afeta o sistema 
somatossensorial
Mista: apresenta os componentes 
nociceptivos e neuropáticos 
Hiperalgesia: resposta aumentada a um 
estímulo que normalmente é doloroso
Alodinia: dor resultante de um estímulo que 
normalmente não provoca dor
Hipoalgesia: dor diminuída em resposta a um 
estímulo normalmente doloroso 
Parestesia: sensação anormal, espontânea ou 
provocada 
Anestesia: perda completa de sentido ou 
sensação, especialmente dor. 
Princípio 7
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
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106
As principais dores orofaciais tratadas pelos dentistas podem ser agrupadas em quatro grupos: 
Princípio 7
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
Sensibilidade dentinária / 
dor do colo dentinário 
Pulpite 
Necrose da polpa 
 Periodontite 
Pericoronarite 
Fraturas dentárias
DORES ODONTOGÊNICAS
D O R E S N Ã O 
ODONTOGÊNICAS
Dor facial idiopática 
persistente 

Odontalgia da mucosa 
nasal ou sinusal 
Odontalgia de origem 
muscular Odontalgiacardíaca 
Dores articulares 
Dores neuropáticas 
D O R E S D E 
TECIDOS MOLES
DORES PÓS- CIRÚRGICAS 
1 2
3 4
Câncer de boca 
Herpes simples e herpes-
z ó s t e r S í n d r o m e d a 
Ardência Bucal. 
Úlceras traumáticas da 
mucosa oral 
A fta – ú lcera a ftosa 
recorrente
Pós-trauma 
Pós-cirúrgica(Exodontia, 
implantes, ortognaticas) 
Pós-endodontia 
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107
O desequilíbrio da desoclusão está relacionada diretamente com 
várias dores de origem odontogênica e uma influência menor 
nas dores miogênicas, como explicamos no capítulo 6 as suas 
consequências. Por muito tempo “dor orofacial” foi sinônimo de 
DTM, hoje em dia já há uma dissociação dos termos. As DTMs 
podem ser definidas como um conjunto de condições dolorosas 
e/ou disfuncionais, que envolvem os músculos da mastigação e/
ou as ATMs. 
Historicamente as causas das DTMs foram atribuídas ao 
desequilíbrio da desoclusão, interferências oclusais e 
parafunções, com potencial agravante do estresse psicológico. 
Atualmente é aceito que a causa das DTMs é multifatorial, 
envolvendo fatores iniciadores e fatores perpetuantes, que 
podem ser totalmente distintos. 
Princípio 7
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
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108
Eventos de origem local, sistêmica ou psicológica podem 
inf luenciar no funcionamento normal do s is tema 
estomatognático. Quando um evento ultrapassa a tolerância 
estrutural, as estruturas menos tolerantes como os músculos, as 
ATMs, as estruturas de suporte e os dentes começam a apresentar 
alteração estrutural/funcional e quadros de dor. 
No geral existe ausência de evidências que suportam a influência 
de uma desoclusão desequilibrada, interferências oclusais e 
parafunções como causas das DTMs, bem como o ajuste oclusal 
como tratamento efetivo. O importante é realizar um diagnóstico 
efetivo para um tratamento adequado para cada caso de dor. 
Princípio 7
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
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109
Anamnese: perguntas fundamentais no diagnóstico da dor 
1.Quando iniciou a dor? 
2.Houve queda, acidente automobilístico, esporte de impacto, etc? 
3.Onde dói? 
4.Quanto dói? (Utilizar a escala visual analógica). 
5.Como dói (choque, latejante, pulsátil, pontada, ardência, 
queimação, aperto)? 
6.Quando dói? 
7.Por quanto tempo dói? (Dor contínua, recorrente, intermitente) 
8.A dor se espalha? Para onde? 
9.Existem outros sintomas que acompanham a dor? 
10.O que melhora a dor? 
11.O que piora a dor? 
12.Já realizou tratamento para dor? 
13.Faz uso de medicação? Em que dose? 
14.Sentiu melhora com o uso da medicação? 
Princípio 7
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
DIAGNÓSTICO DA DOR 
Um bom diagnóstico deve compreender uma 
anamnese detalhada, avaliação clínica intra e extra-
oral e utilização de exames complementares. 
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110Princípio 7
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
•Avaliação Clínica: 
1.Observar grau de abertura bucal: normal de 40 mm a 55 
mm 
2.Observar movimentos excursivos de pelo menos 7 mm 
3.Observar a trajetória de abertura e de fechamento da 
mandíbula. A mandíbula sempre desvia para o lado afetado 
4.Inspecionar a cavidade oral 
5.Palpar os músculos masseteres e temporais. Verificar a 
presença de pontos gatilhos miofasciais 
6.Observar se há assimetria facial 
7.Auscultar a ATM e verificar ruídos articulares, tais como 
estalidos e crepitações sugestivos de alterações 
intracapsulares. 
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111Princípio 7
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?
•Exames Complementares: 
1.Ressonância magnética: Utilizado para observar tecidos 
moles, presença de conflitos neurovasculares trigeminais, 
lesões expansivas do segmento cefálico, deslocamento de 
disco articular da ATM, derrame intra-articular de ATM etc. 
2.Radiografia panorâmica: Permite uma avaliação inicial a 
fim de descartar achados óbvios que possam ser fonte de 
dor orofacial. 
3.Tomografia computadorizada: Permite verificar tecidos 
duros, trincas e fraturas dentárias, canal radicular não 
tratado, reabsorções radiculares, processos degenerativos 
ósseos, e iatrogenias 
4.Exames Sanguíneos: Permite avaliar alterações sistêmicas 
que possam deflagrar quadros inflamatórios, metabólicos, 
hormonais e nutricionais que podem refletir em dores 
orofaciais. 
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0
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Tratamento Das Desordens Temporomandibulares e Oclusão– 7ª edição. 
Jeffrey P. Okeson. Editora Elsevier, 2013. 
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03
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05
06
07
00
Anatomia Craniofacial Aplicada À Odontologia - Abordagem Fundamental e 
Clínica – 2ª edição. Marcelle Alvarez Rossi. Editora Santos, 2017 
Anatomia Aplicada a Odontologia – 2ª edição. Peter Reher, Lucilia Maria de 
Souza Texeira, Vanessa Goulart Sampaio Reher. Editora Guanabara Koogan, 
2008 
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Referências
Continue o seu estudo com as seguintes leituras
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