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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TRIÂNGULO MINEIRO Curso de Tecnologia em Processos Químicos Disciplina: Ciência dos Alimentos Professor: Flávio Caldeira Relatório de aula prática: Reações Enzimáticas e Não Enzimáticas em Alimentos Roger Victor Batista da Silva Marcelo José da Silva Jeferson de Souza Lermen Damião Danilo Gonçalves Barbosa Bruno Gonçalves Barbosa Ituiutaba-MG Abril/2018 2 ROGER VICTOR BATISTA DA SILVA MARCELO JOSÉ DA SILVA JEFERSON DE SOUZA LERMEN DAMIÃO DANILO GONÇALVES BARBOSA BRUNO GONÇALVES BARBOSA Relatório de aula prática: Reações Enzimáticas e Não Enzimáticas em Alimentos Relatório de aula pratica apresentado à disciplina de Ciência de Alimentos do Curso de Tecnologia em Processos Químicos, do Instituto Tecnológico Federal do Triangulo Mineiro – Campus Ituiutaba. Prof. Flávio Caldeira Ituiutaba-MG Abril/2018 3 1. Objetivos Observar os efeitos do pH, da temperatura e da exposição atmosférica nos fenômenos de escurecimento de tecidos vegetais. 2. Introdução Nos alimentos, a cor é um dos atributos que mais chamam a atenção do consumidor, que alega que a cor seja julgada como a qualidade do produto. Quando uma fruta ou vegetal é amassada, cortada ou triturada, logo ela se torna escura. Esse escurecimento no alimento é causado pela reação catalisadora de uma enzima conhecida por polifenol oxidase (PPO). A ação da enzima traz como consequência perdas econômicas, diminuição da qualidade nutritiva da fruta ou verdura, alteração no sabor e a aparência escura. No tecido vegetal, as reações enzimáticas ocorrem quando há uma ruptura da célula e a reação não é controlada. A enzima polifenolixidase (PPO) também é denominada por: tirosinase, polifenolase, catecol oxidase e catecolase. A enzima ocorre também em mamíferos e crustáceos. As principais enzimas responsáveis pelo escurecimento enzimático são as fenolases, polifenolases e polifenoloxidases. Estas possuem como grupo prostético o cobre e englobam um numero de fenolases. Para que ocorra o escurecimento enzimático, é necessário que haja a presença de oxigênio, substrato e da enzima, portanto, para controlar a reação do escurecimento enzimático, basta alterar um desses fatores, ou seja, impedindo que um dos fatores seja impedido de participar da reação, como a remoção do oxigênio ou a inibição da enzima empregando agentes químicos ou temperatura, não havendo oxidação. Seguindo o conceito oposto aplicado ao escurecimento enzimático, o escurecimento não enzimático é conceituado através de reações que envolvem açúcares ou compostos relacionados com os açúcares, resultando em uma descoloração provocada por carbonilas que formaram pigmentos denominados de melanoidinas. Portanto as reações de escurecimento não enzimáticos em alimentos, ocorrem através do aquecimento e armazenamento em que são submetidas, podendo ser divididas em três mecanismos com por exemplo o de Meillard, oxidação de vitamina C e por caramelização. As melonaoidinas formadas após o escurecimento não enzimático, provocam perdas 4 significativas na aparência dos alimentos, sabor e aroma, além de alguns tipos de aminoácidos como a lisina, arginina, histidina e triptofano. 3. Material e Métodos A realização da aula prática foi dividida em 02(dois) procedimentos e os mesmos divididos em partes A, B, C e D. Para a realização dos procedimentos foram utilizados: Materiais: Tubos de ensaio, suportes para tubos de ensaio, beques de 50mL, 250mL e 500mL, chapa de aquecimento elétrica, bico de Bunsen, chapa de amianto, proveta de 10mL, pipeta graduada de 5mL, funil de vidro, papel filtro, papel toalha, conta gotas, gelo, almofariz e pistilo (macerador), liquidificador, centrifuga, banho-maria, faca inox, maças e batatas. Reagentes: - Solução Tampão: pH= 4,0, pH= 6,0 e pH= 8,0 - Soluções: Catecol 1,0%, Ác. Cítrico 0,1%, Ác. Ascórbico 0,1% e Ác. Acético 0,1% e 1,0% - Bissulfito de sódio e Ácido Ascórbico - Fluoreto de sódio 0,05M - Solução de monoglutamato de sódio (30,0%) - Hidróxido de sódio 2,0N - Solução de Glucose, sacarose e frutose (25,0%) No primeiro momento foi realizado o procedimento 1 no qual foi descascada uma maçã e extraída a parte central da mesma levando ao liquidificador e homogeneizada com 250mL de água gelada. Após homogeneizada o concentrado de maçã foi filtrado e mantido em béquer com gelo. Com o filtrado de maçã pronto deram inicios aos procedimento seguintes: Parte A – Foram pegos três tubos de ensaio e numerados em Tubo A-1, Tubo A-2 e Tubo A-3. No Tubo A-1 foi adicionado 1,0mL de solução tampão pH=6,0 mais 10 gotas de solução de catecol e mais 5,0mL de filtrado de maçã, colocando o tubo em banho- maria por 10 minutos. No Tubo A-2 foi adicionado as mesmas soluções nas mesmas concentrações e deixado o tubo num béquer com gelo. No Tubo A-3 foi adicionado 5 novamente as mesmas soluções com as mesmas concentrações e deixado o tubo em temperatura ambiente. Parte B – Foram pegos cinco tubos de ensaio e numerados em Tubo B-1, Tubo B-2, Tubo B-3, Tubo B-4 e Tubo B-5. No Tubo B-1 foi adicionado 5,0mL de água e mais 5,0mL de filtrado de maçã. No Tubo B-2 foi adicionado 5,0mL de solução tampão pH= 4 e mais 5,0mL do filtrado de maçã. No Tubo B-3 foi adicionado 5,0mL de solução tampão pH= 8 e mais 5,0mL do filtrado de maçã. No Tubo B-4 foi adicionado 5,0mg de NaHSO3 e mais 5,0mL do filtrado de maça. No Tubo B-5 foi adicionado 5,0mg de ácido ascórbico e mais 5,0mL do filtrado de maçã. Todos os tubos foram agitados e deixados em repouso por uma hora. Parte C – Foi uma batata, descascada, retirada 20,0 g da mesma e macerada no macerador com areia e 10mL de fluoreto de sódio 0,05 M, após maceramento foi filtrado para utilização do filtrado como fonte de PPO. Após obtenção do filtrado foram pegos cinco tubos de ensaio e numerados da seguinte forma, Tubo-1, Tubo-2, Tubo-3, Tubo-4 e Tubo-5. No Tubo-1 foi adicionado 2,0mL de Enzima (fonte de PPO) e 1,0mL de água, o Tubo-1 foi utilizado para controle. No Tubo-2 foi adicionado 20mL de Enzima e 1,0mL de catecol a 0,01 M. No Tubo-3 foi adicionado 1,0mL de Enzima, 1,0mL de água e 2,0mL de catecol a 0,01 M. No Tubo-4 foi adicionado 1,0mL de Enzima e 2,0mL de catecol a 0,01 M. No Tubo-5 foi adicionado 0,5mL de Enzima, 1,5mL de água e 1,0mL de catecol a 0,01 M. Após a preparação dos cinco tubos de ensaio os mesmos foram agitado, deixados de repouso por cinco minutos, novamente agitados e deixados de repouso por mais cinco minutos, este procedimento se repetiu por 30 minutos. Parte D – Foi pego cinco béqueres e identificados como; Béquer-1 Ácido ascórbico 0,1%, Béquer-2 Ácido cítrico 0,1%, Béquer-3 Ácido Acético 0,1%, Béquer-4 Ácido Acético 1,0%, Béquer-5 Água. Foi adicionada quantidade suficiente de cada solução em cada béquer para manter pedaços de amostra submersos. A amostra utilizada no procedimento foi partes de maça descascadas e cortadas em pequenas unidades, com o objetivo de caber nos béqueres com solução. Foi mergulhado em cada um dos béqueres, com o auxilio de uma pinça, um pedaço da amostra e deixado submerso em repouso por um minuto, após este tempo foram removidas as amostras e colocado sobre papel toalha e deixado ao ar livre, exceto a amostra do Béquer-5, o qualpermaneceu com a amostra 6 submersa. Como controle foram utilizados pedaços naturais de amostras ao ar livre. Foi observado as amostras após 5, 10, 20 e 30 minutos. Após finalizado todas as partes do procedimento 1, foi dado início as atividades do procedimento 2, que por sua vez também foi dividido em partes conforme demonstrado a seguir. Parte A – Foi pego 12 tubos de ensaio e em cada um dos tubos foram adicionados 2,0mL de solução de monoglutamato de sódio, 5,0mL de água e 2,0mL de glicose. Os tubos foram divididos em três grupos, A, B e C com quatro tubos cada grupo numerados de 1 a 4. Nos tubos do grupo A não foi adicionado nenhum reagente, servindo o mesmo como controle. Nos tubos do grupo B foi adicionado a cada tubo 0,05g de NaHSO3. Nos tubos do grupo C foi adicionado a cada tubo 0,5mL de NaOH 2N. Os tubos nº 1 de cada grupo foram deixados em temperatura ambiente, os demais tubos foram submetidos a aquecimento em banho-maria pelos respectivos tempos 15, 30 e 60 minutos, sendo retirados do aquecimento a cada tempo atingido. Parte B – Os procedimentos foram realizados por outro grupo de estudantes. Parte C – Os procedimentos foram realizados por outro grupo de estudantes. Parte D – Os tubos do procedimento 2 parte A foram levados ao espectrofotômetro e analisados com calibração padra inicial de 340nm. 4. Resultados e Discussões No Procedimento 1 Parte A, foi possível observar que o escurecimento do produto se dá mais rapidamente em altas temperaturas do que a baixas temperaturas, visto que o produto no tubo que foi aquecido escureceu de imediato, quanto que o produto com o tubo em gelo praticamente não houve escurecimento, assim como o tubo em temperatura ambiente não escureceu, por conta do efeito do catecol. O catecol tem o poder de conservar a coloração do produto em temperaturas ambientes, pois só escurece quando submetido a um aquecimento excessivo. No Procedimento 1 Parte B, foi possível constatar que a atividade da polifenoloxidase diminui em pH ácidos e básicos e tem sua atividade normal em pH neutro, ou seja para a neutralização da atividade da polifenoloxidase deve-se emergir o fruto em soluções ácidas ou alcalinas. No Procedimento 1 Parte C, foi possível observar que as substâncias que os produtos que continham catecol obtiveram um escurecimento uniforme após aquecimento 7 independente do tempo de aquecimento. Diferente dos com catecol os produtos com fenol após o aquecimento tiveram o aumento na quantidade de enzimas e um menor escurecimento. No Procedimento 1 Parte D, foi possível evidenciar a eficácia da aplicação dos ácido na conservação da fruta, visto que essas substâncias também desempenham outras funções como regulador de pH, atuando como tampão, evitando assim o processo de oxidação que ocorre na fruta quando exposta a ação do oxigênio presente no ambiente. Foi visível também que a água atua como uma substancia tampão, evitando o contato da fruta com o oxigênio presente na atmosfera, fazendo com que seu escurecimento de dê de forma mais lenta. No Procedimento 2 Parte A, tubos do grupo C, foi evidenciado que o aumento de temperatura influencia diretamente no aumenta do escurecimento do produto contendo glicose em meio básico, isso se dá devido o efeito potencializador da solução base no processo de caramelização da glicose em altas temperatura. Nos tubos do grupo B foi onde ocorreu o menor distúrbio de escurecimento entre os tubos, isso devido a presença de um acidulante que tem o poder de retardar o escurecimento da glicose em altas temperaturas assim como ocorre com os tubos do grupo A que também tem uma leve diferença no escurecimento devido as características neutras que se obteve no produto após a mistura. Observamos esse comportamento no gráfico abaixo. Grafico-1 – Presença de NaOH 2N no produto O Procedimento 2 nas Partes B e C foram realizados por outros grupos de estudantes. 8 5. Conclusão Ficou evidente os efeitos de soluções ácidas e básicas no efeito de impedir o escurecimento enzimático dos produtos, já escurecimento não enzimático as base não se mostraram eficazes para retardar esse escurecimento. É sempre necessário analisar quais compostos estão presentes na preparação dos produtos fins para termos uma melhor capacidade de verificar qual acidulante o é de melhor capacidade de neutralização da enzima responsável pelo escurecimento do produto. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MIZOBUTSI, Gisele Polete et al. Efeito do pH e da temperatura nas atividades da peroxidase e polifenoloxidase do pericarpo de lichia.Sci. agric. (Piracicaba, Braz.) [online]. 2010, vol.67, n.2, pp.213-217. ISSN 1678-992X. http://dx.doi.org/10.1590/S0103- 90162010000200013. VASCONCELOS, Margarida A. da Silva. Produção Alimentícia – Escurecimento não enzimáticos, https://www.quimicalimentar.com.br/escurecimento-nao-enzimatico-em- alimentos/. ARAÚJO, J.M.A. Escurecimento enzimático. In: Química de alimentos: teoria e prática. 3.ed. Viçosa: UFV, p. 287-303, 2004.
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