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[Modelo] Contestação à Reclamatória Trabalhista

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[Modelo] Contestação à 
Reclamatória Trabalhista 
Atualizada com o NCPC e a Reforma Trabalhista 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO 
TRABALHO DA __ VARA DO TRABALHO DE 
 
 
PROCESSO: RTOrd ____________________ 
 
 
"DEDOS DE MEL", já qualificada nos autos da 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA em epígrafe, que lhe move 
"DRACO MALFOY", também já qualificado nos autos, vem 
respeitosamente perante Vossa Excelência, através de seu 
advogado infra-assinado, que junta neste ato instrumento de 
procuração em anexo, com endereço profissional completo, 
para recebimento de notificações/intimações, apresentar sua 
CONTESTAÇÃO à exordial de ID ____________ e 
documentos, mediante os seguintes fatos e fundamentos: 
 
1. PRELIMINAR DE MÉRITO 
a. DA JUNTADA DA CONTESTAÇÃO E DOCUMENTOS 
EM SIGILO 
Em cumprimento ao disposto no art. 29 da Resolução 
136/2004 do Conselho Superior de Justiça do Trabalho, a 
parte Reclamada justifica que atribuiu sigilo à presente 
contestação e respectivos documentos em razão do disposto no 
art. 847 da Consolidação das Leis do Trabalho, parágrafo 
único, segundo o qual a parte poderá apresentar a defesa 
escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a 
audiência. 
Ademais, procede a parte Reclamada desta forma, com esteio 
no art. 28, § 4º da Resolução 185/2013 do Conselho Nacional 
de Justiça, que dispõe: 
“Nos casos em que o rito processual autorize a apresentação 
de resposta em audiência, faculta-se a sua juntada 
antecipada dos autos eletrônicos, juntamente com os 
documentos, hipótese em que permanecerão 
ocultos para a parte contrária, a critério do advogado 
peticionante, até a audiência”. (Grifo meu) 
Assim, informa a reclamada que é justificável a juntada da 
defesa e documentos de maneira sigilosa, o que se requer 
desde já. 
b. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO AO VALOR DA 
CAUSA OU AOS VALORES LÍQUIDOS INFORMADOS 
PARA CADA PEDIDO 
Sendo um requisito, após a lei 13.467/2017, a liquidação dos 
pedidos da reclamatória trabalhista, é evidente que eventual 
condenação de valores deve observar a limitação do cálculo 
efetuado. 
Ademais, o presente feito tramita no rito sumaríssimo, e por 
isso, é de suma importância que eventuais condenações sejam 
limitadas ao valor indicado em exordial. 
Vejamos precedentes: 
EMENTA. LIMITE DA CONDENAÇÃO. PROCEDIMENTO 
SUMARÍSSIMO. Em se tratando de procedimento 
sumaríssimo, os valores atribuídos ao pedido na petição 
inicial impõem limite à condenação e ao valor a ela arbitrado 
provisoriamente. Embargos acolhidos, no tópico, para 
retificar o valor arbitrado à condenação pelo acórdão. (TRT4 
- Acórdao do processo 0020483-10.2017.5.04.0102 (ROPS), 
Data: 12/04/2018, Órgão julgador: 4ª Turma, Redator: Ana 
Luiza Heineck Kruse) 
Portanto, em eventual caso de condenação, necessário que 
sejam limitados aos valores dispostos em exordial, como 
medida de JUSTIÇA, até mesmo porque a parte encontra-se 
devidamente representada por profissional capaz, que deve ter 
conhecimento não somente da lei, mas do necessário para 
liquidar as verbas que pleiteia. 
c. DA JUSTIÇA GRATUITA 
O reclamante requer o benefício da Justiça Gratuita alegando 
ser pobre na acepção jurídica do termo por não ter condições 
de arcar com o pagamento de eventuais custas processuais sem 
o prejuízo de seu sustento e de seus familiares, assumindo, ao 
final, total responsabilidade por tal declaração. 
Dispõe o art. 790, § 3º e § 4º da CLT: 
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes 
dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a 
requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, 
inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que 
perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta 
por cento) do limite máximo dos benefícios do 
Regime Geral de Previdência Social 
§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à 
parte que COMPROVAR insuficiência de 
recursos para o pagamento das custas do processo. 
Entretanto, a Reclamante não preenche os requisitos. 
Veja Excelência, que dos documentos carreados aos autos, não 
há prova trazida pelo reclamante, ônus que lhe competia 
segundo o art. 790, § 4º, de que a mesma necessite da justiça 
gratuita e/ou que receba salário igual ou inferior aos 40% do 
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência 
Social. 
Ademais, a parte realmente sem recursos para o pagamento de 
custas do processo, nos termos da Lei, jamais teria condições 
financeiras de arcar com advogado, devendo procurar auxílio 
no sindicato da sua categoria conforme decisão exarada pela 
Corte maior Trabalhista, in verbis: 
“A contratação de advogado particular é incompatível com a 
alegação de miserabilidade jurídica (TST, RO-MS 
153.674/94.1)”. 
Fica claro que na justiça laboral não basta a parte alegar ser 
pobre na forma da lei para receber o benefício da justiça 
gratuita, é preciso que essa não constitua patrono próprio, pois 
sua instituição faz presumir a não necessidade de uso de tal 
benefício. 
Ao declarar-se “pobre”, o trabalhador assumiu a 
responsabilidade nas formas da lei, devendo, portanto, com 
toda a certeza, ser responsabilizado por tal afirmativa, 
irresponsável, que demonstra total descaso e desconsideração 
com os propósitos sociais da esfera laboral do judiciário 
brasileiro. 
Dessa forma, improcede o pedido de assistência judiciária 
gratuita/justiça gratuita, em razão da argumentação aqui 
exposta. 
2. DA IMEDIATA APLICAÇÃO DA REFORMA 
TRABALHISTA 
Inicialmente insta consignar que a Lei 13.467/2017, que 
instituiu a Reforma Trabalhista, deve ter imediata aplicação 
nos contratos vigentes, conforme clara redação da LINB: 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e 
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido 
e a coisa julgada. (LINB) 
Assim, não obstante tratarmos de contratos firmados 
preteritamente à norma, são de trato sucessivo, submetendo-se 
de forma imediata ao novo regramento vigente. 
A doutrina ao avaliar o tema, destaca sobre a sua imediata 
aplicabilidade a partir da data de sua vigência: 
"(i) Quanto às regras de Direito Material do 
Trabalho, o início de sua aplicação deve ser 
considerado, de fato, em 11.11.2017, visto que não há 
qualquer ressalva legal ou regra de transição exposta na 
Lei 13.467/2017, aplicando-se normalmente o artigo 6º, 
caput, da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro 
(LINB)" (FREITAS, Cláudio Victor de Castro. A reforma 
trabalhista e o direito intertemporal. In Desafios da reforma 
trabalhista. Revista dos Tribunais, 2017. p. 43) 
Razão pela qual, as normas instituídas pela Lei 13.467/2017 
devem ter imediata aplicabilidade, em especial a aplicação de 
sucumbência, honorários sobre as parcelas improcedentes 
(Art. 791-A), e, sobre os honorários periciais (Art. 790-B CLT), 
conforme precedente sobre tema: 
HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFÍCIO DA GRATUIDADE 
DA JUSTIÇA. O deferimento do benefício da gratuidade 
da justiça não implica, por si só, a isenção dos 
honorários periciais. A responsabilização do sucumbente 
pelo pagamento dos honorários periciais não viola o art. 790-
B da CLT, a Portaria GP 443/2013 e a Súmula 457 do TST, 
pois cabe ao magistrado, conforme o caso, isentar a parte de 
algum ou de todos os atos processuais (inteligência dos §§ 2º 
e 5º, do art. 98, do NCPC). Medida que não fere o direito ao 
livre e amplo acesso à Justiça e conscientiza o postulante de 
que o direito de ação não pode ser exercido de forma 
irresponsável, desnudo de consequências. (TRT-12 - RO: 
00006521420145120019 SC 0000652-14.2014.5.12.0019, 
Relator: HELIO BASTIDA LOPES, SECRETARIA DA 3A 
TURMA, Data de Publicação: 16/11/2017) 
Nesse sentido é o entendimento da AGU ao orientar pela 
aplicaçãoimediata da Lei no parecer nº 
00248/2018/CONJUR-MTB/CGU/AGU: 
" 
aplicabilidade imediata da Lei 13.467/2017 a todos os 
contratos de trabalho vigentes, não modifica o fato de 
que esta referida lei é aplicável de forma geral, 
abrangente e imediata a todos os contratos de 
trabalho regidos pela CLT(Decreto-lei nº 5.542, de 1º de 
maio de 1943), inclusive, portanto, àqueles iniciados antes da 
vigência da referida lei e que continuaram em vigor após 
11/11/2017, quando passou a ser aplicável a Lei 13.467/2017." 
Razão pela qual, requer a aplicação imediata das normas 
instituídas pela Reforma Trabalhista. 
3. SÍNTESE FÁTICA 
O Reclamante alega ter sido contratado em 11/09/2017, tendo 
sido dispensado por justo motivo em 21/08/2018. 
Menciona que seu último salário fora de R$ 2.600,00 e que sua 
função era de Gerente. 
Aduz, ainda, que diversas normas trabalhistas foram 
desrespeitadas pela Reclamada, motivo pelo qual requer a 
condenação desta aos pedidos declinados em exordial. 
Contudo, a pretensão do Reclamante não merece prosperar nos 
termos como alegado em exordial, como se demonstrará no 
decorrer desta defesa, item por item. 
Assim, impugna-se em um todo a reclamatória trabalhista, 
demonstrando, na medida do possível, que os pedidos 
formulados pelo reclamante são improcedentes, o que se 
requer desde já. 
Ademais, quanto aos pleitos autorais, todos serão devidamente 
impugnados em tópicos específicos, motivo pelo qual requer 
sejam afastadas as alegações fáticas do obreiro, visto que este 
não se desincumbiu do seu ônus probatório, nos termos do 
art. 818, I, da CLT c/c art. 373, I, do NCPC. 
4. DOS FUNDAMENTOS DE MÉRITO 
a. DO PEDIDO DE REVERSÃO DA DISPENSA POR 
JUSTA CAUSA EM DISPENSA SEM JUSTA CAUSA - 
DESCABIMENTO 
Inicialmente, para rechaçar os argumentos informados pelo 
reclamante, é inverídica a afirmativa de que tenha havido lapso 
temporal que tornasse irrazoável a referida dispensa. 
Ademais, também destoa da verdade a alegação de que a 
demissão por justa causa tenha se dado por apenas duas 
advertências prévias. 
Conforme denota-se na documentação anexa, em 23/04/2018 
houve diversas advertências do franqueador em relação ao 
Reclamante. 
[IMAGEM DAS ADVERTÊNCIAS/SUSPENSÕES] 
Esclareça-se que o empregado, quando do exercício de suas 
funções, não se despe dos seus direitos personalíssimos, mas 
sujeita-se ao comando diretivo do empregador que, desde que 
não extrapole os limites do razoável e não imponham restrição 
ilícita às liberdades individuais, pode impor comandos e regras 
que deverão ser seguidas pelos seus empregados para o bom 
andamento das atividades. 
No presente caso, os requisitos à demissão por justa causa são 
perfeitamente observados, quais sejam: 
- Prova de Conduta Grave: Conforme documentos em 
anexo, percebeu-se atitudes de desídia por conta da ausência 
de zelo no desempenho de suas atividades, ao passo que não 
tomou conhecimento, ou ainda, se tomou, nada o fez para 
coibir os funcionários de efetuar retiradas do caixa da 
reclamada, conforme demonstrado na última advertência; 
Também, por conta do desleixo do Reclamante ao 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX; [AQUI 
COLOCAR AS CONDUTAS GRAVES] 
- Nexo da conduta com suas atividades: O reclamante, no 
desempenho de suas atividades, tinha o dever de zelar pelas 
mercadorias, assim como, pelo caixa. [AQUI LIGAR O FATO 
GRAVE COM AS FUNÇÕES DO RECLAMANTE] 
- Intencionalidade no ato: evidente que ao praticar os 
referidos atos de desídia, o reclamante tinha ciência de seus 
atos, seja por agir comissivo ou omissivo (este, especificamente 
no caso de não agir ao tomar conhecimento das retiradas do 
caixa da empresa). 
- Proporcionalidade da Penalidade: Evidente que as 
atitudes do reclamante não eram mais passíveis de mera 
advertência verbal e/ou escrita, pois o mesmo fora diversas 
vezes alertados sobre os sucessivos atos desidiosos, sendo que 
da última vez, em 20/08/2018, não houve mais alternativa à 
reclamada, senão a de tomar a IMEDIATA atitude de lhe dar 
conhecimento acerca de sua despedida pelos motivos já 
elencados, sendo proporcional a justa causa tal como se deu. 
- Imediatismo na punição: Nota-se que tão logo descobriu-
se estas atitudes de desídia (20/08/2018), a reclamada 
rescindiu por justa causa o contrato de trabalho do reclamante 
de forma imediata, ou seja, dia 21/08/2018, dando justa 
proporcionalidade aos autos por ele praticados. 
Deste modo, evidente que o reclamante não observou as regras 
da reclamada ao longo do seu contrato, praticando atos que 
iam de encontro aos interesses do seu empregador, se 
amoldando à hipótese prevista no art. 482, alínea e da CLT, 
autorizando a cominação da penalidade máxima, conforme 
precedentes sobre o tema: 
DESPEDIDA POR JUSTA CAUSA. A ruptura do contrato de 
trabalho por justa causa configura medida extrema adotada 
pelo empregador em relação à conduta faltosa do 
trabalhador. Comprovada a prática de ato que enquadre o 
empregado nas hipóteses previstas no artigo 482 da CLT, a 
rescisão por justa causa não comporta reversão. (TRT4, RO 
0020952-33.2016.5.04.0121, Relator (a): Gilberto Souza Dos 
Santos, 8ª Turma, Publicado em: 02/03/2018) 
DESPEDIDA POR JUSTA CAUSA. Caso em que o conjunto 
probatório comprova o ato imputado à reclamante para 
caracterizar a justa causa, de forma que, presentes todos os 
atributos indispensáveis para a aplicação da penalidade, 
comporta reforma a decisão de origem que deferiu o pedido 
da autora de reversão da justa causa. Recurso dos réus 
provido, no ponto. (TRT4, RO 0020353-17.2016.5.04.0373, 
Relator (a): Flavia Lorena Pacheco, 11ª Turma, Publicado 
em: 02/03/2018) 
RESCISÃO CONTRATUAL. JUSTA CAUSA. PROVA. 
PREJUÍZOS AO EMPREGADOR. CARACTERIZAÇÃO. 
Comprovados os fatos que caracterizam a falta grave do 
trabalhador, a ruptura contratual por justa causa encontra 
amparo na aplicação do artigo 482 da CLT. (TRT-15 - RO: 
00121154220165150069 0012115-42.2016.5.15.0069, Relator: 
LUIZ ANTONIO LAZARIM, 9ª Câmara, Data de Publicação: 
27/09/2018) 
Acerca da desídia, cabe ressaltar que age com desídia o 
empregado que no curso do contrato de trabalho, comete atos 
repetitivos que prejudicam a empresa e demonstram o 
desinteresse do empregado pelas suas funções. 
É o tipo de falta grave que, na maioria das vezes, 
consiste na repetição de pequenas faltas leves, que se 
vão acumulando até culminar na dispensa do 
empregado. 
Os elementos caracterizadores são o descumprimento pelo 
empregado de obrigações de maneira diligente e 
desrespeitando orientações da empresa. Podemos ter como 
exemplo, a pouca produção, os atrasos frequentes, as faltas 
injustificadas ao serviço, a produção imperfeita, abandono do 
local de trabalho durante a sua jornada, entre outros. 
Na presente defesa, a reclamada traz documentação 
contundente, que demonstra a correta aplicação da punição 
máxima ao reclamante, por conta de suas atitudes reiteradas 
de desídia nos últimos meses, tendo o mesmo sido 
corretamente advertido em diversas oportunidades. 
Portanto, praticado corretamente a justa causa no caso em 
apreço, requerendo-se a improcedência do pedido do 
reclamante. 
b. DAS ALEGADAS HORAS EXTRAS E INTERVALOS 
INTRAJORNADAS – CARGO DE CONFIANÇA 
O Reclamante, forçando muito toda a situação, falta com a 
verdade ao alegar que sua jornada era: 
• Entre 09/2017 e 05/2018, de domingo a domingo, das 10h00 
às 21h00, gozando apenas 30 minutos de intervalo 
intrajornada para refeição e/ou descanso. 
• Entre 06/2018 e 08/2018, de domingo a domingo, das 15h00 
às 00h40, gozando apenas 30 minutos de intervalo 
intrajornada para refeição e/ou descanso. 
Refere ainda que tinha folgas fixas às quartas-feiras e um 
domingo aomês. 
Ressalta-se nesse ponto, que o reclamante, durante o contrato 
de trabalho, exerceu a função de Gerente na loja da reclamada 
em que trabalhou, onde tinha a responsabilidade de controlar a 
performance e horário de trabalho dos funcionários, bem como 
o desempenho da mesma. Não existem dúvidas de que o 
Reclamante exercia cargo de confiança, posto que o 
art. 62, II da CLTcita que os cargos de gerência são 
considerados de confiança, excluindo o trabalhador de registar 
seu ponto. 
Exercendo as funções de supervisão não tinha sua jornada de 
trabalho controlada, podendo ausentar-se por motivos 
particulares, da mesma forma, tinha liberdade para iniciar seu 
expediente mais tarde ou encerrá-lo antes do horário, se assim 
desejasse. Não é necessária a apresentação de provas de que 
seus horários eram os citados e que seu intervalo durava 
apenas 15 minutos e 30 minutos. 
Ressalta-se que a empresa reclamada segue as regras de 
funcionários gerentes, estes não tendo horário definido, em 
conformidade com o art. 224, § 2º da CLT. 
A Jurisprudência traz um Recurso em um caso símil a este, 
horas extras não necessitam de provas: 
RECURSO DA RECLAMADA. HORAS EXTRAS. CARGO DE 
CONFIANÇA. A prova produzida demonstra que as tarefas 
exercidas pelo reclamante não exigiam especial fidúcia. Para 
que esteja enquadrado na exceção prevista no artigo 62, 
inciso II, da CLT, deve haver uma diferenciação na fidúcia 
atribuída entre o cargo de chefia e os dos demais empregados, 
que afaste o elemento formalista da mera nomenclatura e 
pagamento de gratificação, o que não havia. Provimento 
negado. (TRT-4 - RO: 00212440920165040512, Data de 
Julgamento: 09/03/2018, 8ª Turma) 
Além do que, o reclamante refere que recebia R$ 2.600,00 
mensais, o que supera em mais de 100% o piso da categoria, 
mencionado na cláusula 5ª da CCT. 
c. DOS SUPOSTOS DANOS MORAIS 
Verifica-se que os argumentos já apresentados levam à 
improcedência do pedido de dano moral. Reitera-se: a 
Reclamada não causou direta ou indiretamente qualquer dano 
moral ao reclamante, sendo, portanto, indevida a indenização 
que pretende. 
De qualquer sorte, na inicial há apenas o pedido indenizatório, 
sem haver singular prova de algum DANO MORAL, seja no 
âmbito familiar, profissional ou social, o que não apenas 
cerceia o direito de defesa da empresa como também 
impossibilita a concessão da indenização. 
Com relação aos danos morais, segundo leciona Yussef Said 
Cahali: 
Parece mais razoável, assim, caracterizar o dano moral pelos 
seus próprios elementos; portanto, “como a privação ou 
diminuição daqueles bens que têm um valor precípuo na vida 
do homem e que são a paz, a tranqüilidade de espírito, a 
liberdade individual, a integridade individual, a integridade 
física, a honra e os demais sagrados afetos”; classificando-se, 
desse modo, em dano que afeta a “parte social do patrimônio 
moral” (honra, reputação etc.) e dano que molesta a “parte 
efetiva do patrimônio moral” (dor, tristeza, saudade etc.); 
dano moral que provoca direta ou indiretamente dano 
patrimonial (cicatriz deformante etc.) e dano moral puro 
(dor, tristeza, etc.). 
Não há campo para dúvidas - conforme a definição acima, 
verifica-se que a situação narrada pelo reclamante sequer se 
enquadra no conceito de dano moral. 
Corroborando com o exposto, temos os seguintes precedentes 
do TRT4, senão vejamos: 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Se a reclamante não 
produz prova dos fatos ensejadores do abalo moral 
alegadamente suportado, ônus que lhe incumbia, não há falar 
em acolhimento do pedido de indenização por dano moral. 
Recurso da reclamante a que se nega provimento, quanto ao 
tópico. (TRT-4 - RO: 00005845120145040451 RS 0000584-
51.2014.5.04.0451, Relator: Laís Helena Jaeger Nicotti, Data 
de Julgamento: 17/02/2016, 1a. Turma) 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. É indevida a 
reparação por danos morais, quando ausente prova 
suficientemente robusta a demonstrar ato ilícito praticado 
pelo empregador, a ponto de causar dano aos direitos de 
personalidade do reclamante. No caso concreto, a reclamante 
não se desincumbiu do ônus de comprovar ofensas por parte 
de seu superior hierárquico. (TRT-4 - RO: 
00014696220125040022 RS 0001469-62.2012.5.04.0022, 
Relator: JOÃO BATISTA DE MATOS DANDA, Data de 
Julgamento: 10/04/2014, 22ª Vara do Trabalho de Porto 
Alegre) 
Ademais, o dano moral in re ipsa, é aquele que demonstrada a 
ofensa, o abalo moral é presumido. Ou seja, neste ponto a 
razão se coloca ao lado daqueles que entendem que o dano 
moral está ínsito na própria ofensa, e decorre da gravidade do 
ilícito em si. Se a ofensa é grave e de repercussão, por si só 
justifica a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao 
lesado. Em outras palavras, o dano moral existe in re ipsa, 
deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo 
que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano 
moral à guisa de uma presunção natural, uma 
presunção hominis ou facti, que decorre das regras da 
experiência comum. 
No caso concreto, nenhum dos danos morais alegados 
não se encontram materializados. 
Consoante doutrina, não é qualquer dissabor que enseja o 
pagamento de indenização por dano moral. 
Outrossim, mesmo que se houvesse indenizações morais no 
caso concreto, necessário ressaltar-se que tais danos deverão 
serem deferidos de forma gradual, de acordo com a dimensão e 
parâmetros do caso em concreto. 
Assim, mesmo restando totalmente demonstrada a 
improcedência de tal pedido, requer-se que a quantificação de 
eventual indenização esteja adequada à realidade, não gerando 
enriquecimento sem causa, vedado pelo art. 884 do Código 
Civil. 
Daí a necessidade de ser transcrito o entendimento dos autores 
Sebastião Luiz Amorim e José de Oliveira: 
(...) Pela ofensa a tais direitos, notadamente os sem cunho 
patrimonial, bens jurídicos mais valiosos que os integrantes 
do patrimônio, deve-se receber uma soma que compense a dor 
e o sofrimento, a ser arbitrada pelo juiz, atendendo às 
circunstâncias de cada caso, sem perder de vista as posses do 
ofensor e a situação pessoal do ofendido. (grifamos) 
Diante o exposto, evidente que a Reclamada não deverá ser 
condenada em danos morais, tendo em vista a ausência de 
prova do real dano moral do presente feito e, alternativamente, 
caso Vossa Excelência entenda ser devido danos morais, que 
estes sejam arbitrados em valor justo e condizente com o caso 
em apreço, dentro da razoablidade, a fim de evitar 
enriquecimento sem causa ao Reclamante, enfim, pelos fatos 
acima descritos. 
Assim, caso Vossa Excelência entenda haver algum dano 
passível de ser indenizado, requer seja limitado ao previsto em 
lei, na CLT. 
Com a reforma trabalhista, a Lei 13.467/2017 passou a 
prever o dano extrapatrimonial decorrentes da 
relação de trabalho (art. 223-A), sendo que o que 
causa este dano é a ação ou omissão que ofenda a 
esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica 
(art. 223-B), sendo cediço que um dos bens tutelados 
inerentes a pessoa natural é a sua saúde[1], nos 
termos do art. 223-C da CLT, sabendo-se que a 
indenização extrapatrimonial aqui requerida não 
exclui a material (art. 223-F). 
Para aferição dos danos extrapatrimoniais, o juiz 
considerará: 
Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
I - a natureza do bem jurídico tutelado; (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação; (Incluído 
pela Lei nº 13.467, de 2017) 
III - a possibilidade de superação física ou psicológica; 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão; 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa; (Incluído 
pela Lei nº 13.467, de 2017) 
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo 
moral; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
VII - o grau de dolo ou culpa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 
2017) 
VIII - a ocorrência de retratação espontânea; (Incluído pela 
Lei nº 13.467, de 2017) 
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa; (Incluído pela 
Lei nº 13.467, de 2017) 
X - o perdão, tácito ou expresso; (Incluído pela Lei nº 13.467, 
de 2017) 
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas; 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
XII - o grau de publicidade da ofensa. (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
Sendo que ao analisar os elementos acima citados, 
deverá o juiz atribuir grau de ofensa e com isso, 
atribuir limite para a condenação, senão vejamos: 
§ 1o Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a 
indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos 
seguintes parâmetros, vedada a acumulação: (Incluído pela 
Lei nº 13.467, de 2017) 
I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário 
contratual do ofendido; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário 
contratual do ofendido; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário 
contratual do ofendido; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o 
último salário contratual do ofendido. 
Assim sendo, a Reclamada não merece ser condenada a 
patamar superior ofensa de natureza leve, ou seja, requer seja 
limitada a condenação em, NO MÁXIMO, uma vez o valor do 
salário do reclamante, que corresponde a R$ 2.600,00. 
d. DOS DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS 
Ainda, convém, destacar, caso seja condenada em algum valor, 
a reclamada requer seja autorizado os cabíveis descontos 
previdenciários e fiscais. Não há que se falar em indenização 
vez que em decorrência de Lei. 
Não há porque a reclamada ser condenada a arcar por inteiro 
com as despesas de descontos previdenciários e fiscais. O 
desconto é previsto em Lei e não há razão para que não ocorra. 
Neste sentido já é pacífico o entendimento de nossos 
tribunais[2] no sentido de que das sentenças condenatórias 
deverá constar a autorização para que sejam efetuados os 
descontos fiscais e previdenciários cabíveis. 
Neste sentido foi editado pelo Corregedor Geral da Justiça do 
Trabalho, Ministro Almir Pazzianotto Pinto, o provimento de 
nº 1 de 05.12.1996, onde tal entendimento é expendido de 
forma expressa como orientação aos nossos julgadores, como 
veremos: 
Art. 1º - “Cabe, unicamente, ao empregador calcular, deduzir 
e recolher ao Tesouro Nacional o Imposto de Renda relativo 
as importâncias pagas a reclamante por força de liquidação 
de sentenças trabalhistas.” 
Cita ainda, o artigo 2º do referido provimento, o artigo 46 da 
Lei 8.541/92, o qual transcrevemos: 
"O Imposto sobre a Renda incidente sobre os rendimentos 
pagos em cumprimento de decisão judicial será retido na 
fonte pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento, 
no momento em que, por qualquer forma, o rendimento se 
torne disponível para o beneficiário. § 1º. Fica dispensada a 
soma dos rendimentos pagos no mês, para a aplicação da 
alíquota correspondente nos casos de: I - juros e indenizações 
por lucros cessantes; II - honorários advocatícios; III - 
remuneração pela prestação de serviços de engenheiro, 
médico, contador, leiloeiro, perito, assistente técnico, 
avaliador, síndico, testamenteiro e liquidante. § 2º. Quando se 
tratar de rendimento sujeito a aplicação da tabela 
progressiva, deverá ser utilizada a tabela vigente no mês de 
pagamento." 
Portanto, o obrigado ao recolhimento do Imposto de Renda 
sobre rendimentos oriundos de sua remuneração é, sem 
dúvida, o empregado, que é quem a recebe. Da mesma forma 
se opera com as contribuições previdenciárias, por serem de 
natureza semelhante. 
A respeito, além das disposições da legislação específica, o art. 
3º do Provimento supra citado, dispõe que: 
“Compete ao juiz da execução determinar as medidas 
necessárias ao cálculo, dedução e recolhimento das 
contribuições devidas pelo empregado ao Instituto Nacional 
de Seguro Social, em razão de parcelas que lhe vierem a ser 
pagas por força de decisão proferida em reclamação 
trabalhista (art. 43 da Lei 8.212/91, com a redação dada pela 
Lei 8.620/93).“ 
No mesmo sentido tem decidido os Tribunais: 
TST - "Cabe dedução das contribuições previdenciárias das 
parcelas de natureza salarial constante da condenação , 
ainda que não consignada , expressamente, tal 
determinação". (TST AI-7401/88, AC 1ª T- 1808/89, 16.05.89, 
Relator Juiz José Luiz Vasconcelos , LTR V. 53, n. 9 - set/89) 
TRT- 4ª Região - "Descontos fiscais. Cabe ao Cartório do 
Juízo realizar a retenção e o recolhimento do imposto de 
renda na fonte, incidente sobre os valores sujeitos à 
tributações pagas ou trabalhadas por força de decisão 
judicial." (Acórdão 932/89 - TRT 4ª Região, Rel. Flávio 
Portinho Sirângelo) 
Frisamos, na verdade, tal entendimento resulta do fato de que 
as normas tributárias e fiscais-previdenciárias incidentes na 
espécie criam obrigações onde, a luz da lei, encontra-se como 
sujeito passivo a figura do empregado que é quem, 
logicamente, deve arcar com os ônus do adimplemento dos 
mesmos, uma vez que, segundo a sistemática fiscal pátria, não 
é possível a substituição daquele que, na forma da lei, está 
adstrito ao cumprimento da obrigação tributária. Diante do 
exposto, requer sejam autorizados os descontos 
previdenciários e fiscais cabíveis. 
e. DA COMPENSAÇÃO 
No caso de eventual condenação, todavia, o que se admite 
apenas para argumentar, requer a Reclamada a compensação 
ou dedução de todos os valores já pagos como contraprestação 
aos serviços do reclamante. O artigo 767 da Consolidação das 
Leis do Trabalho fundamenta tal requerimento, pois, caso por 
absurdo seja condenada a Reclamada, esta requer a 
compensação de todos os valores recebidos pelo reclamante, 
bem como seja limitada a eventual condenação aos efetivos 
períodos de trabalho constantes dessa contestação. 
Por justificável cautela requer a reclamada a compensação de 
todos os valores pagos pela reclamada ao suplicante, eis que 
em admitindo-se o contrário estar-se-ia oportunizando o 
locupletamento sem causa do autor, o que certamente não será 
chancelado por este MM. Juízo. 
f. DOS JUROS E CORREÇÃO 
Os juros e correção deverão incidir apenas após o trânsito em 
julgado da demanda, pois inexiste mora até o presente 
momento. 
Quanto aos juros, deve ser observado o disposto na Lei 8.177, 
de 01/03/91 (1% ao mês, de forma simples). 
No que se refere à correção monetária, é de se destacar que o 
índice a ser adotado deve respeitar o mês subsequente, e não o 
da competência, na medida em que devem ser observados os 
ditames do art. 459 da CLT e o que dispõe a Lei 8.177/91. 
Deve-se ainda usar a TR como indexador monetário. 
Saliente-se, inclusive, que a recente Orientação 
Jurisprudencial nº 124 da Colenda 1a Seção de Dissídios 
Individuais do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho vem 
corroborar a tese ora defendida, tendo sido convertida no 
Enunciado 381 do Tribunal Superior do Trabalho. 
5. DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ 
Da simples leitura da exordial apresentada, em cotejo com os 
fatos e fundamentos expostos pela reclamada na presente 
defesa, tem-se claro que o reclamante se valeu de afirmativas 
dissonantes com a realidade dos fatos, especialmente quanto 
às alegações lançadas para “fundamentar” seus pedidos. 
Ressalta-se que alegações indevidas,infrutíferas e sem 
nenhum respaldo jurídico ou embasada por documentação 
hábil comprobatória, apenas tratando-se de alegações vãs, 
aleatoriamente formuladas com intuito de macular a ilibada 
honra da parte que pleiteia judicialmente apenas a percepção 
daquilo que lhe é devido, configura a denominada litigância de 
má-fé. 
Em linha de princípio, ao definir má-fé De Plácido e Silva 
assim pontua: 
“a expressão derivada do baixo latim malefacius [que tem 
mau destino ou má sorte], empregada na terminologia 
jurídica para exprimir tudo que se faz com entendimento da 
maldade ou do mali que nele se contém. A má-fé, pois, decorre 
do conhecimento do mal, que se encerra no ato executado, ou 
do vício contido na coisa, que ser quer mostrar como perfeita, 
sabendo-se que não o é [...] A má-fé opõe-se à boa-fé, 
indicativa dos atos que se praticam sem maldade ou 
contravenção aos preceitos legais. Ao contrário, o que se faz 
contra a lei, sem justa causa, sem fundamento legal, com 
ciência disso, é feito de má-fé”. 
Para Rui Stoco a má-fé: “Decorre do conhecimento do mal, que 
se encerra no ato executado, ou do vício contido na coisa, que 
se quer passar como perfeita, sabendo-se que não o é”. 
Neste sentido, corroborando com o requerido pela Reclamada, 
é o jurisprudencial do TST, conforme ementa que segue: 
MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. ALTERAÇÃO DA 
VERDADE DOS FATOS. Correta a decisão mediante a qual, 
diante de circunstâncias de fato indicativas do manifesto 
propósito da parte de induzir o juiz a erro, alterando a 
verdade dos fatos, se impõe penalidade por litigância de má-
fé. Não há falar, em tais circunstâncias, em violação do 
princípio assecuratório do contraditório e da ampla defesa, 
uma vez que dele não se extrai salvaguarda à parte que deixa 
de atentar para a obrigação de proceder com boa-fé no 
processo. Ileso, portanto, o artigo 5º, LV, da Constituição da 
República. Recurso de revista não conhecido. […] Recurso de 
revista não conhecido. (TST - RR: 223007320035150109 
22300-73.2003.5.15.0109, Relator: Lelio Bentes Corrêa, Data 
de Julgamento: 15/06/2011, 1ª Turma, Data de Publicação: 
DEJT 24/06/2011) (grifo meu) 
Da análise da conduta do reclamante, tem-se que o mesmo 
deve ser condenado nas penas por litigante de má-fé. 
A reforma trabalhista trouxe à baila o art. 791-A, § 4º: 
Art. 791-A. § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, 
desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro 
processo, créditos capazes de suportar a despesa, as 
obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob 
condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser 
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em 
julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que 
deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que 
justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado 
esse prazo, tais obrigações do beneficiário. 
A leitura que se faz do preceito contido no art. 791-A, § 4º não 
é de inconstitucionalidade, mas sim no sentido de ser 
necessário que o juiz seja provocado pela parte interessada no 
momento oportuno para que se retire o benefício da justiça 
gratuita concedido ao autor. 
Complementando o entendimento acima, temos que a reforma 
trabalhista trouxe quem são os litigantes de má-fé, senão 
vejamos: 
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou 
fato incontroverso; 
II – alterar a verdade dos fatos; 
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV – opuser resistência injusti ͅcada ao andamento do 
processo; 
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato 
do processo; 
VI – provocar incidente manifestamente infundado; 
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente 
protelatório. 
Assim, aquele que se enquadrar em um dos incisos acima, 
deverá responder as penas de litigância previstas no art. 793-
C da CLT, senão vejamos o dispositivo citado: 
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o 
litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 
1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor 
corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos 
prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários 
advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 
Sendo assim, requer seja o Reclamante reputado como 
demandante de má-fé, condenando-a ao pagamento de multa 
no percentual de 10% do valor corrigido da causa, indenização, 
honorários e custas, em conformidade com o art. 793-C, II, 
da CLT. 
6. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
Cediço que, com a nova redação da CLT, em razão da Reforma 
Trabalhista, passou-se a prever a possibilidade de honorários 
advocatícios em favor dos advogados de ambas as partes. 
Vejamos: 
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, 
serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o 
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze 
por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da 
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. (Incluído pela 
Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a 
Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida 
ou substituída pelo sindicato de sua categoria. (Incluído pela 
Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará: (Incluído pela 
Lei nº 13.467, de 2017) 
I - o grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467, 
de 2017) 
II - o lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
III - a natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei 
nº 13.467, de 2017) 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido 
para o seu serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará 
honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação 
entre os honorários. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não 
tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos 
capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de 
sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de 
exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois 
anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as 
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a 
situação de insuficiência de recursos que justificou a 
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, 
tais obrigações do beneficiário. (Incluído pela Lei nº 13.467, 
de 2017) 
§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
Assim, em razão do trabalho do procurador da parte Autor, 
necessário que, diante os aspectos do presente caso, sejam 
fixados apenas 5% sobre o valor que resultar da liquidação da 
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, pois o grau de 
zelo foi pequeno, em virtude as falhas apontadas em 
preliminar, bem como pelo valor da causa não ser de grande 
monta, entre outras hipóteses à serem avaliadas por Vossa 
Excelência. 
Ademais, necessário que sejam aplicados também honorários 
sucumbenciais em favor deste patrono, devendo estes serem 
fixados em 15% sobre o valor que resultar da liquidação da 
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
Vale salienta que ainda que o trabalhador ganhe o benefício da 
Justiça Gratuita, a mesma não é capaz de afastar à incidência 
dos honorários sucumbenciais no caso em apreço.Caso a ação seja julgada parcialmente procedente, o que se 
admite somente em hipótese de defesa, resta atualmente 
previsto a impossibilidade de compensação sucumbencial o 
que desde já requer seja aplicado. 
7. DA CONCLUSÃO 
Diante o exposto, requer à Vossa Excelência: 
Diante o exposto, requer à Vossa Excelência: 
Acolhimento da preliminar de limitação da condenação ao 
valor da causa e/ou dos pedidos liquidados; 
Requer a aplicação imediata da Lei 13.467/2017 no caso em 
apreço. 
Xxxxxxxxxxx outras preliminares 
Requer seja julgada Improcedente a presente demanda, 
condenando o Reclamante ao pagamento das custas 
processuais; 
Protesta por todos os meios de prova em direito admitido, em 
especial depoimento pessoal do Reclamante e testemunhal; 
Impugna-se o pedido de Assistência Judiciária, eis que o 
Reclamante não cumpre com os requisitos legais para tal 
concessão; 
No que tange aos honorários advocatícios, requer sejam 
deferidos ao procurador do reclamante na importância de 5% 
sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do 
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, 
sobre o valor atualizado da causa. 
Ademais, necessário que sejam aplicados também honorários 
sucumbenciais em favor deste patrono, devendo estes serem 
fixados em 15% sobre o valor que resultar da liquidação da 
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
Requer ainda seja condenado o RECLAMANTE no pagamento 
de honorários sucumbenciais em razão da improcedência dos 
pedidos, tudo nos termos da legislação vigente. 
Caso a ação seja julgada parcialmente procedente, o que se 
admite somente em hipótese de defesa, resta atualmente 
previsto a impossibilidade de compensação sucumbencial o 
que desde já requer seja aplicado. 
A Reclamada, por cautela, requer caso seja deferida quaisquer 
verbas fiscais e previdenciárias, que as mesmas tenham 
autorização de descontos cabíveis consonância com o 
enunciado da Súmula nº 368 do TST. 
Alternativamente, caso seja deferido algum dos pedidos do 
Reclamante, postula seja deferida a compensação dos valores 
pagos ao mesmo título. 
Requer, ainda a condenação do trabalhador às penas de 
litigância de má-fé, condenando o trabalhador ao pagamento 
de multa no percentual de 10% do valor corrigido da causa, 
indenização, honorários e custas, em conformidade com o 
art. 793-C, II, da CLT. 
CIDADE, DATA 
 
 
ADVOGADO 
OAB/UF XXX.XXX

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