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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Instituto de Química Departamento de Físico-Química Laboratório de Físico-Química Experimental Experimento: Determinação da Energia de Ativação de uma Reação Química Professora: Cynthia Fraga Scofield Data de realização da prática: 03/04/2019 Data de entrega do relatório: 24/04/2019 Alunos: Eduardo Anastácio Mello Gustavo de Sousa Carvalho 1 Sumário 1. Introdução Teórica ............................................................................ 2 2. Objetivo............................................................................................. 3 3. Resultados e Discussão .................................................................... 3 4. Conclusão ......................................................................................... 5 5. Referência Bibliográfica .................................................................... 5 2 1. Introdução Teórica A Energia de ativação (Ea) é a energia necessária para a conversão dos reagentes em produtos, sendo a variação energética entre os reagentes e o complexo ativado da reação. Ao iniciar a reação, as partículas dos reagentes começam a colidir umas com as outras. Em outras palavras, é a energia mínima necessária que toda reação química deve ter para que as substâncias reajam e formem produtos. Assim sendo, a velocidade com que essas reações ocorrem está intimamente relacionada com a variação da temperatura, visto que quanto maior for a temperatura, maior será a quantidade de colisão efetivas entre as partículas. Outra forma de aumentar a velocidade de uma reação é com a utilização de um catalisador, já que ele diminui a energia de ativação, fazendo com que a reação ocorra mais rapidamente. A Figura 1 a seguir mostra a energia de ativação para uma reação exotérmica, onde “b” fica sendo a energia de ativação. Figura 1 : Energia de Ativação Em vista disso, no século passado, o Químico Sueco Svante August Arrhenius, estudando a velocidade das reações químicas, definiu a constante cinética, que varia de acordo com a temperatura. Importante destacar que a concentração foi mantida constante. 3 2. Objetivo O objetivo do experimento consiste em determinar a energia de ativação da reação de oxi-redução entre S2O82- e o I- através da variação de temperatura. 3. Resultados e Discussão Com o objetivo de verificar o valor da energia de ativação da reação entre persulfato e iodeto, promoveu-se a reação entre estes reagentes em diferentes temperaturas, observando-se as mudanças visuais de coloração durante uma variação de tempo. Esta é uma reação de oxi-redução (Equação 1), onde o iodeto de potássio é reduzido na presença de íons persulfato, que se oxidam. Conforme a reação a seguir: S2O8 −2 + 2I− ⇔ 2SO4 −2 + I2 Eq. (1) Como a reação foi feita na presença de excesso de iodeto, a reação é de primeira ordem em relação aos íons persulfato logo a concentração do persulfato (S2O8 −2) pode ser expressa em função do tempo (t) pela equação: ln[S2O8 −2]t = ln[S2O8 −2]0 − k . t Eq. (2) Onde [S2O8 −2]0 é a concentração inicial do persulfato e k é a constante cinética. Segundo Arrhenius: ln 𝑘 = ln 𝐴 − 𝐸𝑎 𝑅𝑇 𝐸𝑞. (3) Sendo: • A: fator de frequência; • Ea: energia de ativação; • R: constante dos gases ideais; • T: temperatura absoluta; 4 Após os ajustes algébricos necessários da equação empírica acima, obtém-se a Equação 4: 𝑑(log(𝑡)) 𝑑 ( 1 𝑇) = 𝐸𝑎 2,3𝑅 ∴ log(𝑡) = 𝐸𝑎 2,3𝑅 × 1 𝑇 𝐸𝑞. (4) Sendo o tempo t (s) e a temperatura T(K). De acordo com os dados obtidos no procedimento experimental conforme a Tabela 1 abaixo, as seguintes relações podem ser aplicadas para correlacioná-las com a equação de Arrhenius: Tabela 1 : Valores obtidos durante o experimento. Temperatura(°C) Temperatura (K) Tempo gasto (s) 1/T (K-1) Log t (s) 24 297 194 0,003367 2,287802 30 303 136 0,003300 2,133539 35 308 110 0,003247 2,041393 39 312 83 0,003205 1,919078 45 318 57 0,003145 1,755875 Fonte: Resultados obtidos experimentalmente. A partir dos valores experimentais da Tabela 1 acima, foi possível plotar o Gráfico 1 a seguir: Fonte: Resultados obtidos experimentalmente. y = 2362,2x - 5,6562 R² = 0,9927 0,000000 0,500000 1,000000 1,500000 2,000000 2,500000 0,003100 0,003150 0,003200 0,003250 0,003300 0,003350 0,003400 Lo g (t ) 1/T 1/T X Log (t) Gráfico 1: Cinética de reação influenciada pela variação de temperatura. 5 Sendo assim, obtemos a equação da reta: y = 2362,2x – 5,6562, onde o coeficiente angular da equação da reta de calibração é obtido através do gráfico acima. A constante dos gases ideais (R) equivale a 8,314 J.K-1.mol-1. 𝑐𝑜𝑒𝑓. 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 = 𝐸𝑎 2,3 × 𝑅 Substituindo os valores encontrados na equação acima, temos: 2362,2 = 𝐸𝑎 2,3 ×8,314 ∴ 𝐸𝑎 = 45170,46084 𝐽 𝑚𝑜𝑙 = 45,17 𝐾𝐽. 𝑚𝑜𝑙-1 Portanto, o valor encontrado para a Energia de ativação foi de 45,17 KJ/mol. 4. Conclusão Logo, observou-se facilmente que a constante cinética das reações foi diretamente influenciada pela variação da temperatura, numa relação inversamente proporcional, já que quanto maior fosse a temperatura, menor era o tempo de ocorrência da reação (tempo para chegar ao equilíbrio). Com a equação de Arrhenius, determinou-se o valor da energia de ativação, obtendo-se 45,17 KJ.mol-1 e coeficiente de correlação R2 = 0,9942. Embora seja difícil controlar algumas falhas, como a variação térmica do próprio ambiente (ainda que em baixa quantidade) e a observação do ponto de viragem para a mudança de cor no exato momento (erro humano), os resultados obtidos saíram de acordo com o esperado e o experimento ocorreu sem problemas, obtendo êxito em sua realização, já que ficou dentro dos resultados esperados. 5. Referência Bibliográfica XAVIER, F. R. Química Geral Experimental. QEX0002. Fatores que Influenciam a Velocidade de Reação Química. Universidade do Estado de Santa Catarina. Centro de Ciências Tecnológicas – UDESC. Santa Catarina, 2018. CASTELLAN, Gilbert. Fundamentos de Físico-Química. 1a edição Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, 1986. ATKINS, Peter. Físico-Química 1. Editora LTC. 9ª Edição.
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