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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS - TCC

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UNIVERSIDADE PAULISTA
 VERÔNICA FERNANDES TRAMONTINI
 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
 ASSIS
 2015
 VERÔNICA FERNANDES TRAMONTINI
 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Trabalho de conclusão de curso para
obtenção do título de graduação em Direito
apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Orientador: Prof.ª Maria Aparecida
Domingos
 ASSIS
 2015
 VERÔNICA FERNANDES TRAMONTINI
 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
Trabalho de conclusão de curso para
obtenção do título de graduação em Direito
apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
_____________________/___/___
Prof. Maria Aparecida Domingos
Universidade Paulista – UNIP
_____________________/___/___
Prof. Lenise Antunes Dias
Universidade Paulista – UNIP
_____________________/___/___
Prof. Cláudia Cardia Siqueira Susuki
Universidade Paulista – UNIP
DEDICATÓRIA 
Dedico este trabalho ao meu pai Marcio 
Lourenço Tramontini, que sempre esteve ao meu 
lado e acreditou ser possível. Com todo meu amor.
AGRADECIMENTOS 
Agradeço em primeiro lugar aos meus pais, em
especial à minha mãe por todos os anos de dedicação,
por acreditarem em mim e estarem sempre ao meu lado. 
Agradeço também, à minha família e amigos,
por sempre me apoiarem.
À minha amiga Taís, companheira de estudos e
uma mãe nesses anos de faculdade. 
Agradecimento à minha coordenadora e
orientadora Maria Aparecida Domingos, pela dedicação
em todos os anos do curso e ajuda na elaboração do
trabalho.
 RESUMO 
Contratos Administrativos são regidos pela Lei Federal nº 8.666/1993,
sendo o acordo de vontades entre o poder público e terceiro, produz direitos e
obrigações mutuas, tendo por finalidade sanar uma necessidade do ente público,
sempre buscando a preservação do interesse público. Possuí características
bastante marcantes e que evidenciam seu caráter excepcional, as chamadas
cláusulas exorbitantes, que dão diversas prerrogativas à Administração Pública,
desde garantia para execução do contrato até a restrição no uso da exceptio non
adimpleti contractus. Essas características compravam a evidente supremacia do
poder público sobre o particular. Possui diversos tipos de modalidades, destacando-
se o contrato de concessão, o contrato de obra pública, o contrato de fornecimento,
o contrato de serviço e o contrato de gestão. Pode ser extinto de forma natural, por
conclusão do objeto ou termino do prazo, ou, ainda, por rescisão contratual ou
anulação. 
Palavras-chave: Poder Público. Contrato. Administração.
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS
art.; arts. - artigo; artigos
CF - Constituição Federal
CF/88 - Constituição da República Federativa do Brasil (1988)
ibid.- ibidem, no mesmo lugar
P. - página
STF - Supremo Tribunal Federal
§ - par. Parágrafo
1. INTRODUÇÃO 
O objetivo deste trabalho é analisar o funcionamento dos contratos
administrativos, seu conceito, competência, características, modalidades e como se
dá sua extinção.
Sendo utilizada, para seu desenvolvimento, a revisão bibliográfica, sendo a
pesquisa embasada em livros de diversos autores administrativistas, bem como, do
nosso principal instrumento, a Lei.
Destacando-se a Lei n.º 8.666/93, que rege todos os contratos
administrativos, positivando todas as normas e especificações no mundo jurídico, a
qual, confere à Administração Pública o poder de rescindir, fiscalizar e aplicar
sanções. 
O principal foco do trabalho é expor as características dos contratos
administrativos, já que são elas que fazem deles excepcionais, as também
chamadas cláusulas exorbitantes. São essas peculiaridades, que os diferem dos
contratos privados e, conferem à Administração Pública vantagens significativas,
demonstrando a posição de superioridade do Poder Público em relação ao
particular. 
Deste modo, iremos analisar de forma bastante completa todas as
características dos contratos administrativos, desde a presença da Administração
Pública como Poder Público, sua finalidade, seu formalismo, o procedimento legal
adequado, o funcionamento do contrato de adesão, sua natureza intuitu persona, até
sua característica mais importante e polêmica, as cláusulas exorbitantes.
Quanto às cláusulas exorbitantes, serão analisadas uma a uma, desde a
exigência de garantia, a alteração e rescisão unilaterais, a fiscalização, a aplicação
de sanções, a anulação, a retomada do objeto, até, as restrições do uso da exceptio
non adimpleti contractus. 
Serão expostas, brevemente, as principais modalidades dos contratos
administrativos, sendo, o contrato de concessão, o contrato de obra pública, o
contrato de fornecimento, o contrato de serviço, o contrato de gestão, a concessão
pública e a parceria público privada.
Por fim, analisaremos as formas de extinção dos contratos administrativos,
que podem ocorrer com conclusão do objeto, o término do prazo, a rescisão e a
anulação.
2. CONCEITO E COMPETÊNCIA 
O contrato é a mais comum e a mais importante fonte de obrigação, devido às
suas múltiplas formas e inúmeras repercussões no mundo jurídico. Por fonte de
obrigação, entendemos ser, o fato que lhe dá origem. 
Podemos dizer que contrato é uma convenção, ou seja, um acordo de duas
ou mais vontades, em consonância a ordem jurídica, destinado a estabelecer
regulamentação aos interesses das partes, com o intento de adquirir, modificar ou
extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial, sempre observando os
requisitos legais.
Para Bandeira de Mello,
 “Tradicionalmente entende-se por contrato a relação jurídica formada por
um acordo de vontades, em que as partes obrigam-se reciprocamente a
prestações concebidas como contrapostas e de tal sorte que nenhum dos
contratantes pode unilateralmente alterar ou extinguir o que resulta da
avenca. Dai o dizer-se que o contrato e uma forma de composição pacífica
de interesses e que faz lei entre as partes”.1
Não obstante, o estado também se vê obrigado a recorrer à iniciativa privada
para adquirir bens e serviços necessários ao desenvolvimento das atividades e
interesses do ente público, sendo necessária a celebração de negócios jurídicos que
envolvem o particular.
O contrato administrativo corresponde ao contrato firmado pela Administração
Pública com terceiro, podendo ser pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, com a finalidade de solver uma necessidade do ente público, sendo, em
regra, precedido por licitação. 
De acordo com Hely Lopes Meirelles, 
“contrato administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo
nessa qualidade, firma com particular ou outra entidade administrativa para
1 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 30ª edição. São
Paulo: Malheiros, 2012. P. 626.
a consecução de objetivos de interesse público, nas condições
estabelecidas pela própria Administração.” 2
São contratos: bilaterais (criam obrigações para ambos os contratantes),
onerosos (ambas as parte contrates auferem vantagens patrimoniais), formais
(adequado exatamente pela forma prescrita na lei), consensuais (consideram
formados pela simples proposta e aceitação), comutativos (tem-se um objeto
determinado, onde há equivalência nas prestações e contraprestações) e, em regra,
intuitu personae ou personalíssimo (celebrado
em função de características
pessoais e relevantes do contratado).
Os contratos administrativos são regidos pela Lei nº 8.666/93, e segundo seu
artigo 1º, parágrafo único, subordinam-se a essa, além dos órgãos da Administração
direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas
públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta
ou indiretamente, pela União, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. 
A competência para legislar sobre contratos administrativos é privativa da
União, conforme redação da Constituição Federal, artigo 22, inciso XXVII. Assim,
incluiu as normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para
as administrações públicas diretas, autárquicas e funcionais da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, disposto no artigo 37, XXI. Já para as empresas
públicas e sociedades de economia mista, deve ser obedecido o disposto no artigo
173, parágrafo 1º, inciso III, da Constituição Federal.
Deste modo, podemos concluir que, à União compete legislar sobre normas
gerais atinentes às contratações promovidas pelo Poder Público, reservando aos
Estados e Municípios a possibilidade de legislarem supletivamente.
2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 41ª Edição. São Paulo: 
Saraiva, 2015. P. 132.
3. CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Os contratos administrativos possuem características próprias que
demonstram a sua excepcionalidade, enfatizando as prerrogativas da administração
como poder pública. Sendo elas:
• presença da administração Pública como Poder Público;
• finalidade pública;
• formalismo;
• procedimento legal;
• natureza de contrato de adesão;
• natureza intuitu personae;
• presença de cláusulas exorbitantes;
• mutabilidade.
Assim, passa a expor essas principais características.
3.1. Presença da Administração Pública como poder publico
Os contratos administrativos auferem à Administração Pública uma serie de
prerrogativas, que traduzem exatamente a supremacia do interesse que ela geri ou
administra, sobre o particular. Expressa por meio das chamadas cláusulas
exorbitantes, que dão poderes à Administração, que caracterizam os contratos
administrativos, como exigência de garantia, rescisão unilateral, restrição quanto à
exceptio non adimplenti contratus, etc.
3.2. Finalidade pública 
É o que vincula toda atividade administrativa. Assim, a Administração Pública
celebra contratos com o particular com a finalidade de atender o interesse publico,
ainda que também corresponda ao interesse do particular. Deste modo, o objeto
contratado deve corresponder ao que convém ou é indispensável para
Administração Pública, ou seja, ao interesse público, suprindo a necessidade do
ente público.
3.3 Formalismo
 Toda celebração de contrato administrativo deve obedecer à forma prevista
em Lei, nada poderá ser feito senão em virtude dela. Esta característica é essencial,
não só em benefício do interessado, como da própria Administração, para fins de
controle da legalidade.
Em regra os contratos administrativos deverão obedecer à forma escrita,
porém, o parágrafo único do artigo 60, da Lei n.º 8.666/93 prevê a celebração verbal
no caso de pequenas compras de pronto pagamento, com valor não superior a 5%
do valor do convite.
A Lei nº 8.666/93 traz diversas normas quanto ao aspecto formal do contrato,
como por exemplo, o modo de celebração, os prazos, publicações obrigatórias, etc.
Conforme dispõem os artigos:
 “Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições
interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de
adiantamento.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
§ 1º A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus
aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua
eficácia, será providenciada pela Administração na mesma data de sua
assinatura para ocorrer no prazo de 20 (vinte) dias, qualquer que seja o seu
valor, ainda que sem ônus.
§ 2º (VETADO).
§ 3º (VETADO)
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de
seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para
sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do
mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias
daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus,
ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994).
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência
e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos
preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de
licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo
por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho
de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato
convocatório da licitação.
§ 2º Em carta contrato, nota de empenho de despesa, autorização de
compra, ordem de execução de serviço ou outros instrumentos hábeis
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 56 desta lei.
§ 2º Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de
compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994).
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas
gerais, no que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder
Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido,
predominantemente, por norma de direito privado;
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço
público.
§ 4º É dispensável o "termo de contrato" e facultada à substituição prevista
neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor,
nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos,
dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do
contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a
obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos
devidos.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar
o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do
prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação,
sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual
período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que
ocorra motivo justificado aceito pela Administração.
§ 2º É facultado à Administração, quando
o convocado não assinar o termo
de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem
de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições
propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços
atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação
independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ “3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem
convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos
compromissos assumidos”.3
3 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
26 jun. 2015.
Em relação ao prazo, conforme artigo 57, § 3º, da Lei nº 8.666/93, é vedado o
contrato com prazo de vigência indeterminado. Porém, é possível a prorrogação dos
contratos em casos excepcionais, conforme previsto no § 1º do artigo 57: 
“Art. 57. § 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de
entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e
assegurada à manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde
que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em
processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade
das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do
contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho
por ordem e no interesse da Administração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites
permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro
reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua
ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento
ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais
aplicáveis aos responsáveis.4
Entretanto, para poder usar da prorrogação do contrato sempre deverá
ser justificado o motivo.
3.4. Procedimento legal 
A lei estabelece procedimentos obrigatórios para os contratos administrativos,
que podem variar de acordo com sua modalidade. São exigências como autorização
legislativa, avaliação, motivação, autorização de autoridade competente, indicação
de recursos orçamentários e licitação.
A própria Constituição Federal contém algumas exigências quanto ao
procedimento. O artigo 37, XXI, exige licitação para os contratos de obras, serviços,
compras e alienações, e o artigo 175, para a concessão de serviços públicos.
Quanto aos recursos orçamentários, embora a sua indicação deva constar do
contrato, dentre as cláusulas necessárias (art. 55, V, da Lei nº 8.666/93), na
4 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
26 jun. 2015.
realidade a verificação de sua existência deve preceder qualquer providência da
Administração, até mesmo a licitação, pois não é viável que se cogite de celebrar
contrato e se inicie qualquer procedimento, sem a prévia verificação da existência de
verbas para atender à despesa.
3.5 Contrato de adesão
Todas as cláusulas dos contratos administrativos são firmadas previamente
pela Administração, de forma unilateral, assim cabe a observância do interessado
em ser contratado.
Segundo entendimento Maria Sylvia,
“pelo instrumento convocatório da licitação, o poder público faz uma oferta a
todos os interessados, fixando as condições em que pretende contratar; a
apresentação de propostas pelos licitantes equivale à aceitação da oferta
feita pela Administração”.5
Ainda, mesmo quando o contrato não seja precedido de licitação, a
Administração estabelece, previamente, as cláusulas contratuais, conforme a lei,
haja vista o princípio da indisponibilidade do interesse público.
3.6. Natureza intuitu persona 
Os contratos administrativos possuem natureza intuitu persona, portanto, são
celebrados em função de características pessoais do contratado. Sendo
intransmissíveis suas obrigações, ou seja, não podem ser executadas por outrem.
A infração dessa regra pode acarretar a rescisão unilateral do contrato, como
previsto no artigo 78 da Lei 8.666/93:
“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do
contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem
como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
...
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma
do § 1o do art. 67 desta Lei;
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato;
5 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Editora
Atlas S.A. 2014. P. 279.
Ainda, vale ressaltar que, além da medida supracitada, poderão também
ocorrer sanções administrativas, previstas no artigo 87 da Lei 8.666/93,
sendo elas: 
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes
sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da
punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o
contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da
perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será
descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou
cobrada judicialmente.
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser
aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do
interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência
exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal,
conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo,
no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser
requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação”.6
3.7. Presença das Cláusulas Exorbitantes 
Podemos considerar como a característica mais marcante dos contratos
administrativos e, mais polemica, porém é ela que demonstra toda excepcionalidade
dos contratos administrativos e a superioridade do poder público.
Segundo Maria Sylvia,
 “são cláusulas exorbitantes aquelas que não seriam comuns ou que seriam
ilícitas
em contrato celebrado entre particulares, por conferirem
prerrogativas a uma das partes (a Administração) em relação à outra; elas
colocam a Administração em posição de supremacia sobre o contratado”.7
6 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
26 jun. 2015.
Oportuno, analisar as principais cláusulas exorbitantes conferidas à
Administração Pública, pela Lei nº 8.666/93, são elas:
 Exigência de garantia 
 Alteração unilateral
 Rescisão unilateral
 Fiscalização 
 Aplicação de penalidades
 Anulação 
 Retomada do objeto 
 Restrições ao uso da exceptio non adimpleti contractus8
Exigência de garantia 
A administração pública tem o direito de exigir garantia em certos tipos de
contratos, como de obras, serviços e compras, conforme artigo 56, parag. 1º da Lei
8.666/93: 
“Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que
prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de
garantia nas contratações de obras, serviços e compras.
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de
garantia:
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter
sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema
centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do
Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo
Ministério da Fazenda;
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.”9
Assim, vemos que a Lei prevê 03 (três) diferentes modalidades de garantia:
7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Editora
Atlas S.A. 2014. P. 280.
8 Exceção do contrato não cumprido
Caução em dinheiro ou títulos da dívida pública, devendo estes terem sido
emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de
liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos
seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda.
O seguro-garantia trata-se da garantia oferecida por uma empresa
seguradora, onde, caso ocorra a inexecução do contrato, esta ficará obrigada a
completar o objeto do contrato ou, a pagar à Administração o valor necessário para
que o contrato seja cumprido.
Na fiança bancária, um banco se responsabiliza a pagar um determinado
valor à Administração na hipótese de inadimplemento do contrato. O banco fica
obrigado a pagar até o limite do valor afiançado e não havendo benefício de ordem
nessa espécie de fiança. 
Essa garantia já é exigida desde a licitação, para garantir o adimplemento do
contrato. Sendo restituída ao final da licitação aos vencidos e após a execução do
contrato aos vencedores da licitação. Ou seja, é uma forma da Administração fazer-
se cumprir o contrato.
O artigo 56, § 5º, da Lei, assegura ao contratado a escolha da modalidade de
garantia, sendo que, esta não poderá ultrapassar o correspondente a 5% do valor do
contrato. Porém, em caso de ajustes que importam entrega de bens pela
Administração, dos quais o contratado ficará depositário, deverá ser acrescido ao
valor da garantia o valor dos bens.
Importante que, caso haja rescisão unilateral, a Lei autoriza à administração
reter a garantia para ressarcir eventuais prejuízos, valores de multas e indenizações.
Alteração unilateral 
9 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
26 jun. 2015.
A alteração unilateral é uma prerrogativa da Administração, que possibilita a
modificação do contrato para melhor atender o interesse público, prevista no artigo
65 da Lei 8.666/93: 
“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para
melhor adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei;
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica
da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição
de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada
a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado,
sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
execução de obra ou serviço;
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre
os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou,
ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,
configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de
equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus
acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648,
de 1998)
I - (VETADO) 
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. 
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para
obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,
respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo.
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já
houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão
ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que
regularmente comprovados.
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos,
bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a
data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços
contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos,
conforme o caso.
§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos
do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o
equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7º(VETADO)
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços
previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou
penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele
previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares
até o limite do seu valor corrigido,
não caracterizam alteração do mesmo,
podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de
aditamento”.10
Assim, podemos ver que, os contratos administrativos poderão ser alterados
unilateralmente, nos casos em que houver modificação do projeto ou especificações
deste, ou, quando houver modificação no valor contratual.
Ainda, a lei estabelece, em seu § 1º da lei supracitada, limites para
acréscimos e supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, sendo
estabelecido que, não poderão ultrapassar o limite de 25% (vinte e cinco por cento)
do valor atualizado do contrato. Apenas, há exceção, no caso de reforma de edifício
ou de equipamento, que será de 50% (cinquenta por cento).
 Segundo Maria Sylvia, 
“ao poder de alteração unilateral, conferido à Administração, corresponde o
direito do contratado, de ver mantido o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato, assim considerada a relação que se estabelece, no momento da
celebração do ajuste, entre o encargo assumido pelo contratado e a
prestação pecuniária assegurada pela Administração.”11
Rescisão unilateral 
É cabível nas hipóteses alencadas no artigo 78 da Lei 8.666/93, são elas:
“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou
prazos;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,
projetos e prazos;
10 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
26 jun. 2015.
11 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Editora
Atlas S.A. 2014. P.282.
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a
impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos
prazos estipulados;
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e
prévia comunicação à Administração;
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do
contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem
como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade
designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de
seus superiores;
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma
do § 1o do art. 67 desta Lei;
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,
justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa
a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo
a que se refere o contrato;
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração,
por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por
repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do
pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente
imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado
ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do
cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a
situação;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto
para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais,
bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente
comprovada, impeditiva da execução do contrato.
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente
motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla
defesa.
XVIII - descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das
sanções penais cabíveis.12
12 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
26 jun. 2015.
Importante, salientar que, nas hipóteses previstas nos incisos I a XI, do artigo
supracitado, a Administração fica isenta de qualquer dever com o contratado, já que
este que dá causa a rescisão. Ainda, poderá caber ao contratado, o dever de
ressarcir os prejuízos causados, bem como, a aplicação de sanções administrativas,
a assunção do objeto pela Administração e a perda da garantia.
Já nos casos previstos nos incisos XII e XVII, conforme artigo 79, § 2º, da Lei
8.666/93, quando não há culpa do contratado, a Administração fica obrigada a
ressarcir os prejuízos devidamente comprovados, bem como, devolver a garantia,
pagar as prestações devidas até a data da rescisão e o custo da desmobilização. 
Fiscalização 
É uma prerrogativa prevista no artigo 67, da Lei 8.666/93 e, confere, ao Poder
Público, a exigência de um representante da Administração especialmente
designado para acompanhar e fiscalizar a execução do contrato, sendo permitida a
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidia-lo de informações pertinentes a
essa atribuição.
Ao representante da Administração caberá anotar em registro próprio todas as
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados, conforme atribuído
pelo § 1º, do artigo supracitado.
Ainda, em seu § 2º, é determinado que, no caso de decisões e providências
ultrapassarem sua competência, estas deverão ser solicitadas a seus superiores em
tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
O não atendimento das determinações da autoridade fiscalizadora enseja
rescisão unilateral do contrato (art. 78, VII), sem prejuízo das sanções cabíveis.
Essas medidas são tomadas, pois segundo entendimento de Marçal
Justen Filho,
 “a Administração tem o poder-dever de acompanhar atentamente a atuação
do particular. O interesse público não se coaduna com uma atuação passiva
da Administração. Se o particular não executar corretamente a prestação
contratada, a Administração deverá atentar para isso de imediato. A
atividade permanente de fiscalização permite à Administração detectar, de
antemão, práticas irregulares ou defeituosas. Poderá verificar,
antecipadamente, que o cronograma previsto não será cumprido. Enfim, a
Administração poderá adotar com a maior presteza as providências
necessárias para resguardar o interesse público.”13
Ou seja, a Administração tem o dever e o poder de acompanhar e
fiscalizar a
execução do contrato, a fim de evitar possíveis praticas irregulares ou defeituosas,
que acarretem prejuízos a Administração, buscando sempre resguardar o interesse
público.
Aplicação de penalidades
A inexecução parcial ou total do contrato dá à Administração a faculdade de
impor sanções ao contratado. O artigo 87 dispõe as seguintes sanções: 
“Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes
sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da
punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o
contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.”14
Em seu § 1º, menciona que se o valor estipulado na multa for superior a
garantia prestada, o contratado ainda deverá responder pela diferença, podendo ser
descontada de eventuais pagamentos devidos pela Administração ou cobrada
judicialmente.
13 FILHO, Marçal Justen. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos.
15ª Edição. São Paulo: Dialética. 2012. P. 501.
14 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
26 jun. 2015.
Conforme § 2º, além de ser aplicadas as sanções de advertência, suspensão
e impedimento de contratar com a Administração, e declaração inidoneidade para
licitar e contratar com a Administração, poderá, ainda, aplicada a pena de multa,
facultada defesa previa do interessado no prazo de 5 (cinco) dias.
Vale lembrar, que a sanção estabelecida no inciso IV, é de competência
exclusiva do Ministro de Estado, Secretário Estadual ou Municipal. Sendo facultada
a defesa do interessado no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vistas, podendo
ser requerida a reabilitação após 2 (dois) anos da aplicação da sanção, conforme
previsto do § 3º, do artigo já mencionado.
Ademais, a suspensão do direito de licitar ou contratar com a Administração
publica em caso de declaração de idoneidade, somente poderá ser aplicada nem
casos tipificados na Lei como crimes, não podendo ser cabíveis sem previa
determinação legal.
Ainda, a Lei 8.666 em seu artigo 89, prevê:
“Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar
de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo
comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade,
beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato
com o Poder Público.15
Assim, para o crime acima mencionado, caberá pena de 3 (três) a 5 (cinco)
anos, e multa, esta que, nunca será inferior à 2% (dois por cento), nem superior a
5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou
inexigibilidade de licitação, consonante ao artigo 99, § 1º da Lei 8.666/93.
Importante, salientar que, qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do
Ministério Público, em consonância ao artigo 101 da lei supracitada. 
Anulação 
15 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
26 jun. 2015.
È cabível a Administração anular contratos que contrariem a Lei, estando
sujeita ao princípio da legalidade, tem que exercer constante controle sobre seus
próprios atos. Essa prerrogativa esta consagrada na Súmula nº 473, do Supremo
Tribunal Federal:
"Sumula 473. A Administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial".16
Essa anulação deve respeitar o princípio da ampla defesa e do contraditório
previsto no artigo 5º, LV, da Constituição Federal. 
Segundo artigo 59 da Lei nº 8.666/93, se tratando de ilegalidade em contratos
em que a Administração é parte, esta terá o poder de declarar a nulidade do
contrato, com efeitos retroativos, impedindo os efeitos jurídicos que elas
ordinariamente deveriam produzir, além de desconstituir os já produzidos. Já se a
ilegalidade for causada apenas pela Administração, não tendo contribuído o
contratado, este terá que ser indenizado pelos prejuízos sofridos. 
Ainda, podemos verificar que, a ilegalidade no procedimento da licitação vicia
também o próprio contrato, ainda que seja apurada depois de celebrado o contrato,
ainda deverá ser anulado. Contudo, a anulação do contrato não exonera a
Administração do dever de pagar o contratado pela parte do contrato já executada,
sob pena de incidir em enriquecimento ilícito. 
Não obstante, deverá, ainda, a Administração apurar o responsável que deu
causa ao vicio que deu causa a invalidade do contrato.
Retomada do objeto 
16 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n° 473. DJ de 10/12/1969, p. 5929; DJ de
11/12/1969, p. 5945; DJ de 12/12/1969, p. 5993. Republicação: DJ de 11/06/1970, p. 2381; DJ de
12/06/1970, p. 2405; DJ de 15/06/1970, p. 2437. Disponivel em:
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=473.NUME.%20NAO
%20S.FLSV.&base=baseSumulas> Acesso em: 26 jun. 2015
É uma prerrogativa, que visa assegura a continuidade da execução do
contrato quando a paralisação puder causar prejuízos ao andamento do serviço
público, podendo a administração usar das medidas previstas no artigo 80 da Lei
8.666/93, são elas:
"I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se
encontrar, por ato próprio da Administração;
 II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua
continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta lei; 
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração e
dos valores das multas e indenizações a ela devidos; 
IV- retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos
causados à Administração. "17
Importante, ressaltar que, essas medidas somente serão possíveis em caso
de rescisão unilateral.
Restrições ao uso da exceptio non adimpleti contractus18
Nos contratos de direito privado, na hipótese de descumprimento por qualquer
das partes, a outra pode se valer do principio da exceptio non adimpleti contractus,
que significa a exceção do contrato não cumprido, podendo alegar que deixou de
cumprir sua obrigação pelo fato de o outro contratante já ter o feito, que está previsto
nos artigos 476 e 477 do Código Civil.
Já nos contratos administrativos o contratado não pode se valer de tal
princípio supracitado, já que inexiste acordo entra as partes, sendo a Administração
que dita às regras do contrato. Deste modo, mesmo
se a Administração Pública
descumprir as cláusulas previstas no contrato, a única medida a ser tomada pelo
contratado é socorrer-se da tutela do Poder Judiciário.
17 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
26 jun. 2015.
18 Exceção do contrato não cumprido.
A única medida que poderá ser tomada pelo contratado é a suspensão do
serviço ou fornecimento, após, decorrido 90 (noventa) dias de inadimplemento por
parte da Administração Pública, conforme artigo 78, inciso XV:
“XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;”19
3.8 Mutabilidade
É uma das prerrogativas dos contratos administrativos, que confere à
Administração o poder de, ainda que unilateralmente, alterar as cláusulas
regulamentares ou rescindir os contratos.
Segundo muitos doutrinadores essa mutabilidade decorre de cláusulas
exorbitantes, mas também pode decorrer de outras circunstancias. Fazendo com
que o equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo seja essencialmente
dinâmico. 
 Podemos conceituas equilíbrio econômico-financeiro, segundo Maria
Sylvia Zanella di Pietro, como...
“o equilíbrio econômico-financeiro ou equação econômico-financeira é a
relação que se estabelece, no momento da celebração do contrato, entre o
encargo assumido pelo contratado e a contraprestação assegurada pela
Administração. Preferimos falar em contraprestação assegurada e não
devida pela Administração, porque nem sempre é ela que paga; em
determinados contratos, é o usuário do serviço público que paga a
prestação devida, por meio da tarifa; é o que ocorre nos contratos de
concessão de serviço público.”20
 Em geral, a contratação do particular com o Poder Público, envolve
muitos riscos, como a longa duração, o volume grande de gastos públicos, a
19 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
26 jun. 2015.
natureza da atividade, que exige muitas vezes mão de obra especializada, a
complexidade da execução, etc. O próprio interesse público que à Administração
deve defender não é estável, exigindo eventuais alterações do contrato para ampliar
ou reduzir o seu objeto ou incorporar novas técnicas de execução.
Por causa dessa insegurança foi elaborada a teoria do equilíbrio econômico
do contrato administrativo, ou teoria da Imprevisão, a qual aponta três tipos de áleas,
ou riscos, que o particular enfrenta quando contrata com a Administração, são elas:
A álea ordinária ou empresarial, que está presente em qualquer tipo de
negócio, como resultado da própria flutuação do mercado, sendo previsível e é o
particular que responde por ele. Sendo divida em divida três modalidades: 
Alteração unilateral: que decorre do poder de alteração unilateral do contrato
administrativo, para melhor atender do interesse público. Por ela quem responde é a
Administração, tendo a obrigação de restabelecer o equilíbrio.
Fato do príncipe: trata-se de um ato realizado por autoridade, não ligado
diretamente ao contrato, mas que repercute indiretamente. Nesse caso, também é a
Administração que responde pelo restabelecimento do equilíbrio.
Fato da Administração é entendido por Hely Lopes Meirelles como, "toda ação
ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e especificamente sobre o
contrato, retarda, agrava ou impede a sua execução."21
 Por fim, a álea econômica, que corresponde a circunstâncias externas ao
contrato, estranhas à vontade das partes, imprevisíveis, excepcionais, inevitáveis, as
quais causam grande desequilíbrio ao contrato, sendo aplicada da teoria da
imprevisão. É a Administração Pública, responsável pela recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro.
20 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo:
Editora Atlas S.A. 2014. P. 289.
21 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 41ª Edição. São Paulo:
Saraiva, 2015. P. 208.
Importante, que, a teoria da imprevisão, equivale à aplicação da antiga
cláusula rebus sic stantibus22, que significa que a convenção não permanece em
vigor se as coisas não permanecem como eram no momento da celebração.
Assim, estabelece que eventos novos não previstos e imprevisíveis pelas
partes, que causem reflexo na execução ou no equilíbrio econômico-financeiro do
contrato, ensejam sua revisão. O objetivo é fazer que os contratos sejam mais juntos
para ambas as partes, restabelecendo o encargo e a retribuição. Ademais, é
necessária a presença de eventos, como, caso fortuito, força maior, fato do príncipe
e fato da administração. 
22 Retornar as coisas como eram antes.
4. MODALIDADES 
Podemos destacar como principais tipos de contratos administrativos: 
 Contrato de concessão
 Contrato de obra pública 
 Contrato de fornecimento;
 Contrato de serviço;
 Contrato de gestão 
 Parceria Público Privada (PPP)
 Consórcio Público
4.1 Contrato de concessão
Concessão é a incumbência de um serviço público ao particular, para que
este execute em nome próprio, por conta e risco. O nosso ordenamento jurídico
prevê as seguintes espécies concessão:
 Concessão de serviço público
 Concessão de obra pública
 Concessão de uso de bem público
Na concessão de serviço público, a remuneração básica decorre de tarifa
paga pelo usuário ou de outra forma de remuneração decorrente da própria
exploração do serviço, é disciplinada pela Lei nº 8.987/95.
Na concessão de obra pública, disciplinadas pela Lei nº 8.987 /95 ou pela Lei
nº 11.079/04, o ente público transfere ao particular a execução de uma obra pública,
para que este execute por sua conta e risco, mediante remuneração paga pelos
beneficiários da obra ou obtida em decorrência da exploração dos serviços ou
utilidades que a obra proporciona.
Concessão de uso de bem público Pública faculta a terceiros a utilização
privativa de bem público, para que a exerça conforme a sua destinação.
Ainda, temos como espécie de concessão a parceria publico privada, porém,
será tratada de forma especifica posteriormente.
4.2 Contrato de obra pública
Trata-se de contrato no qual figura como objeto a construção, reforma ou
ampliação de uma determinada obra pública. Sua celebração, em regra, requer a
realização de prévio procedimento licitatório, mas não necessita de autorização
legislativa.
Os contratos de obra pública quanto ao seu regime de execução podem ser
de empreitada ou tarefa. 
São espécies de regime de execução da empreitada:
 Preço unitário, aquela em que a contra prestação é fixada por preço
certo de unidades determinadas.
 Preço global aquela em que a contra prestação é determinada de
antemão por preço certo, ainda que haja qualquer reajuste.
 Preço integral aquela em que se estabelece preço certo, sendo que o
eu pagamento somente se verificará quando da
entrega da obra.
Já o regime de execução da tarefa, por conseguinte, é aquele em que a
remuneração pela execução do ajustado é devida na medida em que a obra é
realizada, ou seja, após medição feita pelo Poder Público.
4.3 Contrato de Fornecimento
Trata-se de um contrato de compra e venda que prevê a aquisição de coisas
móveis, necessárias à realização e à manutenção dos serviços da Administração
Pública. O contrato de fornecimento é classificado como ajuste de colaboração.
 Os contratos de fornecimento poderão ser:
 Integral, em que o ajuste exaure-se com a integral entrega do que foi
pactuado.
 Parcelado, em que a avença exaure-se com a entrega final do bem.
 Contínuo, em que a entrega do bem se dá de forma sucessiva, em
datas previamente estipuladas.
4.4 Contrato de serviço
Contrato de serviço é o ajuste que tem por finalidade a prestação, pelo
contratado, de uma determinada atividade ao Poder Público. Tendo em vista que, in
casu, o interesse prevalente é o da Administração, diz-se que tal ajuste é um
contrato de colaboração e são classificados como:
Comuns: aqueles que não dependem de habilitação especial de seu executor,
de modo que não são privativos de uma determinada categoria profissional;
Profissionais: aqueles que demandam de seu executor habilitação específica,
traduzida na necessidade de registro profissional ou conclusão de curso técnico ou
universitário.
São modalidades de serviços profissionais:
Generalizados: aqueles que muito embora demandem habilitação específica
de seu executor, não exigem para o seu exercício conhecimentos técnicos incomuns
aos demais profissionais da área;
Especializados: aqueles que exigem a utilização de conhecimentos técnicos e
científicos incomuns. 
Destaca-se que a Lei n. 8.666/93, considera como de notória especialização o
profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente
de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização,
aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas
atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
adequado à plena satisfação do objeto do contrato, conforme art. 25, § 1º. 
4.5 Contrato de gestão
Por contrato de gestão deve se entender o ajuste celebrado pelo Poder
Público em parceria com o contratado, que pode ser uma entidade privada ou
mesmo um ente da própria Administração indireta, constituindo desse modo um
verdadeiro acordo operacional, por meio do qual o contratante torna-se destinatário
de uma série de benefícios previstos em lei.
A Constituição Federal prevê a existência do contrato de gestão conforme o
disposto no art. 37, § 8º, definindo que a autonomia gerencial, orçamentária e
financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre: 
 I - o prazo de duração do contrato;
 II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,
obrigações e responsabilidade dos dirigentes; 
III- a remuneração do pessoal.23
Os efeitos decorrentes da celebração de contrato de gestão com entidade
privada e com a administração indireta são diferentes no seguinte:
a) no contrato de gestão celebrado com entidade privada incumbirá ao Poder
Público o dever de fixar metas a serem alcançadas pela contratada, diante da
concessão de benefícios;
23 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
27 jun. 2015.
b) no contrato de gestão celebrado com a Administração Indireta haverá
subordinação às metas estipuladas e liberação do controle da entidade estatal que a
instituiu.
Destaca-se que as organizações sociais vinculam-se contratualmente à
Administração por meio de contratos de gestão, de acordo com a Lei n. 9.637/98.
4.6. Parceria Público Privada (PPP)
É considerado um contrato administrativo de concessão especial, disciplinada
pela Lei n.º 11.079 de 2004, sendo uma contraprestação do parceiro publico para o
parceiro privado. Poderão ser na modalidade patrocinada ou administrativa,
conforme:
 ¨Art. 2o Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão,
na modalidade patrocinada ou administrativa.
 § 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de
obras públicas de que trata a Lei n o 8.987, de 13 de fevereiro de 1995,
quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. 
 § 2o Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que
a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva
execução de obra ou fornecimento e instalação de bens”.24
Assim, vemos que, na concessão patrocinada, além da tarifa paga pelos
usuários, há contraprestação pecuniária do concedente (parceiro público) ao
concessionário (parceiro privado). Já a concessão administrativa, tem por objeto a
prestação de serviço de que a Administração Pública seja usuária direta ou indireta,
podendo envolver execução de obra ou fornecimento e, instalação de bens, sendo
que a remuneração básica é constituída por contraprestação feita pelo parceiro
público ao parceiro privado.
24 BRASIL. Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004. Institui normas gerais para
licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública. Disponivel
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l11079.htm>. Acesso em: 27 jun.
2015.
Uma das principais diferenças dos outros contratos administrativos é que na
PPP os riscos eventuais, serão compartilhados entre o privado e a Administração
Pública conforme art. 4º, VI, da Lei n.º 11.079/94. 
Todavia, o artigo 2º, § 4º, veda o uso de PPP em contratos com valor inferior a
R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais), quando período de prestação do serviço
seja inferior a 5 (cinco) anos e que tenha como objeto único o fornecimento de mão-
de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra
pública.
4.7 Consórcio Público 
São contratos realizados exclusivamente entre entes Federativos (União,
Estados, DF e Municípios), com meio de cooperação entre eles com o objetivo de
executar a gestão associada de um serviço público de interesse comum. 
Assim, com o devido contrato, o consorcio público constituirá associação
pública ou pessoa jurídica de direito privado.
Que serão disciplinados pela Lei nº 11.107, de 6 de abril 2005. 
 5. EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
Segundo Hely Lopes Meirelles, “Extinção do contrato é a cessação do vínculo
obrigacional entre as partes pelo integral cumprimento de suas cláusulas ou pelo
seu rompimento, através da rescisão ou da anulação”.25
Deste modo, os contratos administrativos poderão se extinguir pelo seu
devido cumprimento ou pelo termino de seu prazo, ou, ainda, pelo seu rompimento,
por meio de rescisão ou anulação.
Em regra a extinção do contrato se dá pela conclusão de seu objeto pelas
partes, ou, pelo termino do prazo, conforme ajuste por tempo determinado. São
adventos de termo contratual, e únicas formas de extinção natural do contrato.
A extinção do contrato pela
conclusão de seu objeto, ocorrendo de pleno
direito quando as partes cumprem integralmente suas prestações contratuais, ou
seja, a realização do objeto do ajuste por uma delas e o pagamento do preço pela
outra. 
Nos ajustes por tempo determinado, o prazo é de eficácia do negócio jurídico
contratado, de modo que, uma vez expirado, extingue-se o contrato, qualquer que
seja a fase de execução de seu objeto.
Já a rescisão e a anulação são formas excepcionais de extinção dos
contratos administrativos. 
Em consonância ao artigo 79, da Lei nº 8.666/93, são formas de rescisão
contratual: 
“Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos
enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da
licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;
IV - (VETADO)
IV - (Vetado).”26
Deste modo, a rescisão poderá ser unilateral, a qual, é decretada pela
Administração contratante, sem necessidade de autorização judicial. Quando
decorrente de culpa do contratado, não sendo devida indenização e aplica-se
25 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 41ª Edição. São Paulo:
Saraiva, 2015. P. 208.
sanção cabível, caso não decorra de culpa do contratado, como em caso de
rescisão motivada por razões de interesse público, é cabível indenização.
Já a rescisão amigável é decorrente de acordo entre os contratantes, em
regra não gera indenização.
Por fim, a rescisão judicial é decorrente de determinação do Poder Judiciário,
em virtude de inadimplemento de uma das partes.
A anulação ocorre quando se verifica ilegalidade na sua formalização ou em
alguma cláusula essencial, deste modo, nulo o contrato realizado sem concorrência,
quando a lei a exige, ou mediante concorrência fraudada no seu procedimento ou
julgamento ou, ainda, quando o ajuste contraria normas legais em pontos
fundamentais de seu conteúdo negocial.
É ato declaratório de invalidade preexistente, tem efeitos ex tunc27. Quando
feita pela Administração, deve formalizar-se por decreto, despacho ou termo
circunstanciado, em que se apontem os motivos da invalidade e o dispositivo legal
ou regulamentar infringido, pois só a ilegalidade autoriza a extinção do contrato pela
via anulatória. 
26 BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em:
27 jun. 2015.
27 “Desde então”, significa que seus efeitos retroagem.
6. CONCLUSÃO
Diante todo exposto, podemos concluir que os contratos administrativos
possuem várias peculiaridades que o tornam excepcionais, trazendo a tona toda
superioridade do ente público sobre o particular, o tornando praticamente um
contrato unilateral, onde apesar da existência de duas partes concordantes, é o
Poder Público quem dita às regras, cabendo ao terceiro apenas aceitar-las e
submeter-se ao estabelecido por esse. 
Assim, toda e qualquer situação em que atua o Poder Público, estará
presente o principio da supremacia do interesse público sobre o privado. A
Administração sempre terá prerrogativas para atender de melhor forma o interesse
público. 
Deste modo, podemos observar que os contratos administrativos são
necessários para o bom funcionamento e o controle do erário público, sendo que
cláusulas exorbitantes, como a garantia, fiscalização, alteração, existem com a
finalidade de garantir que os contratos celebrados pela Administração Publica sejam
respeitados, de modo que não ocorram prejuízos ao ente público e, de certo modo a
sociedade. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª edição. 
São Paulo: Malheiros, 2014. 
DI PIETRO, Mara Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo. Atlas. 27ª ed. 
2014.
 FILHO, José Carlos dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 24ª 
Edição. Rio de Janeiro: Lumen Juiris, 2011.
GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo. 17ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2012.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: contratos e atos unilaterais. 9ª 
Edição. São Paulo: Saraiva, 2012.
FILHO, Marçal Justen. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
15ª Edição. São Paulo: Dialética. 2012.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 41ª Edição. São Paulo: 
Saraiva, 2015.
ROSA, Márcio Fernando Elias. Sinopses Jurídicas: Direito Administrativo. 3ª Edição. 
São Paulo: Saraiva, 2011. 
Sites consultados
Data da consulta 26.06.2015
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm 
Data da consulta 27.06.2015
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?
servico=jurisprudenciaSumula&pagina=sumula_401_500 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l11079.htm 
Data da consulta 29.06.2015: 
http://www.cursoaprovacao.com.br/pesquisa/Artigos/Contratos_Francisco_Chiuratto.
pdf
http://jus.com.br/artigos/32056/contratos-administrativos-em-
especie#ixzz3gYh8mjNB

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