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PRÁTICA 16 – ATIVIDADE QUÍMICA DOS METAIS As reações redox formam uma das principais classes das reações químicas. Muitas reações comuns, como combustão, a corrosão, a fotossíntese, o metabolismo dos alimentos e a extração de metais de minérios parecem completamente diferentes, mas, ao examinar essas reações ao nível molecular, sob a óptica de um químico, pode- se ver que elas são exemplos de um único tipo de processo. Neste caso, as reações químicas ocorrem com o envolvimento de transferência de elétrons de um reagente para outro. A redução ocorre quando um reagente ganha elétrons e vai para um estado de oxidação mais negativo. Ignorando as cargas, isto é exemplificado pelo caso geral: Aox + ne- → Ared onde, Aox e Ared se referem as formas oxidadas e reduzidas do elemento A, respectivamente. Inversamente, durante a oxidação, um reagente perde elétrons e vai para um estado de oxidação mais positivo. O caso geral pode ser representado como Bred → Box + ne- onde, novamente Box e Bred se referem as formas oxidadas e reduzidas do elemento B, respectivamente. Cada expressão geral acima é denominada uma meia reação ou meia célula. Série eletroquímica Quando os pares redox são ordenados segundo os potenciais padrão, tem-se uma lista de agentes oxidantes e redutores ordenados de acordo com a sua reatividade. Quanto mais negativo for o potencial padrão de um par, maior será sua força como redutor. Quanto mais reativo é um elemento, menos nobre ele é. Quanto mais nobre o elemento, menor sua reatividade. Li, K, Rb, Cs, Ba, Sr, Ca, Na, Mg, Al, Mn, Fe, Co, Ni, Pb, H, Cu, Ag, Pd, Pt, Au Maior reatividade, menor nobreza A série eletroquímica auxilia na previsão de reações de deslocamento, pois o elemento mais reativo desloca o menos reativo de seus compostos como mostrado no exemplo abaixo. Mg + ZnSO4 → MgSO4 + Zn O magnésio desloca o zinco porque é mais reativo que ele, isto é, o Mg vem antes do Zn na fila de reatividade. A reação Zn + MgSO4 não ocorre porque o Zn, sendo menos reativo que o Mg, não o desloca de seus compostos. A forma mais comum de apresentação da série eletroquímica é a tabela de potenciais padrão: Células galvânicas Em geral, uma célula eletroquímica é um dispositivo em que uma corrente elétrica – o fluxo de elétrons através do circuito – é produzida por uma reação química espontânea ou é usada para forçar a ocorrência de uma reação não-espontânea. Uma célula galvânica é uma célula eletroquímica em que uma reação química espontânea é usada para gerar uma corrente elétrica. Dessa forma, uma reação química espontânea retira elétrons da célula através do catodo, o sítio de redução, e os libera no anodo, o Espécie Semi-reação de redução Eº (V) Au+/Au Au+ (aq) + e- → Au (s) +1,69 Cl2/Cl- Cl2 (l) + 2e- → 2Cl- (aq) +1,36 N ,H+/NO H2O N (aq) + 4 H+ (aq) + 3e- → NO (g) + 2H2O (l) +0,96 Br2/Br- Br2 (l) + 2e- → 2Br- (aq) +1,09 O2, H2O/OH- O2 (g) + 2 H2O (l) + 4e- → 4 OH- (aq) +0,40; 0,82 em pH 7,0 Cu2+/Cu Cu2+ (aq)+ 2e- → Cu (s) +0,34 AgCl/Ag, Cl- AgCl (s) + e- → Ag (s) + Cl- (aq) +0,22 H+/H2 2H+ (aq) + 2e- → H2 (g) 0, por definição Fe3+/Fe Fe3+ (aq)+ 3e- → Fe (s) -0,04 Fe2+/Fe Fe2+ (aq)+ 2e- → Fe (s) -0,44 Zn2+/Zn Zn2+ (aq)+ 2e- → Zn (s) -0,76 H2O/H2, OH- 2 H2O (l) + 2e- → H2 (g) + OH- (aq) -0,83; -0,42 em pH 7,0 Al3+/Al Al3+ (aq)+ 3e- → Al (s) -1,66 Mg2+/Mg Mg2+ (aq)+ 2e- → Mg (s) -2,36 Na+/Na Na+ (aq) + e- → Na (s) -2,71 K+/K K+ (aq) + e- → K (s) -2,93 Li+/Li Li+ (aq) + e- → Li (s) -3,05 sítio de oxidação.Tecnicamente, uma “bateria” é uma coleção de células galvânicas unidas em série. Na Figura 1 abaixo tem-se uma representação esquemática de célula galvânica. Figura 1: Representação de um célula galvânica. A célula de Daniell é um exemplo típico de célula galvânica que usa a oxidação do cobre pelos íons zinco, inventada em 1836 por John Daniell. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Materiais necessários Cobre metálico Ferro metálico Alumínio Zinco metálico Magnésio metálico Sódio metálico Ácido clorídrico 2 mol L-1 Ácido nítrico 50% Sulfato de cobre Solução de fenolftaleína Sulfato de cobre 0,01 mol L-1 Sulfato de zinco 5% Solução de ferricianeto de potássio 0,1 mol L-1 Ágar-ágar Tubos de ensaio Béqueres Lixa Placas de Petri Pipetas Bico de Bunsen Cuba de vidro Procedimento 1 – Reação de metais com água Lixar pedaços de cobre, zinco, alumínio, ferro e magnésio até que apresentem aspecto brilhante. Evite manipulá-los com as mãos. A seguir, colocar os pedaços de metais em cinco tubos de ensaio e cobrir com água. Observar as modificações que ocorrem na solução e no metal analisado. Em uma cuba de vidro, preencher com água até sua metade e adicionar algumas gotas de fenolftaleína. Cortar com auxílio de uma espátula um pequeno pedaço de sódio metálico e coloque-o na cuba. Anotar as observações e escrever as respectivas reações. Estabeleça uma ordem crescente de reatividade. 2 – Reação de metais com ácido clorídrico Colocar em cinco tubos de ensaio 15 mL de ácido clorídrico 2 mol L-1 e os seguintes metais previamente lixados: cobre, zinco, alumínio, ferro e magnésio. Observar e comparar a velocidade de desprendimento de gás em cada um dos tubos. Escrever as reações. Neste caso, também estabeleça uma ordem crescente de reatividade. 3 – Deslocamento de um metal por outro Tubo1: Dissolver 0,1 g de sulfato de cobre em 10 mL de água. Adicionar zinco em pó sob agitação até que solução se torne incolor. Tubo 2: Dissolver 0,1 g de sulfato de cobre e 0,2 mL de ácido sulfúrico e 50 mL de água. Introduzir nesta solução um pequeno pedaço de ferro. Observar. Tubo 3: Dissolver 0,1 g de sulfato de cobre em 10 mL de água. Adicionar algumas aparas de zinco. Agitar e observar. Tubo 4: Colocar solução de sulfato de zinco 5% em um tubo de ensaio até 1/3 do seu volume. Adicionar algumas aparas de cobre. Agitar e observar. Tubo 5: Colocar solução de sulfato de cobre 0,01 mol L-1 em um tubo de ensaio até 1/3 de seu volume. Adicionar algumas aparas de magnésio. Agitar e observar. 4 – Reação do ácido nítrico com o cobre Colocar HNO3 a 50% em um tubo de ensaio até aproximadamente ¼ de seu volume. Adicionar algumas aparas de cobre. Cuidado: ácido nítrico muito corrosivo e há liberação de gases tóxicos; desenvolva o experimento na capela. 5 – Corrosão do ferro Pesar 0,5 g de ágar-ágar e dissolver em 50 mL de água. Aquecer até dissolvê-lo completamente. Acrescentar a solução de ágar-ágar 3 gotas de ferricianeto de potássio 0,1 mol L-1 e 2 gotas de fenolftaleína. Misturar bem. Lixar quatro pregos, até deixá-los sem vestígio de ferrugem. Colocar um dos pregos em um lado da placa de Petri. Dobrar um segundo prego em angula reto, com auxilio de um alicate, colocando-o ao lado do primeiro prego. Tomar cuidado para os pregos não se tocarem. Enrolar firmemente um fio de cobre previamente lixado em volta do terceiro prego. Coloque-o em outra placa de Petri. Ao lado deste colocar um prego com um fio de zinco previamente lixado enrolado. Com a solução de ágar-ágar ainda fluida, derramar cuidadosamente sobre as placas de Petri, até que os pregos fiquem completamente cobertos. Guardar as placas e observar após 1 semana. Anotar as modificações que ocorrerem. REFERÊNCIAS ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. HARRIS, D. C. Análise química quantitativa. 7ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA FILHO, R. C. Introdução a química experimental. São Paulo: McGraw-Hill, 1990. GIESBRECHT, E. Experiências de química: técnicas e conceitos básicos. São Paulo: Ed. Moderna, 1982. RUSSEL, J.B., Química Geral Vol I e II. São Paulo:Makron Books, 1994. BRADY, J. & HUMISTON, G.E., Química Geral Vol. I e II. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1986. MAHAN, B., Química um Curso Universitário. 4ª ed. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda., 1995.
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