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Noemi B Andrade
18
PROBLEMA 2- INTERMEDIÁRIA 
Comparar os sistemas de saúde no mundo contemporâneo, correlacionados as características de acesso aos serviços, financiamento (PIB/Saúde, fonte de recursos, gastos per capita), porta de entrada e indicadores de saúde dos seguintes países: Canadá, EUA, França, Inglaterra, Argentina, Chile, Cuba e Brasil.
Os sistemas são classificados principalmente de acordo com o tipo de modelo universal ou segmentado de financiamento, regulação e o modelo assistencial adotado, ou seja, o tipo de prestação de serviços. Embora classifiquemos os sistemas de saúde conforme modelos adotados, é necessário destacar que não há um modelo único de sistema de saúde. Ao afirmarmos que determinado país adota um modelo, estamos nos referindo ao modelo que predomina. A configuração dos sistemas de saúde é determinada pelos posicionamentos políticos e ideológicos, do papel do Estado em relação aos serviços de saúde.
Todo sistema de saúde pode ser pensado como articulaçãode 3 componentes, cada um dos quais se envolve em um conjunto de definições particulares e questões específicas.
Político- modelo de Gestão
Econômio-modelo de financiamento
Médio- modelo assistencial
Modelo Universalista
Este modelo é caracterizado por financiamento público com recursos dos impostos e acesso universal aos serviços que são prestados por fornecedores públicos;
Os trabalhadores profissionais e não profissionais dependem do Estado;
Pode existir outras fontes de financiamento além de impostos, tais como pagamentos diretos de usuários e outros insumos. Porém, a maior parte do financiamento e gestão é por conta do Estado.
O Estado presta a maioria ou totalidade de serviços, as redes hospitalares e ambulatoriais são geralmente do governo.
Modelo do Seguro social
Implica num seguro no qual a participação é obrigatória. O financiamento é por aporte e contribuições dos empresários e trabalhadores. Por definição só cobrem os contribuintes e seu grupo familiar. Todas as obras sociais da Argentina são exemplos deste modelo.
Exemplo do sistema bismarckismo, adotado em países europeus.
Modelo seguro Privado
Este modelo tem uma organização tipicamente fragmentada, descentralizada e com escassa regulação pública, tendência que está sendo mudada. A situação que mais se aproxima é a dos EUA, onde hé mais de 1500 seguros privados. Em comparação com os outros modelos este limita a ação do estado a uma escassa regulação. Exemplo desse modelo é o adotado no Estados Unidos, onde 75% da população faz uso do seguro privado.
Modelo Assistencialista
De forma inversa ao modelo Universalista a saúde não é um direito do povo, mas sim uma obrigação dos cidadãos. O Estado só daria assistência às pessoas incapazes de assumir a responsabilidade individual de cuidar da saúde. As ações seriam direcionadas às pessoas mais vulneráveis e carentes. Porém, as ações seriam limitadas qualitativa e quantitativamente, pois do contrário, poderia contribuir para incentivar as pessoas a não se responsabilizarem pela própria saúde. 
Proteção social residual ou assistencialista, o Estado não assume a responsabilidade pela saúde, que é uma obrigação dos cidadãos. Somente as pessoas incapazes de assumir a responsabilidade individual de cuidar da saúde é que recebem assistência do Estado. A assistência é dada à população vulnerável e as pessoas carentes, mas há limite de ações, para estimular a responsabilidade individual por sua saúde.
Principais modelos Institucionais:
De monopólio estatal, no qual o estado é regulador, financiados e prestador de serviços, é também conhecido como modelo Semashko.
De mercado ou seguro privado, que se caracteriza por ser segmentado, descentralizado e pela pluralidade de reguladores, financiadores e prestadores de serviços que competem entre si, com pouca ou nenhuma regulação governamental.
Beveridgeano: caracteriza-se por financiamento público por meio de impostos gerais, controle parlamentar, universalidade de acesso, gestão pública e prestação de serviços por mix público/privado.
Elaborado na Inglaterra, tem foco na universalidade dos direitos sem condicionalidades, enfrentar as desigualdades sociais. Voltados para a prevenção.
Bismarckiano ou modelo de Seguridade Social: Expressa-se em um sistema de saúde financiado por cotas obrigatórias, pagas por empresários e trabalhadores que aportam recursos para um fundo público de seguridade que faz a gestão do sistema.
Concedia assistência benefícios e serviços aos trabalhadores, porem com uma prévia contribuição (seguro social) 1 sistema de previdência do mundo.
De competição gerenciado: o mercado é articulado entre consumidores, operadoras dos planos de saúde e patrocinadores que convivem em situação de competição regulada.
OBS: Em relação ao financiamento, de forma geral, os sistemas universais de modelo beveridgiano utilizam recursos provenientes de impostos gerais. Já os modelos de seguro social, bismarckianos, decorrem de porcentagens de pagamento salarial, e o modelo residual assistencial é financiado por investimento privado.
Sistemas de Saúde nos países: Canadá, EUA, França, Inglaterra, Argentina, Chile, Cuba e Brasil.
INGLATERRA:
Desde 1948- Serviço Nacional do Reino Unido- National Health Service (NHS). É universal e igualitário com atuação preventiva e curativa. Equivalente ao Brasil. 
Os recursos são arrecadados pelo Sistema de impostos nacional mas os serviços na Inglaterra , Irlanda do Norte, Esócia são administrados separadamente.
No país não existem caixas independendentes a serem escolhidas livremente pelos cidadãos. Para o paciente, os resultados são sensivelmente piores que em outros países europeus: No Reino Unidos, espera-se cerca de 18 meses por uma cirurgia. Por isso, o país envia pacientes até mesmo para a França ou Alemanha.
O NHS é melhor na maneira como distribui os médicos e recebe atendimentos pelo telefone. Ir ao hospital na hora que você pode ser atendido faz muita diferença.
O National Health Service (NHS), sistema de saúde britânico citado pela especialista, foi um dos modelos usados pelo Brasil para a criação do SUS, em 1988. Ele investe cerca de US$ 3.377 por habitante, equivalente a 9,1% do PIB.
FRANÇA:
O sistema de saúde francês é considerado pela OMS, como o melhor do mundo. O Estado exerce um papel central, ao controlar as relações entre as diversas instituições financeiras, os médicos e os pacientes.
Desde de 1996 o Parlamento decide sobre o montante de verbas a ser destinado às seguradoras públicas de saúde, às quais estão ligados mais de 60% dos franceses. O restante da população possui planos de saúde especiais com diferentes tabelas de custo.
A França é famosa por oferecer aos cidadãos (franceses ou não) um dos sistemas sociais mais completos do mundo. E, assim como auxílio financeiro e auxílio moradia, ela oferece um sistema de saúde público; através do sistema de seguro nacional de saúde, a famosa Sécurité Sociale (em francês). 
A Sécurité Sociale tem a função de amparar todos os cidadãos nos pilares: doença, acidente, família e velhice. Isso significa que todos devem ter acesso aos hospitais, médicos, e aos medicamentos (na maioria dos casos, gratuitos ou de baixo custo). E, claro, diferentemente da maior parte do Brasil, o sistema de saúde na França é de altíssima qualidade.
Isso não quer dizer que os todos os serviços de saúde sejam gratuitos; mas de fato eles são muito mais baratos que os tratamentos similares oferecidos em outros países. E isso só ocorre, pois a maior parte (cerca de 77%) do sistema de saúde é financiada pelo governo.
Todos os anos o governo francês contribui com uma quantidade significativa do PIB do país para criar serviços sociais; sendo um dos destaques a área da saúde, que recebe aproximadamente 9,8% do PIB total do país anualmente.
Além disso, mensalmente uma fração do salário de todos os trabalhadores é descontada da sua folha de pagamento e voltada para o financiamento da saúde na França. Dessa forma, todo trabalhador na França é obrigado a se afiliarà Sécurité Sociale; e apresentar a sua Carte Vitale sempre que precisar ir ao médico, fazer exames ou comprar medicamentos com receita.
Por isso, até recentemente, a cobertura da seguradora social era restrita àqueles que contribuíam para a Sécurité Sociale (em geral, trabalhadores ou aposentados), excluindo população mais carente. Porém, desde 2006 o governo colocou em prática a Cobertura Universal da Saúde ou CMU (Couverture Maladie Universelle) e estendeu a sistema a todos que residem legalmente na França, no mínimo há três meses.
A CMU permite que pessoas com poucos recursos financeiros tenham 100% de seus gastos cobertos pela Sécurité Sociale, sem precisar pagar por um sistema de saúde complementar (Mutuelle). Dessa forma, qualquer pessoa que não esteja coberta pelo Sécurité Sociale deve estar pela CMU.
Possui indicadores sociais de países desenvolvidos, como baixa taxa de mortalidade infantil.
ARGENTINA:
O mercado de saúde da Argentina possui 3 sistemas coexistentes: o Público, o de Serviços Sociais (chamado de Obras Sociales ou OS) e o Privado.
O setor público inclui aproximadamente 30% do total da população, em sua maioria grupos sociais de baixa renda
O setor de Serviços Sociais é o formado por instituições que cobrem as contingências de saúde e provêm infra-estrutura de assistência social aos trabalhadores em relação de dependência e aos aposentados do regime nacional de previdência social, através do chamado Programa de Assistência Médica Integral (PAMI). Esse setor se constitui como um seguro social para a proteção dos trabalhadores assalariados e seus familiares diretos, cujo aporte é obrigatório e se realiza através de contribuição tanto dos empregadores (6%) como dos empregados (3%)
Setor Privado sob a denominação global de empresas de medicina pré-paga, opera com um total de 196 empresas, entre as quais , 58% têm base na capital federal, 19% no resto da grande Buenos aires
A Saúde na Argentina melhorou muito nos últimos 20 anos, com um investimento público de cerca de 10% do PIB e uma população de mais de 42 milhões de habitantes, os argentinos vivem mais e melhor, porém houve um significativo deterioro do sistema público de saúde e empobrecimento da população com a crise econômica recente.  
O perfil epidemiológico é similar ao de países desenvolvidos, com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado, caracterizado por um crescente predomínio de doenças não transmissíveis, progressiva erradicação de doenças infecciosas, envelhecimento da população e redução da natalidade. No entanto, infecções comuns, desnutrição e assistência precária continuam frequentes nas populações mais marginalizadas.
Cerca de 92% da população vivem em zonas urbanas, sendo um terço dela região da grande Buenos Aires. A principal causa de mortalidade são as não-transmissíveis, especialmente as doenças cardiovasculares, câncer, DPOC e diabetes. 
Na Argentina os serviços de saúde são providos três subsistemas que coexistem:
Sistema de saúde público: É universal e gratuito, usado por cerca de 37% da população, possui hospitais e clínicas amplamente distribuídos por todo território nacional. Fornece vacinas, medicamentos, consultas, serviços de emergência, cirurgias e reabilitação, gratuitamente, inclusive a estrangeiros. Também inclui universidades para formação, treinamento e reciclagem de profissionais de saúde. É financiado pelo governo nacional, provincial e municipal. É usado principalmente pelas classes mais humildes ou por qualquer pessoa durante emergências.
Obras sociales: Um sistema misto, com investimentos públicos, dos trabalhadores, dos empregadores, dos pensionistas e dos aposentados. Se consolidou na década de 70 e atualmente é usado por cerca de 52% da população. Quando um trabalhador registrado necessita um serviço de saúde o Estado paga parte e o trabalhador paga outra parte, seja a clínica pública ou privada. Aposentados e pensionistas usam o Programa de Assistência Médica Integral (PAMI).
Sistema privado de saúde: Quando uma pessoa quer usar o serviço de uma clínica privada, mas não possui uma obra social, ela pode pagar integralmente o valor dos serviços no momento da consulta ou mensalmente com um serviço de Medicina Prepaga. Existem mais clínicas privadas do que públicas, mas apenas 8% da população possui um plano de Medicina Prepaga. A maioria dos serviços se concentram na Grande Buenos Aires(GBA).
CHILE:
Por lei, os trabalhadores formais são obrigados a contribuir com 7% de sua receita mensal ao sistema que adotarem, seja o FONASA ou uma ISAPRE. A FONASA recebe investimentos governamentais para cobrir o atendimento a indigentes e levar adiante alguns programas. As ISAPREs administram as contribuições obrigatória dos assalariados seus membros podem contribuir com um valor adicional para melhorar a cobertura do seu plano 
OBS: FONASA 68,3% da população ISAPRE 17,6% da população
A saúde no Chile tem como seu principal estruturador o Sistema Nacional de Serviços de Saúde (Sistema Nacional de Servicios de Salud - SNSS), que compreende o Fundo Nacional de Saúde (Fondo Nacional de Salud - FONASA), braço público do sistema, e as Instituições de Saúde Previsional (Instituiciones de Salud Previsional - ISAPRE), seu braço privado. 
O SNSS é uma construção social, criado em 2 de julho de 1979 a partir dos existentes SNS e SERMENA, e busca centralizar e organizar os serviços de saúde prestados à população, pautado nos princípios de equidade, participação e solidariedade. 
Muitas reformas ao longo dos anos foram necessárias para o desenrolar da atual situação de acesso e cobertura do sistema de saúde do Chile. 
Atualmente, há um sistema de saúde misto, com parte sob responsabilidade pública e parte do setor privado. Entretanto, ainda que o sistema tenha boa cobertura e qualidade, além de seus indicadores de saúde estarem acima da média regional, nota-se ainda diversos problemas que precisam ser revistos e solucionados.
O sistema de financiamento para a Saúde Pública do Chile funciona de tal forma que, desde o ano de 1986, os trabalhadores e pensionistas devem contribuir com 7% de sua renda - sendo isentos os pensionistas mais pobres – para o Funasa (Fundo Nacional de Saúde). Os beneficiários poderão utilizar tanto os serviços de saúde pública quanto os serviços de saúde privada.  
Há, ainda, as “Instituiciones de Salud Previsional”, ou Isapre, que são intermediadoras financeiras dos planos de saúde e os usuários que contribuírem com a Isapre não precisarão contribuir com o sistema estatal.  
A proteção ofertada pelo Isapre dependerá da renda do trabalhador e do risco médico apresentado por ele, levando em conta a idade, sexo, história médica familiar etc. 
O Isapre oferece menor tempo de espera para os serviços e o Funasa, por outro lado, utiliza hospitais públicos de menor custo e pode incluir um pacote de benefícios mais amplo para o mesmo custo. 
Cerca de 50% do financiamento da saúde pública provém da tributação de usuários, que irá para o Sistema Nacional de Serviços de Saúde (SNSS) e para o Funasa para ajudar a cobrir as despesas. O Isapre cobre suas despesas utilizando apenas as contribuições dos usuários.
Em resumo, o sistema de saúde do Chile, embora tenha boa cobertura e qualidade, ainda passa por problemas que precisam ser solucionados e são apontadas necessidades como a de garantia de qualidade dos serviços prestados, a diminuição das desigualdades no asseguramento e a melhor organização dos planos de saúde, além da busca por uma cobertura integral.
Em 2002, Chile gastou em torno de 5,8% do PIB em promoção e atenção em saúde, dessa fração aproximadamente 3% correspondia a gastos públicos, que cobriam aproximadamente 70% da população, e 2,8% correspondia ao gasto privado. No ano de 2007 o gasto em saúde subiu para 6,4% do PIB e para 7,5% em 2009. Em 2012 a porcentagem teve uma ligeira queda para 7,2% do PIB, sendo que 3,45% foi gasto no setor público e 3,75% no setor privado. 
Cerca de metade do gasto público nessa época foi financiado pelas contribuiçõesdos trabalhadores afiliados ao Funasa (Fundo Nacional de Saúde) e a outra metade diretamente dos impostos. Já no gasto privado, aproximadamente 70% do dinheiro veio dos planos de saúde privados e 30% foi desembolsado diretamente pelos usuários. 
Em 2014, o Chile foi classificado como o terceiro da América Latina, perdendo para México e Equador, e décimo sétimo do mundo em uso eficiente de recursos da saúde.
Para analisar a evolução dos indicadores em saúde chilenos, precisa-se ter em mente as transições históricas que esse sistema passou. O antigo SNS contribuiu muito para melhorar os indicadores de saúde chilenos através de seus programas de prevenção e de atenção ao grupo materno infantil para a melhora desses parâmetros como a mortalidade infantil, em menores de um ano, que era de 99,5 a cada 1000 nascidos vivos em 1953 e passou a ser de 65,8 em 1973.
Além disso, o Chile passou por uma acentuada melhora nos seus indicadores de saúde desde a década de 60 favorecido pelo aumento do acesso à água potável e rede de esgoto e devido a expansão do sistema escolar. 
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) referente ao ano de 2012, o Chile possui um população aproximada de 17,5 milhões de pessoas, um PIB per capita de 21.310 dólares (a média global é de 12.018 dólares), e a maior expectativa de vida ao nascer da América do Sul: 80 anos (no Brasil é 74 anos, nos Estados Unidos da América, 79 anos e na França, 82 anos).
A taxa de fecundidade do Chile é de 1,8 filho por mulher, enquanto a média mundial é de 2,5. 
A taxa de mortalidade de menores de cinco anos a cada 1000 nascidos vivos no Chile (9 mortos a cada 1000 nascidos vivos) é menor que a média na América do Sul (15 mortos a cada mil nascidos vivos). 
Já a taxa de mortalidade de adultos, que é a probabilidade de morte entre 15 e 60 anos a cada 1000 habitantes, é de 110 para homens e 56 para mulheres, menor quando comparado com a média regional de 161 para homens e 89 para mulheres. 
Além disso, a taxa de mortalidade materna chilena é de 22 a cada 100 mil nascidos vivos, muito abaixo da taxa regional que é de 68 a cada 100 mil nascidos vivos.
Com relação a prevalência de HIV no Chile nota-se que também é abaixo da média regional, sendo de 222 a cada 100 mil nascidos vivos no Chile e 315 a média regional. Já a prevalência da tuberculose é de 21 a cada 100 mil habitantes e, novamente, menor que a média regional que é 40 a cada 100 mil habitantes.
Ainda segundo o mesmo perfil de saúde feito pela OMS a distribuição das causas de morte de crianças menores de cinco anos é: 37% por anomalias congênitas, 27% devido a prematuridade, 8% por injúria, 6% por causa de infecções respiratórias agudas, 4% por asfixia, 3% por sepsis neonatal e 15% por outras causas.  
A principal causa de enfermidades no Chile em 2011 são doenças do sistema circulatório (27,10 %), seguido de tumores (25,88%). O total de consultas médicas do SNSS em 2013 foi de 42.985.305 consultas e, destas, aproximadamente 16 milhões realizadas na atenção primária, 7 milhões na atenção secundária e 19,5 milhões na atenção de urgências.
CANADÁ:
O sistema de saúde do Canadá que é um dos melhores do mundo, que toda a população tem acesso aos mesmos tratamentos, aos mesmos médicos, independentemente da sua classe social.
Em 1984, o Canadá criou uma legislação federal bastante especifica, denominada Canadá Health Act, que prevê que todos os cidadãos tenham acesso a serviços de saúde gratuitamente, os gastos são cobertos pelos fundos públicos, mas os serviços são prestados por empresas privadas.
O sistema de canadense é chamado de Medical Care, no qual todos cidadãos têm acesso a saúde, onde os riscos são divididos para toda a cidadania.
Não existem tratamentos diferenciados que dependem da classe social ou do tipo de plano ou seguro de saúde. Sendo assim, não existe um sistema de atendimento para quem pode e não pode pagar, todos tem diretos aos mesmos benefícios.
Os poucos planos de saúde com fins lucrativos que existem por l aso podem da cobertura aqueles procedimentos que o Medical Care não cobre, como cirurgias cosméticas, tratamentos odontológicos em adultos (crianças tem cobertura ate os quatorze anos de idade) e apartamentos melhores em hospitais.
O cidadão canadense, com sua carteira de saúde pode escolher o seu médico. Esse por sua vez não é um funcionário público. Ele tem o seu consultório particular e compete com os seus colegas a partir dos bons serviços prestados. Além disso, o próprio médico que fica encarregado das despesas, como os pagamentos de seus funcionários.
o Canadá, atualmente, possui 15 províncias, onde cada uma tem autonomia para ditas as regras do sistema de saúde, de acordo com as necessidades de seus cidadãos.
O dinheiro do cidadão, coletado na forma de impostos pelo governo federal, é repassado proporcionalmente as províncias.
Essa, através de Conselhos de Saúde, com a participação da cidadania, tem uma grande autonomia no planejamento do atendimento a saúde, determinando prioridades e negociando com as Associações Médicas e hospitais os seus honorários médicos e custos hospitalares.
O cidadão de uma província tem cobertura de assistência a suade em todo o território canadense. Além disso, ele também tem cobertura fora do país para tratamentos não oferecidos dentro do país.
O Canadá investe muito em saúde, direcionando 11% do PIB à área. Referência constante quando o assunto é saúde, o país gasta 3.100 dólares per capita na área.
No geral, os custos da assistência médica no país são cobertos por fundos provenientes do imposto de renda, embora três províncias impõem um imposto fixo a mais (que podem ser removidos em famílias de baixa renda).
Aproximadamente, 70% dos gastos da assistência médica canadense são cobertos por fundos públicos, com o restante sendo cobertos por fontes privadas.
Seguro Privado no Canadá existe e é permitido, embora seja limitado pelo governo canadense a cobrir serviços que não são cobertos pela assistência médica pública da província ou território.
Sob os termos do ‘’Canadá Health Act’’, todas as ‘’pessoas asseguradas’’- basicamente, todos os residentes legais do país, incluindo imigrantes recentes em cidadania canadense, possuem direito de receber ‘’serviços assegurados’’, sem precisar pagar diretamente pelos serviços.
Um cartão de saúde é fornecido a todos os cidadãos de cada província, e todos devem receber o mesmo nível de cuidado, independente da renda ou cultura.
A cobertura de saúde não é afetada pela troca de emprego.
O Medical Care não cobre os custos de remédios farmacêuticos. Estes, são cobertos por companhias privadas, ou, no caso de clientes idosos ou de baixa renda, por outros programas públicos.
Os médicos familiares são escolhidos pelo paciente. Caso um especialista seja necessário, o médico de família pode referir o paciente para um especialista. Esses especialistas incluem dermatologistas e pediatra.
Cuidado preventivo e detecção precoce são considerados importantes e exames médicos anuais são encorajados, visto que não apenas estendem a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes, mas também diminui os custos de assistência médica.
Com mais de 35 milhões de habitantes e o segundo maior território do mundo, o Canadá se destaca nos indicadores sociais, mantendo os índices de analfabetismo, de mortalidade infantil e de natalidade baixos.
O sistema apesar de ser administrado pelo governo e de ser universal, não necessariamente é gratuito, em algumas províncias se paga mensalidade para a utilização dos serviços de saúde.
Do perfil epidemiológico característicos de países centrais, a expectativa de vida gira em torno de 80 anos de idade, com baixa mortalidade infantil.
Doenças de aparelho circulatório, câncer, enfermidades respiratórias e fatores externos estão entre as principais causas de mortalidade.
O sistema de saúde canadense é regulado pelos princípios: Universalização das garantias, a gestão pública, a integralidade ou o caráter completo de atenção e a portabilidade (validadede direitos em todo o território canadense).
Do total de hospitais do país, 95% atuam sem fins lucrativos, administradas por organizações comunitárias, religiosas ou autoridades provinciais.
Uma das vantagens do modele de saúde canadense é o modo de organização dos serviços, com ênfase na integração, na continuidade e na atenção primária, com um importante papel do generalista ou médico de família e da equipe de saúde.
ESTADOS UNIDOS
Os EUA não têm um sistema público de cobertura universal na área da saúde
Cerca de 46 milhões de pessoas nos EUA não tem plano de saúde. Pois, como não existe um sistema único de saúde no país, significa que, se essas pessoas ficarem doentes, precisarão vender seus carros ou hipotecar a casa para pagar as contas do hospital.
Despesas médicas são o principal motivo de falência pessoais no país
Os EUA são os piores em termos de ‘’eficiência, equidade e resultados’’
O mercado de médicos é altamente centralizado, ou seja, para ser médico o indivíduo deve ser aceito pelo conselho profissional da categoria, o qual tem interesse de manter baixo o número de médicos, por isso eleva artificialmente os salários.
Adicionalmente, o médico tem que possuir diversos tipos de licença, sem as quais ninguém pode exercer a medicina.
A criação de hospitais sofre a mesma regulamentação, o que dificulta o surgimento de hospitais baratos que poderiam concorrer com os já estabelecidos.
Há alguns programas financiados pelo governo, como o “Medical Care’’, destinado a pessoas com mais de 65 anos, ou ‘’Medicaid’’, para pessoas de baixa renda (o governo paga aos hospitais e médicos que atendem o beneficiário). 
Veteranos de forças armadas também estão cobertos por um programa do governo, assim como crianças de famílias pobres que não se enquadram nas exigências do Medicaid.
A maioria dos americanos, porém, precisa adquirir seu próprio plano de saúde, seja por meio de seus empregadores ou por conta própria.
No caso dos planos de saúde, há variações nas regras e no valor a ser pago.
Aqueles que não tem cobertura de saúde só são atendidos gratuitamente em emergências.
Nos EUA, as empresas podem demitir grávidas e até mesmo pessoas com câncer.
O sistema de saúde é uma bomba-relógio para as contas públicas. Os gstos com saúde crescem a uma taxa superior a inflação, ou seja, os EUA é o país que mais gasta com saúde, com 16% do PIB, mas está em 37 lugar em qualidade de atendimento.
As esferas municipais, estadual e federal se misturam quanto aos gastos com a suade pública e cerca de 38% dos gastos são sanados pela esfera pública.
Obamacare: Patient Protection and Affordable Care Act (PPACA ou, em português, “Lei de Proteção e Cuidado Acessível ao Paciente”), conhecido popularmente como Obamacare, tem o objetivo de ampliar o acesso dos americanos a convênios médicos. A lei foi assinada em março de 2010 e previa que todo cidadão deveria ter seguro de saúde até 31 de março de 2014. Quem não o adquirisse teria de pagar uma multa de US$ 95, incluída nos impostos pagos anualmente. Em 2016, a taxa aumentou em U$500, passando para US$695, ou 2,5% da renda familiar total do indivíduo. Recentemente, em 2017, o presidente Donald Trump eliminou a multa.
A meta primordial do Obamacare é reduzir os gastos do governo federal em saúde. Em 2009, Medicare e Medicaid custaram US$676 bilhões, o que equivale a 10,4% do orçamento. O Estado previa que os custos iriam duplicar até 2020. A única maneira de cortar despesas seria facilitar o acesso aos convênios médicos.
Se mais indivíduos estiverem assegurados, não utilizarão o sistema público ou irão assumir uma dívida milionária quando precisarem usar o hospital. Além disso, o Obamacare aposta na prevenção: com acesso ao convênio médico, os cidadãos terão meios de cuidar da saúde regularmente, realizando consultas e exames preventivos.
Para garantir o acesso à saúde, o Obamacare ampliou a faixa econômica do Medicaid, atingindo mais 15 milhões de pessoas. Pessoas com renda mensal até quatro vezes acima da linha da pobreza podem pedir subsídios federais (ajuda financeira) para bancar os custos de planos de saúde. Empresas com mais de 50 funcionários foram obrigadas a oferecer convênio, enquanto companhias menores puderam solicitar benefícios fiscais em troca de oferecer assistência de saúde.
Além disso, o Obamacare estabeleceu que jovens com até 26 anos podem ser beneficiados pelo convênio médico dos pais. As companhias de seguro também precisaram se adaptar. Antes, elas podiam negar a assistência a pessoas que tivessem condições de saúde pré-existentes. Após a lei, foram obrigadas a oferecer seguro para todos e não poderiam retirar a cobertura de quem ficasse doente.
Para contratar um plano de saúde, é preciso acessar o portal Healthcare, gerido pelo governo. Funciona como um intermediário entre o indivíduo e a seguradora de saúde, garantindo que o cidadão terá acesso a um convênio que caiba dentro do seu bolso. Há diversas modalidades de seguro, cujos custos dependem de cinco fatores: idade, renda, tamanho da família, localização e tipo de plano escolhido. A ideia é que ninguém pague mais do que 9,5% de sua renda mensal por ano.
Trumpcare: O Obamacare vem recebendo críticas desde que foi aprovado. O partido Republicano, que faz oposição ao Democrata (do qual Obama faz parte), não concorda que todos os cidadãos sejam obrigados a arcar com um plano de saúde individual. Além disso, afirma que a lei é ineficiente, já que muita gente acaba faltando às consultas para reduzir os gastos. Afinal, os planos de saúde oferecidos pelas seguradoras não cobrem todas as despesas. Quanto mais caro for o convênio, mais gastos cobrirá. No entanto, o beneficiário sempre precisará pagar uma parcela do atendimento do seu próprio bolso.
Quando assumiu a presidência em 2017, Donald Trump criou o Trumpcare, uma alternativa ao Obamacare. Hoje, o projeto criado por Obama ainda está em vigor, mas o atual presidente está aprovando novas medidas aos poucos. No final de 2017, o governo retirou o pagamento das taxas para quem não tiver plano de saúde, assim como a obrigatoriedade criada para empresas com mais de 50 funcionários, retirando o convênio para todos os trabalhadores. Outras decisões foram mantidas, como a possibilidade de manter os filhos no seguro até que completem 26 anos.
O estudo realizado pelo The Commonwealth Fund aponta que os Estados Unidos (EUA)  que os gastos em saúde representam 16,6% do PIB (Produto Interno Bruto), isso significa 5% a mais que a Suíça, o  país mais próximo no ranking. Todavia, em uma medida de desempenho do sistema de saúde entre onze países de alta renda, os EUA ficam em último lugar.
Os Estados Unidos são os únicos que não disponibilizam cobertura de seguro de saúde universal e a análise identificou alguns problemas que acometem o sistema de saúde dos EUA que são: um grande número de pacientes não segurados, cuidados primários limitados, encargos administrativos e disparidades no atendimento entre pacientes com diferentes tipos de renda.
A análise apontou também que o desperdício de cuidados de saúde, que inclui tratamentos desnecessários, drogas e procedimentos superados representam um agravante que pode chegar a 34% dos gastos totais de cuidados de saúde dos EUA.
CUBA:
O governo de Cuba se orgulha de o país ter se tornado referência internacional em saúde. 
Autoridades cubanas informam que há médicos do país principalmente na Bolívia, na Venezuela, no Peru e no Brasil. Pelos dados oficiais, em Cuba há 6,4 médicos para mil habitantes. No Brasil, o Ministério da saúde mostra que existe 1,8 médico para mil habitantes. Na Argentina, a proporção é 3,2 médicos para mil habitantes e, em países como Espanha e Portugal, essa relação é 4 médicos.
Depois da revolução de 1959, Cuba iniciou um processo de reformas no sistema de saúde que resultaram num serviço gratuito e universal de cuidados de saúde. 
Considerado um direito humano para todos os cidadãos, a Saúde em Cuba é uma prioridade nacional. 
As políticas de Saúde em Cuba dãoespecial relevo à prevenção, cuidados primários, no trabalho com as comunidades, através da interação e participação dos cidadãos. Tal levou a uma elevação dos mais importantes indicadores de Saúde, apesar de todas as dificuldades económicas. 
Com o colapso do bloco socialista e o agravamento do embargo económico, comercial e financeiro dos Estados Unidos, o progresso que Cuba manifestava nos últimos 30 anos na área da Saúde Pública foi afetado, mas o sector continuou a ser financiado pelo Estado cubano, existindo mesmo um aumento orçamental durante a crise económica.
Enquanto Cuba emergia do turbilhão económico dos anos 90, o Sistema de Saúde Cubano (SSC) começou a partilhar a sua experiência com diversos países em desenvolvimento, criando sinergias que se continuam a desenvolver na atualidade, tanto no que respeita a cuidados médicos, como em investigação e educação médica. 
A cooperação médica internacional é uma das principais características do sistema, e, desde 1963 mais de 130000 profissionais de saúde cubanos trabalharam voluntariamente no estrangeiro.
Atualmente, existem 36770 profissionais de saúde a trabalhar em 70 países através de diversas modalidades de cooperação. 
O SSC é especialmente interessante devido aos seus indicadores de país desenvolvido numa economia de país em desenvolvimento, demonstrando, assim, a importância de um compromisso político com os cuidados primários e a prevenção, e contrariando o preconceito amplamente instituído de que um sistema de saúde universal de alta qualidade é sempre dependente de um enorme investimento financeiro. 
Em agosto de 2014, a OMS reconheceu que o nível de excelência e eficiência do sistema de saúde cubano é exemplo para todos os países do mundo.
Mesmo com recursos limitados e o impacto causado pelas sanções ao país, Cuba conseguiu tornar universal o acesso à saúde. 
Parte do sucesso do país na área se deve ao fato de que cerca de 10% do seu PIB é destinado à saúde, muito acima da verba destinada em países como Estados Unidos, Alemanha, França e Espanha.
Cuba baseia seu sistema de saúde na medicina preventiva, muito diferente do modelo curativo, que é adotado em diversos países, mesmo que seja considerado pouco eficiente e mais custoso.
BRASIL:
A saúde pública no Brasil, como sabemos, é muito completa e alcançou resultados bastante positivos desde que o Sistema Único de Saúde foi criado, porém enfrenta inúmeras dificuldades, comprometendo a qualidade do atendimento à população. Além disso, em um país de dimensões continentais e tão heterogêneo, a saúde, assim como outros aspectos (educação, segurança) é bastante discrepante no território.
A saúde no Brasil se divide hoje em pública e suplementar. 
A saúde pública está estruturada dentro do Sistema Único de Saúde, mais conhecido como SUS, já a saúde suplementar é a saúde privada, que compreende os planos de saúde. 
Atualmente, 75% dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS, o restante da população utiliza a saúde privada.
Mesmo que algum cidadão opte por utilizar a saúde privada e adquira um plano de saúde, seja individualmente ou por convênio da empresa em que trabalha, ele não perde o direito de utilizar o SUS. Afinal, um de seus princípios é a universalidade, que significa que todos os brasileiros têm direito aos serviços de saúde.
É interessante notar a discrepância dos valores investidos nesses dois casos.
O SUS investe cerca de R$ 103 bilhões por ano e atende 75% da população brasileira, já a saúde suplementar, que atende apenas 25% dos cidadãos, investe R$ 90,5 bilhões. Isso quer dizer que os gastos por paciente são, em média, três vezes mais altos na saúde suplementar do que na saúde pública.
Atualmente, segundo dados do Conselho Federal de Medicina, o Brasil conta com 453.726 médicos. Esse efetivo foi alcançado após a abertura de diversas escolas de medicina nos anos 1970. Além disso, outros fatores contribuíram para o aumento no número desses profissionais, como o envelhecimento da população – e consequentemente maior demanda por serviços médicos – e a criação do SUS.
Vários estudos apontam a escassez ou ausência de médicos em diversas regiões do Brasil. Isso acontece especialmente em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, onde normalmente as estruturas para o atendimento à população são mais precárias. Por outro lado, há uma grande concentração de médicos nas capitais, onde há mais serviços de saúde e mais oportunidades de trabalho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, agência da ONU especializada em saúde, o parâmetro ideal de atenção à saúde é de 1 médico para cada mil habitantes. O Brasil supera essa razão: hoje, são 2,11 médicos para cada mil habitantes. Porém, devido a essa concentração, a distribuição pelo território brasileiro é bastante desigual. 
O SUS é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, são 190 milhões de brasileiros potencialmente usuários e 150 milhões que dependem exclusivamente desse sistema. 
Apesar de inúmeras conquistas e avanços desde a sua criação, a saúde pública no Brasil enfrenta diversos problemas. 
É comum pacientes esperarem horas para ser atendidos, hospitais sem leitos suficientes, estrutura precária e grandes filas para consultas e tratamentos.
Não há como separar as dificuldades de gestão da saúde pública com o seu financiamento, pois em grande medida, eles são causa e consequência. 
O SUS tem um caráter de descentralização, o que visa dar mais autonomia aos entes federados. O grande problema é que descentralizou-se a gestão, porém os recursos não foram descentralizados de maneira proporcional.
O que acontece na prática é: os estados e municípios possuem grandes responsabilidades em relação aos atendimentos em seu território, porém não recebem recursos suficientes para isso. 
Também é muito comum constatar incapacidade de municípios pequenos em estabelecer e gerenciar seus sistemas de atendimento. Como o município é responsável pela atenção básica, que pode resolver cerca de 85% dos problemas de saúde, as deficiências nesse nível podem comprometer em grande medida a qualidade da saúde da população.
O SUS é subfinanciado pois não recebe recursos suficientes para atender toda a população da maneira que propõe a Constituição.
Dados de 2015 mostram que o Brasil gastava cerca de 3,1% do PIB em saúde pública. São em média 525 dólares por habitante gastos anualmente no Brasil. Em outros países onde há sistema de saúde pública como o Brasil, investe-se, em média, 3 mil dólares anuais.
Um dos principais agravantes é o envelhecimento da população brasileira. 
Uma pesquisa realizada pelo IBGE mostrou que em 2016, 26 milhões de habitantes tinham mais de 60 anos. Como nessa faixa etária os problemas de saúde se tornam mais recorrentes, isso representa um alto custo para a saúde pública. Outro agravante é a PEC 241 aprovada em 2016 que limita os gastos públicos em saúde ao valor do ano anterior, corrigido pela inflação.
Para Gonzalo Vecina, médico e superintendente do Hospital Sírio Libanês, o modelo do SUS é bom e não precisa ser reformulado, é necessário melhorar a gestão administrativa, aumentando a produtividade do sistema. Drauzio Varella destaca que há mudanças importantes a serem feitas em relação à concepção do sistema. Segundo ele, a saúde está focada na doença, mas é preciso focar na prevenção, é preciso agir antes. Uma medicina preventiva reduz as chances de doenças e por consequência, reduz os gastos necessários com tratamento.
Descrever historias, fundamentos, conceitos e elementos constitucionais do RAS Rede de Atenção à Saúde
A PORTARIA Nº4279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010
Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Experiências tem demonstrado que a organização da RAS tendo a APS como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede, se apresenta como um mecanismo de superação da fragmentação sistêmica; são mais eficazes, tanto em termos de organização interna (alocação de recursos, coordenação clinica, etc..),quanto em sua capacidade de fazer face aos atuais desafios do cenário socioencomico, demográfico, epidemiológico e sanitário.
RAS Arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. 
OBJETIVO: Promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bom como incrementar o desempenho do sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica.
Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os pontos de atenção com o centro de comunicação na APS, pela centralidade nas necessidades, pela responsabilização na atenção continua e integral, pelo cuidado multiprofissional, pelo compartilhamento de objetivos.
FUNDAMENTOS DA RAS:
Economia de escala, qualidade, suficiência, acesso e disponibilidade de recursos;
Integração vertical(fusão de 2 hospitais) e horizontal e atenção a saúde
Processo de substituição (reagrupamento continuo de recursos entre e dentro de serviços de saúde p aproveitar melhor resultados econômicos)
Região de saúde ou abrangência (definição de seus limites geográficos e os serviços que irão ser ofertadas naquela região)
Níveis de atenção 
ATRIBUTOS DA RAS:
População e território definidos;
Extensa gama de estabelecimento de saúde;
APS estruturada como primeiro nível de atenção e porta de entrada do sistema;
Prestação de serviços especializados em lugar adequado;
Existênsia d emecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração assistencial
Atenção à saúde centrada no individuo, na família e na comunidade;
Sistema de governança único
Participação social ampla;
Gestão integrada dos sistemas;
 Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com incentivos;
Sistema de informação integrado
Financiamento tripartite; 
Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da equidade em saúde
Gestão baseada em resultado
ELEMENTO CONSTITUTIVOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE 
População e Região de Saúde
Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das pessoas e da comunidade, as RAS devem ser capazes de identificar claramente a população e a área geográfica sob sua responsabilidade.
Região bem definida baseada em parâmetros espaciais e temporais que permitam assegurar que as estruturas estejam bem distribuídas territorialmente garantindo tempo/resposta necessário ao atendimento, propor estrutura/população/território viabilidade operacional sustentável.
Estrutura Operacional
A estrutura operacional das RAS é constituída pelos diferentes pontos de atenção à saúde, ou seja, lugares institucionais onde se ofertam serviços de saúde e pelas ligações que os comunicam. Diversos pontos que a interligam.
Os componentes que estruturam as RAS incluem: Atenção Básica à Saúde- centro de comunicação; os pontos de atenção secundária e terciária. Os sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o sistema de governança.
Modelo de Atenção à saúde
É um sistema lógico que organiza o funcionamento das RAS, articulando: as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções demográficas e epidemiológicas e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade.
Para implantação das RAS , é necessária uma mudança no atual modelo de atenção hegemônio no SUS, ou seja, exige uma intervenção concomitante sobre as condições agudas e crônicas.
Redes Temáticas Priorizadas com pactuação Tripartite
Rede Cegonha
Rede de Atenção às Urgencias e Emergências (RUE)
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
Rede de cuidado à Pessoa com Deficiência 
Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas.
COMPONENTES DAS REDES TEMÁTICAS:
REDE CEGONHA I- Pré- natal; II- Parto e nascimento; III-Puerpério e Atenção Integral à Saúde da criança; IV- Sistema Logístico : transporte Sanitário e regulação
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL I- Atenção B. em Saude; II- Atenção psicossocial especializada; III- Atenção de urgência e emergência; IV- Atenção residencial de caráter transitório; V- Atenção hospitalar; VI- Estratégias de desinstitucionalização; VII- Reabilitação psicossocial
REDE DE CUIDADO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA I- Atenção B.; II- A. Espc. Em reabilitação de múltiplas deficiências; II- Atenção Hosp. E de Urgencia e emergência
REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS I-ATb; II-A. especializada; II- Sist. De apoio; II-Sist. Logístico; V- Regulaçõ; VI- governança
REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA I-Promoção, prevenção e vigilância á saúde; II- A. B.S; III- Serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) e suas centrais de regulação medicas das urgências; IV- Sala de estabilização; V- força nacional de saúde do SUS; VI- Unidades de pronto atendimentos (UPA 24H) e o conjunto de serviços de urgência 24hrs; VII- Hospitalar; VIII- Atenção domiciliar
PORTARIA Nº1459, DE 24 DE JUNHO DE 2011 Institui Rede Cegonha 
Consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.
Objetivos: fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero aos 24 meses; organizar a rede de atenção a saúde materna e infantil para que esta garanta o acesso acolhimento e resolutividade; reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal
PORTARIA Nº3088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011
Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack , álcool e outras drogas no âmbito do SUS
Finalidade: a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes de uso de crack e outras drogas.
Objetivos: Ampliar o acesso de atenção psicossocial; promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes de uso de drogas; garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no terrritorio qualificando o cuidado por meio do acolhimento , do acompanhamento contínuo e da atenção as urgências.
PORTARIA Nº793, DE 24 DE ABRIL DE 2012
Institui a Rede de cuidados à pessoa com deficiência no âmbito do SUS
Por meio da criação , ampliação e articulação de pontos à saúde para pesssoas com deficiência temporária ou permanente, progressiva, regressiva, ou estável.
Objetivos: Ampliar o acesso e qualificar o atendimento às pessoas com deficiência; Promover a vinculação das pessoas c deficiência auditiva, física, intelectual, ostomia e múltiplas deficiência e suas famílias; garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio de acolhimento e classificação de risco.
PORTARIA Nº483, DE 1º DE ABRIL DE 2014
Redefine a Rede de atenção a saúde das pessoas com doenças crônicas .
Objetivos: Realizar a atenção integral à saúde das pessoas com doenças crônicas, em todo os pontos de atenção serviços de promoção, prevenção de agravos, diagnostico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde; fomentaar a mudança no modelo de atenção qualificação da atenção integral às pessoas com doenças crônicas e da ampliação das estratégias para promoção da saúde da população e para prevenção do desenvolvimento das doenças crônicas e suas complicações.
PORTARIA Nº 1600, DE 7 DE JULHO DE 2011
REDE DE URGENCIA E EMERGENCIA
Finalidade Articular e integrar todos os equipamentos de saúde, objetivando ampliar e qualificar o acesso humanizado e integralaos usuários em situação de urgência e emergência nos serviços de saúde de forma ágil e oportuna.
O acolhimento com classificação do risco, a qualidade e a resolutividade na atenção constituem a base do processo e dos fluxos assistenciais de toda Rede de atenção as Urgencias e devem ser requisitos de todos os pontos de atenção
FUNÇOES NA REDE DE ATENÇÃO A SAUDE
- ser base
-ser resolutiva
-coordenar o cuidado
-ordenar as redes
PROCESSO HISTÓRICO DA RAS
A origem das Redes de Atenção à Saúde (RAS) data da década de 1920, mais especificamente no Reino Unido, quando foi elaborado o Relatório Dawson5, como resultado de um grande debate de mudanças no sistema de proteção social daquele país após a I Guerra Mundial. Neste documento consta a primeira proposta de organização de sistemas regionalizados de saúde, cujos serviços de saúde deveriam acontecer por intermédio de uma organização ampliada que atendesse às necessidades da população de forma eficaz. Além disso, esses serviços deveriam ser acessíveis a toda população e oferecer cuidados preventivos e curativos, tanto no âmbito do cuidado domiciliar quanto nos centros de saúde secundários, fortemente vinculados aos hospitais. A discussão sobre a reestruturação dos sistemas de saúde segundo a lógica de RAS tem outros marcos mais atuais decorrentes da reunião de Alma-Ata, realizada em 19786. Nos Estados Unidos, na década de 90, houve uma retomada da discussão sinalizando um esforço para superar o problema imposto pela fragmentação do sistema de saúde. Investiuse na oferta contínua de serviços a uma população específica, territorialmente delimitada, focada na Atenção Primária à Saúde (APS), desenvolvidos de forma interdisciplinar e com a integração entre os serviços de saúde, bem como com sistemas de informação. Experiências semelhantes foram registradas também no Canadá. Na Europa ocidental, as RAS vêm sendo adotadas em países como Noruega, Suíça, Holanda, Espanha, França, Alemanha, Inglaterra e Irlanda. Já nos países da América Latina, a implementação das RAS ainda é inicial, sendo o Chile o país com maior experiência na área7,8. No Brasil, o tema tem sido tratado por diversos pesquisadores e teóricos da área, e data do final da década de 90. Já é possível apontar avanços nos debates e experiências relativas ao modelo de atenção, na legislação e na prática brasileira, como por exemplo, nos estados como Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná.
Assim, em nível internacional e nacional, tem-se estabelecido um consenso gradativo de que a organização dos sistemas de saúde sob a forma de redes integradas é a melhor estratégia para garantir atenção integral, efetiva e eficaz às populações assistidas13,14, com a possibilidade de construção de vínculos de cooperação e solidariedade entre as equipes e os níveis de gestão do sistema de saúde. Inclusive no Brasil, a organização do SUS sob os moldes de redes de atenção também tem sido apontada como estratégia para consolidação de seus princípios: universalidade, integralidade e equidade. A implementação das RAS tem como desafio a construção de sistemas integrados de saúde que se articulem em todos os níveis de atenção à saúde, e de forma interfederativa mais harmônica possível. Por esta razão, os debates em torno de uma maior integração nos serviços de saúde têm se intensificado desde o Pacto pela Saúde, criado em 2006, e o mais recente Contrato Organizativo de Ação Pública (COAP), formulado de forma tripartite a partir do Decreto nº 7.508/2011, que regulamentou a Lei n° 8.080/1990. A esse fato soma-se a aprovação e recém atualização de diversas Políticas, como a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)16 e a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN)17, que exemplificam os esforços para a construção de um modelo de atenção capaz de responder às atuais condições de saúde dos brasileiros, efetivando a APS como eixo estruturante e coordenador das RAS no SUS

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