Livro_Como_Investir_CDB_LCI_LCA_2018v5

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A958l Ávila, Leandro 
Como Investir em CDB, LCI e LCA / Leandro Ávila. –- Fortaleza, 2018. 
 
Biblioteca Nacional - ISBN: 978-85-915672-7-0 
1. Educação Financeira 2. Dinheiro 3. Finanças pessoais I. Título. 
 
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um futuro melhor, consciente e livre para você e 
para todos. 
Leandro Ávila 
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Sumário 
Os dois grandes grupos .............................................................................. 8 
Infidelidade bancária ............................................................................... 12 
Oportunidade ........................................................................................... 16 
Acessando centenas de bancos ................................................................ 17 
Corretoras com mais oportunidades .................................................... 21 
Saúde financeira da corretora .............................................................. 22 
Como abrir uma conta ............................................................................. 25 
Como abrir conta na Corretora 1 ......................................................... 26 
Como abrir conta na Corretora 2 ......................................................... 30 
Perfil de investidor ............................................................................... 33 
Listando os melhores investimentos ........................................................ 34 
O poder dos Títulos Privados .................................................................. 37 
Registro seguro dos investimentos .......................................................... 40 
Seu investimento seguro .......................................................................... 44 
Limitações do sistema ......................................................................... 46 
Limite de 1 milhão a cada 4 anos .................................................... 48 
Tempo de espera .............................................................................. 48 
Escolhendo os bancos .............................................................................. 52 
Índice Basiléia e Imobilização ......................................................... 54 
Como consultar o índice de basileia ................................................ 55 
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Índice de imobilização ..................................................................... 59 
Avaliação dos resultados financeiros ............................................... 60 
Agência de classificação de risco .................................................... 64 
Entenda as notas .............................................................................. 66 
Juros é prêmio por risco ................................................................... 69 
Exemplo de avaliação ...................................................................... 71 
Reputação dos bancos ...................................................................... 75 
Reclamações contra bancos ............................................................. 79 
Certificado de Depósito Bancário ............................................................ 82 
CDB Prefixado ........................................................................................ 84 
Mais prazo, mais juros ..................................................................... 85 
Mais riscos, mais juros .................................................................... 86 
Mais dinheiro, mais juros ................................................................ 87 
Reservas para proteger o investimento ............................................ 88 
Exemplo de avaliação de CDB prefixado ........................................ 90 
Quando o CDB prefixado é vantajoso ................................................. 93 
Simulando CDB prefixado .................................................................. 97 
CDB prefixado de bancos com riscos diferentes ........................... 105 
CDB Prefixado e Tesouro Prefixado ............................................. 106 
CDB prefixado x LCI prefixado .................................................... 107 
CDB prefixado de curto prazo x Poupança ................................... 107 
Como os bancos definem a taxa prefixada .................................... 109 
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CDB Pós-fixado ..................................................................................... 115 
Mas que seria um CDI? ................................................................. 116 
Simular o CDI passado ...................................................................... 122 
Média do CDI futuro ......................................................................... 125 
Quando o pós-fixado é vantajoso? ..................................................... 126 
Simulando investimento pós-fixado .................................................. 131 
Investindo antes do ciclo de alta. ................................................... 139 
Investindo antes do ciclo de baixa. ................................................ 141 
CDB ou LCI e LCA? ............................................................................. 144 
Exemplo 2 anos: ............................................................................145 
Exemplo 6 meses: .......................................................................... 145 
Exemplo 5 anos: ............................................................................ 146 
CDB ou Fundos de Investimento ........................................................... 149 
Come-cotas ............................................................................................ 152 
CDB Pós-fixado ou Tesouro Selic ......................................................... 161 
Metas de inflação ................................................................................... 167 
Exemplos ........................................................................................... 170 
Expectativas do mercado ....................................................................... 174 
Opiniões não são premonições .......................................................... 182 
Futuro da Renda Fixa ............................................................................ 187 
Independência Financeira ...................................................................... 197 
 
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Os dois grandes grupos 
 
 
 
O tempo é teu capital; tens de o 
saber utilizar. Perder tempo é 
estragar a vida. 
 
- Franz Kafka 
 
 
Com relação ao dinheiro, podemos dividir as pessoas em dois grandes 
grupos. 
De um lado temos as pessoas financeiramente deficitárias, ou seja, que 
possuem menos dinheiro do que precisam no presente. Do outro lado, 
temos pessoas financeiramente superavitárias. São aquelas que possuem 
mais dinheiro do que precisam. 
Os deficitários equilibram as suas contas pedindo dinheiro emprestado, 
comprando através do crédito e financiamentos. Comprometem a renda 
futura com o pagamento de juros para realizar seus desejos no presente. 
Já os superavitários buscam formas de guardar o dinheiro que não precisam 
gastar no presente. Eles preferem poupar, recebendo juros, até acumular a 
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quantia que precisam para realizar algum projeto, sonho ou objetivo 
financeiro. 
Um aceita pagar juros para realizar algo que deseja no presente. O outro 
aceita receber juros para realizar algo que deseja no futuro. 
Os bancos são intermediários que se posicionam no meio desses dois 
grupos. Os bancos oferecem investimentos aos superavitários e 
empréstimos aos deficitários. 
Na prática, os investimentos que os bancos oferecem são formas de pedir 
dinheiro emprestado para as pessoas que possuem recursos sobrando. 
Quando você investe em um CDB, LCI ou LCA, você está literalmente 
emprestando o seu dinheiro para o banco em troca de juros. 
Na outra ponta, os bancos oferecem esse mesmo dinheiro para os seus 
clientes deficitários, cobrando juros bem maiores. 
Esse é o negócio dos bancos: pedir dinheiro emprestado aos clientes que 
possuem dinheiro para emprestar, através de investimentos como CDB, 
LCI e LCA e depois emprestar esse dinheiro com juros maiores para os 
clientes que precisam de empréstimos e aceitam por isso. 
Você já deve ter observado que existe uma enorme diferença entre os juros 
que os investidores recebem quando emprestam dinheiro para os bancos, 
através dos investimentos que eles oferecem, e os juros que esses mesmos 
bancos cobram daqueles que precisam desse dinheiro emprestado através 
de financiamentos e empréstimos dos mais diversos tipos. 
Essa diferença entre o custo de captar o dinheiro dos investidores e o custo 
cobrado pelos empréstimos que os bancos oferecem aos seus clientes é 
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chamada de spread bancário. Quanto maior for essa diferença, maior o 
lucro do banco. 
Dessa forma, faz parte do dever de casa todo banqueiro bem-sucedido 
pagar o mínimo possível de juros para aqueles que investem dinheiro no 
seu banco e cobrar o máximo possível de juros daqueles que precisam 
desse dinheiro emprestado. 
Quando comparamos o spread bancário do Brasil com o spread praticado 
em outros países podemos constatar que ele é muito elevado. Segundo os 
relatórios anuais do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla 
em inglês), o nosso setor bancário é um dos mais lucrativos do mundo 
(fonte). 
No Brasil, existe uma grande concentração bancária. Meia dúzia de bancos 
concentram quase todos os recursos do país. Sem concorrência, as 
instituições financeiras tendem a pagar os menores juros possíveis para o 
investidor e cobrar as maiores taxas e juros dos demais clientes. 
Aliado a isso, outro fator agrava essa situação. No ranking global que mede 
o nível de educação financeira da população que vive em 144 países o 
Brasil está na 74ª posição (fonte). 
Essa falta de educação financeira se transforma em uma grande 
oportunidade de negócios para os bancos. Sem conhecimento, fica difícil 
para o investidor comparar as características dos investimentos, taxas e os 
juros oferecidos pelas instituições financeiras. 
A falta de educação financeira limita a capacidade de as pessoas 
aproveitarem oportunidades de bons investimentos, pois não são capazes 
de identificar quando estão diante dessas oportunidades. 
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Sem educação financeira as pessoas aceitam receber juros baixos quando 
investem nos grandes bancos e aceitam pagar juros altos quando precisam 
de dinheiro emprestado. 
Isso também colabora com a concentração bancária, pois faz com que as 
pessoas passem a vida inteira investindo seu dinheiro no mesmo banco, 
incapazes de avaliar as possibilidades de investimento oferecidas pelas 
outras intituições. 
Observe o gráfico abaixo que tem como fonte o “Relatório de Estabilidade 
Financeira” elaborado pelo Banco Central (fonte). 
 
Observe que mais de 70% de todos os ativos, operações de crédito e 
depósitos do país estão concentrados em apenas quatro instituições. 
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Podemos afirmar que para cada R$ 100,00 que as pessoas e empresas 
brasileiras aplicam em bancos, mais de R$ 70,00 vão para um dos quatro 
maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa, Itaú ou Bradesco). 
No gráfico, podemos observar que essa concentração está crescendo com 
o passar dos anos, com uma grande evolução após a crise de 2008. Na crise 
de 2015 ocorreu um novo salto na concentração. 
Enquanto grande parte da população perde dinheiro investindo nos grandes 
bancos que concentram o mercado, uma minoria de pequenos e médios 
investidores aproveitam as oportunidades que surgem todos os dias em 
centenas de outros bancos. 
O que iremos fazer neste livro é elevar o seu nível de educação financeira 
para que você possa ter mais conhecimentos e liberdade para escolher os 
melhores investimentos com o objetivo de elevar os seus resultados 
financeiros. 
Ao concluir esta leitura você terá o conhecimento e as ferramentas para 
avaliar as oportunidades, assim como os grandes investidores sempre 
fazem. 
Infidelidade bancária 
Nós, brasileiros, precisamos acabar com a nossa fidelidade bancária. 
Muitas vezes as pessoas se comportam como se estivessem casadas com o 
grande banco onde possuem sua principal conta corrente. 
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Essa relação entre os brasileiros e os grandes bancos costuma ser um tipo 
de “amor à primeira vista”. As pessoas tendem a “casar” com o banco onde 
abriram a sua primeira conta. 
Os bancos conhecem esse comportamento das pessoas. É por este motivo 
que costumam oferecer contas bancárias parauniversitários sem a 
cobrança de tarifas. Eles sabem que o primeiro banco tende a ser aquele 
onde as pessoas irão se manter fiéis por toda vida. 
Para os bancos, essa fidelidade é uma meta a ser atingida por garantir lucros 
crescentes por toda a vida do cliente. Para você, essa fidelidade pode ser 
muita cara, prejudicando o desempenho dos seus investimentos e da sua 
vida financeira no decorrer de muitas décadas. 
Dos 174 bancos que existem 
no Brasil, mais de 120 bancos 
que fazem parte da Federação 
Brasileira de Bancos (veja a 
lista). Esses bancos oferecem 
inúmeras oportunidades que 
até então só eram aproveitadas 
por poucos investidores que 
dominavam os conhecimentos 
que você receberá nesse livro. 
As coisas que você ainda não 
sabe restringem o seu acesso 
ao grande número de 
oportunidades que existem 
nos mais diversos bancos. 
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Você acaba se limitando ao pequeno leque de investimentos de baixa 
rentabilidade que os grandes bancos oferecem quando desconhece como 
investir em todos os outros bancos ao mesmo tempo. 
 
Observe o gráfico e a tabela acima. Imagine alguém que investiu o 
equivalente a R$ 1.000,00 por mês entre 20 e 65 anos de idade (45 anos de 
investimentos) com o objetivo de garantir uma boa aposentadoria. 
Se essa pessoa conseguisse uma média de 0,50% de rentabilidade ao mês 
nos investimentos que fez durante a vida o seu resultado seria de R$ 2,7 
milhões. 
Se conseguisse uma taxa média de 0,60% o resultado seria de R$ 4 
milhões, ou seja, 46% maior graças a 0,1 pontos percentuais a mais na 
rentabilidade mensal. 
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Observe no gráfico que a cada 0,1 pontos percentuais na rentabilidade 
mensal o resultado se multiplica de forma explosiva. 
Isso mostra que manter os investimentos de uma vida dentro de um grande 
banco que paga taxas menores do que você poderia conseguir, pode custar 
em prejuízos de milhões de reais no final de uma vida inteira de economias 
e investimentos. 
Tenha a absoluta certeza de que essa diferença milionária se transformará 
em lucros para o banco onde você tem conta, quando esses milhões 
poderiam fazer parte do patrimônio da sua família. 
O mesmo podemos dizer com relação ao pagamento das taxas elevadas que 
os grandes bancos cobram. 
Imagine uma pessoa que passará a vida inteira (entre os 20 e 80 anos de 
idade) pagando uma tarifa bancária de R$ 25 mensais para a manutenção 
de uma conta corrente dentro de um grande banco. Seria o mesmo que jogar 
no lixo a oportunidade de acumular mais de R$ 176 mil. 
Essa é a quantia que essa pessoa teria se, ao invés de pagar essa tarifa para 
um grande banco, investisse esses R$ 25 mensalmente em alguma 
aplicação com rentabilidade de apenas 0,5% ao mês. 
Se a tarifa fosse de R$ 50 mensais, no mesmo período e condições, o 
desperdício seria de R$ 352.714,12. Faça as próprias simulações com 
qualquer valor na planilha “Impacto-Juros-Investimentos.xlsx” que 
acompanha esse livro. 
Além da tarifa de manutenção de conta corrente, muitos bancos ainda 
cobram tarifas absurdamente elevadas para permitir uma simples 
transferência bancária através de um TED ou DOC. 
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Não permita que milhões de reais que poderiam fazer parte do seu 
patrimônio acabem sendo desperdiçados inflando os elevados lucros dos 
bancos. 
Nos dias de hoje, onde grande parte dos investimentos são feitas pela 
internet, não faz sentido fechar os olhos para os diversos bancos que 
cobram taxas menores ou até inexistentes por diversos serviços. 
Não existe lógica em aceitar investimentos que rendem menos sabendo que 
pequenas diferenças nas taxas de juros fazem uma enorme diferença no 
futuro. 
 
Oportunidade 
O banco onde você tem conta só vai lhe oferecer os investimentos da 
própria instituição. O gerente da sua conta jamais vai lhe avisar sobre a 
existência de um banco concorrente onde é possível fazer o mesmo 
investimento com rentabilidades maiores e condições melhores. 
A concentração bancária, que faz o brasileiro aplicar 70% de todo o seu 
dinheiro nos poucos investimentos oferecidos por apenas quatro grandes 
bancos, contribui para que centenas de outros bancos ofereçam taxas de 
juros maiores para atrair a pequena parcela de investidores que buscam 
melhores oportunidades. 
É dessa forma que os demais bancos conseguem atrair o dinheiro dos 
poucos investidores mais preparados e qualificados que existem no 
mercado. 
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Isso significa que a concentração bancária que prejudica milhões de 
brasileiros que ignoraram essas características do sistema, cria uma 
oportunidade para os poucos brasileiros que compreendem como o sistema 
funciona. 
O primeiro passo para que você possa ter melhores resultados investindo 
através de bancos é perceber o enorme leque de possibilidades que você 
está deixando de ver por concentrar toda a sua vida financeira em um único 
banco grande. 
Acessando centenas de bancos 
Ter conta em um único banco já representa uma série de burocracias e 
chateações envolvendo senhas, cartões, talões, aplicativos, ligações do 
gerente, etc. 
Você deve estar imaginando que ter contas em vários bancos, para 
aumentar o seu leque de possibilidades de investimento, poderia se tornar 
um grande transtorno. 
Pensar dessa forma faz todo sentido. Imagine como seria ter conta em cinco 
bancos diferentes para poder aproveitar condições melhores de 
investimentos oferecidos por essas instituições. 
Imagine ter acesso a cinco sistemas diferentes de bancos online, cinco 
aplicativos, cinco senhas de acesso e números de conta. Imagine cinco 
gerentes incomodando você para que compre um título de capitalização, 
seguro ou plano de previdência que você não tem interesse. 
Felizmente, nos dias de hoje, é possível investir em diversos bancos sem 
abrir uma conta corrente em cada banco. Através de uma única conta aberta 
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em uma corretora de valores é possível fazer investimentos emitidos por 
centenas de bancos, financeiras, securitizadoras, gestoras de fundos, etc. 
Uma corretora é uma instituição financeira que funciona como uma 
intermediadora. Só que a intermediação que ela faz é entre as pessoas que 
possuem dinheiro para investir (investidores) e as instituições que 
oferecem os mais diversos tipos de investimentos. 
 
A corretora intermedia a compra e venda títulos públicos emitidos pelo 
governo e títulos privados emitidos por bancos como CDB, LCI e LCA. 
Elas também oferecem investimentos emitidos por financeiras como letras 
de câmbio (LC). Investimentos como CRI e CRA emitidos por 
securitizadoras também pode ser feitos através das corretoras, assim como 
as debêntures e ações emitidas por empresas. 
Corretoras também vendem fundos imobiliários, fundos de índice, fundos 
de investimento, ETFs. COE e até contratos futuros de café, soja, boi 
gordo, milho, etanol, petróleo, ouro, dólar, etc. 
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As possibilidades oferecidas pelas corretoras são tão grandes que a vida 
financeira de todo pequeno investidor poderia ser dividida entre antes e 
depois de abrir conta em uma corretora. 
Na minha juventude, meu leque de possibilidades de investimento estava 
limitado aos ruins e poucos investimentos oferecidos pelo grande banco 
onde abri a minha primeira conta corrente. 
Felizmente, ao cursaruma disciplina sobre Mercado de Capitais na 
faculdade de Administração de Empresas descobri um enorme leque de 
possibilidades fora dos bancos. 
Fico imaginando quais seriam os meus resultados financeiros hoje, quase 
20 anos depois, se tivesse feito com a maioria dos brasileiros. 
Até os dias de hoje, os bancos grandes onde tenho conta só me oferecem 
possibilidades como poupança, títulos de capitalização (tão ruins que nem 
deveriam ser chamados de investimentos), fundos de investimento e planos 
de previdência com taxas administrativas abusivas que prejudicavam suas 
rentabilidades. 
Os CDBs oferecidos por esses grandes bancos possuem rentabilidade tão 
baixa que chegam a perder da poupança. 
Assim como aconteceu comigo, eu acredito que abrir uma conta em uma 
corretora vai ampliar o seu leque de possibilidades. Você terá acesso a 
centenas de investimentos que os bancos grandes não querem que você 
conheça. 
No exterior, é comum as pessoas investirem através das corretoras e não 
através dos grandes bancos. Grandes investidores e aqueles que possuem 
mais conhecimentos fazem os seus investimentos através das corretoras. 
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Com uma única conta em uma grande corretora é possível investir em 
centenas de bancos e financeiras sem a necessidade de abrir uma conta 
diretamente nas instituições. Isso significa que você pode investir em 
muitos bancos sem precisar pagar taxas de manutenção de conta e taxas de 
TED ou DOC para transferir dinheiro para diversos bancos. 
Você só precisa escolher uma corretora que ofereça muitas oportunidades 
de investimento. 
Ao contrário do que ocorre no universo dos bancos, entre as corretoras 
existe uma grande concorrência. Essa concorrência se traduz em taxas mais 
competitivas. Existem diversas corretoras que não cobram mais qualquer 
taxa para a abertura e manutenção de conta. O objetivo é atrair novos 
clientes. 
Muitas corretoras não cobram mais as taxas de custódia, que são taxas 
mensais que eram cobradas para manter seus títulos públicos e privados 
“guardados” ou custodiados através da corretora. 
Também existem corretoras que não cobram mais a taxa de transferência 
bancária. Isso permite que você transfira dinheiro da conta da corretora 
para a conta corrente do seu banco, sem custos. 
No decorrer deste livro utilizarei como exemplo a experiência que tenho 
em duas corretoras onde possuo conta: XP Investimentos e Easynvest. 
Você pode escolher a corretora da sua preferência, mas se o seu objetivo é 
aumentar o seu acesso a diversas possibilidades de investimentos em 
diversos bancos é interessante focar as suas pesquisas nas corretoras que 
trabalham com muitos investimentos de renda fixa. 
As corretoras que pertentem aos bancos costumam limitar suas ofertas aos 
investimentos do próprio banco que a controla. Já as corretoras 
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independentes, que não são controladas por bancos, costumam oferecer 
investimentos emitidos por diversos bancos ao mesmo tempo. Esse deve 
ser o nosso foco na hora de pesquisar uma boa corretora. 
Corretoras com mais oportunidades 
 
Existem diversas corretoras que oferecem a possibilidade de investir em 
produtos de vários bancos, gestoras e financeiras. Veja alguns exemplos 
em ordem alfabética: Ativa, BTG Pactual, Easynvest, Geração Futuro, 
Guide Investimentos, Órama, Rico, Spinelli e XP investimentos. 
Existem muitas outras corretoras. No site do Tesouro você encontrará um 
ranking de corretoras ordenado pela taxa que cobram para investimentos 
em títulos públicos. Essa isenção de taxa para investimentos em títulos 
públicos geralmente indica uma instituição que se interessa pelos 
investidores mais conservadores que buscam oportunidades na renda fixa. 
Veja o ranking: 
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-ranking-dos-agentes-
de-custodia 
Eu recomendo esse ranking como ponto de partida para as suas pesquisas. 
No topo da lista você encontrará as corretoras com taxa zero. Já entre as 
instituições que cobram as maiores taxas você encontrará grandes bancos 
como Itaú, Bradesco, Caixa, BB, Santander, etc. 
Isso mostra que não é do interesse dos bancos grandes facilitar o acesso 
dos seus clientes a investimentos externos, como é o caso do investimento 
direto em títulos públicos. 
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Para elaborar os exemplos que fazem parte desse livro vou utilizar 
investimentos reais que estavam disponíveis aos investidores nas 
corretoras XP investimentos e Easynvest. Isso não significa que estou 
recomendando as corretoras. Você é livre para abrir conta em qualquer 
corretora. Para isso é fundamental que você avalie os pontos abaixo no 
momento da escolha: 
1. A corretora cobra taxa de manutenção da conta ou taxa de custódia 
dos investimentos que você irá comprar? Prefira as que não 
cobram essas taxas ou as que cobram as menores taxas. 
2. A corretora cobra taxa de TED ou DOC para que você possa 
transferir o seu dinheiro de volta para a conta do seu banco? 
Prefira as corretoras que oferecem a isenção dessa taxa. 
3. A corretora tem boa situação financeira? Mais na frente eu vou 
ensinar como você pode fazer essa avaliação. 
4. A corretora tem os canais de atendimento que você precisa? As 
corretoras que oferecem as menores taxas costumam concentrar o 
serviço de atendimento em meios online como e-mail e chat. 
 
Saúde financeira da corretora 
 
Além de avaliar as taxas que as corretoras cobram é fundamental observar 
a saúde financeira das corretoras. É isso que vou ensinar você a fazer agora. 
Existe um site que facilita o acesso aos balanços das instituições 
financeiras no endereço: http://www.bancodata.com.br 
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É através dele que podemos ter uma visão rápida os números dos bancos, 
corretoras e financeiras. Existe um campo de busca na primeira página do 
site onde basta digitar o nome da instituição e clicar no relatório que 
aparecerá na página. 
Veja um exemplo da situação financeira da corretora XP acessando aqui. 
Veja a situação financeira da corretora Easynvest acessando aqui. 
Nestes relatórios você vai encontrar um gráfico e uma tabela na categoria 
“Histórico do Lucro Líquido”. Esses dados permitem observar se a 
corretora onde você pretende abrir uma conta apresentou lucro ou prejuízo 
nos últimos anos. 
Eu considero esse critério importante no momento de escolher uma 
corretora. Nenhuma instituição financeira sobrevive por muito tempo 
colecionando diversos anos de prejuízo. 
É claro que podem existir corretoras que estão no prejuízo pelos 
investimentos que fazem no presente para expandir e gerar lucros no 
futuro, mas não faz muito sentido ficar vários anos acumulando prejuízos. 
Isso também vale para qualquer negócio. 
É interessante que a corretora escolhida por você tenha uma boa saúde 
financeira. Prejuízos seguidos e crescentes não sinalizam uma boa 
situação. 
Dessa forma, não basta oferecer bons investimentos e taxas competitivas 
se a empresa está enfrentando problemas. Uma empresa financeiramente 
saudável demonstra a competência dos seus administradores quando o 
negócio está lucrativo e economicamente saudável. 
Exemplo do gráfico de uma corretora que acumula lucros nos últimos anos: 
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Exemplo de corretora que acumula prejuízos nos últimos anos: 
 
Como o mercado de corretoras é muito competitivo, elas sempre estão 
investindo em melhorias e reduçõesde taxas. 
 
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Como abrir uma conta 
A abertura de conta em corretora é um procedimento rápido e simples. Não 
é necessário se deslocar fisicamente até uma agência, escritório ou local de 
atendimento da corretora. Todos os procedimentos são feitos pela internet. 
A localização física das corretoras não é importante. Grande parte das 
corretoras estão fisicamente localizadas na cidade de São Paulo e Rio de 
Janeiro de onde prestam atendimento a clientes de todo Brasil e até de 
outros países (investidores estrangeiros). 
Nunca será solicitado seu comparecimento presencial nas corretoras. Todo 
contato que você terá com a corretora será através de sites, aplicativos, e-
mail ou telefone. 
Para ter conta em uma corretora é necessário que você tenha conta em 
algum banco. Essa informação será solicitada no momento do seu 
cadastramento. É através da conta do seu banco que você irá transferir 
dinheiro para a corretora e transferir dinheiro da corretora para o banco. 
Você só poderá enviar e receber dinheiro através da mesma conta bancária 
que precisa estar no seu nome. 
Para que você observe a simplicidade do processo, logo a seguir, vou 
descrever os passos para a abertura de uma nova conta nas duas corretoras 
O procedimento costuma ser muito parecido em todas as corretoras, já que 
elas seguem um padrão estabelecido pelas instituições que controlam o 
sistema financeiro brasileiro. 
 
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Como abrir conta na Corretora 1 
 
A abertura de uma conta na XP investimentos pode demorar alguns 
minutos ou até 48 horas em dias úteis. 
Na maioria das vezes, eles conseguem verificar e confirmar todos os seus 
dados cadastrais por meios online, ou seja, sem a necessidade de envio de 
cópias de documentos ou assinaturas. 
Se você digitar todos os seus dados corretamente e se a confirmação desses 
dados for possível por meios automatizados, você receberá um e-mail com 
os dados para acessar sua conta em poucos minutos após o preenchimento 
do formulário. 
Se eles não conseguirem confirmar os seus dados automaticamente ou se 
você cometer algum erro na digitação, eles enviarão um e-mail solicitando 
que você confirme alguns dados ou até envie uma foto ou cópia dos seus 
documentos por e-mail. 
Você verá que os dados solicitados no formulário de abertura de conta são 
parecidos em todas as corretoras. 
Vale destacar que corretoras, assim como os bancos, são instituições 
financeiras que fazem parte do Sistema Financeiro Nacional. São 
fiscalizadas e seguem normas e regulamentos da CVM (Comissão de 
Valores Mobiliários), Banco Central e Conselho Monetário Nacional que 
é o órgão do governo que está no topo do sistema. Para entender o sistema 
veja esse mapa. 
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Veja os passos que envolvem o preenchimento de um formulário com 
algumas etapas: 
1) Visite a primeira página do site da XP em https://www.xpi.com.br 
2) Clique no botão “Abra sua conta” no canto superior direito do site. 
3) Agora você preencherá um formulário em cinco etapas. A 
primeira etapa solicitará seus dados pessoais como nome, email, 
CPF, data de nascimento e número de celular. Para acessar a sua 
conta é possível que a XP envie um código para o seu celular (que 
chamam de Token) e isso torna o acesso mais seguro. É importante 
informar o número correto do seu celular. 
4) Na próxima etapa, você deve preencher os dados do seu 
documento de identidade. Deve fazer menos de 10 anos que ele 
foi emitido. Se a sua identidade for muito antiga, utilize a sua 
carteira de motorista (CNH). 
5) Existem alguns campos no final do formulário que você só deve 
marcar se for o seu caso. Exemplo: um campo pergunta se você é 
uma pessoa vinculada a XP, como um funcionário da XP. Outro 
campo pergunta se você é nascido nos EUA (Sou US Person?). 
Um campo pergunta se você é uma pessoa politicamente exposta. 
Mas o que seria isso? Seria aquela pessoa que desempenha ou 
tenha desempenhado, nos últimos 5 (cinco) anos, cargos, 
empregos ou funções públicas relevantes, no Brasil ou em outros 
países, territórios e dependências estrangeiros, assim como seus 
representantes, familiares (até primeiro grau e cônjuge) e outras 
pessoas de seu relacionamento próximo. Exemplo: chefes de 
estado e de governo, políticos de alto nível, altos servidores dos 
poderes públicos, magistrados ou militares de alto nível, dirigentes 
de empresas públicas ou dirigentes de partidos políticos (fonte). 
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6) Digite seus dados residenciais começando pelo CEP. O formulário 
vai preencher diversos campos automaticamente quando você 
indicar o seu CEP correto, mas você deve preencher com atenção 
campo que solicita o número do seu endereço e o complemento, 
caso exista complemento. 
7) Agora você deve preencher os seus dados bancários. Esses dados 
são necessários para que você possa transferir dinheiro da sua 
conta na corretora para a sua conta corrente no banco. As 
corretoras não possuem agências e nem caixas eletrônicos. Não é 
possível pagar contas ou boletos através da sua conta na corretora 
e nem transferir dinheiro da sua conta para a conta de outras 
pessoas. Sempre que você precisar sacar ou gastar o seu dinheiro 
você deverá transferir o mesmo da sua conta na corretora para a 
conta que você possui em algum banco. Isso é feito por DOC ou 
TED da mesma forma que você já tem costume de fazer quando 
transfere dinheiro entre bancos. É interessante observar que você 
só pode transferir dinheiro da sua conta para uma outra conta em 
seu nome e só pode receber dinheiro de contas que estejam em seu 
nome. 
8) As corretoras são obrigadas pela CVM (entidade do governo) a 
solicitar algumas informações sobre o seu patrimônio. É por isso 
que você deverá informar sua renda mensal, total das suas 
aplicações financeiras em outros bancos, outros rendimentos 
como aluguéis, valor dos seus bens imóveis (casa, apartamento, 
terreno) e bens móveis (como os veículos). Você deverá selecionar 
alguns campos que determinam a origem dos recursos que você 
pretende investir. O campo sobre quais investimentos da XP você 
pretende investir é opcional. Perguntas desse tipo costumam gerar 
desconforto na maioria das pessoas, mas sempre que abrimos uma 
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conta nova em bancos e corretoras essas instituições são obrigadas 
a fazer esse tipo de pergunta. 
9) Na próxima etapa do formulário você deve informar sua ocupação 
profissional. Informe o nome e o endereço da empresa onde 
trabalha. 
10) A corretora vai tentar verificar todos os dados que você digitou de 
forma automática, sem a necessidade de envio de comprovantes. 
Por isso é importante digitar todos os dados corretamente. Se eles 
identificarem algum erro na digitação é possível que solicitem 
algum comprovante por e-mail. Esse comprovante costuma ser 
uma foto do seu documento ou foto do seu comprovante de 
residência. 
Quando a sua conta for aberta, você receberá o número da sua conta por e-
mail, a senha que permite acessar a sua conta através do site deles e a senha 
que funciona como uma assinatura eletrônica, solicitada no momento de 
concluir um investimento. 
O e-mail de liberação da conta também conterá os números da sua agência 
e conta dentro da corretora para que você possa transferir dinheiro por TED 
ou DOC da conta do seu banco para a conta na corretora. 
O procedimento para transferirdinheiro da sua conta bancária para a conta 
na corretora é idêntico ao procedimento para transferir dinheiro da sua 
conta bancária para qualquer outra conta de qualquer banco. 
 
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Como abrir conta na Corretora 2 
O procedimento de abertura de conta na Easynvest também é rápido e 
simples como o da XP. Todo o processo se resume ao preenchimento de 
um formulário online. Os dados solicitados por eles são praticamente os 
mesmos. 
1) Visite o endereço https://www.easynvest.com.br 
2) Clique no botão “Abra sua conta” no canto superior direito do site. 
3) Digite seu nome, CPF, email e uma senha de acesso. 
4) O número da sua conta vai aparecer logo em seguida. Anote este 
número e a senha que você escolheu, pois esses já são os dados 
para acessar a sua conta. 
5) Informe sua data de nascimento e demais dados solicitados. 
6) Informe o CEP para que o formulário preencha os demais campos 
automaticamente. Informe o número do imóvel onde você mora e 
o complemento, caso exista. 
7) Informe os dados do seu documento de identidade. O documento 
deve ter sido emitido nos últimos 10 anos. Use os dados da sua 
carteira de motorista se a sua identidade for muito antiga. 
8) Agora você deve preencher os seus dados profissionais. O 
endereço comercial é o endereço da empresa onde você trabalha. 
9) Preencha seus dados bancários. 
10) Agora você deve responer perguntas como o total das suas 
aplicações financeiras em renda fixa, renda variável (ações) e 
depósitos bancários em outros bancos. 
11) Ao finalizar o preenchimento do formulário você verá uma 
contagem regressiva aparecendo na sua tela. Ela pede para que 
você aguardar alguns minutos (15 minutos) para que todos os 
dados sejam verificados automaticamente pelo sistema deles. Se 
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você digitou todos os dados corretamente e se eles conseguirem 
verificar todos os dados de forma automática, sua conta estará 
aprovada nos minutos seguintes. 
12) Agora baixe o “contrato de intermediação”, leia e ative o campo 
“li e concordo” e digite a sua senha. 
13) Pronto, sua conta estará ativa. 
Como você pode ver, o processo de abertura de conta em corretora é bem 
mais simples do que a abertura de conta em um banco. 
É um processo tão fácil, rápido e desburocratizado que pode até assustar 
os iniciantes acostumados com a abertura de conta em grandes bancos. 
O motivo dessa simplicidade é fácil de entender. Corretoras não oferecem 
cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos para você como ocorre 
nos bancos. 
A única coisa que você pode fazer com a sua conta na corretora é transferir 
dinheiro para ela, investir nas diversas opções de investimentos que ela 
oferece e, quando desejar, transferir esse dinheiro de volta para uma conta 
corrente em seu nome. Não é possível transferir dinheiro da sua conta na 
corretora para conta de terceiros. Por esses motivos, não faz sentido para 
as corretoras complicar ou tornar o processo burocrático. 
Vale lembrar que somente listei os passos para a abertura de conta nessas 
duas corretoras para que você tenha uma base prática de conhecimentos. 
Citar as duas corretoras não significa que eu estou recomendando que você 
abra conta em uma dessas duas corretoras. 
Você é livre para escolher a corretora da sua preferência. Certamente os 
procedimentos serão semelhantes. 
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Vale destacar que algumas corretoras fazem parte do mesmo grupo 
empresarial e isso faz com que os procedimentos de abertura de conta 
sejam ainda mais parecidos. É o caso da corretora XP, Clear e Rico. Apesar 
das três fazerem parte do mesmo grupo, cada uma é voltada para públicos 
diferentes. 
A XP, na sua propaganda, destaca que oferece assessores de investimentos 
para os seus clientes. Funciona como uma espécie de gerente que você 
pode entrar em contato sempre que tiver alguma dúvida. Eles mesmos 
entram em contato frequentemente para oferecer investimentos da 
corretora. O foco da corretora são clientes de alta renda que normalmente 
usam serviços em agências “premium” dos grandes bancos. 
A Clear é uma corretora voltada para quem investe na bolsa de valores. As 
taxas que eles cobram para esse tipo de investimento são bem menores que 
as taxas cobradas pela XP, apesar de fazer parte do mesmo grupo. 
A Rico é voltada para o investidor de menor porte, iniciantes, que não 
precisam de assessoria, que tem seu foco na renda fixa. Todas as três 
corretoras permitem fazer investimentos em renda variável (bolsa de 
valores) e renda fixa, mas cada uma é voltada para um público, possui taxas 
diferentes e serviços de atendimento diferentes. 
 
 
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Perfil de investidor 
 
Os órgãos que controlam e fiscalizam o mercado financeiro obrigam 
bancos e corretoras a definirem o seu perfil como investidor. 
Isso é feito pedindo para que você preencha um formulário com diversas 
perguntas relacionadas com a maneira como você investe. O objetivo é 
identificar se você é um investidor conservador, moderado ou arrojado. 
Quando você acessar a sua conta na corretora pela primeira vez será 
praticamente obrigado a preencher o formulário que definirá o seu perfil. 
A corretora usará essa classificação, caso ela venha a sugerir investimentos 
para você. Assim, a corretora não vai recomendar investimentos de risco 
elevado se o seu perfil for de investidor conservador. 
Essa classificação também será usada quando você estiver prestes a fazer 
um investimento de maior risco. Se você tiver um perfil conservador a 
corretora poderá exibir algum alerta na página informando que você tem 
perfil conservador e está prestes a fazer um investimento de risco. Um 
exemplo de investimento de risco seria o investimento em ações, fundo de 
ações, ouro e dólar. 
Os investimentos em bancos através do CDB, LCI e LCA são 
investimentos conservadores. Por serem de renda fixa, são investimentos 
de baixo risco. Qualquer perfil de investidor pode investir nessa categoria 
de investimentos que é classificada como sendo conservadora. 
No meu site, Clube dos Poupadores, temos um formulário que ajuda a 
definir o seu perfil. Visite: 
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 https://www.clubedospoupadores.com/perfil-investidor 
Listando os melhores investimentos 
Agora que você já tem a sua conta aberta em alguma corretora, chegou o 
momento de listar os investimentos disponíveis e entender como eles 
funcionam. 
Na corretora XP, após digitar o número da conta e senha, você deve 
procurar no menu horizontal superior a opção “Produtos” e depois deve 
clicar em “Renda Fixa”. 
Na corretora Easynvest você deve acessar a sua conta e clicar na opção 
“Renda Fixa” que você encontrará ao passar o mouse sobre a barra de 
ferramentas da lateral esquerda da tela. 
Você encontrará diversas opções de investimento em renda fixa como: 
CDB, LCI, LCA, LC, Debêntures, CRI, CRA e Títulos Públicos. 
Neste livro, o nosso foco são os investimentos através do CDB, LCI e LCA 
oferecidos por diversos bancos. Eles podem ser do tipo prefixado, pós-
fixado e, em casos mais raros indexados pela inflação + taxa fixa. 
Todos esses investimentos são títulos privados, ou seja, títulos de dívidas 
emitidos por bancos e instituições financeiras. Eles possuem pequenas 
diferenças e na prática sinalizam que você estará emprestando o seu 
dinheiro para uma instituição financeira que prometerá pagar juros por ele 
até um prazo determinado.Transaction: HP06415662127995 e-mail: re-bar@hotmail.com
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Na figura abaixo temos exemplos dos CDBs de diversos bancos oferecidos 
pela Easynvest em um dia qualquer. Esta lista muda todos os dias e pode 
até mudar várias vezes durante o mesmo dia. 
 
Agora veja um exemplo de tela da corretora XP onde é possível listar os 
CDBs e outros investimentos de renda fixa através das abas que aparecem 
no menu horizontal no final da tela abaixo: 
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Se você ainda não tem conta em uma corretora, é possível listar as 
oportunidades de investimento em CDBs emitidos por diversos bancos, 
através de várias corretoras, através de sites como: 
https://apprendafixa.com.br/app/investimentos/rendafixa?tipo=cdb 
 
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O poder dos Títulos Privados 
Um dos principais negócios dos bancos é emprestar dinheiro para pessoas, 
empresas e até governos. 
Eles lucram através dos juros e das taxas cobradas em financiamentos, 
empréstimos ao consumidor, empréstimo consignado, limites de cheque 
especial e outras modalidades de crédito. 
Para emprestar dinheiro os bancos precisam de dinheiro. 
Eles emprestam o seu dinheiro, o meu dinheiro e o dinheiro de todas as 
pessoas que possuem qualquer quantia depositada ou investida nos 
produtos de investimento que eles oferecem. 
O dinheiro que você deposita na sua conta corrente não fica parado em 
algum cofre do banco esperando você precisar dele. Os bancos podem 
emprestar uma boa parte do seu dinheiro para outros clientes do banco, 
pessoas jurídicas e governo. 
 Dessa forma, aquele saldo que você visualiza no extrato da sua conta não 
se refere a quanto dinheiro você tem na sua conta. Ele se refere a quanto 
você emprestou para o banco, ou seja, quanto o banco deve para você. 
Não importa o que o banco está fazendo com o seu dinheiro. O importante 
é que o banco devolverá o que deve sempre que você precisar fazer um 
saque no caixa eletrônico, pagar alguma conta ou fazer um investimento. 
O que os bancos fazem com o seu dinheiro depende de onde você deixa o 
seu dinheiro. 
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Quando você aplica alguma quantia na poupança, os bancos emprestam 
uma boa parte desse dinheiro para pessoas que precisam financiar um 
imóvel. 
Mesmo com todo dinheiro disponível em conta corrente e poupança, os 
bancos precisam de recursos para emprestar em prazos maiores. Eles 
conseguem esses recursos de longo prazo vendendo títulos privados como 
CDB, LCI e LCA que possuem uma data de vencimento. 
A LCI ou Letra de Crédito Imobiliário é uma fonte de recursos lastreada 
em empréstimos para o setor imobiliário. A LCA ou Letra de Crédito do 
Agronegócio é fonte de recursos para empresas ligadas ao agronegócio. 
Quando você compra um CDB, os bancos podem usar o seu dinheiro para 
financiar um veículo, oferecer um crédito consignado, limite de cheque 
especial ou outras modalidades de empréstimo não vinculadas a um setor 
específico da economia. 
CDBs, LCIs e LCAs são títulos de crédito nominativo privado. Isso 
significa que em um passado remoto, quando todo o sistema se baseava em 
papel, ao investir em um CDB (A sigla CDB significa Certificado de 
Depósito Bancário.) você receberia um título de papel. Nesse papel estaria 
escrito algo do tipo: 
“Este banco pagará para (Seu Nome Completo e CPF) o valor de R$ 
xxxxx,xx na data de xx/xx/xxxx acrescido de x% de juros ao ano.” 
Dessa forma, você seria o credor do banco e ele passaria a ser o seu 
devedor. 
Como esse título representa uma dívida que o banco tem com você, 
dizemos que ele é um título de crédito ou um título de dívida. Como o título 
fica vinculado ao seu nome e CPF, dizemos que ele é um título nominal. 
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Como o banco é uma instituição privada, dizemos que o CDB, LCI ou LCA 
são títulos privados. 
Nos dias de hoje, tudo está informatizado e você não receberá qualquer 
título de papel quando investir em CDB, LCI ou LCA. Um registro 
eletrônico único será criado e estará vinculado ao seu nome dentro de 
computadores dos bancos, corretoras e de outras instituições de custódia 
que falaremos mais na frente. 
Quando você investe em títulos privados através de uma corretora, além da 
operação ficar registrada na corretora e no banco que emitiu o título, ela 
também é registrada em uma entidade chamada CETIP. 
O nome CETIP é uma sigla que significa Central de Custódia e 
Liquidação Financeira de Títulos. Ela faz parte da B3 que é a bolsa de 
valores. Sua atividade é regulada e fiscalizada pela Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) e Banco Central. 
Veremos nos próximos capítulos que é possível acessar um extrato, através 
do site da CETIP ou da B3, para listar todos os investimentos em CDB, 
LCI, LCA e outros investimentos de renda fixa que você fizer através da 
sua corretora. 
Isso torna o investimento em títulos privados de diversos bancos, através 
de corretoras, mais seguro e transparente. É uma forma de ter certeza de 
que o investimento que você solicitou, através da corretora, foi realizado 
exatamente da forma que você solicitou. 
A CETIP presta diversos serviços para os clientes de todos os bancos, sem 
que eles saibam disso. Um exemplo disso ocorre nas transferências de 
dinheiro. Sempre que você transfere dinheiro através de TED ou DOC para 
outros bancos o processamento da operação ocorre através da CETIP. É 
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ela que assegura que o dinheiro sairá de sua conta e será depositado na 
conta indicada em outro banco. 
Registro seguro dos investimentos 
Muitas corretoras fazem parte de um programa da CETIP que se chama 
“Certifica”. A ideia é oferecer mais transparência e segurança para os 
investidores. 
As corretoras que participam do programa costumam exibir um selo como 
esse no rodapé da primeira página dos seus sites na internet: 
 
As instituições não são obrigadas a participar desse programa da CETIP, 
mas quando participam ficam obrigadas a registrar, na CETIP, os 
investimentos que seus clientes fazem através dos seguintes instrumentos: 
• Certificados de Depósitos Bancários (CDB) 
• Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) 
• Certificado de Investimento Audiovisual (CIA) 
• Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) 
• Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) 
• Debêntures 
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• Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE) 
• Letra Financeiro Elegível para compor PR - C.Complementar 
(LFSC) Letra de Câmbio (LC) 
• Letra Financeira Elegível para compor PR - Nivel II (LFSN) 
• Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) 
• Letras de Crédito Imobiliário (LCI) 
• Letras Financeiras (LF) 
• Nota Comercial (NC) 
• Recibo de Depósito Bancário (RDB) 
• Cota de Fundo Fechado (CFF) 
É possível verificar a lista de corretoras e bancos que registram os 
investimentos dos seus clientes através do CETIP Certifica. Visite esse 
endereço aqui e procure o subtítulo “INSTITUIÇÕES 
CREDENCIADAS”. Clique na opção “Ver todas as instituições”. 
Você verá que quase todas as principais corretoras do país participam do 
programa. As duas corretoras que utilizo nos exemplos desse livro, 
participam. 
Além de poder consultar os investimentos que você fez através do site da 
corretora é possível consultar se a corretora realmente fez o investimento 
através do site da CETIP no endereço:https://www.cetipmeusinvestimentos.com.br/ 
Quando você acessar o serviço pela primeira vez é necessário clicar no link 
“Gerar primeira senha” que aparece logo abaixo do campo onde você deve 
digitar o seu CPF. Depois basta seguir todos os passos e orientações. Todo 
o processo é online. 
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Veja um exemplo de extrato da CETIP: 
 
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Como a CETIP é uma empresa que faz parte da Bolsa de Valores (B3), 
também é possível acessar os mesmos dados através do site “Canal 
Eletrônico do Investidor” que fica no endereço: 
https://cei.b3.com.br 
Na figura abaixo você verá o local onde deve clicar para configurar o seu 
primeiro acesso. 
 
Mais na frente, vou mostrar como é o extrato que lista todos os 
investimentos que você vai realizar. 
Neste momento, o importante é saber que existe esse serviço, que várias 
corretoras estão integradas a ele e que você deve considerar isso quando 
for escolher a corretora. 
O registro dos seus investimentos na CETIP também será importante caso 
o banco onde você investiu em CDB venha a falir, sofrer intervenção ou 
liquidação pelo Banco Central. 
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Bancos são instituições privadas que podem quebrar ou fechar se 
apresentarem problemas financeiros ou se não seguirem as diversas normas 
do sistema financeiro. 
Existe uma entidade que funciona como uma espécie de “seguro” dos 
investimentos que realizamos nos bancos. Essa entidade, chamada de 
Fundo Garantidor de Créditos (FGC), pode utilizar os registros da 
CETIP para garantir mais rapidez na devolução do dinheiro que você 
investiu no CDB, LCI ou LCA do banco que sofreu intervenção. 
Vamos entender como isso funciona no próximo capítulo. 
 
Seu investimento seguro 
Imagine como seria trágico para o pequeno investidor emprestar dinheiro 
para um banco, através de um CDB, LCI ou LCA, e descobrir que esse 
banco quebrou, foi liquidado ou sofreu intervenção do Banco Central por 
algum motivo. 
Tente imaginar o transtorno e a demora que você teria de enfrentar para ter 
o seu dinheiro de volta no caso de uma falência da instituição. Você, junto 
com inúmeros credores, fornecedores, funcionários do banco e até o 
próprio governo, entrariam em uma espécie de fila para receber o dinheiro 
de volta enquanto o patrimônio do banco fosse delapidado. 
Isso resultaria em sérios transtornos para investidores e clientes dos 
bancos. Esse risco desestimularia o investimento, principalmente em 
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bancos de pequeno e médio porte que enfrentam mais dificuldades que os 
grandes bancos em momentos de graves crises econômicas. 
Para reduzir o risco, em 1995, os bancos se reuniram e criaram o Fundo 
Garantidor de Créditos (FGC), com autorização os órgãos que 
regulamentam e fiscalizam o sistema financeiro nacional. 
Atualmente, por determinação do Banco Central, todos os bancos, 
financeiras, sociedades de poupança de todos os portes são obrigados a se 
associarem ao fundo. Veja a lista de todas as instituições associadas 
visitando aqui. 
O FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a proteger 
uma parte do patrimônio depositado ou investido por pessoas físicas e 
jurídicas nos bancos e em outras instituições associadas, caso elas sofram 
algum problema como falência, liquidação ou intervenções do Banco 
Central. 
Isso reduziu muito o risco do pequeno investidor emprestar dinheiro para 
bancos de menor porte para garantir elevadas taxas de juros. 
O CDB, LCI e LCA são investimentos garantidos pelo FGC (lista 
completa), dentro de algumas limitações. Veja quais são elas: 
 
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Limitações do sistema 
Nem todo o dinheiro investido por você nos bancos é garantido pelo FGC. 
Existem algumas limitações que você precisa entender para tomar as suas 
decisões de investimento. 
O FGC garante a devolução de até R$ 250 mil por conta, por CPF/CNPJ, 
para cada conglomerado financeiro associado ao FGC, mas no total você 
terá garantido até R$ 1 milhão dentro de um período de 4 anos. 
Vamos imaginar você investiu R$ 50.000,00 em diversos CDBs de um 
determinado banco através da sua corretora. Um ano depois, o Banco 
Central resolveu intervir no banco. Nesse dia da intervenção o saldo desses 
CDBs, incluindo o valor investido e os juros recebidos era de R$ 
55.000,00. O FGC irá devolver para você os R$ 55 mil, ou seja, o valor 
investido e os juros recebidos até o dia da intervenção. 
Os juros que você recebe quando investe em CDB são “pagos” ou 
provisionados diariamente, ou seja, a taxa de juro anual é convertida em 
uma taxa diária equivalente e essa taxa diária é utilizada pelo banco para 
calcular os juros que você receberá naquele dia. 
É por isso que o valor do seu CDB cresce diariamente e você pode constatar 
isso quando consulta o extrato da sua corretora. 
O FGC só devolve o valor investido e os juros que você recebeu até a data 
em que o banco sofreu intervenção. Os juros que você receberia no futuro, 
até a data de vencimento do CDB, não são restituídos. 
Você também não recebe juros entre a data de falência, liquidação ou 
intervenção do banco e a data em que o FGC irá devolver o seu dinheiro. 
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Quando você for investir, é fundamental prever quanto você receberá na 
forma de juros entre a compra e o vencimento do CDB, de tal forma que o 
total do valor investido e juros recebidos não ultrapasse os R$ 250 mil por 
instituição financeira. 
Vamos imaginar que você investiu exatos R$ 250 mil em diversos CDBs e 
outros investimentos cobertas pelo FGC em um mesmo banco. Um ano 
depois o banco faliu e com os juros recebidos durante este ano, o saldo do 
investimento atingiu R$ 270 mil, ou seja, R$ 250 mil que você investiu e 
R$ 20 mil recebidos na forma de juros. O FGC devolverá apenas os R$ 250 
mil. Os juros de R$ 20 mil que você recebeu ultrapassam o limite e não 
serão cobertos. 
Outro ponto importante é observar a questão do conglomerado. Vamos 
imaginar que você tenha feito investimentos no Banco A e no Banco B que 
juntos somam R$ 500 mil. O Banco A e B fazem parte do mesmo 
conglomerado, ou seja, eles são controlados pelo mesmo grupo. Se os dois 
bancos quebrarem, você só receberá R$ 250 mil pelo FGC já que os dois 
fazem parte do mesmo conglomerado. 
Vemos ver um exemplo: em 2013 o conglomerado financeiro do Banco 
Rural sofreu intervenção do Banco Central e isso afetou as seguintes 
instituições que faziam parte do mesmo grupo: Banco Rural de 
Investimentos S.A.; o Banco Mais S.A.; o Banco Simples S.A.; e a Rural 
Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A (fonte). 
Se o Banco A e Banco B não fazem parte do mesmo conglomerado, ou 
seja, são bancos totalmente diferentes, e os dois quebram você receberá R$ 
250 mil de limite para cada banco, totalizando o recebimento dos seus R$ 
500 mil. 
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É relativamente comum dois ou mais bancos sofrerem intervenção do 
Banco Central no mesmo dia ou no mesmo mês. Isso aconteceu em 1997, 
1998, 2001 e 2012 (fonte). 
Para saber quais são as instituições do mesmo conglomerado visite: 
http://www.bcb.gov.br/?if 
No campo “Segmento” selecione “Conglomerado”. Digite o nome do 
banco no campo “Nome da Instituição” e clique no botão Pesquisar. Clique 
no resultado da pesquisa para ver todas as empresasdo conglomerado. 
Limite de 1 milhão a cada 4 anos 
Existe um teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período de 4 anos, 
para a garantia paga pelo FGC. Vamos imaginar que um dos bancos onde 
você tem investimentos quebrou. Você tinha R$ 100 mil investidos e o 
FGC devolveu esses R$ 100 mil para você. Nos próximos 4 anos, se outros 
bancos quebrarem, você só terá garantia de até R$ 900 mil no total, sendo 
até R$ 250 mil por banco. O teto voltaria a ser de R$ 1 milhão depois de 4 
anos a partir do dia em que você recebeu os R$ 100 mil do FGC. 
Vamos imaginar que você tivesse R$ 1.250.000,00 investidos em 5 bancos 
diferentes. Os 5 bancos quebraram dentro de um período de 4 anos. O FGC 
só devolverá R$ 1 milhão referente ao que você teria em 4 bancos. Os 250 
mil que você teria no quinto banco não será coberto. 
Tempo de espera 
Não existe um prazo fixo para a devolução do seu dinheiro, mas é possível 
observar um relatório (nessa página aqui) que se chama “Garantias: 
Intervalo de Pagamentos” onde podemos ver quanto tempo o FGC levou 
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para iniciar o pagamento dos clientes dos bancos que foram fechados no 
passado. Existem exemplos de alguns meses e casos de apenas 27 dias. 
Podemos dizer que na melhor das hipóteses o dinheiro será devolvido pelo 
FGC em até 30 dias. Na pior das hipóteses poderá demorar até 6 meses, 
que foi o prazo mais longo registrado em 1997. 
A média de espera entre a decretação de intervenção e os primeiros 
pagamentos é de um pouco mais de 3 meses ou quase 100 dias. 
Consulte a planilha que acompanha esse livro chamada 
“FGC_tempo_pagamento.xlsx” e verifique o estudo que fiz com relação 
ao tempo de espera de mais de 30 casos de bancos que foram fechados.
 
O gráfico acima mostra a quantidade de bancos que faliram ou sofreram 
intervenções do Banco Central obrigando o FGC a pagar as garantias para 
os clientes da instituição. 
É possível constatar no gráfico que entre 1996 e 2001 mais de 2 bancos 
quebravam no Brasil todos os anos. A partir de 2002 essa média caiu 
drasticamente. Entre 2005 e 2010 nenhuma ocorrência foi registrada. 
Nos últimos anos o Banco Central vem adotando diversas medidas para 
tornar o sistema financeiro mais estável e seguro. O próprio FGC atua junto 
aos bancos que enfrentam dificuldades para impedir o seu fechamento. 
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Mesmo assim, ao investir no CDB de algum banco é fundamental você 
considerar que diante de uma intervenção do Banco Central é possível que 
você fique 3 meses, em média, sem acesso ao seu dinheiro e sem receber 
qualquer remuneração (juros) durante esse período. 
Você também deve considerar que o FGC só garante a devolução de no 
máximo R$ 250 mil por conglomerado onde você investiu e que se você 
precisar do FGC, nos 4 anos seguintes existirá um teto de até R$ 1 milhão 
de garantia. 
Na teoria, não seria recomendável ter mais de R$ 1 milhão investido em 
bancos médios e pequenos. No caso dos grandes bancos, você deve 
observar que alguns bancos são grandes demais para quebrar. Eles 
facilmente contariam com a ajuda do próprio governo, já que uma falência 
de grandes proporções poderia gerar um risco sistêmico (um efeito 
dominó) que quebraria toda a economia. 
O mesmo não ocorre com os bancos pequenos e médios. Quando eles 
enfrentam problemas, caso não sejam vendidos para outro banco 
concorrente ou não adotem as recomendações do Banco Central, acabam 
sofrendo intervenções, liquidações e são fechados sem grandes cerimônias. 
Da mesma forma que mais de 30 bancos já foram fechados no passado, 
tudo indica que no futuro esse processo continue acontecendo. 
Veja um exemplo real de ato do presidente do Banco Central decretando a 
liquidação de um banco (visite aqui). Veja no final dessa página do FGC 
(visite aqui) a lista de últimos pagamentos feitos a investidores que tinham 
recursos em bancos e financeiras que foram fechados. Veja o exemplo de 
uma orientação sobre o pagamento (visite aqui). 
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Veremos agora como você pode avaliar a situação financeira dos bancos 
antes de investir no CDB que eles emitem. Essa avaliação permite evitar 
as instituições financeiras que enfrentam problemas ou que possuem 
números frágeis que representem risco ao investidor. 
 
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Escolhendo os bancos 
Você emprestaria o seu dinheiro para uma pessoa desconhecida? Nem eu! 
Por isso, antes de emprestar o seu dinheiro para um banco desconhecido 
investindo nos títulos emitidos por ele, é fundamental que você investigue 
a saúde financeira do banco. 
É isso que eles fariam se você estivesse precisando de dinheiro emprestado. 
Os bancos iriam avaliar a sua renda mensal, a origem dessa renda (emprego 
público, privado, negócio próprio, aposentadoria, etc), se você tem dívidas, 
se você é classificado como um bom pagador ou um mau pagador, etc. 
Da mesma forma que existem meios que permitem aos bancos 
investigarem a sua vida financeira, existem meios para que você faça uma 
investigação sobre a situação financeira dos bancos. É sobre isso que 
vamos falar agora. 
No momento em que você estiver selecionando o melhor CDB, LCI ou 
LCA para investir, será necessário comparar os bancos, sempre procurando 
aquele que possui uma situação financeira melhor com a maior taxa de 
juros ofertada pelo investimento. 
O seu dever de casa é buscar a maior rentabilidade pelo menor risco. 
Para os bancos que oferecem maior risco, você deve exigir juros maiores 
para poder investir. Esses juros maiores serão como um “prêmio” pelo 
risco que você irá correr. Já os bancos com melhor situação financeira e 
menor risco, um juro menor será como um custo que você terá por correr 
menos risco. 
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Os métodos que iremos utilizar para avaliar o risco de se investir em um 
determinado banco serão esses: 
• Avaliação o Índice Basileia e Imobilização 
• Avaliando os resultados financeiros dos balanços que podem ser 
estudados através de ferramentas que simplificam a vida do 
pequeno investidor. 
• Avaliação das notas atribuídas pelas agências de classificação de 
risco. Vou ensinar como você pode consultar essas notas 
gratuitamente. 
• Reputação do banco com relação ao envolvimento em notícias que 
possam comprometer a reputação da instituição e, 
consequentemente, gerar problemas e prejuízos futuros. Vou 
mostrar como você pode monitorar a reputação do banco através 
dos veículos de notícia e sistemas de alerta por e-mail. 
• Avaliação dos índices de reclamações junto ao Banco Central. 
Vou mostrar uma ferramenta onde você pode identificar bancos 
que estão gerando muitos problemas para os clientes. Isso pode 
ser um sinal negativo sobre o futuro da instituição. Empresas, de 
qualquer setor, que prejudicam os seus clientes, não se sustentam 
por muito tempo. 
Felizmente todas essas avaliações podem ser feitas pela internet. 
 
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Índice Basiléia e Imobilização 
Após várias crises econômicas mundiais que levaram diversos bancos à 
falência no mundo inteiro, entre as décadas de 70 e 90, os bancos centrais 
do mundo inteiro se reuniram para definir padrões e princípios básicos 
sobre contabilidade dos bancos e sua supervisão. 
O objetivo era fazer com que os bancos sempre mantivessem dinheiro 
suficiente disponível para sobreviverem diante de turbulências, sem 
depender desocorro vindo do governo. 
Com isso, todos os bancos passaram a divulgar nos seus balanços 
trimestrais um percentual que vai de 0% a 100% que é chamado de índice 
basileia. 
O número é calculado pelo patrimônio líquido do banco acrescido e 
subtraído de alguns itens que resultam no patrimônio de referência. Esse 
patrimônio de referência é dividido pelo valor dos ativos do banco 
ponderados pelo risco. 
Não precisamos nos aprofundar aprendendo sobre como esse número é 
calculado, pois os bancos e o próprio Banco Central já apresentam esse 
índice para você avaliar. 
Como pequenos investidores, só precisamos saber que, quando um banco 
apresenta um índice basileia abaixo de 11%, isso significa que este banco 
apresenta um risco maior para o investidor. 
A grosso modo, para fins didáticos, podemos dizer que se um banco possui 
índice basileia de 15%, isso significa que, para cada R$ 100,00 
emprestados ao banco, ele possui patrimônio de R$ 15 para saldar essa 
dívida imediatamente. 
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O basileia abaixo de 11% pode indicar que o banco não possui dinheiro 
suficiente para suportar uma crise econômica ou qualquer evento que possa 
gerar perdas em sua atividade, sem atravessar dificuldades financeiras. 
Um basileia baixo não significa que o banco quebrará ou fechará suas 
portas a qualquer momento. Um índice baixo só indica que o banco está 
operando em uma situação de maior risco, ou seja, mais vulnerável. 
Vamos ilustrar essa ideia. Imagine que o banco é um malabarista que anda 
sobre uma corda bamba. Um índice basileia abaixo de 11% significa essa 
corda bamba é mais instável do que deveria e isso significa que esse 
malabarista corre um maior risco de cair diante de um evento inesperado 
como uma rajada de vento. Se esses eventos não ocorrerem, ele vai 
continuar caminhando, mesmo correndo maior risco. 
O percentual de 11% é uma exigência do Banco Central, mas a partir de 
2019 o índice exigido poderá variar entre 10,50% e 13%. O objetivo é fazer 
com que os bancos brasileiros tenham capital suficiente para aguentar 
riscos de perda inerentes à atividade bancária no país. 
Como consultar o índice de basileia 
Você pode consultar os balanços que os bancos divulgam em seus sites na 
internet. Também pode consultar esses dados através do site do Banco 
Central no endereço: https://www3.bcb.gov.br/ifdata/ ou se preferir pode 
acessar rapidamente o site www.bancodata.com.br para fazer uma busca 
pelo nome do banco que você deseja consultar. 
Para consultar no site do Banco Central siga os passos: 
1. Visite o endereço https://www3.bcb.gov.br/ifdata/ 
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2. No campo “Data-base” selecione a data mais atual disponível. 
3. No campo “Tipo de instituição” selecione “Conglomerados 
Prudenciais e Instituições Independentes” 
4. No campo “Relatório” selecione “Resumo”. 
Veja como deve ficar a sua busta: 
 
O resultado será uma tabela parecida com essa aqui: 
 
Neste momento, o que nos interessa é a coluna “índice de Basileia”. 
Podemos observar que os grandes bancos possuem basileia entre 15% e 
16%. Assim, os bancos de menor porte que apresentem algo próximo disso 
possuem índice de basileia equivalente ao de grandes bancos. 
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Vale considerar que um valor de basileia muito acima dessa média pode 
não representar algo positivo para o banco. Pode indicar algum tipo de 
desequilíbrio ou dificuldades na gestão da instituição. 
Para consultar o índice de basileia no site Banco Data basta visitar o site, 
buscar o nome do banco no campo de busca que existe na primeira página 
e clicar no nome ou logotipo do banco que aparecerá no resultado da busca. 
O índice será exibido em um gráfico que lembra um termômetro como 
esse: 
 
Neste termômetro, valores entre 15% e 11% ficariam dentro de uma faixa 
“amarela” que representa uma área limite. Um valor igual ou abaixo de 
10% entraria em uma faixa “vermelha” que representa maior risco. 
Apenas como curiosidade, vamos observar como os bancos calculam o 
índice de basileia através dos dados que constam em suas “Demonstrações 
Contábeis Consolidadas”. 
A fórmula do índice de basileia é: IB = PR / RWA 
• IB é o índice de basileia; 
• PR é o patrimônio de referência; 
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• RWA é valor dos ativos ponderados pelo risco. 
Só que PR é a soma de dois níveis de capital, que são chamados de Nível 
I e o Nível II. O Nível I é composto pelo Capital Principal e Capital 
Complementar. 
Observe os dados coletados do balanço de um grande banco público 
(fonte). 
 
Podemos observar que o índice basileia de 19,64% é o resultado do PR 
dividido pelo RWA, como indicado na figura acima. Como falei, isso é 
apenas uma curiosidade, já que podemos acessar o índice facilmente 
através do Banco Central para fazer nossas avaliações antes de investir. 
 
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Índice de imobilização 
Outro número importante que aparece no balanço dos bancos e que pode 
significar um sinal de risco é o índice de imobilização. 
O mais importante que você deve saber sobre esse índice é que quanto 
menor for a imobilização, melhor para que o banco possa enfrentar uma 
crise econômica ou eventuais problemas e riscos que envolvem a atividade 
de um banco. 
A grosso modo, podemos dizer que se um banco possui imobilização de 
50%, significa que, a cada R$ 100,00 em seu patrimônio, metade (50%) 
está imobilizada, ou seja, estão investidos em bens que não possuem uma 
liquidez imediata. Um exemplo de bens sem liquidez são os imóveis. O 
índice de imobilização máximo tolerado pelo Banco Central é 50%. 
No resultado de busca que demonstrei através do endereço 
https://www3.bcb.gov.br/ifdata/ para consultar o índice de basileia é 
possível ver a coluna com o índice de imobilização bem ao lado do basileia. 
A vantagem de consultar através do https://bancodata.com.br é poder 
observar o gráfico com o histórico que mostra a variação dos índices de 
basileia e imobilização nos últimos anos. 
Um índice de imobilização crescente deve ser visto como algo negativo. 
Um índice de basileia decrescente indicando uma tendência de queda 
abaixo do aceitável deve ser visto como negativo. 
É interessante que esses índices se mantenham relativamente estáveis no 
decorrer dos trimestres. Observe o gráfico retirado do site Banco Data que 
mostra os índices de basileia e imobilização dos dois maiores bancos 
privados do país. 
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Avaliação dos resultados financeiros 
É importante que você verifique se o banco onde você pretende investir 
vem acumulando lucros ou prejuízos nos últimos anos. Bancos, assim 
como qualquer empresa com fins lucrativos, não foram feitos para gerar 
prejuízos recorrentes. 
Na página de relatório de cada banco que aparece no site Banco Data é 
possível ver um “Histórico do Lucro Líquido” dos últimos anos. De forma 
rápida, é possível visualizar dados como esses logo abaixo. 
Veja um exemplo de um banco que coleciona prejuízo nos últimos anos 
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Veja o exemplo de um banco que coleciona lucros, com o ponto positivo 
de serem lucros crescentes: 
 
Uma forma de avaliar se o banco corre um risco futuro de apresentar 
prejuízos é observar e comparar a “Carteira de Crédito por Nível de Risco”. 
Os bancos precisam classificar