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Resumo Direito Civil - Aula 01 (16.03.2011)

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Direito Civil
Prof. André Roberto
Data: 16/03/11
Assuntos Tratados:
1º Horário.
 Parte Geral / Análise Comparativa do CC/16 e do CC/02 
2º Horário.
 LICC / Lei no Tempo
E-mail do Professor: 
andreroberto@smga.com.br
Bibliografia de Parte Geral: 
1) Carlos Roberto Gonçalves - Curso de Direito Civil Brasileiro - Vol. 1 - Ed. Saraiva
É uma obra completa, o que facilita uma continuidade de estudo. Essa obra é estável, 
didática e alinhada ao posicionamento majoritário, mas não é muito inovadora. Esse autor 
tem uma sinopse jurídica, que tem um conteúdo mais sintetizado. 
2) Fábio Azevedo - Direito Civil Parte Geral - Ed. Lumen Juris
Esse autor só tem livro de parte geral. É um autor jovem, que é professor de curso 
preparatório, por isso trás mais novidades.
3) Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Faria - Parte Geral - Ed. Lumen Juris
São autores que não temem as controvérsias, independentemente do posicionamento dos 
tribunais, por isso, acabam por defender, muitas das vezes, posicionamentos minoritários.
4) Há obras compactas, como a de Flávio Tartuce (Ed. Gen), que servem para aqueles que 
pretendem um estudo mais raso.
1º Horário
Parte Geral
Análise Comparativa do CC/16 e do CC/02
O CC/02 é um diploma declaratório dos novos paradigmas, das mudanças que 
ocorreram no direito civil, ao longo do tempo.
À época da elaboração do projeto do CC/16, no final do século XIX, o direito era 
pensado da seguinte forma: de um lado havia o direito privado e de outro havia o direito 
público. O direito privado tinha como fundamento o CC/16 e o direito público tinha 
fundamento na constituição.
Através dessa visão, o direito privado era paralelo ao direito público, de modo que 
ambos não se encontravam.
O direito privado tinha fundamento de validade na constituição, mas esta, naquela 
época, não era norma aplicável diretamente às relações privadas, pois o conteúdo da 
constituição não regulamentava as relações privadas. A constituição disciplinava a 
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Direito Civil
Prof. André Roberto
Data: 16/03/11
organização do Estado e as garantias individuais/fundamentais do cidadão perante o 
Estado, limitando o poder deste. 
No âmbito do direito público, a relação do particular com o poder público era 
verticalizada.
A partir desse conceito é que se inseriu o estudo do direito constitucional dentro do 
ramo do direito público.
Para que um princípio constitucional fosse aplicado ao direito privado, exigia-se uma 
norma infralegal que determinasse essa aplicação.
Se houvesse uma contradição entre o CC e a Constituição, para o direito privado, 
prevalecia o CC. A Constituição servia apenas como fundamento de validade das normas de 
direito privado.
As normas de direito privado, naquela época, eram predominantemente dispositivas, 
permitindo que as partes convencionassem o contrário (uma exceção eram as normas de 
direito de família). Em razão disso, as partes gozavam de enorme autonomia da vontade.
Essa autonomia da vontade conferia enorme importância ao princípio da liberdade 
contratual. Vivia-se, naquele momento, reflexos do liberalismo econômico francês. O direito 
privado visava cuidar de interesses econômico e patrimoniais dos indivíduos. O CC/16 não 
tratava de direitos da personalidade.
Esse modelo pressupunha que todas as partes eram iguais. Logo, havia uma 
presunção de paridade entre os sujeitos de uma relação jurídica. Essa relação jurídica do 
direito privado era horizontal. A igualdade era formal, pois não havia uma preocupação em 
se averiguar a situação substancial das partes. O CC/16 não tratava de contrato de adesão, 
exatamente em razão dessa presunção de igualdade, que ignorava a condição dos 
hipossuficientes.
Os pactos celebrados eram obrigatórios por uma questão de segurança jurídica, 
devendo ser cumpridos da forma que foram estabelecidos. O papel do Estado era, apenas, 
o de realizar um controle de validade, aferindo se as partes eram capazes, se o objeto era 
lícito, etc.
A obrigatoriedade dos pactos originou o princípio do Pacta Sunt Servanda.
Como a segurança jurídica estava na obrigatoriedade dos pactos, havia que se 
manter o Estado afastado dessa relação privada. Mantinha-se afastado o Estado legislador, 
através da irretroatividade da norma (a lei nova não prejudicará o ato jurídico perfeito), e 
mantinha-se afastado o Estado-Juiz pelo princípio da Intangibilidade dos Contratos, pois não 
cabia ao juiz rever nem modificar os contratos, no máximo, ele poderia analisar a validade 
dos contratos, podendo declarar sua nulidade ou anulabilidade. Só as partes poderiam 
ajustar modificações do negócio.
Já o direito público era composto de normas cogentes, já que elas disciplinavam o 
interesse público. 
Direito Privado Direito Público
CC/16 Constituição
Normas Dispositivas Normas Cogentes
Autonomia da Vontade
Liberdade Contratual
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Presunção de Paridade entre os Sujeitos
Igualdade Formal
Obrigatoriedade dos Contratos (Pacta Sunt 
Servanda)
Irretroatividade da Norma
Intangibilidade dos Contratos
Esses dogmas trazidos no CC/16 foram alterados e modernizados. 
A comissão do CC/02 elegeu três vetores, três paradigmas para elaborarem o projeto 
do CC/02, quais sejam: 
1) socialidade, 
2) eticidade e 
3) operabilidade.
A socialidade veio da necessidade de conformar os interesses do indivíduo aos 
valores e expectativas legítimas de dada sociedade. A função social veio consagrada no 
CC/02 como norma de ordem pública. Assim, cresceu a intervenção do Estado na 
sociedade, em razão do aumento das normas de ordem pública. Nasceu, portanto, um 
direito misto, que agregava normas de ordem pública (cogentes) e normas dispositivas.
Assim, o Estado intervinha visando socializar a relação entre particulares. Com isso, 
nasceram os diplomas legais para tratar dos desiguais. 
Ex: Lei trabalhista (a autonomia passa a dar espaço a intervenção estatal).
Passa-se a reconhecer a existência de relações não paritárias e inicia-se a busca 
pela igualdade substancial, como valor da função social.
Outro exemplo de diploma legal inovador foi o CDC, o qual buscou alcançar a 
igualdade substancial do consumidor vulnerável.
Art. 4º do CDC - Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o 
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, 
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da 
sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de 
consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, 
de 21.3.1995)
 I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de 
consumo;
A autonomia e a liberdade, por sua vez, foram mitigadas.
Art. 421 do CC/02 - A liberdade de contratar será exercida em razão e nos 
limites da função social do contrato.
A função social foi consagrada em norma cogente. A vontade passa a não ser mais o 
único elemento dominante da relação privada, pois a autonomia passa a ser inspirada na 
função social e limitada por ela. Assim, a autonomia da vontade foi mitigada.
A função social persegue diversos valores vigentes na sociedade, e não somente a 
igualdade substancial.Outros exemplos de valores perseguidos pela função social são: o 
meio ambiente; a livre iniciativa; a solidariedade social (respeitar os impactos que o seu 
contrato irá causar nos interesses de outras pessoas não contratantes).
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Art. 3º da CRFB - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa 
do Brasil:
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Art. 170 da CRFB - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
 I - soberania nacional;
 II - propriedade privada;
 III - função social da propriedade;
 IV - livre concorrência; 
 V - defesa do consumidor; 
 VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado 
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de 
elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003)
 VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
 VIII - busca do pleno emprego;
 IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas 
sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
Antes do CC/02 ter declarado a socialidade, a CRFB já previu sua intervenção 
imediata nas relações privadas.
Nasce, então, o direito civil constitucional, reconhecendo-se o direito constitucional 
como instrumento normativo de aplicação imediata às relações privadas.
O valor mais importante é a dignidade da pessoa humana, pois a pessoa passa a ser 
o centro das atenções, e não o patrimônio.
Art. 1º da CRFB - A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
 III - a dignidade da pessoa humana;
Assim, o direito privado passa a tocar o direito público, não havendo mais uma 
relação paralela entre eles. O direito privado passa a caminhar para o direito público, se 
valendo de normas de direito público para disciplinar suas relações. O caminho inverso 
também vem sendo realizado, principalmente no que tange ao princípio da boa fé, para 
solucionar questões para as quais o direito público não detém norma específica (Ex: venire 
contra factum proprium).
Acerca da aplicação horizontal dos direitos fundamentais às relações privadas, há 
decisão positiva do STF. Vide RE 201.819 - 2º Turma.
A eticidade está relacionada à boa-fé, como dever de conduta. Com a eticidade, a 
boa fé deixa de ser apenas uma ausência de má fé. 
Pelo CC/16, a conduta pautada na má fé poderia ser retirada do ordenamento, mas 
essa ma fé era apenas a ausência de boa fé. Presumia-se sempre a boa fé. Um indivíduo 
não precisava ajudar o outro, bastava não o agredir. Cada um tinha o dever de diligência 
com o seu próprio interesse, não havia a necessidade de auxiliar o outro. Ex: olhava-se o 
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vício do erro apenas na perspectiva do suposto agressor, para se aferir se o sujeito foi 
diligente em sua conduta, consigo próprio.
A boa fé como dever de conduta gera a necessidade de uma atuação positiva dos 
indivíduos. Não basta deixar a diligência a cargo do outro, exige-se de todos o dever de 
informação, de estabilidade, de coerência, ou seja, de cuidado com o próximo. Assim, a falta 
de cuidado com o outro é entendida como má fé. Trata-se da tutelada confiança.
Outro propósito da comissão de elaboração do CC/02 foi o de dar uma maior 
operacionalidade ao direito respectivo, daí a operabilidade.
No CC/16 não havia uma linha lógica de tratamento dos conteúdos. Tratava da parte 
geral, e em seguida, de direito de família.
Pela lógica, o sujeito nasce, adquire capacidade, estabelece relações jurídicas, 
adquire bens, se casa, e morre.
Uma segunda demonstração da operabilidade foi o razoável tratamento dado à 
prescrição e à decadência. Os prazos foram concentrados em dois artigos (205 e 206 do 
CC/02), facilitando o entendimento do assunto.
A obrigatoriedade dos pactos foi mitigada pela função social e pela boa fé. A 
intangibilidade dos contratos deu lugar ao princípio da conservação (subprincípio da boa fé). 
Ao invés de resolver-se um contrato, é melhor revisá-lo, modificá-lo, pois sua manutenção é 
mais adequada a ideia de boa fé. Essa revisão e modificação permitem uma participação 
mais ativa do Estado Juiz.
O art. 2.035 do CC/02 trouxe a regra do tempus regit actum.
Art. 2.035 do CC/02 - A validade dos negócios e demais atos jurídicos, 
constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas 
leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a 
vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido 
prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de 
ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a 
função social da propriedade e dos contratos. 
Esse artigo previu a retroatividade mínima, mitigando a irretroatividade da norma, 
que limitava o Estado Legislador.
2º Horário
LICC
• Lei no Tempo
Arts. 1º da LICC - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o 
país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando 
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (Vide Lei 2.145, 
de 1953)
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).
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§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, 
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará 
a correr da nova publicação.
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
Art. 2o da LICC - Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até 
que outra a modifique ou revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando 
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que 
tratava a lei anterior. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já 
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei 
revogadora perdido a vigência.
Art. 3o da LICC - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a 
conhece.
Art. 4o da LICC - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5o da LICC - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela 
se dirige e às exigências do bem comum.
Art. 6º da LICC- A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato 
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 
3.238, de 1º.8.1957)
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao 
tempo em que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por 
êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-
fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo 
incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não 
caiba recurso. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)
Não deveria mais ser a LICC o diploma responsável por definir questões de vacatio 
legis, por exemplo. Isso porque essa atribuição cabe à LC/95. Todavia, percebe-se que as 
orientações da LC/95 não são sempre seguidas.
A LC/95 diz que toda norma deve trazer, expressamente, o seu período de vacância 
(período entre a publicação da lei e o momento em que ela entra em vigor). Para o direito 
civil, antes da vigência, a norma não produz efeitos. O período de vacância da lei, pela 
LC/95 deveria, ainda, ser expresso em dias.
Art. 8º da LC/95 - A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a 
contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, 
reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de 
pequena repercussão.
 § 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam 
período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último 
dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral. 
(Parágrafo incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
 § 2o As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a 
cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua 
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publicação oficial’ .(Parágrafo incluído pela Lei Complementar nº 107, de 
26.4.2001)
O legislador editou a Lei 12.112/09, publicada em dezembro daquele ano. Ela alterou 
a Lei 8.245/91 (lei locações de imóveis urbanos), promovendo uma série de modificações. O 
legislador entendeu que essas modificações não eram significativas, de modo que a referida 
lei poderia entrar em vigor imediatamente com a publicação. Quando a norma foi para a 
sanção presidencial, percebeu-se que essa norma não poderia entrar em vigor 
imediatamente, por trazer alterações significativas. Assim, vetou-se o artigo que estabeleceu 
a data em que ela entrava em vigor, publicando-se a lei sem data de vigência. A LC/95 não 
resolve esse problema, mas o art. 1º da LICC sim, dizendo que a lei começa a vigorar no 
país 45 dias depois de oficialmente publicada.
Dessa forma, percebe-se que a LICC não foi revogada pela LC/95, sendo utilizada 
nas hipóteses de lacuna.
Ao estabelecer que a lei nova entra em vigor simultaneamente em todo o país, nasce 
a obrigatoriedade simultânea em todo o país.
Apesar de o prazo ter que ser expresso em dias, o CC/02, publicado em 11 de 
janeiro de 2002, ou seja, posterior a LC/95, trouxe prazo em ano.
Art. 2.044 do CC/02 - Este Código entrará em vigor 1 (um) ano após a sua 
publicação.
A entrada em vigor, na contagem de prazos em dia, se da no primeiro dia 
subseqüente ao dia do fim da vacatio, mas a interpretação que prevaleceu foi a de contar 
prazos em anos até o exato dia e mês do ano subseqüente. Assim, o CC/02 entrou em vigor 
no dia 11 de janeiro de 2003. 
A data da publicação do CC/02 foi dia 11 de janeiro de 2002. Em regra, a data da 
publicação de uma lei não é a data de início de vigência. Logo, deve-se tomar cuidado para 
não se confundir em provas.
Havia um prazo prescricional no CC/16 de 20 anos, que pelo CC/02 passou a ser de 
3 anos. O art. 2.028 do CC/02 trouxe uma regra de transição.
Art. 2.028 do CC/02 - Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por 
este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais 
da metade do tempo estabelecido na lei revogada.
Esse é um exemplo da importância de se saber a data da entrada em vigor do 
CC/02.
Toda lei nova, pela LC/95, deve indicar, expressamente, as normas que revoga e as 
leis anteriores que afeta.
Contudo, isso raramente ocorre. O art. 2.045 do CC/02 indicou a revogação de 
apenas dois diplomas, sendo que muitas outras normas foram revogadas por ele.
Art. 2.045 do CC/02 - Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916 - 
Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 25 de junho 
de 1850.
Assim, deve-se recorrer à LICC para solucionar esse problema.
Art. 2º da LICC - Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até 
que outra a modifique ou revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando 
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que 
tratava a lei anterior. 
CÓD: 102M1901T Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 
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Data: 16/03/11
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já 
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei 
revogadora perdido a vigência.
É difícil identificar a revogação tácita. 
A Lei. 4.591/64, que tratava de Condomínios e Incorporações (lei especial e anterior), 
foi tacitamente revogada pelo CC/02, a despeito do art. 2º, §2º da LICC. O CC/02 tratou, 
num capítulo próprio, de condomínio edilício, que era tratado na Lei 4.591, sendo elas 
incompatíveis. Lei nova que trata de forma diversa o mesmo conteúdo de lei anterior, a 
revoga, pelo menos, parcialmente. Tem-se a derrogação ou revogação parcial.
Muitas convenções de condomínio foram produzidas a luz da lei anterior. Com a 
entrada em vigor do CC/02, a lei anterior foi revogada. O princípio da segurança jurídica 
estabelece a irretroatividade da lei nova para proteger o ato jurídico perfeito, a coisa julgada 
e o direito adquirido.
Art. 6º da LICC - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato 
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 
3.238, de 1º.8.1957)
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao 
tempo em que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por 
êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-
fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo 
incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não 
caiba recurso. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)
Ato jurídico perfeito é aquele plenamente consumado na vigência da lei em que foi 
constituído. 
No art. 1.336, § 1º, o CC/02 traz uma multa reduzida se comparada com a estipulada 
na lei antiga.
Art. 1.336, § 1º do CC/02 - O condômino que não pagar a sua contribuição ficará 
sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um 
por cento ao mês e multa de atédois por cento sobre o débito.
Dessa forma discutiu-se se essa nova multa interferiria na convenção já aprovada e 
registrada. Caso afirmativo, estar-se-ia admitindo uma retroatividade que contrariaria a 
irretroatividade garantida constitucionalmente.
Contudo, a dúvida maior se impôs por tratar-se de prestação continuada, ou seja, de 
ato de trato sucessivo. A lei nova entrou em vigor no momento em que ainda havia efeitos a 
serem executados. A lei nova tem eficácia imediata, se aplicando automaticamente, salvo se 
as partes tiverem determinado outra forma de execução.
Segundo o STJ, o juros incidentes a partir da lei nova são os seus próprios, que para 
o tribunal segue a taxa SELIC. 
No caso concreto, as partes podem ter convencionado outra forma de execução da 
multa. Mas nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública 
estabelecidos no novo CC. Contudo, o art. 1.336, § 1º do CC/02 é norma de ordem pública, 
devendo prevalecer à convenção. Assim, as cotas condominiais vencidas no decorrer da 
vigência da lei nova sofrem a sua taxa de juros. Assim, discutiu-se se o CC/02, neste ponto, 
estaria retroagindo ou somente tendo aplicação imediata.
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Direito Civil
Prof. André Roberto
Data: 16/03/11
Pelo raciocínio do ministro Moreira Alves, na ADIN n.º 493/DF, que data de 1992, o 
art. 1.038 seria inconstitucional, pois inadmite, inclusive, a retroatividade mínima.
Retroatividade Mínima seria a norma nova alcançando os efeitos futuros dos atos 
jurídicos pretéritos.
Retroatividade Média seria a norma nova alcançar as situações pendentes, cujo 
início se deu na vigência da lei anterior, mas ainda não teve o efeito plenamente 
consumado. 
Ex: Contrato de caderneta de poupança, que é corrigido e remunerado a cada 30 
dias. O fato já teve seu início deflagrado, mas só se consuma 30 dias depois, Se a lei nova 
afeta essa situação pendente, provoca uma retroatividade média.
Retroatividade Máxima se daria quando a lei nova retroagisse para desconstituir ou 
modificar efeitos já consumados na vigência da lei anterior. Ela é flagrantemente 
inconstitucional, salvo se a norma nova for uma nova norma constitucional (uma nova 
constituição).
Contudo, atualmente, especialmente os julgados do STJ, vem permitindo a 
retroatividade mínima, quando tratar-se de prestações continuadas. Vide RE 701.483. 
Nesse sentido, o próprio STF já admitiu a incidência da lei nova sobre efeitos de prestações 
de trato sucessivo. Vide ADIN 608. 
Dessa forma, a lei nova pode ser aplicada sobre situações vincendas, por não se 
tratar de retroatividade, mas sim de aplicação imediata da lei nova, que não ofende a 
segurança jurídica.
Vale acompanhar a ADPF 165. Nela se discute a retroatividade média. No caso as 
instituições financeiras vêm buscando o reconhecimento de que as normas de ordem 
pública venham a incidir sobre os efeitos pendentes. Por coerência, os tribunais deveriam 
não admitir esse tipo de retroatividade.
O CC/02, no art. 2.035, parágrafo único, mitigou a irretroatividade da norma, ao 
prever que as normas de ordem pública incidam imediatamente, afastando, inclusive, o que 
foi convencionado pelas partes na vigência da lei anterior. Ressalte-se que isso se da em 
relação aos efeitos futuros, ao modo de execução. Os efeitos já consumados e pendentes 
não devem ser atingidos. Essa lógica diverge do entendimento jurisprudencial que sequer 
permite a retroatividade mínima.
Art. 2.035, parágrafo único, do CC/02 - Nenhuma convenção prevalecerá se 
contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este 
Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
A responsabilidade civil teve uma redução substancial, no que tange ao seu prazo 
prescricional, de vinte para três anos. O art. 2.028 do CC/02 não é capaz de resolver esse 
problema.
Art. 2.028 do CC/02 - Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por 
este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais 
da metade do tempo estabelecido na lei revogada.
Ex: Um acidente de trânsito ocorreu em 11/01/97. O CC/02 entrou em vigor em 
11/01/2003. O prazo prescricional da lei antiga era de 20 anos. Do acidente à vigência do 
CC/02, passaram seis anos. Logo, pelo art. 2.028 do CC/02, a prescrição seria a do novo 
código, de três anos.
Em regra, violado o direito, nasce a pretensão e começa a correr o prazo 
prescricional. Com isso, contar-se-ia o prazo de três anos da data do acidente e a prescrição 
teria se operado em 2000.
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Data: 16/03/11
Para solucionar esses problemas, o CJF editou um enunciado (que é uma orientação 
interpretativa, e não uma súmula de jurisprudência).
Enunciado n.º 299 do CJF - Iniciada a contagem de determinado prazo sob a 
égide do Código Civil de 1916, e vindo a lei nova a reduzi-lo, prevalecerá o 
prazo antigo, desde que transcorrido mais de metade deste na data da entrada 
em vigor do novo Código. O novo prazo será contado a partir de 11 de janeiro de 
2003, desprezando-se o tempo anteriormente decorrido, salvo quando o não-
aproveitamento do prazo já decorrido implicar aumento do prazo prescricional 
previsto na lei revogada, hipótese em que deve ser aproveitado o prazo já 
decorrido durante o domínio da lei antiga, estabelecendo-se uma continuidade 
temporal.
Assim, se for para aplicar a lei antiga (transcorrido mais da metade do prazo), ela 
será aplicada desde a data do fato, mas sendo aplicável a lei nova, ela será usada a partir 
de 11/01/2003 (entrada em vigor do CC/02).
O prazo novo somado ao prazo transcorrido não pode ultrapassar o prazo 
prescricional antigo, caso contrário, contrariar-se-ia a intenção do legislador de diminuir o 
prazo prescricional.
Tendo-se que se aplicar a lei nova, se a soma do prazo transcorrido com o prazo da 
lei nova ultrapassar o prazo prescricional estipulado na lei antiga, não se contará o prazo 
novo a partir da entrada em vigor da lei nova, mas sim da data do fato, para não se 
contrariar a mens legislatoris.
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