Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Assuntos tratados: 1º Horário. Pessoas Jurídicas/ Violação da Personalidade da Pessoa Jurídica/ Classificação das Pessoas Jurídicas/ Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno/ Bens Públicos/ Pessoas Jurídicas de Direito Privado/ Sociedades/ Associações/ Fundações 2º Horário. Fundações (Continuação)/ Domicílio/ Domicílio da Pessoa Natural 1º Horário PESSOAS JURÍDICAS 1. Violação da Personalidade da Pessoa Jurídica O nosso ordenamento atribui as entidades de pessoas e ao patrimônio afetado uma aptidão genérica para ser sujeito direito, denominada de personalidade jurídica. O posicionamento dominante é o que confere personalidade à pessoa jurídica, a qual nasce com a inscrição da entidade no registro competente. Art. 45, CC - Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Art. 988 - Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. Art. 990 - Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade. Por esses artigos, a pessoa jurídica seria uma realidade social. A entidade existe concretamente, mas só se torna pessoa jurídica quando atende aos requisitos impostos pelo ordenamento. Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Principalmente no direito empresarial, há quem sustente que a entidade, ainda que irregular, terá personalidade jurídica. Contudo, esse posicionamento não é o majoritário. Pela doutrina dominante, as entidades que não atenderem aos requisitos legais ou, às quais o ordenamento não conferir tal possibilidade, não terão personalidade jurídica. O ordenamento também previu uma proteção aos atributos da personalidade da pessoa jurídica. Art. 52, CC - Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. Como consequência, a pessoa jurídica poderá sofrer dano moral. Súmula 227, STJ - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. A pessoa jurídica pode sofrer abalo de crédito; abalo na sua honra objetiva e no seu nome, por exemplo. Não se aplica, para provas objetivas, o enunciado 286 da 4ª jornada do CJF. Isso porque ele traz o posicionamento da doutrina minoritária, segundo o qual a pessoa jurídica não teria atributos do direito da personalidade. Essa lógica substitui a personalidade jurídica enquanto aptidão para ser sujeito de direito, por algo que se denomina de subjetividade. Para essa corrente, refletida nesse enunciado, personalidade só se referiria à pessoa humana. Enunciado 286, CJF - Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos. 2. Classificação das Pessoas Jurídicas O CC/16 apresentava um rol enorme de pessoas jurídicas de direito publico e privado, o que dificultava a abordagem da matéria em provas. Na estrutura no CC/02, o legislador deu ao código o conteúdo de que ele precisa, deixando aos diplomas próprios a função de disciplinar a matéria de forma mais específica. Art. 40, CC - As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. No art. 40 do CC, dividem-se as pessoas jurídicas em pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado. Dentro das pessoas jurídicas de direito público têm-se as de direito externo - que não foram detalhadas pelo CC - e as de direito público interno. Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Art. 42, CC - São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. No art. 41 do CC, o legislador melhorou o tratamento da matéria “pessoas jurídicas de direito público interno”, ao ampliar o rol no último inciso. Art. 41, CC - São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. 2.1. Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno O art. 41 do CC não faz menção às sociedades de economia mista, empresas públicas, nem às fundações públicas. Predomina o entendimento que defende que, por força do DL 200/67, elas teriam natureza jurídica de direito privado, ressalvadas as fundações públicas, já que o STF já pacificou o entendimento de que as fundações públicas, podem ser tanto de direito público quanto de direito privado. Para a doutrina administrativa, as fundações públicas de direito público seriam autarquias fundacionais ou fundações autárquicas. 2.1.1. Bens Públicos O art. 98 do CC classifica os bens públicos pelo critério da titularidade. Art. 98, CC - São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Construiu-se na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que o critério da titularidade apresentado neste artigo não esgotaria a classificação dos bens públicos. O art. 99 do CC ao subdividir os bens públicos utiliza o critério da afetação dos bens públicos. Art. 99, CC - São bens públicos: Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitoresa partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. O inciso I trata dos bens de uso comum do povo; o inciso II trata dos bens de uso especial da administração e o inciso III trata dos bens dominicais. Os dois primeiros são bens afetados, e os últimos dão desafetados. Os bens afetados são, além de imprescritíveis, pois não sujeitos à usucapião (art. 102, CC), inalienáveis e, também, bens cuja posse da pessoa jurídica de direito público é permanente. Art. 102, CC - Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. A afetação gera uma ficção jurídica de que o bem afetado está na posse permanente da pessoa jurídica de direito público. Entende-se que esses bens públicos afetados, por estarem sujeitos a uma posse permanente da pessoa jurídica de direito interno, seriam insuscetíveis de empossamento pelo particular. Ocorre, todavia, que o particular pode estar, de fato, com o bem em seu poder. Para solucionar esta questão, o STF entendeu que o particular será mero detentor do bem, desqualificando a condição do particular perante o bem. A consequência prática dessa desqualificação da posse do particular sobre o bem público afetado não é apenas não permitir a usucapião, mas também a não concessão, ao particular, de tutela possessória. Assim, esse particular estaria sujeito, a qualquer momento, à medida de autotutela. A administração pública desejando retomar o bem do particular, não precisaria de longa discussão, pois o particular seria mero detentor do bem. Nos bens afetados há menos divergências doutrinárias. As maiores discussões estão nos bens dominicais. O bem dominical é público, na medida em que pertence à pessoa jurídica de direito público interno, ainda que desafetado. Mesmo o bem sendo dominical e, portanto, não afetado, esse bem é imprescritível, e não se sujeita à usucapião da propriedade. O art. 102 do CC não faz distinção das categorias de bens públicos que não são passíveis de usucapião. No mesmo sentido, os arts. 183 e 191 da CRFB. A partir da CRFB/88, inclusive as terras devolutas não se sujeitam à prescrição. Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Art. 102, CC - Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. Art. 183, CRFB - Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Art. 191, CRFB - A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. Sendo bem público, pelo critério da titularidade, estando afetado ou não, ele não se sujeita ao fenômeno da usucapião. Todavia, os bens dominicais vão comportar a ocorrência de usucapião na propriedade. Os bens dominicais, por não estarem afetados, suportam a concessão de direitos reais em favor de terceiros (Ex: arrendamento, locação, concessão de uso de direito real, concessão de uso para fins de moradia, enfiteuse - concessão do domínio útil ao particular). Diversos direitos podem ser concedidos sobre o bem público, sem que se conceda a propriedade. Assim, é possível a ocorrência de usucapião NA propriedade. Exemplo 1: Imóveis de Marinha Art. 2.038, CC - Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916, e leis posteriores. § 1o Nos aforamentos a que se refere este artigo é defeso: I - cobrar laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bem aforado, sobre o valor das construções ou plantações; II - constituir subenfiteuse. § 2o A enfiteuse dos terrenos de marinha e acrescidos regula-se por lei especial. Tais imóveis são foreiros da União, por estarem localizados próximos ao mar ou próximos a lagoas em que haja alteração substancial do seu volume de água por força das marés. Esses imóveis seriam bens públicos sobre os quais se desdobrou o domínio em domínio direito, pertencente à União, e domínio útil, pertencente ao enfiteuta, que pode ser um particular. Esse domínio útil permite ao enfiteuta que exerça sobre o bem público um domínio privado, podendo usar, fruir e dispor como se dono fosse. O Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br enfiteuta é visto, para Municipalidade, como proprietário para fins de pagamento de IPTU, por exemplo. Em favor da União, fica o direito de receber o foro anual (prestação propter rem anual) e o laudêmio, que é uma prestação devida quando o enfiteuta pratica uma transmissão onerosa. O domínio da União restringe-se a auferir receitas. Sobre o domínio útil pode ocorrer a usucapião. O domínio direto, por ser direito/bem público, jamais poderá ser usucapido. Dessa forma ter-se-ia usucapião NO bem público. Exemplo 2: Concessão Especial de Uso Para Fins de Moradia É um direito real na coisa pública que é reconhecido em favor do particular. Foi instituído pela MP 2.220/01. Fora prevista no Estatuto da Cidade, mas o capítulo que a previa foi vetado, por padecer de inconstitucionalidades. Nesta hipótese, há um bem público e, sobre ele, há uma posse mansa e pacífica, ininterrupta por 5 anos, utilizada para fins de moradia do possuidor e/ou da sua família, sob a condição deste esse possuidor não possuir outro imóvel, nem urbano, nem rural. Esse bem público tem que ser um imóvel urbano de até 250 m², se a concessão for individual,ou acima de 250 m², se a concessão de uso for coletiva. Ao invés de se reconhecer ao particular a propriedade sobre o bem, reconhece- se o direito de uso que é transmissível e exercível sem prazo. Ele se transmite aos herdeiros, podendo, inclusive, ser objeto de transferência, desde que inalterada a finalidade da moradia. Trata-se de direito que se adquire pela posse por um período de tempo de 5 anos. Não há controvérsia de que esse bem público, sendo dominical, poderá se submeter à concessão de uso para fins de moradia para particular, por ser bem desafetado. A divergência encontra-se no bem público afetado. Se o bem for afetado, a regra que prevalece é a de que existe uma posse permanente do poder público, a qual mantém o particular como mero detentor, numa situação que não convalesce. Assim, questiona-se se o particular poderia exercer uma posse que tivesse o condão de desafetar esse bem em seu favor. Prevalece a posição de que o particular não adquire o direito à permanência no bem afetado pela posse continuada. Contudo, pela MP 2.220/01, em se tratando de bens afetados, em que não se possa conceder o direito naquele bem, poderá a administração pública, reconhecer o direito em outro bem, que seja desafetado. A divergência é se esse “poder” trata-se de discricionariedade do poder público ou de dever do mesmo. Mesmo entre os doutrinadores administrativistas existe divergência sobre a natureza deste “poder”. Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br A natureza do bem público, portanto, não impede o reconhecimento de outros direitos reais, que não a propriedade, sobre bens públicos. Ressalte-se que os bens dominicais são alienáveis, observadas as regras de direito administrativo. Da mesma forma se admite a posse do particular sobre tais bens públicos. Entretanto, o STJ sustenta a seguinte posição: o particular somente será reconhecido como possuidor do bem dominical, quando em conflito com a pessoa jurídica de direito público interno, se houver adquirido esta posse de forma lícita, através de contrato (Ex: locação - posse direta do bem público) ou na forma da lei (Ex: Concessão de Uso para fins de Moradia). Consequentemente, se o particular obtém a posse irregularmente, não estando amparado por lei ou contrato, será considerado mero detentor. A doutrina contemporânea critica esse entendimento do STJ, pois, sobre os bens dominicais, não caberia a autotutela, devendo-se discutir, no caso concreto, quem deteria situação mais robusta. Vide Resp. 780.401/DF do STJ. Enunciado 287, CJF - O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos. Segundo esse enunciado, o art. 98 do CC não esgota a classificação dos bens públicos. Não são apenas os bens pertencentes à Pessoa Jurídica de Direito Público interno que serão considerados bens públicos. Sustenta-se a tese da afetação do bem particular ao interesse público. Os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos podem estar afetados, de forma indispensável, à manutenção de um serviço público, sendo essa afetação essencial, indispensável à prestação do serviço. Esses bens serão equiparados a bens públicos, no que tange a sua inalienabilidade; impenhorabilidade e imprescritibilidade (insuscetíveis de usucapião). Vide Resp. 242.073 do STJ. 2.2. Pessoas Jurídicas de Direito Privado Art. 44, CC - São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br III - as fundações. IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) § 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) § 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) § 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 2.2.1. Sociedades Sociedades são coletividades de pessoas com fins lucrativos. É estudada pelo direito empresarial. 2.2.2. Associações Associações também são uma coletividade de pessoas, mas, necessariamente, sem fins lucrativos. Nem toda entidade que atue sem fins lucrativos, gozará da imunidade de tributos. Ex: Se a associação remunerar a atividade de seus dirigentes, não terá direito a nenhum benefício fiscal (imunidade/isenção), ainda que continue sem fins lucrativos. 2.2.3. Fundações Fundações são patrimônio afetado a um fim não econômico (sem fins lucrativos). A não lucratividade para as associações está prevista no art. 53 do CC e para as fundações está prevista no art. 62 do CC. Art. 53, CC - Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Art. 62, CC - Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. O legislador, no art. 53 do CC, foi bastante genérico. Já no parágrafo único do art. 62 do CC foi mais específico, pois elencou finalidades específicas para a instituição das fundações. A imediata interpretação literal deste dispositivo acabaria por extinguir a possibilidade de criação e manutenção de fundações com diversas ouras finalidades importantes, como aquelas quevisassem a proteção do meio ambiente, do esporte, etc...Nesse sentido, majoritariamente, ter-se-ia uma interpretação de que as pessoas jurídicas constituídas sob a forma de fundação, poderiam desenvolver outras finalidades, desde que sem fins lucrativos, como por exemplo, a proteção do esporte, do meio ambiente, da educação, da ciência, etc... Assim, o parágrafo único do art. 62 do CC traria um rol meramente exemplificativo. Vide enunciados 8 e 9 da Primeira jornada de Direito Civil do CJF. Enunciado 8, CJF - A constituição de fundação para fins científicos, educacionais ou de promoção do meio ambiente está compreendida no CC, art. 62, parágrafo único. Enunciado 9, CJF - O art. 62, parágrafo único, deve ser interpretado de modo a excluir apenas as fundações com fins lucrativos. 2º Horário 2.2.3. Fundações (Continuação) Em regra, são pessoas jurídicas de direito privado. São fases para a formação da Fundação: a. Instituição da Fundação Primeiramente, tem-se o ato de instituição, momento em que se tem a afetação patrimonial a um fim específico (não econômico). Tal afetação se dará por atos inter vivos (por escritura pública) ou causa mortis (por testamento). O ato de instituição da fundação contém apenas a declaração de vontade do fundador e a declaração de que os bens são livres (não gravados). Este ato, por si só, não lhe confere personalidade jurídica. b. Constituição da Fundação Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Para a constituição da fundação será necessária: - Elaboração do Estatuto; - Autorização do MP; - Registro Respectivo. O próprio instituidor poderá elaborar o Estatuto e submetê-lo ao MP, ou então, o instituidor pode indicar quem será o responsável pela elaboração do estatuto. Não havendo a elaboração do Estatuto, por ausência de indicação por parte do instituidor ou nos casos em que o responsável não realizar sua incumbência, o próprio MP o fará. c. Existência da Sociedade e sua Veladura pelo MP O MP continuará intervindo no funcionamento da fundação em razão da veladura que ele promoverá sobre os interesses fundacionais. As fundações sofrerão uma curadoria por parte do MP para que ela não sofra desvirtuações. Art. 66, CC - Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. § 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8) § 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. O art. 66, §1º do CC, antigamente, previa que, quando a fundação estivesse situada no DF ou em território, a respectiva velação seria de competência do MPF. Essa questão foi objeto da ADI 2.794-8, na qual se declarou a inconstitucionalidade dessa previsão. A competência simétrica com o MPE se faria com o MPDFT, logo, deveria caber a este a veladura das fundações instituídas no DF e Territórios. Para que o CC, enquanto lei ordinária, pudesse trazer essa previsão (atribuindo atribuição ao MPF), deveria haver alteração prévia por LC da LC que rege o MPU. Logo, atualmente, cabe ao MPDFT velar sobre as fundações existentes no DF e Territórios. O STF complementa a questão, ressaltando que, independente de onde esteja situada a fundação, sendo ela pública de direito público federal, o MPF também terá legitimidade (concorrente) para fiscalizar o seu funcionamento. Destaque-se, ainda, que toda futura alteração de estatuto dependerá de autorização do MP. Art. 67, CC - Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. O art. 67 do CC traz requisitos cumulativos para a alteração do estatuto. O MP atua desde a constituição até a extinção das fundações. Isso difere substancialmente as fundações das associações, as quais gozam de intensa liberdade na sua instituição e funcionamento, não podendo sofrer interferência do poder público (ingerência deste na sua administração) desde que funcione de forma lícita. Associações de Moradores Há uma discussão jurisprudencial e doutrinária no que diz respeito às Associações de Moradores constituídas para resolver problemas que poderiam o ser por condomínio. Assim, essas associações funcionariam como condomínio de fato. O art. 1.331 do CC estabelece que no condomínio edilício há uma edificação comum, com uma parte de propriedade coletiva e parte de propriedade de uso exclusivo. Art. 1.331, CC - Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. A manutenção da parte comum gera um custo que terá que ser repartido. As obrigações condominiais são propter rem, podendo ser exigidas do titular da coisa, independente de sua anuência (Art. 1.345 do CC). Art. 1.345 do CC - O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. Muitas vezes, o tipo de empreendimento lançado não comporta a forma condominial; na maioria das vezes porque a área é muito grande, não havendo como transformar aquilo em condomínio. Para solucionar a questão, realiza-se o loteamento, instituto regulado pela Lei 6.776/79, dividindo-se a gleba maior em vários lotes, formando-se vias novas de acesso, criando-se novos logradouros públicos, ou prolongando-se logradores públicos já existentes. Assim, ter-se-á a área privada e a área comum, a qual não será de propriedade privada, mas sim de propriedade pública. Todavia, é muito comum, nas grandes cidades, que as vias de acesso públicas sejam fechadas, ou tenho restringido seu acesso. Pode-se conseguir autorização para gerir a área interna (paisagismo, vigilância) como se fosse um condomínio fechado (ressalte-se que, tecnicamente, não se terá um condomínio). Para solucionar o problema, criou-se a Associação de Moradores, que administraria o serviço. Contudo, o art. 5º da CRFB garante a liberdade de associação, Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av.das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br assim, ninguém será obrigado a se associar, nem a permanecer associado. Desse modo, pessoas não associadas não teriam como ser compelidas a arcar com os custos decorrentes da manutenção da área comum. Para uma primeira corrente, com base no Princípio do Não Enriquecimento Sem Causa, o pagamento seria obrigatório, mesmo para o não associado, conferindo- se à obrigação uma natureza propter rem. O STJ não tem entendimento pacífico sobre esse assunto, mas neste tribunal não há controvérsia nos que diz respeito aos casos daqueles que adquirem lotes em loteamentos que já são lançados sob a forma de loteamento fechado, em que, no ato da aquisição, já existe a previsão dos serviços coletivos naquele empreendimento, entendendo-se que a obrigatoriedade do pagamento, neste caso, teria fundamento na Proibição ao Comportamento Contraditório. Contudo, não há como se estender essa lógica a todos os casos de Associação de Moradores; no caso daqueles que nunca pretenderam estar associados, não se vislumbrará qualquer comportamento contraditório se o morador não quiser efetuar qualquer pagamento, não se impondo a referida obrigação. DOMICÍLIO Esse tema está previsto nos artigos 70 a 78 do CC. 1. Domicílio da Pessoa Natural Art. 70, CC - O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Domicílio é centro de imputação das relações pessoais. Em regra, o domicílio da pessoa natural será o domicílio voluntário. O domicílio serve para a fixação da competência do juízo; para se definir a lei aplicável, no caso de conflito entre leis no espaço, etc.. Ex: Art. 7º, LINDB - A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Art. 10, §2º, LINDB - A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Para o direito das sucessões e para as questões relativas à personalidade o ordenamento estabeleceu o domicílio como critério identificador da lei aplicável. Ex: Argentino, domiciliado na Espanha, morre no Brasil e aqui deixa bens imóveis. Esse fato não significa que a lei brasileira regerá a sucessão, sendo a lei do domicílio, espanhola, que regulará a transmissão dos direitos sucessórios. O juiz brasileiro aplicará a lei espanhola para resolver o caso. Contudo, tendo deixado filho brasileiro, o juiz terá que verificar qual a lei mais favorável a ele, devendo aplicá-la em relação aos bens imóveis deixados no Brasil. A fixação do domicílio voluntário decorre da soma do elemento objetivo - residência habitual - com o elemento subjetivo - ânimo definitivo (provado pelas declarações da pessoa natural às entidades competentes). Há, contudo, situações especiais, previstas a seguir: a. Pluralidade de Domicílios A Pluralidade de Domicílios, prevista no art. 71 do CC. Art. 71, CC - Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. Mantendo-se mais de uma residência com ânimo definitivo, serão consideradas todas elas como domicílio natural, podendo-se imputar efeitos em ambas. Art. 1º, Lei 8.009/90 - O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados. Sumula 364, STJ - O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. A proteção do bem de família, atualmente, pela súmula 364 do STJ, se estende para a pessoa natural, independente de seu estado civil. A impenhorabilidade recai sobre o imóvel residencial em que, de fato, viva a pessoa humana. Assim, haveria uma impenhorabilidade em favor do bem que serve como domicílio da pessoa natural, para se preservar o direito fundamental à moradia (art. 1º C/C art. 6º, todos da CRFB). Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Art. 5º, Lei 8.009/90 - Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil. Por esse artigo, somente um único imóvel pode ser considerado bem de família. A leitura do parágrafo único não pode ignorar o caput. Conseguindo-se satisfazer a necessidade de moradia com um imóvel de valor inferior, somente este será considerado impenhorável. Isso não significa que a pessoa que tenha vários imóveis residenciais, tenha a impenhorabilidade recaindo sobre aquele de menor valor. Pode-se estabelecer domicílio em imóvel de maior valor, sendo este considerado impenhorável. Em 2009, a prova da AGU trouxe a seguinte questão: - Um casal tinha dois imóveis residenciais, morando alternadamente em ambos. Um valia 200 mil e outro 100 mil. Para tornar o mais valioso impenhorável, o casal deveria registrar tal vontade por escritura pública, saindo-se do bem de família legal, para o convencional. Art. 1711, CC - Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial. Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada. Nesse ponto, a pluralidade de domicílios toca o tem bem de família. b. Ausência de Residência Habitual Art. 73, CC - Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. Além dos casos especiais, há outras modalidades dedomicílio, quais sejam: a. Domicílio Profissional Art. 72, CC - É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. Civil – Prof. André Roberto Data: 02/05/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Está estritamente vinculado às questões atinentes à atividade profissional, caso contrário, tratando-se de relações pessoais, o domicílio será o voluntário. O objetivo do legislador foi facilitar as demandas, evitando o deslocamento das mesmas. Tratando-se de relação de consumo, deve-se observar as prerrogativas do consumidor. b. Domicílio Necessário ou Legal Art. 76, CC - Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. O domicílio legal exclui o domicílio voluntário. Deve-se ressaltar que, nos casos de servidor público, se a situação for transitória, não haverá deslocamento do domicílio, sendo este o local da lotação permanente. No caso do domicílio do preso, “local de cumprimento de pena” tem sido entendido como aquele correspondente ao da sede do Juízo de Execução que estiver executando a sua pena. c. Domicílio Convencional (Foro de Eleição) Art. 78, CC - Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. Art. 112, parágrafo único, CPC - A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. Nos casos do contrato de adesão, se a causa de eleição de foro for prejudicial ao aderente, o juiz, reconhecendo a nulidade da cláusula por abusividade, declinará da competência, remetendo o feito para o juízo do domicílio do aderente. O STJ, todavia, vem interpretando de forma não literal o art. 112 do CPC, de modo que só estará o juiz autorizado a declarar a abusividade desta cláusula se, de fato, o aderente for vulnerável em razão desta cláusula.
Compartilhar