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Apostila De Redação E Produção De Textos

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Apostila De Redação E Produção De Textos 
Prof.a Isabella Kiara 
REDAÇÃO – O ESTUDO DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA 
A ESTRUTURA DISSERTATIVA 
TESE ARGUMENTAÇÃO CONCLUSÃO 
1o parágrafo 
2o, 3o e 4o parágrafos 5 a 6 linhas 
5 a 6 linhas cada um 
OBS.: Estrutura válida para um texto dissertativo-argumentativo de, no mínimo, 25 linhas, sem 
contar o título. 
A Tese (introdução) de uma dissertação deve ser clara, objetiva e concisa. Esta precisa ser 
discutida, argumentada e concluída. Seguem exemplos de teses, visto que uma das 
reclamações dos alunos é sempre esta: 
" – Professora, eu não sei começar!" Assim, os exemplos ajudarão a resolver esse impasse, 
dando inúmeras possibilidades ao aluno. 
Vale lembrar que na tese deve sempre estar presente a palavra-chave do tema proposto. 
MODELOS DE TESE (INTRODUÇÃO) 
1. Uma declaração (tema: liberação da maconha) 
É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do 
consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas 
psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente 
para atender à demanda. 
A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fazer uma declaração forte, 
capaz de surpreender o leitor. 
2. Divisão (tema: exclusão social) 
Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a 
de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve 
muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o 
combate à marginalidade social em Nova Iorque vem contando com intensivos esforços do 
poder público e ampla participação da iniciativa privada. 
Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção que o parágrafo vai tomar. 
O autor terá de explicitá-lo na frase seguinte. 
5o parágrafo 5 a 6 linhas 
 
 
3. Definição (tema: o mito) 
O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o 
seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda 
reflexão e não crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos 
fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas da ação 
humana. 
A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafos chave, sobretudo em textos 
dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo. 
4. Uma pergunta (tema: a saúde no Brasil) 
Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes já estão 
cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece não ter fim. A cada ano, 
somos lesados por novos impostos para alimentar um sistema que só parece piorar. 
A pergunta não é respondida de imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o 
tema e será respondida ao longo da argumentação. 
5. Comparação (tema: reforma agrária) 
O tema da reforma agrária está presente há bastante tempo nas discussões sobre os 
problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o movimento pela 
abolição da escravidão no Brasil, no final do século passado, e o movimento atualmente pela 
reforma agrária podemos perceber algumas semelhanças. Como na época da abolição da 
escravidão existiam elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a 
favor e os que são contra a implantação da reforma agrária. 
Para introduzir o tema da reforma agrária, o autor comparou a sociedade de hoje com a do final 
do século XIX, mostrando a semelhança de comportamento entre elas. 
6. Oposição (tema: a educação no Brasil) 
De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, 
gastos excessivos com computadores, antenas Wi-Fi, aparelhos de DVD. É este o paradoxo 
que vive hoje a educação no Brasil. 
As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado/de outro) que estabelecerá o rumo 
da argumentação. 
7. Alusão histórica (tema: globalização) 
Após a queda do muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste/oeste e o mundo parece 
ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia 
entrou em rota acelerada de competição. 
O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. O leitor é situado no 
tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema. 
8. Uma frase nominal seguida de explicação (tema: a educação no Brasil) 
Uma tragédia. Essa é a conclusão da própria Secretaria de Avaliação e Informação 
Educacional do Ministério da Educação e Cultura sobre o desempenho dos alunos do 3o ano 
do Ensino Médio 
 
 
submetidos ao Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que ainda avaliou 
estudantes em todas as regiões do território nacional. 
A palavra tragédia é explicada logo depois, retomada por essa é a conclusão. 
9. Adjetivação (tema: a educação no Brasil) 
Equivocada e pouco racional. Esta é a verdadeira adjetivação para a política educacional do 
governo. 
A adjetivação inicial será a base para desenvolver o tema. O autor dirá, nos parágrafos 
seguintes, por que acha a política educacional do governo equivocada e pouco racional. 
10. Citação (tema: política demográfica) 
"As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a 
criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora". O comentário do 
fotógrafo Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de 
letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo. 
A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pela palavra comentário da 
segunda frase. 
11. Citação de forma indireta (tema: consumismo) 
O teórico Joaquim Nabuco, em sua comiseração pelo escravo brasileiro, disse que este só tem 
a própria morte. O movimento brasileiro antiescravista, quando já fortalecido, deixou bem clara 
essa pungente acusação nas palavras dos abolicionistas. 
Esse recurso deve ser usado quando não sabemos textualmente a citação. É melhor citar de 
forma indireta que de forma errada. 
12. Exposição de ponto de vista (tema: o provão) 
O ministro da Educação se esforça para convencer de que o provão é fundamental para a 
melhoria da qualidade do ensino superior. Para isso, vem ocupando generosos espaços na 
mídia e fazendo milionária campanha publicitária, ensinando como gastar mal o dinheiro que 
deveria ser investido na educação. 
Ao começar o texto com a opinião contrária, delineia-se, de imediato, qual a posição dos 
autores. Seu objetivo será refutar os argumentos do opositor, numa espécie de contra 
argumentação. 
13. Retomada de um provérbio (tema: mídia e tecnologia) 
O corriqueiro adágio de que o pior cego é o que não quer ver se aplica com perfeição na 
análise sobre o atual estágio da mídia: desconhecer ou tentar ignorar os incríveis avanços 
tecnológicos de nossos dias, e supor que eles não terão reflexos profundos no futuro dos 
jornais é simplesmente impossível. 
Sempre que você usar esse recurso, não escreva o provérbio simplesmente. Faça um 
comentário sobre ele para quebrar a ideia de lugar-comum que todos eles trazem. No exemplo 
acima, o autor diz "o corriqueiro adágio" e assim demonstra que está consciente de que está 
partindo dealgo por demais conhecido. 
 
 
14. Ilustração (tema: aborto) 
O Jornal do Comércio de Manaus publicou um anúncio em que uma jovem de dezoito anos, já 
mãe de duas filhas, dizia estar grávida, mas não queria a criança. Ela a entregaria a quem se 
dispusesse a pagar sua ligação de trompas. Preferia dar o filho a ter que fazer um aborto. O 
tema é tabu no Brasil.(...) 
Você pode começar narrando um fato para ilustrar o tema. Veja que a coesão do parágrafo 
seguinte se faz de forma fácil; a palavra tema retoma a questão que vai ser discutida. 
15. Uma sequência de frases nominais (frases sem verbo) (tema: a impunidade no Brasil) 
Desabamento de shopping em Osasco. Morte de velhinhos numa clínica do Rio. Meia centena 
de mortes numa clínica de hemodiálise em Caruaru. Chacina de sem-terra em Eldorado dos 
Carajás. Muitos meses já se passaram e esses fatos continuam impunes. 
O que se deve observar nesse tipo de introdução são os paralelismos que dão equilíbrio às 
diversas frases nominais. A estrutura de cada frase deve ser semelhante. 
16. Alusão a um romance, um conto, um poema, um filme (tema: a intolerância) 
Quem assistiu ao filme A rainha Margot, com a deslumbrante Isabelle Adjani, ainda deve ter os 
fatos vivos na memória. Na madrugada de 24 de agosto de 1572, as tropas do rei de França, 
sob ordens de Catarina de Médicis, a Rainha Mãe e verdadeira governante, desencadearam 
uma das mais tenebrosas carnificinas da História. Desse horror a História do Brasil está 
praticamente livre(...) 
O resumo do filme A rainha Margot serve de introdução para desenvolver o tema da 
intolerância religiosa. A coesão com o segundo parágrafo dá-se através da palavra horror, que 
sintetiza o enredo do filme contado no parágrafo inicial. 
17. Descrição de um fato de forma cinematográfica (tema: violência urbana) 
Madrugada de 11 de agosto. Moema, bairro paulistano de classe média. Choperia Bodega - um 
bar da moda, frequentado por jovens bem-nascidos. Um assalto. Cinco ladrões. Todos 
truculentos. Duas pessoas mortas: Adriana Ciola, 23, e José Renato Tahan, 25. Ela, estudante. 
Ele, dentista. A população clama por justiça diante de tanta violência(...) 
O parágrafo é desenvolvido por flashes, o que dá agilidade ao texto e prende a atenção do 
leitor. Depois desses dois parágrafos, o autor fala da origem do movimento "Reage São Paulo". 
18. Omissão de dados identificadores (tema: ética) 
Mas o que significa, afinal, esta palavra, que virou bandeira da juventude? Com certeza não é 
algo que se refira somente à política ou às grandes decisões do Brasil e do mundo. Segundo 
Tarcísio Padilha, ética é um estudo filosófico da ação e da conduta humanas cujos valores 
provêm da própria natureza do homem e se adaptam às mudanças da história e da sociedade. 
A ARGUMENTAÇÃO 
O desenvolvimento é a parte mais extensa do texto dissertativo. Compreende os 
argumentos (evidências, exemplos, justificativas etc.) que dão sustentação à tese – ideia 
central 
 
 
apresentada no primeiro parágrafo. O conteúdo dos parágrafos de desenvolvimento deve 
obedecer a uma progressão: repetir ideias mudando apenas as palavras resulta em 
redundância. É preciso encadear os enunciados de maneira que se completem (cada 
enunciado acrescentará informações novas ao anterior). Deve-se também evitar a reprodução 
de clichês, fórmulas prontas e frases feitas – recursos que enfraqueçam a argumentação. 
Cabe lembrar, ainda, que a adequada utilização de seu repertório cultural será 
determinante para diversificar e enriquecer seus argumentos. Observe alguns exemplos de 
argumentação: 
Tema: Televisão 
Argumentação por exemplificação 
Já foi criada até uma campanha – "Quem financia a baixaria é contra a cidadania" – para 
que sejam divulgados os nomes das empresas que anunciam nos programas que mais 
recebem denúncias de desrespeito aos direitos humanos. O mais importante nessa iniciativa é 
que a participação da sociedade, que pode abandonar a passividade e interferir na qualidade 
da programação que chega às casas dos brasileiros. 
Argumentação histórica 
Quem assiste à TV hoje talvez nem imagine que seu compromisso inicial, quando chegou 
ao país, há pouco mais de meio século, fosse com educação, informação e entretenimento. 
Não se pode negar que ela evoluiu – transformou-se na maior representante da mídia, mas em 
contrapartida esqueceu-se de educar, informa relativamente e entretém de maneira discutível. 
Argumentação por constatação Para além daquilo que a televisão 
exibe, deve-se levar em conta também seu papel social. Quem há não renunciou um encontro 
com amigou ou a um passeio com a família para não perder a novela ou a participação de 
algum artista num programa de auditório? Ao que tudo indica, muitos têm elegido a tevê como 
companhia favorita. 
Argumentação por comparação 
Enquanto países com Inglaterra e Canadá têm leia que protegem as crianças da 
exposição ao sexo e à violência na televisão, no Brasil não há nenhum controle efetivo sobre a 
programação. Não é de surpreender que muitos brasileiros estejam defendendo alguma forma 
de censura sobre a TV aberta. 
Argumentação por testemunho 
Conforme citado pelo jornalista Nelson Hoineff, "o que a televisão tem de mais fascinante 
para quem a faz é justamente o que ela tem de mais nocivo para quem a vê: sua capacidade 
aparentemente infinita de massificação". De fato, mais de 80% da população brasileira tem 
esse veículo como principal fonte de informação e referência. 
A CONCLUSÃO DO TEXTO DISSERTATIVO 
Quando elaboramos uma dissertação, temos sempre um objetivo definido: defender uma 
ideia, um ponto de vista. Para tanto, formulamos uma tese interessante, que será desenvolvida 
com eficientes argumentos, até atingir a última etapa da estrutura dissertativa: a conclusão. 
Assim, as ideias devem estar articuladas numa sequência que conduza logicamente ao final do 
texto. 
Não há um modelo único de conclusão. Cada texto pede um determinado tipo de 
fechamento, a depender do tema, bem como do enfoque escolhido pelo autor. Em textos com 
teor informativo, por exemplo, caberá a conclusão que condense as ideias consideradas. Já no 
caso de textos cujo conteúdo seja polêmico, questionador, será apropriada uma conclusão que 
 
 
proponha soluções ou trace perspectivas para o tema discutido. 
Observe alguns dos procedimentos adequados para se concluir um texto dissertativo: 
Síntese da discussão – apropriada para textos expositivos, limita-se a condensar as 
ideias defendidas ao longo da explanação. 
Retomada da tese – é a confirmação da ideia central. Reforça a posição apresentada no 
início do texto. Deve-se, contudo, evitar a redundância ou mera repetição da tese. 
Proposta(s) de solução – partindo de questões levantadas na argumentação, consiste na 
sugestão de possíveis soluções para os problemas discutidos. 
Com interrogação (retórica) – só deve ser utilizada quando trouxer implícita a crítica 
procedente, que instigue a reflexão do leitor. É preciso evitar perguntas que repassem ao leitor 
a incumbência de encontrar respostas que deveriam estar contidas no próprio texto. 
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO 
nhtmb b... Emi. m. 
 
 
10 Erros Mais Comuns Em Redação De Vestibular 
1) Fugir do tema: Se você fugir do tema sua nota de 
redação será zero! Leia com atenção a proposta e grife nos textos de base e quais as palavras 
mais importantesdo tema. 
2) Errar o gênero do texto solicitado: Ser original não quer dizer 
que você pode contradizer as regras do jogo. Se te pediram uma dissertação e você escreveu 
uma poesia, vai tirar zero! Dissertação = texto argumentativo, defesa de uma tese. Narração = 
escrita em prosa (parágrafos) que contam uma história com cenário, personagens, enredo e 
desenlace. Carta = texto destinado a alguém com objetivo e argumentos explícitos no texto 
(reclamação, solicitação, elogio) e despedida final. 
3) Texto estilo “autoajuda”: “A dissertação não é um bate 
papo com o leitor e não pode ser interativa”, diz Zezé. Segundo ela, é comum candidatos que 
usam a estrutura linguística típica de livros de autoajuda que incluem, por exemplo, a palavra 
“você.” 
4) Argumentos frágeis, chavões e senso comum: Uma boa dissertação 
– gênero mais comum nos vestibulares – exige argumentos e explicação sólidas e originais. 
Fuja como o “diabo da cruz” de quem diz que “o trabalho empobrece o homem” e prefira estar 
“antes só do que mal acompanhado”. Usas essas frases feitas só empobrece o seu texto e 
enfraquece o seu argumento. 
5) Coesão e coerência é fundamental: É comum escrever uma 
lista de informações e argumentos antes de criar seu texto, mas as informações não podem 
aparecer jogadas no texto, selecione as melhores e crie uma evolução de sua argumentação. 
Muito cuidado para não se contradizer, é importante falar de mais de um aspecto da questão, 
mas você deve apresentar uma conclusão definitiva. 
6) Errar a grafia ou concordância das palavras: Frases desestruturadas 
podem comprometer a redação porque a leitura não flui. Em casos de erros crassos, há perda 
de pontos. 
7) Usar verbos no imperativo: Expressões como “faça sua 
parte” ou “todos juntos conseguiremos” demonstram uma intenção de diálogo com o leitor. Se 
você quer uma boa nota na redação não fuja da discussão exigida na dissertação, não jogue 
para o leitor a responsabilidade de refletir. Essa responsabilidade é sua! 
8 ) Mesclar pessoas gramaticais: Começar o texto usando ‘nós 
precisamos’, mudar para a terceira pessoa ‘eles querem’, e encerrar usando ‘eu acredito’, é 
outro erro comum. Isto mostra que o aluno não conseguiu criai uma linha de raciocínio única. 
9) Linguagem coloquial, gírias ou clichês: Evite-os a todo custo. 
Mesmo colocando-os entre aspas, “para dizer que você sabe que é uma gíria”, significa que 
você não sabe um sinônimo disso na norma culta. 
10) Letra ilegível: Vestibular não é concurso de 
caligrafia, mas se o professor que corrigir o seu texto não entender o que você escreveu você 
com certeza vai perder pontos. Para isso é que existe o rascunho. Mas se mesmo assim, ao 
passar a limpo o texto você errar, risque a palavra inteira e reescreva corretamente a seguir, 
não tente transformar um “e” em um o. Limpeza e organização sempre! 
 
 
A Estética de uma Redação (Adilson Torquato) 
• Nunca comece uma redação com períodos longos. Basta fazer uma frase-núcleo que será a 
sua ideia geral a ser desenvolvida nos parágrafos que se seguirão; 
• Nunca coloque uma expressão que desconheça, pois o erro de ortografia e acentuação é o 
que mais tira pontos em uma redação; 
• Nunca use gírias na redação pois a dissertação é a explicação racional do que vai ser 
desenvolvido e uma gíria pode cortar totalmente a sequência do que vai ser desenvolvido além 
de ofender a norma culta da Língua Portuguesa; 
• Nunca esqueça dos pingos nos "is" pois bolinha não vale (nem coraçãozinho); 
• Nunca coloque vírgulas onde não são necessárias (o que tem de erro de pontuação!); 
• Nunca entregue uma redação sem verificar a separação silábica das palavras; 
• Nunca comece a escrever sem estruturar o que vai passar para o papel; 
• Tenha calma na hora de dissertar e sempre volte à frase núcleo para orientar seus 
argumentos; 
• Verifique sempre a ESTÉTICA: Parágrafo, acentuação, vocabulário, separação silábica e 
principalmente a PONTUAÇÃO que é a maior dificuldade de quem escreve e a maioria acha 
que é tão fácil pontuar ! 
• Respeite as margens do papel e procure sempre fazer uma letra constante sem diminuir a 
letra no final da redação para ganhar mais espaço ou aumentar para preencher espaço; 
• A letra tem que ser visível e compreensível para quem lê; 
• Prepare sempre um esquema lógico em cima da estrutura intrínseca e extrínseca; 
• Não inicie nem termine uma redação com expressões do tipo: "... Eu acho... Parece ser... 
Acredito mesmo... Quem sabe..." mostra dúvidas em seus argumentos anteriores; 
• Cuidado com "superlativos criativos" do tipo: "... mesmamente... apenasmente." . E de 
"neologismos incultos" do tipo: "...imexível... inconstitucionalizável...". 
• Nada de n parecido com r; 
• Nada de s parecido com j; 
• Nada de j com cara de s ou vice-versa; 
• Nada de y com cara de g e vice-versa; Nada de m com cara de n; 
• Nada de sc com cara de x e vice-versa; 
• Nada de t com cara de f; 
• Nada de ç com cara de ss; 
• Nada de bolinha nos is; 
• Nada de h com cara de m maiúsculo; 
• Nada de letra maiúscula onde deveria ser minúscula exceto se a norma pedir; 
• Nada de rr com cara de m ou vice-versa; 
• Procure fazer uma letra manuscrita, a de forma confunde muito, ocupa espaço e não se pode 
distinguir a CAIXA ALTA da BAIXA; 
• Não escreva palavras com dúvida de grafia; 
• Não acelere o ritmo para acabar logo nem demore demais para não perder tempo; 
• Não exceda em reticências, ponto e vírgula, dois pontos e vírgula sem necessidade; 
• Não ultrapasse as margens do papel tanto nas laterais quanto no topo e no fim da pauta. Para 
isto existem as faixas de limite do papel; 
COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL (www.educacional.com.br) 
COERÊNCIA 
Um texto pode ser incoerente se o seu autor não consegue inferir um sentido ou uma 
ideia através da articulação de suas frases e parágrafos e por meio de recursos linguísticos 
(pontuação, vocabulário, etc.). 
 
 
A coerência textual é a relação lógica entre as ideias; é o resultado da não contradição 
entre as partes do texto. 
As crianças estão morrendo de fome por causa da riqueza do país. Adoro sanduíche porque 
engorda. 
As frases acima são contraditórias, não apresentam informações claras, portanto, são 
incoerentes. 
COESÃO 
É a ligação, a relação, a conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto. 
Comprei um livro que me foi muito útil para realizar a prova. Comprei um livro. O livro me foi 
muito útil para realizar a prova. 
Conheci o pai da Joana, que me pareceu muito inteligente. Quem é inteligente: o pai ou 
Celina? Neste caso, a variação do pronome que exclui a ambiguidade. 
Conheci o pai da Joana, o qual me pareceu muito inteligente. Conheci o pai da Joana, a qual 
me pareceu muito inteligente. 
Os automóveis colocados à venda durante a exposição não obtiveram muito sucesso. 
Isso talvez tenha ocorrido porque os carros não estavam em um lugar de destaque no evento. 
O Rio de Janeiro é uma das cidades mais importantes do Brasil. A cidade maravilhosa é 
conhecida mundialmente por suas belezas naturais, hospitalidade e carnaval. 
Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um 
texto: 
• Substituição de palavras com o emprego de sinônimos ou de palavras ou expressões de 
mesmo campo associativo. 
• Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo 
correspondente (desgastar / desgaste / desgastante). 
• Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como recurso estilístico de intenção 
articulatória, e não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, 
“Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu 
desconhecido e só.”(Rocha Lima) 
• Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do 
significado de um deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico). 
• Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros de 
sentido mais específico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com gato. 
• Substitutos universais - Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro. 
A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, como certos pronomes, 
certos advérbios e expressões adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. 
1) A coesão textual pode ser feita através de termos que: 
• retomam palavras, expressões ou frases já ditas, através de pronomes, verbos, numerais, 
advérbios, substantivos, adjetivos. 
• encadeiam partes ou segmentos do texto: são palavras ou expressões que criam as relações 
entre os elementos do texto. 
 
 
a) fazem uma gradação na direção de uma conclusão: "até", "mesmo", "inclusive" etc.; b) 
argumentam em direção a conclusões opostas: "caso contrário", "ou", "ou então", "quer... quer"; 
etc.; c) ligam argumentos em favor de uma mesma conclusão: "e", "também", "ainda", "nem", 
"não só... mas também" etc.; d) fazem comparação de superioridade, de inferioridade ou 
igualdade: "mais... do que", "menos... do que", "tanto... quanto", etc.; e) justificam ou explicam o 
que foi dito: "porque", "já que", "que", "pois" etc.; f) introduzem uma conclusão: portanto, logo, 
por conseguinte, pois, etc.; g) contrapõem argumentos: "mas", "porém", "todavia", "contudo", 
"entretanto", "no entanto", "embora", "ainda que" etc.; h) indicam uma generalização do que já 
foi dito: "de fato", "aliás", "realmente", "também" etc.; i) introduzem argumento decisivo: "aliás", 
"além disso", "ademais", "além de tudo" etc.; j) trazem uma correção ou reforçam o conteúdo do 
já dito: "ou melhor", "ao contrário", "de fato", "isto é", "quer dizer", "ou seja", etc.; l) trazem uma 
confirmação ou explicitação: "assim", "dessa maneira", "desse modo", etc.; m) especificam ou 
exemplificam o que foi dito: "por exemplo", "como", etc. 
2) Os elementos coesivos por justaposição estabelecem a sequência do texto: 
a) introduzem o tema ou indicam mudança de assunto: "a propósito", "por falar nisso", "mas 
voltando ao assunto", etc.; b) marcam a sequência temporal: "cinco anos depois", "um pouco 
mais tarde", etc.; c) indicam a ordenação espacial: "à direita", "na frente", "atrás", etc.; d) 
indicam a ordem dos assuntos do texto: "primeiramente", "a seguir", "finalmente", etc. 
O Rascunho 
Ao estruturar o esquema da redação, você terá facilitado sobremaneira o seu trabalho e 
passará, então, para a feitura da redação provisória, o rascunho. 
Desenvolva o rascunho a partir do esquema. Na redação provisória, você deve usar 
abreviações e não deve se preocupar com a estética da letra. A parte de apresentação só tem 
importância no momento da redação definitiva. 
Releia várias vezes a redação provisória, modifique, tente outras construções, verifique 
a logicidade das ideias apresentadas, retire palavras muito usadas, crie novas comparações e 
metáforas. O espírito crítico sobre o rascunho é importantíssimo. 
Falta de ideias? Coisa nenhuma. Na hora de fazer uma redação, o maior problema dos alunos 
parece ser mesmo a... preguiça. 
Pois é. O pessoal quer se sentar à mesa e "psicografar" um texto em uma hora. Sem 
elaborar um roteiro e sem fazer revisão. No final, fica espantado ao ver que no papel não tem 
nada que preste. 
Culpa de quem? Infelizmente da escola, que ensina o método da "psicografia": "Vamos 
lá, minha gente! Senta aí e faz um texto". 
Até parece que o aluno está num centro espírita, e não num estabelecimento escolar. 
Porque, pra escrever bem desse jeito, meu caro, só baixando um espírito. De preferência o de 
Machado de Assis. 
Difícil escrever bem se não há um roteiro. O roteiro determina a estrutura e o conteúdo 
do texto; diz onde, quando e por que vai entrar o quê. Sem um roteiro, o texto corre o risco de 
virar uma embolada sem sentido e, pior, repetitiva. 
O problema é que elaborar um roteiro dá trabalho. A criatura deve se sentar e pensar, 
muito antes de pegar no lápis ou no teclado. Tem que saber o que quer saber. Tem que 
encontrar

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