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1 Centro Universitário Leonardo Da Vinci Curso Bacharelado em Serviço Social CARMELINA GAWLINSKI FERREIRA SES0443 ESTUDO E ANÁLISE DA INSTITUIÇÃO: CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTENCIA SOCIAL LESTE I (CRAS LESTE I) PORTO ALEGRE 2019 CIDADE ANO CARMELINA GAWLINSKI FERREIRA ESTUDO E ANÁLISE DA INSTITUIÇÃO: CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTENCIA SOCIAL LESTE I (CRAS LESTE I) Estudo apresentado à disciplina de Estágio I – Iniciação ao Serviço Social – do Curso de Serviço Social – do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como requisito parcial para avaliação. Nome do Tutor Externo – Maria Judite Ludwing Nome do Supervisor de Campo – Clarissa Baldini PORTO ALEGRE 2019 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CONCEDENTE DE ESTÁGIO.................................. 1.1 DADOS CADASTRAIS DA INSTITUIÇÃO ...................................................................... 1.2 DESCRIÇÃO GERAL DA INSTITUIÇÃO.......................................................................... 1. Histórico da instituição CRAS Leste I 2. Área de atuação, objetivos e finalidade 3. Área de abrangência......................................................................................................... 4. Demandas atendidas pela instituição................................................................................ 5. Principais características da população atendidas pela instituição................................... 6. Proposta de atuação ao usuário........................................................................................ 7. Estrutura e funcionamento da organização....................................................................... 1.3 O SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO........................................................................... 1.3.1 Identificação do Supervisor de Campo........................................................................... 1.3.2 Origem do Serviço Social na Instituição......................................................................... 1.3.3 O Assistente Social......................................................................................................... 1.3.4 O Instrumental Técnico-Operativo.................................................................................. 2 CONCLUSÕES.................................................................................................................... O ESTUDO DA INSTITUIÇÃO................................................................................................ 3 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA......................................................................................... 1 INTRODUÇÃO A análise traz a apresentação do campo de estágio obrigatório I em Serviço Social realizado no Centro de Referência da Assistencial Social - CRAS da região leste I de Porto Alegre que compreende oito bairros, com uma população de mais de cem mil pessoas o que conforme estipulado na Lei que programa este espaço compete à denominação de porte grande e sendo assim este território tem duas unidades de CRAS. Iremos nos ater somente ao CRAS Leste I onde realiza se o estágio. O CRAS porta de entrada da Assistência Social atua através da sua equipe técnica e multidisciplinar eticamente junto ao usuário na superação das vulnerabilidades sociais. É possível avaliar a importância dos serviços prestados por este equipamento, que possibilita as famílias um espaço para escuta, busca de apoio junto à rede esta composta por outras políticas públicas, tais como, saúde, previdência, educação. É um espaço muitas vezes visto com certo constrangimento por parte de alguns usuários que vem na busca por algum direito como vexatório. O profissional assistente social se faz fundamental para informar e de forma adequada e eticamente proporcionar uma acolhida humanizada, ofertar grupos e espaços coletivos, mas também acolher demandas mais delicadas que requerem uma escuta mais sensível é garantido no CRAS. O CRAS Leste I está inserido num território com grande índice de tráfico de drogas, bem como de violência consequentemente em virtude de disputas por micro territórios as chamadas “boca de fumo” muitas vezes protegido por adolescentes que veem na vida do crime uma forma de ter itens básicos de sobrevivência providos pelo dinheiro de tráfico. O CRAS se faz fundamental por estas e outras demandas que surgem por conta das vulnerabilidades sociais desta região. A contradição se faz presente existem duas realidades diferentes no mesmo território, de um lado temos visivelmente um território de classe média e a poucos metros nos deparamos com pobreza e fragilidades que fazem a política da assistência social ter se tornando fundamental no país, pois existe uma parcela enorme de pessoas negligenciado e as margens da sociedade. No entanto a comunidade é solidaria e unida tem muitas referencias de lideranças e lutam por direitos básicos e muitas vezes já conquistados por outros locais do município. Portanto, levando em conta todas estas vulnerabilidades e potencialidades do território leste de Porto Alegre que deem embasamento a esta analise, mais precisamente na práxis profissional assistente social desta instituição. 2 1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CONCEDENTE DE ESTÁGIO CRAS Leste I Endereço: Jerusalem, 615 CEP: 91420-440 Bairro: Bom Jesus Porto Alegre – RS Telefone: (51) 3386-7628/ 3334-4238 1.1 DADOS CADASTRAIS DA INSTITUIÇÃO Razão Social: Centro De Referência da Assistencia Social CNPJ: Nome Fantasia: Tipo de Instituição: (X) Pública ( ) Privada ( ) Terceiro setor () Outra (mais opções) Ramo de Atividade: ( X ) Serviços ( ) Indústria ( ) Outra (mais opções) End: Jerusalem Bairro: Bom Jesus Cidade:Porto Alegre UF:RS Fone: ( 51)3386-7628 CEP.91420-440 E-mail: Representada por:Janine Mallmann Cargo:Psicologa 1.2 DESCRIÇÃO GERAL DA INSTITUIÇÃO O território é identificado por fortes questões de tráfico de drogas. No ano de 2018 a população vivenciou momentos tensos de violência, marcados por diversas mortes e conflitos, gerando medo, insegurança e maior vulnerabilidade, expondo um código de ética entre os próprios criminosos que passaram a exigir que os crimes e atrocidades cometidas, como linchamentos, esquartejamentos entre outros fossem cessados no território, pois isto feria a conduta do que se seguia no bairro por “antigos patrões”. Contexto este que afeta diretamente na oferta dos serviços a comunidade, engessando o trabalho e diminuindo a efetivação dos direitos. Diante da população atendida, de acordo com o estabelecido pela NOB-RH/SUAS, o CRAS constitui-se com equipe formada por: Uma Coordenadora com as atribuições de articular, acompanhar e avaliar o processo de implantação do CRAS e a implementação dos programas, serviços, projetos de proteção social básica operacionalizada nessa unidade, coordenar a execução e o monitoramento dos serviços, o registro de informações e a avaliação das ações, programas, projetos, serviços e benefícios, participar da elaboração, acompanhar e avaliar os fluxos e procedimentos para garantir a efetivação da referência e contra referência, definir, junto com a equipe técnica, os meios e as ferramentas teórico- metodológicos de trabalho social com famílias e dos serviços de convivência. 3 Duas assistentes sociais atuando em muitas demandas, analisar e pensar possibilidades, articular com diversas politicas, ter capacidade de criar relações de vinculo com usuários e serviços, planejar ações que seja capaz de dar respostas às demandas que surgem na atualidade são muito mais do que descrito com breves palavras, é uma pratica muitas vezes frustrante, pois as resoluções nem sempre são de curto prazo, demandam tempo e espera por respostas que fogem a sua alçada. Duas psicólogas que atuam como técnicas sociais jamais de forma clinicam isto sempre fica claro aos usuários, realizam atendimentos em grupo e individualizado, uma elabora o cronograma do grupo de Idosos do CRAS a outra técnica de formação em psicologia é referência do projovem, estas profissionais compõe a equipe técnica, realizam junto com a profissional assistente social visitas domiciliares, atendimentos individuais, busca ativa, realizam encaminhamentos, laudos, pericias, pareceres técnicos, registros dos atendimentos e acompanhamentos, grupos, acolhidas coletivas, ações territoriais, pesquisas, diagnósticos entre outros. Uma monitora social, que coloca em prática as atividades do cronograma do grupo SCFV+60 elaboradas com a técnica referência, as atribuições do técnico social psicólogo são exatamente iguais ao assistente social que também executa estas tarefas, porem formações diferentes cria olhares diferentes e com isso possibilitam-se reflexões particulares e busca por resolução coletiva por mais de uma forma de ver. Um auxiliar administrativo, que realiza atividades relacionadas às documentações e organizações do setor. Contamos atualmente com dois estagiários de nível médio atuando junto à secretaria que realiza um atendimento inicia humanizado junto aos usuários do espaço, prestam informações e atendem ao telefone. Três entrevistadores sociais que realizam a entrevista inserem os cadastros no sistema e monitoram o andamento de cada usuário entrevistado. Um motorista que é dividido também com os SAFs e outro CRAS que compõe a região leste. O CRAS funciona em um imóvel alugado que é pago pela prefeitura, pois o imóvel próprio foi interditado em 2016 por causa de rachaduras o que deixou a equipe bastante apreensiva, pois o atual local vive sob ameaça de despejo, sua estrutura interna, divide-se em sala da recepção, amplo saguão, sala de atendimentos e acolhida coletiva, dois banheiros, refeitório, sala para grupo de SCFV +60 no andar térreo. No segundo andar sala dos técnicos, sala de reuniões, quatro banheiros, sala para atendimentos, sala do ProJovem, sala do Programa PIMPIA, três salas para os entrevistadores sociais. Possuem computadores com internet, telefones, tecnologias que permitem um bom funcionamento do setor. 1.2.1 Área de atuação, objetivos e finalidades. 4 O CRAS é destinado à prestação de serviços e programas socioassistenciais da proteção social básica as famílias e a articulação destes serviços no seu território de abrangência, de modo a potencializar a proteção social e atuar na perspectiva da intersetorialidade. O PAIF foi concebido a partir do reconhecimento que as vulnerabilidades e riscos sociais, que atingem as famílias, extrapolam a dimensão econômica, exigindo intervenções que trabalhem aspectos objetivos e subjetivos relacionados á função protetiva da família e ao direito à convivência familiar e isto requer o olhar qualificado de profissionais como o assistente social. Os programas ofertados no CRAS LESTE I são de fundamental importância por sua equipe pensar e articular ações com as demais politicas na intenção de que os usuários sejam capazes de saírem da situação de vulnerabilidade em que se encontram e efetivem ou minimamente se organizem para no futuro não mais fazerem parte da situação de vulnerabilidade sendo o Estado capaz de atender e dar suporte adequado para tal conquista no território Leste do município. 1.2.2 Área de abrangência Centro de Referência da Assistência Social - CRAS é uma unidade pública estatal localizada em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinada ao atendimento socioassistencial de famílias em situação de risco, é nele que se oferece o PAIF e é porta de entrada para outros programas tal qual o Bolsa Família. Segundo o Observa POA com dados de 2010: A Região é composta pelos bairros Bom Jesus, Chácara das Pedras, Jardim Carvalho, Jardim do Salso, Jardim Sabará, Morro Santana, Três Figueiras e Vila Jardim. Ela possui 115.261 habitantes, representando 8,17% da população de Porto Alegre. Sua área é de 18,593 Km², o que configura 3,91% da área do município, com a densidade demográfica sendo de 6.199,16 habitantes por Km². A taxa de analfabetismo é de 1,88% e o rendimento médio dos responsáveis por domicílio de 6,24 salários mínimos. (Observa POA, 2019). 1.2.3 Demandas atendidas pela instituição No CRAS Leste I atendem-se as mais diversas demandas desde solicitação de confecção de documentos, passagens para os mais diversos fins, quando se tem o recurso é disponibilizado mediante comprovação de documento seja receita para buscar medicamentos, solicitação de exames, comprovante de marcação de exames, aqui vale ressaltar a precarização e falta de recursos tanto na saúde quanto na Assistência, a busca de internação de longa permanência pra adultos (ILPI) na sua grande maioria idosos da região, esta ultima tendo uma demanda reprimida imensa com tempo de espera superior a mais de um ano nos casos que se verifica a necessidade de fato, solicitação de alimento por usuários em situação de fragilidade alimentar, acesso a programas de 5 transferência de renda como o programa bolsa família, aluguel social que hoje só existe no papel, pois é quase impossível acessar este recurso, orientação e apoio para solicitações da politica da saúde, mais frequentemente referente à saúde mental dos usuários que encontram nesta área uma precarização e falta de oferta de profissionais em todas as áreas de atendimento ao cidadão. Por ser um território muito grande conta-se com SAFs (Serviço de Atendimento as Famílias) que atuam em micro regiões determinadas por delimitações pré-estabelecidas com o CRAS e que auxiliam a dar maior alcance realizar o atendimento a toda população do território. Os atendimentos com as famílias PAIF sistemáticos e busca ativa. A equipe técnica atualmente tem buscado uma maior aproximação das famílias acompanhadas, pois anteriormente com equipe menor era inviável acompanhar frequentemente todas as famílias, causando incomodo, pois a finalidade de se acompanhar famílias é criar vínculos, tornar as mesmas capazes de saírem da situação de vulnerabilidade e superar suas demandas por meio de planos e programas, inserção no mercado de trabalho, articulação com outras politicas e sua atuação enquanto sujeito de direitos a ser protagonista de sua historia. 1.2.4 Principais características da população atendida pela instituição A população atendida no CRAS Leste I em sua maioria vive em áreas territoriais com grandes concentrações de vulnerabilidades e risco social, cuja população esta em extrema pobreza com alto índice de densidade demográfica e precárias condições de habitação, baixa escolaridade, sem acesso a direitos básicos como água e esgoto. 1.2.5 Proposta de atuação ao usuário. O CRAS não abre em apenas um turno na semana que é na segunda-feira pela manhã, fica fechado ao público, realizamos expediente interno, nos demais dias atende das 08horas as 12horas, e no turno da tarde das 13horas as 17horas a equipe técnica realiza visita domiciliar em dias específicos, pois é quando disponibilizamos do carro que é compartilhado com os SAFs e outro CRAS. É realizado o agendamento para Cadastro Único ou atualização do Cadastro Único uma vez na semana, sempre no mesmo dia para que assim a comunidade associe a informação. Ao longo do mês acontecem às reuniões de PAIF/ SAFS, referência e contrarreferência, regionalização e reunião de fluxos que trata dos critérios de ingressos das crianças das famílias do território que necessitam vaga em Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV/infância) com as equipes e 6 instituições do território na intenção de alinhar as informações, discutir as demandas que existem e buscar soluções conjuntas. É disponibilizado aos usuários dois turnos de acolhida coletiva semanalmente uma pela manha e outra no turno da tarde o que auxilia a atender os usuários de forma justa, a Oficina do cadastro único para usuários que nunca acessaram o programa Bolsa Família e para os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada - BPC, ao longo dos dias as equipes se organizam para irem fazendo os registros nos prontuários das famílias que acessam o CRAS naquela semana, mantendo assim o maior número de registros possíveis para eventuais buscas de informações referentes aos atendimentos com os usuários que acessam o espaço. Tem a oferta da oficina de condicionalidades para as famílias que recebem Bolsa Famílias que estão descumprindo as condições para o recebimento, a equipe técnica realiza mensalmente cadastros a domicilio para pessoas com deficiência ou impossibilitadas de acessarem o CRAS, idosos também tem este serviço disponível sob os mesmos critérios. 1.2.6 Estrutura e funcionamento da organização Função Cargo Contrato COORDENAÇÃO 1 PSICÓLOGA ESTATUTÁRIA EQUIPE PAIF 2 ASSISTENTES SOCIAIS 2 PSICÓLOGAS 1 ESTATUTÁRIAS 3 CONVÊNIO CALÁBRIA SUPERVISORA 1 ASSISTENTE SOCIAL ESTATUTÁRIA ARTICULADORA 1 ASSISTENTE SOCIAL CARGO EM COMISSÃO AUX. ADMINISTRATIVO 1 CONVÊNIO CALÁBRIA ENTREVISTADORAS CAD. 3 TERCEIRIZADAS ESTAGIÁRIAS(O) 1 ENSINO SUPERIOR 2 NIVEL MEDIO CONTRATO FASC EDUCADORA SCFV IDOSO 1 CELETISTA EQUIPE PROJOVEM 4 EDUCADORES 1 REFERÊNCIA PARCERIZADA CEMME 7 SERVIÇOS GERAIS 2 TERCEIRIZADOS PORTEIROS 2 TERCEIRIZADOS MOTORISTA 1 TERCEIRIZADO . 1.3 O SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO O Serviço Social no CRAS tem como finalidade acompanhar as famílias referenciadas a ele. Dentre os vários trabalhadores que atuam no CRAS, pretende se destacar aqui a presença dos assistentes sociais, que é fundamental e sua intervenção profissional é de grande importância para a instituição, sobretudo para a vida dos usuários que utilizam os serviços do CRAS, porque por meio do seu exercício profissional, estes buscam a garantia dos direitos dos cidadãos. 1.3.1 Identificação do Supervisor de Campo Nome da Supervisora: Clarissa Baldini CPF: RG: REGISTRO CRESS:6864 Cargo: supervisão Função: Assistente Social Carga horária semanal: 30 horas Tempo de atuação: 2 anos E-mail: clarissambaldini Fone: (51)993256457 1.3.2 Origem do Serviço Social na Instituição O serviço social busca no cotidiano desvincular se de ações assistencialistas enraizadas no âmago da profissão, em uma perspectiva emancipadora buscando instrumentalizar a construção do sujeito como homem cidadão, que busca assumir o protagonismo da sua vida pessoal e social tendo o profissional preparado para lhe orientar nesta busca. Neste sentido, ir além do que lhe é diário e buscar novas possibilidades é um desafio constante para estes profissionais. O CRAS é campo de atuação em que o profissional assistente social atua diretamente na linha de frente das vulnerabilidades sociais, é neste espaço que os usuários vão à busca de ajuda e apoio para dar conta de suas demandas. 1.3.3 O Assistente Social 8 Para atuar no Centro de Referência da Assistência Social o profissional precisa ser graduado no curso de Serviço Social reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), ser maior de 18 anos, estar com registro no Conselho Regional De Serviço Social (CRESS) além de ter as competências exigidas pelo cargo, tais como compreender, analisar, planejar, articular e encaminhar as demandas na intencionalidade de emancipar os usuários da situação de vulnerabilidade social em que se encontra. A Lei que regulamenta a profissão traz no seu Art.4°: Constituem competências do Assistente Social: I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares; II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população. Compondo uma equipe técnica multidisciplinar atuando com ética e acolhendo as demandas de forma humanizada e sensível. Enfim, o assistente social é formado e é profissional de Serviço Social, atua no campo da Assistência Social prestando serviços sociais e desenvolvendo ações que designam o combate ao assistencialismo, através do fortalecimento e acesso aos direitos sociais para todo cidadão. 1.3.4 O instrumental técnico-operativo O profissional do Serviço Social faz parte do processo de produção e reprodução das relações sociais, reunindo teoria e prática, desempenha as atividades convivendo com as contrariedades da profissão. O assistente social desenvolve um trabalho no âmbito de processos de contradição e da luta de classes no atual sistema capitalista. Atuar nas vulnerabilidades sociais faz do instrumental técnico-operativo na dimensão da aplicabilidade do profissional assistente social muito além dos recursos e técnicas que se apreende na academia, é preciso ter a capacidade de desenvolver e ofertar um trabalho de qualidade e estar apropriado das informações que são de direito do usuário são formas de concretizar as ações que são realizadas. Assim esta estabelecida pela NOB-RH/SUAS Princípios éticos para os trabalhadores da assistência social: A Assistência Social deve ofertar seus serviços com o conhecimento e compromisso ético e político de profissionais que operam técnicas e procedimentos impulsionadores das potencialidades e da emancipação de seus usuários (Art. III). Conhecer e reconhecer o meio que se esta atuando, usar da capacidade de modificar este meio de forma objetiva e muitas vezes subjetivas é fundamental na construção de uma pratica reflexiva. 9 O profissional assistente social atuante na instituição tem na sua instrumentalidade a capacidade de realizar a transformação do meio em materialidade do trabalho. Portanto o instrumental técnico-operativo do profissional que atua neste espaço de ponta onde as demandas são diversas e se modificam a cada novo acesso faz da práxis do assistente social cada vez mais desafiadora, requer olhar atento, capacidade de mudança e não há como se manter neutro, estar ao lado das lutas da classe dos trabalhadores é fundamental para aquelas pessoas que estão em situação de vulnerabilidades sociais, pois precisamos ser resistência frente ao Estado que realiza um desmonte das politicas de proteção e que trata da questão social de forma neoliberalista, não podemos retroceder nas conquistas alcançadas com a Constituição Federal de 1988. Usar do instrumental com base fundamentada em conhecimentos científicos faz do exercício profissional com intencionalidade fundamental, refletir sobre estes métodos será de grande importância. O CRAS é berço do Serviço de Proteção e Atendimento Integral á Família – PAIF foi criado quando se reconheceu que a pobreza e as vulnerabilidades sociais que atingem as famílias não eram de cunho econômico unicamente e exigiria trabalho qualificado para intervir nas subjetividades de tais questões. Foi criado na intenção de manter e proteger os laços familiares com uma equipe profissionalmente qualificada e segundo a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais: O PAIF tem por função “apoiar” as famílias no desempenho de sua função protetiva, num dado território, caso as famílias tenham o desejo de fortalecer sua capacidade protetiva. Logo, o trabalho social com famílias do PAIF não tem como objetivo “obriga-las” a cumprir tal papel protetivo. O PAIF é um serviço que esta permanentemente disponível para a população, tem papel fundamental na compreensão das especificidades do território, tanto quanto suas vulnerabilidades e potencialidades. É através de um olhar técnico, da leitura do território, da escuta qualificada das famílias, analise critica das vulnerabilidades que possibilitara implantar ações de forma preventiva e protetiva e desenvolver um trabalho social efetivo para aquelas famílias, oferta de espaço de proteção para crianças e adolescente e idosos em risco na comunidade através do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV, garantindo o fortalecimento dos vínculos familiares, comunitários e a socialização destes grupos por sua faixa etária. Atualmente o CRAS não conta com nenhum grupo voltado para as famílias que fazem parte deste programa o que pode vir a ser uma demanda a ser resolvida a curto prazo, pois as famílias que acessam o espaço questionam esta ausência. Aqui talvez possa ser pensanda a possibilidade de um novo grupo com temáticas de interesse das famílias e que possa vir a ser uma potencialidade da instituição enquanto fortalecimento dos vínculos familiares e da comunidade como um todo. 10 A acolhida coletiva é um espaço onde a maioria dos usuários tem seu primeiro contato com a politica da assistência social, com a equipe PAIF e traz suas demandas mais urgentes, no entanto o profissional assistente social programa este momento na intenção de se tornar uma referencia de espaço para as famílias referenciadas ao CRAS do território, ofertar informações sobre as ações do serviço. É através deste momento que surgem muitos dos acompanhamentos sistemáticos, tornam se famílias acompanhadas por se identificar questões sociais além das trazidas no primeiro contato. A entrevista é o instrumento primordial para o profissional assistente social, através dela é possível oferecer uma escuta sensível, criar as bases para o entendimento das questões sociais e segundo Kisnermam: (...) um conceito de entrevista, considerando-a um meio de trabalho que permite estabelecer uma relação profissional, um vínculo intersubjetivo e interpessoal entre duas ou mais pessoas, estabelecendo como diferencial, em seu uso, a maneira e a intenção de quem a pratica. (p.38, 1978) A entrevista e as suas técnicas validam o referencial ético-político, teórico-metodológico técnico- operativo. A entrevista aportar no conhecimento apreendido na academia, no crescimento e liberdade na construção de acesso aos direitos sociais. Lembrando que existem vários tipos de entrevistas, de triagem, de avaliação socioeconômica, de ajuda e de grupo, todas estas devem ter a intervenção do assistente social para se tornar um instrumento transformador do meio de trabalho. Os atendimentos individuais são realizados pelo profissional assistente social que planeja as ações que devem ser organizadas com os usuários para que se efetivem as demandas, num espaço reservado onde o sigilo dos fatos, particulares de cada individuo seja preservado, este momento é sempre realizada com a intenção de verificar informações, possibilidades que leve a resolução das suas fragilidades o fortalecimento dos vínculos com o profissional e a reflexão critica da realidade em que estão de forma transitória naquele momento. A busca ativa acontece para a verificação de informações de famílias, usuários ou processos que chegam ate a equipe técnica. Muitas vezes a falta de vínculos acarreta num afastamento das famílias referenciadas ao CRAS e através da busca ativa o profissional qualifica a situação das vulnerabilidades e demandas que estão ou são a causa do afastamento ou falta de acesso ao espaço de oferta da politica da assistência. As questões de 0% de frequência do SCFV gera muitas vezes busca ativa, as condicionalidades do Programa Bolsa Família que chegam através de lista bimensais também demandam este tipo de instrumental. A visita domiciliar é realizado para os usuários que demandam situações de impossibilidade de acesso, alguns casos de denuncia referentes aos idosos em situação de risco no território, conhecer a realidade das famílias acompanhadas de forma a ter uma visão mais real do plano que se podem criar juntos para a superação das questões sociais. Através de a visita domiciliar a equipe 11 técnica tem subsídios adequados para, por exemplo, realizar um laudo social, pois conhece a realidade vivida, as vulnerabilidades e potencialidades que a família possui. Cuidados básicos devem ser tomados quando realizado uma vista domiciliar, por exemplo, não chegar em horários de refeições, comunicar a visita, tratar com respeito e livre de preconceito os usuários e seu meio de viver. E ter claro o objetivo da visita. A perícia social é um instrumento utilizado com a finalidade de propor soluções e intervenções em situações de violações de direitos e normalmente é solicitado judicialmente a fim de a justiça realizar uma intervenção mais efetiva através do respaldo de um acompanhamento prévio aos usuários e indivíduos que sofreram a violação de direitos. A perícia social esta dividida em três etapas, primeiro o estudo social onde se busca dados e organizam-se os mesmo e é capaz de gerar uma analise, segundo parecer social e por ultimo o laudo social que é resultante do processo de perícia social, pois este só pode ser elaborado a partir da perícia social. Parecer social é um documento com profunda analise da situação apresentada, traz à opinião do assistente social de forma técnica, leva em consideração os outros instrumentos utilizados e é de suma importância conhecer a situação vivida pelo usuário, é a conclusão do trabalho realizado pelo profissional. Segundo Sousa (2008, p. 131) A emissão de um parecer social pressupõe a existência de um relatório social (interno ou externo). Por razões óbvias: um profissional só pode emitir uma opinião sobre um fato que foi dito, no caso, escrito. Assim, o parecer é a conclusão de determinado trabalho – seja de um atendimento individual, seja de um conjunto de instrumentos utilizados durante determinado processo de intervenção. O relatório é um instrumento onde o assistente social registra as informações, sejam elas para o próprio ou para outros profissionais, pois a equipe é multidisciplinar e acessado por outros profissionais que atuam juntamente com o profissional assistente social. Outras instituições que atuam na rede de proteção da criança e do adolescente também podem solicitar relatório de usuários e ou famílias acompanhadas pelo CRAS. A observação é um instrumental bastante utilizado pelo profissional assistente social, não se trata de uma observação fria, o profissional, além de observar interage com o outro e participa ativamente do processo de observação, além disso, sempre comunica aos usuários que esta realizando a observação e realizando apontamentos que serão registrados no prontuário. A articulação com a rede socioassistencial requer capacidade interrelacional por parte do profissional assistente social, pois o mesmo trabalha com as demandam que afetam a vidas das pessoas, e com isso, suas subjetividades e percepções, muito além de articular estratégias e ações trata das fragilidades dos usuários em situações de vulnerabilidades sociais. Segundo as orientações técnicas do Centro de Referencia da Assistência Social: 12 A promoção da articulação intersetorial propicia o diálogo da política pública de assistência social com as demais políticas e setores e o acesso das famílias aos serviços setoriais. (...) contribui para a definição da prioridade de acesso, aos serviços públicos, pelas famílias em situação de maior vulnerabilidade social. (2012, p. 20). O encaminhamento é um instrumento que exige conhecimento profundo das políticas públicas capazes de serem ofertadas aos usuários e que darão efetividade a ações que junto a informações é elo que liga todas as demandas e que serão efetuadas em longo prazo, não são soluções imediatistas. Os instrumentos devem ser analisados e adaptados conforme as necessidades e a realidade de intervenção profissional são inúmeras os instrumentos teórico-operativo, as oficinas, as atas de reunião, os estudos de casos, as intervenções, os grupos, a mediação muito utilizada em espaços jurídicos, estudo social que difere do estudo de casos entre outros, e assim o agir profissional do assistente social se processa na ação interventiva da pratica profissional. Podemos dizer que a instrumentalidade do serviço social possibilita que os profissionais objetivem sua intencionalidade em respostas profissionais, uma vez que é por meio da instrumentalidade que os assistentes sociais modificam, transformam aquelas condições objetivas e subjetivas e as relações interpessoais e sociais existentes no nível do cotidiano. 2 CONCLUSÕES Verificamos ao longo da analise da instituição concedente do estágio I obrigatório referente ao curso de Serviço Social que o local é fundamental para a população que mora no território, diariamente o profissional assistente social recebe demandas e dá encaminhamentos aos usuários, planeja ações e realiza todas as atribuições que são cotidianas no espaço porta de entrada para as pessoas que estão em situação de vulnerabilidades, mas que mantem seus vínculos familiares, encontram-se desorganizados por alguma demanda. Porém no espaço encontram uma rede que muitas vezes é a única, encontra na equipe multidisciplinar do CRAS Leste I o apoio, as orientações, a escuta de suas demandas que em muitos casos não se tem solução ou que já tem seus vínculos rompidos e é referenciada a proteção de média complexidade, porém a acolhida humanizada e respeitosa cria um vinculo onde o usuário se sinta capaz de se fortalecer e tornar-se protagonista de sua própria história emancipar-se da situação de vulnerabilidade. Construir estratégias de reflexão da realidade junto ao “usuário” no sentido de permitir que ele amplie seu entendimento sobre sua realidade e as alternativas históricas como forma de superar a questão social. 13 O estágio supervisionado é o primeiro momento que o estudante tem contato com a prática, é a oportunidade de relacionar o conhecimento adquirido e refletir sobre isso. O acadêmico deve pautar sua experiência na ética e no respeito com todos que farão parte da formação de forma a compreender a sociedade e suas questões e futuramente ser capaz de ler a realidade dos espaços que o trabalho social seja solicitado, e com isso o profissional venha contribuir na instituição que atuar. 2.1 DO ESTUDO DA INSTITUIÇÃO A instituição ocupa lugar importante na conjuntura atual junto ao território leste, garantindo o acesso a programas e politicas que visam garantir o direito dos cidadãos. Ofertando serviços, grupos e articulando com a rede mostra o quão necessário é ter neste território uma equipe multidisciplinar focada em pensar, planejar e executar pesquisas que mostrem a realidade da região, para que se possa exigir junto às esferas de governos providencias e ajustes que levem a população a sair das vulnerabilidades que deveriam retroceder e atualmente só aumentam, a falta de recursos para serem oferecidos aos usuários causa desconforto aos trabalhadores que atuam na linha de frente, trazendo a tona uma realidade de grandes desigualdades e falta total de empenho por parte dos políticos que deveriam garantir o que já esta assegurada em leis e que nem assim são cumpridas. O Centro De Referência Da Assistência Social tem recebido cada vez mais demandas de media e alta complexidade deixando mais uma fragilidade exposta não tem atualmente garantia dos mínimos, e sendo assim as questões sociais de rompimento e fragilidades de vínculos e situações mais graves são cada vez mais comuns acarretando sobre carga na porta de entrada da assistência social o CRAS e sua equipe que acabam buscando forma de acolher e dar o maior número de encaminhamentos possíveis para que o usuário consiga ao menos ter suas demandas ouvidas. Sendo assim o CRAS tem papel fundamental para informar e garantir o acesso as politicas de assistência social aos usuários do território leste. A democratização do acesso aos direitos socioassistenciais e o aprimoramento permanente dos serviços socioassistenciais ofertados no CRAS ainda devem ser garantidos por meio do estímulo à participação dos usuários nas ações planejadas pela equipe técnica a fim de aproximar, incluir e avaliarem os serviços ofertados na instituição contemplando assim o maior público possível do território, potencializando serviços de dentro da própria comunidade criando um sentimento de pertencimento e protagonismo das famílias e do todos os usuários. 14 REFERÊNCIAS BRASIL. LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social. Lei Federal 8.742, de 07 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 2012. ______. PNAS (Política Nacional da Assistência Social), 2005. ______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate Á Fome – Conselho Nacional De Assistência Social. NOB-RH/SUAS 2012. Brasília. ______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS). Proteção Básica do Sistema Único de Assistência Social. Orientações técnicas para o Centro de Referência de Assistência Social (Cras). Brasília, 2012. GUERRA, Yolanda. Instrumentalidade do processo de trabalho e Serviço Social. In: Revista Serviço Social e Sociedade n. 62. São Paulo. Cortez, 2009. KISNERMANN, Natálio. Temas de Serviço Social. São Paulo: Cortez e Moraes, 1978. ZANLUCA, Andreia. LAZZARINI, Maria Juliana. PIERITZ, Vera Lucia Hoffmann. Ações, dimensões e aplicabilidade do instrumental técnico-operativo do serviço social. 22p. Indaial. Uniasselvi, 2013. REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO LEI N° 8.662, DE 7 DE JUNHO DE 1993 Para internet utilize o seguinte modelo: Ministério da cidadania. Disponível em:<http://mds.gov.br/acessoainformacao/mds- pra-voce/carta-de-servicos/gestor/assistencia-social/suas>. Acesso em 8 jun. 2019. Observatório da cidade de Porto Alegre. Disponível em:<http://www.observapoa.com.br>. Acesso em 20 de maio, 2019.
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