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FASE COLÔNICA DA RESPOSTA INTEGRADA À REFEIÇÃO Pamela Barbieri TXXIII Sinais que regulam a função colônica: O cólon é regulado por vias neuras (não exclusivamente). A motilidade colônica é influenciada por reflexos locais – enchimento do lúmen – distensão ativa receptores de distensão (ex: passagem de material fecal pelo epitélio colônico, estimula liberação de Cl- e secreção de fluido mediado pela serotonina das células enteroendócrinas e Ach dos nervos secretomotores entéricos). Essas vias reguladoras envolvem exclusivamente o sistema nervoso entérico. As respostas de motilidade e função também são reguladas por longos arcos reflexos, originados mais proximalmente ou em outros sistemas do corpo. Ex: reflexo gastrocólico (distensão do estômago -> aumento generalizado da motilidade colônica e movimento fecal – quimio e mecanorreceptores que promovem liberação de 5HT e Ach); ou reflexo ortocólico: individuo levanta da cama e prova impulsoo matinal para defecar. O cólon possui: Células enterocromafins: liberam 5-HT (serotonina) Células enteroendócrinas: CÉLULAS L secretam peptídeo YY sintetizado na pelas células enteroendócrinas (localizadas no íleo terminal e no cólon) e são liberados em respostas a lipídios no lúmen. Ele deixa o esvaziamento gástrico e propulsão intestinal mais lentos, reduz a produção de Cl- e secreção de fluidos intestinais = FREIO ILEAL. É liberado se nutrientes (gordura) não são absorvidos quando a refeição atinge íleo terminal e cólon, dessa forma o peptídeo YY fornece mais tempo para refeição ser retida no intestino delgado (digestão e absorção adequada). Características da musculatura: Camada de musculo liso longitudinal e circular: disposição que permite propulsão do cólon. Haustrações: aparecem devido pontos de estreitamento ao longo do cólon (haustras) Tênias: fibras longitudinais As camadas musculares circular e longitudinal são eletricamente acopladas, no entanto, esse processo é menos eficiente que no intestino delgado. Assim, a motilidade propulsiva no cólon é menos eficiente que no intestino delgado. A atividade do sistema nervoso entérico também ativa as contrações segmentares que formam as haustras, que, por sua vez, formam um meio para retardar a passagem do conteúdo colônico maximiza tempo de contato com o epitélio. Quando ocorre propulsão rápida contrações que formam as haustras se relaxam e o contorno do cólon é suavizado. A contração da musculatura lisa é involuntária. Apenas no esfíncter anal externo é voluntária. O cólon termina no colo (junção retossigmoide). O reto não tem musculo circular, somente longitudinal é o reservatório até serem eliminadas as fezes. O reto se junta ao canal anal (musculatura lisa e estriada esquelético) 2 esfíncteres anais atuam no controle de evacuação de fezes e gases. Esfíncter anal interno: espessa camada de musculo liso. Esfíncter anal externo: 3 estruturas de músculos estriados. Contração das camadas musculares lisa na parte proximal do cólon: estimulada por sinal vagal e sistema nervoso entérico. Restante do cólon: inervado por nervos pélvicos, que também controlam esfíncter anal interno. Sinais voluntários da medula espinal (via ramos dos nervos pudendo) controlam as contrações do esfíncter anal externo e dos músculos do assoalho pélvico. Respostas da Motilidade Colônica Os movimentos do intestino grossos tem a função de realizar a propulsão do material colônico, mas principalmente misturar o conteúdo e retardar o movimento (aumentar tempo de contato com o epitélio para reabsorção de líquidos). Contrações de curta duração (8s): promover a mistura – contrações originadas da musculatura circular; são ondas estacionárias. Contrações de longa duração (20s - 1min): promove propulsão - contração de musculatura longitudinal. Contrações de alta amplitude: acontecem exclusivamente no sentido aboral – indo pro ânus – movimentando o bolo fecal por longas distâncias. Mecanismos de Transporte no Cólon Células superficiais são renovadas das células-tronco localizadas na base das criptas. As células-tronco dão origem a células de migram e gradualmente diferenciam-se adquirindo propriedades especificas. Essa reciclagem das células colônicas ocorre rapidamente, limitando defeitos genéticos pela exposição de conteúdos tóxicos no lúmen, o que também aumenta as chances de malignidade. O papel principal do epitélio colônico é absorver ou secretar eletrólitos e água, em vez de nutrientes. Todavia, o epitélio colônico absorve ácidos graxos de cadeias curtas, recuperados de carboidratos não absorvidos por bactérias colônicas. O cólon recebe 2L de fluido a cada dia e absorve 1,8L, libera 200mL com o as fezes. O cólon tem a capacidade de reserva para a absorção de fluido e pode absorver mais de três vezes sua carga normal. A absorção de fluidos pelo cólon é impulsionada por 3 processos de transportes: Absorção eletroneutra de NaCl estimulada por diversos fatores de crescimento epidérmico; inibida por hormônios e neurotransmissores que aumentam os níveis de AMPc nas células epiteliais da superfície colônica. Absorção de ácidos graxos de cadeia curta (acetato, propionato e butirato), que são absorvidos pelas células epiteliais de superfície (e talvez da cripta) de modo Na+dependente – transportadores sódio-monocarboxilatos (SMCTs). [Na+] mantida pela Na+K+ATPase basolateral captação de ácidos graxos. Esses ácidos graxos são utilizados para dar energia aos colonócitos. Butirato: regula expressões de genes específicos nas células epiteliais colônicas, e pode suprimir o desenvolvimento de fenótipos malignos. A expressão SMCT1 é em alguns canceres de cólon captação de butirato contribui para formação maligna. Absorção de Na+ ocorre na parte distal do cólon e impulsionado pelo canal Na+ ENaC. Canal de Na+ aberto Na+ flui para o citosol do colonócito e é transportado através da membrana basolateral pela Na+K+ATPase . H2O e íons passam passivamente via junções fechadas intercelulares manutenção do da neutralidade elética. Esse modo de absorção de Na+ é a última linha de defesa contra proteção de perda de água nas fezes, devido a sua posição no cólon (distal). A secreção de fluido no cólon é impulsionada pela secreção de Cl-. Microbiota intestinal: Trilhões de bactérias em simbiose com o hospedeiro. Metabolizam componentes não-digeríveis na dieta, tornando seus produtos disponíveis (fermentação gás). Metabolizam/desconjugam componentes endógenos como bilirrubina e ácidos biliares. Promove desenvolvimento do epitélio colônico normal. Detoxificam xenobióticos. Protegem de infecção por patógenos invasivos. Defecação: O processo de defecação requer ação coordenada das camadas musculares lisas e esqueléticas do reto e ânus, bem como musculaturas adjacentes. Durante o movimento de massa das fezes produzido pela propagação das contrações de grande amplitude, o reto se enche com material fecal. O enchimento do reto causa *relaxamento do esfíncter anal interno que permite o *mecanismo de amostragem anal (que pode distinguir se o conteúdo retal é solido, liquido ou gasoso). A contração do esfíncter anal interno, gerará relaxamento no esfíncter externo para saída das fezes no momento ideal.
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