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A importância do ato de Ler - RESENHA

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RESENHA CRÍTICA - OBRAS DE PAULO FREIRE
Resenha da obra: Freire, Paulo, 1921. A importância do ato de ler: em três artigos que se
completam. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989. Coleção polêmicas do nosso
tempo; 4.
1. RESUMO DA OBRA
O livro A importância do ato de ler: em três artigos que se completam de Paulo Freire
e foram apresentados durante uma palestra e traz uma abordagem à importância do ato de ler
e relata aspectos sobre a relação da biblioteca popular com a alfabetização de adultos em uma
experiência na República Democrática de São Tomé e Príncipe. 
Este trabalho de Paulo Freire, reafirma sua compreensão do significado da educação
no contexto da existência social e individual dos homens. Sua obra dedica-se a questão da
importância da leitura, seu entendimento crítico da alfabetização e relato de suas experiências
neste ramo e do papel de uma biblioteca popular. 
Neste texto Paulo Freire justifica o tema afirmando que a leitura da palavra é sempre
precedida da leitura de mundo. E aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de tudo,
aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto que aproxima a linguagem da realidade. 
Buscando a compreensão do seu ato de ler, Paulo Freire afirma que este veio da sua
experiência existencial. O leitura de mundo precedeu a leitura da palavra. A medida que vai
retomando sua infância, Freire percebe que os textos, as palavras e as letras daquele contexto
se interpretavam em coisas, objetos e sinais que cuja compreensão se dava através destes e na
relação com seus pais e irmãos mais velhos. 
Os textos, as palavras e as letras se interpretavam através do de toda natureza que o
rodeava em sua infância, desde o canto do pássaros até a cor da manga-espada, nas
circunstâncias em o autor ainda não lia a palavra. 
A leitura do seu mundo foi sempre fundamental para a compreensão da importância do
ato de ler, de escrever ou de reescrevê-lo. Paulo Freire descreve que foi alfabetizado no chão
do quintal de sua casa, e em seguida estudou numa escolhinha particular com a saudosa
professora Eunice que não deixou que a leitura de mundo se rompesse. 
A ato que ler também pode ser compreendido por Paulo Freire em sua experiência da
infância no curso ginasial, onde experimentou a percepção crítica dos textos que lia em sala
de aula junto com seu professor de língua portuguesa. 
Mais tarde também como professor de português viveu a experiência do ato de ler e
escrever também com alunos do curso ginasial. A regência verbal, a sintaxe de concordância,
a crase e os pronomes, eram propostos aos alunos de forma que despertasse a curiosidade.
Sem a memorização mecânica, mas aprendiam a significação profunda da palavra, da frase ou
sentença.
Paulo Freire faz uma crítica à compreensão errônea do ato de ler, enquanto
professores, insistindo que os alunos devorem extensas bibliografias ao invés de serem lidas e
estudadas. 
Seguindo a ideia que compreender o ato de ler através da sua experiência existencial
da infância, adolescência e mocidade, Paulo Freire termina o primeiro capítulo do livro
revendo alguns aspectos da proposta que fez no campo da alfabetização de adultos.
Paulo Freire inicia dizendo que vê a alfabetização de adultos como um ato político e
de conhecimento e por esta razão um ato criador. O educador não pode anular a sua
criatividade e sua responsabilidade na construção da linguagem e escrita e dessa leitura da
linguagem. A alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral.
Referindo-se ainda ao ato de ler e agora a proposta da alfabetização de adultos, Freire
volta enfatizar em sua obra que a leitura de mundo precede sempre a leitura da palavra. E
ainda, que leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura de mundo mas por uma certa
forma de escrevê-lo e reescrevê-lo, quer dizer, de transformá-lo através da nossa prática
consciente. 
Por fim, e ainda sobre a alfabetização de adultos o texto insiste em descrever que as
palavras utilizadas neste processo deveriam vir do universo vocabular dos grupos populares,
expressando a sua real linguagem, seus anseios, suas inquietações, suas reivindicações e
sonhos. A alfabetização deveria vir carregada da significação da sua experiência existencial.
A Alfabetização de adultos e bibliotecas populares é outro capítulo interessante deste
livro. Paulo Freire inicia o texto afirmando que falar de alfabetização de adultos e de
bibliotecas populares é falar de do problema da leitura e da escrita. Enfatiza que a
compreensão crítica da alfabetização , que envolve a compreensão da leitura também
demanda a compreensão da biblioteca.
Prossegue dizendo que do ponto de vista crítico é impossível negar a essência da
política do processo educativo quanto a o caráter educativo do ato político. Logo é impossível
uma educação neutra que de um lado está a humanidade e de outro lado uma prática política
vazia de significados educativos. Reafirma que é impossível separar educação e política. 
Freire chama atenção neste capítulo para os educadores que apregoam um discurso
democrático incoerente com a prática. Logo o tem que se fazer é clarificar a opção política e
ser coerente com ela na prática.
Outro aspecto importante abordado por Paulo Freire com relação a alfabetização é o
reconhecimento de que nós educadores não estamos só no mundo. Reconhecer que cada um
de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros, com direito de escutar e ser
escutado. 
Paulo Freire afirma que temos que respeitar os níveis de compreensão que os
educandos estão tendo de sua própria realidade, sem impor a nossa compreensão. Educadores
autoritários negam a solidariedade entre o ato de educar e o ato de serem educados pelos
educandos; só eles separam o ato de ensinar do de aprender de tal modo que ensina quem
supõe que sabe e aprende quem é tido como quem nada sabe.
A partir de análises feitas por Paulo Freire do ponto de vista crítica e democrático com
relação da alfabetização, o mesmo conclui que o alfabetizando, e não analfabeto, se insere
num processo criador de que ele também é sujeito. O comando da leitura e da escrita se dá a
partir de palavras e temas relevantes à experiência dos alfabetizandos e não àquelas ligadas ao
educador. 
Se antes a transformação social era entendida de forma simplista, fazendo-se com a
mudança, primeiro das consciências, como se fosse a consciência de fato, a transformadora do
real, agora a transformação social é percebida como um processo histórico. 
Se antes a alfabetização de adultos era tratada e realizada de forma autoritária,
centrada na compreensão mágica da palavra doada pelo educador aos analfabetos; se antes os
textos geralmente oferecidos como leitura aos alunos escondiam a realidade, agora pelo
contrário, alfabetização como ato de conhecimento, como um ato criador e como ato político
é um esforço de leitura do mundo e da palavra. 
A alfabetização de adultos e pós-alfabetização implicam esforços no sentido de uma
correta compreensão do que é a palavra escrita, a linguagem, as relações com o contexto de
quem fala, de quem lê e escreve, compressão, portanto da relação entre a leitura de mundo e
leitura da palavra, a biblioteca popular, como centro cultural e não como um depósito de
livros. A partir daí a necessidade que tem uma de biblioteca popular, buscando o
adentramento crítico no texto, procurando aprender a sua significação mais profunda,
propondo aos leitores uma experiência estética, de que a linguagem popular é bastante rica.
A forma com que atua uma biblioteca popular, a constituiçãodo seu acervo, as
atividades que podem ser desenvolvidas no seu interior, tudo isso tem que ver com uma certa
política cultural.
O último capítulo desta obra de Paulo Freire denominado O povo diz a sua palavra a
sua alfabetização em São Tomé e Príncipe, é divido em duas partes.
Neste capítulo Paulo Freire fala sobre a alfabetização de adultos no contexto da
República Democrática de São Tomé e Príncipe onde contribuiu, junto com Elza Freire, na
educação de adultos. Porém antes de entrar na discussão desta experiência, Freire faz algumas
observações em torno do que viveu entre a relação de assessor e o governo assessorado. Em
uma dessas considerações o autor afirma que jamais colaboraria em uma campanha de
alfabetização de adultos promovida por um governo antipopular. 
Os Cadernos de Cultura Popular usados pelos educandos na alfabetização e pós
alfabetização não eram cartilhas nem manuais com exercícios ou discursos manipuladores. O
primeiro Caderno é o da alfabetização e o Segundo Caderno de Cultura Popular se inicia a
pós-alfabetização. O que se pretendia com estes livros é que não fossem lidos mecanicamente
mas que os educandos se entreguem a curiosidade crítica, criadora e democrática. Assim
propondo a estes uma reflexão crítica sobre o concreto, sobre a realidade nacional, sobre o
momento presente.
Ao longo do texto Freire faz algumas conclusões sobre a alfabetização e pós-
alfabetização com relação a sua experiência em São Tomé e Príncipe. São elas:
 contribui para que o povo se refaça na feitura da História. É estar presente nela e
simplesmente nela estar representado;
 perceber com lucidez que tem a enfrentar, no domínio econômico, social e cultural, no
processo da sua libertação;
 refazer a sociedade, refazendo-se a si mesmo também;
 mobilização e organização popular, em termos participatórios;
 estimular a capacidade crítica dos alfabetizandos enquanto sujeitos do conhecimento;
 entre outras.
A obra de Paulo Freire termina com transcrições do Caderno de Exercícios, Praticar
para Aprender, da fase da alfabetização e alguns textos do Segundo Caderno de Cultura
Popular da etapa da pós alfabetização, na tentativa de exemplificar a afirmação citada ao
longo do texto de que: os materiais elaborados tanto na alfabetização como na pós-
alfabetização se caracterizam por serem materiais desafiadores e não domesticadores. 
2. CONCLUSÃO
Este livro é promotor de discussões, agindo de modo transformador, trazendo
exemplos de uma educação libertadora. Traz afirmações importantes sobre a construção de
uma sociedade mais justa e igualitária que pode ocorrer através da alfabetização de adultos.
Isto tudo está intimamente ligado as discussões realizadas em sala de aula na Disciplina Paulo
Freire e Educação Popular realizado no curso de Especialização Educação de Jovens e
Adultos. 
A obra A importância do ato de ler: em três artigos que se completam, nos faz
repensar a nossa prática como educadores, renovando a nossa compreensão do significado da
educação e também da concepção do ato de ler. De ler, não apenas a palavra escrita, mas o
mundo em volta. 
3. REFERÊNCIAS
 Freire, Paulo, 1921. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989. Coleção polêmicas do nosso tempo; 4.

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