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Tecnologia da Informação e Comunicação e Construção de Materiais Didáticos W B A 0 14 2 _V 1. 1 2/228 Tecnologia da Informação e Comunicação e Construção de Materiais Didáticos Autora: Simone Cecília Pelegrini da Silva Como citar este documento: SILVA. Simone C. P. da. Tecnologia da Informação e Comunicação e Construção de Materiais Didáticos. Valinhos: 2015. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor 05 Assista a suas aulas 22 Unidade 2: Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais 30 Assista a suas aulas 47 Unidade 3: Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital 56 Assista a suas aulas 83 Unidade 4: A formação do professor na sociedade digital: a importância do professor-mediador 91 Assista a suas aulas 109 2/228 3/228 Unidade 5: Uso de materiais didáticos no ambiente WEB: a internet como apoio à aprendizagem 117 Assista a suas aulas 134 Unidade 6: Vídeos Educativos: a sala de aula com recursos audiovisuais 142 Assista a suas aulas 157 Unidade 7: Webcast: pesquisando na internet 165 Assista a suas aulas 184 Unidade 8: Construção de blogs: usando recursos digitais 194 Assista a suas aulas 218 Sumário Tecnologia da Informação e Comunicação e Construção de Materiais Didáticos Autora: Simone Cecília Pelegrini da Silva Como citar este documento: SILVA. Simone C. P. da. Tecnologia da Informação e Comunicação e Construção de Materiais Didáticos. Valinhos: 2015. 4/228 Apresentação da Disciplina É muito empolgante entender a relevância da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) na educação e no cotidiano das pessoas. Afinal, o computador e a internet estão cada vez mais comuns entre todas as classes sociais. Temos uma geração de alunos em sala de aula que são completamente fascinados e dependentes das perspectivas que a internet oferece: as pessoas da Geração Z, nascidas entre 1990 e 2000, são conhecidas por serem nativos digitais, ou seja, muito familiarizados com a internet e com as tecnologias digitais. Essa disciplina foi construída de maneira a entender como a escola, durante muito tempo alheia a esse processo, caminha agora para uma nova expectativa do processo ensino-aprendizagem com o uso da TIC. Sabemos que, com a consciência sobre a necessidade de atualização, professores buscam atualizar a sua prática pedagógica com o uso da TIC. E isso exige um novo fazer pedagógico. A TIC modifica a forma de trabalhar a construção do conhecimento e, por isso, o processo educacional e o professor têm um papel revisado. Trazemos para essa disciplina a busca pela reflexão sobre a importância da mediação pedagógica para o uso das novas tecnologias e sobre o papel do professor. Também observaremos que colaboração, criatividade e inovação são exigências reais e que devem estar em sala de aula tanto quanto os conteúdos mais básicos da aprendizagem. 5/228 Unidade 1 Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor Objetivos 1. Compreender o processo de integração das TICs na prática pedagógica. 2. Entender a importância dos meios de comunicação como integradores educacionais. 3. Reconhecer as mudanças no ensino com a presença do virtual. 4. Reconhecer a necessidade do uso de estratégias cooperativas de aprendizagem entre professores. 5. Entender a relevância da revisão de atitude e de comportamento do professor que agora se coloca como um facilitador entre o aluno e a tecnologia. Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor6/228 Introdução A evolução de uma ação pedagógica pode estimular e incitar o aluno a aprender, de acordo com a qualidade e seu objetivo. Somente numa relação de afinidade, respeito, empatia, confiança, constitui-se uma relação que propicia a aprendizagem do aluno. Na mediação pedagógica, o professor provoca, problematiza, desafia e ao mesmo tempo estimula a autonomia do aluno, o interesse pelo conteúdo, o gosto por aprender. A mediação pedagógica é um processo de interação, no qual tanto o professor quanto o aluno aprendem e ensinam juntos, em coconstrução, pois quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender (FREIRE, 1997, p. 25). Como a aprendizagem não se dá espontaneamente, os envolvidos exercem papéis fundamentais para que ela ocorra. O veículo da mediação continua sendo a linguagem. No entanto, com as TIC, a linguagem ganha a dimensão da virtualidade e, por isso, toda a potencialidade para ir além da linguagem oral e escrita. No entendimento de Silva (2014), a cibercultura é uma linguagem que traz uma série de novas possibilidades de transmissão, fixação, reprodução, modificação, difusão e manipulação da mensagem. Por meio da internet, o sujeito não apenas tem acesso à informação, mas também a produz numa arquitetura não linear, hipertextual, de conectividades em rede. Se a proposta de uso das TIC na escola não tiver um comprometimento com suas implicações Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor7/228 na aprendizagem, se os professores não se apropriarem dos recursos para diversificar suas situações de aprendizagem, dificilmente será possível afirmar que houve inovação na prática pedagógica e, consequentemente, na relação ensino- aprendizagem. Introduzir aparatos tecnológicos na escola não se trata apenas de propiciar aos alunos e professores esse contato e a aquisição de habilidades tecnológicas. A introdução das tecnologias na educação precisa estimular a desconstrução de suas estruturas antigas e priorizar uma educação criativa. Ou seja, utilizar as TIC no processo de mediação pedagógica pode ser inovador se as tecnologias forem mediadoras deste processo de ensino- aprendizagem. O professor pode integrar as tecnologias à mediação pedagógica de inúmeras formas, de acordo com seus conhecimentos e necessidades. Ele pode expandir seu universo comunicativo – escrito, oral, imagético, hipertextual, animado – experimentando diferentes mídias, provocando o aluno por formas de compreensão. Ele pode expandir sua experiência metodológica, propiciando inúmeras experiências de trabalhos individuais ou em grupos, presenciais, semipresenciais ou à distância, promovendo atividades interativas, de simulação e de programação, permitindo a criação de novas situações de aprendizagem. Ele pode expandir seu universo organizacional, de interação, de Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor8/228 pesquisa, de busca de informações. Para isso, é fundamental que o educador atue como mediador de maneira pedagógica e interativa, fomente a inter- relação, estimule e incentive a participação colaborativa dos alunos. A escola possui, atualmente, como instrumento de trabalho, a informação, e deve trabalhar para que seus alunos se apropriem e construam algo além dela. Para tanto, a educação, por meio dos professores, deverá criar situações de aprendizagem nas quais os alunos realizem atividades e construam o seu conhecimento. Aprendizagem colaborativa Atualmente não é fácil aprender e conviver sem, em algum momento, sermos estimulados a trabalhar em equipe, de forma colaborativa. Crescemos com nossos pais e professores nos ensinando que, na escola, devemos dividir nossos brinquedos, ajudar quem precisa e ser solidário. Independentemente do que acontece ao longo do caminho, as questões colaborativas e cooperativas têm se tornado cada vez mais presentes, em razão dos recursos virtuais de estímulo à aprendizagem. Você não deve apenas trabalhar sozinho, no seu computador, mas também ter uma postura de aprendiz e colaborador em qualquer processo. O uso das TICs na prática pedagógica mostra que a utilização de diferentes mídiasde forma integrada ao processo Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor9/228 de ensino-aprendizagem contribui para a formação de uma pessoa mais criativa e engajada no seu desenvolvimento. Entretanto, um dos focos no desenvolvimento de nossos alunos é a habilidade de trabalhar em equipe (local ou virtual), de forma colaborativa. Muitos alunos, mesmo sem saberem, já estão familiarizados com esse contexto de colaboração no dia a dia, por meio do uso de seus MSN, Facebook, Twitter, Instagram etc., contudo o conceito de cooperação a favor da construção de um conhecimento pode não ser tão claro para eles. Os avanços tecnológicos dos meios de comunicação e informática possibilitam novas formas de comunicação entre as pessoas. Num primeiro momento, havia apenas a comunicação do foco; posteriormente, o compartilhamento de experiências e, com isso, a troca de informações e conceitos, objetivando crescimento (muitas vezes, pessoal) de forma colaborativa. Um adolescente, quando recorre a um amigo online para perguntar sobre características pessoais ou acadêmicas e obtém respostas, cria, sem perceber, um ambiente colaborativo de aprendizagem. Para Almeida (2001), ambientes colaborativos de aprendizagem, ou ambientes virtuais de colaboração e aprendizagem, podem ser “construídos” por meio de um software específico para comunicação online. Por meio desse software, um grupo de pessoas pode Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor10/228 aprender em colaboração mediada pelas tecnologias de informação e comunicação e com o apoio de um educador orientador. De acordo com Moran (2013), os ambientes colaborativos possibilitam a socialização das produções, ideias e pesquisas de educandos e educadores com fácil atualização e participação de terceiros. As principais características de uma comunidade virtual de aprendizagem, ou seja, um grupo conectado com o mesmo objetivo, possibilitam alguns aspectos, tais como: 1) A comunicação não depende nem do tempo, nem do local; 2) A comunicação se dá entre muitas pessoas; 3) O produto é coletivo; 4) Os participantes são ativos; 5) A escrita é estimulada; 6) A comunicação ocorre por meio do computador conectado à internet; 7) A possibilidade de haver um mediador que anima, incentiva e viabiliza o debate; 8) A motivação dos participantes é importante. Em tais comunidades é possível reunir ações das mais variadas com os alunos, desde que com objetivos claros tanto para o professor quanto para o aluno. Além disso, a linguagem utilizada na comunicação em tempo real mediada por computador é praticamente uma transcrição da fala, porque o que se escreve é aquilo que se quer falar. Com isso, a linguagem está sendo recontextualizada, passando a ter características como o imediatismo, a redundância e elementos da fala em situações de interação verbal em tempo real. Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor11/228 Pode-se afirmar, então, que uma nova escrita está sendo criada, com características da fala, a qual não respeita as regras da linguagem escrita tradicional. Outro exemplo desse tipo de linguagem é o blog (diário pessoal virtual), que as pessoas utilizam para postar textos, imagens e sons que podem ser atualizados e reescritos conforme a necessidade. O conteúdo está sempre acessível ao público, diferentemente do que acontecia com o gênero anterior de diário pessoal, em que a escrita era uma forma de registro permanente. Os ambientes colaborativos de aprendizagem modificam também a forma de realizar a leitura, pois na leitura tradicional aprendemos que os olhos deveriam se mover de cima para baixo e da esquerda para a direita. Você sabia que isso não acontece quando lemos alguma página na internet? Isso não ocorre porque os elementos visuais e sonoros (cores, imagens, sons, animação e vídeo) com o texto escrito chamam a atenção, simultaneamente, para diversos pontos na página, e acabamos não lendo a página toda. Temos a opção de escolher somente o que interessa ou o que chama mais atenção. Se compararmos dois leitores, constataremos que escolheram caminhos diferentes, pois, em uma página multimodal, ou seja, com vários recursos de comunicação, como escrita, imagens e sons, um deles poderá escolher somente ler Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor12/228 um texto, enquanto o outro prefere ouvir música ou observar uma imagem antes de ler o texto. O mesmo fato acontece quando o leitor se depara com um hipertexto, já que ele, à medida que lê, escolhe os links de seu interesse. Podemos, então, afirmar que a linguagem utilizada nas comunidades de prática em questão é composta por um conjunto complexo de habilidades que interagem, tais como a leitura, a escrita, a fala e a compreensão oral. Moran (2000, 2013), em seus textos, nos incita a refletir sobre os avanços tecnológicos e a inserção desses recursos na sala de aula. Tudo aconteceu tão rápido que não tivemos condições nem de explorá-los intensamente, nem de aprender a utilizá-los. Ainda hoje, encontramos muitos educadores que utilizam as tecnologias somente para ilustrar as suas aulas. Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor13/228 Link Assista à entrevista da professora Juliana Santos Albach. Ela explica o resultado da sua pesquisa realizada na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo sobre o uso da internet no Ensino Fundamental de escolas públicas. Segundo ela, os jovens têm acesso à internet de diversas formas, quaisquer que sejam as classes sociais a que pertençam, mas o ensino público ainda não oferece esse recurso nessa fase. UNIVESP TV: Juliana Santos Albach. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=wFkSBkow1AA>. Acesso em: 11 jun. 2015. Acompanhe o vídeo com a palestra de Luciano Meira sobre Educação e Novas Tecnologias. Série Diálogos – Tecnologia na Educação: Luciano Meira. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=Qk-2RIX7CBo>. Acesso em: 11 jun. 2015. Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor14/228 Para saber mais O portal da Unesco disponibiliza as atividades desenvolvidas em Comunicação, Informação e Educação. Trata-se de uma importante fonte de informação para alunos e professores. UNESCO. Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/communication-and-information/access-to- knowledge/ict-in-education/>. Acesso em: 10 jun. 2015. Leia mais sobre Cibercultura no livro “Educação e ciberespaço: estudos, propostas e desafios”. A obra é uma coletânea de artigos com trabalhos realizados por pesquisadores brasileiros de vários estados e instituições, bem como, de Portugal. <http://www.pucrs.br/famat/viali/tic_literatura/livros/ educacao_e_ciberespaco.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2015. Link Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor15/228 Para saber mais A Wikipedia é um excelente exercício para trabalhar colaborativismo com seus alunos e incentiva a pesquisa, o trabalho em grupo e a percepção sobre a qualidade das informações. A proposta é formar uma enciclopédia criada de forma colaborativa, ou seja, em grupos de pessoas interessadas pelo mesmo assunto que colaboram com informações simultaneamente. Que tal fazer a experiência, mediando esse trabalho? Para saber mais Aproveite para conhecer ferramentas e tecnologias educacionais para potencializar a aprendizagem! O Portal e-Unicamp foi concebido com o objetivo de disseminar o conhecimento gerado pela instituição por meio da disponibilização de vídeos, animações, simulações, ilustrações e aulas, materiais criados pelos próprios professoresda Unicamp e de acesso livre ao público. Ele foi desenvolvido com o intuito de impulsionar o uso de tecnologias educacionais que permitem a criação de novos relacionamentos entre professores, alunos e a comunidade em geral, visando a instigar a aprendizagem e disseminar o conhecimento a todos de forma simples e gratuita. Disponível em: <http://ggte.unicamp.br/e- unicamp/public/>. Acesso em: 10 jun. 2015. Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor16/228 Glossário Aparatos tecnológicos: equipamentos, estruturas e aparelhos interativos (tecnológicos digitais). Aprendizagem colaborativa: é um recurso metodológico que usa a interatividade entre alunos e professor para que estabeleçam buscas, compreensão e interpretação do assunto estudado. É realizada em grupos e seu elemento essencial é o trabalho coordenado em equipe. Inovador: que ou o que inova; aquele que não é retrógrado. Questão reflexão ? para 17/228 A internet está presente no cotidiano e provoca mudanças tanto na educação presencial quanto na educação a distância, pois favorece um trabalho cooperativo e colaborativo entre as pessoas. Ela, quando utilizada a favor do processo educacional, pode potencializar a aprendizagem colaborativa por meio da comunicação entre as partes. Para Silva (2002), a aprendizagem é um processo de construção em que o educando é o autor de sua própria aprendizagem. Nesse contexto, o professor que consegue transpor o simples fato de comunicar por meio digital e direcionar seus alunos para uma comunicação participativa estimulará a responsabilidade, a participação, a comunicação, a interação e o confronto de ideias dos alunos, além de desenvolver as competências básicas: Questão reflexão para 18 ? /228 curiosidade, criatividade, capacidade de trabalhar em equipe, de saber comunicar-se e de buscar. Podemos concluir, então, que as pessoas que trabalham de maneira colaborativa são coautoras do processo de interação e criação. Cada uma é responsável pela sua própria aprendizagem e pela ação colaborativa. Assim, seguindo esse mesmo raciocínio, as pessoas tornam-se corresponsáveis pela aprendizagem do grupo. Como você já pôde observar, mencionamos bastante o papel do professor; mas, como será o novo papel do aluno? 19/228 Considerações Finais » O uso consciente das TICs é importante para o processo ensino- aprendizagem. Isso se dá a partir do momento em que o professor tem claro para si e para os alunos qual é a proposta da aula e qual é o objetivo a ser alcançado. » Autonomia, interação, flexibilidade, utilização de recursos e de instrumentos de maneira interativa são características que podem ser adquiridas com a experiência mediada das TICs. » O professor passa a ser o mediador entre o aluno e o computador. Para isso, deve ter claro qual é o objetivo de sua aula, além, é claro, de conhecer as tecnologias que utilizará em sala. » O processo de ensino-aprendizagem é mediado por tecnologias, mas a atuação do professor continua indispensável para haver significado no processo. Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor20/228 Referências ALMEIDA, F. J. de. Educação e Informática: os computadores na escola. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1988. ALMEIDA, M. E. B. Educação, projetos, tecnologia e conhecimento. São Paulo: Proem, 2001. ALMEIDA, M. E. B. T. P. O computador na escola: contextualizando a formação de professores – praticar a teoria, refletir a prática. São Paulo: PUCSP, 2000. BEHRENS, M. A. Tecnologia interativa a serviço da aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: Integração das tecnologias na educação. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 2005, p. 74-78. FELDMANN, M. G. Formação de Professores e escola na contemporaneidade. São Paulo: SENAC São Paulo, 2000. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. MORAN, José M.; MASETTO, Marcos T. (orgs.); BEHRENS, Marilda A. (orgs.). Novas tecnologias e mediação pedagógica. 21ª ed. Campinas: Papirus, 2013. _______. Ensino e Aprendizagem Inovadores com tecnologias, In: Informática na Educação: Unidade 1 • Mediação Pedagógica: o novo aluno e o novo professor21/228 Referências Teoria e Prática. PGIE – UFRGS. v. 3. n. 1, setembro, 2000. P. 137-144 NEVADO, R. A. Ambientes virtuais que potencializam as relações de ensino-aprendizagem. Boletim Salto para o futuro. Rio de Janeiro: TV Escola, SEED-MEC, 2005. (Série Novas formas de aprender: comunidades de aprendizagem). PETERS, O. A Educação a Distância em transição. Rio Grande do Sul: Unisinos, 2003. 22/228 Aula 1 - Tema: Mediação Pedagógica – Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/4bf1d6eab865df901d0397d5f11ed36b>. Aula 1 - Tema: Mediação Pedagógica – Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/01b- d4e9522acc73a12b48781f44e69d3>. Assista a suas aulas 23/228 1. Quais competências devem ser desenvolvidas para o uso das TIC como complementaridade da ação pedagógica? a) Discernimento e habilidade manual b) Rapidez na digitação e uso do mouse c) Autonomia, interação e flexibilidade d) Uso de redes sociais e blogs e) Manutenção de hardware e instalação de software Questão 1 24/228 2. Um dos grandes desafios postos aos educadores pela sociedade do co- nhecimento com o uso da Tecnologia da Informação e Comunicação é: a) responsabilizar os estudantes pela busca de informações através de estudos individualizados b) facilitar a simples compilação de conteúdo c) possibilitar aos estudantes uma formação mais rápida d) viabilizar resultados imediatos, levando a conclusões previsíveis e) ajudar os estudantes a tornar a informação significativa, a filtrar as informações e compreendê-las. Questão 2 25/228 3. A Escola conta hoje com as Tecnologias da Informação e da Comunicação, que estão cada vez mais tomando conta também de espaços familiares, sociais e educacionais. Portanto, a escola precisa estar atenta para: a) modificar sua estrutura e oferecer total acesso à internet aos alunos. b) a adoção de estratégias que estimulem a criatividade dos professores para que possam integrar as ferramentas tecnológicas. c) exigir atividades online. d) evitar troca de experiências em redes sociais por alunos e professores. e) favorecer parte do estudo de maneira não presencial. Questão 3 26/228 4. O uso da tecnologia em sala de aula enquanto estratégia de ensino deve atender, sobretudo, às necessidades do perfil do aluno da Geração Z. As atividades devem corresponder à proposta da aula, mas também a) devem ser simples, rápidas e pouco desafiadoras. b) devem ser realizadas apenas no computador ou tablet, e individuais. c) devem ser feitas coletivamente sem a mediação do professor. d) devem ser desafiadoras e promover a pesquisa e o trabalho em equipe. e) devem ser desafiadoras e promover a discussão, porém sem mediação. Questão 4 27/228 5. Atualmente, é fundamental que o professor atue como mediador de maneira pedagógica e interativa e fomente a inter-relação, estimule e in- centive a participação colaborativa dos alunos. Para tanto, é verdadeiro afirmar que: a) é importante que os alunos realizem atividades e construam o seu conhecimento. b) os alunos não devem se apropriar de outras informações além daquelas obtidas em sala de aula. c) o trabalho em grupo ou equipes não deve ser estimulado. d) a cooperação e o colaborativismo em nada têm a ver com o trabalho em equipe. e) não cabe aoprofessor ser mediador em sala de aula. Questão 5 28/228 Gabarito 1. Resposta: C O uso da tecnologia e a internet trouxeram mudanças tanto para a sala de aula quanto para seus personagens, aluno e professor. 2. Resposta: E. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) permitem ampliar o conceito do que seja aula, de espaço e tempo de comunicação audiovisual e, ainda, estabelecer conexões entre o presencial e o virtual. 3. Resposta: B. O uso das TICs no processo ensino- aprendizagem, em que a comunicação é utilizada na construção de conhecimentos, pode desenvolver-se com a participação dos indivíduos em diferentes tempos e locais. 4. Resposta: D. Geração Z é a contemporânea, conectada à internet, que realiza inúmeras atividades de modo simultâneo. Agregado a isso temos a busca pela aquisição de conhecimento, sendo participantes ativos do processo de ensino-aprendizagem. 5. Resposta: A. O processo de ensino-aprendizagem tem 29/228 Gabarito em seus autores, professores e alunos, os principais responsáveis. Cabe a eles serem os mediadores e exercerem de forma ativa a busca por informações e conhecimento, sendo essencial a valorização do trabalho em grupo, a interação e o dinamismo. 30/228 Unidade 2 Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais Objetivos 1. Reconhecer a necessidade do entendimento tecnológico e do uso da tecnologia como possibilidade de ambiente de estudo. 2. Entender que o colaborativismo propicia o desenvolvimento do pensamento crítico, da criatividade e da imaginação, das iniciativas de pesquisas, da troca de informações, de experiências e de conhecimento, além do uso das ferramentas digitais. 3. Reconhecer que a integração de diferentes tecnologias trouxe inúmeros benefícios ao processo educacional. Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais31/228 Introdução As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são recursos que auxiliam o professor no processo de ensino e aprendizagem, propiciando o compartilhamento de conhecimento de forma mais democrática, participativa, colaborativa e dinâmica. Ampliam as oportunidades de formação social e exercício da cidadania, o interesse por dialogar e aprender, ao utilizar recursos que fazem parte do cotidiano dos alunos. Os ambientes virtuais de aprendizagem, as redes sociais e outros recursos de interação e colaboração ganham importância à medida que facilitam a comunicação, fazendo com que a internet evolua de um conceito de acesso passivo à informação para um conceito de transformação, criação, colaboração e partilha de conteúdos. Ambientes virtuais com fins educativos devem ser acompanhados por mudanças nos modelos de ensino- aprendizagem, sendo complementadas com os novos cenários suportados pelas ferramentas de comunicação. Esta disciplina refletirá a necessidade de entendimento da ideia de colaboração promovida pelas redes sociais nas quais as ferramentas utilizadas complementam os métodos educacionais tradicionais, permitindo ao aluno a construção do seu próprio saber em colaboração com os seus pares e os professores. Além de usar as tecnologias digitais como ferramentas de ensino, o professor pode passar aos seus alunos a importância Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais32/228 desses novos meios na disseminação da informação, torná-los capazes de saber procurar novas fontes e produzir suas próprias ideias. É importante entender a relevância deste recurso no dia a dia dos estudantes, trabalhar para minimizar os riscos que significam o acesso a estes espaços virtuais e tirar o melhor proveito para fins educacionais, visto que é uma ferramenta que interessa a todos. Mais que entreter, as redes podem se tornar ferramentas de interação e colaboração valiosas para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, desde que bem utilizadas. Quando o professor sabe quais são os interesses dos jovens para os quais planeja as aulas, ele prepara atividades mais focadas e interessantes, o que facilita a aprendizagem. 1. Os Ambientes Colaborativos Atualmente não é fácil aprender e conviver sem, em algum momento, sermos estimulados a trabalhar em equipe, de forma colaborativa. Crescemos com nossos pais e professores nos ensinando que, na escola, devemos dividir nossos brinquedos, ajudar quem precisa e ser solidário. Independentemente do que acontece ao longo do caminho, as questões colaborativas e cooperativas têm se tornado cada vez mais presentes, em razão dos recursos virtuais de estímulo Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais33/228 à aprendizagem. Você não deve apenas trabalhar sozinho, no seu computador, mas também ter uma postura de aprendiz e colaborador em qualquer processo. É possível constatar que a utilização de diferentes mídias de forma integrada ao processo de ensino-aprendizagem em ambientes virtuais de aprendizagem contribui para a formação de uma pessoa mais criativa e engajada no seu desenvolvimento. Entretanto, um dos focos no desenvolvimento de nossos alunos é a habilidade de trabalhar em equipe (local ou virtual), de forma colaborativa. Muitos alunos utilizam com frequência o contexto de colaboração no dia a dia, no uso de seus MSN, do Facebook, do Instagram etc. Porém, o conceito de cooperação a favor da construção de um conhecimento com o uso dessas ferramentas precisa sempre ser explorado. Os avanços tecnológicos dos meios de comunicação possibilitam novas formas de comunicação entre as pessoas. Num primeiro momento, havia apenas a comunicação do foco; posteriormente, o compartilhamento de experiências e, com isso, a troca de informações e conceitos. Um adolescente, quando recorre a um amigo online para perguntar sobre características pessoais ou acadêmicas e obtém respostas, cria, sem perceber, um ambiente colaborativo de aprendizagem. Mas, de fato, o que é um ambiente colaborativo de aprendizagem? Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais34/228 Para Almeida (2001), ambientes colaborativos de aprendizagem podem ser criados por meio de um software específico para comunicação online. Por meio desse software, um grupo de pessoas aprende em colaboração mediada pelas TICs e com o apoio de um professor orientador. Ou seja, forma-se então uma rede de inter-relações entre pessoas, práticas, valores, hábitos, crenças e tecnologias em um contexto de aprendizagem. Entre as principais características desses ambientes colaborativos, podemos destacar que a comunicação não depende nem do tempo, nem do local, e que a participação ativa do grupo gera um produto coletivo, que torna a escrita estimulada. Existem diversos tipos de ambientes colaborativos disponíveis na internet, tais como blogs, podcasts, redes sociais e wiki. Nessas comunidades, o conceito de comunicação passa a ser revisto. Nelas, a linguagem utilizada na comunicação em tempo real mediada por computador é praticamente uma transcrição da fala, porque o que se escreve é aquilo que se quer falar. Com isso, a linguagem está sendo recontextualizada, passando a ter características como o imediatismo, a repetição e elementos da fala em situações de interação verbal em tempo real. Pode-se afirmar, então, que uma nova escrita está sendo criada, com características da fala, a qual não respeita as regras da linguagem escrita tradicional. Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais35/228 Se compararmos dois leitores, constataremos que escolheram caminhos diferentes, pois, em uma página com vários recursos de comunicação,como escrita, imagens e sons, um deles poderá escolher somente ler um texto, enquanto o outro prefere ouvir música ou observar uma imagem antes de ler o texto. O mesmo fato acontece quando o leitor se depara com um hipertexto, já que ele, à medida que lê, escolhe os links de seu interesse. Podemos, então, afirmar que a linguagem utilizada na internet é composta por um conjunto complexo de habilidades que interagem, tais como leitura, escrita, fala, compreensão oral. A internet está presente no cotidiano e provoca mudanças tanto na educação presencial quanto na educação a distância, pois favorece um trabalho cooperativo e colaborativo entre as pessoas. Ela, quando utilizada a favor do processo educacional, pode potencializar a aprendizagem colaborativa por meio da comunicação entre as partes. Em relação aos alunos, espera-se que eles sejam mais ativos, autodirigidos, criativos, críticos, pesquisadores e atuantes, caso nós, professores, queiramos que eles produzam conhecimento e transformem a nossa realidade. Porém, aprender nesse novo contexto requer habilidades que deverão ser desenvolvidas junto ao processo, desde que o professor crie situações para tanto. O professor que estimula esse projeto torna-se um dos aprendizes por meio do teste e da análise crítica de suas iniciativas. À medida que os participantes de uma comunidade virtual se Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais36/228 relacionam, realizam trocas que se somam às outras vivências. Tais trocas se dão em diversas direções e, simultaneamente, lançam novas informações que provocam situações de desafios na sala de aula, contribuindo para o processo de aprendizagem. Peters (2003) destaca a grande diferença entre espaços de aprendizagem colaborativos reais tradicionais e os espaços de aprendizagem virtuais. Nos espaços tradicionais, as atividades de aprendizagem são fixas em razão do tempo e da localização, ou seja, o grupo apresenta-se em locais e horas preestabelecidos para trocar informações e experiências. Já nos espaços virtuais, o tempo e os locais não são fixos, criando uma infinidade de atividades, iniciativas de pesquisas e, principalmente, de troca de informações, experiências e conhecimento, conforme os desafios são apresentados e há iniciativa de cada integrante do grupo. Nesse contexto, para que o trabalho atinja o objetivo proposto de construção colaborativa do conhecimento, é fundamental o papel do professor, direcionando o processo para que o grupo não se afaste do objetivo preestabelecido, ou seja, é preciso dar significado ao conteúdo a ser ministrado. Toda iniciativa de aprendizagem colaborativa só é eficaz quando está integrada a um projeto pedagógico viável, ao conteúdo a ser apresentado e ao conhecimento a ser adquirido. Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais37/228 Link Assista à palestra da pesquisadora Martha Gabriel que coloca em discussão o acesso às TIC e os novos papéis de professores e alunos no mundo digital. A palestra faz parte do lançamento do livro “Educ@r - A (r)evolução digital na educação. Educ@r - A (r)evolução digital na educação. Disponível em: <http://www.martha.com.br/sempre-um-papo-com-martha-gabriel/>. Acesso em: 11 jun. 2015. Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais38/228 Link O Portal Brasil, site com conteúdos dos ministérios e secretarias do governo federal, resgatou uma série de entrevistas com o escritor e educador Rubem Alves, que fala sobre a escola ideal e o papel do professor. RUBEM ALVES. Portal Brasil. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/ educacao/2014/07/portal-brasil-resgata-entrevista-com-rubem-alves>. Acesso em: 11 jun. 2015. O e-ProInfo é um Ambiente Colaborativo de Aprendizagem que utiliza a tecnologia internet e permite a concepção, administração e desenvolvimento de diversos tipos de ações, como cursos à distância, complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas outras formas de apoio a distância e ao processo ensino-aprendizagem. e-PROINFO. Disponível em: < http:// eproinfo.mec.gov.br/>. Acesso em: 11 jun. 2015. Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais39/228 Link O portal da Associação Brasileira de Educação a Distância tem como objetivo apresentar dados e pesquisas atuais sobre a educação a distância. Navegue pelo portal e conheça mais sobre o assunto! Associação Brasileira de Educação a Distância. Disponível em: <http://www.abed.org.br/site/pt/>. Acesso em: 11 jun. 2015. Para saber mais O Laboratório de Inclusão Digital e Educação Comunitária (Lidec) da Escola do Futuro, da USP, produziu o vídeo “Web 2.0 – a máquina somos nós”, baseado na adaptação do vídeo “The Machine is Us/ ing Us”, de Michael Wesch, em que o autor discute a importância da tecnologia digital em nossas vidas. WEB 2.0 – A Máquina Somos Nós. Lidec. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=NJsacDCsiPg>. Acesso em: 11 jun. 2015. Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais40/228 Para saber mais O filósofo Pierre Lévy falou sobre cultura, democracia e inteligência coletiva em duas palestras no Centro Universitário Senac – Santo Amaro, em março de 2014. O pesquisador é autor de vários livros sobre o assunto, que foram traduzidos para mais de 12 línguas e estudados em diferentes universidades em todo o mundo. PIERRE LÉVY: diálogos sobre ciberdemocracia. Senac SP. 17 mar. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8EKm_ Qsq8ck&index=1&list=PLrIFTXpnSDd1rYu1B3KuVr1ew2HseDhS1>. Acesso em: 11 jun. 2015. Ana Paula Solino Bastos e Nelson Barrelo Junior falam sobre a importância das interações que podem ocorrer na sala de aula, tanto interações entre os alunos, que podem ter mediação do professor, quanto interações do professor com os alunos ou dos alunos com o material didático. A aula é disponibilizada dentro do Projeto e-Aulas USP, que tem como objetivo permitir que professores disponibilizem suas videoaulas, e que alunos acessem videoaulas de diversas disciplinas da Universidade de São Paulo. O projeto é aberto ao público e está disponível em: <http://eaulas.usp.br/portal/video. action?idItem=4587>. Acesso em: 11 jun. 2015. Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais41/228 Glossário Blog – é uma página na internet que é utilizada como um diário virtual. O usuário pode postar textos, imagens, vídeos e sons. Pode ser utilizada pedagogicamente como uma ferramenta de registro e de socialização. Compreensão oral – está relacionada à capacidade de entender o que está sendo falado, isto é, o estabelecimento de relações e a contextualização necessários para entender o sentido de uma mensagem transmitida. Podcast – arquivos de áudio que podem ser acessados pela internet. Wiki – ambiente colaborativo que permite a edição coletiva. Questão reflexão ? para 42/228 Atualmente é inegável que o termo colaboração esteja diretamente ligado à nova forma de trabalho e de vida na sociedade moderna, uma vez que a aprendizagem passa a ser uma necessidade constante, o que ocasiona uma mudança de foco da aprendizagem centrada no indivíduo para a colaborativa, na qual, além das habilidades tradicionalmente consideradas como essenciais, também passam a ser necessários o uso e o domínio da tecnologia, a capacidade de resolver problemas e de trabalhar em colaboração com criatividade. As pessoas se desenvolvem e aprendem mais quando estão inseridas num processo coletivo de aprendizagem. Nessa condição, elas compartilham significados e representações comuns, comunicam e discutem os seus pontos de vista, examinam e Questão reflexãopara 43 ? /228 aperfeiçoam as suas ideias e, ainda, podem estabelecer o diálogo acerca das questões colocadas, seja revisando, modificando ou contrapondo soluções e alternativas. Diante deste novo cenário de educação, é importante refletir que a busca pelo conhecimento deve integrar a recriação do significado das coisas, a colaboração, a discussão, a negociação e a solução de problemas. E para que isso ocorra, é necessária a existência da interação entre os indivíduos que buscam a construção deste conhecimento. A sociedade da informação requer hoje um professor que atue como mediador, facilitador, incentivador, desafiador e investigador. Ao mesmo tempo em que são autores, os alunos são coautores e constroem seu conhecimento por meio da exploração, navegação, comunicação e trocas. 44/228 Considerações Finais » As TIC aplicadas na educação, tais como o uso da informática, a utilização da internet, da multimídia e de outros recursos ligados às linguagens digitais de que atualmente se dispõe, estão cada vez mais presentes nas escolas para qualificar o processo educativo. » As TIC aplicadas à educação permitem as interações e a participação dos estudantes nos espaços colaborativos dos ambientes virtuais de aprendizagem e em sala da aula, nas formas oral ou escrita. » Uma prática docente, verdadeiramente mediadora, depende fundamentalmente dos meios tecnológicos, sem os quais se torna inviável o processo de interação. » A obtenção de resultados qualitativos no processo educacional escolar com o uso das TIC depende da forma como elas são introduzidas e utilizadas nesse processo. Unidade 2 • Ambiente virtual de aprendizagem: os novos espaços educacionais45/228 Referências ALMEIDA, M. E. B. Educação, projetos, tecnologia e conhecimento. São Paulo: Proem, 2001. MORAN, J. M. Ensino e Aprendizagem Inovadores com tecnologias. In: Informática na Educação: Teoria e Prática. PGIE – UFRGS. v.3. n. 1, setembro, 2000. P. 137-144 MORAN, J. M.; MASETTO, M.T. (orgs.); BEHRENS, M. A. (orgs.). Novas tecnologias e mediação pedagógica. 21ª ed. Campinas: Papirus, 2013. NEVADO, R. A. Ambientes virtuais que potencializam as relações de ensino-aprendizagem. Boletim Salto para o futuro. Rio de Janeiro: TV Escola, SEED-MEC, 2005. (Série Novas formas de aprender: comunidades de aprendizagem). PETERS, O. A Educação a Distância em transição. Rio Grande do Sul: Unisinos, 2003. SILVA, M. Internet na escola e inclusão. In: Ministério da Educação. Tecnologias na escola. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/2sf.pdf>. Acesso em: 2 nov. 2014. SILVA, M. Sala de aula interativa. 3. ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2002. TAJRA, S. F. Informática na Educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor na atualidade. São Paulo: Érica, 2012. 46/228 Aula 2 - Tema: Ambiente Virtual de Aprendizagem – Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/901bfa50175701c9b821824e732c4da2>. Aula 2 - Tema: Ambiente Virtual de Aprendizagem – Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 8f53539e0f74c0264ef6fd37c8510dd5>. Assista a suas aulas 47/228 1. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são recursos que auxiliam o professor no processo de ensino e aprendizagem, propiciando: a) mais entretenimento no modo de ensinar em sala de aula, para atrair os jovens. b) o compartilhamento de conhecimento de forma mais democrática, participativa, colaborativa e dinâmica. c) as atividades virtuais e individuais, sem mediação do docente, para que haja mais liberdade de pensamento e ação. d) liberdade no planejamento de aula pelo docente, sem preocupações preliminares quanto ao recurso a ser escolhido. e) a adequação do uso dos celulares e tablets durante as explicações do professor em sala de aula, em utilização de redes sociais e chats. Questão 1 48/228 2. Uma prática docente realmente mediadora depende dos meios tecno- lógicos, sem os quais se torna inviável o processo de interação. Portanto, é correto afirmar que: a) O uso dos recursos tecnológicos na educação deve desencorajar as mudanças tão necessárias para a revisão do processo ensino-aprendizagem na escola. b) O desenvolvimento desigual provocado pela concentração de poder e renda não tem relação com a exclusão digital. c) É totalmente possível o processo de interação tecnológica em ambientes educacionais que também sofrem pela falta de estrutura e acesso à internet. d) As TIC têm cada vez mais exigido a formação de um professor com capacidades de mediar a assimilação e construção de novos conhecimentos. e) Fatores socioeconômicos desencadeiam a exclusão digital por dificultar o acesso às tecnologias da informação e da comunicação, mas não afetam a escola. Questão 2 49/228 3. O desafio atual do professor na era digital é preparar atividades mais fo- cadas e interessantes, o que facilita a aprendizagem. Considerando o novo cenário com o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) em sala de aula, não se pode afirmar que: a) As redes podem se tornar ferramentas de interação e colaboração valiosas, desde que bem utilizadas. b) É possível tirar o melhor proveito das TIC para fins educacionais, visto que é uma ferramenta que interessa a todos. c) Não há como o professor saber quais são os interesses dos jovens para os quais planeja as aulas. d) Recursos de interação digitais permitem ao aluno a construção do seu próprio saber em colaboração com os seus pares e os professores. e) As redes sociais com fins educativos devem ser acompanhadas por mudanças nos modelos de ensino-aprendizagem. Questão 3 50/228 4. (IBMECRJ/2009 - adaptada) Considerando essa importante inovação tecnológica contemporânea, analise a informação: A integração econômi- ca global é facilitada pelo uso das mesmas técnicas, contudo, integrar não significa incluir a todos. Com base nas informações e em seus conhecimentos, escolha a alternativa que melhor explica a afirmativa apresentada. a) Ao mesmo tempo em que a internet facilita o processo de integração econômica global, é também responsável pela chamada exclusão digital, pois acentua a distância entre os usuários e aqueles que já viviam em situação de marginalidade econômica e social. b) A era da informação e da revolução científica prioriza a qualificação da mão de obra e a incorporação de novas habilidades, reconhecendo a diferença existente entre ricos e pobres. c) A velocidade da informação é o benefício apresentado pela internet para a globalização, pois reduz o espaço mundial a um espaço virtual, sem a necessidade de integrar a todos os internautas. Questão 4 51/228 d) A internacionalização da rede e a incorporação de centenas de milhões de usuários por todo o planeta excluem as diferenças culturais e econômicas devido à mundialização dos padrões de consumo. e) A internet dinamizou e tornou imediatas transações e negociações em escala mundial, evitando a exclusão digital pelas parcerias com empresas e investimentos em inovações tecnológicas. Questão 4 52/228 5. (FUNCAB/2012- adaptada) As TICs aplicadas na educação, tais como o uso da informática, a utilização da internet, da multimídia e de outros re- cursos ligados às linguagens digitais de que atualmente se dispõe, estão cada vez mais presentes nas escolas para qualificar o processo educativo. Sobre elas, é correto afirmar: a) Em nada ou muito pouco vêm colaborar para tornar o processo ensino-aprendizagem mais prazeroso, eficiente e de qualidade. b) A integração das novas tecnologias à educação deverá ocorrer de forma aleatória, sem o estabelecimento de objetivosespecíficos ou projetos próprios, pois o que importa é oferecer aos alunos o acesso ao computador. c) São usadas para substituir as técnicas e metodologias convencionais, como, por exemplo, o livro, o quadro de giz e o mimeógrafo. d) Os resultados serão favoráveis graças ao grande preparo da equipe docente para qualquer eventualidade, ao longo do processo ensino-aprendizagem. e) A obtenção de resultados qualitativos no processo educacional escolar com o uso dessas tecnologias depende da forma como elas são introduzidas e utilizadas nesse processo. Questão 5 53/228 Gabarito 1. Resposta: B. O emprego das tecnologias possibilita uma aula mais dinâmica e interativa, possibilitando um maior interesse do aluno em dialogar e aprender, de forma participativa e dinâmica. 2. Resposta: D. Antigamente o professor era o detentor do conhecimento, e com o emprego da tecnologia ele passou a um novo papel, o de mediador. Neste novo papel, o professor é o elo entre o conhecimento e o aluno, reforça o conceito de transformação, criação, colaboração e partilha de conteúdo, devendo instigar este último ao diálogo e à reconstrução do conhecimento. 3. Resposta: C. Por meio das redes sociais e dos ambientes virtuais de aprendizagem, o professor pode instigar os alunos na busca e discussão de conhecimentos, bem como acessar as áreas de interesse dos alunos para que possa trazer, por meio de planejamento, a associação entre o conteúdo das aulas e a realidade/interesses dos alunos. 4. Resposta: A. O desenvolvimento desigual provocado pela concentração de poder e renda é ainda mais radical quando olhamos pelo viés da exclusão digital, que distancia aqueles que 54/228 usam a tecnologia e se beneficiam dela no cotidiano, daqueles que não possuem acesso. 5. Resposta: E. O uso dos recursos tecnológicos na educação deve encorajar as mudanças tão necessárias para a revisão do processo ensino-aprendizagem na escola. Deve estimular professores e alunos a recriarem estratégias de uso das TICs em sala de aula para impulsionar ações que ressignifiquem qualitativamente o ensino. Gabarito 55/228 Unidade 3 Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital Objetivos » Reconhecer que o advento da internet, a disseminação das tecnologias digitais e a ascensão de um novo perfil de aluno vêm estimulando um repensar pedagógico. » Entender a abrangência, relevância, importância social e educacional da internet e dos recursos tecnológicos disponíveis. » Compreender a integração de diferentes tecnologias ao processo educacional e seus inúmeros benefícios. » Utilizar estratégias diferenciadas para um número crescente de pessoas que procuram por modelos alternativos de aprendizagem. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital56/228 Introdução Cada vez mais, assuntos que envolvem tecnologias nas escolas ganham mais espaço nos debates educacionais. Começa a ter corpo a ideia de que as instituições de ensino não podem mais ficar para trás, devendo estar inseridas em um mundo cada vez mais conectado, proporcionando a professores e alunos novas formas de ensino e aprendizagem. Dessa forma, emerge o entendimento de que os ensinamentos básicos da escola – escrever, ler e calcular – já não são mais suficientes para atender aos desafios do século 21. As exigências reais dos dias de hoje demandam, de alunos e de professores, colaboração, criatividade, inovação e empreendedorismo, e esses condicionantes tornaram-se tão importantes quanto os conteúdos mais básicos da escola. Para caminharmos nesse sentido, é essencial entendermos, aqui na disciplina, que é preciso levar a tecnologia digital para dentro das salas de aula como uma poderosa ferramenta a serviço do ensino-aprendizagem. Nesse contexto, o papel do professor é crucial. Assim como profissionais de outras áreas têm passado por processos de formação para aquisição de habilidades tecnológicas, professores precisam se apropriar das novas tecnologias para serem capazes de avaliar e utilizar as melhores estratégias pedagógicas. Mas então, que tecnologia é esta que está mexendo conosco e alterando a nossa rotina? Provavelmente, você pensa que é somente o computador. Mas, não! Na realidade, a grande Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital57/228 revolução tecnológica da nossa época é também o acesso à internet. Você já parou para pensar como vivíamos antes do advento desta tecnologia e como vivemos agora? Consegue se lembrar de mudanças tão significativas na sociedade? A capacidade de interação que nos é proporcionada pela internet é fantástica e mudou a maneira de nos relacionarmos com os outros e de enxergarmos o mundo que nos rodeia. Outro aspecto importante é entender a importância de criar oportunidades de uso de tecnologias digitais no processo ensino-aprendizagem, e qual o objetivo final da educação. Nas primeiras páginas dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) está descrito que o objetivo final do Ensino Médio é preparar o aluno para dar continuidade aos seus estudos, ingressar no mercado de trabalho e exercer sua cidadania. Se isto é fato, é preciso olhar para todos os graus de ensino e analisar se nossas estratégias têm sido eficazes. 1. A Tecnologia a Serviço do Homem O homem, desde os tempos mais remotos, tem a necessi dade de comunicar-se. Nesse sentido, a troca de informações, o registro de fatos e o expressar das ideias e emoções foram fatores que incentivaram a evolução das formas de comunicação. Por isso, atualmente, a comunicação faz-se cada vez mais presente em nos sas vidas. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital58/228 É por meio dos sentidos que os seres hu- manos conseguem obter informações e, assim, adquirem contato com o meio ambiente, possibilitando a transmissão e o recebimen to de mensagens. Quanto à troca de mensagens, esta permite ao homem formar uma teia social ou formular ideias coletivamente, desde as mais simples até as mais complexas. Inicialmente, sons e gestos eram utilizados para transmitir mensagens entre os homens, de maneira que, com o tempo, a fala, os símbolos gráficos e a escrita cumpriram esse papel. Temos de considerar, também, que a escrita ocupa um lugar especial na capacidade de comunicação humana, pois foi o primei ro método de comunicação assíncrono, além de ter possibilitado a perpetuação da história e do conhecimento por meio de livros e documentos redigidos. O aparecimento de novas tecnologias sempre implica mu danças na estrutura da sociedade, como ocorreu com o ato de escrever, o qual evoluiu desde a escrita cuneiforme, em tijolos ce râmicos, passando pela invenção do papel e todas as demais for mas de grafia. Entretanto, foi a invenção da prensa mecânica, por Gutemberg, que expandiu a capacidade da escrita em divulgar e perpetuar ideias, modificando o modo de pensar, de agir e de per ceber o mundo; com isso, iniciou- se, realmente, a democratização do conhecimento. Mas foi no início do século 20, com o Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital59/228 surgimento das várias tecnologias, que o homem pôde se comuni car a longa distância, de forma quase instantânea. O telégrafo com fio e o rádio são bons exemplos dessas inovações. Já a partir da década de 1940 surgiu a chamada Era da Informação, com o despontar da cibernética e, consequente- mente, de novas tecnologias, as quais permitiram uma comunica ção mais estruturada, rápida, efetiva e interativa. Nesse contexto podemos falar, inclusive, sobre o surgimento e a evolução do computador.Surgimento e evolução do computador A chegada dos computadores nas salas de aula brasileiras é recente. Porém, o desenvolvimento do equipamento para uso em pesquisas já soma décadas. O primeiro computador, chamado Z-1, que fazia uso de re lês, foi inventado em 1936 pelo alemão Konrad Zuse. Entretanto, o governo nazista subestimou o equipamento e não se interessou pela máquina. Avançando um pouco no tempo, chegamos à Segunda Guer ra Mundial. Nesse período, as pesquisas na área da eletrônica au mentaram e, em 1944, a Marinha americana, em conjunto com a Universidade de Harvard e a IBM, construiu Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital60/228 o MARK I. Tal equipa mento era um gigante eletromagnético, que ocupava 120 metros quadrados, tinha milhares de relês e, para realizar a multiplicação de um número de dez dígitos, demorava três segundos. Paralelamente, o Exército americano também desenvolvia o seu computador, com objetivo de calcular as trajetórias de mísseis com maior precisão. Inaugurado em fevereiro de 1946, batizado de ENIAC, utilizava apenas válvulas, era mil vezes mais rápido e tinha o dobro do tamanho do MARK I. Contudo, foi o matemático húngaro John von Neumann que formalizou, em 1945, o projeto lógico de um computador digital, e sugeriu a adoção do sistema binário em todos os computadores, bem como sugeriu que as instruções fossem armazenadas interna- mente na sequência correta de sua utilização. A primeira geração comercial de computadores chegou ao mercado em 1951, com o UNIVAC, e, posteriormente, com o IBM 701 e 704, além dos ingleses MADAM, SEC e APEC. Tais máquinas tinham um tamanho monstruoso e consumiam cerca de 14.000 Watts. Com a invenção do transistor, no final da década de 1950, chega a segunda geração de computadores, os quais pesavam em torno de 150 quilos e consumiam menos que 1.500 Watts. Alguns exem plos dessa geração são o IBM 1401, o BURROUGHS B 200 e o TRA DIC, do Bell Laboratories. Em seguida, surgiram os circuitos integrados, Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital61/228 apresentados pela Texas Instruments, em 1964, que trouxeram ao mundo os computadores de terceira geração. Diante disso, surgem conceitos como memória virtual, sistema operacional, multiprogramação e software; essa geração propiciou o surgimento dos microcomputadores ou computadores pessoais e mudou radicalmente a sociedade em que vivemos. Há alguns anos, por exemplo, não se imaginava a possibilidade da comu nicação online entre pessoas distantes fisicamente, nem o com partilhamento de informações por meio de envio de documentos e imagens. Com o avanço dos recursos tecnológicos, podemos nos comunicar com mais velocidade e de várias formas diferentes. Evolução da telecomunicação A era da telecomunicação foi iniciada em 1844, quando Sa muel Morse transmitiu a primeira mensagem por uma linha tele- gráfica entre Washington e Baltimore utilizando o Código Morse. A partir de então, a telegrafia foi o único meio de telecomunicação por mais de 30 anos. Até que, em 1876, Graham Bell apresentou ao mundo o te lefone. Tal invento revolucionou a maneira que a telecomunicação era feita, em primeiro lugar, por não necessitar da utilização de um código específico para isso, pois usava algo que já era de domínio das pessoas: a fala; e, em segundo lugar, por ocorrer sem a neces sidade de estações especiais para tal operação. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital62/228 Outro marco da evolução da telecomunicação foi a invenção do transmissor por ondas de rádio em 1895, por Guglielmo Mar coni. Obviamente, esse tipo de transmissão foi aproveitado para aprimorar o telégrafo e o telefone, tornando-os, em alguns casos, independentes de fios. Ademais, foi utilizado em diversas outras formas de telecomunicação, como o rádio, televisão, rádio de co municação, satélites etc. Com a corrida espacial, a telecomunicação ganhou um novo campo. Em 1957, o primeiro satélite foi posto em órbita pelos rus sos, de nome Sputnik, que transmitia um sinal de rádio em for ma de bips que podiam ser captados por receptores na Terra. Em 1962 entrou em operação o Telstar, o primeiro satélite dedicado à telecomunicação, que permitia a transferência de conversas tele fônicas, fotos e sinais de televisão. Atualmente, há uma classe de dispositivos dedicados a rea lizar a comunicação entre dispositivos eletrônicos, como computa dores pessoais, consoles de videogames, PDAs, celulares etc. Tais dispositivos podem se conectar por cabos e, também, por ondas de rádio sem o uso de fios (wireless). As tecnologias mais utilizadas para as conexões wireless são: • Bluetooth: Permite a transmis são de dados de forma simples a uma distância de até 100 metros, com velocidade de até 3Mbp/s. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital63/228 • Wifi: permite a conexão de dispositivos para a transmissão de dados a uma distância de até 100 metros. • Redes 3G e 4G: utilizadas pelo serviço móvel celular com ob jetivo de disponibilizar uma conexão para transmissão de dados em alta velocidade. Essas formas de transmissão nos trazem para uma nova realidade em telecomunicações: os podcasts. Esses arquivos de áudio podem ser acessados dos tablets, celulares e computadores, distribuídos via feed RSS, ou seja, enviados num formato de distribuição em tempo real pela internet. O usuário escolhe o assunto de seu interesse, assina o canal de notícias e recebe as atualizações permanentemente, como músicas, programas esportivos, culturais, opiniões, tudo gravado e sem precisar navegar ao site principal. O desenvolvimento da internet No final da década de 1950 e início da década de 1960, pes quisadores utilizaram linhas telefônicas para que computadores pudessem realizar troca de dados. Em resposta ao lançamento do satélite russo Sputnik, em 1957, foi criada, pelo Departamento de Defesa dos Estados Uni- dos, a Advanced Research Projects Agency (ARPA). Como alterna tiva a uma rede de Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital64/228 computadores centralizada no Pentágono, foi lançada, em 1969, a ARPANET, que interligava os departamentos de pesquisa da ARPA sem qualquer tipo de centralização. Pouco tempo depois, nas décadas de 1970 e de 1980, a AR PANET estendeu-se para fins militares, de maneira que apenas os pesquisadores que possuíam trabalhos relativos à defesa tinham autorização para se conectar à rede. Foi apenas na década de 1990 que o Departamento de Defesa permitiu que civis tivessem acesso à rede, que viria a ser denominada internet. Em 1995 havia seis milhões de computadores unidos permanentemente à rede. Desde então, termos como multimídia, hipertexto, telemática e hipermídia são frequentes em nosso cotidiano. O desenvolvimento tecnológico e a internet, de fato, revolucionaram a maneira como vivemos e enxergamos o mundo. Temos hoje um mundo globalizado e interconectado, onde as informações e o conhecimento estão apenas a um clique de nós. Na educação, para que o professor possa usar esses recursos em sua prática pedagógica, é preciso uma formação adequada e uma constante atualização. Essa situação implica não somente em dominar a tecnologia e suas possibilidades, mas uma reflexão profunda sobre o papel do professor nos novos tempos e na sociedade da informação. O número gigantesco de usuários fez que a internet tivesse os mais diversos Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologiae a inclusão digital65/228 propósitos: acesso à rede de pesquisa, a servi dores remotos de dados e a servidores de jogos, os quais foram algumas das primeiras aplicações da internet. Diversos outros serviços passaram a estar disponíveis pela internet em virtude da evolução da tecnologia, como os acessos a bancos de dados, educação a distância, transações bancárias, serviço de vendas (e-com merce), serviços de relacionamentos, entre outros. Atualmente, temos acesso a essas tecnologias, como a produção colaborativa de conteúdo, a aprendizagem eletrônica (e -learning), que tem exigido a inserção do computador no processo de ensino- aprendizagem em todos os níveis e modalidades educacionais. Outro fator que contribuiu com o crescimento da inter net é o seu potencial para uso nos negócios, podendo agilizar pro cessos ou reduzir os custos de comunicação. Nesse contexto, uma das áreas mais exploradas é a realização de transações comerciais via web, a qual é denominada comércio eletrônico, ou e-commer ce. Existem vários exemplos na internet de empresas que tiveram sucesso em suas operações online. No Brasil, temos o caso da Americanas.com, que possui lojas físicas, e do Submarino, que não tem. Mas é a Amazon.com o maior caso internacional de sucesso, que iniciou suas operações como uma livraria. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital66/228 Educação a Distância (EaD ) Estamos vivenciando de modo efetivo algo que você está, neste momento, reali zando: a educação a distância. As novas Tecnologias da Informação e Comunicação têm ocupado vários papéis na sociedade atual. Ao ensino, elas têm propiciado grandes avanços, desde a automatização de tarefas ad ministrativas até o apoio ao processo de aprendizagem. A junção das novas tecnologias multimídias com as possibilidades ofereci das pelas telecomunicações e a internet tem revolucionado a for ma como o conhecimento é disseminado na sociedade, especial mente com a Educação a Distância (EaD). Apesar do grande destaque que a EaD tem recebido ultima mente, ela não é uma atividade nova. O esforço de levar conheci- mento a pessoas distantes é realizado há muito tempo, tanto que alguns se confundem com o aparecimento da própria escrita. Tais esforços sempre foram potencializados com a evolução dos meios de comunicação, como, por exemplo, a imprensa, e da telecomu nicação, como o rádio, a televisão e, recentemente, a internet. O desenvolvimento tecnológico aplicado ao campo da comunicação e da informação provocou mudanças na evolução da EaD. Essa evolução tecnológica da qual a EaD faz parte pode ser dividida em fases cronológicas. A primeira ocorreu Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital67/228 até a década de 1960; foi chamada de geração textual e utilizava somente textos impressos enviados pelos Correios. A segunda ocorreu entre as décadas de 1960 e 1980; foi chamada de geração analógica e utilizou como suporte textos impressos complementados por recursos tecnológicos audiovisuais; e a terceira, e atual, é a geração digital; utiliza o suporte de recursos tecnológicos modernos, tais como as tecnologias de informação e comunicação e de fácil acesso à internet e a bancos de dados. Nesse contexto, a informática, representada pelos mais diferentes recursos de tecnologia, foi aos poucos sendo incorporada na educação, de tal forma que hoje ninguém consegue imaginar nenhum processo de desenvolvimento cognitivo sem o apoio dela. A integração de diferentes tecnologias ao processo educacional trouxe inúmeros benefícios, tais como a agilidade de acesso às informações, a flexibilidade de ensino e aprendizagem, a possibilidade de simular um ambiente educacional contextualizado, próximo à realidade profissional e pessoal do aluno. A EaD permite oportunidades de educação que utilizam estratégias diferenciadas para um número crescente de pessoas que procuram por modelos alternativos, e isto permite que as pessoas possam adquirir, atualizar ou complementar seu conhecimento pessoal ou profissional. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital68/228 Tecnologia Educacional Quando se fala em tecnologia educacional, automaticamente associa-se com atividades que envolvam computadores e softwares, ou seja, a informática auxiliando o processo de ensino-aprendizagem em ambientes de aprendizagem. Mas será que tecnologia educacional se resume a isso? Um livro-texto é considerado uma “tecnologia educacional”; a lousa, o giz, todos o são; enfim, se empregarmos o conceito específico de tecnologia, notaremos que, especificamente no contexto educacional, utilizamos muitas tecnologias para facilitar tanto o processo de ensino quanto de aprendizagem. A experiência de implantação do uso da tecnologia em escolas, tanto particulares como públicas, já nos mostrou que não basta ter computadores em salas de aula ou laboratórios, internet, softwares, projetores multimídia, livros apostilas, se esses recursos não forem utilizados para produzir conhecimento. Por mais versátil que essas ferramentas possam parecer à primeira vista, é preciso algo mais para que se produzam ganhos significativos nos processos educacionais contando com tais recursos. Considerando esse contexto, a afirmação de Levy (2008, p. 161) é muito relevante: Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital69/228 (...) As novas tecnologias da comunicação e da informação transformam o conceito de conhecimento. O adquirir de competências torna-se um processo contínuo e múltiplo, em suas fontes, em suas vias de acesso, em suas formas. Um autêntico universo oceânico de informações alimenta o fluxo incessante de construções possíveis de novos saberes. Nessa perspectiva, a tecnologia sempre esteve presente nos contextos educacionais, seja pelo uso do quadro-negro, do livro didático ou da televisão. No início, a impressão de um livro era tida como uma ação que utilizava “modernas tecnologias”; entretanto, com o passar do tempo, fomos acostumando-nos a várias tecnologias, a ponto dessa palavra, hoje, ser usada quase que exclusivamente para softwares, hardwares, realidade virtual, internet, mídias etc. A mídia, como a origem da palavra sugere: meios, é algo que se coloca entre, no mínimo, dois participantes da dinâmica educacional: aluno-professor, aluno-aluno, professor-aluno, dentre outras possibilidades de configuração. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital70/228 A mídia não é só a mensagem. Toda mídia, como meio que se interpõe e viabiliza a interação entre pessoas participantes de um processo educacional, não é o agente criativo; ela pode carregar mensagens em informações, mas, por si só, é incapaz de produzir conhecimento, pronto para ser oferecido. A Informática aplicada à edu- cação Pierre Levy fez uma constatação muito importante sobre o computador, pois ele é incompleto sem, principalmente, o homem ao seu comando, “o computador não é o centro, mas um pedaço, um fragmento da trama, um componente incompleto de uma rede calculadora universal” (LEVY, 1996, p. 47). O uso de tecnologias cada vez mais avançadas tem exigido das instituições educacionais uma revisão de seus conceitos, de seus métodos, de seus recursos. Com a missão de preparar os jovens que estão sob sua responsabilidade para exercer plenamente a cidadania num mercado cada vez mais competitivo, nenhuma instituição pode fechar os olhos para as grandes mudanças que se anunciam para aqueles que têm o domínio tecnológico, tampouco pode se eximirde refletir sobre o significado da adoção destas novas tecnologias em seus projetos pedagógicos. A descoberta de novas formas de ensinar Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital71/228 e aprender por meio da informática é um desafio extremamente motivador, que implica e que demanda trabalhos de investigação voltados para a produção de meios e materiais que possibilitem também a teorização a respeito de sua aplicação em relações mediadas por esta tecnologia. Direito autoral e o Domínio Público Antes da internet não era comum ouvirmos falar sobre direitos autorais. Era uma área do conhecimento geralmente restrita aos especialistas jurídicos que se interessavam pelo assunto. Porém, a sociedade digital trouxe consigo uma realidade muito mais participativa e colaborativa. Hoje, o internauta usa da tecnologia e da internet para ser consumidor de informação e autor/ produtor de informação. E, por isso, deseja ter a liberdade de criação, mas também a garantia de proteção sobre a sua obra. Mas precisamos entender o que é isso. Direitos Autorais são os direitos que um autor tem por ter criado uma obra. E pode ser de dois tipos: moral e patrimonial. A ideia, por si só, não há como ser protegida, a não ser que materializada. Os direitos morais não podem ser vendidos e nem o autor pode abrir mão deles. Um exemplo foi na Grécia antiga, onde era comum o autor vender a autoria de sua peça. Uma pessoa escrevia a peça teatral Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital72/228 e a vendia para outra pessoa; assim, essa pessoa passaria a assinar como autora da obra. Os direitos patrimoniais, por sua vez, se relacionam essencialmente com a exploração econômica da obra, ou seja, a condição de autor não pode ser vendida, mas a obra pode e a venda da obra implica a venda também dos direitos de explorá- la comercialmente. Outra frase comum que sempre ouvimos é “Ah! Esse livro caiu em domínio público!” Mas, o que é isso mesmo? Domínio Público é uma situação jurídica na qual se encontra uma obra cujo prazo de proteção expirou ou uma oba de um autor falecido que não deixou herdeiros ou uma obra de um autor desconhecido. A regra geral para o domínio público tem como prazo de proteção da obra 70 anos a partir de 1° de janeiro do ano seguinte ao do falecimento do autor. Porém, a obra cairá imediatamente em domínio público após o falecimento do autor, caso ele não tenha sucessores. Isso nos leva a pensar em outro assunto: o plágio na educação. Principalmente em sala de aula, onde a construção do conhecimento é diária, precisamos nos atentar sobre o assunto. Muitas vezes, buscamos inspiração ou referências em outros trabalhos, como, por exemplo, numa pesquisa na internet. Isso é comum e não há qualquer problema. Porém, é importante que essa inspiração não leve ao plágio, ou seja, a cópia idêntica Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital73/228 da obra pesquisada. Isso vale para a internet, mas também para livros, revistas etc. Ou seja, não podemos copiar o que outra pessoa criou sem que esse material original seja citado. A obra pode ser alterada se for de domínio público, como vimos anteriormente. Mas, se esse conteúdo for protegido, não podemos copiá-lo, pois estaríamos infringindo os direitos do autor. Quer um exemplo? Um trabalho de escola não pode ser copiado da internet. Sabe por quê? Além da questão do desenvolvimento do aluno, é importante saber que a cópia simples, sem a referência da origem da informação, não é legal. Como não dá para pedir autorização na hora do trabalho para o autor daquelas informações que nos interessam, podemos aproveitar o direito de citação ou referência. É simples: você pode utilizar as informações no seu trabalho, seja copiando um trecho contínuo ou parafraseando, mas deve colocar quem é o autor daquela informação. Tomando esse cuidado, você estará respeitando a lei do Direito Autoral e facilitando o entendimento do seu trabalho. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital74/228 Link Acompanhe o vídeo, da TV Escola, sobre a evolução da internet e a influência da WWW (World Wide Web ou, em português, “Rede de Alcance Mundial”) em nossas vidas. Bits e bytes: Que mundo é esse? - Redes e internet. TV Escola. 2011. Disponível em: <http://tvescola.mec.gov.br/tve/video?idItem=500>. Acesso em 11 jun. 2015. Um exemplo do uso do podcast na educação é o canal da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Ouça as notícias em tempo real! Disponível em: <http://www.educacao.sp.gov.br/podcasts>. Acesso em: 12 jun. 2015. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital75/228 Link Leia o texto do professor Hugo Assmann entitulado “A metamorfose do aprender na sociedade da informação”, que comenta sobre a influência significativa das novas tecnologias da informação e da comunicação. ASSMANN, Hugo. A metamorfose do aprender na sociedade da informação. Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 2, p. 7-15, maio/ago. 2000. Disponível em: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?pid=S0100-19652000000200002&script=sci_arttext>. Acesso em: 11 jun. 2015. Para saber mais Que tal conhecer, cronologicamente, a evolução da internet? A Discovery Brasil disponibiliza o website que traz esses dados detalhadamente. Disponível em: <www.discoverybrasil.com/internet/ interactivo.shtml>. Acesso em: 12 jun. 2015. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital76/228 Para saber mais O livro Tecnologias Digitais na Educação está disponível no Scielo Books, no endereço <http://books. scielo.org/id/6pdyn> e apresenta uma seleção de artigos que são resultado das monografias de um curso de Especialização em Novas Tecnologias na Educação. Acesso em: 11 jun. 2015. O filósofo Pierre Levy fala sobre a educação na atualidade. O vídeo faz parte da série de quatro documentários “Pierre Levy – As formas de saber” - produzidos pelo SESCTV. Assista em: <http://www. youtube.com/watch?v=3PoGmCuG_kc>. Acesso em: 11 jun. 2015. Unidade 3 • Uso de diversos recursos tecnológicos: a tecnologia e a inclusão digital77/228 Glossário Assíncrono: que não mantém sincronia. Cidadania: A cidadania (do latim, civitas, “cidade”), em Direito, é a condição da pessoa natural que, como membro de um Estado, encontra-se no gozo dos direitos que lhe permitem participar da vida política. Cibernética: ciência que tem por objeto o estudo comparativo dos sistemas e mecanismos de controle automático, regulação e comunicação nos seres vivos e nas máquinas. Habilidade: qualidade ou característica de quem é hábil. Hipermídia: é a reunião dos conceitos de não linearidade, como hipertexto, interface e multimídia, numa só linguagem. Hipertexto: sistema que contém referências internas, que são os hiperlinks ou links, e nos levam para outros documentos. Telemática: integração de recursos da Informática e da Telecomunicação. Questão reflexão ? para 78/228 Sabemos que as tecnologias digitais demandam de nós, professores, novas competências. A adequada integração destes recursos nas práticas pedagógicas dependerá de nossa habilidade em estruturar o ambiente de aprendizagem de modo não tradicional; em fundir as novas tecnologias com uma nova pedagogia; em desenvolver turmas socialmente ativas; em incentivar a interação cooperativa, o aprendizado colaborativo e o trabalho em equipe. Para tanto, é necessário desenvolver um conjunto pertinente de habilidades de gestão da sala de aula. As principais capacidades do futuro incluem a capacidade
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