Buscar

8675100-lei-n-8-112-1990

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 172 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 172 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 172 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

regime jurídico
INSS
Lei n. 8.112/1990
Livro Eletrônico
DIOGO SURDI
Diogo Surdi é formado em Administração Pública 
e é professor de Direito Administrativo em 
concursos públicos, tendo sido aprovado para 
vários cargos, dentre os quais se destacam: 
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil 
(2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), 
Analista Tributário da Receita Federal do Brasil 
(2012) e Técnico Judiciário dos seguintes 
órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-
MS e MPU.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
SUMÁRIO
Lei n. 8.112/1990 – Estatuto dos Servidores Públicos da União ...............................6
1. Abrangência e linha do tempo .........................................................................6
1.1. Concurso público .........................................................................................8
1.2. Provimento ...............................................................................................11
1.3. Posse .......................................................................................................20
1.4. Exercício ...................................................................................................24
1.5. Estágio probatório ..................................................................................... 26
1.6. Estabilidade ..............................................................................................28
1.7. Vacância ...................................................................................................30
2. Remoção, redistribuição e substituição ........................................................... 34
2.1. Remoção ..................................................................................................34
2.2. Redistribuição ...........................................................................................39
2.3. Substituição ..............................................................................................41
3. Direitos e vantagens .....................................................................................43
3.1. Vencimento e remuneração ........................................................................ 43
3.2. Indenizações.............................................................................................47
3.2.1. Ajuda de custo .......................................................................................48
3.2.2. Diárias ..................................................................................................49
3.3.3. Transporte .............................................................................................50
3.2.4. Auxílio-moradia ...................................................................................... 51
3.3. Gratificações e adicionais ........................................................................... 53
3.3.1. Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento ..... 53
3.3.2. Gratificação natalina ............................................................................... 54
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
3.3.3. Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas ........ 55
3.3.4. Adicional pela prestação de serviço extraordinário ...................................... 56
3.3.5. Adicional noturno.................................................................................... 56
3.3.6. Adicional de férias .................................................................................. 57
3.3.7. Gratificação por encargo de curso ou concurso........................................... 57
3.4. Férias .......................................................................................................58
3.5. Licenças ...................................................................................................61
3.5.1. Licença por motivo de doença em pessoa da família ................................... 62
3.5.2. Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro ................. 62
3.5.3. Licença para o serviço militar ................................................................... 63
3.5.4. Licença para atividade política .................................................................. 63
3.5.5. Licença para capacitação ......................................................................... 64
3.5.6. Licença para tratar de interesses particulares............................................. 65
3.5.7. Licença para desempenho de mandato classista ......................................... 65
3.5.8. Licença para tratamento de saúde ............................................................ 66
3.5.9. Licença à gestante, à adotante e paternidade ............................................ 66
3.5.10. Licença por acidente em serviço ............................................................. 69
3.6. Afastamentos ............................................................................................69
3.7. Concessões...............................................................................................71
3.8. Direito de petição ......................................................................................72
4. Regime disciplinar ........................................................................................ 74
4.1. Deveres ..................................................................................................75
4.2. Proibições .................................................................................................76
4.2.1. Infrações puníveis com advertência .......................................................... 77
4.2.2. Infrações puníveis com suspensão ............................................................ 78
4.2.3. Infrações puníveis com demissão ............................................................. 80
4.3. Acumulação de cargos ...............................................................................82
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
5 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
4.4. Responsabilidades ..................................................................................... 84
4.5. Penalidades ..............................................................................................87
4.5.1. Prescrição ..............................................................................................90
4.5.2. Autoridades competentes para aplicação das penalidades ........................... 92
5. Processo administrativo disciplinar ................................................................. 93
6. Seguridade social do servidor ...................................................................... 102
6.1. Beneficiários ........................................................................................... 102
6.2. Benefícios............................................................................................... 104
6.2.1. Aposentadoria ...................................................................................... 105
6.2.2. Auxílio-natalidade ................................................................................. 107
6.2.3. Salário família ...................................................................................... 107
6.2.4. Pensão ................................................................................................ 108
6.2.5. Auxílio-funeral ...................................................................................... 114
6.2.6. Auxílio-reclusão .................................................................................... 114
7. O servidor como agente de desenvolvimento social ........................................ 115
7.1. As fases da administração pública ............................................................. 115
7.1.1. Administração patrimonial ..................................................................... 115
7.1.2. Administração burocrática ..................................................................... 115
7.1.3. Administração gerencial ........................................................................ 116
7.2. A importância do servidor público .............................................................. 118
8. Qualidade de vida no trabalho ..................................................................... 120
Resumo ........................................................................................................ 125
Questões de Concurso .................................................................................... 136
Gabarito ....................................................................................................... 148
Gabarito Comentado ...................................................................................... 149
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
6 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Olá! Tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos todos os detalhes sobre a Lei n. 8.112/1990, 
norma que estabelece o Estatuto dos Servidores Públicos da União.
Grande abraço e boa aula!
Diogo
LEI N. 8.112/1990 – ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
DA UNIÃO
1. Abrangência e linha do tempo
A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis 
da União, das autarquias federais (inclusive as em regime especial) e das 
fundações públicas federais. É por meio das disposições da mencionada lei que 
os servidores federais estatutários encontram todos os direitos e garantias a eles 
conferidos, bem como os requisitos para o seu exercício. 
No entanto, as disposições da Lei n. 8.112/1990 não se aplicam a todos os 
agentes públicos, mas sim apenas aos servidores públicos civis federais, o que 
implica dizer que os empregados públicos federais, regidos pela CLT, não estão 
compreendidos dentro do campo de atuação do estatuto federal. 
Da mesma forma, a norma não se aplica aos servidores públicos estatutários 
dos demais entes federativos, tal como os Estados e os Municípios. Ainda que estes 
servidores sejam regidos por um estatuto, caberá ao respectivo ente federativo, 
por meio de lei, a sua edição.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
7 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
A Lei n. 8.112/1990 é aplicada A Lei n. 8.112/1990 não é aplicada
Aos servidores estatutários da administração 
direta federal
Aos empregados públicos federais, que 
são regidos pelas disposições da CLT
Aos servidores das autarquias (inclusive as em 
regime especial) federais
Aos servidores públicos dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios
Aos servidores das fundações públicas federais Aos militares
1. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MS/CONTABILIDADE/2013) A Lei n. 
8.112/1990 aplica-se
a) aos servidores públicos das empresas públicas.
b) aos servidores públicos das autarquias.
c) aos servidores temporários.
d) aos servidores públicos efetivos do Distrito Federal.
e) aos servidores públicos militares.
Letra b.
As disposições da Lei n. 8.112/1990 aplicam-se aos servidores da União, das autar-
quias e das fundações públicas federais.
A linha do tempo do serviço público é uma forma de compreendermos todo 
o processo de ingresso, desenvolvimento e saída de um respectivo servidor no ser-
viço público. Por meio de sua análise, será possível ter uma visão global de todas as 
etapas, facilitando a compreensão dos diversos institutos aos quais os servidores 
federais estão sujeitos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
8 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Dessa forma, a linha do tempo do serviço público compreende, basicamente, as 
seguintes fases: a) concurso, b) provimento, c) posse, d) exercício, e) está-
gio probatório, f) estabilidade e g) vacância. 
1.1. Concurso público
O concurso público é a forma objetiva de selecionar servidores, priman-
do pelo princípio da impessoalidade e assegurando igualdade de condições a todos 
os candidatos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
9 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
No entanto, não é de qualquer forma que tal processo pode ser realizado. Caso 
assim o fosse, seria muito fácil para administradores mal-intencionados fraudar as 
regras previstas e conceder certos favorecimentos para determinados candidatos, 
desrespeitando gravemente a impessoalidade, princípio basilar de toda a atividade 
administrativa. 
Por isso mesmo é que a Lei n. 8.112/1990 se preocupou em estabelecer di-
versas regras a serem observadas pela administração pública quanto à realização 
de concurso público. Tais regras, salienta-se, devem observar as disposições 
constitucionais sobre a forma de realização dos concursos públicos, dispo-
sições estas de observância obrigatória para toda a administração pública.
Em seus artigos 11 e 12, a Lei n. 8.112/1990 assim estabelece:
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado 
em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de 
carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, 
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expres-
samente previstas.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser pror-
rogado uma única vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados 
em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande 
circulação.
§ 2º Não se abriránovo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso 
anterior com prazo de validade não expirado.
Perceba que o concurso público poderá ser de provas ou de provas e títulos, 
mas nunca, para os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990, poderá ser exclusi-
vamente de títulos.
Da mesma forma, o concurso terá validade de até dois anos, e a sua prorroga-
ção, que poderá ocorrer uma única vez, deverá ser pelo mesmo prazo inicialmente 
previsto para a validade do certame.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
10 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Aprendendo na Prática
Poderá a administração, por exemplo, realizar concurso com prazo de validade de 
1 ano, estabelecendo no edital que o prazo ali estabelecido poderá ser prorrogado 
uma única vez, por igual período.
Assim, vencido o prazo do concurso, pode a administração (trata-se de uma facul-
dade) prorrogar a validade do mesmo por mais 1 ano ou realizar um novo concurso.
E poderá a administração publicar edital de concurso com o prazo de vali-
dade de 2 anos, improrrogáveis?
Perfeitamente, pois nenhuma regra foi desrespeitada. O que houve apenas foi que 
a administração, discricionariamente, optou por não estabelecer a possibilidade de 
prorrogação.
E se fosse publicado um edital com prazo de 1 ano, estabelecendo a possi-
bilidade de prorrogação por 3 vezes e estando, por isso mesmo, com prazo 
total inferior a 4 anos, seria válido?
Ainda que o prazo total de 4 anos não tenha sido superado (2 + 2), foi desrespeita-
da a regra de uma única prorrogação, devendo o edital ser considerado nulo neste 
aspecto.
E se tivemos um edital regulamentando um concurso e estabelecendo como 
prazo de validade 2 anos, com a possibilidade de prorrogação por 1 ano, 
estaria a administração, nesta situação, respeitando a Lei n. 8.112/1990? 
Aqui, temos uma situação interessante: uma única prorrogação e o prazo total res-
peitado. No entanto, além dessas regras, não podemos nos esquecer de que a pror-
rogação, em todos os casos, deve ser pelo mesmo período inicialmente previsto no 
edital: 1 ano + 1 ano, 2 anos + 2 anos, 6 meses + 6 meses.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
11 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
1.2. Provimento
Realizado o concurso, é o momento de a administração chamar os candidatos 
aprovados. Tal como ocorre com o prazo de validade, uma série de regras devem 
ser estabelecidas pela respectiva administração.
Dessa forma, o provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da auto-
ridade competente de cada Poder, que deverá observar, conforme as regras esta-
belecidas no edital, um limite mínimo de provimentos para as pessoas portadoras 
de deficiência. 
Tal limite, atualmente, é de até 20% das vagas oferecidas no concurso.
Situação interessante ocorre com a possibilidade de os estrangeiros ocuparem 
cargos públicos. Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 19, o artigo 
37, I, da Constituição Federal, passou a vigorar da seguinte forma:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que pre-
encham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na 
forma da lei.
Trata-se o inciso em questão de uma norma constitucional de eficácia limitada, 
carecendo de regulamentação para que possa produzir efeitos jurídicos. 
No âmbito federal, coube à Lei n. 8.112/1990 estabelecer, em seu artigo 5º, § 
3º, as situações em que os estrangeiros poderão ocupar cargos públicos.
As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão 
prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo 
com as normas e os procedimentos desta Lei.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
12 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Claramente se percebe que o objetivo da norma federal foi incentivar a pes-
quisa e o desenvolvimento tecnológico nacional, possibilitando que profissionais 
qualificados de outros países venham incrementar o desenvolvimento nacional em 
determinadas áreas.
A Lei n. 8.112/1990 estabelece diversas formas de provimento de cargo público, 
sendo elas a nomeação, a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamento, 
a reintegração e a recondução. 
Destas, apenas a nomeação é considerada forma originária de provi-
mento, sendo que todas as demais são classificadas como forma de provimento 
derivadas. 
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, as formas de provimento deri-
vado previstas no estatuto federal podem ser classificadas em vertical, horizon-
tal ou por reingresso. 
Nessa classificação, a forma de provimento derivado vertical seria aquela 
em que o servidor, já atuando na administração pública, passa para um cargo de 
nível mais elevado na carreira. Trata-se, em nosso ordenamento, da promoção.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
13 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
O provimento derivado horizontal, por sua vez, ocorre quando o servidor 
não ascende nem é rebaixado profissionalmente, mas sim posicionado em um car-
go com as mesmas atribuições e responsabilidades do anteriormente ocupado. Das 
hipóteses da Lei n. 8.112/1990, apenas a readaptação se enquadra em tal clas-
sificação.
Por fim, temos as formas de provimento derivado por reingresso, que são 
aquelas em que o servidor retorna para o serviço público após ter sido dele desliga-
do. São classificadas nessa categoria a reversão, a recondução, a reintegração 
e o aproveitamento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
14 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Como forma de facilitar a compreensão das formas de provimento previstas na 
Lei n. 8.112/1990, veremos cada uma delas por meio dos gráficos a seguir:
Nomeação
Trata-se a nomeação do modo clássico de prover o servidor no cargo público, 
podendo ocorrer tanto para os cargos efetivos quanto para os cargos em comis-
são. 
No caso dos cargos efetivos, também chamados de cargo isolado de provimento 
efetivo ou cargo de carreira, a nomeação, necessariamente, precisa de 
aprovação em concurso público anteriormente realizado.
Para os cargos em comissão,uma vez que são considerados como de livre 
nomeação e exoneração, tal característica nem sempre está presente. 
E isso ocorre porque os cargos em comissão são destinados às funções de dire-
ção, chefia e assessoramento, podendo, por isso mesmo, serem livremente esco-
lhidos pela autoridade nomeante, que pode optar por provê-los com um servidor 
de carreira ou com uma pessoa até então estranha aos quadros funcionais do 
serviço público. 
Promoção
A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito 
da mesma carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo de classe 
mais baixa e o provimento no cargo de classe mais alta. 
Como resultado, tem-se que ocorre simultaneamente uma vacância e um provi-
mento, não gerando saldo a ser reposto pela administração.
Vejamos o seguinte exemplo: no âmbito do Poder Judiciário, os cargos são estru-
turados em três classes, sendo elas denominadas de A, B e C. Cada uma destas 
classes é subdividida em padrões, de forma que o servidor, ao entrar em exercí-
cio, ocupa a classe inicial A e o padrão inicial 1.
Após o período de 1 ano de efeito exercício, o servidor passa para o padrão sub-
sequente, permanecendo, contudo, na mesma classe. 
No nosso caso, o servidor passou de A1 para A2. Ao chegar ao último padrão da 
classe a que pertence, no entanto, temos a passagem de uma classe para outra 
da carreira, oportunidade em que ocorre a promoção. 
Com ela, o servidor, que até então ocupava a classe A, passa a ocupar a classe B.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
15 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Readaptação
A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua 
capacidade física ou mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o caso 
de aposentadoria.
Como exemplo, podemos citar um acidente no qual o servidor ficou impossibi-
litado de digitar. Se anteriormente tal servidor era responsável pela confecção 
das intimações e citações no órgão em que atuava, não há, com a limitação 
ocorrida, a possibilidade de o servidor continuar exercendo tais atividades.
Mas perceba que o servidor não está impossibilitado para o serviço público, 
podendo perfeitamente exercer atividades que não exijam o esforço repeti-
tivo de digitação.
Nessa situação, a administração coloca o servidor em um cargo compatível 
com a limitação sofrida. No entanto, para que isso seja possível, devem ser 
observadas algumas características, conforme estabelece o artigo 24, § 2º, 
da Lei n. 8.112/1990:
A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respei-
tada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de 
vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor 
exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
Caso o servidor seja considerado incapaz para o serviço público, ocorrerá 
a aposentadoria do respectivo agente público. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
16 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Reversão
Reversão é o retorno à atividade do servidor anteriormente aposentado, desde 
que atendidas as regras estabelecidas pelo Poder Executivo e desde que o servi-
dor não tenha atingido a idade de 70 anos.
Tal forma de provimento pode ocorrer de duas formas:
1) Por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os moti-
vos da aposentadoria.
2) No interesse da administração, desde que, neste caso, o servidor obedeça 
a uma série de regras:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; 
c) estável quando na atividade; 
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; 
e) haja cargo vago.
Como não poderia deixar de ser, a reversão será feita para o mesmo cargo ante-
riormente ocupado pelo servidor, ou então para o cargo resultante de uma pos-
sível transformação.
Com a reversão, o servidor volta a receber a remuneração que anteriormente 
recebia, com todas as vantagens de caráter pessoal eventualmente existentes.
No caso de reversão por invalidez, tendo a junta médica declarado que os moti-
vos alegados pelo servidor, para aposentar-se, são insubsistentes, deverá ele 
retornar para o serviço público ainda que não haja cargo vago, em plena sintonia 
com o princípio da indisponibilidade do interesse público. 
Nessa situação, deverá o servidor exercer suas atribuições como exce-
dente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
17 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Aproveitamento
O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela admi-
nistração pública, para que o servidor público em disponibilidade 
volte a exercer suas atividades. 
Tal forma de provimento encontra previsão no artigo 30 da Lei n. 
8.112/1990, que assim dispõe: 
O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á 
mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições 
e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Não entrando em exercício no prazo legal, a disponibilidade será cassada 
e o respectivo aproveitamento será tornado sem efeito.
Recondução
Recondução é a forma de provimento em que ocorre o retorno do servidor ao 
cargo anteriormente ocupado. 
Duas são as situações, de acordo com o artigo 29 da Lei n. 8.112/1990, que 
ensejam a recondução do servidor, sendo que ambas decorrem da estabili-
dade por ele alcançada no serviço público. 
Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente 
ocupado e decorrerá de: I – inabilitação em estágio probatório 
relativo a outro cargo; II – reintegração do anterior ocupante.
Em ambas as situações apresentadas, o servidor público federal já é estável no 
serviço público, de forma que uma possível inabilitação em estágio probatório 
relativo a outro concurso por ele prestado não possui o efeito, por si só, de 
acarretar a exoneração do servidor. 
Da mesma forma, caso ele passe a exercer as atribuições de um cargo até 
então ocupado por um servidor demitido, e este, posteriormente, consiga 
anular a sua demissão na justiça, sendo reintegrado ao cargo que ocupava, 
não poderá o servidor estável ser exonerado, devendo ser reconduzido ao 
cargo em que adquiriu a estabilidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
18 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Ressalta-se que a possibilidade de recondução não é um direito extensí-
vel, por analogia, aos servidores estatutários das demais esferas federati-
vas. Dessa forma, para que a recondução seja possível, deverão os entes estabele-
cer tal previsão nos respectivos estatutos funcionais de seus servidores, conforme 
entendeu o STJ no julgamento do RMS n. 46.438, realizado em 2015:
Jurisprudência para Concursos
Não é possível a aplicação, por analogia, do instituto da recondução previsto no art.29, 
I, da Lei n. 8.112/1990 a servidor público estadual na hipótese em que o ordenamento 
jurídico do estado for omisso acerca desse direito. Isso porque a analogia das legis-
lações estaduais e municipais com a Lei n. 8.112/1990 somente é possível se houver 
omissão no tocante a direito de cunho constitucional autoaplicável que seria necessário 
para suprir a omissão da legislação estadual, bem como que a situação não dê azo ao 
aumento de gastos.
Reintegração
A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido 
ao cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua trans-
formação, com ressarcimento de todas as vantagens. 
Para isso, a demissão deverá ter sido invalidada por decisão administrativa 
ou judicial. 
Grande controvérsia reside nos efeitos da reintegração para o servidor even-
tualmente ocupante da vaga decorrente de demissão. 
Isso porque a Lei n. 8.112/1990 determina que 
encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será 
reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou 
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. 
Vejamos: um servidor X é demitido e entra com uma ação judicial de reinte-
gração. A administração pública nomeia o servidor Y para o cargo vago, que 
passa a exercer normalmente suas atribuições.
Posteriormente, o servidor X ganha na justiça o direito de ser reintegrado 
com todas as vantagens. 
E o que acontece com o servidor Y, caso este ainda não seja estável 
e, por isso mesmo, não possa ser reconduzido ou posto em disponi-
bilidade?
Durante muito tempo, a doutrina chegou a afirmar que caberia a cada ente 
federativo disciplinar os efeitos desta situação, sendo que diversas Constituições 
Estaduais e Leis Orgânicas afirmavam que o servidor deveria ser exonerado.
Nos dias atuais, percebe-se que a possibilidade de exoneração não é viável, 
haja vista que o novo servidor é um terceiro de boa-fé que não pode ser 
prejudicado por atos anteriores da administração. 
Dessa forma, em caso de reintegração, o eventual servidor não estável deverá 
ser mantido como excedente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
19 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
2. (CESPE/CONTADOR/FUB/2015) Maria, servidora pública federal estável, in-
tegrante de comissão de licitação de determinado órgão público do Poder Exe-
cutivo federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo, vantagem econômi-
ca indevida para que favorecesse determinada empresa em um procedimento 
licitatório. Após o curso regular do processo administrativo disciplinar, confir-
mada a responsabilidade de Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de 
demissão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na legisla-
ção aplicável ao caso. 
Caso a penalidade aplicada seja posteriormente invalidada por meio de sentença 
judicial, Maria deverá ser reintegrada ao cargo anteriormente ocupado.
Certo.
A reintegração trata-se da reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente 
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua 
demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as 
vantagens. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
20 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
1.3. Posse
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, o 
nomeado tem o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse 
no prazo legal, o ato de nomeação será declarado sem efeito, uma vez que a 
pessoa nomeada ainda não é considerada servidor público, fato que apenas ocorre 
com a posse.
Constitui a posse, dessa forma, o momento em que os candidatos aprovados 
e anteriormente nomeados têm o primeiro contato com a administração pública, 
passando, a partir de então, a serem servidores públicos e estando legalmente in-
vestidos em cargo público.
Nesse sentido, merecem destaque os conceitos de cargo e de servidor público 
apresentados pela Lei n. 8.112/1990, conforme se observa da leitura dos artigos 
2º e 3º da norma:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo 
público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na es-
trutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Assim, podemos definir servidor público como a pessoa anteriormente apro-
vada em concurso público, nomeada (ato de provimento) e que, dentro do 
prazo legal (30 dias), tomou posse perante a autoridade competente.
Ao se tornar servidor, o particular passa a ser titular de um cargo público, que 
é o conjunto de responsabilidades e atribuições, definidas em lei, que o agora 
agente público terá na sua carreira profissional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
21 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Os cargos públicos, ainda que sejam, em sua maioria, providos para efetivo 
exercício, podem também ser utilizados para provimento em comissão. 
O provimento em comissão é utilizado pela administração pública para as fun-
ções de direção, chefia e assessoramento, oportunidades em que as pessoas desig-
nadas poderão ou não já ser integrantes do serviço público. 
3. (CESPE/BACEN/2013/TÉCNICO DE SUPORTE) Julgue o seguinte item, acerca do 
servidor público.
Servidor é toda pessoa legalmente investida em cargo público.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
22 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Certo.
A Lei n. 8.112/1990 estabelece o conceito de Servidor Público em seu artigo 2º: 
“para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em 
cargo público”.
A Lei n. 8.112/1990 apresenta, ainda, regras procedimentais sobre a forma 
como ocorrerá a posse dos servidores públicos. Neste sentido, é o teor dos artigos 
13 e 14 da norma federal:
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão 
constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo 
ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, res-
salvados os atos de ofício previstos em lei. 
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica. 
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que consti-
tuem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego 
ou função pública. 
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial. 
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e men-
talmente para o exercício do cargo.
4. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Alice, aprovada em concurso pú-blico para o cargo de técnico administrativo de um TRE, precisa acompanhar ci-
rurgia de ente familiar que ocorrerá no mesmo dia em que foi marcada sua posse. 
Nessa situação, Alice poderá nomear, por procuração específica, alguém que a re-
presente no ato da posse.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
23 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Certo.
De acordo com o artigo 13, § 3º, da norma federal, “a posse poderá dar-se me-
diante procuração específica”. Logo, poderá Alice constituir procurador para o 
ato da posse.
A Lei n. 8.112/1990, em seu artigo 5º, relaciona os requisitos que devem obri-
gatoriamente ser exigidos para que possa ocorrer a investidura em cargo público. 
Tais requisitos devem ser comprovados no momento da posse, sendo in-
constitucional norma que estabeleça outro momento para a sua exigência, tal como 
a inscrição ou a data da realização das provas.
Nos termos da lei, são os seguintes os requisitos exigidos na data da posse: I – a 
nacionalidade brasileira; II – o gozo dos direitos políticos; III – a quitação 
com as obrigações militares e eleitorais; IV – o nível de escolaridade exigido 
para o exercício do cargo; V – a idade mínima de dezoito anos; VI – aptidão 
física e mental. 
Frisa-se que a lista apresentada não é exaustiva, podendo ser exigidos, em virtude 
das atribuições do cargo, outros requisitos estabelecidos em lei, tal como a comprova-
ção de experiência mínima no ramo de atividade e a aprovação em curso de formação. 
5. (CESPE/TEC AE/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos, empregos e 
funções públicas e às disposições da Lei n. 8.112/1990, julgue o item que se segue.
A investidura em cargo público ocorre com a posse.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
24 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Certo.
Com a posse, o particular passa a ter vínculo com o Poder Público, passando a ser 
considerado, para o cargo em que foi empossado, servidor público.
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
1.4. Exercício
Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os qua-
dros funcionais da administração pública federal. E como forma de o servidor 
conhecer o local da repartição para onde foi nomeado e se organizar melhor com 
relação a mudanças, hospedagem e demais procedimentos, a Lei n. 8.112/1990 
faculta ao servidor o prazo de 15 dias, contados da posse, para a entrada 
em exercício.
Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no prazo 
legal, teremos, ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração do ser-
vidor, uma vez que a posse é o momento em que o particular passa a constar nos 
assentamentos funcionais da administração, sendo considerado, a partir de então, 
servidor público. 
Com a nomeação, isso não ocorre, tratando-se esta, apenas, de uma forma de 
“chamar” o candidato nomeado. Por isso mesmo, caso o particular não atenda ao 
chamado público, o ato apenas será tornado sem efeito, acarretando, como conse-
quência, a nomeação do candidato classificado na posição subsequente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
25 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Tais institutos podem ser mais bem visualizados, com os seus respectivos efei-
tos, por meio do gráfico a seguir:
Constitui o exercício o efetivo desempenho do cargo público ou da fun-
ção de confiança. Nos termos da Lei n. 8.112/1990, compete à autoridade para 
onde foi nomeado o servidor todas as instruções e orientações necessárias para 
que o servidor preste suas atividades adequadamente. 
É durante o exercício do servidor que todas os demais institutos se fazem pre-
sentes, de forma que passa ele a contar com uma série de direitos e de obrigações, 
submetendo-se a um período de estágio probatório e adquirindo, caso cumpra os 
requisitos previstos em lei, a estabilidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
26 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
1.5. Estágio probatório
A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante 
de cargo efetivo, o estágio probatório, período de avaliação em que diversos fa-
tores são levados em conta para a verificação da aptidão e da capacidade do agente 
público. 
O instituto do estágio probatório está intimamente ligado ao princípio da eficiên-
cia, sendo um dos momentos em que a administração pode verificar se o servidor 
atende às condições por ela exigidas. 
Tais condições, de acordo com a Lei n. 8.112/1990, são as seguintes: a) as-
siduidade; b) disciplina; c) capacidade de iniciativa; d) produtividade; e) 
responsabilidade. 
Ainda que o texto da Lei n. 8.112/1990 afirme que o período de estágio pro-
batório é de 24 meses, deve-se ressaltar que, com a entrada em vigor da Emenda 
Constitucional n. 19, ocorrida em 1998, o período para aquisição da estabilida-
de passou a ser de 3 anos. 
Assim, ainda que a Constituição Federal nada mencione acerca do período ne-
cessário para a aquisição de estabilidade, o entendimento esposado por toda a 
doutrina majoritária é de que o período de estágio probatório deve ser de 3 anos, 
sendo este o prazo utilizado, atualmente, no âmbito do serviço público federal. 
Durante o estágio probatório, o servidor faz jus a uma grande quantidade de 
direitos, tais como as licenças e os afastamentos. As exceções, como não pode-
ria ser diferente, são muito exigidas pelas bancas organizadoras. Para facilitar a 
assimilação, relacionam-se a seguir as licenças e os afastamentos que podem ou 
não ser usufruídos pelos servidores públicos federais que se encontrem em estágio 
probatório. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
27 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Licenças e afastamentos passíveis 
de utilização no estágio probatório
Licenças e afastamentos que não podem 
ser utilizados no estágio probatório
Licença por motivo de doença em 
pessoa da família
Licença para capacitação
Licença por motivo de afastamento do 
cônjuge ou companheiro
Licença para tratar de interesses particulares
Licença para o serviço militar
Licença para desempenho de mandato 
classista
Licença para atividade política
Afastamento para exercício de mandato 
eletivo
Afastamento para estudo ou missão no 
exterior
Afastamento para servir em organismo 
internacional de que o Brasil participe 
ou com o qual coopere
Umaforma bastante conhecida de memorizar as situações apresentadas é por 
meio das licenças e afastamentos que não podem ser concedidas ao servidor, que, 
em conjunto, formam o mnemônico “MA-TRA-CA”, ou seja, mandato classista, 
tratamento de interesses particulares e capacitação. 
A avaliação do servidor que se encontra em estágio probatório deve ser periódi-
ca e de acordo com a periodicidade prevista em regulamento de cada órgão. Quatro 
meses antes de findo o período do estágio, a avaliação de desempenho do servidor, 
que será realizada por comissão constituída para esta finalidade, será submetida à 
homologação da autoridade competente. 
Tendo o servidor sido aprovado no estágio probatório, passa a adquirir a estabi-
lidade, que, ressalta-se, vale para todo o serviço público, e não apenas para o cargo 
público que o servidor eventualmente ocupa. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
28 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Caso não seja aprovado, os efeitos, para o servidor, poderão ser dois:
a) Caso o servidor já seja estável, terá ele direito de ser reconduzido ao car-
go anteriormente ocupado. Nesta hipótese, caso o cargo anteriormente ocupado 
já esteja preenchido por outra pessoa, o servidor inabilitado será aproveitado em 
outro, a critério da administração. 
b) Caso o servidor não seja estável, a inabilitação no estágio probatório acarre-
ta a exoneração do cargo público, oportunidade em que o vínculo com o Poder 
Público é rompido.
1.6. Estabilidade
A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos 
estatutários. Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe 
suas atribuições sem a coação das autoridades superiores, que, não fosse a es-
tabilidade, poderiam condicionar determinados comportamentos dos servidores à 
exoneração do cargo público.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
29 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Como anteriormente mencionado, a estabilidade ocorre no âmbito do 
serviço público, e não do cargo em que o servidor se encontra inves-
tigado. Nesse sentido, merece destaque o entendimento de José dos Santos 
Carvalho Filho:
A estabilidade é instituto que guarda relação com o serviço, e não com o cargo. Emana 
daí que, se o servidor já adquiriu estabilidade no serviço ocupando determinado cargo, 
não precisará de novo estágio probatório no caso de permanecer em sua carreira, cujos 
patamares são alcançados normalmente pelo sistema de promoções.
Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que 
não existem direitos e garantias com esta qualidade. 
Caso assim o fosse, estaríamos diante de um sério risco de engessamento do 
serviço público, com a possibilidade surreal de termos servidores praticando faltas 
graves contra a administração sem a possibilidade de demissão. 
Para que isso não ocorra, a Lei n. 8.112/1990 estabelece, em seu artigo 22, as 
hipóteses em que o servidor público federal estável poderá perder o cargo:
O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada 
em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegu-
rada ampla defesa.
Além delas, temos duas outras possibilidades extraídas do texto da Constituição 
Federal, sendo elas o procedimento de avaliação periódica e a redução de despe-
sas quando os entes federativos não observarem o limite máximo de gastos com 
pessoal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
30 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
1.7. Vacância
As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público 
deixa o cargo público anteriormente ocupado. Tais situações podem ser de 
caráter definitivo, oportunidade em que o agente estatal rompe o seu vínculo com 
o Poder Público, ou então tratar-se de hipóteses em que ocorre a simples troca dos 
cargos ocupados pelo servidor.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
31 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Tal como feito com as situações de provimento, as hipóteses de vacância previstas 
no estatuto federal, que podem ser mais bem visualizadas por meio da tabela adiante:
Exoneração
A exoneração não se trata de uma forma de punição do agente público, mas 
sim do rompimento do vínculo mantido entre o servidor e a administra-
ção pública federal. Tal forma de vacância pode ocorrer de maneira voluntá-
ria ou involuntária.
É voluntária quando a exoneração ocorre a pedido do servidor. Tratando-se de 
exoneração de ofício, de iniciativa do Poder Público, estaremos diante da exo-
neração involuntária.
De acordo com a Lei n. 8.112/1990, apenas em duas situações teremos a exo-
neração involuntária (de ofício) do servidor público ocupante de cargo efetivo:
a) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
b) quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no 
prazo estabelecido, que é de 15 dias.
Quando se tratar de cargo em comissão, tendo em vista que estes são de livre 
nomeação e exoneração e possuem a característica da transitoriedade, a exo-
neração poderá ocorrer, a qualquer tempo, a pedido do servidor (voluntária) 
ou de ofício, no interesse da administração (involuntária). 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
32 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Demissão
Ao contrário da exoneração, que é a saída não punitiva do servidor, as situa-
ções que acarretam a demissão são hipóteses previstas em lei em que o servi-
dor comete alguma infração disciplinar ou não observa determinadas normas 
previstas no estatuto funcional.
A depender da gravidade da conduta, conforme será visto oportunamente, a 
demissão acarretará a impossibilidade de o servidor retornar ao serviço público 
dentro do prazo de 5 anos ou até mesmo indefinidamente. 
Aposentadoria
Trata-se da forma de vacância natural, na qual o servidor, após atender 
às condições previstas na Constituição Federal, rompe o seu vínculo com 
o Poder Público, passando a receber proventos decorrentes da inatividade.
Falecimento
Com o falecimento, ocorre a vacância no cargo público, que será, após a publi-
cação no diário oficial, objeto de preenchimento por novo servidor público. 
Posse em cargo 
inacumulável
A posse em cargo inacumulável trata-se da hipótese de vacância em que 
o servidor público deixa de ocupar um cargo público para ingressar, sem 
quebra de vínculo com o Poder Público, em outro órgão ouentidade do 
mesmo ente federativo.
Como exemplo, podemos apresentar um particular que tenha sido aprovado 
para o cargo de Técnico Judiciário de um tribunal do Poder Judiciário federal.
Posteriormente, o servidor é aprovado para o cargo de Auditor Fiscal da 
Receita Federal do Brasil, cargo que, ainda que integrante do Poder Execu-
tivo, pertence à mesma esfera federativa.
Nessa situação, como forma de não perder o tempo de serviço público pres-
tado como Técnico Judiciário, bem como utilizar os dias trabalhados na con-
tagem de férias e demais verbas acessórias, o servidor solicita vacância no 
órgão de origem com base em posse em cargo inacumulável. 
Caso, em sentido oposto, ele apenas tivesse solicitado exoneração, haveria a 
quebra do vínculo com Poder Público, sujeitando-se o servidor às eventuais 
regras instituídas antes da sua investidura no novo cargo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
33 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Promoção
Como vimos nas hipóteses de provimento, com a promoção, o servidor é alçado 
a uma nova classe na carreira, de forma que o cargo anteriormente ocupado 
fica vago.
Por isso mesmo, esta é uma das hipóteses em que ocorre, simultaneamente, 
um provimento e uma vacância.
Readaptação
Da mesma forma como ocorre com a promoção, a readaptação é uma forma 
tanto de provimento quanto de vacância. 
Se o servidor sofreu uma limitação (física ou mental) e tem que ser aprovei-
tado em um cargo compatível com a limitação sofrida, é certo que o cargo 
anteriormente ocupado pelo servidor ficará vago. 
Dessa forma, a administração coloca o servidor em um cargo compatível com 
a limitação sofrida (provimento), ao passo que o cargo anteriormente ocu-
pado fica vago para ser ocupado por outra pessoa (vacância).
Das hipóteses apresentadas pela Lei n. 8.112/1990 como situações de vacância, 
duas delas constituem, da mesma forma, hipóteses de provimento, sendo elas a 
readaptação e a promoção.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
34 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
2. Remoção, redistribuição e substituição
2.1. Remoção
A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pe-
dido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de 
sede”, conforme determina o artigo 36 da Lei n. 8.112/1990.
Do conceito legal, nota-se que a remoção (que não é uma forma de provimento 
em cargo público), pode ocorrer tanto por iniciativa do servidor quanto por 
iniciativa do Poder Público. Nesse mesmo sentido, poderá a remoção dar-se 
com ou sem a mudança da sede em que o servidor desempenha suas atribuições. 
Na remoção de ofício, é o interesse da administração que é levado em conta, 
sem margem de opção para a análise da vontade do servidor.
Na remoção a pedido, em sentido oposto, é a vontade do servidor que é leva-
da em conta, tratando-se de um ato, via de regra, discricionário do Poder Público. 
Por isso mesmo, a administração deve levar em conta a conveniência e a oportuni-
dade para deferir ou não o pedido de remoção.
Em determinadas situações, no entanto, teremos a remoção por iniciativa do 
servidor sem que possa a administração analisar o mérito da questão, tratando-se, 
por isso mesmo, de um ato vinculado e que deve, obrigatoriamente, ser deferido 
pelo Poder Público. 
Três são as situações, de acordo com a Lei n. 8.112/1990 (art. 36, III), que 
ensejam o deferimento da remoção independente da vontade da administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil 
ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
35 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que 
viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à 
comprovação por junta médica oficial; 
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número 
de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preesta-
belecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.
Da análise das hipóteses de remoção, verifica-se que, quando a administração, 
de ofício, resolve remover o servidor, o que está sendo levado em conta é apenas a 
vontade do próprio poder estatal, independente do servidor concordar ou não com 
tal procedimento.
Já na remoção a pedido, temos duas possibilidades: o pedido ter sido formulado 
pelo servidor e haver a possibilidade de a administração aceitar ou não tal situação, 
com base no interesse desta, e a situação em que o pedido de remoção ocorre por 
parte do servidor, não restando alternativa para a administração pública que não 
seja o seu deferimento.
Nessa última hipótese, ou seja, quando a administração se encontra vinculada 
ao pedido do servidor público, princípios basilares como a saúde e a manutenção 
do núcleo familiar são levados em conta.
Aprendendo na Prática
Na hipótese da remoção para acompanhar cônjuge, também servidor, que tenha 
sido removido no interesse da administração, objetiva-se assegurar a manutenção 
do núcleo familiar, evitando-se que uma remoção de iniciativa do Poder Público 
torne inviável a relação até então existente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
36 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
De acordo com o entendimento do STF, não é necessário, no âmbito da remo-
ção para acompanhar cônjuge ou companheiro, que ambos sejam regidos pelas 
disposições da Lei n. 8.112/1990, mas sim apenas um dos cônjuges, conforme se 
observa, por exemplo, do teor do Mandado de Segurança n. 23.058:
Jurisprudência para Concursos
Havendo a transferência, de ofício, do cônjuge da impetrante, empregado da Caixa Eco-
nômica Federal, para a cidade de Fortaleza/CE, tem ela, servidora ocupante de cargo no 
Tribunal de Contas da União, direito líquido e certo de também ser removida, indepen-
dentemente da existência de vagas.
No caso, estávamos diante de uma funcionária da Caixa Econômica Federal 
(empresa pública) que fora removida de ofício. Ainda que tal funcionária não seja 
regida pelas disposições da Lei n. 8.112/1990, mas sim pelas regras previstas na 
CLT, o seu cônjuge, que é servidor do TCU (regido pelo estatuto federal), tem di-
reito à remoção de ofício. 
Tal hipótese de remoção, no entanto, não deve ser confundida com as hipó-
teses em que um dos cônjuges ou companheiros é aprovado em concurso 
público para outro órgão ou entidade. 
Nestes casos, como a quebra do vínculo familiar não se deu em função de uma 
ação do Poder Público, mas sim como decorrênciada vontade de um dos membros 
do casal, não há que se falar em direito à remoção para acompanhar cônju-
ge, conforme entendimento do STJ (REsp n. 616.831):
Jurisprudência para Concursos
Hipótese em que não há falar em deslocamento do servidor público no interesse da Ad-
ministração, uma vez que se trata de primeiro provimento de cargo e o servidor tinha 
conhecimento de que seu exercício seria, necessariamente, no Estado do Rio de Janeiro, 
tendo em vista a natureza estadual do órgão para o qual foi nomeado. Inexiste, portan-
to, direito líquido e certo da recorrente à remoção.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
37 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Por fim, ainda no âmbito da remoção para acompanhar cônjuge, o STJ possui 
entendimento de que não há direito à remoção quando o casal não morava, 
inicialmente, na mesma localidade. Nesse sentido, destaca-se a pedagógica 
decisão proferida no âmbito do REsp n. 1.209.391:
Jurisprudência para Concursos
Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba requereu a sua remoção 
para a capital do estado ou, alternativamente, a lotação provisória em qualquer outro 
órgão da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para acompanhar a 
esposa, servidora pública federal, removida de ofício de Campina Grande para João 
Pessoa. Apesar de a esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz jus 
à remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não residia na mesma localidade 
antes da remoção da esposa. Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de proteger 
a unidade familiar, que ocorre quando há o afastamento do convívio familiar direto e 
diário de um dos seus integrantes.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
38 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
6. (CESPE/TEC/INSS/2016) Considerando que determinado servidor público fe-
deral tenha sido removido para outra sede, situada em outro município, para 
acompanhar sua esposa, que também é servidora pública federal e foi removida 
no interesse da administração, julgue o item seguinte à luz do disposto na Lei n. 
8.112/1990.
Ainda que o servidor e sua esposa sejam integrantes de órgãos pertencentes a po-
deres distintos da União, a remoção do servidor poderia ser concedida.
Certo.
O enunciado apresenta uma das situações em que a remoção poderá ser conce-
dida. No caso, independente dos cônjuges pertencerem a diferentes Poderes da 
União, a remoção poderia perfeitamente ser realizada.
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do 
mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. 
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de re-
moção:
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administra-
ção: 
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, 
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
que foi deslocado no interesse da Administração;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
39 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
2.2. Redistribuição
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja 
ou não ele ocupado, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou en-
tidade, mas sempre no âmbito do mesmo Poder.
Aprendendo na Prática
Determinado servidor foi aprovado em um concurso público da esfera federal, sendo 
lotado em uma repartição em que o número de servidores que ocupavam o mesmo 
quadro que ele totalizava 15 pessoas.
Nesse órgão, as lotações são definidas com base no total de atendimentos realiza-
dos por semestre. Assim, se a sua repartição não tiver atendida, no semestre atual, 
um número superior de pessoas perderá alguns dos cargos da lotação padrão.
Nessa hipótese, teremos a redistribuição de cargos, fazendo com que certo número 
de cargos pertencentes à repartição do servidor seja redistribuído para outra repar-
tição, integrante do mesmo Poder, que tenha realizado um maior número de aten-
dimentos no semestre.
Para que a redistribuição seja feita, faz-se necessário, ainda, que alguns requi-
sitos sejam atendidos, sendo eles:
I – interesse da administração; 
II – equivalência de vencimentos; 
III – manutenção da essência das atribuições do cargo; 
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; 
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; 
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do ór-
gão ou entidade;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
40 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
A redistribuição também poderá ocorrer com a finalidade de ajuste de lotação 
ou nos casos de reorganização e extinção do órgão ou entidade. Tratando-se 
de cargos efetivos que se encontrem vagos, a realização da redistribuição deverá 
ser realizada em conjunto entre o SIPEC (Sistema de pessoal civil da administração 
pública) e os órgãos ou entidades envolvidas. 
Caso, no entanto, ocorra a extinção de um órgão ou entidade e os servidores 
não sejam redistribuídos, deverão os mesmos ser mantidos em disponibilidade. 
Caso não sejam colocados em disponibilidade, deverão ser mantidos sob responsa-
bilidade do SIPEC até o seu adequado aproveitamento.
Tanto nas situações de remoção quanto de redistribuição, quando ocorrer a 
mudança de Município onde o servidor passe a desempenhar as suas atribuições, 
deverá ser a ele assegurado um prazo de trânsito para a entrada em exer-
cício, que, nos termos da Lei n. 8.112/1990, será de no mínimo 10 dias e de no 
máximo 30 dias.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
41 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Os institutos da remoção e da redistribuição podem ser diferenciados por meio 
da seguinte tabela:
Remoção Redistribuição
Não se trata de uma forma de provimento Não se trata de uma forma de provimento
Não altera o contingente funcional Não altera o contingente funcional
Trata-se do deslocamento de servidor Trata-se do deslocamento de cargo
Destina-se a assegurar a preservação 
de valores como a saúde do servidor e o 
núcleo familiar
Trata-se de uma forma de organização da 
administração pública
Quando ocorrer a mudança de Município, 
deve ser conferido um prazo de 10 a 30 
dias para a entrada em exercício
Quando ocorrer amudança de Município, 
deve ser conferido um prazo de 10 a 30 
dias para a entrada em exercício
2.3. Substituição
A substituição trata-se de instituto decorrente do princípio da continuidade 
dos serviços públicos. Com ela, objetiva-se que o serviço não seja interrompido 
em razão da ausência do titular da função. Caso assim não fosse, a coletividade 
usuária do serviço prestado é que seria prejudicada pela sua interrupção. 
Todos os órgãos ou entidades possuem cargos de chefia e funções de direção, 
sendo que os servidores que ocupam tais funções, além de receber um adicional 
pelo exercício desempenhado, exercem atividades que exigem um maior nível de 
responsabilidade.
Assim, quando os titulares desses cargos se ausentam (como, por exemplo, nas 
férias, licenças ou afastamentos admitidos pela Lei n. 8.112/1990), o substituto, 
que deve ser anteriormente designado, assume cumulativamente, ou seja, sem 
prejuízo do cargo que ocupa, o exercício temporário das atribuições do 
titular.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
42 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Como contrapartida, recebe um adicional durante o período em que durar a 
substituição.
As regras acerca da substituição estão expressas nos §§ 1º e 2º do artigo 38 da 
Lei n. 8.112/1990, que assim dispõe: 
Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de 
cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no 
caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou enti-
dade. 
O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocu-
pa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos 
afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do car-
go, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo 
período. 
O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia 
ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais 
do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva 
substituição, que excederem o referido período. 
Da análise dos dispositivos mencionados, percebe-se que o servidor, quando 
estiver substituindo o titular, pode, quando o período não exceder a 30 dias, 
optar pela remuneração que deseja receber, se for aquela do cargo em que 
originalmente atua ou a do servidor substituído. 
Após o prazo de 30 dias, e tendo continuado a substituição, o servidor substi-
tuto passa a receber a remuneração do titular da função, sem a possibilidade 
de optar por uma das duas remunerações. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
43 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
3. Direitos e vantagens
Os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990 possuem uma série de prerroga-
tivas para as mais diversas situações que podem ocorrer na sua vida profissional. 
Basicamente, são as seguintes as classes de direitos e vantagens que o servidor 
público civil federal poderá ter direito:
a) vencimento e remuneração;
b) indenizações;
c) gratificações e adicionais;
d) férias;
e) licenças;
f) concessões;
g) direito de petição;
3.1. Vencimento e remuneração
O vencimento e a remuneração são, sem dúvida alguma, duas das mais im-
portantes vantagens concedidas aos servidores. 
E, como estamos no âmbito da administração pública, em plena consonância 
com o princípio da legalidade, é a própria Lei n. 8.112/1990 que estipula as diver-
sas regras referentes ao assunto, dentre as quais se destaca a que determina que 
“é proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo nos casos estipulados 
em lei” (art. 4º).
Devemos guardar a diferenciação existente entre vencimento e remuneração.
Vencimento é um conceito mais restrito, tratando-se da retribuição pecuni-
ária pelo exercício do cargo público. 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
44 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
Remuneração apresenta um conceito mais amplo, compreendendo os ven-
cimentos e as vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
De acordo com o artigo 41, § 5º, da Lei n. 8.112/1990, temos a previsão de que 
“nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo”. 
No entanto, a Súmula Vinculante n. 6 do STF criou uma exceção à regra geral 
ao estabelecer que:
Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo 
para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
Os praças militares são os indivíduos recém-incorporados ao serviço militar. 
Ainda que não sejam abrangidos pela Lei n. 8.112/1990, trata-se de importante 
entendimento do STF que já foi cobrado diversas vezes em provas de concurso.
Frisa-se que o vencimento do servidor público federal pode perfeitamen-
te ser inferior ao salário mínimo. Como mencionado, o que não pode ser inferior 
ao salário é a remuneração, conceito que abrange o vencimento e as vantagens de 
caráter permanente.
Outra importante garantia assegurada às verbas recebidas pelos servidores é a 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
45 de 172
REGIME JURÍDICO
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi
www.grancursosonline.com.br
que estabelece a impossibilidade de termos, em regra, o arresto, o seques-
tro e a penhora do vencimento, da remuneração e dos proventos recebidos 
pelos servidores públicos federais. Tais institutos, oriundos do Direito Civil, apenas 
poderão ser utilizados nas hipóteses de prestação de alimentos, e ainda assim 
quando decorrerem de decisão judicial. 
Neste sentido é o teor do artigo 48 da Lei n. 8.112/1990: “O vencimento, a re-
muneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto 
nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial”.
Como vimos, as parcelas recebidas pelo servidor, de caráter pecuniário, ob-
jetivam conferir a este uma retribuição pelos serviços prestados ao Estado. Tal 
remuneração, entretanto, não poderá exceder aos valores recebidos pelos 
detentores de Poder, em plena consonância com a disposição constitucional que 
estabelece a obrigatoriedade de observância, por toda a administração pública, do 
teto remuneratório. 
Assim, estabelece o artigo 42 do estatuto federal a seguinte regra geral: 
Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância 
superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer 
título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do 
Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Inicialmente, deve-se observar que o teto

Outros materiais