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regime jurídico INSS Lei n. 8.112/1990 Livro Eletrônico DIOGO SURDI Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT- MS e MPU. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 3 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br SUMÁRIO Lei n. 8.112/1990 – Estatuto dos Servidores Públicos da União ...............................6 1. Abrangência e linha do tempo .........................................................................6 1.1. Concurso público .........................................................................................8 1.2. Provimento ...............................................................................................11 1.3. Posse .......................................................................................................20 1.4. Exercício ...................................................................................................24 1.5. Estágio probatório ..................................................................................... 26 1.6. Estabilidade ..............................................................................................28 1.7. Vacância ...................................................................................................30 2. Remoção, redistribuição e substituição ........................................................... 34 2.1. Remoção ..................................................................................................34 2.2. Redistribuição ...........................................................................................39 2.3. Substituição ..............................................................................................41 3. Direitos e vantagens .....................................................................................43 3.1. Vencimento e remuneração ........................................................................ 43 3.2. Indenizações.............................................................................................47 3.2.1. Ajuda de custo .......................................................................................48 3.2.2. Diárias ..................................................................................................49 3.3.3. Transporte .............................................................................................50 3.2.4. Auxílio-moradia ...................................................................................... 51 3.3. Gratificações e adicionais ........................................................................... 53 3.3.1. Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento ..... 53 3.3.2. Gratificação natalina ............................................................................... 54 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 4 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 3.3.3. Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas ........ 55 3.3.4. Adicional pela prestação de serviço extraordinário ...................................... 56 3.3.5. Adicional noturno.................................................................................... 56 3.3.6. Adicional de férias .................................................................................. 57 3.3.7. Gratificação por encargo de curso ou concurso........................................... 57 3.4. Férias .......................................................................................................58 3.5. Licenças ...................................................................................................61 3.5.1. Licença por motivo de doença em pessoa da família ................................... 62 3.5.2. Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro ................. 62 3.5.3. Licença para o serviço militar ................................................................... 63 3.5.4. Licença para atividade política .................................................................. 63 3.5.5. Licença para capacitação ......................................................................... 64 3.5.6. Licença para tratar de interesses particulares............................................. 65 3.5.7. Licença para desempenho de mandato classista ......................................... 65 3.5.8. Licença para tratamento de saúde ............................................................ 66 3.5.9. Licença à gestante, à adotante e paternidade ............................................ 66 3.5.10. Licença por acidente em serviço ............................................................. 69 3.6. Afastamentos ............................................................................................69 3.7. Concessões...............................................................................................71 3.8. Direito de petição ......................................................................................72 4. Regime disciplinar ........................................................................................ 74 4.1. Deveres ..................................................................................................75 4.2. Proibições .................................................................................................76 4.2.1. Infrações puníveis com advertência .......................................................... 77 4.2.2. Infrações puníveis com suspensão ............................................................ 78 4.2.3. Infrações puníveis com demissão ............................................................. 80 4.3. Acumulação de cargos ...............................................................................82 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 5 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 4.4. Responsabilidades ..................................................................................... 84 4.5. Penalidades ..............................................................................................87 4.5.1. Prescrição ..............................................................................................90 4.5.2. Autoridades competentes para aplicação das penalidades ........................... 92 5. Processo administrativo disciplinar ................................................................. 93 6. Seguridade social do servidor ...................................................................... 102 6.1. Beneficiários ........................................................................................... 102 6.2. Benefícios............................................................................................... 104 6.2.1. Aposentadoria ...................................................................................... 105 6.2.2. Auxílio-natalidade ................................................................................. 107 6.2.3. Salário família ...................................................................................... 107 6.2.4. Pensão ................................................................................................ 108 6.2.5. Auxílio-funeral ...................................................................................... 114 6.2.6. Auxílio-reclusão .................................................................................... 114 7. O servidor como agente de desenvolvimento social ........................................ 115 7.1. As fases da administração pública ............................................................. 115 7.1.1. Administração patrimonial ..................................................................... 115 7.1.2. Administração burocrática ..................................................................... 115 7.1.3. Administração gerencial ........................................................................ 116 7.2. A importância do servidor público .............................................................. 118 8. Qualidade de vida no trabalho ..................................................................... 120 Resumo ........................................................................................................ 125 Questões de Concurso .................................................................................... 136 Gabarito ....................................................................................................... 148 Gabarito Comentado ...................................................................................... 149 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 6 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Olá! Tudo bem? Espero que sim! Na aula de hoje, estudaremos todos os detalhes sobre a Lei n. 8.112/1990, norma que estabelece o Estatuto dos Servidores Públicos da União. Grande abraço e boa aula! Diogo LEI N. 8.112/1990 – ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA UNIÃO 1. Abrangência e linha do tempo A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias federais (inclusive as em regime especial) e das fundações públicas federais. É por meio das disposições da mencionada lei que os servidores federais estatutários encontram todos os direitos e garantias a eles conferidos, bem como os requisitos para o seu exercício. No entanto, as disposições da Lei n. 8.112/1990 não se aplicam a todos os agentes públicos, mas sim apenas aos servidores públicos civis federais, o que implica dizer que os empregados públicos federais, regidos pela CLT, não estão compreendidos dentro do campo de atuação do estatuto federal. Da mesma forma, a norma não se aplica aos servidores públicos estatutários dos demais entes federativos, tal como os Estados e os Municípios. Ainda que estes servidores sejam regidos por um estatuto, caberá ao respectivo ente federativo, por meio de lei, a sua edição. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 7 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br A Lei n. 8.112/1990 é aplicada A Lei n. 8.112/1990 não é aplicada Aos servidores estatutários da administração direta federal Aos empregados públicos federais, que são regidos pelas disposições da CLT Aos servidores das autarquias (inclusive as em regime especial) federais Aos servidores públicos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios Aos servidores das fundações públicas federais Aos militares 1. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MS/CONTABILIDADE/2013) A Lei n. 8.112/1990 aplica-se a) aos servidores públicos das empresas públicas. b) aos servidores públicos das autarquias. c) aos servidores temporários. d) aos servidores públicos efetivos do Distrito Federal. e) aos servidores públicos militares. Letra b. As disposições da Lei n. 8.112/1990 aplicam-se aos servidores da União, das autar- quias e das fundações públicas federais. A linha do tempo do serviço público é uma forma de compreendermos todo o processo de ingresso, desenvolvimento e saída de um respectivo servidor no ser- viço público. Por meio de sua análise, será possível ter uma visão global de todas as etapas, facilitando a compreensão dos diversos institutos aos quais os servidores federais estão sujeitos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 8 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Dessa forma, a linha do tempo do serviço público compreende, basicamente, as seguintes fases: a) concurso, b) provimento, c) posse, d) exercício, e) está- gio probatório, f) estabilidade e g) vacância. 1.1. Concurso público O concurso público é a forma objetiva de selecionar servidores, priman- do pelo princípio da impessoalidade e assegurando igualdade de condições a todos os candidatos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 9 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br No entanto, não é de qualquer forma que tal processo pode ser realizado. Caso assim o fosse, seria muito fácil para administradores mal-intencionados fraudar as regras previstas e conceder certos favorecimentos para determinados candidatos, desrespeitando gravemente a impessoalidade, princípio basilar de toda a atividade administrativa. Por isso mesmo é que a Lei n. 8.112/1990 se preocupou em estabelecer di- versas regras a serem observadas pela administração pública quanto à realização de concurso público. Tais regras, salienta-se, devem observar as disposições constitucionais sobre a forma de realização dos concursos públicos, dispo- sições estas de observância obrigatória para toda a administração pública. Em seus artigos 11 e 12, a Lei n. 8.112/1990 assim estabelece: Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expres- samente previstas. Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser pror- rogado uma única vez, por igual período. § 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação. § 2º Não se abriránovo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. Perceba que o concurso público poderá ser de provas ou de provas e títulos, mas nunca, para os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990, poderá ser exclusi- vamente de títulos. Da mesma forma, o concurso terá validade de até dois anos, e a sua prorroga- ção, que poderá ocorrer uma única vez, deverá ser pelo mesmo prazo inicialmente previsto para a validade do certame. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 10 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Aprendendo na Prática Poderá a administração, por exemplo, realizar concurso com prazo de validade de 1 ano, estabelecendo no edital que o prazo ali estabelecido poderá ser prorrogado uma única vez, por igual período. Assim, vencido o prazo do concurso, pode a administração (trata-se de uma facul- dade) prorrogar a validade do mesmo por mais 1 ano ou realizar um novo concurso. E poderá a administração publicar edital de concurso com o prazo de vali- dade de 2 anos, improrrogáveis? Perfeitamente, pois nenhuma regra foi desrespeitada. O que houve apenas foi que a administração, discricionariamente, optou por não estabelecer a possibilidade de prorrogação. E se fosse publicado um edital com prazo de 1 ano, estabelecendo a possi- bilidade de prorrogação por 3 vezes e estando, por isso mesmo, com prazo total inferior a 4 anos, seria válido? Ainda que o prazo total de 4 anos não tenha sido superado (2 + 2), foi desrespeita- da a regra de uma única prorrogação, devendo o edital ser considerado nulo neste aspecto. E se tivemos um edital regulamentando um concurso e estabelecendo como prazo de validade 2 anos, com a possibilidade de prorrogação por 1 ano, estaria a administração, nesta situação, respeitando a Lei n. 8.112/1990? Aqui, temos uma situação interessante: uma única prorrogação e o prazo total res- peitado. No entanto, além dessas regras, não podemos nos esquecer de que a pror- rogação, em todos os casos, deve ser pelo mesmo período inicialmente previsto no edital: 1 ano + 1 ano, 2 anos + 2 anos, 6 meses + 6 meses. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 11 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 1.2. Provimento Realizado o concurso, é o momento de a administração chamar os candidatos aprovados. Tal como ocorre com o prazo de validade, uma série de regras devem ser estabelecidas pela respectiva administração. Dessa forma, o provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da auto- ridade competente de cada Poder, que deverá observar, conforme as regras esta- belecidas no edital, um limite mínimo de provimentos para as pessoas portadoras de deficiência. Tal limite, atualmente, é de até 20% das vagas oferecidas no concurso. Situação interessante ocorre com a possibilidade de os estrangeiros ocuparem cargos públicos. Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 19, o artigo 37, I, da Constituição Federal, passou a vigorar da seguinte forma: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que pre- encham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. Trata-se o inciso em questão de uma norma constitucional de eficácia limitada, carecendo de regulamentação para que possa produzir efeitos jurídicos. No âmbito federal, coube à Lei n. 8.112/1990 estabelecer, em seu artigo 5º, § 3º, as situações em que os estrangeiros poderão ocupar cargos públicos. As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 12 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Claramente se percebe que o objetivo da norma federal foi incentivar a pes- quisa e o desenvolvimento tecnológico nacional, possibilitando que profissionais qualificados de outros países venham incrementar o desenvolvimento nacional em determinadas áreas. A Lei n. 8.112/1990 estabelece diversas formas de provimento de cargo público, sendo elas a nomeação, a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamento, a reintegração e a recondução. Destas, apenas a nomeação é considerada forma originária de provi- mento, sendo que todas as demais são classificadas como forma de provimento derivadas. De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, as formas de provimento deri- vado previstas no estatuto federal podem ser classificadas em vertical, horizon- tal ou por reingresso. Nessa classificação, a forma de provimento derivado vertical seria aquela em que o servidor, já atuando na administração pública, passa para um cargo de nível mais elevado na carreira. Trata-se, em nosso ordenamento, da promoção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 13 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br O provimento derivado horizontal, por sua vez, ocorre quando o servidor não ascende nem é rebaixado profissionalmente, mas sim posicionado em um car- go com as mesmas atribuições e responsabilidades do anteriormente ocupado. Das hipóteses da Lei n. 8.112/1990, apenas a readaptação se enquadra em tal clas- sificação. Por fim, temos as formas de provimento derivado por reingresso, que são aquelas em que o servidor retorna para o serviço público após ter sido dele desliga- do. São classificadas nessa categoria a reversão, a recondução, a reintegração e o aproveitamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 14 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Como forma de facilitar a compreensão das formas de provimento previstas na Lei n. 8.112/1990, veremos cada uma delas por meio dos gráficos a seguir: Nomeação Trata-se a nomeação do modo clássico de prover o servidor no cargo público, podendo ocorrer tanto para os cargos efetivos quanto para os cargos em comis- são. No caso dos cargos efetivos, também chamados de cargo isolado de provimento efetivo ou cargo de carreira, a nomeação, necessariamente, precisa de aprovação em concurso público anteriormente realizado. Para os cargos em comissão,uma vez que são considerados como de livre nomeação e exoneração, tal característica nem sempre está presente. E isso ocorre porque os cargos em comissão são destinados às funções de dire- ção, chefia e assessoramento, podendo, por isso mesmo, serem livremente esco- lhidos pela autoridade nomeante, que pode optar por provê-los com um servidor de carreira ou com uma pessoa até então estranha aos quadros funcionais do serviço público. Promoção A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito da mesma carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo de classe mais baixa e o provimento no cargo de classe mais alta. Como resultado, tem-se que ocorre simultaneamente uma vacância e um provi- mento, não gerando saldo a ser reposto pela administração. Vejamos o seguinte exemplo: no âmbito do Poder Judiciário, os cargos são estru- turados em três classes, sendo elas denominadas de A, B e C. Cada uma destas classes é subdividida em padrões, de forma que o servidor, ao entrar em exercí- cio, ocupa a classe inicial A e o padrão inicial 1. Após o período de 1 ano de efeito exercício, o servidor passa para o padrão sub- sequente, permanecendo, contudo, na mesma classe. No nosso caso, o servidor passou de A1 para A2. Ao chegar ao último padrão da classe a que pertence, no entanto, temos a passagem de uma classe para outra da carreira, oportunidade em que ocorre a promoção. Com ela, o servidor, que até então ocupava a classe A, passa a ocupar a classe B. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 15 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Readaptação A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua capacidade física ou mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o caso de aposentadoria. Como exemplo, podemos citar um acidente no qual o servidor ficou impossibi- litado de digitar. Se anteriormente tal servidor era responsável pela confecção das intimações e citações no órgão em que atuava, não há, com a limitação ocorrida, a possibilidade de o servidor continuar exercendo tais atividades. Mas perceba que o servidor não está impossibilitado para o serviço público, podendo perfeitamente exercer atividades que não exijam o esforço repeti- tivo de digitação. Nessa situação, a administração coloca o servidor em um cargo compatível com a limitação sofrida. No entanto, para que isso seja possível, devem ser observadas algumas características, conforme estabelece o artigo 24, § 2º, da Lei n. 8.112/1990: A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respei- tada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. Caso o servidor seja considerado incapaz para o serviço público, ocorrerá a aposentadoria do respectivo agente público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 16 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Reversão Reversão é o retorno à atividade do servidor anteriormente aposentado, desde que atendidas as regras estabelecidas pelo Poder Executivo e desde que o servi- dor não tenha atingido a idade de 70 anos. Tal forma de provimento pode ocorrer de duas formas: 1) Por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os moti- vos da aposentadoria. 2) No interesse da administração, desde que, neste caso, o servidor obedeça a uma série de regras: a) tenha solicitado a reversão; b) a aposentadoria tenha sido voluntária; c) estável quando na atividade; d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; e) haja cargo vago. Como não poderia deixar de ser, a reversão será feita para o mesmo cargo ante- riormente ocupado pelo servidor, ou então para o cargo resultante de uma pos- sível transformação. Com a reversão, o servidor volta a receber a remuneração que anteriormente recebia, com todas as vantagens de caráter pessoal eventualmente existentes. No caso de reversão por invalidez, tendo a junta médica declarado que os moti- vos alegados pelo servidor, para aposentar-se, são insubsistentes, deverá ele retornar para o serviço público ainda que não haja cargo vago, em plena sintonia com o princípio da indisponibilidade do interesse público. Nessa situação, deverá o servidor exercer suas atribuições como exce- dente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 17 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Aproveitamento O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela admi- nistração pública, para que o servidor público em disponibilidade volte a exercer suas atividades. Tal forma de provimento encontra previsão no artigo 30 da Lei n. 8.112/1990, que assim dispõe: O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Não entrando em exercício no prazo legal, a disponibilidade será cassada e o respectivo aproveitamento será tornado sem efeito. Recondução Recondução é a forma de provimento em que ocorre o retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado. Duas são as situações, de acordo com o artigo 29 da Lei n. 8.112/1990, que ensejam a recondução do servidor, sendo que ambas decorrem da estabili- dade por ele alcançada no serviço público. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II – reintegração do anterior ocupante. Em ambas as situações apresentadas, o servidor público federal já é estável no serviço público, de forma que uma possível inabilitação em estágio probatório relativo a outro concurso por ele prestado não possui o efeito, por si só, de acarretar a exoneração do servidor. Da mesma forma, caso ele passe a exercer as atribuições de um cargo até então ocupado por um servidor demitido, e este, posteriormente, consiga anular a sua demissão na justiça, sendo reintegrado ao cargo que ocupava, não poderá o servidor estável ser exonerado, devendo ser reconduzido ao cargo em que adquiriu a estabilidade. 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Isso porque a analogia das legis- lações estaduais e municipais com a Lei n. 8.112/1990 somente é possível se houver omissão no tocante a direito de cunho constitucional autoaplicável que seria necessário para suprir a omissão da legislação estadual, bem como que a situação não dê azo ao aumento de gastos. Reintegração A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido ao cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua trans- formação, com ressarcimento de todas as vantagens. Para isso, a demissão deverá ter sido invalidada por decisão administrativa ou judicial. Grande controvérsia reside nos efeitos da reintegração para o servidor even- tualmente ocupante da vaga decorrente de demissão. Isso porque a Lei n. 8.112/1990 determina que encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. Vejamos: um servidor X é demitido e entra com uma ação judicial de reinte- gração. A administração pública nomeia o servidor Y para o cargo vago, que passa a exercer normalmente suas atribuições. Posteriormente, o servidor X ganha na justiça o direito de ser reintegrado com todas as vantagens. E o que acontece com o servidor Y, caso este ainda não seja estável e, por isso mesmo, não possa ser reconduzido ou posto em disponi- bilidade? Durante muito tempo, a doutrina chegou a afirmar que caberia a cada ente federativo disciplinar os efeitos desta situação, sendo que diversas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas afirmavam que o servidor deveria ser exonerado. Nos dias atuais, percebe-se que a possibilidade de exoneração não é viável, haja vista que o novo servidor é um terceiro de boa-fé que não pode ser prejudicado por atos anteriores da administração. Dessa forma, em caso de reintegração, o eventual servidor não estável deverá ser mantido como excedente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 19 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 2. (CESPE/CONTADOR/FUB/2015) Maria, servidora pública federal estável, in- tegrante de comissão de licitação de determinado órgão público do Poder Exe- cutivo federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo, vantagem econômi- ca indevida para que favorecesse determinada empresa em um procedimento licitatório. Após o curso regular do processo administrativo disciplinar, confir- mada a responsabilidade de Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de demissão. Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na legisla- ção aplicável ao caso. Caso a penalidade aplicada seja posteriormente invalidada por meio de sentença judicial, Maria deverá ser reintegrada ao cargo anteriormente ocupado. Certo. A reintegração trata-se da reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 20 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 1.3. Posse Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, o nomeado tem o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse no prazo legal, o ato de nomeação será declarado sem efeito, uma vez que a pessoa nomeada ainda não é considerada servidor público, fato que apenas ocorre com a posse. Constitui a posse, dessa forma, o momento em que os candidatos aprovados e anteriormente nomeados têm o primeiro contato com a administração pública, passando, a partir de então, a serem servidores públicos e estando legalmente in- vestidos em cargo público. Nesse sentido, merecem destaque os conceitos de cargo e de servidor público apresentados pela Lei n. 8.112/1990, conforme se observa da leitura dos artigos 2º e 3º da norma: Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na es- trutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Assim, podemos definir servidor público como a pessoa anteriormente apro- vada em concurso público, nomeada (ato de provimento) e que, dentro do prazo legal (30 dias), tomou posse perante a autoridade competente. Ao se tornar servidor, o particular passa a ser titular de um cargo público, que é o conjunto de responsabilidades e atribuições, definidas em lei, que o agora agente público terá na sua carreira profissional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 21 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Os cargos públicos, ainda que sejam, em sua maioria, providos para efetivo exercício, podem também ser utilizados para provimento em comissão. O provimento em comissão é utilizado pela administração pública para as fun- ções de direção, chefia e assessoramento, oportunidades em que as pessoas desig- nadas poderão ou não já ser integrantes do serviço público. 3. (CESPE/BACEN/2013/TÉCNICO DE SUPORTE) Julgue o seguinte item, acerca do servidor público. Servidor é toda pessoa legalmente investida em cargo público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 22 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Certo. A Lei n. 8.112/1990 estabelece o conceito de Servidor Público em seu artigo 2º: “para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público”. A Lei n. 8.112/1990 apresenta, ainda, regras procedimentais sobre a forma como ocorrerá a posse dos servidores públicos. Neste sentido, é o teor dos artigos 13 e 14 da norma federal: Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, res- salvados os atos de ofício previstos em lei. § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica. § 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. § 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que consti- tuem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial. Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e men- talmente para o exercício do cargo. 4. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Alice, aprovada em concurso pú-blico para o cargo de técnico administrativo de um TRE, precisa acompanhar ci- rurgia de ente familiar que ocorrerá no mesmo dia em que foi marcada sua posse. Nessa situação, Alice poderá nomear, por procuração específica, alguém que a re- presente no ato da posse. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 23 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Certo. De acordo com o artigo 13, § 3º, da norma federal, “a posse poderá dar-se me- diante procuração específica”. Logo, poderá Alice constituir procurador para o ato da posse. A Lei n. 8.112/1990, em seu artigo 5º, relaciona os requisitos que devem obri- gatoriamente ser exigidos para que possa ocorrer a investidura em cargo público. Tais requisitos devem ser comprovados no momento da posse, sendo in- constitucional norma que estabeleça outro momento para a sua exigência, tal como a inscrição ou a data da realização das provas. Nos termos da lei, são os seguintes os requisitos exigidos na data da posse: I – a nacionalidade brasileira; II – o gozo dos direitos políticos; III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V – a idade mínima de dezoito anos; VI – aptidão física e mental. Frisa-se que a lista apresentada não é exaustiva, podendo ser exigidos, em virtude das atribuições do cargo, outros requisitos estabelecidos em lei, tal como a comprova- ção de experiência mínima no ramo de atividade e a aprovação em curso de formação. 5. (CESPE/TEC AE/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos, empregos e funções públicas e às disposições da Lei n. 8.112/1990, julgue o item que se segue. A investidura em cargo público ocorre com a posse. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 24 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Certo. Com a posse, o particular passa a ter vínculo com o Poder Público, passando a ser considerado, para o cargo em que foi empossado, servidor público. Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. 1.4. Exercício Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os qua- dros funcionais da administração pública federal. E como forma de o servidor conhecer o local da repartição para onde foi nomeado e se organizar melhor com relação a mudanças, hospedagem e demais procedimentos, a Lei n. 8.112/1990 faculta ao servidor o prazo de 15 dias, contados da posse, para a entrada em exercício. Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no prazo legal, teremos, ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração do ser- vidor, uma vez que a posse é o momento em que o particular passa a constar nos assentamentos funcionais da administração, sendo considerado, a partir de então, servidor público. Com a nomeação, isso não ocorre, tratando-se esta, apenas, de uma forma de “chamar” o candidato nomeado. Por isso mesmo, caso o particular não atenda ao chamado público, o ato apenas será tornado sem efeito, acarretando, como conse- quência, a nomeação do candidato classificado na posição subsequente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 25 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Tais institutos podem ser mais bem visualizados, com os seus respectivos efei- tos, por meio do gráfico a seguir: Constitui o exercício o efetivo desempenho do cargo público ou da fun- ção de confiança. Nos termos da Lei n. 8.112/1990, compete à autoridade para onde foi nomeado o servidor todas as instruções e orientações necessárias para que o servidor preste suas atividades adequadamente. É durante o exercício do servidor que todas os demais institutos se fazem pre- sentes, de forma que passa ele a contar com uma série de direitos e de obrigações, submetendo-se a um período de estágio probatório e adquirindo, caso cumpra os requisitos previstos em lei, a estabilidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 26 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 1.5. Estágio probatório A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante de cargo efetivo, o estágio probatório, período de avaliação em que diversos fa- tores são levados em conta para a verificação da aptidão e da capacidade do agente público. O instituto do estágio probatório está intimamente ligado ao princípio da eficiên- cia, sendo um dos momentos em que a administração pode verificar se o servidor atende às condições por ela exigidas. Tais condições, de acordo com a Lei n. 8.112/1990, são as seguintes: a) as- siduidade; b) disciplina; c) capacidade de iniciativa; d) produtividade; e) responsabilidade. Ainda que o texto da Lei n. 8.112/1990 afirme que o período de estágio pro- batório é de 24 meses, deve-se ressaltar que, com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 19, ocorrida em 1998, o período para aquisição da estabilida- de passou a ser de 3 anos. Assim, ainda que a Constituição Federal nada mencione acerca do período ne- cessário para a aquisição de estabilidade, o entendimento esposado por toda a doutrina majoritária é de que o período de estágio probatório deve ser de 3 anos, sendo este o prazo utilizado, atualmente, no âmbito do serviço público federal. Durante o estágio probatório, o servidor faz jus a uma grande quantidade de direitos, tais como as licenças e os afastamentos. As exceções, como não pode- ria ser diferente, são muito exigidas pelas bancas organizadoras. Para facilitar a assimilação, relacionam-se a seguir as licenças e os afastamentos que podem ou não ser usufruídos pelos servidores públicos federais que se encontrem em estágio probatório. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 27 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Licenças e afastamentos passíveis de utilização no estágio probatório Licenças e afastamentos que não podem ser utilizados no estágio probatório Licença por motivo de doença em pessoa da família Licença para capacitação Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro Licença para tratar de interesses particulares Licença para o serviço militar Licença para desempenho de mandato classista Licença para atividade política Afastamento para exercício de mandato eletivo Afastamento para estudo ou missão no exterior Afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere Umaforma bastante conhecida de memorizar as situações apresentadas é por meio das licenças e afastamentos que não podem ser concedidas ao servidor, que, em conjunto, formam o mnemônico “MA-TRA-CA”, ou seja, mandato classista, tratamento de interesses particulares e capacitação. A avaliação do servidor que se encontra em estágio probatório deve ser periódi- ca e de acordo com a periodicidade prevista em regulamento de cada órgão. Quatro meses antes de findo o período do estágio, a avaliação de desempenho do servidor, que será realizada por comissão constituída para esta finalidade, será submetida à homologação da autoridade competente. Tendo o servidor sido aprovado no estágio probatório, passa a adquirir a estabi- lidade, que, ressalta-se, vale para todo o serviço público, e não apenas para o cargo público que o servidor eventualmente ocupa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 28 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Caso não seja aprovado, os efeitos, para o servidor, poderão ser dois: a) Caso o servidor já seja estável, terá ele direito de ser reconduzido ao car- go anteriormente ocupado. Nesta hipótese, caso o cargo anteriormente ocupado já esteja preenchido por outra pessoa, o servidor inabilitado será aproveitado em outro, a critério da administração. b) Caso o servidor não seja estável, a inabilitação no estágio probatório acarre- ta a exoneração do cargo público, oportunidade em que o vínculo com o Poder Público é rompido. 1.6. Estabilidade A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos estatutários. Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe suas atribuições sem a coação das autoridades superiores, que, não fosse a es- tabilidade, poderiam condicionar determinados comportamentos dos servidores à exoneração do cargo público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 29 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Como anteriormente mencionado, a estabilidade ocorre no âmbito do serviço público, e não do cargo em que o servidor se encontra inves- tigado. Nesse sentido, merece destaque o entendimento de José dos Santos Carvalho Filho: A estabilidade é instituto que guarda relação com o serviço, e não com o cargo. Emana daí que, se o servidor já adquiriu estabilidade no serviço ocupando determinado cargo, não precisará de novo estágio probatório no caso de permanecer em sua carreira, cujos patamares são alcançados normalmente pelo sistema de promoções. Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que não existem direitos e garantias com esta qualidade. Caso assim o fosse, estaríamos diante de um sério risco de engessamento do serviço público, com a possibilidade surreal de termos servidores praticando faltas graves contra a administração sem a possibilidade de demissão. Para que isso não ocorra, a Lei n. 8.112/1990 estabelece, em seu artigo 22, as hipóteses em que o servidor público federal estável poderá perder o cargo: O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegu- rada ampla defesa. Além delas, temos duas outras possibilidades extraídas do texto da Constituição Federal, sendo elas o procedimento de avaliação periódica e a redução de despe- sas quando os entes federativos não observarem o limite máximo de gastos com pessoal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 30 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 1.7. Vacância As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público deixa o cargo público anteriormente ocupado. Tais situações podem ser de caráter definitivo, oportunidade em que o agente estatal rompe o seu vínculo com o Poder Público, ou então tratar-se de hipóteses em que ocorre a simples troca dos cargos ocupados pelo servidor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 31 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Tal como feito com as situações de provimento, as hipóteses de vacância previstas no estatuto federal, que podem ser mais bem visualizadas por meio da tabela adiante: Exoneração A exoneração não se trata de uma forma de punição do agente público, mas sim do rompimento do vínculo mantido entre o servidor e a administra- ção pública federal. Tal forma de vacância pode ocorrer de maneira voluntá- ria ou involuntária. É voluntária quando a exoneração ocorre a pedido do servidor. Tratando-se de exoneração de ofício, de iniciativa do Poder Público, estaremos diante da exo- neração involuntária. De acordo com a Lei n. 8.112/1990, apenas em duas situações teremos a exo- neração involuntária (de ofício) do servidor público ocupante de cargo efetivo: a) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; b) quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido, que é de 15 dias. Quando se tratar de cargo em comissão, tendo em vista que estes são de livre nomeação e exoneração e possuem a característica da transitoriedade, a exo- neração poderá ocorrer, a qualquer tempo, a pedido do servidor (voluntária) ou de ofício, no interesse da administração (involuntária). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 32 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Demissão Ao contrário da exoneração, que é a saída não punitiva do servidor, as situa- ções que acarretam a demissão são hipóteses previstas em lei em que o servi- dor comete alguma infração disciplinar ou não observa determinadas normas previstas no estatuto funcional. A depender da gravidade da conduta, conforme será visto oportunamente, a demissão acarretará a impossibilidade de o servidor retornar ao serviço público dentro do prazo de 5 anos ou até mesmo indefinidamente. Aposentadoria Trata-se da forma de vacância natural, na qual o servidor, após atender às condições previstas na Constituição Federal, rompe o seu vínculo com o Poder Público, passando a receber proventos decorrentes da inatividade. Falecimento Com o falecimento, ocorre a vacância no cargo público, que será, após a publi- cação no diário oficial, objeto de preenchimento por novo servidor público. Posse em cargo inacumulável A posse em cargo inacumulável trata-se da hipótese de vacância em que o servidor público deixa de ocupar um cargo público para ingressar, sem quebra de vínculo com o Poder Público, em outro órgão ouentidade do mesmo ente federativo. Como exemplo, podemos apresentar um particular que tenha sido aprovado para o cargo de Técnico Judiciário de um tribunal do Poder Judiciário federal. Posteriormente, o servidor é aprovado para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, cargo que, ainda que integrante do Poder Execu- tivo, pertence à mesma esfera federativa. Nessa situação, como forma de não perder o tempo de serviço público pres- tado como Técnico Judiciário, bem como utilizar os dias trabalhados na con- tagem de férias e demais verbas acessórias, o servidor solicita vacância no órgão de origem com base em posse em cargo inacumulável. Caso, em sentido oposto, ele apenas tivesse solicitado exoneração, haveria a quebra do vínculo com Poder Público, sujeitando-se o servidor às eventuais regras instituídas antes da sua investidura no novo cargo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 33 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Promoção Como vimos nas hipóteses de provimento, com a promoção, o servidor é alçado a uma nova classe na carreira, de forma que o cargo anteriormente ocupado fica vago. Por isso mesmo, esta é uma das hipóteses em que ocorre, simultaneamente, um provimento e uma vacância. Readaptação Da mesma forma como ocorre com a promoção, a readaptação é uma forma tanto de provimento quanto de vacância. Se o servidor sofreu uma limitação (física ou mental) e tem que ser aprovei- tado em um cargo compatível com a limitação sofrida, é certo que o cargo anteriormente ocupado pelo servidor ficará vago. Dessa forma, a administração coloca o servidor em um cargo compatível com a limitação sofrida (provimento), ao passo que o cargo anteriormente ocu- pado fica vago para ser ocupado por outra pessoa (vacância). Das hipóteses apresentadas pela Lei n. 8.112/1990 como situações de vacância, duas delas constituem, da mesma forma, hipóteses de provimento, sendo elas a readaptação e a promoção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 34 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 2. Remoção, redistribuição e substituição 2.1. Remoção A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pe- dido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”, conforme determina o artigo 36 da Lei n. 8.112/1990. Do conceito legal, nota-se que a remoção (que não é uma forma de provimento em cargo público), pode ocorrer tanto por iniciativa do servidor quanto por iniciativa do Poder Público. Nesse mesmo sentido, poderá a remoção dar-se com ou sem a mudança da sede em que o servidor desempenha suas atribuições. Na remoção de ofício, é o interesse da administração que é levado em conta, sem margem de opção para a análise da vontade do servidor. Na remoção a pedido, em sentido oposto, é a vontade do servidor que é leva- da em conta, tratando-se de um ato, via de regra, discricionário do Poder Público. Por isso mesmo, a administração deve levar em conta a conveniência e a oportuni- dade para deferir ou não o pedido de remoção. Em determinadas situações, no entanto, teremos a remoção por iniciativa do servidor sem que possa a administração analisar o mérito da questão, tratando-se, por isso mesmo, de um ato vinculado e que deve, obrigatoriamente, ser deferido pelo Poder Público. Três são as situações, de acordo com a Lei n. 8.112/1990 (art. 36, III), que ensejam o deferimento da remoção independente da vontade da administração: a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 35 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preesta- belecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. Da análise das hipóteses de remoção, verifica-se que, quando a administração, de ofício, resolve remover o servidor, o que está sendo levado em conta é apenas a vontade do próprio poder estatal, independente do servidor concordar ou não com tal procedimento. Já na remoção a pedido, temos duas possibilidades: o pedido ter sido formulado pelo servidor e haver a possibilidade de a administração aceitar ou não tal situação, com base no interesse desta, e a situação em que o pedido de remoção ocorre por parte do servidor, não restando alternativa para a administração pública que não seja o seu deferimento. Nessa última hipótese, ou seja, quando a administração se encontra vinculada ao pedido do servidor público, princípios basilares como a saúde e a manutenção do núcleo familiar são levados em conta. Aprendendo na Prática Na hipótese da remoção para acompanhar cônjuge, também servidor, que tenha sido removido no interesse da administração, objetiva-se assegurar a manutenção do núcleo familiar, evitando-se que uma remoção de iniciativa do Poder Público torne inviável a relação até então existente. 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No caso, estávamos diante de uma funcionária da Caixa Econômica Federal (empresa pública) que fora removida de ofício. Ainda que tal funcionária não seja regida pelas disposições da Lei n. 8.112/1990, mas sim pelas regras previstas na CLT, o seu cônjuge, que é servidor do TCU (regido pelo estatuto federal), tem di- reito à remoção de ofício. Tal hipótese de remoção, no entanto, não deve ser confundida com as hipó- teses em que um dos cônjuges ou companheiros é aprovado em concurso público para outro órgão ou entidade. Nestes casos, como a quebra do vínculo familiar não se deu em função de uma ação do Poder Público, mas sim como decorrênciada vontade de um dos membros do casal, não há que se falar em direito à remoção para acompanhar cônju- ge, conforme entendimento do STJ (REsp n. 616.831): Jurisprudência para Concursos Hipótese em que não há falar em deslocamento do servidor público no interesse da Ad- ministração, uma vez que se trata de primeiro provimento de cargo e o servidor tinha conhecimento de que seu exercício seria, necessariamente, no Estado do Rio de Janeiro, tendo em vista a natureza estadual do órgão para o qual foi nomeado. Inexiste, portan- to, direito líquido e certo da recorrente à remoção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 37 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Por fim, ainda no âmbito da remoção para acompanhar cônjuge, o STJ possui entendimento de que não há direito à remoção quando o casal não morava, inicialmente, na mesma localidade. Nesse sentido, destaca-se a pedagógica decisão proferida no âmbito do REsp n. 1.209.391: Jurisprudência para Concursos Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba requereu a sua remoção para a capital do estado ou, alternativamente, a lotação provisória em qualquer outro órgão da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para acompanhar a esposa, servidora pública federal, removida de ofício de Campina Grande para João Pessoa. Apesar de a esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz jus à remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não residia na mesma localidade antes da remoção da esposa. Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de proteger a unidade familiar, que ocorre quando há o afastamento do convívio familiar direto e diário de um dos seus integrantes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 38 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 6. (CESPE/TEC/INSS/2016) Considerando que determinado servidor público fe- deral tenha sido removido para outra sede, situada em outro município, para acompanhar sua esposa, que também é servidora pública federal e foi removida no interesse da administração, julgue o item seguinte à luz do disposto na Lei n. 8.112/1990. Ainda que o servidor e sua esposa sejam integrantes de órgãos pertencentes a po- deres distintos da União, a remoção do servidor poderia ser concedida. Certo. O enunciado apresenta uma das situações em que a remoção poderá ser conce- dida. No caso, independente dos cônjuges pertencerem a diferentes Poderes da União, a remoção poderia perfeitamente ser realizada. Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de re- moção: III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administra- ção: a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 39 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 2.2. Redistribuição A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja ou não ele ocupado, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou en- tidade, mas sempre no âmbito do mesmo Poder. Aprendendo na Prática Determinado servidor foi aprovado em um concurso público da esfera federal, sendo lotado em uma repartição em que o número de servidores que ocupavam o mesmo quadro que ele totalizava 15 pessoas. Nesse órgão, as lotações são definidas com base no total de atendimentos realiza- dos por semestre. Assim, se a sua repartição não tiver atendida, no semestre atual, um número superior de pessoas perderá alguns dos cargos da lotação padrão. Nessa hipótese, teremos a redistribuição de cargos, fazendo com que certo número de cargos pertencentes à repartição do servidor seja redistribuído para outra repar- tição, integrante do mesmo Poder, que tenha realizado um maior número de aten- dimentos no semestre. Para que a redistribuição seja feita, faz-se necessário, ainda, que alguns requi- sitos sejam atendidos, sendo eles: I – interesse da administração; II – equivalência de vencimentos; III – manutenção da essência das atribuições do cargo; IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do ór- gão ou entidade; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 40 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br A redistribuição também poderá ocorrer com a finalidade de ajuste de lotação ou nos casos de reorganização e extinção do órgão ou entidade. Tratando-se de cargos efetivos que se encontrem vagos, a realização da redistribuição deverá ser realizada em conjunto entre o SIPEC (Sistema de pessoal civil da administração pública) e os órgãos ou entidades envolvidas. Caso, no entanto, ocorra a extinção de um órgão ou entidade e os servidores não sejam redistribuídos, deverão os mesmos ser mantidos em disponibilidade. Caso não sejam colocados em disponibilidade, deverão ser mantidos sob responsa- bilidade do SIPEC até o seu adequado aproveitamento. Tanto nas situações de remoção quanto de redistribuição, quando ocorrer a mudança de Município onde o servidor passe a desempenhar as suas atribuições, deverá ser a ele assegurado um prazo de trânsito para a entrada em exer- cício, que, nos termos da Lei n. 8.112/1990, será de no mínimo 10 dias e de no máximo 30 dias. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 41 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Os institutos da remoção e da redistribuição podem ser diferenciados por meio da seguinte tabela: Remoção Redistribuição Não se trata de uma forma de provimento Não se trata de uma forma de provimento Não altera o contingente funcional Não altera o contingente funcional Trata-se do deslocamento de servidor Trata-se do deslocamento de cargo Destina-se a assegurar a preservação de valores como a saúde do servidor e o núcleo familiar Trata-se de uma forma de organização da administração pública Quando ocorrer a mudança de Município, deve ser conferido um prazo de 10 a 30 dias para a entrada em exercício Quando ocorrer amudança de Município, deve ser conferido um prazo de 10 a 30 dias para a entrada em exercício 2.3. Substituição A substituição trata-se de instituto decorrente do princípio da continuidade dos serviços públicos. Com ela, objetiva-se que o serviço não seja interrompido em razão da ausência do titular da função. Caso assim não fosse, a coletividade usuária do serviço prestado é que seria prejudicada pela sua interrupção. Todos os órgãos ou entidades possuem cargos de chefia e funções de direção, sendo que os servidores que ocupam tais funções, além de receber um adicional pelo exercício desempenhado, exercem atividades que exigem um maior nível de responsabilidade. Assim, quando os titulares desses cargos se ausentam (como, por exemplo, nas férias, licenças ou afastamentos admitidos pela Lei n. 8.112/1990), o substituto, que deve ser anteriormente designado, assume cumulativamente, ou seja, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício temporário das atribuições do titular. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 42 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Como contrapartida, recebe um adicional durante o período em que durar a substituição. As regras acerca da substituição estão expressas nos §§ 1º e 2º do artigo 38 da Lei n. 8.112/1990, que assim dispõe: Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou enti- dade. O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocu- pa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do car- go, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período. O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. Da análise dos dispositivos mencionados, percebe-se que o servidor, quando estiver substituindo o titular, pode, quando o período não exceder a 30 dias, optar pela remuneração que deseja receber, se for aquela do cargo em que originalmente atua ou a do servidor substituído. Após o prazo de 30 dias, e tendo continuado a substituição, o servidor substi- tuto passa a receber a remuneração do titular da função, sem a possibilidade de optar por uma das duas remunerações. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 43 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br 3. Direitos e vantagens Os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990 possuem uma série de prerroga- tivas para as mais diversas situações que podem ocorrer na sua vida profissional. Basicamente, são as seguintes as classes de direitos e vantagens que o servidor público civil federal poderá ter direito: a) vencimento e remuneração; b) indenizações; c) gratificações e adicionais; d) férias; e) licenças; f) concessões; g) direito de petição; 3.1. Vencimento e remuneração O vencimento e a remuneração são, sem dúvida alguma, duas das mais im- portantes vantagens concedidas aos servidores. E, como estamos no âmbito da administração pública, em plena consonância com o princípio da legalidade, é a própria Lei n. 8.112/1990 que estipula as diver- sas regras referentes ao assunto, dentre as quais se destaca a que determina que “é proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo nos casos estipulados em lei” (art. 4º). Devemos guardar a diferenciação existente entre vencimento e remuneração. Vencimento é um conceito mais restrito, tratando-se da retribuição pecuni- ária pelo exercício do cargo público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 44 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br Remuneração apresenta um conceito mais amplo, compreendendo os ven- cimentos e as vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. De acordo com o artigo 41, § 5º, da Lei n. 8.112/1990, temos a previsão de que “nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo”. No entanto, a Súmula Vinculante n. 6 do STF criou uma exceção à regra geral ao estabelecer que: Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. Os praças militares são os indivíduos recém-incorporados ao serviço militar. Ainda que não sejam abrangidos pela Lei n. 8.112/1990, trata-se de importante entendimento do STF que já foi cobrado diversas vezes em provas de concurso. Frisa-se que o vencimento do servidor público federal pode perfeitamen- te ser inferior ao salário mínimo. Como mencionado, o que não pode ser inferior ao salário é a remuneração, conceito que abrange o vencimento e as vantagens de caráter permanente. Outra importante garantia assegurada às verbas recebidas pelos servidores é a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Kelly de Sousa Góis Araújo - 06287659327, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 45 de 172 REGIME JURÍDICO Lei n. 8.112/1990 Prof. Diogo Surdi www.grancursosonline.com.br que estabelece a impossibilidade de termos, em regra, o arresto, o seques- tro e a penhora do vencimento, da remuneração e dos proventos recebidos pelos servidores públicos federais. Tais institutos, oriundos do Direito Civil, apenas poderão ser utilizados nas hipóteses de prestação de alimentos, e ainda assim quando decorrerem de decisão judicial. Neste sentido é o teor do artigo 48 da Lei n. 8.112/1990: “O vencimento, a re- muneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial”. Como vimos, as parcelas recebidas pelo servidor, de caráter pecuniário, ob- jetivam conferir a este uma retribuição pelos serviços prestados ao Estado. Tal remuneração, entretanto, não poderá exceder aos valores recebidos pelos detentores de Poder, em plena consonância com a disposição constitucional que estabelece a obrigatoriedade de observância, por toda a administração pública, do teto remuneratório. Assim, estabelece o artigo 42 do estatuto federal a seguinte regra geral: Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal. Inicialmente, deve-se observar que o teto
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