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Epidemiologia pode ser conceituada como ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição e os fatores determinantes das doenças, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas especificas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. Vigilância Epidemiológica A vigilância epidemiológica tem a finalidade de conhecer a ocorrência de doenças e outros agravos considerados prioritários, seus fatores de risco e suas tendências, além de planejar, executar e avaliar medidas de prevenção e de controle. Na Lei Orgânica da Saúde – Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990 –, encontra-se o seguinte conceito: Vigilância Epidemiológica é o conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. Vigilância em saúde A vigilância em saúde deve ser entendida como um modelo assistencial alternativo, que deve ser desenvolvido a partir de problemas reais de uma área delimitada, em uma perspectiva de intersetorialidade. Vigilância sanitária Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde Vigilância ambiental De acordo com a Instrução Normativa no 1, de 07 de março de 2005, que regulamenta a Portaria no 1.172/2004/GM, o Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental (SINVSA) Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica é um subsistema do Sistema Único de Saúde (SUS),baseado na informação-decisão-controle de doenças e agravos específicos. Seus principais objetivos são elaborar, recomendar e avaliar as medidas de controle e o planejamento. Atividades da vigilância epidemiológica a) coleta b) investigação c) interpretação de dados d) recomendação e) avaliação do sistema de vigilância epidemiológica; e f) retroalimentação e divulgação de informações. Notificação compulsória consiste na comunicação obrigatória à autoridade sanitária da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde ou surto, feita por profissional de saúde ou qualquer cidadão, visando à adoção das medidas de intervenção pertinentes. Deve-se notificar a simples suspeita da doença, não se aguardando a confirmação do caso, pois isso pode implicar a perda da oportunidade de adotar as medidas de prevenção e controle indicadas. Assim, quando não forem registrados casos de doenças notificáveis no decorrer do período,deve-se proceder à notificação negativa. Notificação negativa é a notificação da Não-ocorrência de doenças de notificação compulsória na área de abrangência da unidade de saúde; demonstra que o sistema de vigilância e os profissionais da área estão alertas para a ocorrência de tais eventos. Periodicidade de envio de dados: a) do nível municipal para o nível estadual O arquivo de transferência deverá ser encaminhado, semanalmente, das Secretarias Municipais De Saúde para as Regionais de Saúde e destas para as Secretarias de Estado de Saúde (SES); ou Conforme a periodicidade estabelecida pela SES, obedecendo o calendário das Semanas Epidemiológicas. b) do nível estadual para o nível federal O arquivo de transferência deverá ser encaminhado, quinzenalmente, das SES para o SVS, de acordo com as seguintes datas: Primeira quinzena: do 1º ao 3 º dia útil de cada mês. Segunda quinzena: do 15º ao 17º dia útil de cada mês. Sistema de Avaliação do Programa de Imunização (SI-API) As informações sobre coberturas vacinais do Programa Nacional de Imunizações (PNI) resultam dos dados enviados pelas unidades de saúde. Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) O SIM foi implantado em 1975 e utiliza como instrumento de coleta de dados a Declaração de Óbito (DO). Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) Implantado oficialmente em 1990, o Sistema de Informações sobre Nacidos Vivos no País propicia dados sobre gravidez, parto e condições da criança ao nascer. Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab) Criado em 1998, foi pensado como instrumento gerencial dos sistemas locais de saúde, o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) adota, como conceitos básicos, Território, Problema e Responsabilidade sanitária. Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) O Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) constitui importante fonte de informações das doenças que requerem internação Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Siságua) O Siságua foi estruturado visando fornecer informações sobre a qualidade da água para consumo humano proveniente dos sistemas públicos e privados, e de soluções alternativas de abastecimento. Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) É um sistema que oferece aos gestores estaduais e municipais de saúde instrumentos para operacionalização das funções de cadastramento, controle orçamentário, controle e cálculo da produção; e para a geração de informações necessárias ao repasse do custeio ambulatorial (RCA). Principais indicadores A incidência é o número de casos novos de uma doença em um dado local e período, relativo a uma população exposta. Reflete a intensidade com que acontece uma doença em uma população A prevalência indica qualidade daquilo que prevalece. Portanto, prevalência implica acontecer e permanecer existindo em um momento considerado. A taxa de prevalência (TP) é mais utilizada para doenças crônicas de longa duração, como hanseníase, tuberculose, aids e diabetes. Indicadores de saúde 1. Medidas de mortalidade (Risco de morrer) – Taxa geral de mortalidade – Taxa de mortalidade infantil – Taxa de Letalidade 1. Medidas de morbidade (Risco de adoecer) – Taxa de prevalência – Taxa de incidência – Taxa de ataque Em relação ao local de transmissão, os casos podem ser classificados como: Caso autóctone É o caso confirmado que foi detectado no mesmo local onde ocorreu a transmissão. Casos alóctone É o caso confirmado que foi detectado em um local diferente daquele onde ocorreu a transmissão. Endemia Quando a ocorrência de determinada doença apresenta variações na sua incidência de caráter regular, constante, sistemático. Assim, endemia é a ocorrência de uma determinada doença que, durante um longo período de tempo, acomete, sistematicamente, populações em espaços delimitados e caracterizados, mantendo incidência constante ou permitindo variações cíclicas ou sazonais ou atípicas, conforme descrito anteriormente. Exemplo: tuberculose e malária. Epidemia As epidemias caracterizam-se pelo aumento do número de casos acima do que se espera, comparado à incidência de períodos anteriores. Surto epidêmico Costuma-se designar surto quando dois ou mais casos de uma determinada doença ocorrem em locais circunscritos, como instituições, escolas, domicílios, edifícios, cozinhas coletivas, bairros ou comunidades, aliados à hipótese de que tiveram, como relação entre eles, a mesma fonte de infecção ou de contaminação ou o mesmo fator de risco, o mesmo quadro clínico e ocorrência simultânea. Pandemia Dá-se o nome de pandemia à ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial que atinge várias nações. São exemplos clássicos de pandemias: a epidemia de influenza de 1918; e a epidemia de cólera, iniciada em 1961, que alcançou o continente americano em 1991, no Peru. Epidemia de fonte pontual Na epidemia gerada por uma fonte pontual (no tempo), a exposição se dá durante um curto intervalo de tempo e cessa, não se tornando a repetir. Exemplo: exposição à alimento contaminado em evento. Epidemia de fonte persistente Na epidemia gerada por uma fonte persistente(no tempo), a fonte tem existência dilatada e a exposição da população prolonga-se por um largo lapso de tempo. Exemplo: exposição à Salmonella Typhi através de uma mina de água. Epidemia de fonte progressiva ou propagada, de contato ou contágio Quando o mecanismo de transmissão é de hospedeiro a hospedeiro, ocorrendo a propagação em cadeia, difundida de pessoa a pessoa por via respiratória, anal, oral, genital ou por vetores – por exemplo, a gripe, a meningite meningocócica, doenças sexualmente transmissíveis, a raiva canina. Epidemia lenta Na epidemia lenta, o critério diferenciador é a velocidade com que ela ocorre na etapa inicial do processo, que é lenta, gradual e progride durante um longo tempo. Epidemia explosiva ou maciça Quando várias pessoas são expostas, simultaneamente, à mesma fonte – por exemplo, os surtos de infecção ou intoxicação alimentar, cujo tempo de incubação é muito curto.
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