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Contrato de Emprego x Autônomo

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CONTRATO DE EMPREGO x AUTÔNOMO
Dentre os diversos tipos de contratos encontrados no meio jurídico, temos os contratos que envolvem a atividade humana. Dentre estes, existem o contrato de trabalho, regulado pelo Direito do Trabalho, e que se diferencia do contrato de prestação de serviços, contrato de empreitada e outros. 
 Para a caracterização de vínculo empregatício, no contrato de emprego, alguns elementos são necessários, sendo eles: assinatura/registro na CTPS, subordinação, onerosidade, pessoalidade e alteridade. 
O contrato de emprego, não se confunde com o contrato de prestação de serviços autônomo, por exemplo. Pois este último não caracteriza vínculo empregatício, uma vez que não há presentes todos os elementos caracterizadores do contrato de emprego, e é um serviço eventual e não habitual. 
Nesse sentido é a jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região: 
VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA. Ausentes os requisitos caracterizadores do contrato de emprego, especialmente a subordinação, deve ser rejeitado o pedido de reconhecimento de vínculo de emprego bem como os direitos dele decorrentes. (TRT12 - RO - 0001280-30.2016.5.12.0052, Rel. GILMAR CAVALIERI , 3ª Câmara , Data de Assinatura: 23/10/2017). 
Assim explica a doutrina Direito do Trabalho Esquematizado, de Carla Teresa Martins Romar:
Os contratos de prestação de serviços podem ou não ser pactuados com pessoalidade do prestador dos serviços. No entanto, neste tipo de contrato sempre estará ausente o elemento subordinação. A prestação de serviços deve sempre ser pautada pela autonomia do prestador, que não pode estar sujeito às ordens do tomador dos serviços e não pode ter seu trabalho dirigido por ele. A direção do trabalho deve permanecer com o prestador dos serviços, sob pena de descaracterização deste tipo contratual e o reconhecimento da existência de vinculação empregatícia entre as partes.
O art. 3º da CLT considera que é empregado toda pessoa física (pessoalidade) que prestar serviços de natureza não eventual (habitualidade), sob a dependência (subordinação) do empregador e mediante salário (onerosidade).
Contudo, se em uma relação de prestação de serviços autônomo restar comprovado que os elementos caracterizadores da relação de emprego estão presentes, poderá ser considerado vínculo empregatício, conforme jurisprudência do TRT12, abaixo: 
VÍNCULO DE EMPREGO. ÔNUS DA PROVA. CORRETOR DE SEGUROS. CONFIGURAÇÃO. ATIVIDADE DESENVOLVIDA EM PROL DE BANCO. Quando o réu não nega a prestação de serviços, mas sustenta que o prestador era autônomo, traz para si o ônus da prova, pois o ordinário (contrato de emprego) pode ser presumido, mas o extraordinário (trabalho autônomo) deve ser provado por quem alega. Assim, havendo prova nos autos quanto à presença dos requisitos previstos no art. 3º da CLT, impõe-se reconhecer como de emprego a relação jurídica mantida entre as partes. (TRT12 - RO - 0000465-80.2016.5.12.0004, Rel. GARIBALDI TADEU PEREIRA FERREIRA, 4ª Câmara, Data de Assinatura: 08/05/2018). 
Um dos principais elementos caracterizadores da relação de emprego é a subordinação, que não se confunde com as orientações gerais para a execução dos serviços.
Se o autônomo manter a direção sobre sua atividade em decorrência do contrato celebrado entre as partes, ele caracteriza-se como autônomo. Do contrário, se houver dependência ou subordinação, será um contrato de trabalho (emprego)
 O autônomo trabalha com autonomia, sem qualquer fiscalização ou controle de quem contratou os seus serviços.
Cabe mencionar outra jurisprudência do TRT12, nesse sentido: 
CONTRATO DE EMPREGO x PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AUTÔNOMO. DISTINÇÃO. O contrato de trabalho e o de prestação de serviços autônomo possuem traços comuns, tais como a natureza continuada da prestação do serviço e a onerosidade, distinguindo-se pela subordinação jurídica presente apenas no primeiro. Essa subordinação consiste justamente na limitação contratual da autonomia da vontade do empregado quanto ao modo da realização do serviço, transferindo-se ao empregador o poder de direção da atividade desempenhada. Ausente a subordinação, impõe-se o afastamento do vínculo de emprego. (TRT12 - RO - 0000479-70.2014.5.12.0057, Rel. LILIA LEONOR ABREU, 6ª Câmara , Data de Assinatura: 03/06/2015).
Outro tipo de contrato é o contrato de sociedade, que segundo a doutrina, “dá origem a direitos e obrigações recíprocas entre os sócios, propiciando também o surgimen­ to de um feixe de direitos e obrigações entre tais sócios e o ente societário surgido em face do negócio jurídico celebrado”. 
As diferenças entre o contrato de sociedade e o contrato de trabalho são bem acentuadas, mas ainda sobre a subordinação, é importante destacar que, no contrato de sociedade, inexiste dependên­cia de um sócio em relação ao outro, todos tendo iguais direitos. Os sócios participam em conjunto da formação da vontade social. No contrato de trabalho, o empregado está sujeito à direção do empregador, exercendo seu trabalho de forma subordinada.
Na jurisprudência abaixo temos o caso de uma advogada, onde restou comprovada a subordinação, e, portanto, caracterizado o vínculo empregatício.
VÍNCULO DE EMPREGO. ADVOGADA. RECONHECIMENTO. Estando evidenciado nos autos que a autora não possuía autonomia na consecução dos seus serviços junto à sociedade de advogados, sua condição formal de associada e, posteriormente, de sócia do réu não obsta o reconhecimento da relação de emprego entre as partes, em atenção ao princípio da primazia da realidade. Com efeito, ficou comprovado nos autos que as determinações do réu perante a autora não se tratavam de meras diretrizes societárias, mas de típica subordinação jurídica. (TRT12 - RO - 0000545-75.2016.5.12.0026, Rel. VIVIANE COLUCCI, 1ª Câmara , Data de Assinatura: 20/04/2018).
REFERÊNCIAS:
ROMAR, Carla Teresa Martins. Direito do trabalho Esquematizado; coordenador Pedro Lenza. – 4. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017.

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