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apendicite

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Carina de Carvalho 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
 Causa mais comum de abdômen agudo não 
traumático; 
 Pode acontecer em qualquer idade, sendo 
mais comum em homens; 
 Deve ser investigada em quadros de dor 
abdominal aguda. 
 
VARIAÇÕES ANATÔMICAS DO APÊNDICE 
 
 
 
 Tem origem na parede posteromedial do 
ceco, na confluência das tênias cólicas; 
 Apresenta um mesoapêndice que lhe 
confere mobilidade e no qual encontramos 
a artéria e a veia apendiculares, ramos dos 
vasos ileocólicos. 
 
Ponta do apêndice: 
 
 Anterior: pélvico ou pré-ileal 
 Posterior: retrocecal ascendente e/ou 
subseroso; ou ainda retroileal. 
o Retrocecal (64%) 
o Pelve (30%) 
o Retroperitônio (7%). 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
 Alteração no hábito intestinal ou mal-estar: 
o Constipação, diarreia 
 Dor periumbilical ou epigástrica; 
 Dor visceral; 
 Náuseas (após a dor abdominal) e anorexia; 
 Dor localizada no QID 
 Vômitos 
 Febre 38º a 39,9º (aumenta nos casos de 
perfuração – peritonite complicada) 
 Leucocitose > 10.000 mm³, se maior que 
20.000 indica possível gangrena ou 
perfuração; 
 
PATOGÊNESE DA APENDICITE 
 
Obstrução: 
o Fecalito (50%) 
o Hiperplasia de células linfoides 
o Matéria vegetal (sementes) 
o Parasitos (áscaris) 
o Neoplasias 
 
Bactérias (E. coli e B. fragilis) + muco 
 
Distensão intraluminal 
 
Drenagem venosa e linfática 
 
Isquemia 
 
Processo inflamatório 
 
Estágios: 
1. Edematosa (aumento de bactérias e 
muco); 
2. Supurativa (aumento do edema, sem 
complicações) 
3. Gangrenosa (isquemia, com dor 
localizada) – após 4h do surgimento dos 
sintomas; 
4. Perfurativa (livre ou bloqueada, 
podendo evoluir para uma peritonite); 
 
ANAMNESE E ACHADOS FÍSICOS 
Defesa voluntária  involuntária 
 Manobra de Valsalva: jogar o ar para fora 
com as narinas pressionadas. 
 
 SINAIS CLÁSSICOS: 
 
 Sinal de Blumberg: dor a descompressão 
no ponto de Mc Burney, indicando irritação 
peritoneal; 
 Sinal de Psoas: (para apêndice 
retretrocecal) extensão da coxa direito 
seguida de sua abdução causa dor ao longo 
do dorso póstero-lateral e quadril; 
 Sinal do Obturador: rotação interna do 
quadril causa dor sugerindo a possibilidade 
 
Carina de Carvalho 
de um apêndice inflamado localizado na 
pelve. 
 Sinal de Rovsing: palpação do QIE causa 
dor no QID; 
 Sinal de Dunphy: dor na fossa ilíaca direita 
que piora com a tosse. 
 Sinal de Lapinsky: dor à compressão da 
fossa ilíaca direita enquanto o paciente 
eleva o membro inferior esticado. 
 Sinal de Lenander: diferencial das 
temperaturas axilar e retal maior do que um 
grau (isto é, a temperatura retal encontra-
se mais elevada do que comumente é, 
quando comparada com a axilar). 
 
Diagnóstico MAJORITARIAMENTE CLÍNICO 
ESCALA DE ALVARADO 
SINTOMAS 
Dor migratória para a fossa 
ilíaca direita 
1 
Náuseas e vômitos 1 
Anorexia 1 
SINAIS 
Defesa na fossa ilíaca direita 2 
Descompressão dolorosa na 
FID 
1 
Febre (acima de 37,2º) 1 
ACHADOS LABORATORIAIS 
Leucocitose 2 
Desvio para a esquerda 1 
 
EXAMES DE IMAGEM 
Idosos e lactentes!!! 
USG: 
 Diâmetro > 7 mm 
 Estrutura luminal não compressível 
 Parede espessada, vista em secção cruzada 
referida como “lesão em alvo”; 
 Presença de volume líquido; 
 Presença de apendicolito. 
 
*a sensibilidade geral é de 0,86 com uma 
especificidade de 0,81. 
TC: 
 Diâmetro > 7 mm; 
 Espessamento de gordura o ar ao redor do 
apêndice, sugerindo inflamação. 
 “Lesão em alvo” 
 
*sensibilidade geral de 0,94 e especificidade de 
0,95. 
 
FATORES DE RISCO E POPULAÇÕES 
ESPECIAIS 
 Pacientes com menos de 5 anos, o quadro 
muitas vezes é atípico, sendo caracterizado 
por febre alta, letargia, vômitos mais 
intensos e episódios diarreicos mais 
frequentes. Tem uma taxa de perfuração 
maior do que nos jovens e nos adultos 
(entre 15 e 65%). O omento maior ainda é 
imaturo e incapaz de conter a perfuração, 
sendo a peritonite generalizada mais 
frequente. Estes fatores explicam a maior 
morbimortalidade neste grupo. 
 
 Pacientes + de 65 anos a apresentação 
clínica é também atípica. A temperatura é 
menos elevada e a dor abdominal é mais 
insidiosa, ocasionando um diagnóstico 
tardio, com maior incidência de perfuração 
(maior ainda do que na criança) e, 
consequentemente, maior mortalidade. 
 
 Mulheres em idade fértil sempre realizar 
teste de gravidez. Riscos: 
o Doença inflamatória pélvica; 
o Gestação ectópica; 
o Torção de ovário. 
 
 Na gestante, é a emergência cirúrgica 
extrauterina mais comum. Maior 
frequência nos dois primeiros trimestres. O 
diagnóstico de apendicite, principalmente 
após o quinto mês de gravidez, apresenta 
dificuldades, decorrentes tanto do 
deslocamento do apêndice pelo útero 
gravídico (superior e lateralmente) como 
pelos próprios sintomas da gestação. A 
avaliação do leucograma também não tem 
grande valor, já que é comum leucocitose 
em grávidas. O aumento da VHS também é 
considerado uma alteração fisiológica em 
gestantes. 
 
TRATAMENTO 
Apendicectomia de urgência (pacientes 
estáveis e sem contraindicações) 
o Laparoscopia X Laparotomia 
Antibioticoterapia: 
o Complicada  uso pós-operatório 
o Não complicada  uso pré-operatório 
*Sempre que houver dúvidas é prudente 
observar o paciente e repetir os exames 
em 6 a 8 horas.

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