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Fundamentos do Controle 
de Ruído Industrial
O Som e o Sistema Auditivo
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Fernanda Anraki Vieira
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• O Som;
• O Ruído;
• O Ouvido Humano e a Audição. Fonte: iStock/Getty Im
ages
Objetivos
• Fornecer ao aluno o conteúdo teórico básico para entendimento das propriedades físi-
cas do ruído e sua interação com o ouvido humano.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o 
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
O Som e o Sistema Auditivo
UNIDADE 
O Som e o Sistema Auditivo
Contextualização
O ruído é um dos maiores problemas de saúde ocupacional presentes nos am-
bientes de trabalho. Pode ser encontrado nas grandes indústrias, mas também se faz 
presente nas pequenas e médias empresas, em ambientes comerciais, nos meios de 
transporte, na prestação de serviços, enfim... o ruído está em todo lugar!
Altos níveis de ruídos podem produzir vários efeitos adversos ao ser humano,que 
incluem desde interferências nas comunicações, acidentes de trabalho, perdas auditivas 
irreversíveis, entre outros efeitos à saúde. 
O Engenheiro de Segurança do Trabalho é um dos profissionais que deve estar apto 
a reconhecer, avaliar e controlar o ruído nos ambientes laborais. Para tal, é preciso 
entender sobre as características físicas do ruído, sua interação com o ouvido humano, 
entre diversas outras informações que serão abordadas ao longo da disciplina.
Para dar início ao conteúdo, vamos pensar a respeito do ruído junto com Napo. Você 
conhece o Napo? Napo é uma ideia concebida na união europeia por um pequeno gru-
po de profissionais de comunicação de saúde e segurança do trabalho, na intenção de 
produzir informação de alta qualidade, abordando as diversas culturas, idiomas e neces-
sidades práticas das pessoas no trabalho. O papel da Napo e seus amigos é questionar, 
de forma humorística, as diversas situações que vivemos no mundo do trabalho.
Assista ao vídeoe reflita com Napo em: https://youtu.be/Ce_pJAQ7FK4.
6
7
O Som
O som é um fenômeno físico oriundo de vibrações mecânicas que se propagam 
em forma de ondas no ar (GERGES, 2000. SALIBA, 2018). São propriedades da 
onda sonora:
a) Frequência: número de oscilações que uma onda realiza em um intervalo de 
tempo. Permite distinguir sons graves (baixas frequências) de sons agudos (al-
tas frequências), sendo representada pela unidade Hertz (Hz). A onda sonora 
se propaga dentro da frequência de 20 a 20.000 Hz, sendo esta a faixa audível 
ao ouvido humano (GERGES, 2000. SALIBA, 2018).
------------------------------l---------------------------------------l-----------------------------
 Infrasom 20 Hz Som 20.000 Hz Ultrassom
Figura 1 – Espectro sonoro
b) Amplitude: é a medida da extensão da perturbação da onda durante um ciclo. 
Permite distinguir um som forte de um som fraco, mais comumente conhecida 
como volume do som. A unidade da amplitude é Newton por metro quadrado 
(N/m²) ou Decibel (dB). A onda sonora possui amplitude entre o limiar de au-
dição (2x10-5 N/m² = 0 dB) e o limiar da dor (20 N/m² = 140 dB) (GERGES, 
2000; SALIBA, 2018).
------------------------------l---------------------------------------l-----------------------------
 Limiar de audição 0 dB Faixa audível 140 dB Limiar da dor
Figura 2 – Limiares da audição
O Ruído
O som faz parte do cotidiano. Porém, quando este é desagradável ou indesejado, 
o definimos como ruído. O efeito do ruído sobre o indivíduo não depende somente de 
suas propriedades físicas, mas também do modo como o indivíduo o percebe, sendo 
esta percepção subjetiva (GERGES, 2000).É considerado um fenômeno físico que 
indica uma mistura de sons, cujas frequências não seguem uma regra precisa.
Pode se apresentar nas seguintes formas:
• Ruído contínuo: permanece “estável”, com variações máximas de 3 dB durante um 
longo período (superior a 15 minutos). Por exemplo, o ruído oriundo de máquinas 
em operação contínua.
• Ruído intermitente: ruído com variações, maiores que 3 dB, em períodos curtos 
(menores que 15 minutos). Por exemplo: ruído oriundo de máquinas que operam 
em ciclos repetitivos ao longo do dia.
7
UNIDADE 
O Som e o Sistema Auditivo
• Ruído de impacto: apresenta picos com duração menor que 1 segundo a inter-
valos superiores a 1 segundo. Por exemplo, uma prensa que realiza menos de 30 
prensagens por minuto (SALIBA, 2018).
O ruído possui limite de tolerância, que é a intensidade máxima relacionada com a 
natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do traba-
lhador durante a sua vida laboral.
Nível de Intensidade Sonora (NIS)
O Nível de Intensidade Sonora (NIS) mede a sensação auditiva provocada por uma 
onda sonora de intensidade I, com relação à intensidade I0, sendo I0 aproximada-
mente a intensidade de um tom de 1.000Hz, levemente audível pelo ouvido humano 
(GERGES, 2000).
NIS I
I
=10
0
log
Onde:
• NIS é a intensidade sonora em dB;
• I é a intensidade acústica em W/m²;
• I0 é a intensidade de referência = 10
-12 W/m².
Exemplos: 
1. Qual o valor do nível de intensidade sonora (NIS) para uma intensidade acús-
tica de 20x10-11 W/m²?
NIS I
I
x
= = =
−
−10 10
20 10
10
23
0
11
12
log log dB
2. Qual o valor do nível de intensidade sonora (NIS) para uma intensidade acús-
tica de 40x10-11 W/m²?
NIS I
I
x
= = =
−
−10 10
40 10
10
26
0
11
12
log log dB
Através dos exemplos 1 e 2, conclui-se que quando a intensidade sonora dobra, o 
NIS aumenta em 3 dB.
Nível de Pressão Sonora (NPS)
A intensidade acústica é proporcional ao quadrado da pressão acústica. Logo, o Nível 
de Pressão Sonora (NPS) é dado por (GERGES, 2000. SALIBA, 2018):
NPS P
P
P
P
P
x
P x
= = = =
− =
−
−
10 20 20
2 10
20 20 2 10 20
2
0
2
0
5
5
log log log
log log llog P + 94
8
9
Onde:
• NPS é a pressão sonora em dB;
• P é a pressão acústica em N/m² ou Pa;
• P0 é a pressão de referência = 2x10
-5 N/m² ou Pa.
Exemplos:
3. Qual o valor do nível de pressão sonora (NPS) para uma pressão acústica de 5 Pa?
NPS P= + = + =20 94 20 5 94 108log log dB
4. Qual o valor do nível de pressão sonora (NPS) para uma pressão acústica de 10 Pa?
NPS P= + = + =20 94 20 10 94 114log log dB
Através dos exemplos 3 e 4, conclui-se que quando a pressão sonora dobra, o NPS 
aumenta em 6 dB.
Nível de Potência Sonora (NWS)
A potência sonora representa a energia acústica produzida pela fonte por unidade 
de tempo (SALIBA, 2018). É dada por:
NWS W
W
= = +10 10 120
0
log logW
Onde:
• NWS é a potência sonora em dB;
• W é a potência acústica em W;
• W0 é a potência de referência = 10
-12 W.
Exemplos:5. Qual o valor do nível de potência sonora (NWS) para uma potência acústica 
de 10W?
NWS W= + = + =10 120 10 10 120 130log log dB
6. Qual o valor do nível de potência sonora (NWS) para uma potência acústica 
de 20W?
NWS W= + = + =10 120 10 20 120 133log log dB
Através dos exemplos 5 e 6, conclui-se que quando a potência sonora dobra, o NWS 
aumenta em 3 dB.
Saiba mais sobre a escala logarítmica e as propriedades do som no vídeo: Escala deci-
bel. Disponível em: https://youtu.be/RNGpZm64pcU.
9
UNIDADE 
O Som e o Sistema Auditivo
Adição de Níveis de Pressão Sonora
Dois níveis de pressão sonora (L1 e L2) não podem ser somados linearmente visto que 
a escala utilizada é logarítmica. O somatório de dB se dá por:
NPS L Lt = +1 ∆
Onde:
• NPSt é o nível de pressão sonora total em dB;
• L1 é o maior nível de pressão sonora em dB;
• ∆L é o índice de correção obtido em função de L1–L2, que segue na Tabela 1.
Tabela 1 – Índices de correção para adição de decibéis
Diferença entre 
os níveis em dB
Valor a ser 
adicionado ao 
maior NS (∆L)
Diferença entre 
os níveis em dB
Valor a ser 
adicionado ao 
maior NS (∆L)
Diferença entre 
os níveis em dB
Valor a ser 
adicionado ao 
maior NS (∆L)
0,0 – 0,1 3,0 2,2 – 2,4 2,0 5,7 – 6,1 1,0
0,2 – 0,3 2,9 2,5 – 2,7 1,9 6,2 – 6,6 0,9
0,4 – 0,5 2,8 2,8 – 3,0 1,8 6,7 – 7,2 0,8
0,6 – 0,7 2,7 3,1 – 3,3 1,7 7,3 – 7,9 0,7
0,8 – 0,9 2,6 3,4 – 3,6 1,6 8,0 – 8,6 0,6
1,0 – 1,2 2,5 3,7 – 4,0 1,5 8,7 – 9,6 0,5
1,3 – 1,4 2,4 4,1 – 4,3 1,4 9,7 – 10,7 0,4
1,5 – 1,6 2,3 4,4 – 4,7 1,3 10,8 – 12,2 0,3
1,7 – 1,9 2,2 4,8 – 5,1 1,2 12,3 – 14,5 0,2
2,0 – 2,1 2,1 5,2 – 5,6 1,1 14,6 – 19,3 0,1
Obs.1: Acima de uma diferença de 19,4dB, não se acrescenta ao maior NS.
Obs.2: Os índices de correção da Tabela 1 foram obtidos através da solução da equação ∆L
L L
= +








−
−





10 1 10
1 2
10log .
O índice de correção para a adição de decibéis também pode ser obtido através do 
gráfico a seguir:
Gráfi co 1 – Índices de correção para adição de decibéis 
Fonte: Acervo do Conteudista
10
11
Exemplo: 
7. Um equipamento emite 85dB. Outro equipamento emite 90dB. Qual o nível 
de pressão sonora dos equipamentos funcionando simultaneamente?
• L1 = 90dB / L2 = 85dB
• L1 – L2 = 90 – 85 = 5dB
Conforme a tabela, ∆L para 5dB é igual a 1,2dB.
Portanto: NPSt = L1 + ∆L = 90 + 1,2 = 91,2dB.
Em quais situações a adição de NPS pode contribuir para a tomada de decisão na 
sua empresa?
Subtração de Níveis de Pressão Sonora ou Ruído de Fundo
A subtração de níveis de pressão sonora também pode ser realizada. Essa operação 
geralmente é utilizada quando se deseja subtrair um ruído que não é de interesse, gerado 
por outras fontes ou pelo ruído ambiental, chamado ruído de fundo.
A subtração de dB se dá por:
NPS L Lt= −� ∆
Onde:
• NPS é o nível de pressão sonora em dB;
• Lt é o nível de ruído total em dB;
• ∆L é o índice de correção obtido em função de L1–L2, que segue na Tabela 2.
Tabela 2 – Índices de correção para subtração de decibéis
Diferença entre 
os níveis em dB
Valor a ser 
subtraído do 
nível total (∆L)
Diferença entre 
os níveis em dB
Valor a ser 
subtraído do 
nível total (∆L)
Diferença entre 
os níveis em dB
Valor a ser 
subtraído do 
nível total (∆L)
0,1 16,4 2,1 4,2 4,5 1,9
0,2 13,5 2,2 4,0 4,6 – 4,7 1,8
0,3 11,8 2,3 3,9 4,8 – 5,0 1,7
0,4 10,6 2,4 3,7 5,1 – 5,2 1,6
0,5 9,6 2,5 3,6 5,3 – 5,4 1,5
0,6 8,9 2,6 3,5 5,5 – 5,7 1,4
0,7 8,3 2,7 3,3 5,8 – 6,0 1,3
0,8 7,7 2,8 3,2 6,1 – 6,3 1,2
0,9 7,3 2,9 3,1 6,4 – 6,6 1,1
1,0 6,9 3,0 3,0 6,7 – 7,0 1,0
1,1 6,5 3,1 2,9 7,1 – 7,5 0,9
11
UNIDADE 
O Som e o Sistema Auditivo
Diferença entre 
os níveis em dB
Valor a ser 
subtraído do 
nível total (∆L)
Diferença entre 
os níveis em dB
Valor a ser 
subtraído do 
nível total (∆L)
Diferença entre 
os níveis em dB
Valor a ser 
subtraído do 
nível total (∆L)
1,2 6,2 3,2 2,8 7,6 – 7,9 0,8
1,3 5,9 3,3 – 3,4 2,7 8,0 – 8,5 0,7
1,4 5,6 3,5 2,6 8,6 – 9,2 0,6
1,5 5,3 3,6 2,5 9,3 – 10,0 0,5
1,6 5,1 3,7 2,4 10,1 – 11,1 0,4
1,7 7,9 3,8 – 3,9 2,3 11,2 – 12,5 0,3
1,8 4,7 4,0 2,2 12,6 – 14,6 0,2
1,9 4,5 4,1 – 4,2 2,1 14,7 – 19,4 0,1
2,0 4,3 4,3 – 4,4 2,0 ≥19,5 0,0
Exemplo:
8. O NPS de um ambiente de trabalho é 88dB, enquanto o NPS de um equipa-
mento específico é 83dB. Qual o nível de ruído de fundo deste ambiente?
• L1 = 88dB / L2 = 83dB
• L1 – L2 = 88 – 83 = 5dB
Conforme a tabela, ∆L para 5dB é igual a 1,7dB.
Portanto: NPS = Lt - ∆L = 88–1,7 = 86,3dB.
Em quais situações a subtração de NPS pode contribuir para a tomada de decisão na 
sua empresa?
Os procedimentos de soma e subtração de NPS podem ser utilizados para NIS e NWS.
Curvas Isoaudíveis
A audição humana tem sensações diferentes conforme a frequência do som. 
Considerando este princípio, foram traçadas as curvas isoaudíveis, ou curvas de igual 
audibilidade ao ouvido humano, a partir da resposta produzida por determinado NPS 
em relação a uma frequência padrão de 1.000Hz. A unidade é o fon, que equivale ao 
decibel a 1.000Hz. (SALIBA, 2018).
12
13
Figura 3 – Níveis de audibilidade, Norma ISO 226
Fonte: Saliba, 2018
A interpretação da Figura 3 pode ser feita tomando-se uma curva e comparando-se 
os NPS necessários para estimular o ouvido a determinadas frequências. Por exemplo, 
a100 fons, a audibilidade percebida pelo ouvido humano a 4.000Hz é gerada por um 
NPS de 90dB. Essa mesma audibilidade é percebida para uma frequência de 125Hz, 
quando gerada por um NPS de 100dB.
Ou, por exemplo, um som de 90 fons na frequência de 5.000Hz produzido por um 
NPS de 85dB é ouvido na mesma intensidade com uma frequência de 2.000Hz e NPS 
de 90dB.
Saiba mais sobre das curvas isoaudíveis no vídeo: Gráfico de audibilidade. Disponível em: 
https://youtu.be/wem4lWHX9KE.
Compensação de Decibéis
Os instrumentos de medição de ruído, que serão abordados em unidade específica 
do curso, são programados para apresentar uma resposta linear. Ou seja, o mesmo 
número de decibéis para mesmas amplitudes, sem considerar a frequência do som. 
Devido o ouvido humano possuir sensibilidades diferentes para frequências diferentes, 
foram estabelecidas as curvas de compensação A, B, C e D, na tentativa de corrigir 
13
UNIDADE 
O Som e o Sistema Auditivo
a leitura do equipamento e representar a resposta mais próxima possível do ouvido 
humano ao ruído. Essas curvas são a base para a padronização dos equipamentos 
medidores (SALIBA, 2018).
A curva A se aproxima às curvas isoaudíveis para baixos NPS, enquanto a curva B 
para médios NPS, e a curva C para altos NPS. A curva D foi padronizada para medição 
em aeroportos. A curva A é a que mais se aproxima da resposta do ouvido humano, 
vez que amplia as frequências de 1.000 a 5.000Hz, as quais o ouvido humano é mais 
sensível (GERGES, 2000. SALIBA, 2018).
Figura 4 – Curvas de compensação
Fonte: Saliba, 2018
A tabela que segue demonstra as correções das curvas de compensação.
Tabela 3 – Valores numéricos das ponderações das curvas A, B, C e D
Frequência (Hz) Curva A (dB) Curva B (dB) Curva C (dB) Curva D (dB)
16 -56,7 -28,5 -8,5 -
31,5 -39,4 -17,1 -3,0 -
63 -26,8 -9,3 -0,8 -10,9
125 -16,1 -4,2 -0,2 -5,5
250 -8,6 -1,3 0 -1,6
500 -3,2 -0,3 0 -0,3
1000 0 0 0 0
2000 1,2 -0,1 -0,2 7,9
4000 1,0 -0,7 -0,8 11,1
8000 -1,1 -2,9 -3,0 5,5
16000 -6,6 -8,4 -8,5 -
20000 -9,3 -11,1 -11,2 -
Fonte: GERGES (2000);SALIBA (2018)
14
15
Para entender melhor a compensação, admita um NPS de 80dB. A 1.000Hz, 
o ouvido humano perceberá 80dB, não havendo compensação. Para 125Hz, os 
valores compensados, ou seja, compatíveis com a audição humana seriam:- Curva 
A: 80 – 16,1 =63,9 dB(A);
• Curva B: 80 – 4,2 = 75,8 dB(B);
• Curva C: 80 – 0,2 = 79,8 dB(C);
• Curva D: 80 – 5,5 = 74,5 dB(D).
O Ouvido Humano e a Audição
Algumas informações sobre o ouvido humano e a audição já foram mencionadas 
nesta unidade, tais como o limiar de audição (2x10-5 N/m² = 0 dB), que é a menor 
pressão acústica que o ouvido humano pode detectar;o limiar da dor (20 N/m² = 
140dB), que é o nível a partir do qual a sensação de audição passa a ser de dor; 
a faixa audível (20 a 20.000 Hz), que representa a frequência de propagação do 
som para que este seja ouvido pelo ser humano; e a faixa de frequência de 1.000 
a 5.000Hz na qual o ouvido humano é mais sensível.
Mais que saber que o ouvido humano responde de maneiras diferentes conforme 
o tipo de ruído, é necessário aprender sobre a estrutura do ouvido humano e o seu 
funcionamento para que se possa compreender a interação do ruído com o sistema 
auditivo e suas consequências. 
O ouvido humano é um sistema complexo, que nos permite perceber e interpretar 
o som. Pode ser dividido em três partes: ouvido externo, o médio e o interno. O ouvi-
do externo é composto pelo pavilhão da orelha, canal auditivo e tímpano. O pavilhão 
da orelha capta o som, que é conduzido através do canal auditivo até o tímpano, uma 
membrana que vibra (GERGES, 2000).
No ouvido médio ocorre a amplificação da vibração do tímpano através de três 
ossos chamados martelo, bigorna e estribo. O estribo está ligado à cóclea, localizada 
no ouvido interno, que é responsável por colher o estímulo através de suas células 
ciliadas, que geram impulsos nervosos, sendo estes transmitidos até o cérebro através 
do nervo auditivo (GERGES, 2000. SALIBA, 2018).
15
UNIDADE 
O Som e o Sistema Auditivo
Martelo
Aurícula
Bigorna
Osso temporal
Dutos Semicirculares
Cóclea
Tubo auditivo
Cavidade timpânica
Tímpano
Canal auditivo
Lóbulo da orelha
Figura 5 – Sistema auditivo
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
As ondas percorrem distâncias diferentes, com tempos diferentes, ao longo da có-
clea. Isto permite ao ouvido distinguir a frequência do som recebido. Já a percepção 
de direcionalidade, direção da origem do som, depende da diferença de tempo em 
que cada ouvido recebe o estímulo sonoro. Daí a importância de se manter ambos os 
ouvidos saudáveis (GERGES, 2000).
Saiba mais sobre o som e o ouvido humano no vídeo: A natureza do som e ouvido hu-
mano. Disponível em: https://youtu.be/wsCIl5ehL0c.
Perda de Audição
A exposição a altos níveis de ruído, por períodos de tempo prolongado, pode 
levar o indivíduo à perda de audição. A perda auditiva é configurada pela redução da 
sensibilidade de audição que ocorre devido aos danos causados às células da cóclea 
(GERGES, 2000).
O primeiro efeito fisiológico da exposição a altos níveis de ruído é a perda tem-
porária de audição na banda das frequências de 4.000 a 6.000 Hz, sendo possível 
ao ouvido se recuperar. A recuperação ocorre através de um período estimado entre 
11 a 14 horas de repouso acústico. Caso a exposição ocorra novamente antes da 
total recuperação do sistema auditivo, as células do ouvido interno são danificadas 
e a perda auditiva pode se tornar permanente, inclusive em outras frequências. 
A perda auditiva permanente é denominada Perda Auditiva Induzida por Ruído 
(PAIR). Quando a origem é sabidamente ocupacional, é chamada de Perda Auditiva 
Induzida por Ruído Ocupacional (PAIRO) (GERGES, 2000, SALIBA 2018).
16
17
A perda auditiva permanente por exposição ao ruído se inicia geralmente na faixa 
de 3.000 a 6.000 Hz, principalmente na frequência de 4.000 Hz. Enquanto situada 
nesta faixa, o indivíduo pode não perceber esta perda, pois ela não influencia a faixa 
de frequência da conversação humana (500 a 2.000 Hz). Ou seja, não há prejuízo 
da fala, escuta ou entendimento da conversação ou audição de músicas ou TV. Daí a 
importância de se detectar e interromper a PAIR nos estágios iniciais, visto que ainda 
não ocorreu prejuízo da comunicação, que pode impactar na qualidade de vida do 
trabalhador (SALIBA, 2018).
Quando a frequência de 3.000 Hz é comprometida, surgem as primeiras dificuldades 
na comunicação. Geralmente, quando há presença de ruído de fundo, conversas paralelas 
etc. Se a faixa de 2.000 Hz é comprometida, é comum que o indivíduo tente compensar 
a perda auditiva fixando o olhar nos lábios de quem fala, ou falando mais alto. Se a faixa 
de 1.000 Hz ou menos é comprometida, os prejuízos sociais são evidentes e o indivíduo 
tende a apresentar desdobramentos psíquicos. Ainda que irreversível, é muito raro que a 
PAIR cause incapacidade parcial ou total para o trabalho (SALIBA, 2018).
Saiba mais sobre a PAIR em: Ordem de Serviço INSS/DAF/DSS nº 608/98. Disponível em: 
https://tinyurl.com/y8fe74jx.
Audiometria
A perda auditiva pode ser mensurada através de um exame denominado audio-
metria. Neste exame são medidos os limiares auditivos do indivíduo em várias frequ-
ências. Quando a perda auditiva é menor que 25,0 dB(A), entende-se que ela está 
dentro da normalidade. Perdas auditivas entre 30,0 a 35,0 dB(A) são consideradas 
pequenas, sobretudo, se ocorrerem em uma frequência específica. Já as perdas maio-
res que 35,0 a 40,0 dB(A) são consideradas significativas, devendo-se considerar, 
inclusive, outras causas isoladas ou associadas à exposição ao ruído (SALIBA, 2018).
Trauma Acústico
Sons de curta duração e alta intensidade podem causar o trauma acústico. Este é 
configurado pela perda auditiva imediata, severa e permanente (SALIBA, 2018).
Saiba mais sobre trauma acústico no artigo: Avaliação do perfil auditivo de militares de 
um quartel do Exército Brasileiro. Disponível em: https://goo.gl/7e3YBd.
Efeitos Extra-auditivos
A exposição prolongada a altos níveis de ruído, além de provocar danos ao sistema 
auditivo, é a causa de outros efeitos sobre o corpo humano, tais como: aumento de 
batimentos cardíacos, hipertensão arterial, estreitamento dos vasos sanguíneos, tensão 
muscular, alterações digestivas, disfunção hormonal, redução da libido, dificuldade de 
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UNIDADE 
O Som e o Sistema Auditivo
repouso do corpo, aumento da frequência respiratória, vertigem e cefaleia. Os efeitos 
dessas alterações podem se manifestar na forma de mudanças de comportamento, por 
exemplo, nervosismo, fadiga mental, frustração, prejuízo no desempenho no trabalho 
(GERGES, 2000. SALIBA, 2018).
Saiba mais sobre os efeitos extra-auditivos causadospelo ruído no artigo: Estudo dos 
efeitos auditivos e extra-auditivos da exposição ocupacional a ruído e vibração. 
Disponível em: https://goo.gl/aakqEy.
Como desdobramentos dos efeitos extra-auditivos, a taxa de ausência no trabalho 
aumenta e o trabalhador pode ter dificuldades em lidar com conflitos ou situações atípicas 
no ambiente de trabalho. Estes desdobramentos, inclusive, podem levar à ocorrência de 
acidentes de trabalho.
Saiba mais sobre a relação entre exposição a ruído ocupacional e ocorrência de acidentes de 
trabalho no artigo: Exposição ao ruído ocupacional como fator de risco para acidentes 
do trabalho. Disponível em: https://goo.gl/hbaeN4.
Outras Considerações sobre a PAIR
O trabalhador portador de PAIR não deve ser excluído do trabalho em função de 
seu quadro audiométrico. Sua capacidade laboral poderá ser reconhecida, desde que 
considerando outros fatores, tais como: 
• A idade do trabalhador;
• O histórico clínico e ocupacional do trabalhador;
• Os resultados dos exames médicos audiológicos;
• O tempo de exposição pregressa e atual do trabalhador a níveis de pressão so-
nora elevados;
• A demanda auditiva da atividade;
• A exposição não ocupacional a níveis de pressão sonora elevados;
• A exposição a agentes ototóxicos (substâncias químicas que podem causar dano no 
sistema auditivo);
• A capacitação do trabalhador;
• Osprogramas de segurança que o trabalhador estará incluído.
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Em quais situações a adição de NPS pode contribuir para a tomada de decisão na 
sua empresa?
Resposta: A adição de NPS é comumente utilizada na aquisição de equipamentos. 
Suponhamos que o ambiente de trabalho já tenha seu NPS definido. Deve-se adquirir 
um equipamento que, quando ligado simultaneamente aos demais, não ultrapasse 
determinado nível de ruído. Logo, neste caso, o cálculo da adição de NPS pode auxiliar 
na tomada de decisão.
Em quais situações a subtração de NPS pode contribuir para a tomada de decisão 
na sua empresa?
Resposta: A subtração de NPS pode ser utilizada quando se deseja tomar uma medida 
de controle, na fonte ou trajetória. Considere que é necessário reduzir o ruído de deter-
minado ambiente de trabalho. Para isso, precisamos definir qual equipamento deve ser 
modificado. Dado o nível de pressão sonora total e dos equipamentos, é possível deter-
minar qual dos equipamentos emite ruído mais significante.
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UNIDADE 
O Som e o Sistema Auditivo
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
A natureza do som e ouvido humano
https://youtu.be/wsCIl5ehL0c
Escala decibel
https://youtu.be/RNGpZm64pcU
Gráfico de audibilidade
https://youtu.be/wem4lWHX9KE
Napo. Pare esse barulho, episódio 1
https://youtu.be/Ce_pJAQ7FK4
 Leitura
Ordem de Serviço INSS/DAF/DSS nº 608/98
https://goo.gl/7RFd6z
Avaliação do perfil auditivo de militares de um quartel do Exército Brasileiro
https://goo.gl/7e3YBd
Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposição ocupacional a ruído e vibração
https://goo.gl/aakqEy
Exposição ao ruído ocupacional como fator de risco para acidentes do trabalho
https://goo.gl/hbaeN4
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Referências
EDITORA SABERES. Saúde e segurança do trabalho (livro eletrônico). São Paulo, 
2014. (e-book)
FERRARI, Irany; MARTINS, Melchíades Rodrigues. Acidente do trabalho, doenças ocu-
pacionais e profissionais: causas que devem ser forçosamente apreciadas pela justiça 
do trabalho: seguridade social: controle: Emenda Constitucional para transferir a com-
petência para a justiça do trabalho para tais causas (ações acidentárias). Revista LTr: 
Legislação do Trabalho, São Paulo, v. 74, n. 4, abr. 2010, p. 397-405 (artigo grátis).
GERGES, S. N. Y. Ruído: Fundamentos e Controle – 2. ed. Santa Catarina: NR Edi-
tora, 2000.
MONTEIRO, Antonio Lopes; BERTAGNI, Roberto Fleury de Souza. Acidentes do 
trabalho e doenças ocupacionais: conceito, processos de conhecimento. 6. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2010.
MICHEL, Oswaldo. Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. 3. ed. São Paulo: 
Ltr, 2008.
RAMAZZINI, Bernardino. As doenças dos trabalhadores. São Paulo: Fundacentro, 1985.
SALIBA, T. M. Manual Prático de Avaliação e Controle do Ruído: PPRA – 10. ed. 
São Paulo: LTR, 2018.
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