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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II PROCEDIMENTO (RITOS) Enquanto o processo é uma unidade como relação processual em busca da prestação jurisdicional, o procedimento é a exteriorização dessa relação e, por isso, pode assumir diversas feições ou modos de ser. A essas várias formas exteriores de se movimentar o processo aplica-se a denominação de procedimentos. Procedimento é sinônimo de rito do processo, ou seja, “o modo e a forma por que se movem os atos do processo”. Procedimento COMUM SUMÁRIO E ORDINÁRIO (regra geral*) (ambos os ritos só existiam no CPC/73) ESPECIAL CPC E EM LEIS EXTRAVAGANTES (exceções) Observações: 1) Não existe mais a divisão entre os ritos sumário e ordinário, agora tratamos apenas de rito comum, isso porque esses procedimentos eram do CPC/73 e não foram acolhidos pelo CPC/15. 2) NÃO HÁ MAIS O QUE SE FALAR EM RITOS SUMÁRIO E ORDINÁRIO. 3) As demandas que foram ajuizadas antes da vigência do novo CPC, seguirão a mesma tramitação até o final do processo, ou seja, uma ação que foi ajuizada pelo rito ordinário deverá seguir até o final com os trâmites processuais do rito ( até mesmo por uma questão de segurança processual). PETIÇÃO INICIAL O processo começa por inciativa da parte. Devendo a petição, como peça solene e formal, dar início ao processo, considerando sua formalidade a mesma deve estar elaborada sobre o crivo dos artigos 319, 320 e 106 do CPC. Artigo 320, CPC Esse artigo dispõe que a P.I. deverá ser instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Obs: Instruir = juntar/anexar Que documentos são esses? - Pessoa Física: RG e CPF -Pessoa Jurídica: Cartão CNPJ e Atos Constitutivos - Além desses, é necessário que se junte à P.I. a procuração! Art. 106, CPC Esse artigo, apesar do seu caput, não fala apenas do advogado que postula em causa própria. Seu primeiro inciso fala que o advogado deverá declarar na petição inicial o seu nome, seu endereço e seu número de inscrição na OAB. Isso porque, na P.I. preciso logo identificar quem é o advogado, pois as intimações processuais ocorrem em seu nome. Art. 319, CPC Esse artigo elenca os requisitos da Petição Inicial. Vejamos: O juízo a quem é dirigida (regra de competência) Os nomes, prenomes, estado civil (existência de união estável), profissão, CPF ou CNPJ, endereço eletrônico, o domicílio e residência do autor e do réu (qualificação das partes – apesar da nacionalidade e do RG não estarem elencado no artigo supra citado, é costume a sua colocação – obs: caso o autor não disponha das informações, previstas no artigo, do réu, poderá, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias para sua obtenção ( art. 319, parágrafo 1º) – A petição inicial não poderá ser indeferida se faltar alguma informação do réu, desde que seja possível a sua citação ( art. 319, parágrafo 2º) – Além disso, em nenhum caso será justificado o indeferimento da peça, por incompletude dos elementos identificadores do réu, “se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça (art. 319, parágrafo 3º)). O fato e os fundamentos jurídicos do pedido (Causa de pedir próxima (fato), o que leva o autor a ajuizar a ação, o seu porque, e causa de pedir remota (fundamentos) é o que faz o autor achar que tem direito) O pedido O valor da causa (Toda causa ainda que sem conteúdo econômico apresenta um valor certo e determinado fixado em moeda corrente – “Dá-se a causa o valor de R$...”). REGRAS DE FIXAÇÃO DO VALOR DA CAUSA Causas com conteúdo econômico: Se tiver conteúdo econômico, este será o valor da causa. Art. 291, CPC: diz que toda causa será atribuído um valor certo, ainda que sem conteúdo econômico imediatamente aferível. (ex: ação de investigação de paternidade não tem imediatamente, um conteúdo econômico aferível). Art. 392, CPC: I) na ação de cobrança será o valor que se pretende receber; II) ação discutindo contrato será o contrato na íntegra; III) ação de alimentos será a soma de 12 meses; IV) verifica-se o valor do IPTU; V) ação de dano moral será o valor pretendido; VI) cumulação de pedidos será a soma deles; VII) pedidos alternativos o de maior valor; VIII) pedido subsidiário, o valor do principal. Valor para efeitos meramente fiscais. As provas (“protesto pela produção de todas as provas em direito admitidas, notadamente oral, documental e a pericial“). A opção do autor pela realização ou não da Audiência de Conciliação e Mediação (Essa só ocorrerá se houver interesse das partes, autor tem que falar na petição inicial se deseja ou não conciliar). PEDIDOS Em regra o pedido deve ser certo e determinado: pedido certo -> expresso ≠ e pedido determinado -> líquido ≠ genérico Importante: excepcionalmente a lei autoriza um pedido implícito e genérico, vejamos: PEDIDO IMPLÍCITO (art. 322, parágrafo 1º e art. 323, CPC) - Juros legais; correção monetária; custas processuais; honorários advocatícios; prestações vincendas (art. 326). PEDIDO GENÉRICO (art. 324, parágrafo 1º, CPC) - Ações universais (quando não é possível individualizar o pedido); quando no momento em que ajuizou a ação o ato ilícito ainda não exauriu todas suas consequências danosas. - CUMULAÇÃO DE PEDIDOS Cumulação Própria Cumulação Simples (pedidos independentes entre si). Cumulação Sucessiva (há uma relação de dependência entre os pedidos, o que significa que o 2º pedido só será analisado, podendo ser acolhido, se o 1º for julgado procedente). Cumulação Imprópria (aqui não há cumulação propriamente dita, não quer dizer que serão analisados). Cumulação Eventual (Pedido Principal + Pedido Subsidiário; se o pedido principal não for acolhido tem os subsidiários). Cumulação alternativa ( tenho dois pedidos principais, tanto faz, os dois me satisfazem, ou o 1º ou o 2º) VÍCIOS DEFERIMENTO SANEAMENTO INDEFERIMENTO -> A petição inicial está perfeita, sem vícios. -> A petição inicial tem que ser emendada, tem vício sanável. -> A petição inicial tem vícios insanáveis. CITE-SE É uma decisão interlocutória, pois está implícito “defiro a petição inicial”. ART 321 15 dias, prazo para sanar qualquer vício. ART 106, 1º 05 dias, para sanar vício referente à capacidade postulatória (nome adv., nº OAB, escritório) VÍCIO SANAVÉL + INÉRCIA Se não cumpre os prazos do vício sanável. VÍCIO INSANÁVEL IMPROCEDÊNCIA LIMINAR - FIRMA FACIE - Quando o juiz já julga IMPROCEDENTE sem citar o réu. - Não posso julgar proc., nem parcialmente, para não ferir o princípio do contraditório e da ampla defesa. - Liminar -> antes da citação - Quando há entendimento pacífico dos tribunais, já posso dar improcedência (quando o ator litiga contra entendimento dos tribunais.) Art. 330, CPC Existem dois incisos de hipóteses de vícios sanáveis: IV – quando não atendidas os prazos dos arts 106 (parágrafo primeiro – capacidade postulatória) e 321 (se a inicial não está acompanhada dos doc. Indispensáveis, se falta algo dos seus requisitos do 319 ou apresenta defeitos e irregularidades que dificultam o julgamento). OBS: SE NÃO OBEDECIDOS OS PRAZOS, ISSO NÃO TORNA O VÍCIO INSANÁVEL! IV – se a petição inicial contiver pedidos incompatíveis entre si (nesse caso, o juiz fará o autor escolher um dos pedidos, sem necessidade de indeferir). Os demais incisos tratam das hipóteses de vícios sanáveis: I – se for inepta (a PI é inepta quando – está no parágrafo primeiro do artigo mencionado - faltar o pedido ou a causa de pedir (fatos e fundamentos); quando o pedido for genérico, salvo as hipóteses legais; quando os fatos, fundamentos e pedidos não tem um decorrência lógica). II – se a parte for ilegítima (tia ambrósia) III – se a parte carecer de interesse processual (lembrar que interesse processual é o binômio: necessidade + adequação) INDEFERIMENTO POR INÉRCIA ANTE VÍCIO SANÁVEL E VÍCIO INSANÁVEL -> SENT. TERMINATIVA ART 485, I, CPC IMPROCEDÊNCIA LIMINAR -> SEM. DEFIVITIVA ART 332, CPC AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃOE MEDIAÇÃO (art. 334, cpc) Se o autor manifestar interesse na ACM: audiência é designada e em seguida o réu será citado para e o autor intimado para comparecerem na data designada. Obs: a citação é feita apenas uma vez e para o réu, nas próximas vezes será sempre intimado, como o autor (CITAÇÃO = CHAMAMENTO DO RÉU AO PROCESSO). Se o autor se manifestar contrário a realização da ACM: réu será citado para apresentar sua defesa através de uma peça processual chamada contestação. Se o réu for citado para comparecer à ACM e não tiver interesse: deverá até 10 dias antes da data designada para a audiência, protocolar uma petição informando seu desinteresse. A ausência de qualquer uma das partes na ACM: importa em um ato atentatório à dignidade da Justiça, sendo a parte faltosa penalizada com multa de até 2% (art.334, parágrafo 8º). IMPORTANTE: SE O RÉU NÃO COMPARECER NA ACM ELE NÃO É REVEL! ACM com acordo/composição: sentença definitiva (homologatória) ACM em que não houve acordo entre as partes: haverá prazo de 15 dias para contestação. Contagem de prazo – feito em dias úteis, onde deverá excluir o primeiro dia e acrescentar o último dia. A ACM pode ser desdobrada, ou seja, pode haver mais de uma sessão desde que as partes demonstrem pleno interesse na composição da lide. Corrente Majoritária: ambas as partes, autor e réu devem ter interesse na conciliação CONTESTAÇÃO É regida por dois princípios: 1 – Princípio da Eventualidade: réu tem que alegar toda a matéria defensiva, de preliminar e de mérito. 2 – Princípio da Impugnação Específica: segundo este princípio, cabe ao réu impugnar precisamente cada um dos pontos apresentados na petição inicial. Se o réu não alegar ocorre a PRECLUSÃO CONSUMATIVA, que é quando a parte já praticou o ato. Não podendo ter duas contestações, mesmo que dentro do prazo. Prazo -> 15 dias úteis, todavia seu termo inicial é variável. Vejamos: Realização da ACM, mas sem composição: termo inicial será a ACM. Ausência de uma das partes na ACM: termo inicial será a ACM. Réu sem interesse na ACM (no caso de ter apresentado 10 dias antes da data designada uma petição demonstrando seu desinteresse): termo inicial será a data que protocolar tal petição. Autor informa na petição inicial que não tem interesse na ACM, ou se trata de direito indisponível: o termo inicial será a data em que o “estagiário” juntar do mandado de citação (NÃO SERÁ A DATA EM QUE O OFICIAL DE JUSTIÇA ENTREGAR O MANDADO CUMPRIDO). No caso de litisconsórcio passivo, para que a ACM não ocorra por vontade dos réus, só se todos forem contrários à realização da mesma. No caso de só um querer, a ACM ocorrerá. e.1 – os réus atravessam um petição conjunta dizendo que não tem interesse na ACM: termo inicial será a data do protocolo. e.2 - os réus apresentam petições separadas informando que não tem interesse em conciliar: termo inicial será a data do protocolo. e.3- o autor informa que não tem interesse na ACM, sendo assim todos os réus serão citados para contestar: termo inicial será um só, será a data de juntada do último mandado de citação cumprido. Obs: artigo 229, CPC -> se os litisconsortes forem representados por advogados de escritórios distintos terão prazos contados em dobro. Espécies de defesa: O réu poderá alegar duas matérias de defesa: Defesa Processual -> Preliminares Defesa de Mérito -> Direta: o réu contesta o direito aquisitivo alegado pelo autor -> Indireta: o réu reconhece o direito aquisitivo do autor, porém alega um fato impeditivo, modificativo ou extintivo do mesmo. Exemplo: em uma ação de cobrança, o réu reconhece o valor devido ao autor, mas alega que já quitou o débito (fato extintivo). Preliminares (Art. 337) dividem-se em: 1 – Dilatórias: como o próprio nome já diz, essas preliminares dilatam o processo, estendem a tramitação processual. Inexistência ou nulidade de citação (a citação é pessoal, devendo o réu assinar pessoalmente o mandado – réu alega essa preliminar para a devolução do prazo da contestação – processo é estendido). Incompetência relativa ou absoluta (juiz declina e dilata o prazo). Valor da causa (acarreta no recolhimento de custas) Conexão (o processo é remetido, ocorrendo a dilatação) Falta de caução ( ajuíza a mesma ação, mas deve comprovar o pagamento de custas do 1º processo) Justiça Gratuita indevida ( pagará 10x o valor) Ex: contestação alegando competência relativa -> é dilatória, estende a tramitação do processo até que seja feito o declínio de competência. 2 – Peremptórias: extinguem o processo sem resolução o mérito. Inépcia da Petição Inicial (quando faltar o pedido ou a causa de pedir (fatos e fundamentos)) Perempção (quando autor abandona a mesma causa por três vezes) Litispendência Coisa Julgada Convenção de arbitragem Ex: contestação que alega ilegitimidade ativa é peremptória, extingue o processo sem resolução de mérito. 3 – Dilatórias potencialmente peremptórias: a princípio, dilatam o processo, estendem sua tramitação, uma vez que identificam um vício sanável, porém se o mesmo não for sanado haverá extinção sem resolução de mérito. Incapacidade da parte Ex: réu alega na contestação que a parte é incapaz, é um vício sanável, podendo a parte ser representada por sua genitora, tratando-se então de preliminar dilatória potencialmente peremptória. RECONVENÇÃO -> Quando há duas ações em um mesmo processo. Tem como objetivo facilitar a tramitação processual. -> Na reconvenção o réu sai da posição passiva e passa para a posição ativa, ou seja, este passa a fazer um pedido em face do autor. Para que seja cabível a reconvenção o juízo deve ser competente para as duas demandas e deve haver um elo em comum entre elas. -> Sendo assim, o juiz irá proferir uma sentença com dois capítulos, sendo o primeiro capítulo referente a ação principal e o segundo referente a reconvenção. Havendo entre essas duas uma relação de prejudicialidade. -> Destaca-se que a reconvenção não precisa se apresentada em peça autônoma, podendo fazer parte da própria contestação. Réu não limita-se a defender-se e sim passa a fazer um pedido ao autor. -> Deve-se observar o contraditório e também a ampla defesa. -> Na reconvenção, o seu autor é chamado de autor recoviendo e o réu é chamado de recoviente e deve apresentar contestação. -> Prazo: 15 dias ( o mesmo da contestação) REVELIA -> Art. 334, CPC -> É a ausência de contestação do réu -> Efeitos da Revelia: 1) EFEITO MATERIAL – presunção de veracidade (RELATIVA) de todos os fatos alegados pelo autor. Assim não há o que se falar em produção de provas pelo autor, uma vez que milita em seu favor esta presunção relativa. Contudo, o réu, apesar de revel, poderá ingressar ao processo a qualquer tempo e caso o faça antes da instrução prolatória poderá produzir contra-prova de forma a derrubar a presunção de veracidade aos fatos alegados pelo autor. As exceções estão dispostas no art. 345, CPC. Litisconsórcio Passivo (quando pelo menos um contestou) Se o litígio versar sobre Direitos Indisponíveis Petição Inicial sem documentos que comprovem Alegações Contrarias -> Essas são hipóteses em que a revelia não gera efeitos materiais, logo apesar de não haver contestação cabe ao autor provar suas alegações. 2) EFEITO PROCESSUAL a – Julgamento antecipado do mérito (art. 355, II, CPC – Sentença com resolução de mérito) b – Os prazos contra o revel fluem a partir da publicação no D.O. REVELIA ANTE A CITAÇÃO FICTA CITAÇÃO -REAL -> Correios (carta com AR) ou Oficial de Justiça (mandato) - FICTA -> Edital (local incerto e não sabido) – DO/Jornal Local – Hora Certa(suspeita de ocultação, precisa autorização juiz) -> Na citação pessoal real tenho a certeza absoluta que o réu foi citado, enquanto na citação ficta não há essa certeza absoluta que foi entregue ao réu. ( na real quem assina é o réu, na ficta não) -> Logo, quando há citação ficta, a revelia não tem o mesmo peso doque a citação real. -> Especificidades: será nomeado um curador especial, quando há revelia ante citação ficta, que irá contestar. -> nesse caso, a contestação poderá: - ter impugnação genérica - e ser após o decurso de prazo (contestação tempestiva, o prazo é devolvido). ESPECIFICAÇÃO DAS PROVAS -> O ônus da prova incumbe aquele que alega, ou seja, cabe ao autor provar os fatos alegados na Petição Inicial e o réu provar os fatos alegados na contestação. -> essa fase será após o despacho “As partes para especificarem suas provas” -> as provas dividem-se em: oral (depoimento pessoal e testemunhal), documental e pericial. RÉPLICA -> É a manifestação do autor sobre a contestação, todavia só há réplica se a contestação apresentar preliminares e/ou defesa de mérito indireta. -> Prazo: 15 dias -> Quando a contestação apenas nega os fatos narrados na inicial (mérito direta), não há réplica. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO A – Extinção do Processo (art. 354, CPC): “Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.” Art. 485, CPC -> sentença terminativa Art. 487, II e III, CPC -> sentença definitiva (decadência e prescrição/ homologa reconhecimento de pedido, transação ou renúncia) A.1 - Dedução Objetiva/ Subjetiva do Processo (art. 354, parágrafo único, CPC): “A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.” Dedução significa retirada de uma parte de algo, ou seja, quando o juiz desmembra o processo e julga apenas uma parte dele, seja pelo objeto (objetiva) ou pelos sujeitos que o compõe (subjetiva). DIVISÃO DE PARCELA DO PROCESSO! B – Julgamento antecipado do Mérito pode ser: B.1 – TOTAL (art. 355, CPC): a – Não há mais provas a produzir b – Revelia, réu revel, presunção de veracidade dos fatos, ausência de requerimento de contra prova pelo réu. B.2 – PARCIAL (art. 356, CPC): a – Pedido incontroverso b – Estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. SANEAMENTO -> O saneamento é a inexistência de vícios processuais, nesse momento o juiz reconhece que o processo não tem vícios e que está pronto para seguir o julgamento. -> O processo está limpo, sem vícios. ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO -> Nessa fase, o juiz defere ou indefere as provas, ou seja, é um momento de fixa-las. -> Fixação dos pontos controvertidos da lide. O que acontece após fixa-las? Prova Oral -> marca data da AIJ -> intima a parte requerente da prova para apresenta rol de testemunhas Prova Pericial -> nomeação do perito que irá realizar a perícia -> intima a parte requerente da prova para apresentar quesitação a ser respondida pelo perito, bem como a ambas partes, autor e réu, para nomearem assistentes técnicos que acompanharão a perícia. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (AIJ) IMPORTANTE: SEM PROVA ORAL NÃO HÁ AIJ! A AIJ será designada nos processos em que houver produção de prova oral (testemunhal e depoimento pessoal) uma vez que, a colheita de provas ocorrerá na própria AIJ. Obs: Há também a possibilidade de sendo realizada a prova pericial e entendendo juiz que faz-se necessário ouvir o perito ou os assistentes, com intuito de esclarecer o laudo, também poderá haver designação de AIJ para tal finalidade. Cabe ao juiz na AIJ exercer o poder de polícia, ou seja, restabelecer a ordem processual perdida por qualquer uma das partes. Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: I - manter a ordem e o decoro na audiência; II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; III - requisitar, quando necessário, força policial; IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. Em regra, a AIJ é una e indivisível, ocorrerá em uma única data. Todavia, poderá ocorrer o adiantamento da AIJ (art. 362, CPC), nos seguintes casos: a) por convenção das partes, mesmo que sem motivo; b) se as partes, advogados, peritos, testemunhas, não possam comparecer por um motivo justificado; c) se ocorrer atraso do juiz em + de 30 min. O procedimento da AIJ segue a seguinte forma: 5.1 – Antes de iniciar a AIJ as partes serão apregoadas (chamadas pelo oficial de justiça, tornando o ato público) 5.2 – Instalada a audiência o primeiro ato deverá ser a tentativa de composição da lide. 5.3 – alcançada a conciliação, a mesma deverá ser reduzida a termo e o processo extinto com resolução de mérito, mas se não acontecer a conciliação a AIJ segue. 5.4 – Será feita a colheita de provas na seguinte ordem: 1) Perito e assistentes técnicos; 2) Autor e o Réu prestam seus depoimentos pessoais; 3) Testemunhas do autor e do réu prestam depoimento. 5.5 - Após a colheita de provas orais, cada uma das partes terá 20 min., prorrogados por mais 10 min., para apresentar seus memoriais ou alegações orais finais. Caso o processo seja de alta complexidade as partes podem requerer a apresentação de memoriais escritos (com prazo de 15 dias). Obs: em regra os memoriais são orais, todavia deve seguir a mesma forma, escrito ou oral, para o autor e para o réu. SENTENÇA - > Conceito: é o ato através do qual o juiz põe fim ao seu ofício de julgar a lide, podem ser terminativas (sem resolução de mérito – art. 485, CPC) ou definitivas (com resolução de mérito – art. 487, CPC). -> Elementos da sentença: RELATÓRIO (resumo do processo, o que aconteceu de mais importante) FUNDAMENTAÇÃO (demonstra as razões para aquela decisão – todo ato processual com carga decisória tem que ser fundamentado – despacho de mero expediente não precisa, por exemplo) DISPOSITIVO (é a própria decisão, se julga procedente, parcialmente ou improcedente a lide – é a parte da sentença que tem a carga decisória) IMPORTANTE: UMA SENTENÇA SEM RELATÓRIO E/OU FUNDAMENTAÇÃO É NULA, AO PASSO QUE UMA SENTENÇA SEM DISPOSITIVO É INEXISTENTE. -> Logo, toda a sentença deve conter todos os elementos, sendo certo que a ordem não é relevante. CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS Condenatória ($$$) - Quando a sentença condena o réu em obrigação de coisa certa, obrigação de fazer ou entregar coisa certa. - exemplos: a) Ação de cobrança com uma sent. procedente, a sentença condenatória por quantia certa; b) Ação de obrigação de fazer com uma sent. procedente, sent. Condenatória. 1.1- Obrigação de quantia certa: Princípio da Congruência + Princípio do Exaurimento de Competência Nessas obrigações vigoram esses dois princípios. Segundo o PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA o pedido formulado pelo autor na Petição Inicial limita a atividade jurisdicional, fixando-se os limites objetivos da lide, o que significa dizer que o juiz não pode proferir sentença ultrapetita, extrapetita ou citrapetita. - ULTRAPETITA = além da petição - CITRAPETITA = abaixo da petição - EXTRAPETITA = diferente da petição O PRINCÍPIO DO EXAURIMENTO DA COMPETÊNCIA significa que após a sentença o juiz não pode altera-la, uma vez que a prestação jurisdicional já foi cumprida. 1.2 – Obrigação de Fazer e Obrigação de Entregar Coisa Certa: Medidas de Apoio Tais princípios NÃO vigoram nas obrigações de entregar coisa certa, cabendo ao juiz adotar as MEDIDAS DE APOIO as quais equivalem a tutela perdida ante o descumprimento voluntário do réu. Ou seja, quando a obrigação não é cumprida ela é transformada em perdas e danos, passa a ser ação de quantia certa. Constitutiva - Essa sentença cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. -exemplos: Ação de adoção, pois ela cria uma nova relação jurídica, a do poder familiar. Declaratória -Essa sentença declara a existência ou inexistência de uma relação jurídica, ou também pode declarar a autenticidade ou falsidade de documentos. -exemplos: Ação deinvestigação de paternidade, essa sentença irá declarar a existência ou não da paternidade. Mandamental - Essa é uma espécie de condenatória, onde o réu é obrigado a uma obrigação infungível (personalíssima) - exemplos: Prefeitura municipal de Petrópolis ajuíza em face do Tim Maia uma obrigação de fazer, a sent. é condenatória na espécie mandamental, pois é personalíssima, apenas o Tim Maia pode realizar o show. Se não for cumprida, se ele se negar a fazer o show, a obrigação se resolve com perdas e danos. SENTENÇA CONDENATÓRIA (OBRIGAÇÃO DE QUANTIA CERTA) HIPOTECA JUDICIÁRIA (Art. 495, CPC) - Ocorre quando está diante de uma obrigação de quantia certa ou quando é convertida em perdas e danos, ou seja, quando deve pagar $$$$. -> Sentença averbada em matrícula do bem: Após a sentença há a fase recursal, para o executado não sair por aí vendendo seus imóveis é feito no Cartório de Registro de Imóveis uma averbação que este bem esta em hipoteca judiciária. - é ônus da parte, não ocorre de ofício (exequente tem que requer). - busca evitar fraudes contra à execução. SENTENÇA REMESSA NECESSÁRIA -> duplo grau de jurisdição obrigatório -> Obrigatoriedade: os recursos são regidos pelo princípio do duplo grau de jurisdição, o que significa dizer que a parte sucumbente tem a faculdade de recorrer, levando o processo à análise de órgão hierarquicamente superior. Os recursos são marcados pela voluntariedade, ou seja, não havendo interposição de recurso opera-se o trânsito em julgado, uma vez que a parte sucumbente poderá pela não interposição. Ocorre que o art. 496, CPC, apresenta hipótese antagônica denominada REMESSA NECESSÁRIA, logo nas hipóteses elencadas em lei, sendo proferida sentença o juiz de ofício a remete à órgão hierarquicamente superior, opera assim a obrigatoriedade. Logo, a sentença só transitará em julgado após ter sido confirmada pelo tribunal. Cabendo destacar que caso o juiz não remeta a sentença ao tribunal, o próprio tribunal à avocara. -> Hipóteses (Art. 496, CPC): Sentença que for contraria aos interesses da Fazenda Pública (União, estados, D.F., Municípios, autarquias e fundações). -> Regra Geral (Art. 496, I, II, CPC): sentenças contrárias aos interesses da FP submetem-se ao instituto da remessa necessária. -> Exceção (Art. 496, parágrafo 3º e 4º, CPC): nas hipóteses desses parágrafos, muito embora a sentença proferida pelo juiz de primeiro grau seja contraia aos interesses da fazenda pública, o valor sendo irrisório para a fazenda pública (menor que mil salários mínimos para a União) ou porque a sentença foi proferida nos exatos termos dos tribunais, o que significa dizer que não serão reformadas. SENTENÇA ESTRANGEIRA Competência Ação de homologação de sentença estrangeira – STJ (Competência Originária) Cumprimento de sentença estrangeira – Justiça Federal (art. 109, X, CF – fase de execução após a homologação) 2 – Juízo de Delibação - STJ não tem interesse em julgar novamente a lide, apenas vai analisar sua compatibilidade com o ordenamento jurídico brasileiro - Logo, cabe ao STJ exercer o juízo de delibação e não julgar novamente o mérito da lide, uma vez que esse já foi julgado no estrangeiro. - O STJ limita a análise de certos requisitos legais para verificar se a decisão se coaduna. AÇÃO RESCISÓRIA (966, CPC) -> Ação que pode ser ajuizada após o trânsito em julgado, permite a anulação do processo anterior e o novo julgamento do processo. -> corpo de ação, mas alma de recurso. -> rol taxativo -> apenas pode ser ajuizada contra sentença de mérito (definitiva) PRAZO: 02 ANOS a partir do trânsito em julgado OBJETO: a ação rescisória, no primeiro momento se presta a afastar a coisa julgada e em seguida permitir um novo julgamento. CABIMETO: somente para sentença definitiva, ou seja, extinção do processo com resolução de mérito transitado em julgado formando coisa julgada formal e material. ART. 996, CPC – Situações gravíssimas (rol taxativo) Crimes de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; Impedimento (art. 144, cpc); Incompetência absoluta do juízo; Má-fé; Colusão (colusão é quando as partes se unem para fraudar a lei, por exemplo uma testemunha que não viu nada); Ofender a coisa julgada (exemplo ação de investigação de paternidade com sentença de improcedente gera coisa julgada formal + coisa julgada material) ; Violar manifestamente norma jurídica (vedação das leis, qualquer lei); Sentença baseada em prova falsa (falsidade deve ter sido apurada em processo criminal, ou que seja demonstrada na própria ação rescisória); Se o autor obtiver apenas após o transito em julgado prova nova (exemplo: na época não existia exame de DNA e teve sentença de improcedente, logo após surge o exame e pede-se ação rescisória); Se a sentença for proferida e não valorar alguma prova produzida nos autos do processo.
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