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de semi-latus rectum. • Num novo sistema cartesiano (x, y) em que o ve´rtice P0 esta´ em (x, y) = (h, k) e os focos esta˜o na reta y = k, a elipse x2 a2 + y2 b2 = 1 se escreve como: (x− h)2 a2 + (y − k)2 b2 = 1 que expandido da´ uma expressa˜o do tipo: a1x 2 + a2x+ a3y + a4y 2 + a5 = 0. Em Exerc´ıcios pode se pedir para, a partir de uma equac¸a˜o de elipse do tipo a1x 2 + a2x+ a3y + a4y 2 + a5 = 0 determinar focos, eixos e a excentricidade. Tambe´m o papel de x e y pode estar trocado. • A pista para chegar na elipse na forma (x−h)2 a2 + (y−k) 2 b2 = 1 esta´ em completar os quadrados, ou seja, agrupar os termos em x separadamente dos em y e forc¸ar a parecer binoˆmios (x− h)2 e (y − k)2 Definic¸a˜o 2.4. A coˆnica do caso 1 < e da Afirmac¸a˜o 2.2 e´ chamada hipe´rbole e tem simetria4 no eixo x e no eixo y. Um reta vertical por F1 = ( √ a2 + b2, 0) intersecta a elipse em dois pontos ( √ a2 + b2,±b 2 a ). A distaˆncia de F1 a cada um deles, que e´ b2 a , e´ o semi-latus rectum da hipe´rbole. Demonstrac¸a˜o. (da Afirmac¸a˜o 2.1) Seja enta˜o R ∈ r o pe´ da perpendicular a r trac¸ada desde F . Considere o segmento de reta RF . Afirmo que existe apenas um ponto5 P0 no segmento RF tal que P0F = e · P0 r. De fato, se identificamos a reta RF com os Reais, e se usamos a coordenada 0 para R e f > 0 para F , queremos resolver a equac¸a˜o: f − x = e · (x− 0) = e · x, o que da´: (e + 1) · x = f, cuja u´nica soluc¸a˜o e´ x0 = f e+1 . Noto que 0 < x0 < f , pois e > 0. 4Da´ı se obtem que poderia ser definida tambe´m com base num segundo foco F2 := (− √ a2 + b2, 0) como o foi com base em F1 := F = ( √ a2 + b2, 0). 5Sera´ chamado de ve´rtice CAPI´TULO 20. AS COˆNICAS E SUAS PROPRIEDADES REFLETIVAS 261 Escolho como sistema cartesiano de coordenadas (x, y) aquele que tem origem em P0, eixo horizontal P0F (orientado de R para F ) e eixo vertical a perpendicular a P0F por P0. Nesse sistema, P0 = (0, 0) e se ρ := P0r > 0 a diretriz e´ x = −ρ e F = (eρ, 0). Ademais, pela sua Definic¸a˜o, qualquer ponto P = (x, y) da coˆnica verifica:√ (x− eρ)2 + y2 = e · √ (x+ ρ)2, pois PF = √ (x− eρ)2 + y2 e Pr = √(x+ ρ)2. Portanto os pontos da coˆnica satis- fazem: (x− eρ)2 + y2 = e2 · (x+ ρ)2, ou seja, apo´s simplificar: (1− e2) · x2 − 2e(1 + e)ρ · x+ y2 = 0. Caso e = 1: Nesse caso a equac¸a˜o acima vira: 4ρ · x = y2, com F = (ρ, 0) e a diretriz vira x = −ρ. Caso 0 < e < 1: Nesse caso podemos dividir a equac¸a˜o (1− e2) · x2 − 2e(1 + e)ρ · x+ y2 = 0 por 1− e2 obtendo: x2 − 2eρ 1− e · x+ y2 1− e2 = 0. Introduzo uma constante a e depois uma b pela regra: a := eρ 1− e e b := √ a2 · (1− e2). Ja´ e´ bom notar que: 0 < b < a, pois 0 < 1− e2 < 1. Enta˜o a u´ltima equac¸a˜o vira: x2 − 2ax+ a 2 b2 · y2 = 0 que dividida por a2 da´: x2 a2 − 2 a · x+ y 2 b2 = 0. Caso 1 < e: Nesse caso, analogamente ao que fizemos no Caso anterior, mas com a := eρ e− 1 > 0 e b := √ a2(e2 − 1) > 0 obtemos a equac¸a˜o: x2 a2 + 2 a · x− y 2 b2 = 0. 2. DEFINIC¸A˜O UNIFICADA DAS COˆNICAS 262 � Demonstrac¸a˜o. (da Afirmac¸a˜o 2.2) No caso 0 < e < 1 ja´ temos a equac¸a˜o x2 a2 − 2 a · x+ y 2 b2 = 0 para a coˆnica, onde a := eρ 1− e > 0. Portanto vemos que essa coˆnica intersecta a reta y = 0 em P0 = (0, 0) e em P1 := (2a, 0). Considere o ponto me´dio do segmento P0P1: C := (a, 0). Vamos transladar a origem do sistema de coordenadas para C. Para isso esta- belec¸amos um novo sistema de coordenadas (x, y) onde: x = x− a e y = y. Enta˜o a equac¸a˜o da coˆnica vira: (x+ a)2 a2 − 2 a · (x+ a) + y 2 b2 = 0, ou seja: x2 a2 + y2 b2 = 1. O foco F tinha coordenada x dada por eρ e agora, no novo sistema, tera´ coorde- nada x dada por: eρ− a = eρ− eρ 1− e = − e2ρ 1− e = = − √ e4ρ2 1− e = − √ e2ρ2 − e2ρ2(1− e2) 1− e = = − √ e2ρ2 (1− e)2 − e2ρ2(1− e2) (1− e)2 = = − √ a2 − b2. Das duas primeiras igualdades acima temos: eρ− a = −ae e do anterior: e = √ a2 − b2 a . Ja´ no caso 1 < e temos a equac¸a˜o x2 a2 + 2 a · x− y 2 b2 = 0 CAPI´TULO 20. AS COˆNICAS E SUAS PROPRIEDADES REFLETIVAS 263 para a coˆnica. Portanto essa coˆnica intersecta a reta y = 0 em P0 = (0, 0) e em P1 := (−2a, 0). Considere o ponto me´dio do segmento P0P1: C := (−a, 0). ρ ρ a a C r F r ’ F ’ Vamos transladar a origem do sistema de coordenadas para C. Para isso usamos um novo sistema de coordenadas (x, y) onde: x = x+ a e y = y. Enta˜o a equac¸a˜o da coˆnica vira: (x− a)2 a2 + 2 a · (x− a)− y 2 b2 = 0, ou seja: x2 a2 − y 2 b2 = 1. O foco F tinha coordenada x dada por eρ e agora, no novo sistema, tera´ coorde- nada x dada por: eρ+ a = eρ+ eρ e− 1 = e2ρ e− 1 = = √ e4ρ2 e− 1 = √ e2ρ2 + e2ρ2(e2 − 1) e− 1 = = √ e2ρ2 (e− 1)2 + e2ρ2(e2 − 1) (e− 1)2 = = √ a2 + b2. 2. DEFINIC¸A˜O UNIFICADA DAS COˆNICAS 264 A simetria no eixo x da equac¸a˜o x 2 a2 − y2 b2 = 1 indica que a hipe´rbole poderia ser definida em relac¸a˜o a um foco F ′ = (−√a2 + b2, 0) e uma diretriz r′, como mostra a Figura acima. A relac¸a˜o e = √ a2+b2 a e´ imediata das definic¸o˜es de a e b. � Uma observac¸a˜o final. Como para as elipses e = √ a2 − b2 a e para as hipe´rboles e = √ a2 + b2 a , vemos que as expanso˜es/contrac¸o˜es dadas por φ(x, y) = (λ · x, λ · y), λ > 0 na˜o mudam a excentricidade. A figuras a seguir mostram elipses e hipe´rboles com a mesma excentricidade: y 2 4 x 0 100 5 -4 -2 -10 -5 CAPI´TULO 20. AS COˆNICAS E SUAS PROPRIEDADES REFLETIVAS 265 Figura: Elipses de excentricidade igual a e = √ 9−1 3 y 2 4 0 -4x 10-10 -2 15-5 0-15 5 Figura: Hipe´rboles de excentricidade igual a e = √ 9+1 3 Voltaremos ao estudo das coˆnicas na Sec¸a˜o 7 do Cap´ıtulo 39, onde as descrevere- mos em coordenas polares. Papel especial sera´ desempenhado pelas elipses. 3. A Para´bola e sua propriedade refletiva A para´bola tambe´m aparecera´ com destaque mais adiante, na Sec¸a˜o 8 do Cap´ıtulo 35, associada a` bal´ıstica. Um dos casos mais simples em que a reta tangente muda de acordo com o ponto escolhido no gra´fico e´ o caso das para´bolas. Mesmo assim ja´ podemos obter algumas informac¸o˜es interessantes, como o mostrara˜o as Sec¸o˜es seguintes, desde que soubermos calcular essas tangentes. Afirmac¸a˜o 3.1. Um ponto P satisfaz a equac¸a˜o y = Cx2, C ∈ R se e somente se P equidista da reta horizontal y = − 1 4C e do ponto F = (0, 1 4C ) (chamado de foco). Demonstrac¸a˜o. Para provarmos isso, basta usarmos o caso e = 1 da Afirmac¸a˜o 2.1, trocando x por y e fazendo C = 1 4ρ . Mas tambe´m podemos fazer uma conta expl´ıcita, como segue. Temos para P = (x, Cx2): PF = √ (x− 0)2 + (Cx2 − 1 4C )2 = = √ x2 + C2x4 − x 2 2 + 1 42C2 = 3. A PARA´BOLA E SUA PROPRIEDADE REFLETIVA 266 = √ C2x4 + x2 2 + 1 42C2 = = √ (Cx2 + 1 4C )2 e a distaˆncia de P ate´ a reta y = − 1 4C e´ dada pelo tamanho√ (Cx2 + 1 4C )2. Reciprocamente, se P = (x, y) satisfaz√ x2 + (y − 1 4C )2 = √ (y + 1 4C )2 enta˜o x2 + (y − 1 4C )2 = (y + 1 4C )2 de onde x2 + y2 − y 2C + 1 42C2 = y2 + y 2C + 1 42C2 , de onde: x2 = y C e y = Cx2. � Considere enta˜o a para´bola y = Cx2, com foco F := (0, 1 4C ) e reta diretriz hori- zontal y = − 1 4C . Dado um ponto P = (x, Cx2) qualquer de seu gra´fico, denote p sua a projec¸a˜o vertical na reta diretriz: p := (x,− 1 4C ). Afirmac¸a˜o