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CONTABILIDADE PÚBLICA Aula 01 ao 10 2019

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Disciplina: Contabilidade Pública - Aula 1: O ambiente da Contabilidade Pública
Apresentação - Nesta aula, o ambiente da Contabilidade Pública é revelado. Sob a perspectiva de convergência internacional, a estrutura conceitual desta ramificação das Ciências Contábeis é abordada de forma que possamos compreender as suas especificidades. Inicialmente, analisaremos as entidades públicas obrigadas a registrar seus eventos pela Contabilidade Pública, já que o objetivo principal delas, quanto à atividade econômica, é atender às demandas da sociedade, diferentemente das entidades do setor privado que visam objetivamente o lucro e possuem caráter econômico. O estudo do ambiente da Contabilidade Pública nos proporcionará a familiarização inicial neste contexto, por meio do qual teremos a oportunidade de ter conhecimentos contábeis da área e também condições de exercitar de forma mais técnica e consciente o papel de cidadão em cumprimento à fiscalização das contas públicas.
Objetivos
Descrever o cenário em que se encontra alocada a Contabilidade Pública na esfera nacional e internacional;
Reconhecer as especificidades da Contabilidade Pública e apresentar o manual e os organismos atuais que a regularizam;
Analisar os conceitos de Administração Direta e Administração Indireta.
Conceitos
Para o bom entendimento conceitual, deve-se a priori conhecer, em especial, regras e princípios da Lei nº4.320/64, no seu artigo 85, que define que os serviços de Contabilidade serão organizados de forma a permitir:
O acompanhamento da execução orçamentária;
O conhecimento da composição patrimonial;
A determinação dos custos industriais;
O levantamento dos balanços gerais;
A análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros.
A Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contábil que aplica na administração pública as técnicas de registro dos atos e fatos administrativos, apurando resultados e elaborando relatórios periódicos, levando em conta as normas de Direito Financeiro, os princípios gerais de finanças públicas e os princípios de contabilidade. (MOTA, 2009, p.222)
Ainda, deve ser citada a definição de Lima e Castro (2003, p. 13), que a define como:
(...) o ramo da Contabilidade que tem por objetivo aplicar os conceitos, Princípios e Normas Contábeis na gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos Órgãos e Entidades da Administração Pública, e como ramo da Contabilidade, oferecer à sociedade, de maneira transparente e acessível, o conhecimento amplo sobre a gestão da coisa pública.										 (LIMA e CASTRO, 2003, p.13)
Castro (2008, p. 3) explica muito bem em sua obra que a riqueza individual traz consigo uma novidade histórica: a herança. Ao morrer, o legado econômico deixado pela pessoa não era dissolvido, mas passado aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris) deu origem ao termo “patrimônio”.
Com o passar dos anos, o termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados. A história da Contabilidade aplicada ao setor público, pode ser resumidamente marcada pela edição da Lei nº4.320 de 17 de março de 1964, sendo publicada justamente em plena época da ditadura militar.
Essa Lei traz em seu preâmbulo:
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.					 (BRASIL, 1964) - Lei nº 4.320
O processo de internacionalização e a estrutura conceitual
Os efeitos da globalização econômica provocaram alterações nos procedimentos da contabilidade do setor privado com o advento da Lei n°11.638/07. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm)
Já no setor público, a Portaria nº184, de 25 de agosto de 2008 (http://www.fazenda.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/portarias-ministeriais/2008/portaria184), da Secretaria do Tesouro Nacional, iniciou também a disposição sobre novas diretrizes a serem observadas pelos entes públicos quanto às práticas contábeis, de forma a torná-las convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público.
Contabilidade Pública: linguagem universal
Como partes deste processo evolutivo, foram publicadas pelo Conselho Federal de Contabilidade algumas Resoluções que passaram a esclarecer sobre o conteúdo e abrangência da Contabilidade aplicada ao setor público e editaram onze Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASPs), também identificadas como NBCT 16.
Atenção
Importante verificar que as NBCASP foram analisadas por meio de um processo democrático reunindo vários órgãos:
Conselho Federal de Contabilidade (CFC);
Secretaria do Tesouro Nacional (STN);
Tribunais de Contas;
Instituições de Ensino Superior;
Representantes dos governos (federais, estaduais e municipais);
Partes interessadas.
Após análises, foram submetidas e aprovadas pela Câmara Técnica e Plenário do CFC.
https://cfc.org.br/wp-content/uploads/2016/02/NBC_TSP_061216.pdf
Veja no documento do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) a situação das NBCTs.
NBCTs revogadas em 2017
Após análise do documento, você deve ter notado que da 16.1 a 16.5 já foram revogas em 2017 e passaram a ser consideradas como Estruturas Conceituais.
Veja:
	Tabela NBCTs Revogadas (NBCT 16.1 a NBCT 16.5)
	Resolução
	O que aprova?
	Data de revogação
	Resolução CFC nº 1.128/08
	Aprova a NBC T 16.1 – Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação
	A partir de 01/11/2017
	CFC nº 1.129/08
	Aprova a NBC T 16.2 – Patrimônio e Sistemas Contábeis
	A partir de 01/11/2017
	CFC nº 1.130/08
	Aprova a NBC T 16.3 – Planejamento e seus Instrumentos sob o Enfoque Contábil
	A partir de 01/11/2017
	CFC nº 1.131/08
	Aprova a NBC T 16.4 – Transações no Setor Público
	A partir de 01/11/2017
	Resolução 1.132/08
	Aprova a NBC T 16.5 – Registro Contábil
	A partir de 01/11/2017
Fonte: Conselho Federal de contabilidade (CFC) – Adaptada pelo autor
Assim, o Conselho Federal de Contabilidade (https://cfc.org.br/), por meio da revogação destas NBCTs elencadas (NBCT 16.1 a 16.5), deu início à tradução e convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais, mediante acordo firmado com a IFAC (Federação Internacional de Contadores) autorizando, no Brasil, o CFC como um dos tradutores de suas normas e publicações.
Setor Público versus Setor Privado
Para compreender melhor o processo de convergência, observe a seguir a diferença de tratamento entre o Setor Público e o Setor Privado.
Atualmente, como vimos, acontece o movimento de convergência das normas brasileiras aos padrões internacionais, denominadas Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (IPSAS), elaboradas pela International Federation of Accountants (IFAC), que tomam como referência os padrões aplicados ao setor empresarial.
Setor Público
International Public Sector Accounting Standards (IPSAS) - Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público - Emitidas pela Federação Internacional de Contadores (IFAC).
Setor Privado
International Financial Reporting Standards (IFRS) - Normas Internacionais de Informação Financeira - Emitidas pelo Comitê Internacional de Normas Contábeis (IASB)
Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público (NBC TSP)
A Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público (NBC TSP) passa a ser a primeira da área pública a ser convergida internacionalmente, tendo como um dos principais pontos a definição da sociedade como usuária principal da informação contábil.
Submetem-se às Normas:
✔ Os governos nacionais, estaduais, distritais e municipais e seus respectivos poderes, incluindo os Tribunais de Contas, Defensorias e Ministério Público;
✔ Órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações instituídas e mantidas pelo poder público;
✔ Fundos, consórcios públicose outras repartições públicas congêneres da administração direta e indireta, abrangendo aí as empresas estatais dependentes, como, por exemplo, a Embrapa;
✔ Empresa Estatal dependente é a empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para o pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Leitura
Faça a leitura na íntegra da Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público (NBC TSP), disponível no site do Conselho Federal de Contabilidade.
NBCTs revogadas em 2019
Recentemente, houve a revogação das seguintes Normas:
	Tabela NBCTs Revogadas (NBCT 16.9 e NBCT 16.10)
	Resolução
	Destaques
	Data de revogação
	NBC T 16.9 – Depreciação, Amortização e Exaustão
	Desmistifica e obriga a utilização dos métodos de depreciação, amortização e exaustão.
	A partir de 01/01/2019
	NBC T 16.10 – Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público
	Os Ativos e Passivos devem ser devidamente mensurados e avaliados, inclusive os bens de uso comum do Ativo Imobilizado.
	A partir de 01/01/2019
Fonte: Elaborado pelo autor.
NBCTs NÃO revogadas
As NBCTs que não foram ainda revogadas destacam-se em resgatar também alguns itens importantes na Contabilidade Pública, sendo:
	Tabela NBCTs 16.6 a 16.11
	Resolução
	Destaque
	
	NBC T 16.7 – Consolidação das Demonstrações Contábeis
	Padroniza os Demonstrativos Contábeis, tornando mais fidedignas as informações consolidadas.
	
	NBC T 16.11 – Sistemas de Informação de Custos do Setor Público
	Insere um processo de apuração e informação de custos.
	
Fonte: Elaborado pelo autor.
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP)
Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, a implantação de um “Novo Modelo de Contabilidade Aplicada ao Setor Público” tem como objetivo convergir às práticas de contabilidade vigentes aos padrões estabelecidos nas Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público.
Esse novo modelo visa resgatar a Contabilidade como Ciência, e tem como objeto de estudo o patrimônio da entidade pública.
Nesse sentido, o Decreto nº 6.976, de 7 de outubro de 2009, visa também:
✔ Aprovar e publicar o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP);
✔ Manter e aprimorar o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público;
✔ Padronizar as prestações de contas e os relatórios e demonstrativos de gestão fiscal, por meio da elaboração, discussão;
✔ Aprovar e publicar o Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF);
✔ Disseminar, por meio de planos de treinamento e apoio técnico, os padrões estabelecidos no MCASP e no MDF para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
✔ Elaborar as demonstrações contábeis consolidadas da União e demais relatórios destinados a compor a prestação de contas anual do Presidente da República.
Saiba mais
Atualmente, o MCASP já está disponível em sua 8ª edição (a primeira foi editada em 2009). A STN disponibiliza todas as versões em pdf, tornando-se um instrumento valioso de consulta para todos os órgãos alcançados pela Contabilidade Pública.
Baixe a última edição do MCASP. É gratuito. (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/mcasp)
Vista panorâmica da Praça dos Três Poderes - Brasília, Distrito Federal, Brasil. (Fonte: Diego Grandi / Shutterstock).
Estrutura Administrativa do Estado
Este é um assunto tratado especificamente em Direito Público e Administrativo. Portanto, para compreender melhor o campo de atuação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, alguns conceitos tornam-se importantes.
Vamos analisá-los a partir de agora.
Administração Direta
Consiste no seguimento das atividades e funções do Estado diretamente por órgãos do próprio Estado.
Os três poderes
Vale lembrar ainda que no Brasil o governo é compartimentado em três poderes:
	
	PODER LEGISLATIVO
	PODER JUDICIÁRIO
	PODER EXECUTIVO
	FEDERAL
	Exercido pelo Congresso Nacional (constituído pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal) dentro de um modelo bicameral.
	Exercido pelos seguintes órgãos:
• Supremo Tribunal Federal;
• Superior Tribunal de Justiça;
• Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
• Tribunais e Juízes do Trabalho, Eleitorais e Militares;
• Tribunal e Juízes do DF e Territórios.
	Exercido pelo Presidente da República, com auxílio dos Ministros de Estado.
	ESTADUAL
	Unicameral, exercido pelas Assembleias Legislativas.
	Existem os Tribunais de Justiça e os juízes estaduais.
	Nos estados e no Distrito Federal, o chefe do Poder Executivo é o Governador, auxiliado por Secretários Estaduais.
	MUNICIPAL
	Constituído pelas Câmaras de Vereadores.
	Não existe judiciário municipal.
	Exercido pelo Prefeito Municipal, auxiliado por Secretários Municipais.
A divisão dos Três Poderes em cada esfera:
Fonte: Elaborado pelo autor.
Administração Indireta
Administração Indireta, segundo Carvalho Filho (2016), é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada.
Seu objetivo é a execução de algumas tarefas de interesse do Estado por outras pessoas jurídicas.
Quando não pretende executar certa atividade por meio de seus próprios órgãos, o Poder Público transfere a sua titularidade ou execução a outras entidades e surge a Administração Indireta.
No Brasil, a Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
Autarquias
Na administração pública brasileira, uma Autarquia é uma entidade auxiliar da administração pública estatal autônoma e descentralizada. Seu patrimônio e receita são próprios, porém tutelados pelo Estado.
O Decreto-Lei nº 200 de 1967, no seu artigo 5º, inciso I, define autarquia como:
Serviço autônomo criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram para seu melhor funcionamento gestão administrativa e financeira descentralizada.
As autarquias, portanto, são criadas por lei para executar, de forma descentralizada, atividades típicas da administração pública.
Sua organização interna pode vir por meio de:
Decretos (emanam do poder executivo);
Portarias (ministérios, secretarias);
Regimentos ou regulamentos internos.
São autarquias, por exemplo, as universidades federais.
Empresas Públicas
Empresa pública é a pessoa jurídica de capital público, instituído por um ente estatal, com a finalidade prevista em Lei, sempre de natureza econômica.
Tratando-se de “empresa”, ela deve visar ao lucro, ainda que este seja utilizado em prol da comunidade.
No Brasil, as empresas públicas, se subdividem em duas categorias:
Empresa pública unipessoal - com patrimônio próprio e capital exclusivo da União;
Empresa pública de vários sócios governamentais minoritários - que unem seus capitais à União, tendo, esta, a maioria do capital votante.
A empresa pública tanto pode ser criada, originariamente, pelo Estado, como ser objeto de transformação de autarquia ou de empresa privada.
Quanto ao capital, difere-se das sociedades de economia mista. Nestas, ainda que a titularidade também seja do Poder Público, o capital social é dividido também entre particulares, que adquire suas quotas por meios da compra de ações.
A administração das empresas públicas no Brasil é feita por dirigentes nomeados pelo Presidente da República, sendo, via de regra, pessoas do próprio quadro funcional.
São exemplos de empresas públicas no Brasil: a Caixa Econômica Federal e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Sociedades de Economia Mista
Sociedade de Economia Mista é a pessoa jurídica, constituída por algum ente estatal (União, estados ou municípios), sob o regime de Sociedade Anônima, no qual o governo é o principal acionista, e os particulares são sempre minoritários.Difere-se das Empresas Públicas em que o capital é 100% público. Difere-se também das Sociedades Anônimas em que o governo tem posição acionária minoritária, pois nestas o controle da atividade é privado.
Exemplos de sociedades de economia mista no Brasil são a Petrobras e o Banco do Brasil.
Fundações Públicas
As fundações públicas são organizações dotadas de personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, criadas para um fim específico de interesse público — como educação, cultura e pesquisa — sempre merecedoras de um amparo legal.
As fundações públicas possuem uma autonomia administrativa, patrimônio próprio, e funcionamento custeado, principalmente, por recursos do poder público, ainda que sob a forma de prestação de serviços.
Elas são criadas por lei específica e regulamentadas por decreto, independentemente de qualquer registro. Antes do Código Civil de 2002, as fundações públicas eram criadas por Lei e suas competências definidas por Lei Complementar.
Após as alterações do Código Civil, as fundações passaram a ser criadas por Decreto do Executivo, após passarem pelo crivo do Legislativo.
Atividade
1. Quanto à convergência das normas brasileiras de contabilidade aplicadas no setor público aos padrões internacionais, informe como é denominada a sigla das mesmas e identifique o organismo internacional responsável pela emissão.
Gabarito comentado
As Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público têm a sigla “IPSAS” e são emitidas pelo organismo internacional denominado de Federação Internacional de Contadores, o IFAC.
2. No Brasil, a Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações Públicas.
Neste aspecto, assinale a alternativa correta que correlaciona a sua obrigação em adotar as normas de contabilidade aplicadas ao setor público:
a) Autarquias e Fundações de direito público. (Resposta correta)
b) Empresas Públicas e Sociedades de Economia mista.
c) Somente as Autarquias.
d) Somente as Fundações.
e) Fundações e Sociedades de Economia Mista.
Disciplina: Contabilidade Pública - Aula 2: As receitas públicas
Apresentação - A receita pública é a principal fonte de recursos para atendimento das demandas sociais. Nesta aula, analisaremos esta temática sob o enfoque orçamentário das receitas, destacando o planejamento e a execução.
Vamos refletir sobre como são classificados e organizados os tributos recolhidos, por exemplo, junto aos respectivos Tesouros: federal, estaduais e municipais. Veremos também a distribuição das receitas entre os entes federativos, as cotas de participação e a competência de arrecadação estabelecida na Constituição Federal.
Objetivos
Identificar o enfoque orçamentário e o patrimonial das receitas públicas;
Identificar os estágios obrigatórios da receita orçamentária;
Classificar as receitas de acordo com a categoria econômica e suas especificidades na Administração Pública.
O conceito
A receita assume, na Administração Pública, um papel de fundamental importância por estar envolvida em diversas situações, como a sua distribuição e a destinação entre as esferas governamentais e o seu relacionamento com os limites legais impostos pela legislação.
De acordo com Lima e Castro (2003, p.54):
“A receita pública seria, pois, o recebimento efetuado pela instituição pertencente ao Estado, com a finalidade de ser aplicado em gastos operativos e de administração.”			 (LIMA e CASTRO, 2003, p.54)
Já para Andrade (2008, p.51):
“Define-se como todo e qualquer recolhimento aos cofres públicos em dinheiro ou outro bem representativo de valor que o governo tem direito de arrecadar em virtude de leis, contratos, convênio e quaisquer outros títulos, de que seja oriundo de alguma finalidade específica, cuja arrecadação lhe pertença ou caso figure como depositário dos valores que não lhe pertençam. É, pois, o conjunto de ingressos financeiros, provenientes de receitas orçamentárias ou próprias e receitas extraorçamentárias ou de terceiros, que produzirão acréscimos ao patrimônio da instituição, seja União, estados, municípios ou Distrito Federal, suas autarquias e fundações.”	 (ANDRADE, 2008, p.51)
Silva (2009, p.222) esclarece e complementa o conceito da receita pública e seu relacionamento direto com as despesas:
“Para fazer face a suas necessidades, o Estado dispõe de recursos ou rendas que lhe são entregues através da contribuição da coletividade.
O conjunto desses recursos constitui a denominada receita pública e com ela o Estado vai enfrentar todos os encargos com a manutenção de sua organização, com o custeio de seus serviços, com a segurança de sua soberania, com as iniciativas de fomento e desenvolvimento econômico e social e com seu próprio patrimônio.” (SILVA, 2009, p.222)
Constata-se em todas as definições dos autores citados, que a receita pública é representada pelos ingressos de recursos financeiros que serão aplicados na aquisição de bens e serviços, visando à prestação de serviços públicos à comunidade.
Tipos de receitas públicas
Primeiramente, em um sentido amplo, os ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado são chamados de receitas públicas. Porém, estas são as receitas orçamentárias, pois representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário.
Sendo assim, podemos dividir os ingressos financeiros em:
Ingressos extraorçamentários
Valores não previstos no orçamento. Correspondem a fatos de natureza financeira decorrentes da própria gestão das entidades.
O Estado, neste caso, é simples depositário de valores que serão restituídos na época oportuna aos interessados por decisão administrativa ou sentença judicial. O governo poder beneficiar-se com as prescrições, medidas administrativas e sentenças favoráveis.
Constituem estes tipos de rendas, por exemplo:
Caução;
Descontos consignados em folha de pagamento dos servidores.
É muito comum nas contratações de serviços pela Administração Pública a exigência, junto à empresa contratada, de caucionar um determinado percentual sobre o valor global do contrato, e que, ao final da vigência, deverá ser devidamente devolvido à empresa.
Esse valor é um típico exemplo de classificação de uma receita extraorçamentária, no momento de seu depósito.
Veja o exemplo de uma cláusula de uma minuta contratual onde é exigido o depósito de caução.
Exemplo de minuta contratual
Veja o exemplo de uma cláusula de uma minuta contratual onde é exigido o depósito de caução:
5.3 GARANTIAS CONTRATUAIS
5.3.1. Para o fiel cumprimento das obrigações ora assumidas, a CONTRATADA prestará garantia de 5% (cinco por cento) do valor total do Contrato, no ato da assinatura do mesmo.
5.3.2. A garantia estipulada neste item será prestada mediante caução em dinheiro, títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária, cabendo à CONTRATADA optar por uma dessas modalidades, subordinando-se, porém, à prévia aprovação pelo Órgão.
5.3.3. A garantia, se prestada por fiança bancária, deverá ter seu valor expresso em REAIS (R$).
5.3.4. Poderá haver substituição entre modalidades de garantia, durante a vigência do Contrato, desde que previamente aprovada pelo Órgão Contratante.
5.3.5. A garantia feita por meio de Títulos da Dívida Pública ou por Seguro-Garantia, deverá ter prazo de validade compatível com o prazo para a sua devolução, mencionado nesta cláusula.
Receitas orçamentárias
É a mais importante, destacando-se, neste contexto, a receita tributária, que se constitui de impostos, taxas e contribuições de melhoria.
São as que foram previstas no orçamento e que efetivamente financiarão os gastos públicos.
Elas serão o destaque desta aula.
Estágios obrigatórios da receita orçamentária
Na Administração Pública, a receita orçamentária obrigatoriamente passa por três etapas, que estudaremos a seguir:
1ª Etapa | Previsão
A previsão começa a partir das definições das estimativas de receitas quando da elaboração do orçamento.É a estimativa de quanto se espera arrecadar durante o exercício.
2ª Etapa | Lançamento
O lançamento é a identificação do devedor ou da pessoa do contribuinte.
A Lei n°4.320/64 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm) define o lançamento da receita como o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa devedora e inscreve a débito dela.
O Código Tributário Nacional define esta medida como procedimento administrativo que verifica:
A ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente;
A matéria tributável;
O cálculo do montante do tributo devido;
A identificação do respectivo sujeito passivo.
3ª Etapa | Arrecadação e Recolhimento
A arrecadação da receita está ligada aos pagamentos realizados diretamente pelos contribuintes às repartições fiscais e rede bancária autorizada.
Já o recolhimento compreende a entrega do produto da arrecadação pelas referidas repartições e estabelecimentos bancários para crédito da conta do Tesouro.
O Art.56 da Lei 4.320/64 cita:
“O recolhimento da receita far-se-á em estrita observância ao princípio da unidade de caixa, sendo proibida a criação de caixas especiais.”
Lei 4.320/64
Abaixo, veja o fluxo dos estágios da receita orçamentaria:
Fluxograma dos Estágios obrigatórios da receita orçamentária. (Fonte: Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Volume I –página 35 – 2ª edição.)
Periodicamente, podem ser emitidos os “Balancetes da Receita”, onde o contador acompanha a sua execução, verificando, entre outros pontos:
• Se determinada receita prevista está se realizando conforme a previsão inicial;
• Se determinado tributo está arrecadando acima do valor estimado.
Classificações da receita orçamentária
O Art. 11 da Lei n°4.320/64 classificou a receita orçamentária em duas categorias econômicas:
1. Receitas correntes;
2. Receitas de capital.
Na tabela a seguir podemos visualizar a disposição de todas as receitas orçamentárias, classificadas de acordo com a categoria econômica.
	Receitas correntes
	Receitas de capital
	Receita tributária
	Operações de crédito
	Receita de contribuição
	Alienação de bens
	Receita patrimonial
	Amortização de empréstimos
	Receita agropecuária
	Transferências de capital
	Receita industrial
	Outras receitas de capital
	Receitas de serviços
	
	Transferências correntes
	
	Outras receitas correntes
	
A seguir, veremos as características de cada uma, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Receitas correntes – tributárias
Tributo é uma das origens da receita corrente na classificação orçamentária por categoria econômica.
Já a procedência trata da receita derivada, cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas.
Sujeitam-se aos princípios da reserva legal e da anterioridade da Lei, salvo exceções.
O art. 3º do Código Tributário Nacional (CTN) define tributo da seguinte forma:
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”	Art. 3º do CTN
a) Impostos
Os impostos, segundo o art. 16 do CTN, são espécies tributárias cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, o qual não recebe contraprestação direta ou imediata pelo pagamento.
Exemplo
São exemplos de impostos de competência:
da União: IR - imposto sobre a renda; IPI - imposto sobre o produto industrializado.
dos Estados: 	IPVA - imposto sobre a propriedade de veículos automotores; ICMS - imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços.
dos Municípios: IPTU - imposto sobre a propriedade territorial e urbana; ISSQN - imposto sobre serviço de qualquer natureza.
OBS: IRRF - imposto de renda retido na fonte - Pertence 100% ao ente político que fez a retenção na fonte.
O art. 5º do CTN e os incisos I, II e III do art. 145 da CF/88 tratam das seguintes espécies tributárias: impostos, taxas e contribuições de melhoria.
b) Taxas
As taxas cobradas pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, no âmbito das respectivas atribuições, são, também, espécie de tributo na classificação orçamentária da receita, tendo, como fato gerador, o exercício regular do poder de polícia administrativa, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.
Veja o art. 77 do CTN:
“As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.” Art. 77 do CTN
Taxas são tributos vinculados porque o aspecto material do fato gerador é prestação estatal específica diretamente referida ao contribuinte, em forma de contraprestação de serviços.
Porém, podem ser tributos de arrecadação não vinculada, pois as receitas auferidas por meio das taxas não se encontram afetas à determinada despesa, salvo se a lei que instituiu o referido tributo assim determinou.
As taxas estão sujeitas ao princípio constitucional da reserva legal e, sob a ótica orçamentária, classificam-se em:
Taxas de fiscalização ou de poder de polícia
São definidas em lei e têm como fato gerador o exercício do poder de polícia, poder disciplinador, por meio do qual o Estado intervém em determinadas atividades, com a finalidade de garantir a ordem e a segurança.
A definição de poder de polícia está disciplinada pelo art. 78 do CTN:
Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos.
Taxas de serviço público
São as que têm como fato gerador a utilização de determinados serviços públicos, sob ponto de vista material e formal.
Nesse contexto, o serviço é público quando estabelecido em lei e prestado pela Administração Pública, sob regime de direito público, de forma direta ou indireta.
A relação jurídica, nesse tipo de serviço, é de verticalidade, ou seja, o Estado atua com supremacia sobre o particular. É receita derivada e os serviços têm que ser específicos e divisíveis.
Conforme o art. 77 do CTN:
(...) os serviços públicos têm que ser específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte, ou colocados à sua disposição.
Para que a taxa seja cobrada, não há necessidade de o particular fazer uso do serviço, basta que o Poder Público coloque tal serviço à disposição do contribuinte.
c) Contribuição de melhoria
É espécie de tributo na classificação da receita orçamentária e tem como fato gerador valorização imobiliária que decorra de obras públicas, contanto que haja nexo causal entre a melhoria havida e a realização da obra pública.
De acordo com o art. 81 do CTN:
“A contribuição de melhoria cobrada pela União, Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.”		Art. 81 do CTN
Receitas correntes - contribuições
Segundo a classificação orçamentária, contribuições são a origem da categoria econômica das receitas correntes.
O artigo 149 da Magna Carta estabelece competir exclusivamente à União instituir contribuições sociais,de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de atuação nas respectivas áreas.
O §1º do artigo estabelece que estados, Distrito Federal e municípios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regimes de previdência de caráter contributivo e solidário.
As contribuições classificam-se nas seguintes espécies:
Contribuições sociais
Classificada como espécie de contribuição, por força da Lei nº4.320/64, a contribuição social é tributo vinculado a uma atividade Estatal que visa atender aos direitos sociais previstos na Constituição Federal.
Pode-se afirmar que as contribuições sociais atendem a duas finalidades básicas:
Seguridade social (saúde, previdência e assistência social);
Outros direitos sociais, como, por exemplo, o salário educação.
Contribuições de intervenção no domínio econômico
A contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) é um tributo classificado no orçamento público como espécie de contribuição que atinge um determinado setor da economia, com finalidade qualificada em sede constitucional — intervenção no domínio econômico — instituída mediante um motivo específico.
Essa intervenção se dá pela fiscalização e atividades de fomento, como:
Desenvolvimento de pesquisas para crescimento do setor;
Oferecimento de linhas de crédito para expansão da produção.
Um bom exemplo de contribuição de intervenção no domínio econômico é o Adicional sobre Tarifas de Passagens Aéreas Domésticas, que são voltadas à suplementação tarifária de linhas aéreas regionais de passageiros, de baixo e médio potencial de tráfego.
Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas
Espécie de contribuição que se caracteriza por atender a determinadas categorias profissionais ou econômicas, vinculando sua arrecadação às entidades que as instituíram. Não transitam pelo orçamento da União.
Estas contribuições são destinadas ao custeio das organizações de interesse de grupos profissionais, como OAB, CREA, CRM etc.
Visam também ao custeio dos serviços sociais autônomos prestados no interesse das categorias, como SESI, SESC e SENAI.
Contribuição de iluminação pública
Instituída pela Emenda Constitucional nº39, de 19 de dezembro de 2002, que acrescentou o art. 149-A à Constituição Federal com a finalidade de custear o serviço de iluminação pública. A competência para instituição é dos municípios e do Distrito Federal.
Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
Receitas correntes – patrimoniais
Receitas provenientes da fruição dos bens patrimoniais do ente público (bens mobiliários ou imobiliários), ou, ainda, de participações societárias.
São classificadas no orçamento como receita corrente e de natureza específica de origem como receita patrimonial.
Receitas correntes – agropecuárias
As receitas agropecuárias estão contempladas no grupo das receitas correntes e são originadas pela entrada de recursos da exploração pelas entidades públicas de atividades desta natureza.
Este tipo de receita é um tanto atípico de exemplificação, mas o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP, 6ª edição) esclarece que decorrem da exploração econômica, por parte do ente público, de venda de produtos, entre produtos:
Agrícolas (grãos, tecnologias, insumos etc.);
Pecuários (sêmens, técnicas em inseminação; matrizes etc.);
Para reflorestamentos.
Receitas correntes – industriais
Receitas originárias das atividades industriais exercidas pelo ente público e que também possuem atipicidade de exemplificação. Portanto, assim como as receitas agropecuárias abordadas no subitem anterior, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP, 6ª edição) exemplifica, nesta categoria, todas as receitas provenientes de:
Extração mineral;
Indústria de transformação;
Indústria de construção;
Outras receitas industriais consideradas de utilidade pública e arrecadas pela Administração Pública.
Receitas correntes – serviços
As receitas de serviços estão elencadas no rol das receitas correntes. Desta forma, pode-se afirmar que são originárias de entradas de valores decorrentes de atividades da prestação de serviços pela Administração Pública.
São exemplos destas receitas:
Serviços hospitalares;
Serviços de processamento de dados;
Serviços de saneamento básico.
Receitas correntes – transferências correntes
Bastante comum nos estados e municípios, as receitas de Transferências Correntes referem-se aos valores financeiros esperados (previstos) e arrecadados entre os próprios entes públicos, ou também, de forma menos comum, dos entes do setor privado.
Essas transferências podem ocorrer entre os entes de uma mesma esfera de governo, denominada de transferências intragovernamentais. Já as transferências ocorridas entre diferentes esferas de governo são denominadas de transferências intergovernamentais.
Exemplo
Para melhor exemplificar, saiba que a competência de arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) é do estado. Assim, para o estado, a receita será classificada como uma receita tributária.
Portanto, a Constituição Federal determina que os estados devem transferir 50% do valor arrecadado do IPVA para seus respectivos municípios. Então, a receita orçamentária no município será classificada como uma Transferência Corrente Intergovernamental.
As transferências correntes ainda são divididas em:
Transferências voluntárias
Como a própria nomenclatura já revela, não são obrigatórias, assim o gestor público deverá recorrer para a captação destes recursos junto a outros entes públicos.
Exemplos: Receitas de convênios para alguma área específica (convênio de auxílio ao idoso, convênio de auxílio de deficientes físicos, entre outros).
Exemplo - Receitas de convênios para alguma área específica (convênio de auxílio ao idoso, convênio de auxílio de deficientes físicos, entre outros).
Saiba mais - Para auxiliar e melhor explorar as Transferências de Convênios (Transferências Correntes Voluntárias), acesse o Portal de Convênios do Ministério de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, denominado: SICONV. (http://plataformamaisbrasil.gov.br/)
Transferências constitucionais
São aquelas arrecadadas por um ente, mas que devem ser transferidas a outros entes por disposição constitucional ou legal.
Exemplos de transferências constitucionais:
Fundo de Participação dos Municípios (FPM);
Fundo de Participação dos Estados (FPE);
IPVA;
ICMS.
Distribuição aos Municípios
Distribuição aos Estados e Municípios
Receitas correntes – outras receitas correntes
Neste grupo de receitas correntes, intitulado de outras receitas correntes, são registradas todas as receitas orçamentárias que não se classificam nas receitas correntes citadas nos itens anteriores.
Portanto, é neste grupo que se registram:
Multas e juros tributários ou não;
Indenizações e restituições recebidas;
Todas as receitas de dívida ativa tributária ou não.
Atenção
Muitos leigos na Administração Pública confundem a classificação de juros e multas sobre um determinado tributo como uma receita tributária. Porém, nesta análise, deve ser compreendido que apenas o valor principal do tributo é classificado como uma receita tributária. O valor acessório (multas e juros) é classificado no grupo outras receitas correntes.
Agora, veremos as classificações das receitas de capital, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Receitas de capital – operações de crédito
As operações de crédito são muito comuns na Administração Pública, portanto neste grupo de receitas de capital são registrados os valores orçamentários que ingressam na forma de recursos de empréstimos obtidos, financiamentoscontratados e ainda o retorno sobre os títulos públicos colocados para negociação.
Importante observar que as operações de crédito podem ainda ser de duas espécies:
Internas – como receitas advindas de um financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES);
Externas - como receitas advindas de um empréstimo junto ao Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).
Receitas de capital – alienação de bens
A palavra alienação nesta classificação pode ser associada ao aspecto de “venda”.
Desta maneira, as receitas de capital referente à alienação de bens no setor público são os ingressos financeiros desta operação, podendo ser de:
Bens imóveis – como ingressos de venda de um terreno pertencente à prefeitura municipal;
Bens móveis - como ingressos de venda de um veículo inservível (viatura de saúde/ambulância) pertencente ao um determinado estado.
Receitas de capital – amortização de empréstimos
Alguns órgãos da Administração Pública emprestam dinheiro para pessoas físicas ou pessoas jurídicas. Os valores financeiros referentes a isso são classificados no orçamento nesta rubrica das receitas de capital denominada especificamente de amortização de empréstimos.
Exemplo - Preste bastante atenção neste exemplo para não confundir com as receitas de operações de crédito abordadas anteriormente:
Um banco estadual “Banco do Povo” empresta dinheiro por meio de linha de microcréditos a cidadãos. Ao receber as parcelas, este valor é classificado como uma receita de capital (amortização de empréstimos), neste órgão público.
Receitas de capital – transferências de capital
As receitas orçamentárias denominadas transferências de capital assemelham-se muito com as receitas orçamentárias denominas transferências correntes.
Portanto, o que as diferencia é o destino e também o vínculo em que estas receitas vão ser aplicadas.
Neste aspecto, os ingressos recebidos podem ser de outras esferas de governo (intergovernamentais) e da mesma esfera de governo (intragovernamentais) e são destinados para atender despesas de capital, tal como investimento no setor público.
Receitas de capital – outras receitas de capital
As receitas orçamentárias de capital que não possuem características para serem classificadas como alienação, amortização de empréstimos ou transferências de capital serão registradas nesta rubrica orçamentária.
ESTRUTURA DE CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DE RECEITA
A classificação orçamentária por natureza de receita é estabelecida pelo § 4º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964. No âmbito da União, sua codificação é normatizada por meio de Portaria da SOF, órgão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. A normatização da codificação válida para Estados e Municípios é feita por meio de Portaria Interministerial (SOF e STN).
	DÍGITO
	1º
	2º
	3º
	4º a 7º
	8º
	SIGNIFICADO
	Categoria Econômica
	Origem
	Espécie
	Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita
	Tipo
Atenção
Importante destacar que as receitas orçamentárias abordadas neste conteúdo não devem ser confundidas com a classificação e com o plano de contas contábeis. Elas recebem uma classificação e um plano de execução do orçamento público.
Classificação quanto à origem ou à fonte de recurso
As receitas orçamentárias também se classificam de acordo com a sua origem ou fonte de recurso, sendo:
Recurso do Tesouro - é a principal fonte de recurso próprio do Tesouro nos níveis federal, estadual ou municipal;
Recurso de outras fontes - envolve os vários tipos de receitas próprias das entidades de autonomia financeira: autarquias, fundações ou empresas públicas.
Atividade
1. Quanto às receitas orçamentárias, assinale aquela que é classificada como uma receita corrente:
a) Receitas de alienação de bens.
b) Receitas de amortização de empréstimos.
c) Receitas de operações de crédito.
d) Receitas de transferências de capital.
e) Receitas patrimoniais. (resposta correta)
Infelizmente, você errou!
2. Na Administração Pública, a receita orçamentária obrigatoriamente passa por três estágios. Assinale a alternativa correta quanto àquele que “é a estimativa de arrecadação da receita constante na Lei do Orçamento Anual (LOA), resultante de metodologia de projeção de receitas orçamentárias:
a) Pagamento
b) Arrecadação/Recolhimento
c) Previsão (resposta correta)
d) Fixação
e) Lançamento
3. Como é denominado o relatório que pode ser emitido periodicamente para o acompanhamento do desempenho da receita orçamentária?
Gabarito sugerido
O Balancete da Receita é o relatório em que o contador pode acompanhar a execução da receita orçamentária, obtendo informações para verificar:
Se determinada receita prevista está se realizando conforme a previsão inicial;
Se determinado tributo está arrecadando acima do valor estimado etc.
Disciplina: Contabilidade Pública - Aula 3: Despesas Públicas
Apresentação - Nesta aula, serão abordadas as despesas públicas sob o enfoque orçamentário, seus conceitos e as diversas classificações existentes no setor público. Veremos que o conhecimento sobre a aplicação e destino das receitas orçamentárias, adquirido no conteúdo anterior, completa-se com a abordagem sobre as despesas públicas e seus estágios obrigatórios, dando condições para entender o conceito de toda a execução orçamentária na administração pública, sendo esta uma especificidade da contabilidade governamental.
Objetivos
Reconhecer a importância dos estágios e classificações das despesas públicas para o funcionamento da máquina pública, por meio da distribuição de seus valores após sua arrecadação, que chamaremos de despesas públicas;
Relacionar receita e despesa no processo orçamentário, visto que a previsão da receita dimensiona a capacidade governamental em fixar a despesa.
O conceito
Define-se como Despesa Pública o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços públicos. Neste sentido, a despesa é parte do orçamento, ou seja, aquela parte em que se encontram classificadas todas as autorizações para gastos com as várias atribuições e funções governamentais.
A despesa pública forma o complexo da distribuição e emprego das receitas para custeio de diferentes setores da administração e consiste na aplicação de recursos financeiros de forma direta, na aquisição de meios que possibilitem a manutenção, o funcionamento e a expansão dos serviços públicos, ou de forma indireta, quando da realização de transferências a terceiros, implicando na assunção de compromissos.
“Despesa constitui-se de toda saída de recursos ou de todo o pagamento efetuado, a qualquer título, pelos agentes pagadores para saldar gastos fixados na Lei do Orçamento ou em lei especial e destinados à execução dos serviços públicos, entre eles custeios e investimentos, além dos aumentos patrimoniais, pagamentos de dívidas, devolução de importâncias recebidas a títulos de caução, depósitos e consignações.”		(ANDRADE, 2008, p.68)
Divisão e classificações das despesas
Podemos afirmar primeiramente que a despesa pública divide-se em:
Extraorçamentária (dispêndios)
Os dispêndios extraorçamentários não pertencem ao orçamento do órgão público analisado. Geralmente são as devoluções de dinheiro de terceiros que foram retidas em outra ocasião e classificadas nas suas entradas como um ingresso extraorçamentário.
Orçamentária
As despesas orçamentárias, foco desta aula, pertencem ao orçamento público, ou seja, foram fixadas na Lei do Orçamento Anual (LOA) para determinado órgão público e para ser executada em determinado exercício financeiro.
Atenção - A evolução do orçamento clássico para o orçamento-programa foi acompanhada por um processo de aperfeiçoamento do sistema de classificação orçamentária. Pode-se afirmar, inclusive, que a primeira exigência para a implantação do orçamento-programa é a existência de um sistema de classificação orçamentária funcional.
Nos próximos subtítulos estudaremos a classificação da despesa orçamentária utilizadano Brasil, tanto para a União quanto para os Estados, Distrito Federal e Municípios.
Classificação institucional ou por órgãos
O objetivo desta classificação é demonstrar quanto cada órgão ou unidade organizacional está autorizado a gastar em um determinado exercício.
A classificação institucional ou organizacional apresenta a vantagem de permitir uma comparação imediata, em termos de dotações recebidas, entre os diversos órgãos.
Entende-se por unidade orçamentária a repartição pública da Administração Direta ou Indireta a que o orçamento consigna, especificamente, dotações para execução de seus programas de trabalho e sobre os quais exerce o poder de disposição.
Exemplo - Pode-se citar uma Prefeitura Municipal que, em seu orçamento, é identificada ainda com suas unidades administrativas, conforme a tabela a seguir:
	Códigos
	Tipo
	Nomenclatura
	01.00.00
	Órgão
	Câmara Municipal
	01.01.00
	Unidade Administrativa
	Gabinete da Câmara
	02.00.00
	Órgão
	Prefeitura Municipal
	02.01.00
	Unidade Administrativa
	Gabinete do Prefeito
	02.02.00
	Unidade Administrativa
	Secretaria de Administração
	02.03.00
	Unidade Administrativa
	Secretaria de Finanças
	02.04.00
	Unidade Administrativa
	Secretaria de Saúde
	03.00.00
	Órgão
	Autarquia Y
	04.00.00
	Órgão
	Fundação X
Classificação funcional
A própria nomenclatura deste tipo de classificação da despesa orçamentária já revela que aqui a despesa orçamentária é identificada de acordo com as suas funções que serão realizadas.
Essa classificação funcional, composta por um rol de funções e subfunções prefixadas, servirá como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental, nas três esferas.
Trata-se de uma classificação independente dos programas.
Veja os conceitos:
Função - Consiste no agrupamento das grandes ações do governo em funções, que representam o maior nível de agregação, por meio das quais procura-se alcançar os objetivos nacionais desdobrando-se em subfunções.
Subfunção - Representa uma partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesas do setor público. Nesta classificação, a subfunção identifica a natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.
As classificações por funções e subfunções advêm da Portaria SOF nº 42, de 14 de abril de 1999, e seu Anexo é apresentado da seguinte maneira:
	Funções
	Subfunções
	01 – Legislativa
	031 - Ação Legislativa
	
	032 - Controle Externo
	02 – Judiciária
	061 - Ação Judiciária
	
	062 - Defesa do Interesse Público no Processo Judiciário
	03 - Essencial à Justiça
	091 - Defesa da Ordem Jurídica
	
	092 – Representação Judicial e Extrajudicial
	04 – Administração
	121 – Planejamento e Orçamento
	
	122 - Administração Geral
	
	123 - Administração Financeira
	
	124 - Controle Interno
	
	125 - Normatização e Fiscalização
	
	126 - Tecnologia da Informação
	
	127 - Ordenamento Territorial
	
	128 - Formação de Recursos Humanos
	
	129 - Administração de Receitas
	
	130 - Administração de Concessões
	
	131 - Comunicação Social
	05 - Defesa Nacional
	151 - Defesa Área
	
	152 - Defesa Naval
	
	153 - Defesa Terrestre
	Funções
	Subfunções
	06 - Segurança Pública
	181 - Policiamento
	
	182 - Defesa Civil
	
	183 - Informação e Inteligência
	07 - Relações Exteriores
	211 - Relações Diplomáticas
	
	212 - Cooperação Internacional
	08 - Assistência Social
	241 - Assistência ao Idoso
	
	242 - Assistência ao Portador de Deficiência
	
	243 - Assistência à Criança e ao Adolescente
	
	244 - Assistência Comunitária
	09 - Previdência Social
	271 - Previdência Básica
	
	272 - Previdência do Regime Estatutário
	
	273 - Previdência Complementar
	
	274 - Previdência Especial
	10 – Saúde
	301 - Atenção Básica
	
	302 - Assistência Hospitalar e Ambulatorial
	
	303 - Suporte Profilático e Terapêutico
	
	304 - Vigilância Sanitária
	
	305 - Vigilância Epidemiológica
	
	306 - Alimentação e Nutrição
	11 – Trabalho
	331 - Proteção e Benefícios ao Trabalhador
	
	332 - Relações de Trabalho
	
	333 - Empregabilidade
	
	334 - Fomento ao Trabalho
	12 – Educação
	361 - Ensino Fundamental
	
	362 - Ensino Médio
	
	363 - Ensino Profissional
	
	364 - Ensino Superior
	
	365 - Educação Infantil
	
	366 - Educação de Jovens e Adultos
	
	367 - Educação Especial
	13 – Cultura
	391 - Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico
	
	392 - Difusão Cultural
	14 - Direitos da Cidadania
	421 - Custódia e Reintegração Social
	
	422 - Direitos Individuais, Coletivos e Difusos
	
	423 - Assistência aos Povos Indígenas
	15 – Urbanismo
	451 - Infraestrutura Urbana
	
	452 - Serviços Urbanos
	
	453 - Transportes Coletivos Urbanos
	16 – Habitação
	481 - Habitação Rural
	
	482 - Habitação Urbana
	17 – Saneamento
	511 - Saneamento Básico Rural
	
	512 - Saneamento Básico Urbano
	18 - Gestão Ambiental
	541 - Preservação e Conservação Ambiental
	
	542 - Controle Ambiental
	
	543 - Recuperação de Áreas Degradadas
	
	544 - Recursos Hídricos
	
	545 – Meteorologia
	19 - Ciência e Tecnologia
	571 - Desenvolvimento Científico
	
	572 - Desenvolvimento Tecnológico e Engenharia
	
	573 - Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico
	Funções
	Subfunções
	20 – Agricultura
	601 - Promoção da Produção Vegetal
	
	602 - Promoção da Produção Animal
	
	603 - Defesa Sanitária Vegetal
	
	604 - Defesa Sanitária Animal
	
	605 - Abastecimento
	
	606 - Extensão Rural
	
	607 – Irrigação
	21 - Organização Agrária
	631 - Reforma Agrária
	
	632 – Colonização
	22 – Indústria
	661 - Promoção Industrial
	
	662 - Produção Industrial
	
	663 - Mineração
	
	664 - Propriedade Industrial
	
	665 - Normalização e Qualidade
	23 - Comércio e Serviços
	691 - Promoção Comercial
	
	692 - Comercialização
	
	693 - Comércio Exterior
	
	694 - Serviços Financeiros
	
	695 – Turismo
	24 – Comunicações
	721 - Comunicações Postais
	
	722 – Telecomunicações
	25 – Energia 
	751 - Conservação de Energia
	
	752 - Energia Elétrica
	
	753 - Petróleo
	
	754 – Álcool
	26 – Transporte 
	781 - Transporte Áreo
	
	782 - Transporte Rodoviário
	
	783 - Transporte Ferroviário
	
	784 - Transporte Hidroviário
	
	785 - Transportes Especiais
	27 - Desporto e Lazer
	811 - Desporto de Rendimento
	
	812 - Desporto Comunitário
	
	813 – Lazer
	28 - Encargos Especiais
	841 - Refinanciamento da Dívida Interna
	
	842 - Refinanciamento da Dívida Externa
	
	843 - Serviço da Dívida Interna
	
	844 - Serviço da Dívida Externa
	
	845 - Transferências
	
	846 - Outros Encargos Especiais
Fonte: Adaptado da Portaria SOF nº 42, de 14 de abril de 1999
Classificação programática (por programas)
A partir da Portaria n° 42, de 14/04/1999, os programas deixaram de ter o caráter de classificador e cada nível de governo passou a ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus problemas, e originária do processo de planejamento desenvolvido durante a formulação do Plano Plurianual.
Os programas são compostos por atividades, projetos e uma nova categoria de programação denominada operações especiais.
A seguir, veja os respectivos conceitos:
Programas
Os programas efetivam a integração entre os planos e os orçamentos e representam os meios e instrumentos de ação organicamente articulados para alcançar os objetivos pretendidos.
Articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual, visando à solução de um problema ou ao atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade.
Ações
As ações de governo possuem três naturezas diferentes que podem ser classificadas como categorias de programação orçamentária:
Atividade:Instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, concorrendo para a manutenção da ação do governo, com resultados que geralmente podem ser medidos quantitativa ou qualitativamente.
Projetos: Instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam em um período limitado de tempo, das quais resultam produtos quantificáveis física e financeiramente, que concorrem para a expansão ou para o aperfeiçoamento da ação governamental.
Operação especial: Ações que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
São despesas passíveis de enquadramento nesta ação:
Amortizações e encargos;			Aquisição de títulos;		Pagamento de sentenças judiciais;
Transferências a qualquer título;		Pagamento de inativos;		Participações acionárias.
As atividades, os projetos e as operações especiais são desdobradas para especificar a localização geográfica integral ou parcial das respectivas ações. A localização do gasto é o menor nível de detalhamento na lei. Na fase da elaboração, é onde o órgão setorial apropria o valor financeiro da sua proposta orçamentária.
Classificação segundo a natureza da despesa
Na classificação da despesa, quanto a sua natureza, deve ser analisada a categoria econômica, o grupo a que pertence sua modalidade de aplicação, isto é, se vai ser realizada, diretamente ou por meio de transferência a outro organismo ou entidade, e o elemento de despesa, caracterizando o objeto final do gasto.
Para a identificação da despesa quanto a sua natureza, é utilizado um conjunto de seis dígitos, na sequência indicada a seguir:
	1º Dígito
	Categoria Econômica
	2º Dígito
	Grupo da Despesa
	3º e 4º Dígitos
	Modalidade de Aplicação
	5º e 6º Dígitos
	Elemento da despesa (objeto do gasto)
Veja os conceitos de cada dígito citado e suas representações numerais de classificação:
1° Dígito – Categorias Econômicas
Nas despesas correntes, representadas pelo número 3, classificam-se todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, tais como:
Pessoal e Encargos Sociais;
Juros e Encargos da Dívida Interna e Externa;
Outras Despesas Correntes.
Nas Despesas de Capital, representadas pelo número 4, classificam-se aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, tais como:
Investimentos;
Inversões Financeiras;
Amortização da Dívida Interna e Externa.
2º Dígito – Grupo de Despesa
Os Grupos da Despesa são representados pelos números abaixo:
1- Pessoal e encargos sociais;		2- Juros e encargos da dívida;
3- Outras despesas correntes;		4- Investimentos;
5- Inversões financeiras;		6- Amortização da dívida.
3º e 4º Dígitos – Modalidade de Aplicação
As Modalidades de Aplicação são representadas por números. Veja os exemplos a seguir:
	MODALIDADE DE APLICAÇÃO
	20
	TRANSFERÊNCIAS À UNIÃO
	30
	TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E AO DISTRITO FEDERAL
	31
	TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E DF – FUNDO A FUNDO
	32
	EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DELEGADA A ESTADOS E DF
	40
	TRANSFERÊNCIAS A MUNICÍPIOS
	41
	TRANSFERÊNCIAS A MUNICÍPIOS – FUNDO A FUNDO
	42
	EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DELEGADA A MUNICÍPIOS
	50
	TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS
	60
	TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES PRIVADAS COM FINS LUCRATIVOS
	70
	TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES MULTIGOVERNAMENTAIS
	71
	TRANSFERÊNCIAS A CONSÓRCIOS PÚBLICOS
	72
	EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DELEGADA A MUNICÍPIOS
	80
	TRANSFERÊNCIAS AO EXTERIOR
	90
	APLICAÇÕES DIRETAS
	91
	APLICAÇÃO DIRETA INTRAORÇAMENTÁRIA (OFSS)
5º e 6º Dígitos – Elementos da Despesa (objeto do gasto)
Os Elementos da Despesa são representados pelos números abaixo:
	01 - Aposentadorias e Reformas
	25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita
	03 - Pensões
	26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária
	04 - Outros Benefícios Previdenciários
	27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares
	06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso
	28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos
	07 – Contribuições a Entidades Fechadas de Previdência
	30 - Material de consumo
	08 - Outros Benefícios Assistenciais
	31 - Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras
	09 - Salário-Família
	32 - Material de Distribuição Gratuita
	10 - Outros Benefícios de Natureza Social
	33 - Passagens e despesas com locomoção
	11 - Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil
	35 - Serviços de Consultoria
	12 - Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Militar
	36 - Outros serviços de terceiros PF
	13 - Obrigações Patronais
	37 - Locação de mão de obra
	14 - Diárias - Pessoal Civil
	39 - Outros serviços de terceiros PJ
	15 - Diárias – Pessoal Militar
	41 – Contribuições
	16 - Outras Despesas Variáveis – Pessoal Civil
	42 – Auxílios
	17 - Outras Despesas Variáveis – Pessoal Militar
	43 – Subvenções Sociais
	18 - Auxílio Financeiro a Estudantes
	47 – Obrigações tributárias e contribuições
	19 - Auxílio-Fardamento
	51 - Obras e Instalações
	20 - Auxilio Financeiro a Pesquisadores
	52 - Equipamentos e materiais permanentes
	21 - Juros sobre a Dívida por Contrato
	61 - Aquisição de Imóveis
	22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato
	92 - Despesas de Exercícios Anteriores
	23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária
	93 - Indenização e restituições
	24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária
	99 – A Classificar
Atividade
1. Suponha, que houve uma aquisição de material de escritório, como canetas, lápis, folhas A-4, para uso imediato nos setores administrativos. Como será a classificação desta despesa orçamentária, segundo a sua natureza?
Gabarito comentado
3 - Despesa Corrente		3 - Outras Despesas Correntes		90 - Aplicações Diretas	
30 - Material de Consumo
2. Agora como será classificada a despesa da folha de pagamento dos servidores?
Gabarito comentado
3 - Despesa Corrente		1 – Pessoal e encargos sociais		90 - Aplicações Diretas
11 - Vencimentos e Vantagens Pessoal Civil
Exemplo - Agora veja exemplos de outras classificações:
3.1.90.14.00 = Despesa de Diárias Pessoal Civil;
3.3.90.39.00 = Outras Despesas Correntes, Serviços de Terceiros - PJ;
4.4.90.52.00 = Equipamentos e Material Permanente.
Estágios obrigatórios da despesa orçamentária
Os estágios da despesa orçamentária compreendem uma sequência de atividades desenvolvidas pelos órgãos públicos que inicia com a fixação da despesa indo até o seu pagamento, extinguindo assim a obrigação.
1º Estágio - Fixação
Fixar a despesa é considerado o primeiro estágio obrigatório para a realização de uma despesa orçamentária.
Este estágio é sinônimo de “planejar” a despesa na Lei do Orçamento Anual (LOA).
2º Estágio - Empenho
O empenho é o segundo estágio da despesa e pode ser conceituado conforme prescreve o Art. 58 da Lei nº 4.320/64:
O empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
Os empenhos ainda são classificados em:
Estimativo - destinado a atender despesa de valor não quantificável durante o exercício;
Global - destinado a atender a despesa quantificada e de base liquidável, geralmente em cada mês, durante a fluência do exercício;
Ordinário - destinado a atender a despesa quantificada e liquidável de uma só vez.
3º Estágio - Liquidação
Esse é o terceiro estágio da despesa e consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito (Art. 63 da Lei n° 4.320/64).
Vale dizer que é a comprovação de que o credor cumpriu todas as obrigações constantes do contrato e/ou Nota de Empenho.
A liquidaçãotem por finalidade reconhecer ou apurar:
A origem e o objeto do que se deve pagar;
A importância exata a pagar;
A quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, todos os atos de verificação e conferência, desde a entrada do material ou a prestação do serviço até o reconhecimento da despesa.
Ressalta-se que na liquidação de despesa, por ocasião do recebimento do material, da execução da obra ou da prestação do serviço, certos cuidados especiais deverão ser observados, tais como:
Verificação do cumprimento das normas sobre licitação ou documento formalizando a sua dispensa, ou comprovando a sua inexigibilidade;
Verificação da conformidade com o contrato, convênio, acordo ou ajuste, se houver;
Exame da nota de empenho;
Comprovantes da entrega do material ou da prestação efetiva dos serviços, isto é, conferência da nota fiscal ou documento equivalente.
4º Estágio - Pagamento
O Art. 62 da Lei n° 4.320/64 estabelece que:
O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.
Já o Art. 64 da citada lei define que:
A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.
O pagamento é a última fase da despesa. Este estágio consiste na entrega de recursos equivalentes à dívida líquida, ao credor, mediante emissão de ordem bancária assinada pelo Ordenador de Despesas e pelo responsável pelo setor financeiro.
Atenção - Todos os estágios da despesa podem ser verificados e evidenciados no Balancete Analítico da Despesa, que geralmente são muito utilizados pelos gestores dos entes públicos, como ferramenta de acompanhamento da execução orçamentária. Estes balancetes poderão ser emitidos em qualquer periodicidade: diário, mensal e anual.
Restos a Pagar
Os restos a pagar constituem compromissos financeiros exigíveis que compõem a dívida flutuante e podem ser caracterizados como as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro de cada exercício financeiro.
Portanto, as despesas empenhadas, não pagas até o dia 31 de dezembro, não canceladas pelo processo de análise e depuração e, que atendam os requisitos previstos em legislação específica, devem ser inscritas em Restos a Pagar, pois se referem a encargos incorridos no próprio exercício.
De acordo com o Art. 36 da Lei nº 4.320
De 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, consideram-se Restos a Pagar as despesas, nos seguintes termos:
“Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas.”
No final do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e não pagas serão inscritas em restos a pagar e constituirão a dívida flutuante. Pode-se distinguir dois tipos de restos a pagar:
Processados
Decorrentes das despesas liquidadas. São aqueles em que a despesa orçamentária percorreu os estágios de empenho e liquidação, restando pendente, apenas, o estágio do pagamento.
Não Processados
Decorrentes das despesas não-liquidadas ou aquelas que dependem da prestação de serviço ou fornecimento do material.
Atividade
3. A última fase da despesa orçamentária, que consiste na entrega de recursos equivalentes à dívida líquida, ao credor, mediante emissão de ordem bancária assinada pelo ordenador de despesas e pelo responsável pelo setor financeiro, é denominado:
a) Empenho da despesa.
b) Fixação da despesa.
c) Pagamento da despesa.
d) Liquidação da despesa.
e) Previsão da despesa.Infelizmente, você errou!
Resposta correta: letra (c). O estágio do pagamento é o último das obrigações para a realização de uma despesa orçamentária. É o pagamento propriamente dito, não podendo ser confundido com o estágio da liquidação da despesa.
4. Como são classificadas as despesas orçamentárias segundo a sua natureza?
Gabarito comentado - As despesas orçamentárias segundo a sua natureza são classificadas entre Despesas Correntes e Despesas de Capital.
5. O que significa a nomenclatura “Restos a Pagar” na administração pública?
Gabarito comentado “Restos a Pagar” é o conceito trazido pela Lei nº 4.320/64 de todas as despesas empenhadas, mas não pagas em 31 de dezembro de determinado exercício.
Disciplina: Contabilidade Pública - Aula 4: Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI)
Apresentação - O Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) é o principal instrumento utilizado pelas entidades do governo federal brasileiro para registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial.
Trata-se de uma solução automatizada que promove a integração de informações, em tempo real, de todas as etapas que compõem a execução orçamentária e financeira, desde a aprovação do orçamento até a efetivação do pagamento.
Objetivos
Identificar as principais características do Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI);
Analisar objetivos, formas de acesso, modalidades de uso e eventos do SIAFI;
Reconhecer a importância do SIAFI como instrumento de apoio à gestão orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos entes públicos.
Para que serve o SIAFI?
O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) é um sistema informatizado, gerenciado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que processa e controla, por meio de terminais instalados em todo o território nacional, a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos da Administração Pública Federal, incluindo as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, que estiverem contemplados no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da Seguridade Social da União.
O SIAFI, concebido pela STN e desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), é um dos principais sistemas estruturadores do governo federal.
Segundo o Serpro, o SIAFI registra cerca de 28 milhões de documentos por exercício e tem aproximadamente 55 mil usuários ativos.
A STN avalia que, desde sua criação, o SIAFI tem alcançado satisfatoriamente seus principais objetivos. Veja quais são:
✔ Prover mecanismos adequados ao controle diário da execução orçamentária, financeira e patrimonial aos órgãos da Administração Pública;
✔ Fornecer meios para agilizar a programação financeira, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, através da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal;
✔ Permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os níveis da Administração Pública Federal;
✔ Padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do ordenador de despesa de cada unidade gestora;
✔ Permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e municípios e de suas supervisionadas;
✔ Permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das transferências negociadas;
✔ Integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo Federal;
✔ Permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos públicos;
✔ Proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal.
O SIAFI também pode ser utilizado por entidades privadas, mediante autorização da STN e celebração de convênio ou acordo.
Saiba mais
Os estados e municípios dispõem de um sistema semelhante ao SIAFI. Trata-se do Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (SIAFEM).
O SIAFEM tem como missão uniformizar, simplificar e organizar a execução orçamentária, financeira e contábil dos estados e municípios, de forma integrada.
Histórico do SIAFI
1986
Até esta data, o Governo Federal convivia com uma série de problemas que dificultavam a adequada gestão dos recursos públicos:
Emprego de métodos rudimentares e inadequadosde trabalho;
Falta de informações gerenciais em todos os níveis da administração pública;
Utilização da contabilidade como mero instrumento de registros formais;
Defasagem na escrituração contábil de, pelo menos, 45 dias entre o encerramento do mês e o levantamento das demonstrações;
Inconsistência dos dados utilizados em razão da diversidade de fontes de informações e das várias interpretações sobre cada conceito;
Despreparo técnico de parte do funcionalismo público;
Inexistência de mecanismos eficientes que pudessem evitar o desvio de recursos públicos e permitissem a atribuição de responsabilidades aos maus gestores;
Estoque ocioso de moeda dificultando a administração de caixa, decorrente da existência de inúmeras contas bancárias, no âmbito do governo federal.
A solução desses problemas representava um verdadeiro desafio, à época, para o Governo Federal, e o primeiro passo dado para solucioná-los foi a criação da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em 10 de março de 1986, com o objetivo de auxiliar o Ministério da Fazenda na gestão das finanças públicas.
A STN, assim, definiu e desenvolveu o SIAFI em conjunto com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
1987
O SIAFI foi implantado em janeiro de 1987, dotando o país de um poderoso instrumento para a adequada gestão dos recursos públicos.
Neste ano, outra importante inciativa adotada para superar os problemas de gestão dos recursos públicos foi a criação da Conta Única do Tesouro Nacional (Veio a unificar milhares de contas correntes bancárias então existentes no âmbito da Administração Pública Federal.).
Vantagens do SIAFI
O SIAFI representou um avanço tão expressivo para a contabilidade pública que atualmente é reconhecido no mundo inteiro e recomendado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como modelo.
A implantação do SIAFI trouxe para a Administração Pública Federal as seguintes melhorias:
Contabilidade
Rapidez, qualidade e precisão na informação.
Finanças
Agilização da programação financeira, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, por meio da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal na Conta Única no Banco Central.
Orçamento
A execução orçamentária passou a ser realizada dentro do prazo e com transparência, completamente integrada à execução patrimonial e financeira.
Visão clara de quantos e quais são os gestores que executam o orçamento
São mais de 4.000 gestores cadastrados, que executam seus gastos através do sistema de forma on-line.
Desconto na fonte de impostos
No momento do pagamento, já é recolhido o imposto devido.
Auditoria
Facilidade na apuração de irregularidades com o dinheiro público.
Transparência
Detalhamento total do emprego dos gastos públicos disponível em relatórios publicados no site.
Fim da multiplicidade de contas bancárias
Antes da implantação do SIAFI, o descontrole era tão grande que se estimava que existissem cerca de 3.700 contas bancárias. Com a organização necessária para a implantação do Sistema, constatou-se que existiam em torno de 12.000 contas bancárias. Atualmente quase 100% dos pagamentos são identificados de modo instantâneo na Conta Única.
Além de tudo isso, o SIAFI apresenta outras vantagens:
✔ Sistema disponível 100% do tempo e on-line;
✔ Sistema centralizado, o que permite a padronização de métodos e rotinas de trabalho;
✔ Interligação em todo o território nacional;
✔ Utilização por todos os órgãos da Administração Direta (poderes Executivo, Legislativo e Judiciário);
✔ Utilização por grande parte da Administração Indireta.
Características do SIAFI
O SIAFI é um sistema de informações centralizado em Brasília, que interliga os órgãos do Governo Federal, localizados no País e no exterior, através da rede de telecomunicações do Serpro e também pela conexão a outras inúmeras redes externas.
O SIAFI é estruturado por exercícios: cada ano equivale a um sistema diferente, ou seja, a regra de formação do nome do sistema é a sigla SIAFI acrescida de quatro dígitos referentes ao ano do sistema que se deseja acessar.
Exemplo
SIAFI2017;
SIAFI2018;
SIAFI2019 etc.
Os sistemas são organizados em subsistemas e estes por módulos. Dentro de cada módulo estão agregadas inúmeras transações, que guardam entre si características em comum.
Cada subsistema tem uma função própria e bem delimitada no SIAFI.
Podemos organizá-los informalmente em cinco grupos principais:
Controle de Haveres e Obrigações;
Administração do Sistema;
Execução Orçamentária e Financeira;
Organização de Tabelas;
Recursos Complementares com Aplicação Específica.
Acesso e conexão
Existem três ambientes disponíveis no SIAFI:
Ambiente de treinamento
O acesso ao ambiente de treinamento é liberado a todos os usuários habilitados e está disponível no seguinte endereço: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/centro-de-treinamento-virtual.
Ambiente de homologação
O acesso ao ambiente de homologação é de uso restrito, sendo permitido apenas a órgãos que estão fazendo integração, sob condições especiais, e a servidores da Secretaria do Tesouro Nacional.
Ambiente de produção
O acesso ao SIAFI, em seu ambiente de produção, é feito por meio da Internet, usando os navegadores padrões, no endereço: https://siafi.tesouro.gov.br/ 
Existem duas formas de acesso ao SIAFI:
On-line - Permite o acesso direto ao sistema, de aproximadamente 5.000 Unidades Gestoras (UG), via teleprocessamento, para execução das operações diárias, tanto de entrada quanto de consulta de dados.
Off-line - É o acesso indireto ao sistema, por Unidades Gestoras que não possuem ligação com o SIAFI, e que têm seus registros efetuados por outras UG on-line às quais são subordinadas, chamadas UG Polo de Digitação.
Modalidades de uso
São duas as modalidades de uso do SIAFI:
Total
Todos os Órgãos da Administração Direta e grande parte dos Órgãos da Administração Indireta utilizam o SIAFI nessa modalidade, que compreende:
O processamento de todos os atos e fatos de determinada Unidade pelo SIAFI, incluindo-se eventos de receitas próprias;
A inclusão de todas as disponibilidades financeiras da Unidade no conceito de Conta Única;
O processamento da contabilidade da Unidade pelo SIAFI;
A utilização plena dos procedimentos orçamentários e financeiros da Unidade no tratamento-padrão do SIAFI, incluindo o uso do Plano de Contas da Administração Federal.
Parcial
Parte dos órgãos da Administração Indireta utiliza o SIAFI apenas para controle financeiro dos recursos destinados às Unidades pelo Orçamento Geral da União (OGU). As características são:
É limitada aos recursos previstos no OGU;
Não permite tratar recursos próprios da entidade;
As informações sobre os eventos realizados são tratadas em arquivos orçamentários e contábeis destinados exclusivamente ao registro desses eventos;
Não substitui a contabilidade da Unidade, sendo necessário, portanto, o envio de balancetes e balanços para integração pelas Unidades Setoriais do Sistema;
Permite optar, a critério do Ministério ou órgão respectivo, se suas Unidades devem ou não ficar sujeitas aos limites específicos do OGU na realização de suas despesas.
Aspectos de Segurança
Visando a atender aos critérios de confidencialidade, integridade e disponibilidade da informação, aspectos de segurança foram incorporados ao sistema.
Dentre eles, podemos destacar:
O uso do captcha, que tem a função de inibir robôs maliciosos;
O protocolo HTTPS, que permite a autenticação do serviço ao usuário e uma conexão segura com confidencialidade.
 Tela de acesso ao SIAFI.
Eventos do SIAFI
Eventos são instrumentos utilizados pelas unidades gestoras no preenchimento das telas e/ou documentos de entrada no SIAFI para transformar os atos e fatos administrativos rotineiros em registros contábeis automáticos.
Os eventos são catalogados na Tabela de Eventos do SIAFI, que é parte integrante do Plano de Contas da Administração Pública Federal (PCASP).
A Coordenação-Geral de Contabilidade da STN é o órgão responsável pela administração da Tabela de Eventos.

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