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Disciplina: Contabilidade Pública - Aula 1: O ambiente da Contabilidade Pública Apresentação - Nesta aula, o ambiente da Contabilidade Pública é revelado. Sob a perspectiva de convergência internacional, a estrutura conceitual desta ramificação das Ciências Contábeis é abordada de forma que possamos compreender as suas especificidades. Inicialmente, analisaremos as entidades públicas obrigadas a registrar seus eventos pela Contabilidade Pública, já que o objetivo principal delas, quanto à atividade econômica, é atender às demandas da sociedade, diferentemente das entidades do setor privado que visam objetivamente o lucro e possuem caráter econômico. O estudo do ambiente da Contabilidade Pública nos proporcionará a familiarização inicial neste contexto, por meio do qual teremos a oportunidade de ter conhecimentos contábeis da área e também condições de exercitar de forma mais técnica e consciente o papel de cidadão em cumprimento à fiscalização das contas públicas. Objetivos Descrever o cenário em que se encontra alocada a Contabilidade Pública na esfera nacional e internacional; Reconhecer as especificidades da Contabilidade Pública e apresentar o manual e os organismos atuais que a regularizam; Analisar os conceitos de Administração Direta e Administração Indireta. Conceitos Para o bom entendimento conceitual, deve-se a priori conhecer, em especial, regras e princípios da Lei nº4.320/64, no seu artigo 85, que define que os serviços de Contabilidade serão organizados de forma a permitir: O acompanhamento da execução orçamentária; O conhecimento da composição patrimonial; A determinação dos custos industriais; O levantamento dos balanços gerais; A análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros. A Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contábil que aplica na administração pública as técnicas de registro dos atos e fatos administrativos, apurando resultados e elaborando relatórios periódicos, levando em conta as normas de Direito Financeiro, os princípios gerais de finanças públicas e os princípios de contabilidade. (MOTA, 2009, p.222) Ainda, deve ser citada a definição de Lima e Castro (2003, p. 13), que a define como: (...) o ramo da Contabilidade que tem por objetivo aplicar os conceitos, Princípios e Normas Contábeis na gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos Órgãos e Entidades da Administração Pública, e como ramo da Contabilidade, oferecer à sociedade, de maneira transparente e acessível, o conhecimento amplo sobre a gestão da coisa pública. (LIMA e CASTRO, 2003, p.13) Castro (2008, p. 3) explica muito bem em sua obra que a riqueza individual traz consigo uma novidade histórica: a herança. Ao morrer, o legado econômico deixado pela pessoa não era dissolvido, mas passado aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris) deu origem ao termo “patrimônio”. Com o passar dos anos, o termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados. A história da Contabilidade aplicada ao setor público, pode ser resumidamente marcada pela edição da Lei nº4.320 de 17 de março de 1964, sendo publicada justamente em plena época da ditadura militar. Essa Lei traz em seu preâmbulo: Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (BRASIL, 1964) - Lei nº 4.320 O processo de internacionalização e a estrutura conceitual Os efeitos da globalização econômica provocaram alterações nos procedimentos da contabilidade do setor privado com o advento da Lei n°11.638/07. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm) Já no setor público, a Portaria nº184, de 25 de agosto de 2008 (http://www.fazenda.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/portarias-ministeriais/2008/portaria184), da Secretaria do Tesouro Nacional, iniciou também a disposição sobre novas diretrizes a serem observadas pelos entes públicos quanto às práticas contábeis, de forma a torná-las convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. Contabilidade Pública: linguagem universal Como partes deste processo evolutivo, foram publicadas pelo Conselho Federal de Contabilidade algumas Resoluções que passaram a esclarecer sobre o conteúdo e abrangência da Contabilidade aplicada ao setor público e editaram onze Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASPs), também identificadas como NBCT 16. Atenção Importante verificar que as NBCASP foram analisadas por meio de um processo democrático reunindo vários órgãos: Conselho Federal de Contabilidade (CFC); Secretaria do Tesouro Nacional (STN); Tribunais de Contas; Instituições de Ensino Superior; Representantes dos governos (federais, estaduais e municipais); Partes interessadas. Após análises, foram submetidas e aprovadas pela Câmara Técnica e Plenário do CFC. https://cfc.org.br/wp-content/uploads/2016/02/NBC_TSP_061216.pdf Veja no documento do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) a situação das NBCTs. NBCTs revogadas em 2017 Após análise do documento, você deve ter notado que da 16.1 a 16.5 já foram revogas em 2017 e passaram a ser consideradas como Estruturas Conceituais. Veja: Tabela NBCTs Revogadas (NBCT 16.1 a NBCT 16.5) Resolução O que aprova? Data de revogação Resolução CFC nº 1.128/08 Aprova a NBC T 16.1 – Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação A partir de 01/11/2017 CFC nº 1.129/08 Aprova a NBC T 16.2 – Patrimônio e Sistemas Contábeis A partir de 01/11/2017 CFC nº 1.130/08 Aprova a NBC T 16.3 – Planejamento e seus Instrumentos sob o Enfoque Contábil A partir de 01/11/2017 CFC nº 1.131/08 Aprova a NBC T 16.4 – Transações no Setor Público A partir de 01/11/2017 Resolução 1.132/08 Aprova a NBC T 16.5 – Registro Contábil A partir de 01/11/2017 Fonte: Conselho Federal de contabilidade (CFC) – Adaptada pelo autor Assim, o Conselho Federal de Contabilidade (https://cfc.org.br/), por meio da revogação destas NBCTs elencadas (NBCT 16.1 a 16.5), deu início à tradução e convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais, mediante acordo firmado com a IFAC (Federação Internacional de Contadores) autorizando, no Brasil, o CFC como um dos tradutores de suas normas e publicações. Setor Público versus Setor Privado Para compreender melhor o processo de convergência, observe a seguir a diferença de tratamento entre o Setor Público e o Setor Privado. Atualmente, como vimos, acontece o movimento de convergência das normas brasileiras aos padrões internacionais, denominadas Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (IPSAS), elaboradas pela International Federation of Accountants (IFAC), que tomam como referência os padrões aplicados ao setor empresarial. Setor Público International Public Sector Accounting Standards (IPSAS) - Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público - Emitidas pela Federação Internacional de Contadores (IFAC). Setor Privado International Financial Reporting Standards (IFRS) - Normas Internacionais de Informação Financeira - Emitidas pelo Comitê Internacional de Normas Contábeis (IASB) Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público (NBC TSP) A Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público (NBC TSP) passa a ser a primeira da área pública a ser convergida internacionalmente, tendo como um dos principais pontos a definição da sociedade como usuária principal da informação contábil. Submetem-se às Normas: ✔ Os governos nacionais, estaduais, distritais e municipais e seus respectivos poderes, incluindo os Tribunais de Contas, Defensorias e Ministério Público; ✔ Órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações instituídas e mantidas pelo poder público; ✔ Fundos, consórcios públicose outras repartições públicas congêneres da administração direta e indireta, abrangendo aí as empresas estatais dependentes, como, por exemplo, a Embrapa; ✔ Empresa Estatal dependente é a empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para o pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Leitura Faça a leitura na íntegra da Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público (NBC TSP), disponível no site do Conselho Federal de Contabilidade. NBCTs revogadas em 2019 Recentemente, houve a revogação das seguintes Normas: Tabela NBCTs Revogadas (NBCT 16.9 e NBCT 16.10) Resolução Destaques Data de revogação NBC T 16.9 – Depreciação, Amortização e Exaustão Desmistifica e obriga a utilização dos métodos de depreciação, amortização e exaustão. A partir de 01/01/2019 NBC T 16.10 – Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público Os Ativos e Passivos devem ser devidamente mensurados e avaliados, inclusive os bens de uso comum do Ativo Imobilizado. A partir de 01/01/2019 Fonte: Elaborado pelo autor. NBCTs NÃO revogadas As NBCTs que não foram ainda revogadas destacam-se em resgatar também alguns itens importantes na Contabilidade Pública, sendo: Tabela NBCTs 16.6 a 16.11 Resolução Destaque NBC T 16.7 – Consolidação das Demonstrações Contábeis Padroniza os Demonstrativos Contábeis, tornando mais fidedignas as informações consolidadas. NBC T 16.11 – Sistemas de Informação de Custos do Setor Público Insere um processo de apuração e informação de custos. Fonte: Elaborado pelo autor. O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, a implantação de um “Novo Modelo de Contabilidade Aplicada ao Setor Público” tem como objetivo convergir às práticas de contabilidade vigentes aos padrões estabelecidos nas Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. Esse novo modelo visa resgatar a Contabilidade como Ciência, e tem como objeto de estudo o patrimônio da entidade pública. Nesse sentido, o Decreto nº 6.976, de 7 de outubro de 2009, visa também: ✔ Aprovar e publicar o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP); ✔ Manter e aprimorar o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público; ✔ Padronizar as prestações de contas e os relatórios e demonstrativos de gestão fiscal, por meio da elaboração, discussão; ✔ Aprovar e publicar o Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF); ✔ Disseminar, por meio de planos de treinamento e apoio técnico, os padrões estabelecidos no MCASP e no MDF para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; ✔ Elaborar as demonstrações contábeis consolidadas da União e demais relatórios destinados a compor a prestação de contas anual do Presidente da República. Saiba mais Atualmente, o MCASP já está disponível em sua 8ª edição (a primeira foi editada em 2009). A STN disponibiliza todas as versões em pdf, tornando-se um instrumento valioso de consulta para todos os órgãos alcançados pela Contabilidade Pública. Baixe a última edição do MCASP. É gratuito. (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/mcasp) Vista panorâmica da Praça dos Três Poderes - Brasília, Distrito Federal, Brasil. (Fonte: Diego Grandi / Shutterstock). Estrutura Administrativa do Estado Este é um assunto tratado especificamente em Direito Público e Administrativo. Portanto, para compreender melhor o campo de atuação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, alguns conceitos tornam-se importantes. Vamos analisá-los a partir de agora. Administração Direta Consiste no seguimento das atividades e funções do Estado diretamente por órgãos do próprio Estado. Os três poderes Vale lembrar ainda que no Brasil o governo é compartimentado em três poderes: PODER LEGISLATIVO PODER JUDICIÁRIO PODER EXECUTIVO FEDERAL Exercido pelo Congresso Nacional (constituído pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal) dentro de um modelo bicameral. Exercido pelos seguintes órgãos: • Supremo Tribunal Federal; • Superior Tribunal de Justiça; • Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; • Tribunais e Juízes do Trabalho, Eleitorais e Militares; • Tribunal e Juízes do DF e Territórios. Exercido pelo Presidente da República, com auxílio dos Ministros de Estado. ESTADUAL Unicameral, exercido pelas Assembleias Legislativas. Existem os Tribunais de Justiça e os juízes estaduais. Nos estados e no Distrito Federal, o chefe do Poder Executivo é o Governador, auxiliado por Secretários Estaduais. MUNICIPAL Constituído pelas Câmaras de Vereadores. Não existe judiciário municipal. Exercido pelo Prefeito Municipal, auxiliado por Secretários Municipais. A divisão dos Três Poderes em cada esfera: Fonte: Elaborado pelo autor. Administração Indireta Administração Indireta, segundo Carvalho Filho (2016), é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. Seu objetivo é a execução de algumas tarefas de interesse do Estado por outras pessoas jurídicas. Quando não pretende executar certa atividade por meio de seus próprios órgãos, o Poder Público transfere a sua titularidade ou execução a outras entidades e surge a Administração Indireta. No Brasil, a Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: Autarquias Na administração pública brasileira, uma Autarquia é uma entidade auxiliar da administração pública estatal autônoma e descentralizada. Seu patrimônio e receita são próprios, porém tutelados pelo Estado. O Decreto-Lei nº 200 de 1967, no seu artigo 5º, inciso I, define autarquia como: Serviço autônomo criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram para seu melhor funcionamento gestão administrativa e financeira descentralizada. As autarquias, portanto, são criadas por lei para executar, de forma descentralizada, atividades típicas da administração pública. Sua organização interna pode vir por meio de: Decretos (emanam do poder executivo); Portarias (ministérios, secretarias); Regimentos ou regulamentos internos. São autarquias, por exemplo, as universidades federais. Empresas Públicas Empresa pública é a pessoa jurídica de capital público, instituído por um ente estatal, com a finalidade prevista em Lei, sempre de natureza econômica. Tratando-se de “empresa”, ela deve visar ao lucro, ainda que este seja utilizado em prol da comunidade. No Brasil, as empresas públicas, se subdividem em duas categorias: Empresa pública unipessoal - com patrimônio próprio e capital exclusivo da União; Empresa pública de vários sócios governamentais minoritários - que unem seus capitais à União, tendo, esta, a maioria do capital votante. A empresa pública tanto pode ser criada, originariamente, pelo Estado, como ser objeto de transformação de autarquia ou de empresa privada. Quanto ao capital, difere-se das sociedades de economia mista. Nestas, ainda que a titularidade também seja do Poder Público, o capital social é dividido também entre particulares, que adquire suas quotas por meios da compra de ações. A administração das empresas públicas no Brasil é feita por dirigentes nomeados pelo Presidente da República, sendo, via de regra, pessoas do próprio quadro funcional. São exemplos de empresas públicas no Brasil: a Caixa Econômica Federal e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Sociedades de Economia Mista Sociedade de Economia Mista é a pessoa jurídica, constituída por algum ente estatal (União, estados ou municípios), sob o regime de Sociedade Anônima, no qual o governo é o principal acionista, e os particulares são sempre minoritários.Difere-se das Empresas Públicas em que o capital é 100% público. Difere-se também das Sociedades Anônimas em que o governo tem posição acionária minoritária, pois nestas o controle da atividade é privado. Exemplos de sociedades de economia mista no Brasil são a Petrobras e o Banco do Brasil. Fundações Públicas As fundações públicas são organizações dotadas de personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, criadas para um fim específico de interesse público — como educação, cultura e pesquisa — sempre merecedoras de um amparo legal. As fundações públicas possuem uma autonomia administrativa, patrimônio próprio, e funcionamento custeado, principalmente, por recursos do poder público, ainda que sob a forma de prestação de serviços. Elas são criadas por lei específica e regulamentadas por decreto, independentemente de qualquer registro. Antes do Código Civil de 2002, as fundações públicas eram criadas por Lei e suas competências definidas por Lei Complementar. Após as alterações do Código Civil, as fundações passaram a ser criadas por Decreto do Executivo, após passarem pelo crivo do Legislativo. Atividade 1. Quanto à convergência das normas brasileiras de contabilidade aplicadas no setor público aos padrões internacionais, informe como é denominada a sigla das mesmas e identifique o organismo internacional responsável pela emissão. Gabarito comentado As Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público têm a sigla “IPSAS” e são emitidas pelo organismo internacional denominado de Federação Internacional de Contadores, o IFAC. 2. No Brasil, a Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações Públicas. Neste aspecto, assinale a alternativa correta que correlaciona a sua obrigação em adotar as normas de contabilidade aplicadas ao setor público: a) Autarquias e Fundações de direito público. (Resposta correta) b) Empresas Públicas e Sociedades de Economia mista. c) Somente as Autarquias. d) Somente as Fundações. e) Fundações e Sociedades de Economia Mista. Disciplina: Contabilidade Pública - Aula 2: As receitas públicas Apresentação - A receita pública é a principal fonte de recursos para atendimento das demandas sociais. Nesta aula, analisaremos esta temática sob o enfoque orçamentário das receitas, destacando o planejamento e a execução. Vamos refletir sobre como são classificados e organizados os tributos recolhidos, por exemplo, junto aos respectivos Tesouros: federal, estaduais e municipais. Veremos também a distribuição das receitas entre os entes federativos, as cotas de participação e a competência de arrecadação estabelecida na Constituição Federal. Objetivos Identificar o enfoque orçamentário e o patrimonial das receitas públicas; Identificar os estágios obrigatórios da receita orçamentária; Classificar as receitas de acordo com a categoria econômica e suas especificidades na Administração Pública. O conceito A receita assume, na Administração Pública, um papel de fundamental importância por estar envolvida em diversas situações, como a sua distribuição e a destinação entre as esferas governamentais e o seu relacionamento com os limites legais impostos pela legislação. De acordo com Lima e Castro (2003, p.54): “A receita pública seria, pois, o recebimento efetuado pela instituição pertencente ao Estado, com a finalidade de ser aplicado em gastos operativos e de administração.” (LIMA e CASTRO, 2003, p.54) Já para Andrade (2008, p.51): “Define-se como todo e qualquer recolhimento aos cofres públicos em dinheiro ou outro bem representativo de valor que o governo tem direito de arrecadar em virtude de leis, contratos, convênio e quaisquer outros títulos, de que seja oriundo de alguma finalidade específica, cuja arrecadação lhe pertença ou caso figure como depositário dos valores que não lhe pertençam. É, pois, o conjunto de ingressos financeiros, provenientes de receitas orçamentárias ou próprias e receitas extraorçamentárias ou de terceiros, que produzirão acréscimos ao patrimônio da instituição, seja União, estados, municípios ou Distrito Federal, suas autarquias e fundações.” (ANDRADE, 2008, p.51) Silva (2009, p.222) esclarece e complementa o conceito da receita pública e seu relacionamento direto com as despesas: “Para fazer face a suas necessidades, o Estado dispõe de recursos ou rendas que lhe são entregues através da contribuição da coletividade. O conjunto desses recursos constitui a denominada receita pública e com ela o Estado vai enfrentar todos os encargos com a manutenção de sua organização, com o custeio de seus serviços, com a segurança de sua soberania, com as iniciativas de fomento e desenvolvimento econômico e social e com seu próprio patrimônio.” (SILVA, 2009, p.222) Constata-se em todas as definições dos autores citados, que a receita pública é representada pelos ingressos de recursos financeiros que serão aplicados na aquisição de bens e serviços, visando à prestação de serviços públicos à comunidade. Tipos de receitas públicas Primeiramente, em um sentido amplo, os ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado são chamados de receitas públicas. Porém, estas são as receitas orçamentárias, pois representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário. Sendo assim, podemos dividir os ingressos financeiros em: Ingressos extraorçamentários Valores não previstos no orçamento. Correspondem a fatos de natureza financeira decorrentes da própria gestão das entidades. O Estado, neste caso, é simples depositário de valores que serão restituídos na época oportuna aos interessados por decisão administrativa ou sentença judicial. O governo poder beneficiar-se com as prescrições, medidas administrativas e sentenças favoráveis. Constituem estes tipos de rendas, por exemplo: Caução; Descontos consignados em folha de pagamento dos servidores. É muito comum nas contratações de serviços pela Administração Pública a exigência, junto à empresa contratada, de caucionar um determinado percentual sobre o valor global do contrato, e que, ao final da vigência, deverá ser devidamente devolvido à empresa. Esse valor é um típico exemplo de classificação de uma receita extraorçamentária, no momento de seu depósito. Veja o exemplo de uma cláusula de uma minuta contratual onde é exigido o depósito de caução. Exemplo de minuta contratual Veja o exemplo de uma cláusula de uma minuta contratual onde é exigido o depósito de caução: 5.3 GARANTIAS CONTRATUAIS 5.3.1. Para o fiel cumprimento das obrigações ora assumidas, a CONTRATADA prestará garantia de 5% (cinco por cento) do valor total do Contrato, no ato da assinatura do mesmo. 5.3.2. A garantia estipulada neste item será prestada mediante caução em dinheiro, títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária, cabendo à CONTRATADA optar por uma dessas modalidades, subordinando-se, porém, à prévia aprovação pelo Órgão. 5.3.3. A garantia, se prestada por fiança bancária, deverá ter seu valor expresso em REAIS (R$). 5.3.4. Poderá haver substituição entre modalidades de garantia, durante a vigência do Contrato, desde que previamente aprovada pelo Órgão Contratante. 5.3.5. A garantia feita por meio de Títulos da Dívida Pública ou por Seguro-Garantia, deverá ter prazo de validade compatível com o prazo para a sua devolução, mencionado nesta cláusula. Receitas orçamentárias É a mais importante, destacando-se, neste contexto, a receita tributária, que se constitui de impostos, taxas e contribuições de melhoria. São as que foram previstas no orçamento e que efetivamente financiarão os gastos públicos. Elas serão o destaque desta aula. Estágios obrigatórios da receita orçamentária Na Administração Pública, a receita orçamentária obrigatoriamente passa por três etapas, que estudaremos a seguir: 1ª Etapa | Previsão A previsão começa a partir das definições das estimativas de receitas quando da elaboração do orçamento.É a estimativa de quanto se espera arrecadar durante o exercício. 2ª Etapa | Lançamento O lançamento é a identificação do devedor ou da pessoa do contribuinte. A Lei n°4.320/64 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm) define o lançamento da receita como o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa devedora e inscreve a débito dela. O Código Tributário Nacional define esta medida como procedimento administrativo que verifica: A ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente; A matéria tributável; O cálculo do montante do tributo devido; A identificação do respectivo sujeito passivo. 3ª Etapa | Arrecadação e Recolhimento A arrecadação da receita está ligada aos pagamentos realizados diretamente pelos contribuintes às repartições fiscais e rede bancária autorizada. Já o recolhimento compreende a entrega do produto da arrecadação pelas referidas repartições e estabelecimentos bancários para crédito da conta do Tesouro. O Art.56 da Lei 4.320/64 cita: “O recolhimento da receita far-se-á em estrita observância ao princípio da unidade de caixa, sendo proibida a criação de caixas especiais.” Lei 4.320/64 Abaixo, veja o fluxo dos estágios da receita orçamentaria: Fluxograma dos Estágios obrigatórios da receita orçamentária. (Fonte: Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Volume I –página 35 – 2ª edição.) Periodicamente, podem ser emitidos os “Balancetes da Receita”, onde o contador acompanha a sua execução, verificando, entre outros pontos: • Se determinada receita prevista está se realizando conforme a previsão inicial; • Se determinado tributo está arrecadando acima do valor estimado. Classificações da receita orçamentária O Art. 11 da Lei n°4.320/64 classificou a receita orçamentária em duas categorias econômicas: 1. Receitas correntes; 2. Receitas de capital. Na tabela a seguir podemos visualizar a disposição de todas as receitas orçamentárias, classificadas de acordo com a categoria econômica. Receitas correntes Receitas de capital Receita tributária Operações de crédito Receita de contribuição Alienação de bens Receita patrimonial Amortização de empréstimos Receita agropecuária Transferências de capital Receita industrial Outras receitas de capital Receitas de serviços Transferências correntes Outras receitas correntes A seguir, veremos as características de cada uma, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Receitas correntes – tributárias Tributo é uma das origens da receita corrente na classificação orçamentária por categoria econômica. Já a procedência trata da receita derivada, cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas. Sujeitam-se aos princípios da reserva legal e da anterioridade da Lei, salvo exceções. O art. 3º do Código Tributário Nacional (CTN) define tributo da seguinte forma: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” Art. 3º do CTN a) Impostos Os impostos, segundo o art. 16 do CTN, são espécies tributárias cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, o qual não recebe contraprestação direta ou imediata pelo pagamento. Exemplo São exemplos de impostos de competência: da União: IR - imposto sobre a renda; IPI - imposto sobre o produto industrializado. dos Estados: IPVA - imposto sobre a propriedade de veículos automotores; ICMS - imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços. dos Municípios: IPTU - imposto sobre a propriedade territorial e urbana; ISSQN - imposto sobre serviço de qualquer natureza. OBS: IRRF - imposto de renda retido na fonte - Pertence 100% ao ente político que fez a retenção na fonte. O art. 5º do CTN e os incisos I, II e III do art. 145 da CF/88 tratam das seguintes espécies tributárias: impostos, taxas e contribuições de melhoria. b) Taxas As taxas cobradas pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, no âmbito das respectivas atribuições, são, também, espécie de tributo na classificação orçamentária da receita, tendo, como fato gerador, o exercício regular do poder de polícia administrativa, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição. Veja o art. 77 do CTN: “As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.” Art. 77 do CTN Taxas são tributos vinculados porque o aspecto material do fato gerador é prestação estatal específica diretamente referida ao contribuinte, em forma de contraprestação de serviços. Porém, podem ser tributos de arrecadação não vinculada, pois as receitas auferidas por meio das taxas não se encontram afetas à determinada despesa, salvo se a lei que instituiu o referido tributo assim determinou. As taxas estão sujeitas ao princípio constitucional da reserva legal e, sob a ótica orçamentária, classificam-se em: Taxas de fiscalização ou de poder de polícia São definidas em lei e têm como fato gerador o exercício do poder de polícia, poder disciplinador, por meio do qual o Estado intervém em determinadas atividades, com a finalidade de garantir a ordem e a segurança. A definição de poder de polícia está disciplinada pelo art. 78 do CTN: Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos. Taxas de serviço público São as que têm como fato gerador a utilização de determinados serviços públicos, sob ponto de vista material e formal. Nesse contexto, o serviço é público quando estabelecido em lei e prestado pela Administração Pública, sob regime de direito público, de forma direta ou indireta. A relação jurídica, nesse tipo de serviço, é de verticalidade, ou seja, o Estado atua com supremacia sobre o particular. É receita derivada e os serviços têm que ser específicos e divisíveis. Conforme o art. 77 do CTN: (...) os serviços públicos têm que ser específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte, ou colocados à sua disposição. Para que a taxa seja cobrada, não há necessidade de o particular fazer uso do serviço, basta que o Poder Público coloque tal serviço à disposição do contribuinte. c) Contribuição de melhoria É espécie de tributo na classificação da receita orçamentária e tem como fato gerador valorização imobiliária que decorra de obras públicas, contanto que haja nexo causal entre a melhoria havida e a realização da obra pública. De acordo com o art. 81 do CTN: “A contribuição de melhoria cobrada pela União, Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.” Art. 81 do CTN Receitas correntes - contribuições Segundo a classificação orçamentária, contribuições são a origem da categoria econômica das receitas correntes. O artigo 149 da Magna Carta estabelece competir exclusivamente à União instituir contribuições sociais,de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de atuação nas respectivas áreas. O §1º do artigo estabelece que estados, Distrito Federal e municípios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regimes de previdência de caráter contributivo e solidário. As contribuições classificam-se nas seguintes espécies: Contribuições sociais Classificada como espécie de contribuição, por força da Lei nº4.320/64, a contribuição social é tributo vinculado a uma atividade Estatal que visa atender aos direitos sociais previstos na Constituição Federal. Pode-se afirmar que as contribuições sociais atendem a duas finalidades básicas: Seguridade social (saúde, previdência e assistência social); Outros direitos sociais, como, por exemplo, o salário educação. Contribuições de intervenção no domínio econômico A contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) é um tributo classificado no orçamento público como espécie de contribuição que atinge um determinado setor da economia, com finalidade qualificada em sede constitucional — intervenção no domínio econômico — instituída mediante um motivo específico. Essa intervenção se dá pela fiscalização e atividades de fomento, como: Desenvolvimento de pesquisas para crescimento do setor; Oferecimento de linhas de crédito para expansão da produção. Um bom exemplo de contribuição de intervenção no domínio econômico é o Adicional sobre Tarifas de Passagens Aéreas Domésticas, que são voltadas à suplementação tarifária de linhas aéreas regionais de passageiros, de baixo e médio potencial de tráfego. Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas Espécie de contribuição que se caracteriza por atender a determinadas categorias profissionais ou econômicas, vinculando sua arrecadação às entidades que as instituíram. Não transitam pelo orçamento da União. Estas contribuições são destinadas ao custeio das organizações de interesse de grupos profissionais, como OAB, CREA, CRM etc. Visam também ao custeio dos serviços sociais autônomos prestados no interesse das categorias, como SESI, SESC e SENAI. Contribuição de iluminação pública Instituída pela Emenda Constitucional nº39, de 19 de dezembro de 2002, que acrescentou o art. 149-A à Constituição Federal com a finalidade de custear o serviço de iluminação pública. A competência para instituição é dos municípios e do Distrito Federal. Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. Receitas correntes – patrimoniais Receitas provenientes da fruição dos bens patrimoniais do ente público (bens mobiliários ou imobiliários), ou, ainda, de participações societárias. São classificadas no orçamento como receita corrente e de natureza específica de origem como receita patrimonial. Receitas correntes – agropecuárias As receitas agropecuárias estão contempladas no grupo das receitas correntes e são originadas pela entrada de recursos da exploração pelas entidades públicas de atividades desta natureza. Este tipo de receita é um tanto atípico de exemplificação, mas o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP, 6ª edição) esclarece que decorrem da exploração econômica, por parte do ente público, de venda de produtos, entre produtos: Agrícolas (grãos, tecnologias, insumos etc.); Pecuários (sêmens, técnicas em inseminação; matrizes etc.); Para reflorestamentos. Receitas correntes – industriais Receitas originárias das atividades industriais exercidas pelo ente público e que também possuem atipicidade de exemplificação. Portanto, assim como as receitas agropecuárias abordadas no subitem anterior, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP, 6ª edição) exemplifica, nesta categoria, todas as receitas provenientes de: Extração mineral; Indústria de transformação; Indústria de construção; Outras receitas industriais consideradas de utilidade pública e arrecadas pela Administração Pública. Receitas correntes – serviços As receitas de serviços estão elencadas no rol das receitas correntes. Desta forma, pode-se afirmar que são originárias de entradas de valores decorrentes de atividades da prestação de serviços pela Administração Pública. São exemplos destas receitas: Serviços hospitalares; Serviços de processamento de dados; Serviços de saneamento básico. Receitas correntes – transferências correntes Bastante comum nos estados e municípios, as receitas de Transferências Correntes referem-se aos valores financeiros esperados (previstos) e arrecadados entre os próprios entes públicos, ou também, de forma menos comum, dos entes do setor privado. Essas transferências podem ocorrer entre os entes de uma mesma esfera de governo, denominada de transferências intragovernamentais. Já as transferências ocorridas entre diferentes esferas de governo são denominadas de transferências intergovernamentais. Exemplo Para melhor exemplificar, saiba que a competência de arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) é do estado. Assim, para o estado, a receita será classificada como uma receita tributária. Portanto, a Constituição Federal determina que os estados devem transferir 50% do valor arrecadado do IPVA para seus respectivos municípios. Então, a receita orçamentária no município será classificada como uma Transferência Corrente Intergovernamental. As transferências correntes ainda são divididas em: Transferências voluntárias Como a própria nomenclatura já revela, não são obrigatórias, assim o gestor público deverá recorrer para a captação destes recursos junto a outros entes públicos. Exemplos: Receitas de convênios para alguma área específica (convênio de auxílio ao idoso, convênio de auxílio de deficientes físicos, entre outros). Exemplo - Receitas de convênios para alguma área específica (convênio de auxílio ao idoso, convênio de auxílio de deficientes físicos, entre outros). Saiba mais - Para auxiliar e melhor explorar as Transferências de Convênios (Transferências Correntes Voluntárias), acesse o Portal de Convênios do Ministério de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, denominado: SICONV. (http://plataformamaisbrasil.gov.br/) Transferências constitucionais São aquelas arrecadadas por um ente, mas que devem ser transferidas a outros entes por disposição constitucional ou legal. Exemplos de transferências constitucionais: Fundo de Participação dos Municípios (FPM); Fundo de Participação dos Estados (FPE); IPVA; ICMS. Distribuição aos Municípios Distribuição aos Estados e Municípios Receitas correntes – outras receitas correntes Neste grupo de receitas correntes, intitulado de outras receitas correntes, são registradas todas as receitas orçamentárias que não se classificam nas receitas correntes citadas nos itens anteriores. Portanto, é neste grupo que se registram: Multas e juros tributários ou não; Indenizações e restituições recebidas; Todas as receitas de dívida ativa tributária ou não. Atenção Muitos leigos na Administração Pública confundem a classificação de juros e multas sobre um determinado tributo como uma receita tributária. Porém, nesta análise, deve ser compreendido que apenas o valor principal do tributo é classificado como uma receita tributária. O valor acessório (multas e juros) é classificado no grupo outras receitas correntes. Agora, veremos as classificações das receitas de capital, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Receitas de capital – operações de crédito As operações de crédito são muito comuns na Administração Pública, portanto neste grupo de receitas de capital são registrados os valores orçamentários que ingressam na forma de recursos de empréstimos obtidos, financiamentoscontratados e ainda o retorno sobre os títulos públicos colocados para negociação. Importante observar que as operações de crédito podem ainda ser de duas espécies: Internas – como receitas advindas de um financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES); Externas - como receitas advindas de um empréstimo junto ao Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Receitas de capital – alienação de bens A palavra alienação nesta classificação pode ser associada ao aspecto de “venda”. Desta maneira, as receitas de capital referente à alienação de bens no setor público são os ingressos financeiros desta operação, podendo ser de: Bens imóveis – como ingressos de venda de um terreno pertencente à prefeitura municipal; Bens móveis - como ingressos de venda de um veículo inservível (viatura de saúde/ambulância) pertencente ao um determinado estado. Receitas de capital – amortização de empréstimos Alguns órgãos da Administração Pública emprestam dinheiro para pessoas físicas ou pessoas jurídicas. Os valores financeiros referentes a isso são classificados no orçamento nesta rubrica das receitas de capital denominada especificamente de amortização de empréstimos. Exemplo - Preste bastante atenção neste exemplo para não confundir com as receitas de operações de crédito abordadas anteriormente: Um banco estadual “Banco do Povo” empresta dinheiro por meio de linha de microcréditos a cidadãos. Ao receber as parcelas, este valor é classificado como uma receita de capital (amortização de empréstimos), neste órgão público. Receitas de capital – transferências de capital As receitas orçamentárias denominadas transferências de capital assemelham-se muito com as receitas orçamentárias denominas transferências correntes. Portanto, o que as diferencia é o destino e também o vínculo em que estas receitas vão ser aplicadas. Neste aspecto, os ingressos recebidos podem ser de outras esferas de governo (intergovernamentais) e da mesma esfera de governo (intragovernamentais) e são destinados para atender despesas de capital, tal como investimento no setor público. Receitas de capital – outras receitas de capital As receitas orçamentárias de capital que não possuem características para serem classificadas como alienação, amortização de empréstimos ou transferências de capital serão registradas nesta rubrica orçamentária. ESTRUTURA DE CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DE RECEITA A classificação orçamentária por natureza de receita é estabelecida pelo § 4º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964. No âmbito da União, sua codificação é normatizada por meio de Portaria da SOF, órgão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. A normatização da codificação válida para Estados e Municípios é feita por meio de Portaria Interministerial (SOF e STN). DÍGITO 1º 2º 3º 4º a 7º 8º SIGNIFICADO Categoria Econômica Origem Espécie Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita Tipo Atenção Importante destacar que as receitas orçamentárias abordadas neste conteúdo não devem ser confundidas com a classificação e com o plano de contas contábeis. Elas recebem uma classificação e um plano de execução do orçamento público. Classificação quanto à origem ou à fonte de recurso As receitas orçamentárias também se classificam de acordo com a sua origem ou fonte de recurso, sendo: Recurso do Tesouro - é a principal fonte de recurso próprio do Tesouro nos níveis federal, estadual ou municipal; Recurso de outras fontes - envolve os vários tipos de receitas próprias das entidades de autonomia financeira: autarquias, fundações ou empresas públicas. Atividade 1. Quanto às receitas orçamentárias, assinale aquela que é classificada como uma receita corrente: a) Receitas de alienação de bens. b) Receitas de amortização de empréstimos. c) Receitas de operações de crédito. d) Receitas de transferências de capital. e) Receitas patrimoniais. (resposta correta) Infelizmente, você errou! 2. Na Administração Pública, a receita orçamentária obrigatoriamente passa por três estágios. Assinale a alternativa correta quanto àquele que “é a estimativa de arrecadação da receita constante na Lei do Orçamento Anual (LOA), resultante de metodologia de projeção de receitas orçamentárias: a) Pagamento b) Arrecadação/Recolhimento c) Previsão (resposta correta) d) Fixação e) Lançamento 3. Como é denominado o relatório que pode ser emitido periodicamente para o acompanhamento do desempenho da receita orçamentária? Gabarito sugerido O Balancete da Receita é o relatório em que o contador pode acompanhar a execução da receita orçamentária, obtendo informações para verificar: Se determinada receita prevista está se realizando conforme a previsão inicial; Se determinado tributo está arrecadando acima do valor estimado etc. Disciplina: Contabilidade Pública - Aula 3: Despesas Públicas Apresentação - Nesta aula, serão abordadas as despesas públicas sob o enfoque orçamentário, seus conceitos e as diversas classificações existentes no setor público. Veremos que o conhecimento sobre a aplicação e destino das receitas orçamentárias, adquirido no conteúdo anterior, completa-se com a abordagem sobre as despesas públicas e seus estágios obrigatórios, dando condições para entender o conceito de toda a execução orçamentária na administração pública, sendo esta uma especificidade da contabilidade governamental. Objetivos Reconhecer a importância dos estágios e classificações das despesas públicas para o funcionamento da máquina pública, por meio da distribuição de seus valores após sua arrecadação, que chamaremos de despesas públicas; Relacionar receita e despesa no processo orçamentário, visto que a previsão da receita dimensiona a capacidade governamental em fixar a despesa. O conceito Define-se como Despesa Pública o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços públicos. Neste sentido, a despesa é parte do orçamento, ou seja, aquela parte em que se encontram classificadas todas as autorizações para gastos com as várias atribuições e funções governamentais. A despesa pública forma o complexo da distribuição e emprego das receitas para custeio de diferentes setores da administração e consiste na aplicação de recursos financeiros de forma direta, na aquisição de meios que possibilitem a manutenção, o funcionamento e a expansão dos serviços públicos, ou de forma indireta, quando da realização de transferências a terceiros, implicando na assunção de compromissos. “Despesa constitui-se de toda saída de recursos ou de todo o pagamento efetuado, a qualquer título, pelos agentes pagadores para saldar gastos fixados na Lei do Orçamento ou em lei especial e destinados à execução dos serviços públicos, entre eles custeios e investimentos, além dos aumentos patrimoniais, pagamentos de dívidas, devolução de importâncias recebidas a títulos de caução, depósitos e consignações.” (ANDRADE, 2008, p.68) Divisão e classificações das despesas Podemos afirmar primeiramente que a despesa pública divide-se em: Extraorçamentária (dispêndios) Os dispêndios extraorçamentários não pertencem ao orçamento do órgão público analisado. Geralmente são as devoluções de dinheiro de terceiros que foram retidas em outra ocasião e classificadas nas suas entradas como um ingresso extraorçamentário. Orçamentária As despesas orçamentárias, foco desta aula, pertencem ao orçamento público, ou seja, foram fixadas na Lei do Orçamento Anual (LOA) para determinado órgão público e para ser executada em determinado exercício financeiro. Atenção - A evolução do orçamento clássico para o orçamento-programa foi acompanhada por um processo de aperfeiçoamento do sistema de classificação orçamentária. Pode-se afirmar, inclusive, que a primeira exigência para a implantação do orçamento-programa é a existência de um sistema de classificação orçamentária funcional. Nos próximos subtítulos estudaremos a classificação da despesa orçamentária utilizadano Brasil, tanto para a União quanto para os Estados, Distrito Federal e Municípios. Classificação institucional ou por órgãos O objetivo desta classificação é demonstrar quanto cada órgão ou unidade organizacional está autorizado a gastar em um determinado exercício. A classificação institucional ou organizacional apresenta a vantagem de permitir uma comparação imediata, em termos de dotações recebidas, entre os diversos órgãos. Entende-se por unidade orçamentária a repartição pública da Administração Direta ou Indireta a que o orçamento consigna, especificamente, dotações para execução de seus programas de trabalho e sobre os quais exerce o poder de disposição. Exemplo - Pode-se citar uma Prefeitura Municipal que, em seu orçamento, é identificada ainda com suas unidades administrativas, conforme a tabela a seguir: Códigos Tipo Nomenclatura 01.00.00 Órgão Câmara Municipal 01.01.00 Unidade Administrativa Gabinete da Câmara 02.00.00 Órgão Prefeitura Municipal 02.01.00 Unidade Administrativa Gabinete do Prefeito 02.02.00 Unidade Administrativa Secretaria de Administração 02.03.00 Unidade Administrativa Secretaria de Finanças 02.04.00 Unidade Administrativa Secretaria de Saúde 03.00.00 Órgão Autarquia Y 04.00.00 Órgão Fundação X Classificação funcional A própria nomenclatura deste tipo de classificação da despesa orçamentária já revela que aqui a despesa orçamentária é identificada de acordo com as suas funções que serão realizadas. Essa classificação funcional, composta por um rol de funções e subfunções prefixadas, servirá como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental, nas três esferas. Trata-se de uma classificação independente dos programas. Veja os conceitos: Função - Consiste no agrupamento das grandes ações do governo em funções, que representam o maior nível de agregação, por meio das quais procura-se alcançar os objetivos nacionais desdobrando-se em subfunções. Subfunção - Representa uma partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesas do setor público. Nesta classificação, a subfunção identifica a natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções. As classificações por funções e subfunções advêm da Portaria SOF nº 42, de 14 de abril de 1999, e seu Anexo é apresentado da seguinte maneira: Funções Subfunções 01 – Legislativa 031 - Ação Legislativa 032 - Controle Externo 02 – Judiciária 061 - Ação Judiciária 062 - Defesa do Interesse Público no Processo Judiciário 03 - Essencial à Justiça 091 - Defesa da Ordem Jurídica 092 – Representação Judicial e Extrajudicial 04 – Administração 121 – Planejamento e Orçamento 122 - Administração Geral 123 - Administração Financeira 124 - Controle Interno 125 - Normatização e Fiscalização 126 - Tecnologia da Informação 127 - Ordenamento Territorial 128 - Formação de Recursos Humanos 129 - Administração de Receitas 130 - Administração de Concessões 131 - Comunicação Social 05 - Defesa Nacional 151 - Defesa Área 152 - Defesa Naval 153 - Defesa Terrestre Funções Subfunções 06 - Segurança Pública 181 - Policiamento 182 - Defesa Civil 183 - Informação e Inteligência 07 - Relações Exteriores 211 - Relações Diplomáticas 212 - Cooperação Internacional 08 - Assistência Social 241 - Assistência ao Idoso 242 - Assistência ao Portador de Deficiência 243 - Assistência à Criança e ao Adolescente 244 - Assistência Comunitária 09 - Previdência Social 271 - Previdência Básica 272 - Previdência do Regime Estatutário 273 - Previdência Complementar 274 - Previdência Especial 10 – Saúde 301 - Atenção Básica 302 - Assistência Hospitalar e Ambulatorial 303 - Suporte Profilático e Terapêutico 304 - Vigilância Sanitária 305 - Vigilância Epidemiológica 306 - Alimentação e Nutrição 11 – Trabalho 331 - Proteção e Benefícios ao Trabalhador 332 - Relações de Trabalho 333 - Empregabilidade 334 - Fomento ao Trabalho 12 – Educação 361 - Ensino Fundamental 362 - Ensino Médio 363 - Ensino Profissional 364 - Ensino Superior 365 - Educação Infantil 366 - Educação de Jovens e Adultos 367 - Educação Especial 13 – Cultura 391 - Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico 392 - Difusão Cultural 14 - Direitos da Cidadania 421 - Custódia e Reintegração Social 422 - Direitos Individuais, Coletivos e Difusos 423 - Assistência aos Povos Indígenas 15 – Urbanismo 451 - Infraestrutura Urbana 452 - Serviços Urbanos 453 - Transportes Coletivos Urbanos 16 – Habitação 481 - Habitação Rural 482 - Habitação Urbana 17 – Saneamento 511 - Saneamento Básico Rural 512 - Saneamento Básico Urbano 18 - Gestão Ambiental 541 - Preservação e Conservação Ambiental 542 - Controle Ambiental 543 - Recuperação de Áreas Degradadas 544 - Recursos Hídricos 545 – Meteorologia 19 - Ciência e Tecnologia 571 - Desenvolvimento Científico 572 - Desenvolvimento Tecnológico e Engenharia 573 - Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico Funções Subfunções 20 – Agricultura 601 - Promoção da Produção Vegetal 602 - Promoção da Produção Animal 603 - Defesa Sanitária Vegetal 604 - Defesa Sanitária Animal 605 - Abastecimento 606 - Extensão Rural 607 – Irrigação 21 - Organização Agrária 631 - Reforma Agrária 632 – Colonização 22 – Indústria 661 - Promoção Industrial 662 - Produção Industrial 663 - Mineração 664 - Propriedade Industrial 665 - Normalização e Qualidade 23 - Comércio e Serviços 691 - Promoção Comercial 692 - Comercialização 693 - Comércio Exterior 694 - Serviços Financeiros 695 – Turismo 24 – Comunicações 721 - Comunicações Postais 722 – Telecomunicações 25 – Energia 751 - Conservação de Energia 752 - Energia Elétrica 753 - Petróleo 754 – Álcool 26 – Transporte 781 - Transporte Áreo 782 - Transporte Rodoviário 783 - Transporte Ferroviário 784 - Transporte Hidroviário 785 - Transportes Especiais 27 - Desporto e Lazer 811 - Desporto de Rendimento 812 - Desporto Comunitário 813 – Lazer 28 - Encargos Especiais 841 - Refinanciamento da Dívida Interna 842 - Refinanciamento da Dívida Externa 843 - Serviço da Dívida Interna 844 - Serviço da Dívida Externa 845 - Transferências 846 - Outros Encargos Especiais Fonte: Adaptado da Portaria SOF nº 42, de 14 de abril de 1999 Classificação programática (por programas) A partir da Portaria n° 42, de 14/04/1999, os programas deixaram de ter o caráter de classificador e cada nível de governo passou a ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus problemas, e originária do processo de planejamento desenvolvido durante a formulação do Plano Plurianual. Os programas são compostos por atividades, projetos e uma nova categoria de programação denominada operações especiais. A seguir, veja os respectivos conceitos: Programas Os programas efetivam a integração entre os planos e os orçamentos e representam os meios e instrumentos de ação organicamente articulados para alcançar os objetivos pretendidos. Articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual, visando à solução de um problema ou ao atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade. Ações As ações de governo possuem três naturezas diferentes que podem ser classificadas como categorias de programação orçamentária: Atividade:Instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, concorrendo para a manutenção da ação do governo, com resultados que geralmente podem ser medidos quantitativa ou qualitativamente. Projetos: Instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam em um período limitado de tempo, das quais resultam produtos quantificáveis física e financeiramente, que concorrem para a expansão ou para o aperfeiçoamento da ação governamental. Operação especial: Ações que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. São despesas passíveis de enquadramento nesta ação: Amortizações e encargos; Aquisição de títulos; Pagamento de sentenças judiciais; Transferências a qualquer título; Pagamento de inativos; Participações acionárias. As atividades, os projetos e as operações especiais são desdobradas para especificar a localização geográfica integral ou parcial das respectivas ações. A localização do gasto é o menor nível de detalhamento na lei. Na fase da elaboração, é onde o órgão setorial apropria o valor financeiro da sua proposta orçamentária. Classificação segundo a natureza da despesa Na classificação da despesa, quanto a sua natureza, deve ser analisada a categoria econômica, o grupo a que pertence sua modalidade de aplicação, isto é, se vai ser realizada, diretamente ou por meio de transferência a outro organismo ou entidade, e o elemento de despesa, caracterizando o objeto final do gasto. Para a identificação da despesa quanto a sua natureza, é utilizado um conjunto de seis dígitos, na sequência indicada a seguir: 1º Dígito Categoria Econômica 2º Dígito Grupo da Despesa 3º e 4º Dígitos Modalidade de Aplicação 5º e 6º Dígitos Elemento da despesa (objeto do gasto) Veja os conceitos de cada dígito citado e suas representações numerais de classificação: 1° Dígito – Categorias Econômicas Nas despesas correntes, representadas pelo número 3, classificam-se todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, tais como: Pessoal e Encargos Sociais; Juros e Encargos da Dívida Interna e Externa; Outras Despesas Correntes. Nas Despesas de Capital, representadas pelo número 4, classificam-se aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, tais como: Investimentos; Inversões Financeiras; Amortização da Dívida Interna e Externa. 2º Dígito – Grupo de Despesa Os Grupos da Despesa são representados pelos números abaixo: 1- Pessoal e encargos sociais; 2- Juros e encargos da dívida; 3- Outras despesas correntes; 4- Investimentos; 5- Inversões financeiras; 6- Amortização da dívida. 3º e 4º Dígitos – Modalidade de Aplicação As Modalidades de Aplicação são representadas por números. Veja os exemplos a seguir: MODALIDADE DE APLICAÇÃO 20 TRANSFERÊNCIAS À UNIÃO 30 TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E AO DISTRITO FEDERAL 31 TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E DF – FUNDO A FUNDO 32 EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DELEGADA A ESTADOS E DF 40 TRANSFERÊNCIAS A MUNICÍPIOS 41 TRANSFERÊNCIAS A MUNICÍPIOS – FUNDO A FUNDO 42 EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DELEGADA A MUNICÍPIOS 50 TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS 60 TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES PRIVADAS COM FINS LUCRATIVOS 70 TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES MULTIGOVERNAMENTAIS 71 TRANSFERÊNCIAS A CONSÓRCIOS PÚBLICOS 72 EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DELEGADA A MUNICÍPIOS 80 TRANSFERÊNCIAS AO EXTERIOR 90 APLICAÇÕES DIRETAS 91 APLICAÇÃO DIRETA INTRAORÇAMENTÁRIA (OFSS) 5º e 6º Dígitos – Elementos da Despesa (objeto do gasto) Os Elementos da Despesa são representados pelos números abaixo: 01 - Aposentadorias e Reformas 25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita 03 - Pensões 26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária 04 - Outros Benefícios Previdenciários 27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares 06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso 28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos 07 – Contribuições a Entidades Fechadas de Previdência 30 - Material de consumo 08 - Outros Benefícios Assistenciais 31 - Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras 09 - Salário-Família 32 - Material de Distribuição Gratuita 10 - Outros Benefícios de Natureza Social 33 - Passagens e despesas com locomoção 11 - Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil 35 - Serviços de Consultoria 12 - Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Militar 36 - Outros serviços de terceiros PF 13 - Obrigações Patronais 37 - Locação de mão de obra 14 - Diárias - Pessoal Civil 39 - Outros serviços de terceiros PJ 15 - Diárias – Pessoal Militar 41 – Contribuições 16 - Outras Despesas Variáveis – Pessoal Civil 42 – Auxílios 17 - Outras Despesas Variáveis – Pessoal Militar 43 – Subvenções Sociais 18 - Auxílio Financeiro a Estudantes 47 – Obrigações tributárias e contribuições 19 - Auxílio-Fardamento 51 - Obras e Instalações 20 - Auxilio Financeiro a Pesquisadores 52 - Equipamentos e materiais permanentes 21 - Juros sobre a Dívida por Contrato 61 - Aquisição de Imóveis 22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato 92 - Despesas de Exercícios Anteriores 23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária 93 - Indenização e restituições 24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária 99 – A Classificar Atividade 1. Suponha, que houve uma aquisição de material de escritório, como canetas, lápis, folhas A-4, para uso imediato nos setores administrativos. Como será a classificação desta despesa orçamentária, segundo a sua natureza? Gabarito comentado 3 - Despesa Corrente 3 - Outras Despesas Correntes 90 - Aplicações Diretas 30 - Material de Consumo 2. Agora como será classificada a despesa da folha de pagamento dos servidores? Gabarito comentado 3 - Despesa Corrente 1 – Pessoal e encargos sociais 90 - Aplicações Diretas 11 - Vencimentos e Vantagens Pessoal Civil Exemplo - Agora veja exemplos de outras classificações: 3.1.90.14.00 = Despesa de Diárias Pessoal Civil; 3.3.90.39.00 = Outras Despesas Correntes, Serviços de Terceiros - PJ; 4.4.90.52.00 = Equipamentos e Material Permanente. Estágios obrigatórios da despesa orçamentária Os estágios da despesa orçamentária compreendem uma sequência de atividades desenvolvidas pelos órgãos públicos que inicia com a fixação da despesa indo até o seu pagamento, extinguindo assim a obrigação. 1º Estágio - Fixação Fixar a despesa é considerado o primeiro estágio obrigatório para a realização de uma despesa orçamentária. Este estágio é sinônimo de “planejar” a despesa na Lei do Orçamento Anual (LOA). 2º Estágio - Empenho O empenho é o segundo estágio da despesa e pode ser conceituado conforme prescreve o Art. 58 da Lei nº 4.320/64: O empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Os empenhos ainda são classificados em: Estimativo - destinado a atender despesa de valor não quantificável durante o exercício; Global - destinado a atender a despesa quantificada e de base liquidável, geralmente em cada mês, durante a fluência do exercício; Ordinário - destinado a atender a despesa quantificada e liquidável de uma só vez. 3º Estágio - Liquidação Esse é o terceiro estágio da despesa e consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito (Art. 63 da Lei n° 4.320/64). Vale dizer que é a comprovação de que o credor cumpriu todas as obrigações constantes do contrato e/ou Nota de Empenho. A liquidaçãotem por finalidade reconhecer ou apurar: A origem e o objeto do que se deve pagar; A importância exata a pagar; A quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, todos os atos de verificação e conferência, desde a entrada do material ou a prestação do serviço até o reconhecimento da despesa. Ressalta-se que na liquidação de despesa, por ocasião do recebimento do material, da execução da obra ou da prestação do serviço, certos cuidados especiais deverão ser observados, tais como: Verificação do cumprimento das normas sobre licitação ou documento formalizando a sua dispensa, ou comprovando a sua inexigibilidade; Verificação da conformidade com o contrato, convênio, acordo ou ajuste, se houver; Exame da nota de empenho; Comprovantes da entrega do material ou da prestação efetiva dos serviços, isto é, conferência da nota fiscal ou documento equivalente. 4º Estágio - Pagamento O Art. 62 da Lei n° 4.320/64 estabelece que: O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação. Já o Art. 64 da citada lei define que: A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. O pagamento é a última fase da despesa. Este estágio consiste na entrega de recursos equivalentes à dívida líquida, ao credor, mediante emissão de ordem bancária assinada pelo Ordenador de Despesas e pelo responsável pelo setor financeiro. Atenção - Todos os estágios da despesa podem ser verificados e evidenciados no Balancete Analítico da Despesa, que geralmente são muito utilizados pelos gestores dos entes públicos, como ferramenta de acompanhamento da execução orçamentária. Estes balancetes poderão ser emitidos em qualquer periodicidade: diário, mensal e anual. Restos a Pagar Os restos a pagar constituem compromissos financeiros exigíveis que compõem a dívida flutuante e podem ser caracterizados como as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro de cada exercício financeiro. Portanto, as despesas empenhadas, não pagas até o dia 31 de dezembro, não canceladas pelo processo de análise e depuração e, que atendam os requisitos previstos em legislação específica, devem ser inscritas em Restos a Pagar, pois se referem a encargos incorridos no próprio exercício. De acordo com o Art. 36 da Lei nº 4.320 De 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, consideram-se Restos a Pagar as despesas, nos seguintes termos: “Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas.” No final do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e não pagas serão inscritas em restos a pagar e constituirão a dívida flutuante. Pode-se distinguir dois tipos de restos a pagar: Processados Decorrentes das despesas liquidadas. São aqueles em que a despesa orçamentária percorreu os estágios de empenho e liquidação, restando pendente, apenas, o estágio do pagamento. Não Processados Decorrentes das despesas não-liquidadas ou aquelas que dependem da prestação de serviço ou fornecimento do material. Atividade 3. A última fase da despesa orçamentária, que consiste na entrega de recursos equivalentes à dívida líquida, ao credor, mediante emissão de ordem bancária assinada pelo ordenador de despesas e pelo responsável pelo setor financeiro, é denominado: a) Empenho da despesa. b) Fixação da despesa. c) Pagamento da despesa. d) Liquidação da despesa. e) Previsão da despesa.Infelizmente, você errou! Resposta correta: letra (c). O estágio do pagamento é o último das obrigações para a realização de uma despesa orçamentária. É o pagamento propriamente dito, não podendo ser confundido com o estágio da liquidação da despesa. 4. Como são classificadas as despesas orçamentárias segundo a sua natureza? Gabarito comentado - As despesas orçamentárias segundo a sua natureza são classificadas entre Despesas Correntes e Despesas de Capital. 5. O que significa a nomenclatura “Restos a Pagar” na administração pública? Gabarito comentado “Restos a Pagar” é o conceito trazido pela Lei nº 4.320/64 de todas as despesas empenhadas, mas não pagas em 31 de dezembro de determinado exercício. Disciplina: Contabilidade Pública - Aula 4: Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) Apresentação - O Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) é o principal instrumento utilizado pelas entidades do governo federal brasileiro para registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial. Trata-se de uma solução automatizada que promove a integração de informações, em tempo real, de todas as etapas que compõem a execução orçamentária e financeira, desde a aprovação do orçamento até a efetivação do pagamento. Objetivos Identificar as principais características do Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI); Analisar objetivos, formas de acesso, modalidades de uso e eventos do SIAFI; Reconhecer a importância do SIAFI como instrumento de apoio à gestão orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos entes públicos. Para que serve o SIAFI? O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) é um sistema informatizado, gerenciado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que processa e controla, por meio de terminais instalados em todo o território nacional, a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos da Administração Pública Federal, incluindo as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, que estiverem contemplados no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da Seguridade Social da União. O SIAFI, concebido pela STN e desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), é um dos principais sistemas estruturadores do governo federal. Segundo o Serpro, o SIAFI registra cerca de 28 milhões de documentos por exercício e tem aproximadamente 55 mil usuários ativos. A STN avalia que, desde sua criação, o SIAFI tem alcançado satisfatoriamente seus principais objetivos. Veja quais são: ✔ Prover mecanismos adequados ao controle diário da execução orçamentária, financeira e patrimonial aos órgãos da Administração Pública; ✔ Fornecer meios para agilizar a programação financeira, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, através da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal; ✔ Permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os níveis da Administração Pública Federal; ✔ Padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do ordenador de despesa de cada unidade gestora; ✔ Permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e municípios e de suas supervisionadas; ✔ Permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das transferências negociadas; ✔ Integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo Federal; ✔ Permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos públicos; ✔ Proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal. O SIAFI também pode ser utilizado por entidades privadas, mediante autorização da STN e celebração de convênio ou acordo. Saiba mais Os estados e municípios dispõem de um sistema semelhante ao SIAFI. Trata-se do Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (SIAFEM). O SIAFEM tem como missão uniformizar, simplificar e organizar a execução orçamentária, financeira e contábil dos estados e municípios, de forma integrada. Histórico do SIAFI 1986 Até esta data, o Governo Federal convivia com uma série de problemas que dificultavam a adequada gestão dos recursos públicos: Emprego de métodos rudimentares e inadequadosde trabalho; Falta de informações gerenciais em todos os níveis da administração pública; Utilização da contabilidade como mero instrumento de registros formais; Defasagem na escrituração contábil de, pelo menos, 45 dias entre o encerramento do mês e o levantamento das demonstrações; Inconsistência dos dados utilizados em razão da diversidade de fontes de informações e das várias interpretações sobre cada conceito; Despreparo técnico de parte do funcionalismo público; Inexistência de mecanismos eficientes que pudessem evitar o desvio de recursos públicos e permitissem a atribuição de responsabilidades aos maus gestores; Estoque ocioso de moeda dificultando a administração de caixa, decorrente da existência de inúmeras contas bancárias, no âmbito do governo federal. A solução desses problemas representava um verdadeiro desafio, à época, para o Governo Federal, e o primeiro passo dado para solucioná-los foi a criação da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em 10 de março de 1986, com o objetivo de auxiliar o Ministério da Fazenda na gestão das finanças públicas. A STN, assim, definiu e desenvolveu o SIAFI em conjunto com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). 1987 O SIAFI foi implantado em janeiro de 1987, dotando o país de um poderoso instrumento para a adequada gestão dos recursos públicos. Neste ano, outra importante inciativa adotada para superar os problemas de gestão dos recursos públicos foi a criação da Conta Única do Tesouro Nacional (Veio a unificar milhares de contas correntes bancárias então existentes no âmbito da Administração Pública Federal.). Vantagens do SIAFI O SIAFI representou um avanço tão expressivo para a contabilidade pública que atualmente é reconhecido no mundo inteiro e recomendado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como modelo. A implantação do SIAFI trouxe para a Administração Pública Federal as seguintes melhorias: Contabilidade Rapidez, qualidade e precisão na informação. Finanças Agilização da programação financeira, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, por meio da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal na Conta Única no Banco Central. Orçamento A execução orçamentária passou a ser realizada dentro do prazo e com transparência, completamente integrada à execução patrimonial e financeira. Visão clara de quantos e quais são os gestores que executam o orçamento São mais de 4.000 gestores cadastrados, que executam seus gastos através do sistema de forma on-line. Desconto na fonte de impostos No momento do pagamento, já é recolhido o imposto devido. Auditoria Facilidade na apuração de irregularidades com o dinheiro público. Transparência Detalhamento total do emprego dos gastos públicos disponível em relatórios publicados no site. Fim da multiplicidade de contas bancárias Antes da implantação do SIAFI, o descontrole era tão grande que se estimava que existissem cerca de 3.700 contas bancárias. Com a organização necessária para a implantação do Sistema, constatou-se que existiam em torno de 12.000 contas bancárias. Atualmente quase 100% dos pagamentos são identificados de modo instantâneo na Conta Única. Além de tudo isso, o SIAFI apresenta outras vantagens: ✔ Sistema disponível 100% do tempo e on-line; ✔ Sistema centralizado, o que permite a padronização de métodos e rotinas de trabalho; ✔ Interligação em todo o território nacional; ✔ Utilização por todos os órgãos da Administração Direta (poderes Executivo, Legislativo e Judiciário); ✔ Utilização por grande parte da Administração Indireta. Características do SIAFI O SIAFI é um sistema de informações centralizado em Brasília, que interliga os órgãos do Governo Federal, localizados no País e no exterior, através da rede de telecomunicações do Serpro e também pela conexão a outras inúmeras redes externas. O SIAFI é estruturado por exercícios: cada ano equivale a um sistema diferente, ou seja, a regra de formação do nome do sistema é a sigla SIAFI acrescida de quatro dígitos referentes ao ano do sistema que se deseja acessar. Exemplo SIAFI2017; SIAFI2018; SIAFI2019 etc. Os sistemas são organizados em subsistemas e estes por módulos. Dentro de cada módulo estão agregadas inúmeras transações, que guardam entre si características em comum. Cada subsistema tem uma função própria e bem delimitada no SIAFI. Podemos organizá-los informalmente em cinco grupos principais: Controle de Haveres e Obrigações; Administração do Sistema; Execução Orçamentária e Financeira; Organização de Tabelas; Recursos Complementares com Aplicação Específica. Acesso e conexão Existem três ambientes disponíveis no SIAFI: Ambiente de treinamento O acesso ao ambiente de treinamento é liberado a todos os usuários habilitados e está disponível no seguinte endereço: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/centro-de-treinamento-virtual. Ambiente de homologação O acesso ao ambiente de homologação é de uso restrito, sendo permitido apenas a órgãos que estão fazendo integração, sob condições especiais, e a servidores da Secretaria do Tesouro Nacional. Ambiente de produção O acesso ao SIAFI, em seu ambiente de produção, é feito por meio da Internet, usando os navegadores padrões, no endereço: https://siafi.tesouro.gov.br/ Existem duas formas de acesso ao SIAFI: On-line - Permite o acesso direto ao sistema, de aproximadamente 5.000 Unidades Gestoras (UG), via teleprocessamento, para execução das operações diárias, tanto de entrada quanto de consulta de dados. Off-line - É o acesso indireto ao sistema, por Unidades Gestoras que não possuem ligação com o SIAFI, e que têm seus registros efetuados por outras UG on-line às quais são subordinadas, chamadas UG Polo de Digitação. Modalidades de uso São duas as modalidades de uso do SIAFI: Total Todos os Órgãos da Administração Direta e grande parte dos Órgãos da Administração Indireta utilizam o SIAFI nessa modalidade, que compreende: O processamento de todos os atos e fatos de determinada Unidade pelo SIAFI, incluindo-se eventos de receitas próprias; A inclusão de todas as disponibilidades financeiras da Unidade no conceito de Conta Única; O processamento da contabilidade da Unidade pelo SIAFI; A utilização plena dos procedimentos orçamentários e financeiros da Unidade no tratamento-padrão do SIAFI, incluindo o uso do Plano de Contas da Administração Federal. Parcial Parte dos órgãos da Administração Indireta utiliza o SIAFI apenas para controle financeiro dos recursos destinados às Unidades pelo Orçamento Geral da União (OGU). As características são: É limitada aos recursos previstos no OGU; Não permite tratar recursos próprios da entidade; As informações sobre os eventos realizados são tratadas em arquivos orçamentários e contábeis destinados exclusivamente ao registro desses eventos; Não substitui a contabilidade da Unidade, sendo necessário, portanto, o envio de balancetes e balanços para integração pelas Unidades Setoriais do Sistema; Permite optar, a critério do Ministério ou órgão respectivo, se suas Unidades devem ou não ficar sujeitas aos limites específicos do OGU na realização de suas despesas. Aspectos de Segurança Visando a atender aos critérios de confidencialidade, integridade e disponibilidade da informação, aspectos de segurança foram incorporados ao sistema. Dentre eles, podemos destacar: O uso do captcha, que tem a função de inibir robôs maliciosos; O protocolo HTTPS, que permite a autenticação do serviço ao usuário e uma conexão segura com confidencialidade. Tela de acesso ao SIAFI. Eventos do SIAFI Eventos são instrumentos utilizados pelas unidades gestoras no preenchimento das telas e/ou documentos de entrada no SIAFI para transformar os atos e fatos administrativos rotineiros em registros contábeis automáticos. Os eventos são catalogados na Tabela de Eventos do SIAFI, que é parte integrante do Plano de Contas da Administração Pública Federal (PCASP). A Coordenação-Geral de Contabilidade da STN é o órgão responsável pela administração da Tabela de Eventos.
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