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28/03/2017 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/14
1. Origem, conceitos fundamentais, problemas e temas
relevantes da economia.
 
Indispensável no decorrer do  curso de Direito o aprendizado da Economia, uma
vez  que  ela  é  uma  das  áreas  amplamente  responsável    pela  geração  de
inúmeros conflitos  sociais  com amplo  reflexo em nosso ordenamento  jurídico da
atualidade.
Aliás,  assim  que  o  aluno  inicia  o  curso  de  Direito,  ele  se  depara  com  várias
disciplinas  que  vão  contribuir  para  a  compreensão  da  temática  do  direito  como
ciência e sua complexidade,  tal como ocorre com a Economia.   Essas disciplinas
compõem o ciclo básico e objetivam fornecer aos alunos uma visão generalista do
nosso campo de atuação.
Por  seu  turno,  existem  disciplinas  com  subsídios  mais  complexos,  sendo
necessária  à  compreensão  da  Economia  como  base  dos  conflitos  ali  existentes,
conforme se observa no direito tributário e o próprio direito econômico, onde as
questões  econômicas  se  deparam  com  a  problemática  do  direito  em  seus mais
diversos seguimentos.
Assim,  os  principais  estudiosos  desta  disciplina  definem  a  Economia  como  uma
ciência  social  que  estuda  a  produção,  a  circulação  e  o  consumo  dos  bens  e
serviços que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas.
Com  isto,  percebe­se  que  o  objetivo  de  estudo  da  Economia  é  analisar  os
problemas econômicos e formular soluções para resolvê­los, de forma a melhorar
nossa qualidade de vida nos ambientes em que convivemos.
Na  formação  etimológica  da  palavra  economia,  duas  palavras  gregas  estão
presentes. Oikos, cuja  tradução é casa e Nomos,  que  significa  lei. Dessa  forma,
economia significa a “lei da casa”, ou seja, a sobrevivência do  indivíduo através
dos recursos disponíveis.
Essa composição explicita bem o papel do estudo econômico, pois a ciência social
econômica  sempre  vai  estudar  o  indivíduo  e  a  sociedade.  Consequentemente
esses  agentes  vão  escolher  como  trabalhar  com  a  escassez  de  seus  recursos,
atendendo  às  necessidades  humanas  buscadas  pela  sociedade,  em  seus  mais
diversos grupos.
Por seu  turno, as necessidades humanas são  infinitas e  ilimitadas, porque o ser
humano,  por  sua  própria  natureza  nunca  está  satisfeito  com  o  que  possui  e
sempre deseja possuir mais bens.
Ocorre  que  os  recursos  produtivos  com  que  se  pode  contar  para  efetuar  a
fabricação de bens e serviços têm caráter finito e limitado.
Dessa forma, há uma visível contradição, pois os desejos e necessidades humanos
são ilimitados e os recursos para efetivar­se a produção de bens e serviços para
atender estes desejos e necessidades são finitos.
28/03/2017 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/14
Os problemas econômicos não existiriam se uma quantidade infinita de cada bem
pudesse  ser  produzida,  com  a  consequente  satisfação  de  todos  os  desejos
humanos.
Porém,  na  realidade  global,  com  um  elevado  índice  populacional  há  evidente
escassez  dos  recursos  disponíveis,  com  plena  afetação  do  meio  ambiente
planetário.
O trabalho, a terra e o capital, este último entendido como máquinas, matérias­
primas e demais insumos utilizados pelo homem são efetivamente escassos.   
Surge  a  questão  da  escassez  de  bens  econômicos,  isto  é,  de  bens  em  reais
condições de atender às necessidades humanas.
Como  exemplo  clássico  pode  ser  apontado  a  questão  dos  automóveis, meio  de
locomoção  amplamente  utilizado  no  atual  estágio  do  desenvolvimento  humano,
pois embora as jazidas de minério de ferro sejam abundantes em algumas regiões
do  mundo,  esse  minério  pré­usinável,  as  chapas  de  aço  e,  finalmente,  o
automóvel são bens econômicos escassos.
Assim,  destacam­se  duas  noções  primárias  pertinentes  à  ciência  econômica,
retiradas  da  experiência  e  da  própria  vivência  do  cotidiano:  as  necessidades
humanas e a bens produtivos.
A economia tem caráter social, uma vez que se ocupa do comportamento humano
e  estuda  como  as  pessoas  e  as  organizações  na  sociedade  se  empenham  na
produção, na troca e no consumo de bens e serviços.
Dessa  forma  são  três  as  questões  econômicas  básicas  que  devem  ser
compreendidas para a plena interpretação da economia.
A  doutrina,  para  fins  didáticos,  converte  em  três  preguntas  que  devem  ser
respondidas  em cada análise: O que e quanto produzir  ? Como produzir  ?  Para
quem produzir ?
A primeira diz respeito ao “o que e quanto produzir”, que está  relacionado a
escolha  da  sociedade  dentre  o  leque  de  possibilidade  de  produção,  passando
inclusive por quais produtos serão produzidos e sua quantidade.
A  segunda  refere­se ao “como produzir”,  ou  seja,  como  se deve  considerar  o
nível tecnológico na combinação dos recursos utilizados para a produção de bens
e serviços.
Finalmente, “para quem produzir” diz  respeito a quais membros da sociedade
vão participar da distribuição dos  resultados de sua produção ou seja para qual
segmento social ou para quais pessoas a produção será destinada.
Ao responder estas questões o sistema econômico estará alocando ou distribuindo
os recursos disponíveis entre milhares de diferentes possíveis linhas de produção.
Outro tema importante diz respeito a necessidade dos bens ao indivíduo.
Comumente,  quando  se  fala  de  uma  necessidade,  está  implícita  a  ideia  de
vontade ou aspiração. Assim, o  indivíduo tem necessidade de se alimentar, mas
também  possui  necessidade  de  cuidar  de  si,  ter  respeito  dos  outros  ou
criatividade.
28/03/2017 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/14
A tradicional pirâmide de Maslow ilustra a hierarquia das necessidades humanas:
inicialmente,  busca­se  o  mais  básico,  relacionado  à  fisiologia  humana,  mas
gradativamente, o ser humano deseja outras necessidades tais como segurança,
amor/relacionamento,  estima  e  realização  pessoal  que  vão  aparecendo
sucessivamente.
 
Realização pessoal: moralidade, criatividade, espontaneidade, solução de problemas, ausência de
preconceito, aceitação dos fatos 
Estima: auto­estima, confiança, conquista, respeito dos outros, respeito aos outros
Amor/relacionamento:  amizade, família, intimidade sexual
Segurança: segurança do corpo, do emprego, de recerursos, da moralidade, da família, da saúde, da
propriedade
Fisiologia: respiração, comida, água, sono, sexo, homeostase, excreção
 
A maioria das necessidades de que trata a economia se localizam mais na base da
pirâmide,  relacionando­se  principalmente  ao  material.  Ainda  que  a  economia
possa ter um papel na realização pessoal, a sua contribuição principal se  liga às
necessidades mais básicas materiais.
Para  a  economia,  necessidade  implica  a  sensação  de  falta  de  alguma  coisa,
sempre  acompanhada  do  desejo  de  satisfazê­la.  Deste  modo,  quando  alguém
deseja um objeto de consumo, como um carro ou uma bolsa de marca, procura
uma maneira de obtê­lo, utilizando a moeda como meio de troca. Nesse sentido
mais estrito, a necessidade terá implicações econômicas.
Também é importante destacar que as necessidades humanas são ilimitadas, isto
é, podem ser vistas como tendentes a se reproduzirem até o infinito.
Depois, não se pode esquecer a divisão dos bens exclusivos e coletivos, pois tal
distinção  é  de  suma  importância  para  a  economia  como  para  o  direito,  pois  os
conflitos podem surgir da equivocada análise desses bens e de quem seriam os
beneficiados.A  doutrina  ponta  os  bens  exclusivos,  com  nítido  critério  patrimonial,    como
aqueles  aptos  a  atenderem  à  necessidade  de  um  único  indivíduo.  Aqui  estão
inseridos, por exemplo, vestuários e alimentos.  
Já  os  bens  coletivos,  não  estão  sujeitos  a  um  indivíduo,  mas  sim  que  possam
atender à necessidade de um grupo amplo de pessoas e até mesmo da totalidade
dos indivíduos de um país.  A abrangência é muito maior. O mais clássico exemplo
de bem coletivo é a segurança nacional, pois protege a todos os cidadãos de um
país.
Mas  também  existem  bens  coletivos  cuja  abrangência  é  reduzida  um  menor
número  coletivo,  tal  como  ocorre  com  os  clubes  nas  cidades,  onde  os  bens
pertencem aos seus sócios, e mesmo estes têm regras claras a cumprir. Ou seja,
são bens coletivos, mas com algum tipo de restrição.  
Essas questões econômicas são muito trabalhadas no âmbito do direito quando se
estuda  as  questões  patrimoniais  dos  bens  e  a  questão  dos  interesses  destes,
existindo  na  doutrina  desde  bens  individuais,  passando  pelos  coletivos  e  agora,
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desde  o  final  do  século  passado  com  proteção  nos  denominados  interesses
difusos.
Diferente do que ocorre com as necessidades humanas, os recursos de que dispõe
a humanidade para satisfazer as suas necessidades são finitos. Essa limitação dos
recursos  ocorre,  ainda  que  se  considere  que,  até  o  momento,  as  sociedades
humanas tenham sido bem sucedidas nos progressos tecnológicos.
Para  entender  melhor  essa  situação,  é  preciso  assimilar  os  conceitos  de  bens
econômicos e recursos produtivos.
Os  bens  econômicos  são  tangíveis  e  se  caracterizam,  de  forma  geral,  pela
utilidade e insuficiência. Eles supõem um esforço humano para serem conseguidos
e,  exatamente  por  isso,  são  comercializados.  Além  disso,  os  bens  econômicos
contrapõem­se  aos  bens  livres,  que,  apesar  de  também  serem  úteis,  não  são
escassos.
Os  bens  econômicos  podem  ser  classificados  segundo  vários  critérios  de  duas
maneiras:
1. Quanto à natureza
Bens materiais (com características físicas de peso, forma, dimensão): ex:
alimentos, máquinas e terras
 
Bens  imateriais  (de  caráter  abstrato):  ex:  serviços  prestados,  tais  como
consulta médica ou consulta jurídica.
 
1. Quanto ao destino
 
Bens  de  consumo:  atendem  de  forma  direta  a  uma  determinada
necessidade (podem ser duráveis ou não duráveis): ex: automóvel
 
Bens de produção: fazem parte da cadeia produtiva cujo objeto final é um
bem de consumo: ex. matérias primas, os serviços dos operários  (podem se
chamados  de  bens  de  capital  quando    forem  bens  de  caráter  fixo,    ex:
máquinas)
 
Na doutrina econômica e jurídica diversas outras classificações surgem, razão
pela qual não são absolutas.
 
É importante observar que o conceito de bem econômico se diferencia de qualquer
conceito  de  bem  contido  em  direito,  o  qual  será  estudado  detalhadamente  ao
longo do curso de direito civil.
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Já os recursos produtivos, também conhecidos como fatores de produção, são
os elementos básicos a partir dos quais se obtêm os bens e os serviços.
Os  três  principais  recursos  produtivos  são  a  terra  (áreas  cultiváveis  e
mineradoras, florestas), o trabalho e o capital (bens de capital).
Logo, percebe­se que à economia interessa observar a existência de necessidades
humanas  que  devem  ser  satisfeitas  com  bens  econômicos  e  não  a  discussão
filosófica dessas necessidades.
Alguns exemplos poderão  indicar  a  complexidade desta questão, pois,  enquanto
para pobres a alimentação básica é uma necessidade, para os ricos a necessidade
é  uma  alimentação  requintada;  quem  vive  numa  residência  media  pode  sentir
necessidade de morar numa mansão em um bairro luxuoso.
Pode­se concluir que o objeto da ciência econômica é o estudo da escassez.
Daí, resumidamente a conhecida definição de que a Economia é uma ciência social
que  trata  da  administração  dos  recursos  escassos  disponíveis;  é  o  estudo  da
organização  social  que possibilita  aos homens  satisfazerem a  suas necessidades
de  bens  e  serviços  escassos;  ou  é  a  ciência  que  cuida  da  escolha  entre  o  que,
como e para quem produzir.
Dessa forma percebe­se que a escassez é estruturada da seguinte forma:
 
Necessidades humanas ilimitadas  + Recursos produtivos
limitados = Escassez
 
Como  se  observa  acima  a  escassez  advém  não  só  da  limitação  dos  recursos
produtivos, mas também das amplas necessidades humanas.
Considerando  simultaneamente  essa  demanda  infinita  e  a  possibilidade  de
esgotamento dos recursos usados para atendê­la, temos uma situação crítica com
a qual a sociedade deve lidar.
Em  outras  palavras,  a  escassez  precisa  ser  administrada,  levando  em  conta  a
urgência  das  necessidades  humanas  e  a  limitação  dos  recursos  que  são  usados
para atendê­las.
Logo, a economia é uma ciência social que estuda como as pessoas e a sociedade
decidem empregar recursos escassos – que poderiam ter utilização alternativa –
na produção de bens e serviços, de modo a distribuí­los entre as várias pessoas e
grupos da sociedade.
 
Portanto, como pensar a Economia?
 
A  ciência  econômica  é  pensada  a  partir  de  modelos,  concebidos  no  intuito  de
explicar e prever diversos fenômenos.
28/03/2017 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/14
Modelos  são  representações  simplificadas  da  realidade  ou  das  principais
características de uma teoria.
O  crescimento  econômico,  a  inflação,  o  desemprego,  o  comportamento  de
consumo de determinada classe social são temas frequentemente abordados pelas
construções teóricas econômicas.
Assim cada nação acaba por escolher entre os sistemas econômicos qual aquele
modelo que deve seguir.
 
Sistemas econômicos
 
Sistema econômico, rigorosamente,  implica um conjunto orgânico de  instituições
através  do  qual  a  sociedade  irá  enfrentar  o  problema  da  escassez.  Em  outras
palavras,  é  o  conjunto  de  instituições  destinado  a  permitir  a  qualquer  grupo
humano  administrar  seus  recursos  escassos  com  um  mínimo  de  proficiência,
evitando o quanto possível a dispersão dos mesmos.
De modo geral, para conhecer um sistema econômico, as três perguntas distintas
são formuladas, que permitem a compreensão de um sistema econômico: o que
produzir, como produzir e para quem produzir.
Como  os  recursos  da  sociedade  são  escassos,  cada  vez  que  uma  decisão  é
tomada, exclui­se automaticamente a outra alternativa disponível para a utilização
daquele recurso escasso. Logo, o conceito de custo de oportunidade, aplicável a
outras áreas do pensamento econômico, pode ser definido como o custo de algo
em termos de oportunidade renunciada.
Cada sistema econômico é composto por três elementos básicos:
a. Estoque de  recursos  produtivos  (recursos  humanos,  capital,  terra,  reservas
naturais e tecnologias)
b. Complexo de unidades de produção (empresas)
c. Conjunto de instituições políticas, jurídicas e econômicas
Assim, há três formas de se organizar a produção num sistema econômico:
1. Sistema  de  tradição:  possui  índole  mágico­religiosa.  Caracteriza  as
sociedades arcaicas, como a antiga civilização egípcia.
2. Sistema  de  autoridade:  baseia­se  na  crença  na  capacidade  de  previsão  e
execução  dosórgãos  centrais  de  direção  (o  Estado).  Não  acredita  na
autonomia  como  diretriz  de  solução  para  as  questões  econômicas.  Um
exemplo é o sistema socialista (modelo real).
3. Sistema  de  autonomia:  fundamenta­se  na  capacidade  coordenadora  do
mercado (“mão invisível”), bem como no princípio hedonista da “lei do menor
esforço”.  Seu motor  principal  é  o  agente  racional.  Corresponde  ao  sistema
capitalista.
Atualmente as nações trabalham com os dois últimos sistemas, ou, ainda, alguma
forma intermediária de autuação. 
Evidentemente  que  em  face  do mundo  contemporâneo  o  sistema  capitalista  ou
economia de mercado (ou de autonomia) é o mais adotado pelas nações.
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http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/14
Outra classificação estuda somente dois sistemas básicos vigentes:
1. Sistema  socialista  (ou  economia  centralizada):  conhecida  como  economia
planificada, pois as decisões econômicas são tomadas por um órgão central
de planejamento (ex: antiga URSS)
2. Sistema capitalista  (ou economia de mercado): onde as  forças do mercado
exercem suas atividades e  com  isto a  livre  iniciativa e propriedade privada
tem destaque (ex: EUA).
 
Sistema econômico de autonomia
Para compreender melhor como se configura o sistema econômico de autonomia
atualmente é importante que se assinale alguns importantes marcos históricos.
No  século  XVIII  entrou  em  curso  a  primeira  Revolução  Industrial,  baseada  na
invenção da máquina a vapor. Com esse avanço tecnológico, a indústria passou a
substituir  aos  poucos  o  artesanato  no  continente  europeu,  tendo  a  Inglaterra
como  polo  irradiador  de  mudanças.  O  século  XVIII  também  acompanhou  o
desenvolvimento  da  teoria  liberal  política,  que  surgiu  como  contestação  ao
Absolutismo.
Um de seus grandes expoentes foi o filósofo inglês Adam Smith. A Riqueza das
Nações,  obra  de  sua  autoria,  sintetiza  perfeitamente  as  concepções  liberais  e
progressistas daquele período e foi publicada em 1776 (no mesmo ano em que se
proclamou  a  independência  dos  Estados  Unidos  da  América).  Além  disso,  A
Riqueza das Nações marca o nascimento do pensamento econômico – quando ele
finalmente se propõe como ciência social.
Já no século XIX,  conforme a ciência econômica se consolidava e ganhava cada
vez  mais  destaque  na  sociedade,  acompanhou­se  o  surgimento  da  corrente
utilitarista,  cujo  princípio  básico  é  o  de  que  os  atos  não  devem  ser  avaliados
como  moralmente  certos  ou  errados  pelas  intenções  que  carregam,  mas  pelas
consequências que trazem (ganhos possíveis).
Essa  visão  enraizou­se  no  pensamento  econômico,  oferecendo­lhe  ampla
fundamentação  até  os  dias  atuais.  Entretanto,  vale  dizer  que  a  concepção
utilitarista se opõe – até radicalmente – ao modo pelo qual o direito se estabelece
na  sociedade.  De  fato,  a  grande  maioria  das  regras  no  direito  contêm  uma
valoração, isto é, um julgamento do que é certo ou errado, deixando afastadas as
consequências  que  implicarão  ao  serem  postas  em  prática.  Por  outro  lado,  as
decisões econômicas  somente  focam em um  resultado que deve  ser  idealmente
favorável.
Economia normativa e positiva
Os  argumentos  positivos  explicam  como  os  fenômenos  de  fato  são  e,  sob  essa
perspectiva, pretendem compreender e prevê­los no mundo real. Por outro lado,
os argumentos normativos tentam encontrar uma alternativa para a constituição
dos  fenômenos,  isto é, estabelecem como eles deveriam ser. Esse  julgamento é
normalmente feito com base moral. A economia positiva e a economia normativa
se relacionam intimamente uma vez que “é preciso entender para prever e prever
para entender”.
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Quando é necessário tomar uma decisão, o economista tem de recorrer a algum
desses dois aspectos. Por exemplo, no combate à inflação, várias políticas podem
ser adotadas, algumas das quais podem prejudicar parte da sociedade.
Assim,  acaba  sendo  necessário  escolher  entre  adotar  medidas  radicais  para
resolver o problema do aumento dos preços (utilitarismo) ou adotar medidas mais
moderadas, de  leve  impacto tanto na sociedade (por exemplo, evitando o que o
desemprego se agrave) quanto no problema a ser solucionado.
Com isto surge a necessidade de se dividir o estudo da economia em dois grandes
segmentos: Microeconomia e Macroeconomia
É possível adotar dois campos de estudo na economia, um mais restrito e outro
mais  abrangente:  eles  correspondem,  nessa  ordem,  à  microeconomia  e  à
macroeconomia.
A  microeconomia  (ou  teoria  dos  preços)  considera  o  comportamento  das
unidades  econômicas  e  dos  mercados  em  que  operam,  por  exemplo,  sob  a
perspectiva  dos  preços  de  determinado  produto  (ex:  o  café,  o  tomate,  os
automóveis).  Estuda então a formação do preço no mercado.
A macroeconomia  volta­se  para  agregados mais  amplos,  como  o mercado  de
uma nação inteira, levantando questões como: por que os produtos estão ficando
mais caros? O que fazer para alavancar o crescimento econômico desse país? Por
que  é  tão  alto  o  índice  de  desemprego?  Enfim,  em  analogia,  a macroeconomia
seria uma “floresta” da qual pertenceriam várias “árvores”, cada qual um pequeno
universo analisado correspondente a cada perspectiva da microeconomia. Portanto
estuda o comportamento da economia como um todo.
 
Exercício 1:
Na análise das questões econômicas os textos indicados para estudam  como sendo
os denominados  “fatores de produção” os seguintes itens: 
A ­ Terra, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade. 
B ­ Terra, trabalho, capital, tecnologia e inovação.   
C ­ Terra, trabalho, capital, tecnologia e invenção.   
D ­ Terra, trabalho, recursos naturais, tecnologia e empresariedade.   
E ­ Terra, trabalho, capital, salário e empresariedade . 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 2:
A economia, como ciência, estuda a relação que os homens têm entre si na produção de bens e
serviços necessários à própria satisfação humana. Essas necessidades humanas são:
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A ­ infinitas e ilimitadas. 
B ­ finitas e limitadas. 
C ­ infinitas mas limitadas.   
D ­ finitas mas ilimitadas.   
E ­ limitadas em face da natureza dos recursos. 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 3:
Na análise das questões econômicas os textos indicados para estudam  como
sendo os denominados  “fatores de produção” os seguintes itens:
A ­ Terra, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade. 
B ­ Terra, trabalho, capital, tecnologia e inovação. 
C ­ Terra, trabalho, capital, tecnologia e invenção. 
D ­ Terra, trabalho, recursos naturais, tecnologia e empresariedade. 
E ­ Terra, trabalho, capital, salário e empresariedade.   
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 4:
A economia, como ciência, estuda a relação que os homens têm entre si na
produção de bens e serviços necessários à própria satisfação humana. Essas
necessidades humanas são:
A ­          infinitas e ilimitadas.  
B ­      finitas e limitadas.      
C ­          infinitas mas limitadas. 
D ­ finitas mas ilimitadas. 
E ­      limitadas em face da natureza dos recursos. 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 5:
Partindo­se da premissa que a economia como uma ciência social  estuda a
produção,a circulação e o consumo dos bens e serviços que são utilizados para
satisfazer as necessidades humanas aponte qual é o objetivo principal do estudo
da economia:
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A ­ analisar os problemas econômicos e formular soluções para resolvê­los, de
forma a melhorar nossa qualidade de vida nos ambientes em que convivemos. 
B ­ analisar os problemas sociais e formular metas, de forma a melhorar nossa
qualidade de vida nos ambientes em que convivemos. 
C ­ analisar os problemas jurídicos e formular soluções para resolvê­los, de forma
a melhorar nossa qualidade de vida nos ambientes em que convivemos. 
D ­ analisar somente os problemas estatísticos e formular soluções jurídicas para
resolvê­los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida nos ambientes em que
convivemos. 
E ­ analisar os problemas econômicos, sem a formulação de indicativos de
resoluções, de forma a permitir que o Estado possa somente arrecadar tributos. 
Comentários:
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Exercício 6:
Quando se aborda a questão dos recursos para a produção de bens e serviços é
necessário considerar que:
A ­ os recursos são sempre possíveis de serem criados. 
B ­ os recursos são finitos. 
C ­ os recursos são infinitos. 
D ­ os recursos são moderados e suficientes. 
E ­ os recursos não são essenciais na economia. 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 7:
A teoria econômica e consequentemente os manuais de economia
aponta a existência das possíveis remunerações dos fatores de
produção que são:
A ­ Aluguel, salário, compra de ações, juros e dividendos. 
B ­ Aluguel, salário, lucros, juros e dividendos. 
C ­ Aluguel, debêntures, lucros, crédito e empréstimo bancário. 
D ­ Aluguel, compra de ações, salário, empréstimo e crédito. 
E ­ Aluguel, consórcio, lucros, juros e seguro. 
Comentários:
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Exercício 8:
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A teoria econômica e consequentemente os manuais de economia
aponta a existência das possíveis remunerações dos fatores de
produção que são:
A ­ Aluguel, salário, compra de ações, juros e dividendos. 
B ­ Aluguel, salário, lucros, juros e dividendos. 
C ­ Aluguel, debêntures, lucros, crédito e empréstimo bancário. 
D ­ Aluguel, compra de ações, salário, empréstimo e crédito. 
E ­ Aluguel, consórcio, lucros, juros e seguro. 
Comentários:
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Exercício 9:
Entre os diversos bens e serviços existentes na economia leia e
analise cada um deles e em seguida responda:
I – Televisores, carros e celulares.
II ­ Máquinas e equipamentos.
III – Psicólogo, transporte aéreo e restaurantes.
IV – Comida e roupas.
Referem­se, respectivamente, a:
A ­ I. Bens de capital; II. Bens de produção intermediários; III. Serviços; IV. Bens
de consumo não duráveis. 
B ­ I. Bens de consumo não duráveis; II. Bens de produção intermediários; III.
Serviços; IV. Bens de consumo duráveis. 
C ­ I. Bens de capital; II. Bens de produção intermediários; III. Serviços; IV. Bens
de produção. 
D ­ I. Bens de consumo não duráveis; II. Bens de produção intermediários; III.
Serviços; IV. Bens de produção. 
E ­ I. Bens de consumo duráveis; II. Bens de produção intermediários; III.
Serviços; IV. Bens de consumo não duráveis. 
Comentários:
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Exercício 10:
Em um sistema de livre iniciativa privada (sistema de autonomia),  aponte a
questão correta acerca da estruturação da sistemática dos preços, pois esta
restabelece a posição de equilíbrio:
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A ­ Por meio da concorrência entre compradores, quando houver excesso de
demanda. 
B ­ Por meio da concorrência entre vendedores, quando houver excesso de
demanda. 
C ­ Por pressões para baixo e para cima nos preços, tais que acabem,
respectivamente, com o excesso de demanda e com o excesso de oferta. 
D ­ Por meio de pressões sobre os preços que aumentam a quantidade
demandada e diminuem a quantidade ofertada e diminuem a demanda, quando
há excesso de demanda, conhecido pela máxima “ a lei da oferta e da demanda” .
E ­ Por meio da concorrência entre consumidores, pois quantos mais
consumidores existirem os preços sobem. 
Comentários:
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Exercício 11:
A denominada “curva de possibilidades de produção” é utilizada nos manuais de
economia para ilustrar um dos problemas fundamentais do sistema econômico:
por um lado, os recursos são limitados (escassez) e não podem satisfazer a
todas as necessidades ou desejos; por outro, é necessário realizar escolhas.
Essa curva, quando construída para dois bens, mostra:
A ­ Os desejos dos indivíduos perante a produção total desses dois bens. 
B ­ A quantidade total produzida desses dois bens em função do emprego total da
mão­de­obra. 
C ­ A quantidade disponível desses dois bens em função das necessidades dos
indivíduos dessa sociedade. 
D ­ Quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de trabalho, capital e
terra existentes e com determinada tecnologia. 
E ­ A impossibilidade de atender às necessidades dessa sociedade, visto que os
recursos são escassos. 
Comentários:
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Exercício 12:
Em uma economia de mercado, ou sistema de autonomia ou descentralizado
espera­se um maior papel das empresas privadas na solução dos problemas do
o quê, quanto, como e para quem deve ser produzido o bem, razão pela qual
são resolvidos:
A ­ Pelos representantes do povo, eleitos por meio do voto. 
B ­ Pelos preços dos serviços econômicos. 
C ­ Pelo mecanismo de preços. 
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D ­ Pelos preços dos recursos econômicos. 
E ­ Pela quantidade dos fatores produtivos. 
Comentários:
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Exercício 13:
Os problemas econômicos fundamentais numa economia do tipo centralizada
(sistema socialista ou de economia planificada) são resolvidos:
A ­ Pela produção em grande escala de bens de consumo. 
B ­ Pelo sistema de preços. 
C ­ Pelo controle da curva de possibilidades de produção. 
D ­ Pelo planejamento da atividade econômica em um órgão central. 
E ­ Pelo sistema de preços determinado no livre mercado. 
Comentários:
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Exercício 14:
A doutrina econômica aponta que na denominada economia de mercado existe a
reunião de três elementos principais. Aponte qual a alternativa é a correta:
A ­ livre iniciativa, presença do Estado e elementos de uma economia capitalista. 
B ­ iniciativa restrita, presença excessiva do Estado e elementos de uma
economia capitalista 
C ­ presença do Estado de forma periférica, livre iniciativa e elementos de uma
economia centralizada. 
D ­ livre iniciativa, presença excessiva do Estado e elementos de uma economia
planificada. 
E ­ iniciativa restrita, presença excessiva do Estado e elementos de uma
economia planificada. 
Comentários:
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Exercício 15:
O modelo econômico baseado na doutrina do laissez­faire, na não­intervenção
estatal e na minimização dos serviços oferecidos à população é o:
A ­ Neoliberalismo       
B ­ Keynesianismo   
C ­ LiberalismoClássico   
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D ­ Estado de Bem­Estar   
E ­ Modelo Ricardiano     
Comentários:
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2. A Evolução do Pensamento Econômico
 
A  economia  não  é  estudada  só  no  mundo  moderno­contemporâneo.    Durante
muito  tempo,  a  economia  constituiu    um  conjunto  de  preceitos  ou  de  soluções
adaptadas a problemas particulares.
Na    antiguidade  grega,  por  exemplo,  aparecem  apenas  algumas  ideias
econômicas,  fragmentadas  em  estudos  filosóficos  e  políticos,  mas  sem  o  brilho
dos trabalhos nos campos da filosofia, ética, política, mecânica, ou geometria.
Embora o  termo "econômico"  (de oikos, casa, e nomos,  lei)  tenha sido utilizado
pela  primeira  vez  por  Xenofontes,  na  obra  do  mesmo  nome  (no  sentido  de
princípios de gestão dos bens privados), os autores gregos não apresentaram um
pensamento  econômico  independente.  De  modo  geral,  trataram  apenas  de
conhecimentos práticos de administração doméstica (dos lares).
Na antiguidade romana, igualmente, não houve um pensamento econômico geral
e independente, embora a economia de troca fosse mais intensa em Roma do que
na Grécia.
Na  idade  média,  principalmente  do  século  XI  ao  XIV,  surgiu  uma  atividade
econômica  regional  e  inter­regional  (com  feiras  periódicas  que  se  tornaram
célebres, como os de Flandres, Champagne, Beaucaire, e outras) organizaram­se
corporações  de  oficio,  generalizaram­se  as  trocas  urbanos­rurais,  retomou  novo
impulso o comercio mediterrâneo (Gênova, Piza, Florença e Veneza tornaram­se
os  grandes  centros  comerciais  da  época)  etc.  A  igreja  procurou  "moralizar"  o
interesse  pessoal,  reconheceu  a  dignidade  do  trabalho  (manual  e  intelectual),
condenou  as  taxas  de  juro,  buscou  o  "justo  preço",  a  moderação  dos  agentes
econômicos, e o equilíbrio dos atos econômicos.
  De  1750  a  1870  começou  a  ser  desenhada  a  economia  como  ciência,  e  este
período  foi  marcado  por  diversos  movimentos,  entre  eles  se  destacam  os
seguintes:
 
A  Fisiocracia: movimento  que  não  existia  em  1750,  a  fisiocracia  empolgou
tout  Paris  e  Versalhes  de  1760  a  1770,  mas  por  volta  de  1780  este
movimento já estava esquecido, exceto por alguns economistas.
Considerado por muitos autores, mais uma "seita" de filósofos­economistas
do que uma escola econômica, este movimento surgiu e desapareceu como
um meteoro. Os  fisiocratas  conseguiram atento auditório entre os  fidalgos
da corte e os governantes da época: Catarina(Russia) Estanislau(Polonia) e
outros.
A Fisiocracia impôs­se primeiramente  como doutrina da Ordem Natural: O
universo  é  regido  por  leis  naturais,  absolutas,  imutáveis  e  universais,
desejadas pela Providencia divina para a felicidade dos homens. Estes, por
meio da razão, poderão descobrir essa ordem.
 
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A Escola Clássica: Embora a grande maioria dos autores tenha feito de Smith
o  apologista  da  nascente  classe  industrial  capitalista,  a  verdade  é  que  sua
simpatia voltava­se frequentemente para o operário e o trabalhador da terra,
opondo­se  aos  privilégios  e  à  proteção  estatal  que  apoiavam  o  "sistema
mercantil".
O modelo teórico de desenvolvimento econômico de Smith constituía parte
integrante de sua política econômica: ao contestar o padrão mercantilista de
regulamentação  estatal  e  o  controle,  apoiava  a  suposição  de  que  a
concorrência maximiza o desenvolvimento econômico e de que os benefícios
do desenvolvimento seriam partilhados por toda a sociedade.
 
O  Marxismo:  Karl  Max  opôs­se  aos  processos  analíticos  dos  clássicos  e  às
suas  conclusões,  com  base  no  que  Lenin  considerou  a  melhor  criação  da
humanidade no século XIX: a filosofia alemã, a economia política inglesa e o
socialismo francês.
Criticou  a  doutrina  populacional  de  Matheus  com  base  nas  diferenças
características  dos  diversos  estágios  da  evolução  econômica  e  seus
respectivos modos de produção, afirmando que uma mudança no sistema 
produtivo  poderá  converter  em  excedente  demográfico  uma  aparente
escassez   populacional.
Marx  modificou  a  análise  de  valor,  apesar  de  ter  utilizado  vários
componentes  da  versão  clássica  da  teoria  do  valor­trabalho,  desenvolveu
conceitos que se tornaram muito conhecidos, como por exemplo, o de mais
valia,  capital  variável,  capital  constante,  exercito  de  reserva  industrial  e
outros.
 
Porém, entre as correntes de pensamento e os teóricos que contribuíram para o
desenvolvimento  da  ciência  econômica  que  acompanha  o  sistema  capitalista
importante estudá­las por espaços temporais e seus principais expoentes.
 
O começo: mercantilistas e fisiocratas
 
Ambas  as  correntes  se  desenvolveram  previamente  à  consolidação  da  ciência
econômica, nos séculos XVI e XVII. Nessa época, o mundo europeu já passava por
várias transformações.
No  campo político,  o Absolutismo monárquico delineava­se em vários  cantos do
continente,  encerrando  um  longo  período  de  descentralização  do  poder
(feudalismo),  o  qual  passou  a  concentrar­se  nas  mãos  de  um  soberano
(monarca). No século XVI, iniciou­se a expansão marítimo­colonial, liderada pelos
países da península Ibérica: Portugal e Espanha.
Logo em seguida, outras nações fizeram parte do processo, como a Inglaterra e a
França.  Foi  nesse  contexto  que  surgiu  a  corrente mercantilista,  preocupada  em
explicar a nova realidade que se abria para os europeus.
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O  mercantilismo  propunha­se  a  determinar  precisamente  como  poderia
enriquecer uma nação.
A resposta encontrada foi o comércio, ou seja, o intercâmbio de mercadorias com
base em uma unidade de valor  (a moeda)  seria a prática que conduziria o país
que desejasse acumular riquezas ao sucesso.
Para  garantir  o  lucro,  os  países  da  época  adotaram  medidas  protecionistas,
visando manter sua balança comercial positiva – quando as exportações superam
as  importações.  As  relações  econômicas  entre  metrópoles  e  colônias
consagraram­se  através  do  Pacto  Colonial,  que  estabelecia  regras  de
exclusividade.
Por exemplo: no Brasil, somente portugueses poderiam praticar o comércio e, no
mesmo sentido, os brasileiros somente poderiam vender sua produção (agrícola,
predominantemente)  para  Portugal.  Qualquer  atividade  comercial  que
desrespeitasse  esses  moldes  seria  considerada  contrabando,  sujeitando  seus
praticantes  a  uma  determinada  pena.  Ao  mesmo  tempo,  estimulava­se  que  as
colônias vendessem o máximo possível para suas respectivas metrópoles, a fim de
que estas pudessem revender com lucro para outras nações.
Outra característica importante do mercantilismo foi o metalismo: em tese, o país
que  detivesse  mais  ouro,  prata  e  outros  metais  preciosos  seria,  na  mesma
proporção,  o  mais  rico.  Portugal  e  Espanha  dedicaram  suas  economias
intensamente à mineração, o que, no entanto, lhes trouxe uma série de prejuízos.
Já  a  corrente  fisiocrata  (palavra  que  se  origina  do  termo  grego  physis)
desenvolveu­se a partir do século XVII na França e estabeleceu, diferentemente
da mercantilista, que a riqueza advémda natureza.
Segundo  esse  raciocínio,  a  agricultura  seria  a  principal  atividade  econômica,
subordinando a indústria. Por exemplo: ao plantarmos e irrigarmos uma semente,
após certo tempo, ela se desenvolve e, quando a nova planta alcança um estágio
de  amadurecimento,  pode­se  colher  seus  frutos  para  subsistência  ou  aproveitar
sua madeira em alguma técnica.
Essa noção, por mais natural que possa parecer, revela­se um pouco ingênua, por
uma  série  de motivos.  Principalmente  porque  ignora  quase  que  por  completo  a
questão  da  produtividade  agrícola.  É  fácil  perceber  que,  utilizando  recursos
tecnológicos  como  insumos  e  fertilizantes  obtidos  da  atividade  industrial,  tal
produtividade aumenta consideravelmente. Assim, o papel da indústria é bastante
relevante, principalmente nos dias atuais.
 
A Escola Clássica
 
O  escocês  Adam  Smith  foi  amplamente  influenciado  pelos  fisiocratas,  tendo
convivido  com expoentes  desta  corrente  como os  franceses  François Quesnay  e
Turgot  (que  também exerceram, em períodos distintos, o cargo de ministro das
finanças do Estado absolutista francês).
Entretanto, ele  já  julgava que não só a agricultura  teria um  importante papel a
desempenhar  na  economia,  mas  também  a  indústria  e  o  comércio.  A  primeira
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Revolução Industrial  foi acompanhada de perto por Adam Smith, que, devido ao
fato de perceber as várias mudanças implicadas no sistema econômico capitalista
graças a essa nova situação histórica, conseguiu elaborar de forma original uma
teoria que abriu os precedentes para a consolidação do estudo econômico como
verdadeira ciência, calcada na observação e interpretação da realidade.
Em  sua  obra  mais  importante,  A  Riqueza  das  Nações,  Smith  preocupa­se  em
responder estas três perguntas:
1. Que fatores são responsáveis pelo crescimento humano?
2. Se o homem é egoísta por natureza, por que a sociedade não acaba,
isto é, não se desagrega?
3. Para onde caminha a sociedade?
 
Adam Smith, quanto à primeira indagação, entende que o crescimento econômico
e a prosperidade dos países advêm do trabalho humano, cujo desempenho estaria
condicionado  por  duas  variáveis:  a  divisão  de  tarefas  e  a  proporção  de
trabalhadores  produtivos  em  relação  aos  improdutivos.  O  papel  da  divisão  de
tarefas é elucidado a partir do clássico exemplo da  fabricação de alfinetes,  cujo
método já possuía uma sistematização no século XVIII.
Tal divisão tem como fundamento o princípio de que, quando etapas separadas de
um  processo  são  delegadas  a  várias  pessoas,  que  as  executam  com  rapidez  e
destreza,  a produtividade  final  será bem maior,  comparando­se ao desempenho
de apenas uma pessoa realizando todas as etapas do mesmo processo.
Leia o texto abaixo, extraído de A Riqueza das Nações, para compreender melhor
esse conceito:
Tomemos, pois, um exemplo, tirado de uma manufatura muito pequena, mas
na qual a divisão do trabalho multas vezes tem sido notada: a  fabricação de
alfinetes.  Um  operário  não  treinado  para  essa  atividade  (que  a  divisão  do
trabalho  transformou  em  uma  indústria  específica)  nem  familiarizado  com  a
utilização  das  máquinas  ali  empregadas  (cuja  invenção  provavelmente
também  se  deveu  à mesma  divisão  do  trabalho),  dificilmente  poderia  talvez
fabricar um único alfinete em um dia, empenhando o máximo de trabalho; de
qualquer  forma,  certamente  não  conseguirá  fabricar  vinte.  Entretanto,  da
forma  como  essa  atividade  é  hoje  executada,  não  somente  o  trabalho  todo
constitui  uma  indústria  específica,  mas  ele  está  dividido  em  uma  série  de
setores,  dos  quais,  por  sua  vez,  a  maior  parte  também  constitui
provavelmente um ofício especial.
Um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o corta, um
quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça
do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete requerem­se 3 ou 4 operações
diferentes; montar a cabeça já é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes
é outra;  a própria  embalagem dos alfinetes  também constitui  uma atividade
independente.  Assim,  a  importante  atividade  de  fabricar  um  alfinete  está
dividida em aproximadamente 18 operações distintas,  as quais,  em algumas
manufaturas são executadas por pessoas diferentes, ao passo que, em outras,
o mesmo operário às vezes executa 2 ou 3 delas.
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Vi uma pequena manufatura desse tipo, com apenas 10 empregados, e na qual
alguns  desses  executavam  2  ou  3  operações  diferentes.  Mas,  embora  não
fossem  muito  hábeis,  e  portanto  não  estivessem  particularmente  treinados
para  o  uso  das  máquinas,  conseguiam,  quando  se  esforçavam,  fabricar  em
torno de 12 libras de alfinetes por dia. Ora, 1 libra contém mais do que 4 mil
alfinetes  de  tamanho médio.  Por  conseguinte,  essas  10  pessoas  conseguiam
produzir  entre elas mais do que 48 mil  alfinetes por dia. Assim,  já que  cada
pessoa  conseguia  fazer  1/10  de  48 mil  alfinetes  por  dia,  pode­se  considerar
que cada uma produzia 4 800 alfinetes diariamente.
Se, porém,  tivessem trabalhado  independentemente um do outro, e sem que
nenhum deles  tivesse sido  treinado para esse  ramo de atividade,  certamente
cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia, e talvez nem
mesmo 1, ou seja: com certeza não conseguiria produzir a 240ª parte, e talvez
nem mesmo  a  4  800ª  parte  daquilo  que  hoje  são  capazes  de  produzir,  em
virtude de uma adequada divisão do trabalho e combinação de suas diferentes
operações.
 
Adam  Smith  possui  uma  visão  otimista  quanto  ao  futuro  da  sociedade,  que  se
justificaria porque, nesse tempo, o sucesso de negócios empresariais acabaria se
revertendo  em  benefícios  para  os  trabalhadores,  na  forma  de  salários  mais
vantajosos. Exemplo atual disso seria a conquista de regulamentação profissional
das  empregadas  domésticas,  que  veio  acompanhada  de melhores  condições  de
serviço e remuneração.
Nesta corrente também se destaca David Ricardo (1722­1823).
David  Ricardo  busca  fornecer  à  teoria  econômica  uma  explicação  para  a
distribuição  do  excedente  entre  as  diversas  classes  sociais,  importante
preocupação  que  não  havia  sido  abordada  por  Adam  Smith.  Além  disso,  ele
formalizará muitos conceitos econômicos, conquistando o papel de maior influente
entre os clássicos. Dentre sua vasta produção, é importante estudar as seguintes
construções: a teoria do valor e a teoria das vantagens comparativas.
A primeira teoria estabelece que o produto ou a mercadoria valem exatamente a
quantidade de trabalho nestes incorporada, ou seja, a soma de trabalho mediato e
imediato.
Sua  significação  na  realidade  se  estabelece  da  seguinte  maneira:  se  uma
mercadoria  for  produzida  pelo  emprego  de  uma  máquina  e  um  trabalhador,
entram  no  cálculo  do  valor  da  mercadoria  tanto  o  custo  em  trabalho  do
trabalhador  (gasto  imediato)  como  o  custo  do  trabalho  incorporado  à  máquina
(gasto mediato).
Isto, entretanto, não explica os preços de determinado produto no mercado, uma
vez que eles também oscilam de acordo com sua oferta e procura.
Por sua vez, a teoria das vantagens comparativas estabelece que o comércio entre
nações  que  se  especializam  na  produção  dos  itens  para  os  quais  estão  mais
aparelhadas é benéfico para todas as partes.
Como  exemplo  pode­se  citar  o  câmbio  entre  Portugal  (vinhos)  e  Inglaterra(tecidos):  a  troca  de  excedentes  entre  esses  países  manteria  suas  economias
funcionando e gerando recursos para que se melhorasse a sua especialização.
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Esse argumento foi uma poderosa arma nas mãos dos adeptos do livre comércio.
Contudo, já no século XX, foi alvo de críticas da CEPAL (Comissão Econômica para
a  América  Latina  da  ONU)  e  de  Raul  Prebisch,  uma  vez  que  possibilitaria  a
deterioração dos termos de troca, favorecendo a parte cujo sistema de produção
seria comparativamente mais eficiente.
Outro estudioso foi Thomas Malthus (1766­1824).
Thomas  Malthus  foi  contemporâneo  de  David  Ricardo  e  sua  literatura  foi
largamente  influenciada  pelos  acontecimentos  de  seu  tempo:  a  Revolução
Industrial, a Revolução Francesa e as guerras napoleônicas.
Seu Ensaio sobre o princípio da população enuncia que a causa de todos os males
sociais está na fertilidade humana, sendo a guerra e as epidemias ferramentas de
controle  do  aumento  populacional  –  que  tenderia  à  derrocada  da  civilização.  É
necessário dizer que essa concepção, embora supostamente encontrasse amparo
na  época  em  que  foi  elaborada,  foi  desmentida,  dentre  outros  fatores,  pelos
recentes  avanços  tecnológicos  na  agricultura,  cuja  produção,  a  partir  da
Revolução Verde, nunca foi tão alta e capaz de sustentar as populações humanas.
Malthus  também  preocupou­se  com  o  problema  da  superprodução,  por  não
acreditar  na  concepção  liberal  dominante  na  época  de  que  “para  cada  oferta
haveria uma demanda” (lei de Say).
Uma solução sugerida para esse dilema foi o aumento da demanda por bens de
consumo,  isto  é,  do  papel  das  camadas  consumidoras  de  produtos  úteis  e
empregados  nas  mais  diversas  áreas  do  dia­a­dia.  Essa  sugestão  foi
posteriormente aproveitada por John Keynes, já no século XX.
Destaque merece a denominada “Era Neoclássica” (1870­1930).
Enquanto os clássicos (Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus e Karl Marx)
estudaram as  relações de produção que surgiam entre  indivíduos, o enfoque da
escola neoclássica ou marginalista foi bem outro: as relações que se estabelecem
entre a produção material e seres humanos.
A preocupação principal dos  teóricos que a desenvolveram (William Jevons, Carl
Menger  e  Léon Walras)  foi  a  alocação  ótima  de  recursos  entre  fins  alternativos
(oferta  =  demanda),  que  culminou  na  formulação  das  ideias  de  escassez  e
acréscimos marginais. Além disso, elaboraram­se os conceitos de utilidade total e
utilidade  marginal,  relacionados  ao  valor  possuído  por  determinado  produto.  A
utilidade total representa uma tendência progressiva, mas tendente a um estado
de  equilíbrio;  por  sua  vez,  a  utilidade marginal  é  concebida  como  supérflua  e,
neste sentido, é propensa a decair. Em termos mais concretos: a utilidade  total
corresponderia  à  frase  “sempre  é  útil  um  carro  a  mais”,  enquanto  a  utilidade
marginal  satisfaria  a  seguinte  proposição:  “o  segundo  carro  é menos  útil  que  o
primeiro”.
Com base nas  informações sobre utilidade, os agentes de mercado  tomam suas
decisões  sobre  a  alocação  de  recursos.  Num  mercado  livre,  as  flutuações
permitiriam que as quantidades e os preços se adaptassem até atingir o equilíbrio.
Dentre  os  estudos  conduzidos,  encontra­se  o  de  Vilfredo  Paretto  (1848­1923),
para  quem um  sistema desfruta  satisfação  econômica máxima quando ninguém
pode ter sua situação melhorada sem piorar a de outrem. Num mercado isolado,
isso significa que a venda abaixo do preço de equilíbrio geraria escassez, deixando
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parcela da demanda não atendida. Do mesmo modo, a venda acima do preço de
equilíbrio geraria excesso de oferta, o que significa desperdício.
Veja­se que  tais condições somente pode  funcionar sob a égide da concorrência
perfeita.
Como  o  próprio  nome  diz,  ela  é  perfeita  e  corresponde  à  situação  em  que,
teoricamente,  a  geração  de  riqueza  para  a  sociedade  é  máxima.  Porém,  não
existe nada perfeito e os cenários a serem estudados se aproximam dele. Logo, a
concorrência perfeita é um modelo  totalmente  livre. As premissas deste modelo
dificilmente se encontram na realidade.
Veja­se apenas algumas destas hipóteses:
a)  Muitos  vendedores  e muitos  compradores  (atomização  do mercado  ou
ausência de poder econômico);
b)  Homogeneidade  do  produto  (produto  deve  ser  igual  ou  muito
semelhante);
c) Mobilidade das empresas  (empresas podem entrar e sair do mercado a
qualquer tempo sem custos irrecuperáveis);
d) Racionalidade:  todos os agentes agem com racionalidade,  fazendo uma
análise custo benefício antes da tomada das decisões;
e)  Transparência  do  mercado:  todos  os  consumidores  possuem  acesso  a
todas as informações para tomada de suas decisões;
f) Inexistência de externalidades; e
g) Plena mobilidade de bens, ou seja, não há custo de transporte.
 
O Keynesianismo
 
Finalmente surge no Século XX um grupo de estudiosos baseados no denominado
“Keynesianismo”.
Em 1929, a Crise da Bolsa de Valores de Nova Iorque gerou uma crise econômica
sem precedentes. Houve uma elevação dramática do desemprego e a maioria das
tentativas de  remediar os efeitos nefastos  se mostraram  infrutíferos a princípio.
Tais medidas partiam da Lei de Say, a qual afirmava que o processo de produção
capitalista  é  um  processo  de  geração  de  rendas,  de  modo  que  toda  a  oferta
gerava a sua demanda.
Contudo,  os  fatos  não  correspondiam  à  realidade.  As  medidas  do  New  Deal
implementadas  nos  Estados  Unidos  a  partir  de  1932  pelo  Presidente  Roosevelt
começavam  a  ter  resultado, mas  ainda  assim,  careciam  de  base  ou  explicação
teórica.  Os  sindicatos  começam  a  romper  a  lei  da  oferta  e  da  demanda  no
mercado de trabalho, na medida em que não permitem mais a queda dos salários
em termos nominais. Constatou­se que a concorrência perfeita era, em realidade,
um modelo distante da realidade.
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Neste  contexto,  em  1936,  John  Maynard  Keynes  (1883­1946)  publicou  a  sua
Teoria Geral da Moeda e dos Juros.
Keynes  parte  do  pressuposto  de  que  os  problemas  do  desemprego  e  da
distribuição  desigual  de  renda  pode  ser  eliminados  por  meio  de  Estado.  Para
tanto, rebate a lei de Say, argumentando que a demanda efetiva era composta de
bens de consumo (função renda), mas também de bens de investimento (função
de juros e expectativa quanto aos lucros).
A  função  renda  é  determinada  pelos  gastos  de  consumo  e  investimento.  O
consumo  tende  a  ser  estável  e  o  aumento  da  aumento  de  renda  aumenta  o
consumo  em  proporção  menor.  Assim,  haveria  uma  relação  entre  a  renda  e  o
investimento:  a  renda  seria  determinada  em  grande  parte  pelo  investimento.
Como este se sujeita às expectativas, logo a instabilidade do investimento explica
a instabilidade do capitalismo.
Logo, a formulação do “Princípio da Demanda Efetiva” corresponde à negação da
lei de Say. Gastos em consumo e investimento fomentariam a demanda, a qual,
em  seu  turno,  determinaria  a  produção.  A  demanda  efetiva  corresponderia,
também, ao que se espera seja gasto em consumo e investimento.
As  propostas  do  Keynesianismo  tiveram  um  enorme  impacto  no  século  XX.
Também chamado de neoliberalismo, as políticas keynesianas  tiveram um papelfundamental  na  consolidação  do  Estado  do  Bem­Estar  Social  e  amenizaram
significativamente  as  crises  até  os  anos  1970.  A  intervenção  do  Estado  na
economia,  antes  relegada  a  um  papel  meramente  secundário  e  circunstancial,
assume destaque na vida econômica dos países e a política econômica sobre ao
centro das atenções, explicitando os fins corretivos a serem perseguidos mediante
“distorções” impostas ao livre funcionamento do mercado.
 
Exercício 1:
1. Partindo­se da obra do filósofo inglês Adam Smith “A Riqueza das Nações”
que sintetiza perfeitamente as concepções liberais e progressistas do Século
XVIII e foi publicada em 1776 é possível compreender a necessidade de sua
leitura porque o renomado autor nesta obra:
A ­ marca o nascimento do pensamento econômico, quando ele finalmente se
propõe como ciência social. 
B ­ marca o nascimento do pensamento jurídico , quando ele finalmente se
propõe como ciência dogmática jurídica. 
C ­ marca o nascimento do pensamento contábil, quando ele finalmente se propõe
como ciência econômica. 
D ­ marca o nascimento do pensamento econômico, quando ele finalmente se
propõe como ciência exata. 
E ­ marca o nascimento do pensamento econômico socialista enfatizando um
Estado soberano e do proletariado. 
Comentários:
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Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 2:
No século XIX, conforme a ciência econômica se consolidava e ganhava cada vez
mais destaque na sociedade, acompanhou­se o surgimento da corrente
“utilitarista”, cujo princípio básico é o de que os atos não devem ser avaliados
como moralmente certos ou errados pelas intenções que carregam, mas
A ­ pelas análises sociais dos ganhos reduzidos. 
B ­ pelos ganhos possíveis para as empresas. 
C ­ pelas consequências que não trazem à sociedade. 
D ­ pelas consequências almejadas mas irreais.   
E ­ pelas consequências que trazem à sociedade (ganhos possíveis). 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 3:
A “fisiocracia” denominada como “uma seite de filósofos economistas” surgiu na
França entre 1760 a 1770 e impôs­se primeiramente como doutrina que se
posicionou no sentido de que:
A ­ o universo é regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais,
desejadas pela Providencia divina para a felicidade dos homens. 
B ­  o universo é regido por leis naturais e liberais, modificadas pelos homens
constantemente a seu bel prazer. 
C ­ o universo é regido por leis sobrenaturais e mutáveis, desejadas pela
Providencia divina para a felicidade dos homens. 
D ­ o universo é regido somente por leis naturais, para a felicidade dos homens
trabalhadores. 
E ­    o universo não é regido por leis naturais, mas sim absolutas, mutáveis,
desejadas pela Providencia divina para a felicidade das Nações. 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 4:
Aponte a resposta correta, considerando o denominado “marxismo” lastreado nos
ensinamentos de Karl Max e que em suas conclusões desenvolveu um sistema
onde:
 
A ­ desenvolveu conceitos que se tornaram muito conhecidos, como por exemplo
que buscava o operário e o trabalhador da terra como fieis escudeiros dos lordes. 
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B ­ certos conceitos se tornaram muito conhecidos, como por exemplo, o de mais
valia, capital variável, capital constante, exército de reserva industrial e outros. 
C ­ certos conceitos se tornaram muito conhecidos, como por exemplo, o capital
especulativo, o lucro, exército filantrópico e outros. 
D ­ desenvolveu conceitos que se tornaram muito conhecidos, como por exemplo,
o da livre iniciativa e do capital privado e outros. 
E ­    o capital era muito importante e o Estado, por meio do sistema jurídico era
essencial. 
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Exercício 5:
Com uma visão pessimista um dos precursores da economia publicou em 1798 o
conhecido “Essay on the principle of population”. Nesta obra, são lançadas as
bases da “Teoria da População”: o crescimento demográfico seguiria uma
progressão geométrica, enquanto os recursos para o seu sustento aumentariam
apenas em progressão aritmética. Logo, no futuro, a humanidade entraria em
colapso pela simples impossibilidade de se abastecer. É considerada uma das
primeiras obras com preocupações ambientais. A quem se refere o texto?
A ­ Adam Smith. 
B ­ Guido Mantega. 
C ­ John Maynard Keynes. 
D ­ Thomas Malthus. 
E ­ Joelmir Betting. 
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Exercício 6:
A  doutrina  econômica  no  Século  XX  aponta  que  o  governo  teve  um  papel
fundamental, pois o problema do desemprego poderia ser resolvido através da
intervenção estatal. Medidas de incentivo ao investimento privado, aumento dos
investimentos  públicos  e  redução  das  taxas  de  juros  estimulariam a  atividade
produtiva,  diminuindo o  desemprego. A  ideologia  capitalista  é  resgatada, mas
de  forma  substancialmente  diferente  da  visão  liberal  de  Adam  Smith.  A  que
corrente do pensamento econômico o trecho se refere?
A ­ marxismo. 
B ­ dadaísmo.   
C ­ classicismo.   
D ­ neopentecostalismo.   
E ­ keynesianismo. 
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Exercício 7:
O “mercantilismo” propunha­se a determinar precisamente como poderia
enriquecer uma nação cuja resposta encontrada foi o comércio, ou seja, o
intercâmbio de mercadorias com base em uma unidade de valor, então para
garantir o lucro, os países da época adotaram:
 
A ­ medidas protecionistas, visando manter sua balança comercial positiva. 
B ­ inviabilizavam as relações econômicas entre metrópoles e colônias
consagraram­se através do Pacto Colonial 
C ­ estabeleciam regras de exclusividade entre as nações ricas, de maneira
positivistas. 
D ­ adotavam medidas sociais em que a escravidão não existia. 
E ­  estabeleciam o lucro moderado de forma que todas as nações cresceram.  
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Exercício 8:
Sobre os economistas neoclássicos, é correto afirmar que:
 
A ­ defendiam o mesmo que os fisiocratas.   
B ­ Adam Smith, Thomas Malthus e David Ricardo eram seu expoentes máximos.
  
C ­ acreditam que o equilíbrio dos mercados era a situação que maximizava a
riqueza e que isso só poderia acontecer na economia marxista.   
D ­ acreditam que o equilíbrio dos mercados era a situação que maximizava a
riqueza e que isso só poderia acontecer na concorrência perfeita.  
E ­ acreditam que o equilíbrio dos mercados era a situação que maximizava a
riqueza e que isso só poderia acontecer no monopólio não competitivo. 
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Exercício 9:
Sobre a divisão do trabalho, explicada por Adam Smith, é correto afirmar:
 
A ­ não é adequada aos preguiçosos.   
B ­ obriga os bons a fazerem o trabalho dos desleixados.   
C ­ é ruim porque é injusta e aumenta o trabalho.   
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D ­ aumenta a eficiência, que significa otimizar os recursos escassos, ou seja,
utilizá­los da melhor forma possível. 
E ­ não existe no sistema socialista determinado por Adam Smith. 
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Exercício 10:
O mercantilismo propunha­se a determinar precisamente como poderia
enriquecer uma nação. A resposta encontrada foi o comércio, ou seja, o
intercâmbio de mercadorias com base em uma unidade de valor (a moeda)
seria a prática que conduziria o país que desejasse acumular riquezas ao
sucesso. Para garantir o lucro, os países da época adotaram medidas
protecionistas. Dessa forma, assinale a alternativa incorreta que trata do
mercantilismo:
A ­ sustentava que o comércio era a fonte da riqueza, defendendo o intercâmbio
de mercadorias seria a prática que conduziria o país que desejasse acumular
riquezas ao sucesso.   
B ­ defendia a obtenção de saldos desfavoráveis na balança comercial. 
C ­ uma das variações do mercantilismo foi o metalismo, o qual argumentava que
a acumulação de metais preciosos era a fonte de riqueza do país.   
D ­ o “Pacto Colonial” estabelecia regras de exclusividade no comércio entre uma
metrópole e suas colônias.   
E ­ as nações pioneiras na expansão marítima europeia foram Portugal e Espanha.
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Exercício 11:
Nos anos 1960, Raul Prebisch, economista da CEPAL (Comissão Econômica
para a América Latina e Caribe), criticou a Teoria das Vantagens comparativas,
por entender que:
A ­ essa teoria levaria à degeneração dos termos de troca do comércio
internacional em prejuízo dos países industrializados. 
B ­ o marxismo era inadequado.   
C ­ o neoclassicismo não combinava com o gongorismo.   
D ­ os países pobres tenderiam a ver sua situação econômica piorada em virtude
da queda dos preços de seus produtos, eminentemente matérias­primas, ao
passo que os produtos industrializados, não fabricados nos países pobres,
tenderiam a aumentar de preço.   
E ­ os preços são desnecessários, pois todos tem os insumos básicos na economia
latino­americana. 
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Exercício 12:
Algumas das imagens mais marcantes da Grande Depressão [EUA] vieram de
Estados ressequidos das pradarias americanas, onde a terra árida forçou famílias
de agricultores a fugir em busca de empregos e sustento. A situação
desesperadora inspirou as baladas de Woody Guthrie sobre o “Dust Bowl” e o livro
“As Vinhas da Ira” de John Steinbeck.(...) Algo semelhante acontece em todo o
mundo hoje.Secas persistentes da Austrália ao Afeganistão e da Espanha à
Argentina se somam à recessão global para dificultar a vida de agricultores e
pecuaristas (The New York Times /Folha de S. Paulo, 30.03.2009)
O texto refere­se a situações como
I. a crise econômica desencadeada pela queda da bolsa de valores
de 1929, que causou a “Grande Depressão” na economia dos EUA.
II. um paralelo entre a conjuntura no início dos anos 30e a atual
recessão desencadeada pela crise financeira de 2008.
III. as secas que ocorreram na década de 1930 e que hoje se
repetem por todo o globo, atingindo todos os países do mundo.
IV. a crise atual que envolve, em grau semelhante, todos os países
do mundo.
Sobre o texto em estudo, estão corretas apenas as afirmativas:
A ­ I e II 
B ­ II e III 
C ­ III e IV 
D ­ I e IV 
E ­ II e IV 
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3. O conceito de economia e o funcionamento do mercado
 
O conceito de economia e o funcionamento do mercado, com a análise da lei da
escassez e as necessidades humanas torna interessante o estudo da economia.
A questão da oferta versus procura, preços e equilíbrio de mercado,  juntamente
com  o  estudo  dos  fatores  de  produção  (produção  e  custos  de  produção)  são
essenciais para compreender a adequada análise da ciência como também da sua
utilidade na prática diária.
Tudo surge com a denominada expressão “A Lei da Escassez e as Necessidades
Humanas”, pois como já visto a ideia de economia pode ser facilmente apreendida
a partir de duas constatações básicas, que seriam:
Primeiro: as necessidades humanas
Primeiramente  não  é  possível  estabelecer  ou mesmo  antever  um  limite  para  as
necessidades  humanas,  principalmente  numa  sociedade  consumista  como a  que
vivemos.
O homem como um ser que está sempre à busca de coisas novas acaba criando
novas  necessidades,  ou  descobrindo maneiras  diferentes  de  atender  às  antigas
necessidades.
A constatação que fazemos hoje, é que diferença em relação aos dias atuais e os
tempos mais antigos, encontra­se no ritmo dessas necessidades, que hoje é muito
mais  frenético,  haja  vista  por  exemplo,  o  numero  de  novos  produtos  que  são
lançados no mercado a cada dia.
Segundo: a lei da escassez
A  escassez  é  uma  dura  realidade.  Os  recursos  que  a  humanidade  dispõe  para
satisfazer as suas necessidades são finitos e limitados.
A  doutrina  aponta  que,  “Tal  limitação  é  insuperável,  malgrado  os  sucessos  da
tecnologia  em  empurrar  sempre  adiante  o  ponto  de  ruptura,  quando  o
exaurimento  dos  bens  disponíveis  à  espécie  humana  levaria,  senão  ao  colapso,
pelo menos à progressiva estagnação de todo o processo econômico, o qual, em
última análise, consiste na administração dos recursos escassos à disposição dos
habitantes  deste  planeta.  Sim,  porque  os  recursos  são  sempre  escassos,  em
maior ou menor grau, não importa”(cf. Fábio Nusdeo, p. 24).
Portanto,  à  medida  que  nossa  sociedade  “evolui”  cresce  também  de  forma
exponencial  a  necessidades  a  serem  satisfeitas,  o  que  em  muitos  casos  tem
levado ao exaurimento dos recursos naturais, como é o casos, de muitas espécies
de madeiras, que anteriormente havia em abundancia, e hoje já não existe mais.
Observando a sociedade consumista em que vivemos atualmente, e as sociedades
primitivas que existiram, ou que em alguns casos ainda hoje existem, poderíamos
ter a impressão de que o problema da escassez inexiste.
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No  entanto,  se  observar  mais  detidamente,  pode­se  constatar  que  a  primeira
esbarra  no  problema  da  saturação  do  meio­ambiente  (extinção  de  espécies
animais, vegetais e minerais) e a segunda sobreviviam (ou sobrevivem) à custa
de uma drástica compressão das suas necessidades.
Conclui­se que os bens são escassos porque o seu suprimento não é e nem pode
se  tornar  tão  abundante  a  ponto  de  satisfazer  todas  as  necessidades  humanas.
Desta forma, é inevitável que a cada momento o homem busque uma escolha ou
opção entre usos alternativos para um mesmo produto.
Como  exemplo  disto,  vemos  nos  dias  atuais  o  homem  buscar  combustíveis
alternativos ao petróleo, uma vez que a escassez deste e o  seu exaurimento  já
está evidentemente anunciada pela própria construção planetária.
 
– Oferta x Procura, preços e equilíbrio de mercado.
 
Costuma­se  definir  a  demanda  ou  procura  individual  como  a  quantidade  de  um
determinado bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir em certo período
de tempo.
Cabe ressaltar dois elementos importantes nesta definição.
Em  primeiro  lugar,  a  demanda  constitui­se  em  um  desejo  de  adquirir  algo,  ou
seja, é uma aspiração, um plano, e não a sua concretização ou realização. Sendo
assim, não é correto afirmar que a demanda é uma compra, assim como a oferta
não é uma venda.
Em  segundo  lugar,  a  demanda  é  um  fluxo  por  unidade  de  tempo,  ou  seja,  a
procura  éuma  dada  quantidade  em  um  dado  período  de  tempo.  Quando,  por
exemplo, se afirma que o Mauro tem o desejo de adquirir um carro novo, não se
pode dizer, simplesmente, que ele deseja um carro novo e isto é a sua procura.
Mas,  do  que  depende  esta  procura,  ou  este  desejo  de  adquirir?  Quais  são  os
fatores ou variáveis que influenciam a procura?
Por  esta  teoria,  a  demanda  é  derivada  de  hipóteses  sobre  a  escolha  do
consumidor  entre  diversos  bens  que  seu  orçamento  permite  adquirir.  O  que  se
deseja  portanto,  é  explicar  o  processo  de  escolha  do  consumidor  perante  as
diversas alternativas existentes.
Em existindo uma limitação no orçamento do consumidor, este procurará distribuir
seu orçamento, ou seja, sua renda disponível, entre os diversos bens e serviços
de  forma  a  alcançar  a melhor  combinação  possível,  e  que  será  aquela  que  lhe
trará o maior nível de satisfação possível.
Para exemplificar utiliza­se o clássico exemplo doutrinário em que um individuo vá
almoçar num restaurante, vamos verificar o que influencia sua escolha.
Recebendo  o  cardápio,  a  primeira  coisa  que  ele  olha  são  os  preços.  Assim,  a
escolha de um determinado prato, digamos um filé, depende não só do preço do
filé, mas também do preço das outras carnes, do preço das massas, entre outros.
Pode­se verificar  facilmente que quanto maior  for o preço do  filé, menos desejo
terá  este  consumidor  em  consumi­lo.  Desta mesma  forma,  quanto menor  for  o
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preço dos outros pratos, menor será ainda seu desejo em consumir o filé.
Este  fenômeno se dá, porque o  filé, as outras carnes e as massas são produtos
substitutos entre si.
Percebe­se então, com este exemplo, que a escolha do consumidor é influenciada
por  algumas  variáveis,  que  em  geral  serão  as  mesmas  que  influenciarão  sua
escolha em outras ocasiões.
Desta  forma  a  demanda  de  um  determinado  bem  X  depende  de  uma  série  de
fatores.
Os economistas consideram como mais relevantes os seguintes fatores :
­ O preço do bem X (Px) – De fato, esta é a variável mais importante para que o
consumidor  decida  o  quanto  vai  comprar  do  bem;  se  o  preço  for  considerado
barato,  provavelmente  ele  adquirirá  maiores  quantidades  do  que  se  for
considerado caro.
­  A  renda  do  consumidor  (Y)  –  Embora  muitas  vezes  o  consumidor  considere
atrativo  o  preço  do  bem  X,  ele  pode  não  ter  renda  suficiente  para  comprá­lo
como, por exemplo, se o bem X for um carro de luxo; por outro lado, se a renda
do  consumidor  aumentar  num  período  de  tempo,  provavelmente  ele  adquirirá
maiores quantidades do bem X a um determinado nível de preço do que antes e
menores, se a renda diminuir, de forma que esta é uma variável que condiciona a
decisão de consumo.
­ O preço de outros bens (Pz) – Se o consumidor deseja adquirir manteiga, por
exemplo,  ele  não  olhará  somente  o  preço  desta mas  também  o  preço  de  bens
substitutos tais como a margarina ou requeijão cremoso; da mesma forma, se ele
desejar adquirir arroz, considerará não somente o preço do arroz, mas também o
do  feijão  já  que  em  nosso  país,  o  consumo  destes  bens  está  frequentemente
associado um ao outro.
­ Os hábitos e gostos dos consumidores (H) – Esta é uma das variáveis das mais
importantes  porque,  embora  o  preço  do  bem  X  esteja  adequado,  inclusive
comparado ao de bens substitutos e o consumidor possua renda para adquiri­lo,
muitas  vezes  deixa  de  fazê­lo  por  não  estar  habituado  ou  condicionado  ao  seu
consumo.
Assim  pode­se  expressar  a  demanda  do  bem  X  através  da  seguinte  expressão
matemática:
Dx = f(Px,P¹, P²...Pn­1, R,G).
Onde:
Dx = demanda do bem X
Px = preço do bem X
Pi = preço dos outros bens, i = 1,2, ... n­1
R = renda
G= preferências
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A demanda do bem X é, portanto, o resultante da ação conjunta ou combinada de
todas essas variáveis. Entretanto, para que se possa analisar o efeito da demanda
de  uma  mudança  no  valor  de  uma  variável  considerada  isoladamente,  os
economistas  recorrem  à  hipótese  do  “coeteris  paribus”,  expressão  latina  que
significa tudo o mais permanecendo constante.
Os economistas denominam de Lei da Procura que é definida como: a quantidade
procurada do bem X varia inversamente ao comportamento do seu preço, ou seja,
se o preço do bem X aumentar,  a  sua quantidade demandada diminuirá  e  se o
preço de X diminuir, a quantidade procurada do bem aumentará.
Px ↑   Dx ↓   e    Px ↓   Dx ↑
Esta é uma hipótese plausível e  já  testada várias vezes para diversos produtos.
Mas há uma limitação: que é “tudo o mais permanecendo constante”. É um efeito
isolado. Na realidade, muitos efeitos aparecem conjuntamente, e é difícil  fazer a
separação de cada um.
Pode­se  fazer  uma  curva  mostrando  a  relação  entre  a  demanda  e  o  preço  da
mercadoria.  Esta  curva,  chamada  curva  de  procura,  mostra  a  relação  entre  o
preço  do  bem  e  a  quantidade  deste  bem  que  o  consumidor  está  disposto  a
adquirir num certo período de  tempo,  tudo o mais permanecendo constante, ou
seja, não variando o preço dos outros bens, a renda e o gosto do consumidor.
 
Relação entre a quantidade demandada e o preço do bem
 
Normalmente tem­se uma relação  inversa entre o preço do bem e a quantidade
demandada,  como  já  dissemos  anteriormente,  ou  seja  quando  o  preço  do  bem
cai,  este  fica mais  barato  em  relação  aos  seus  concorrentes  e,  desta  forma,  os
consumidores deverão aumentar seu desejo de comprá­lo.
De outra parte, quando o preço cai, o individuo fica mais “rico” em termos reais, e
assim aumenta sua demanda.
 
Relação entre a procura de um bem e o preço dos outros bens
 
Para esta função não se tem uma relação geral: o aumento do preço do bem “i”
poderá aumentar ou reduzir a demanda do bem “x”; a reação depende do tipo de
relação existente entre os dois bens.
a) Se o aumento do preço do bem i aumentar a demanda do bem “x”, os bens “i”
e  “x”  serão  chamados  de  substitutos  ou  concorrentes.  Como  exemplo  de  bens
substitutos temos: manteiga e margarina ; carne e massas, etc.
Desta  forma  os  bens  substitutos  são  aqueles  em  que  o  consumo  de  um  deles
exclui (mesmo que parcialmente) o consumo do outro.
Se  margarina  e  manteiga  são  substitutos,  o  aumento  no  preço  da  manteiga
tornará seu consumo menos atrativo que a margarina.
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Já  os  bens  concorrentes  estão  na  mesma  classificação,  Ex.  margarina  A  e
Margarina  B,  e  o  consumidor  opta  em  consumir  um  ou  o  outro,  em  função  do
preço dos dois bens.
b) Se o aumento do preço do bem  i ocasionar uma queda na demanda do bem
“x”, os bens serão chamados complementares, é o caso de pão e manteiga, café e
leite,  e  isto  ocorre  porque  o  consumidor  normalmente  consome  estes  bens  de
forma simultânea.
 
Relação entre a procura de um bem e a renda do consumidor
 
Em geral existe uma relação crescente e direta entre a renda e a demanda de um
bem ou serviço. Quando a  renda cresce, a demanda do bem deve aumentar. O
individuo,  ficando  mais  rico,  vai  desejar  aumentar  seu  padrão  de  consumo  e,
portanto, demandar maiores quantidades de bens e serviços.
Esta é a  regra, e portanto existem as exceções. Primeiramente, pode ser que o
individuo  esteja  totalmente

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