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Teoria da Norma Penal

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Teoria da Norma Penal 
Teoria Geral do Direito Penal I - P3 
Gabriella Veloso 
 
DISTINÇÕES CONCEITUAIS 
● Distinção entre lei, texto e norma: 
→ ​lei​: meio de veiculação do texto legal 
→ ​texto legal​: é o editado pelo Legislativo. O texto normativo em geral pode ser veiculado por lei, decreto, portaria etc.                                         
É o começo da norma. 
→ ​norma​: imperativo de conduta. Carece de interlocução legislador-intérprete. 
 
DOGMÁTICA 
● Método de aplicação do direito que se baseia em uma lógica pautada na decidibilidade 
● Contrária à zetética 
● Os glosadores criaram a dogmática 
● Ihering reformulou a dogmática no século XIX 
→ ​estabelecer​ os textos (direito positivo) 
→ ​dizer o que são​ os textos (teorias da interpretação) 
→ ​argumentar​ com base nos textos (teorias da argumentação) 
→ ​decidir​ com base nos textos 
 
A LEI 
● nasce​ com a ​promulgação 
● vive​ com a ​publicação 
● morre com a ​revogação (total/parcial; tácita (lei posterior contraria anterior)/expressa (lei indica o que está sendo                               
revogado) 
● Projeto de lei (PL): proposta normativa enviada pelo Executivo, pelo Legislativo ou por iniciativa popular que é                                 
submetida à deliberação de um órgão legislativo, com o objetivo de produzir uma lei. 
 
LEI PENAL X NORMA PENAL 
● lei penal​: veicula o texto. Produzida por meio do processo legislativo. Começo da norma. O âmbito da norma são os                                       
espaços criados pelo texto. É a fonte formal da norma penal.  
● norma penal​: o que se extrai do texto penal veiculado pela lei. É o conteúdo da lei penal. 
● Exemplo de texto:  
Art. 121, CP (decreto-lei nº 2.848/40):  
“Matar alguem: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.” 
● Norma extraída do texto: é, em regra, proibido matar uma pessoa humana. 
 
A NORMA PENAL 
● Tradicionalmente, a doutrina distingue a norma penal entre ​norma primária (dirigidas aos cidadãos, proibindo-os de                             
cometer delitos) e ​norma secundária ​(dirigidas aos juízes, determinando a imposição de sanções penais para quem                               
comete crimes). 
● Binding​: o infrator realizava exatamente o que previa a lei como pressuposto para a imposição de pena; no entanto,                                     
violava o comando proibitivo trazido pela norma jurídica, que é o que está por detrás da lei. O crime é a violação da                                             
norma, e não da lei penal. 
● As normas não são independentes dos enunciados penais legais. São apenas uma interpretação destes, os quais                               
distinguem-se conceitualmente. 
● Funções da norma penal: ​proteção​ subsidiária de bens jurídicos e ​motivação​ do comportamento adequado 
● normas penais incriminadoras​:  
● Definem as infrações penais, ​proibindo (crimes comissivos) ou ​impondo (crimes omissivos) a prática de condutas, sob a                                 
ameaça expressa e específica de pena.  
● Consideradas normas penais ​em sentido estrito​.  
● Técnica legislativa: não há um comando proibitivo ou impositivo expresso (“​é proibido​” ou “​deve-se​”); a norma                               
imperativa está latente, oculta. Descreve-se específica e detalhadamente a conduta infratora. 
● A maioria está presente na ​Parte Especial do CP​. 
● São bimembres; compostas por: 
→ ​preceito primário​: descreve a infração penal (comissiva ou omissiva) de modo objetivo, claro e preciso. (​tipo objetivo​) 
→ ​preceito secundário​: representa a cominação abstrata, mas individualizada, da respectiva ​sanção​. 
● normas penais não incriminadoras​:  
● Estabelecem regras gerais de interpretação e aplicação delas próprias e das normas penais incriminadoras.  
● Pautam a atividade jurisdicional no exercício do ​jus puniendi​ estatal.  
 
 
● São diretivas, principiológicas.  
● Técnica legislativa: uso de proposições jurídicas cuja função é relacionada à interpretação e delimitação do alcance da                                 
norma penal incriminadora. Serve para evitar repetições desnecessárias no enunciado de regras comuns na PE do CP. 
● A maioria está presente na ​Parte Geral do CP​. 
● Classificam-se em: 
→ ​permissivas​: se opõem ao preceito primário da norma incriminadora, ​autorizando a realização de uma conduta em                                 
abstrato proibida. Regras de exceção para os casos em que há adequação entre a conduta realizada e a infração penal,                                       
mas não há contraposição valorativa entre a conduta e o ordenamento jurídico.  
→ ​explicativas​: esclarecem/restringem o preceito primário ou o preceito secundário da norma penal incriminadora. 
→ ​complementares​: complementam o preceito primário ou o preceito secundário da norma penal incriminadora. 
 
INTERPRETAÇÃO DAS LEIS PENAIS 
● Interpretar é expressar com clareza e objetividade o verdadeiro sentido e o alcance mais preciso da norma legal,                                   
considerando todas as suas relações e conexões dentro de um contexto jurídico e político-social. 
● Reale​: “a interpretação é um momento de intersubjetividade: o ato interpretativo do aplicador, procurando captar o ato                                 
de outrem, no sentido de se apoderar de um significado objetivamente verdadeiro”. 
● Não se pode desvincular, em hipótese alguma, o processo interpretativo do contexto histórico-cultural no qual se                               
insere. 
● O Direito Penal não exige nenhum método particular de interpretação; qualquer processo adequado de hermenêutica                             
pode ser aplicado. 
● Qualquer lei, por mais clara que seja, deve sempre ser interpretada, para ser ajustada ao caso concreto. 
QUANTO ÀS FONTES/AO SUJEITO: 
● autêntica/legislativa​:  
● Fornecida pelo Poder que elabora o diploma legal.  
● O legislador edita uma nova lei para esclarecer o conteúdo e o significado de outra já existente.  
● Tem sido recepcionada com reservas, pois é atribuída autonomia à lei, e pode-se conferir-lhe significado diverso                               
daquele que lhe empresta o Poder que a editou. 
● jurisprudencial/judicial​:  
● Produzida pelos tribunais por meio da reiteração de suas decisões. 
● Jurisprudência: conjunto de decisões sobre determinado tema, reiteradas de forma mais ou menos frequente.                           
Declaração do direito, em caráter individual e vinculada ao caso concreto. 
● Orientam o procedimento dos juízes na melhor aplicação da lei, pois traz a experiência jurídica vivenciada por outros                                   
órgãos jurisdicionais. 
● Não tem força vinculante; os magistrados não são obrigados a acatar as decisões proferidas por outro juiz. 
● Súmulas vinculantes: ​registram a interpretação pacífica e só podem ser criadas com a aprovação de dois terços dos                                   
membros do STF. São dotadas de coercibilidade. 
● doutrinária​:  
● Produzida pelos doutrinadores (escritores e comentadores da legislação e do direito), que interpretam a lei à luz de seus                                     
conhecimentos técnicos. 
● communis opinio doctorum​: uniformização do entendimento dos doutrinadores. 
● Não tem força vinculante; somente indica o caminho a seguir. 
● Fundamenta as decisões jurisprudenciais, traça os pilares do sistema jurídico-penal e orienta juízes e legisladores em                               
suas tarefas. 
QUANTO AOS MEIOS/MÉTODOS​: 
● MÉTODOS CLÁSSICOS​ (SAVIGNY) 
● gramatical/literal/filológico/semântico​:  
● Fixa-se no significado literal das palavras contidas no texto legal.  
● Procura o sentido da lei através da função gramatical dos vocábulos, ignorando, muitas vezes, que o sentido técnico dedeterminados termos não corresponde ao sentido gramatical. 
● O processo interpretativo quase sempre é iniciado pela interpretação gramatical. 
● Há duas regras na utilização desse método: 
→ a lei não tem palavras supérfluas; 
→ as expressões contidas na lei têm conotação técnica, e não vulgar. 
● No Direito Penal, o sentido literal das palavras usadas pelo legislador tem função de garantia e, por isso, nunca pode                                       
ser ignorado. 
● histórico​: 
● Considera o contexto histórico e os motivos que levaram ao surgimento da lei. 
● Elementos históricos: exposição de motivos, trabalhos preparatórios à elaboração da lei, trabalhos das comissões                           
legislativas, atas de sessões parlamentares, debates sobre o tema, circunstâncias econômicas e sociais, situação                           
jurídica anterior etc. 
● É importante fazer uma ligação entre a legislação atual e a passada, destacando a evolução entre ambas. 
● lógico-sistemático​:  
● Busca-se encontrar o verdadeiro sentido da lei, em seu aspecto mais geral, dentro do sistema legislativo, afastando                                 
eventuais contradições. (​LÓGICA​) 
 
● Busca-se situar a norma no conjunto geral do sistema que a engloba, para justificar sua razão de ser. (​SISTEMÁTICA​) 
● Esse método interpretativo garante a unidade conceitual de todo o ordenamento, visando preservar a harmonia e a                                 
completude dele. 
● MÉTODOS DA NOVA HERMENÊUTICA 
● tópico-problemático​: parte-se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à interpretação um caráter                           
prático na busca da solução dos problemas concretizados. 
● hermenêutico-concretizador​: parte-se da norma para o problema concreto. 
● científico-espiritual​: parte-se da realidade social e dos valores subjacentes da norma. O Direito é visto como                               
fenômeno cultural. 
● normativo-estruturante​: reconhece a inexistência de identidade entre a norma jurídica e o texto normativo. O teor                               
literal da norma deve ser analisado à luz da concretização da norma na realidade social. A norma deverá ser                                     
concretizada não só pela atividade do legislador, mas também pela atividade do Judiciário, do governo etc. 
QUANTO AOS RESULTADOS: 
● declarativa​:  
● Concordância entre o resultado da interpretação gramatical e o da lógico-sistemática. 
● Neste tipo de interpretação, o texto não é ampliado nem restringido, correspondendo exatamente a seu real significado. 
● É a coincidência da norma com o sentido exato do preceito. 
● O intérprete limita-se a encontrar e declarar a vontade da lei, que coincide com as palavras contidas no texto legal. 
● A interpretação é sempre declarativa, pois busca sempre declarar o direito. 
● restritiva: 
● Procura reduzir ou limitar o alcance do texto interpretado na tentativa de encontrar seu verdadeiro sentido, porque se                                   
trata de uma exigência jurídica. 
● Leiria​: “os termos da lei apresentam-se como que indicando um sentido mais amplo no seu querer [...] o intérprete,                                     
valendo-se de elementos lógicos, sistemáticos, teleológicos ou históricos, procura limitar a amplitude da lei,                           
restringindo a sua aplicação” 
● extensiva: 
● As palavras do texto legal dizem menos que sua vontade; o sentido da norma fica aquém de sua expressão literal,                                       
portanto o intérprete amplia o sentido ou o alcance da lei examinada. 
 
ANALOGIA 
● Nenhuma legislação, por mais abrangente e completa que seja, é capaz de contemplar todas as hipóteses que a                                   
complexidade da vida social pode apresentar ao longo do tempo. Nenhum sistema jurídico é imune à presença de                                   
lacunas, especialmente um ramo fragmentário como o Direito Penal. 
● A fim de preencher essas lacunas, faz-se o uso da analogia, que consiste numa forma de ​aplicação da norma legal (e                                         
não de interpretação). 
● A função da analogia não é interpretativa, mas sim ​integrativa​ da norma jurídica. 
● Procura-se aplicar determinado preceito ou mesmo os próprios princípios gerais de direito a uma hipótese não                               
contemplada no texto legal, de maneira a ​colmatar​ uma lacuna da lei. 
● Extensão de uma norma jurídica de um caso previsto a um caso não previsto com fundamento na semelhança entre os                                       
dois casos. 
● A interpretação esclarece a vontade da lei; a analogia supre onde não há a vontade da lei. 
● analogia legis​: quando se aplica uma norma legal a determinado fato não contemplado no texto legal 
● analogia juris​: quando se aplicam os princípios gerais de direito 
● O uso da analogia é ​excluído​ nas hipóteses de: 
→ ​leis penais incriminadoras​: como sempre restringem a liberdade do indivíduo, o juiz não pode acrescentar outras                                 
limitações além das previstas pelo legislador. 
→ ​leis excepcionais​: os fatos ou aspectos que não são contemplados por elas são disciplinados pelas normas gerais. 
→ ​leis fiscais​: caráter similar às penais incriminadoras. 
ANALOGIA VS. INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA 
● Analogia: processo integrativo da norma lacunosa 
● Interpretação analógica: processo interpretativo analógico previamente determinado por lei. Meio indicado para integrar                         
o preceito normativo dentro da própria norma, estendendo-o a situações análogas (ex. art. 71 CP: “pelas condições de                                   
tempo, lugar, maneira de execução ​e outras semelhantes​”. Vinculada à própria vontade da lei. 
● A interpretação analógica pode ser (e normalmente é) aplicada às normas penais incriminadoras, ao contrário da                               
colmatação de lacunas por analogia, que seria um desrespeito ao princípio ​nullum crimen sine praevia lege​. 
ANALOGIA IN BONAM PARTEM 
● As normas penais não incriminadoras, que não são alcançadas pelo princípio ​nullum crimen nulla poena sine lege​,                                 
podem perfeitamente ter suas lacunas integradas ou complementadas pela analogia, desde que, em hipótese alguma,                             
agravem a situação do infrator. 
 
LEIS PENAIS EM BRANCO 
● Construção alemã (Karl Binding): são ​lex imperfectas​, pois determinam integralmente só a sanção. O preceito é descrito                                 
de modo impreciso e carece de complementação. 
 
● Normas de conteúdo incompleto, vago, impreciso, que dependem de complementação por outra norma jurídica (lei,                             
decreto, regulamento, portaria, resolução etc.) para concluírem a descrição da conduta proibida. 
● Técnica para deixar a colmatação a cargo de outra esfera mais técnica. 
● Necessidade de complementação das leis a fim de conferir precisão, além da necessidade de colmatação, já que o                                   
legislador não teria como prever e editar tudo em um só diploma.  
● A norma complementar de uma lei penal em branco integra o próprio tipo penal. 
● Classificações: 
● em sentido estrito​: fonte formal ​heterogênea cujo complemento é veiculado por ​ato administrativo ― decretos,                             
portarias, resoluções, atos normativos etc.) 
● Exemplo:  
Art. 33. da Lei 11.343/2006: “Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,                               
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer                             
drogas​, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legalou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa”. 
● Seria quase impossível a previsão do legislador sobre todas as substâncias que são consideradas drogas                             
(psicotrópicas), além de que ele não tem o conhecimento técnico para elencá-las. Portanto, um órgão competente do                                 
Ministério da Saúde (ANVISA) lança atos administrativos que atualizam o rol de substâncias entorpecentes (Portaria n.                               
344 da ANVISA, Lista F - substâncias entorpecentes e psicotrópicas). 
● em sentido lato​: fonte formal ​homogênea​ cujo complemento é veiculado por ​lei​ (a mesma lei ou outra lei). 
● Exemplo: 
Art. 237, CP: “Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: 
Pena - detenção, de três meses a um ano”. 
● O complemento que dispõe sobre as causas impeditivas para contrair casamento é o art. 1.521 do Código Civil (Lei                                     
10.406/02) 
● A validez da norma complementar decorre da autorização concedida pela norma penal em branco. 
● É vedado o uso da analogia e da interpretação analógica. 
● Se a lei penal em branco remete a uma lei que ainda não existe, não terá validade e vigência até que a lei que a                                                 
completa seja sancionada. 
RETROATIVIDADE DO COMPLEMENTO DA LEI PENAL EM BRANCO 
● Há casos em que há mudanças na norma complementar, e isso implica na possibilidade de retroatividade da nova                                   
norma. 
● Soler​: “só influi a variação da norma complementar quando importe verdadeira ​alteração da figura abstrata do Direito                                 
Penal, e não mera circunstância que, na realidade, deixe subsistente a norma”. 
● mudança substancial do complemento​: muda-se a figura abstrata (a ​substância​) presente no preceito primário a tal                               
ponto que ocasiona a descriminalização ou a atenuação do tratamento dado à conduta tipificada. ​Retroage em                               
benefício do réu.  
● Exemplo: o THC (tetrahidrocanabinol) é uma das substâncias psicotrópicas listadas na Portaria n. 344 da ANVISA, que                                 
complementa a Lei de Drogas (11.343/06). Se a ANVISA remover o THC desse rol de substâncias, importará na                                   
modificação da figura abstrata “drogas” presente na Lei, de maneira que, todo aquele realizar qualquer ação presente                                 
no preceito primário do art. 33 (importar, exportar, remeter etc.) em relação a essa substância, não estará praticando                                   
conduta delituosa. O THC deixa de ser droga e não atende ao que está disposto no preceito primário. 
● mudança contingencial do complemento​: a figura abstrata presente no preceito primário não é modificada; portanto,                             
não há uma mudança que implique na descriminalização ou na atenuação da sanção. Se o preceito primário permanece                                   
o mesmo, então a infração penal é a mesma, ainda que haja uma modificação meramente circunstancial no                                 
complemento. ​Não retroage​ em benefício do réu. 
● Exemplo: o art. 289 do CP dispõe sobre o crime de falsificação de moeda. A modificação da figura abstrata “moeda”                                       
para o real foi instituída pela Lei 9.069/95. Se uma pessoa cometeu crime de falsificação de moeda no tempo em que a                                           
unidade monetária era o cruzeiro e estava cumprindo a pena de reclusão quando a moeda passou a ser o real, essa                                         
mudança não implica na sua soltura, pois houve apenas uma modificação circunstancial em relação à figura abstrata                                 
“moeda”. O cruzeiro não deixa de ser moeda; ele só não tem mais validade como unidade monetária.

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